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Boletim de Minas, 43 (2) - 2008

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Vol. 45 • N.º 1 • Lisboa 2010

O Ruído e a Indústria Extractiva 3


Nuno Ferreira e Humberto Guerreiro
As operações de exploração e beneficiação de minérios, em pedreiras e minas, em especial a céu aberto,
geram ruído que, em muitos casos, motivam incomodidade junto de habitantes ou outros receptores sensíveis
presentes na envolvente das unidades extractivas.
A existência de um plano de monitorização ambiental contemplando o ambiente sonoro, numa fase inicial
dos empreendimentos mineiros, permite o controlo dos níveis de ruído gerados e a sua análise face à evolução
espacial dos trabalhos.
A comparação dos valores obtidos para os níveis de ruído medidos junto dos receptores sensíveis, existentes
na vizinhança das pedreiras e minas, com os valores limite definidos na legislação vigente nesta matéria é
essencial para o controlo de ruído emitido pelas actividades extractivas e para a definição das medidas de
minimização e controlo aplicáveis.
As actividades de monitorização permitem prever antecipadamente situações de reclamação das populações,
conduzindo de imediato à aplicação de medidas de minimização capazes de resolver os problemas detectados.
Além disso, os valores coligidos das medições de ruído constituem uma base de dados que representa uma
mais-valia em caso de conflito.
Síntese da Evolução da Economia Mundial das Rochas Ornamentais em 2008 19
Octávio Rabaçal Martins
A gravíssima crise económica e financeira mundial, iniciada em 2007 nos Estados Unidos da América,
desencadeada pela especulação imobiliária, acarretou fortes e penalizantes consequências no Sector Mundial
das Rochas Ornamentais, já que a Indústria da edificação absorve três quartos das aplicações globais.
Em 2008 estagnou a produção pétrea decorativa mundial e retrocedeu o intercâmbio, mas avançaram as
utilizações. Portugal não logrou escapar à crise global.
A China, o maior gigante pétreo decorativo mundial, consolida a sua primazia.
Os preços dos artefactos pétreos ornamentais, embora retrocedendo em diversos mercados, pautaram-se
por um certo incremento. A China, embora continuando a praticar baixas cotações, dá sinais de optar por
uma estratégia de rendibilidade.
O momento tecnológico, apesar da crise, apresentou sinal positivo em 2008.
O nosso sector não conseguirá entrar em nova fase de desenvolvimento sem atenções especiais da tutela.
Águas Minerais e de Nascente 25
Contratos de Prospecção e Pesquisa
Transmissão da Posição Contratual
Transmissão da Licença de Exploração
Pedreiras 27
Novas Licenças de Exploração
Cessação da Licença de Exploração
Transmissão da Licença de Exploração
Nomeação de Directores Técnicos
Responsáveis Técnicos Inscritos na Direcção-Geral de Energia e Geologia
Elementos Estatísticos da Indústria Extractiva Nacional de 2008 e 2009 41
Legislação 45
Decreto-Lei n.º 10/2010 - Estabelece o regime jurídico a que está sujeita a gestão de resíduos das explorações
de depósitos minerais e de massas minerais, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva
n.º 2006/21/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Março, relativa à gestão dos resíduos das
indústrias extractivas.
Notícias do Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal 73
Aljustrel: A Mina e o património.
Geopark Arouca: A Protecção e valorização do património geológico como âncora para o desenvolvimento
sustentado do território.
Informação Vária 77
Protocolo de Delegação de Competências entre o Instituto Nacional de Estatística e a Direcção-Geral de
Energia e Geologia.
Declaração sobre Matérias-Primas - Madrid 2010.
Acordo de Cooperação entre a Direcção-Geral de Energia e Geologia e a Autoridade para as Condições do
Trabalho (ACT).
Mina de Ciência – Inaugurado Centro Ciência Viva nas Minas do Lousal.
O Projecto Hidromotor – Exemplo de aplicação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) ao
sector dos recursos Hidrogeológicos.
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) ao serviço da qualidade das águas engarrafadas.

