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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

ANTONIO ALCIR DA SILVA ARRUDA


ELIANE PEREIRA MONTES LUZ
CRISTINA PEGORARO

O USO DO SENSORIAMENTO REMOTO PARA MAPEAMENTO DE


ÁREAS DE RISCO

CURITIBA
2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


ANTONIO ALCIR DA SILVA ARRUDA
ELIANE PEREIRA MONTES LUZ
CRISTINA PEGORARO

O USO DO SENSORIAMENTO REMOTO PARA MAPEAMENTO DE


ÁREAS DE RISCO

Trabalho acadêmico apresentado no curso de


graduação de Geografia
Disciplina: Sensoriamento Remoto – Turma manhã
Setor de Ciências da Terra, da UFPR - Universidade
Federal do Paraná.
Professora: Msc. Elaine Cácia de Lima Frick

CURITIBA
2016
Introdução
Para iniciar este trabalho sobre o uso de sensoriamento remoto como ferramenta para
mapeamento de áreas de risco é preciso entender inicialmente o que é área de risco; e
definir os atores sujeitos a esses riscos. O site
http://www.unicamp.br/fea/ortega/temas530/ricardo.htm define e identifica a localização de
área de risco da seguinte forma:

“Áreas de risco são regiões onde é recomendada a não construção de casas


ou instalações, pois são muito expostas a desastres naturais, como
desabamentos e inundações. Essa região vem crescendo constantemente nos
últimos 10 anos, principalmente devido à própria ação humana. No Brasil, vêm
sendo realizados vários projetos no sentido de reestruturação de algumas
áreas, conscientização da população, etc. As principais áreas de risco são
aquelas sob encostas de morros inclinados ou à beira de rios. Existem vários
serviços de assistência à população em casos de emergência. A principal
instituição responsável pelo monitoramento das áreas de risco é a Defesa
Civil.”

Quanto aos desastres naturais também é necessário caracterizar o que é exatamente


um desastre natural.

“Castro (1998), desastre é definido como resultado de eventos adversos,


naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema (vulnerável),
causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e consequentes prejuízos
econômicos e sociais. Essas causas são crescentes devido a vários fatores
entre eles a distância entre os níveis de renda dessas populações e também as
especulações imobiliárias para o suprimento da população de baixa renda.”

O crescimento irregular e desordenado das cidades, bem como o valor do uso do


solo, fruto de especulação imobiliária, faz com que as pessoas de baixa renda ocupem as
áreas de risco próximos e/ou nas encostas de morros que vulneráveis e susceptíveis a
desastres naturais. Paul Singer (1978) demonstra neste fragmento de texto sobre o uso do
solo na economia capitalista e o porquê dessa ocupação.

“...a cidade capitalista não tem lugar para os pobres. A propriedade privada do
solo urbano faz com que a posse de uma renda monetária seja requisito
indispensável à ocupação do espaço urbano. Mas o funcionamento normal da
economia capitalista não assegura um mínimo de renda a todos. Antes, pelo
contrário, este funcionamento tende a manter uma parte da força de trabalho
em reserva, o que significa que uma parte correspondente da população não
tem meios para pagar pelo direito de ocupar um pedaço do solo urbano. Esta
parte da população acaba morando em lugares em que, por alguma razão, os
direitos da propriedade privada não vigoram: áreas de propriedade pública,
terrenos em inventário, glebas mantidas vazias com fins especulativos, etc.,
formando as famosas invasões, favelas, mocambos, etc.”
Em outra visão, as causas dos desastres naturais são enumerados por Alcántara-
Ayala (2002),

“...as ocorrências dos desastres naturais estão ligadas não somente à


susceptibilidade dos mesmos, devido às características geoambientais, mas
também à vulnerabilidade do sistema social sob impacto, isto é, o sistema
econômico-social-político cultural. Várias cidades no Brasil apresentam
condições urbanísticas precárias, na qual vem ocorrendo ocupações em áreas
de encostas e margens de rios, tornando vulneráveis a evento de grandes
impactos”

Sendo assim as encostas de morros (que podem causar deslizamentos) e as beiras


de rios (que podem causar inundação) são locais considerados como áreas de riscos, onde
deve ter um constante monitoramento. A Defesa Civil é a instituição normalmente
responsável pelo monitoramento. Quando se inicia o período chuvoso tende a aumentar os
riscos de inundação, desabamentos de casas e deslizamentos de terra. Segundo Selby
(1993), “escorregamento (ou deslizamento) é o movimento coletivo de massa e/ou material
sólido encosta abaixo, como solos, rochas e vegetação, sob a influência direta da gravidade.
Movimento estes que podem ocorrer principalmente com elevados volumes de precipitação
e/ou terremotos”. Já Farah (2003), define que “escorregamentos são movimentos
gravitacionais bruscos de massa, envolvendo solo ou solo e rocha, potencializado, na
natureza, no caso do Brasil, principalmente pela ação das águas de chuvas.”
Na figura abaixo são caracterizados usos corretos e incorretos de ocupação em
encostas:

Exemplos corretos e incorretos de ocupação em encostas. Fonte: Prevenção de


desastres naturais: conceitos básicos (KOBIYAMA, M. et al)
Para Guidicini e Iwasa (1976),
”...tanto chuvas intensas de curta duração quanto de longa duração (chuvas
contínuas) fornecem condições propícias para a diminuição da resistência do
solo, atuando como um dos principais agentes deflagradores de movimentos
de encostas em ambientes tropicais úmidos .A população deve ficar alerta a
alguns sinais como postes, cercas e árvores que começam a inclinar, as trincas
nas paredes ou no chão e degraus são evidencia que o terreno está se
movendo e com isso pode-se evitar as grandes tragédias”

Uso do sensoriamento remoto para mapeamento das áreas de risco


Muitas ferramentas podem ser utilizadas para a definição e percepção de áreas de
risco de inundações e deslizamentos, como por exemplo, carta geológica e topográfica,
observações visuais da geomorfologia do lugar bem como o grau de inclinação das
encostas; planície de inundação; histórico dos desastres naturais da área a ser ocupada.
Estas pesquisas são muitos úteis em pequenas áreas, mas, em se tratando de áreas
maiores a geotecnologia vem oferecer a ferramenta de sensoriamento remoto como
aerofotogrametria e as imagens de satélite ferramentas de extrema utilidade, sendo a última,
de baixo custo e para mapeamento de áreas territoriais imensas.
Sensoriamento remoto é definido por MORAES(2002)
“O Sensoriamento Remoto pode ser entendido como um conjunto de
atividades que permite a obtenção de informações dos objetos que compõem a
superfície terrestre sem a necessidade de contato direto com os mesmos.
Estas atividades envolvem a detecção, aquisição e análise (interpretação e
extração de informações) da energia eletromagnética emitida ou refletida pelos
objetos terrestres e registradas por sensores remotos. A energia
eletromagnética utilizada na obtenção dos dados por sensoriamento remoto é
também denominada de radiação eletromagnética. A quantidade e qualidade
da energia eletromagnética refletida e emitida pelos objetos terrestres resulta
das interações entre a energia eletromagnética e estes objetos. Essas
interações são determinadas pelas propriedades físico-químicas e biológicas
desses objetos e podem ser identificadas nas imagens e nos dados de
sensores remotos. Portanto, a energia eletromagnética refletida e emitida pelos
objetos terrestres é à base de dados para todo o processo de sua identificação,
pois ela permite quantificar a energia espectral refletida e/ou emitida por estes,
e assim avaliar suas principais características.”

A autora conclui dizendo que os sensores remotos se tornam ferramentas essenciais


para se fazer inventários, mapeamento e monitoração de recursos naturais; por conseguinte
ferramenta indispensável para fazer mapeamento de áreas de risco no ambiente usado
antropicamente. Não será feito detalhamento técnico do funcionamento dos sensores
remotos por estes terem sido abordados na disciplina de sensoriamento remoto e serem
objetos de aplicação de outra natureza.

Inicia-se o processo investigativo das áreas de risco por sensoriamento remoto


selecionando-se a região que vai ser estudada, em seguida baixa-se as imagens de satélite
no site www.inpe.br em catálogo de imagens com a escolha do satélite que vai baixar a
imagem, na disciplina de sensoriamento, usa-se o LANDSAT 5 que possui as características
abaixo reproduzidas, faz-se o cadastro no site e em seguida o login e então se escolhe a
área selecionada, concluindo-se o download.

Intervalo Principais características e aplicações das bandas TM e ETM


Banda
espectral (µm) dos satélites LANDSAT 5 e 7

Apresenta grande penetração em corpos de água, com elevada transparência,


permitindo estudos batimétricos. Sofre absorção pela clorofila e pigmentos
1 (0,45 - 0,52) fotossintéticos auxiliares (carotenóides). Apresenta sensibilidade a plumas de fumaça
oriundas de queimadas ou atividade industrial. Pode apresentar atenuação pela
atmosfera.

Apresenta grande sensibilidade à presença de sedimentos em suspensão,


2 (0,52 - 0,60) possibilitando sua análise em termos de quantidade e qualidade. Boa penetração em
corpos de água.

A vegetação verde, densa e uniforme, apresenta grande absorção, ficando escura,


permitindo bom contraste entre as áreas ocupadas com vegetação (ex.: solo exposto,
estradas e áreas urbanas). Apresenta bom contraste entre diferentes tipos de
cobertura vegetal (ex.: campo, cerrado e floresta). Permite análise da variação
3 (0,63 - 0,69) litológica em regiões com pouca cobertura vegetal. Permite o mapeamento da
drenagem através da visualização da mata galeria e entalhe dos cursos dos rios em
regiões com pouca cobertura vegetal. É a banda mais utilizada para delimitar a
mancha urbana, incluindo identificação de novos loteamentos. Permite a identificação
de áreas agrícolas.