FICHA TÉCNICA
Propriedade e Edição:
Direcção-Geral de Energia e Geologia
Av. 5 de Outubro, 87 - 1069-039 Lisboa
Tel: 217 922 800 - Fax: 217 922 823
www.dgge.pt
Director:
José Manuel Esteves Perdigoto
Comissão Editorial:
Carlos Caxaria, José Cruz, Correia Gomes,
Luís Morais e Maria José Sobreiro
Redacção e Coordenação:
Direcção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos,
Geotérmicos e Petróleo
Tiragem: 750 exemplares
Periodicidade: Semestral
Preço da Capa: 4,00 L (IVA Incluído)
Depósito Legal: Nº 3581/93
ISSN: 00008-5935
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

O Ruído e a Indústria Extractiva


Nuno Ferreira Humberto Guerreiro
Engº do Ambiente - Visa Consultores, S.A., Oeiras. Engº de Minas - Visa Consultores, S.A., Oeiras.
e-mail: nferreira@visaconsultores.com e-mail: hguerreiro@visaconsultores.com

Palavras-chave: Impactes ambientais; Indústria extractiva; Medidas de prevenção e controlo; Monitorização ambiental;
Ruído.

RESUMO
As operações de exploração e beneficiação de minérios, em pedreiras e minas, em especial a céu aberto, geram
ruído que, em muitos casos, motivam incomodidade junto de habitantes ou outros receptores sensíveis presentes na
envolvente das unidades extractivas.
A existência de um plano de monitorização ambiental contemplando o ambiente sonoro, numa fase inicial dos
empreendimentos mineiros, permite o controlo dos níveis de ruído gerados e a sua análise face à evolução espacial
dos trabalhos.
A comparação dos valores obtidos para os níveis de ruído medidos junto dos receptores sensíveis, existentes na
vizinhança das pedreiras e minas, com os valores limite definidos na legislação vigente nesta matéria é essencial para
o controlo de ruído emitido pelas actividades extractivas e para a definição das medidas de minimização e controlo
aplicáveis.
As actividades de monitorização permitem prever antecipadamente situações de reclamação das populações,
conduzindo de imediato à aplicação de medidas de minimização capazes de resolver os problemas detectados. Além
disso, os valores coligidos das medições de ruído constituem uma base de dados que representa uma mais-valia em
caso de conflito.

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1 - INTRODUÇÃO gerais, o enquadramento legal, os meios e técnicas de


monitorização e medidas minimização e controlo que
podem ser aplicados em minas e pedreiras.
A exploração de pedreiras e de minas a céu aberto nas
suas diferentes fases, desde as operações preparatórias,
como sejam a desmatação e decapagem, passando pelas 2 - IMPACTES GERADOS PELO RUÍDO
actividades de desmonte, carregamento e transporte,
até à expedição dos minérios, envolve um conjunto de
2.1 - Generalidades
trabalhos e equipamentos que geram níveis elevados de
ruído. Como consequência, sempre que as explorações
se situam na proximidade de zonas habitadas surgem A laboração de pedreiras e minas, nomeadamente o uso
conflitos com as populações locais que podem constituir de equipamentos móveis como sejam as perfuradoras,
graves impedimentos ao normal desenvolvimento dos pás carregadoras, dumpers e escavadoras giratórias e
trabalhos de exploração. Estas situações devem ser de equipamentos fixos como as unidades de tratamento
analisadas logo na fase de projecto das explorações (nos de minério (centrais de britagem, lavagem, entre outras)
planos de pedreira e planos de lavra, mesmo quando geram níveis de ruído consideráveis.
não estão sujeitas a avaliação de impacte ambiental) de O uso de explosivos é também uma fonte importante
modo a evitar potenciais conflitos indesejáveis com as de ruído, ainda que a duração deste tipo de ruído seja
populações vizinhas ou outros (entidades ligadas à defesa extremamente reduzida. Nestas situações, o ruído é
do ambiente, entidades fiscalizadoras, etc.). gerado, principalmente, pela libertação de gases da
Assim, pretende-se abordar os fenómenos associados detonação, pelo uso de cordão detonante e/ou pela colisão
à geração de ruído, apresentando algumas definições de blocos projectados entre si e o piso (Figura 1).