Os corpos de água absorvem muita energia nesta banda e ficam escuros, permitindo
o mapeamento da rede de drenagem e delineamento de corpos de água. A
vegetação verde, densa e uniforme, reflete muita energia nesta banda, aparecendo
bem clara nas imagens. Apresenta sensibilidade à rugosidade da copa das florestas
(dossel florestal). Apresenta sensibilidade à morfologia do terreno, permitindo a
4 (0,76 - 0,90)
obtenção de informações sobre Geomorfologia, Solos e Geologia. Serve para análise
e mapeamento de feições geológicas e estruturais. Serve para separar e mapear
áreas ocupadas com pinus e eucalipto. Serve para mapear áreas ocupadas com
vegetação que foram queimadas. Permite a visualização de áreas ocupadas com
macrófitas aquáticas (ex.: aguapé). Permite a identificação de áreas agrícolas.

Apresenta sensibilidade ao teor de umidade das plantas, servindo para observar


estresse na vegetação, causado por desequilíbrio hídrico. Esta banda sofre
5 (1,55 - 1,75)
perturbações em caso de ocorrer excesso de chuva antes da obtenção da cena pelo
satélite.

Apresenta sensibilidade aos fenômenos relativos aos contrastes térmicos, servindo


6 (10,4 - 12,5)
para detectar propriedades termais de rochas, solos, vegetação e água.

Apresenta sensibilidade à morfologia do terreno, permitindo obter informações sobre


Geomorfologia, Solos e Geologia. Esta banda serve para identificar minerais com
7 (2,08 - 2,35)
íons hidroxilas. Potencialmente favorável à discriminação de produtos de alteração
hidroter
Após o download, usando-se um software de apoio (Spring, Qgis,Arcgis e outros)
como ferramenta, realiza-se o PDI – Processamento Digital de Imagens composto de várias
etapas que envolvem o processo PDI, como recorte e realces; composição colorida (RGB);
Classificação e filtragem; trabalho de campo; validação e finalmente a produção do objetivo,
mapa de uso e ocupação do solo, que é definido pelo IBGE 2006 como “sendo os elementos
da natureza como vegetação (natural e plantada), água, gelo, rocha nua, areia e superfícies
similares, além das construções artificiais criadas pelo homem, que recobrem a superfície da
terra”

Outro tipo de dado de sensoriamento remoto que pode auxiliar na prevenção de


desastres naturais em áreas de risco é o uso de imagens de satélites meteorológicos como
o GOES-12 por exemplo que gera imagens a cada 3 horas, esse volume de dados gerados
diariamente é suficiente para determinar modelos numéricos computacionais, assegurando
qualidade nas previsões de médio e longo prazo.

Como exemplo de aplicação do sensoriamento


remoto em áreas de risco, será usado a área da cidade
de Itajaí em SC (região monitorada permanentemente
pela defesa Civil), com imagens de mapas de área de
risco de inundação e de deslizamento conforme site da
defesa civil disponibilizadas em:
http://defesacivil.itajai.sc.gov.br/c/mapas
Neste primeiro mapa, observa-se que as enchentes ou
inundações graduais de
08/09/2011, ocuparam boa
parte do município
urbanizado de Itajaí em
função da cidade estar
situada as margens do rio
Itajaí –mirim e ocupando boa parte da planície de
inundação, caracterizando-se assim área de risco para
inundações e enchentes.
Nota-se através deste mapa que a maior parte das
ocorrências de deslizamento e escorregamento de terra
vêm de regiões próximas às áreas de ocupação informal
do município. Neste mapa foram representados também
as curvas de nível para que se visualize facilmente a
declividade das encostas que podem ser observadas em
tamanho original no site da Defesa Civil no link
http://defesacivil.itajai.sc.gov.br/c/mapas
Conclusão
A partir do exposto, o conhecimento e a delimitação das diferentes unidades de uso e
ocupação das terras em áreas sujeitas às inundações e também um levantamento
topográfico das áreas de encosta de morros são importantes para que o poder público e a
sociedade civil possam executar as medidas estruturais e não estruturais necessárias, de
forma que os efeitos dos desastres naturais relativos a inundação e deslizamentos afetem
da menor maneira possível a população em geral, plantações, o patrimônio urbano, bem
como as indústrias situadas nestas áreas de risco. O uso de diferentes sensores remotos,
somado à utilização dos softwares de Sistemas de Informação Geográfica e Processamento
Digital de Imagens, possibilita mapear o uso e ocupação das terras em áreas sujeitas a
inundações, e construir bancos de dados que possibilitem avaliar a evolução do uso e
ocupação das terras localizadas nessas áreas de risco mapeadas pelas geotecnologias de
sensoriamento remoto como imagens de satélite; aerofotogrametria; levantamentos
geológicos e de uso e cobertura do solo e outras técnicas de identificação dessas áreas
possam promover de forma segura a ocupação antrópica ou não ocupação das áreas
mapeadas.
Referências Bibliográficas
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CASTRO, A. L. C. Glossário de defesa civil: estudo de riscos e medicina de desastres.
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FARAH, Flávio. Habitação e encostas. São Paulo: IPT – Instituto de Pesquisas
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GUIDICINI, G.; IWASA, O. Y. Ensaio de correlação entre pluviosidade e
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