FIGURA 1
Fenómenos que contribuem para a onda aérea (ruído) gerada no desmonte de rocha com recurso a substâncias explosivas

Adaptado de JIMENO et al, 1995 in Bernardo, 2004.

2.1.1 - Ruído
O ruído pode ser definido como um conjunto de sons1 obstáculo à comunicação e contribui para o aumento da
desagradáveis e frequentemente irritantes. Para além fadiga, podendo provocar alterações no sistema nervoso
de um determinado nível torna-se incómodo, sendo e mesmo traumatismos auditivos.

1
O som pode ser definido como qualquer variação de pressão detectada pelo ouvido humano.

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2.1.2 - Propagação do ruído e principais propriedades pequenas flutuações de pressão que são detectadas pelo
O ruído ou som desagradável é provocado pelas ouvido humano (Figura 2). As vibrações deslocam-se
perturbações que a vibração de uma superfície sólida através do ar sob a forma de ondas que transmitem a
produz no meio, propagando-se nele em todas as pressão.
direcções. No ar esta perturbação manifesta-se em

FIGURA 2
Propagação do ruído e escala da pressão sonora

Adaptado de Brüel & Kjaer.

No Quadro 1 são apresentadas as principais características pressão sonora, a intensidade sonora, a potência sonora
do som e as respectivas fórmulas para a sua determinação, e o nível de pressão sonora ou nível de ruído.
designadamente a velocidade de propagação sonora, a

QUADRO 1
Principais características do som
Velocidade de propagação Pressão sonora Intensidade sonora

c – velocidade do som (m/s) P – valor eficaz da pressão sonora (Pa) I – intensidade sonora (W/m2)
T – temperatura (ºC) T – período da onda sonora (s) p – pressão sonora (Pa)
Pa – pressão atmosférica (Pa) p(t) – variação da pressão sonora com o tempo ρ - densidade do ar (kg/m3)
ρ - densidade do ar (kg/m )
3
c – velocidade do som (m/s)
Potência sonora Nível de pressão sonora

(para emissão em campo livre)


W – potência sonora (W) Lp – Nível de pressão sonora (dB)
I – intensidade sonora (W/m2) p – pressão sonora
S – superfície atravessada (m )
2
p0 - 20μPa (limiar da audição)
r – distância entre a fonte e o receptor (m)

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O nível de ruído ou nível de pressão sonora é expresso da conversação), o nível de ruído é expresso em dB(A).
em decibéis (dB), relacionando-se com a pressão sonora A gama de frequências audíveis, para o ser humano,
pela fórmula apresentada no Quadro 1. Como nas situa-se entre os 20 Hz e os 20 000 Hz.
medições de ruído se utiliza uma malha de ponderação,
2.1.3 - Tipos de ruído
denominada de A, que traduz o comportamento do
ouvido humano ao ruído (atenua os níveis nas frequência O ruído pode ser classificado em três tipos, designa-
inferiores a 1 000 Hz e superiores a 5 000 Hz, nas quais damente ruído contínuo, ruído intermitente e ruído
o ouvido humano é menos sensível, e incrementa entre impulsivo, em função da sua variação no tempo, cuja
os 1 000 Hz e os 5 000 Hz, gama de frequências em que definição e respectiva ilustração exemplificativa se apre-
o ouvido é mais sensível – inclui a gama de frequências sentam no Quadro 2.

QUADRO 2
Tipos de ruído
Ruído contínuo Ruído intermitente Ruído impulsivo

Ruído cujos níveis de pressão sonora e espectro de Ruído cujos níveis de pressão sonora e o espectro Ruído de muito curta duração (< 200ms) e com um
frequência se mantêm constantes no tempo. de frequência variam em intervalos bem definidos, nível de pressão sonora bastante elevado (típico da
podendo ser periódicos (típico da operação de detonação de substâncias explosivas).
perfuração).

2.1.4 - Principais fontes de ruído dos explosivos), a remoção (consiste na limpeza do


As principais fontes de ruído a considerar na exploração material desmontado e transporte para a instalação
de pedreiras e minas devem considerar, não só a de beneficiação) e a beneficiação do minério (central
detonação, mas também as operações a montante e a de britagem, de lavagem, entre outras). Algumas das
jusante desta, designadamente a perfuração (consiste principais fontes de ruído relacionadas com as operações
na fragmentação localizada da rocha para aplicação referidas apresentam-se na Figura 3.

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FIGURA 3
Principais fontes de ruído associadas à laboração de pedreiras e minas a céu aberto

Perfuração Detonação Remoção


(ruído gerado pela interacção broca/rocha e pelo (ruído gerado, essencialmente, pelos movimentos do (ruído gerado pelos equipamentos utilizados na
funcionamento da perfuradora) terreno, pela libertação de gases, pela detonação do remoção, geralmente pás carregadoras, escavadoras
cordão detonante e pela colisão de pedras) giratórias e dumpers ou camiões)

Beneficiação (britagem e lavagem) Expedição


(ruído gerado pela laboração dos britadores e moinhos, tambores de lavagem, (ruído gerado pela circulação de viaturas pesadas que procedem ao transporte
crivos, tapetes transportadores, motores eléctricos, etc.) dos materiais)

2.2 - Enquadramento legal e normativo

Os principais instrumentos legais e normativos que regulam o ruído associado a actividades industriais e outras
encontram-se sintetizados no Quadro 3.

QUADRO 3
Principal regulamentação e normalização relativa ao ruído
Instrumentos Descrição
Transpõe para o direito interno a Directiva Comunitária n.º 2003/10/CE, do Parlamento e do Conselho,
Decreto-Lei n.º 182/2006
de 6 de Fevereiro, relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde em matéria de exposição dos
(de 6 de Setembro)
trabalhadores aos riscos devidos ao ruído.
NP – 1730 Descrição do ruído ambiente. Parte 1: Grandezas fundamentais e procedimentos. Parte 2: Recolha de
(1996) dados relevantes para o uso do solo. Parte 3: Aplicação dos limites do ruído.
Decreto-Lei n.º9/2007
Regulamento Geral do Ruído.
(de 17 de Janeiro)

A crescente importância atribuída à qualidade de As zonas sensíveis são descritas como “áreas definidas em
vida das populações, em especial no que concerne ao plano de ordenamento do território como vocacionada
ambiente sonoro, está patente no Regulamento Geral para uso habitacional, ou para escolas, hospitais ou
do Ruído (RGR), ou seja, no Decreto-Lei n.º 9/2007, de similares, ou espaços de lazer, existentes ou previstos,
17 de Janeiro. Este documento classifica os locais como podendo conter pequenas unidades de comércio e de
“zonas sensíveis” e “zonas mistas” na perspectiva da sua serviços destinadas a servir a população local, tais como
susceptibilidade ao ruído. cafés e outros estabelecimentos de comércio tradicional,
sem funcionamento nocturno.”

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As zonas mistas descrevem-se como “áreas definidas equivalente ponderado para a malha A (correspondente
em plano municipal de ordenamento do território, cuja à resposta do ouvido humano ao ruído para as diferentes
ocupação seja afecta a outros uso, existentes ou previstos, bandas de frequência), com a fonte ruidosa em
para além dos referidos a definição de zona sensível.” funcionamento (pedreira ou mina em funcionamento) e
O RGR estabelece também os períodos de referência LAeq (off ) representa o nível sonoro contínuo equivalente
a considerar: o período diurno que compreende o ponderado para a malha A, com a fonte ruidosa
intervalo de tempo entre as 07:00 e as 20:00 horas, o inactiva.
período do entardecer que compreende o intervalo de As diferenças apresentadas anteriormente poderão ser
tempo entre as 20:00 horas e as 23:00 horas; e o período incrementadas pelo factor d em função da duração
nocturno que compreende o intervalo de tempo entre acumulada do ruído particular (ruído específico da
as 23:00 e as 07:00 horas. actividade que se está a estudar) segundo o exposto no
Os valores limite de ruído são estabelecidos de acordo Quadro 5.
com o tipo de zona considerado, expressos pelo indicador Numa pedreira ou mina que labore em dois turnos no
de ruído diurno-entardecer-nocturno (L den) e pelo período entre as 7:00 e as 23:00 sem qualquer interrupção
indicador de ruído nocturno (Ln). O parâmetro Lden é o valor limite para o critério de incomodidade será de
dado pela expressão seguinte: 5 dB(A) no período diurno e de 4 dB(A) no período
entardecer.

QUADRO 5
Incrementos no nível de ruído
Para cada um dos parâmetros indicados (Lden e Ln) existe
um limite máximo de ruído que é estabelecido segundo Valor da relação (q) entre a duração acumulada de

o tipo de zona considerado (Quadro 4). ocorrência do ruído particular e a duração total do d [dB(A)]
período de referência
q ≤ 12,5% 4
QUADRO 4
12,5% < q ≤ 25% 3
Limites de ruído ambiente para zonas sensíveis e zonas mistas
25% < q ≤ 50% 2
Tipo de local Lden Ln
50% < q ≤ 75% 1
Zona Sensível 55 dB(A) 45 dB(A)
q < 75% 0
Zona Mista 65 dB(A) 55 dB(A)

Para a análise do Critério de Incomodidade o valor


A definição destas zonas está a cargo das Câmaras do LAeq do ruído ambiente determinado durante a
Municipais. Se não existir uma classificação definida ocorrência do ruído particular deve ser corrigido de
para o local os limites a aplicar são: 63 dB(A) para o Lden acordo com as características tonais ou impulsivas do
e 53 dB(A) para o Ln. ruído particular, passando a designar-se por nível de
Relativamente às actividades ruidosas permanentes, avaliação, LAr , aplicando a seguinte fórmula:
o artigo 13º do RGR estabelece que a instalação e LAr=LAeq+K1+K2
exercício de actividades ruidosas permanentes em zonas
K1 é a correcção tonal e K2 é a correcção impulsiva.
mistas, na envolvente de zonas mistas ou sensíveis ou na
proximidade de receptores sensíveis isolados estão sujeitos Estes valores são K1=3 dB(A) ou K2=3 dB(A) se for
ao cumprimento dos limites indicados anteriormente detectado que as componentes tonais ou impulsivas,
e ao cumprimento do critério de incomodidade que respectivamente, são características específicas do ruído
estabelece o seguinte: particular, ou são K1=0 dB(A) ou K2=0 dB(A) se estas
componentes não forem identificadas. Caso se verifique
LAeq (on) – LAeq (off ) < 5 dB(A), entre as 7 e as 20 horas
a coexistência de componentes tonais e impulsivas a
LAeq (on) – LAeq (off ) < 4 dB(A), entre as 20 e as 23 horas
correcção a adicionar é de K1+K2=6 dB(A). O método
LAeq (on) – LAeq (off ) < 3 dB(A), entre as 23 e as 7 horas para detectar as características tonais do ruído dentro do
Em que LAeq (on) representa o nível sonoro contínuo intervalo de tempo de avaliação, consiste em verificar, no

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espectro de um terço de oitava, se o nível sonoro de uma de edifícios de habitação, aos sábados, domingos e
banda excede o das adjacentes em 5 dB(A) ou mais, caso feriados, e nos dias úteis entre as 20 e as 8 horas, junto
em que o ruído deve ser considerado tonal (Figura 4). a escolas durante os horários de funcionamento e junto
O método para detectar as características impulsivas de hospitais e estabelecimentos similares. Há no entanto
do ruído dentro do intervalo de tempo de avaliação a possibilidade dessas actividades se realizarem caso seja
consiste em determinar a diferença entre o nível sonoro emitida uma licença especial de ruído pela respectiva
contínuo equivalente, LA eq, medido em simultâneo Câmara Municipal.
com característica impulsiva e fast. Se esta diferença Como critérios de avaliação da exposição ao ruído,
for superior a 6 dB(A), o ruído deve ser considerado para além dos anteriormente apresentados, de-
impulsivo. vem ainda considerar-se os limites definidos pelo
A título de curiosidade, para actividades ruidosas Decreto-Lei n.º 182/2006, de 6 de Setembro, o qual
temporárias, como é o caso de obras de construção estabelece a protecção dos trabalhadores contra o ruído
civil, o RGR impõe a sua interdição nas proximidades (Quadro 6).

QUADRO 6
Limites de exposição ao ruído e as principais acções a tomar no caso de serem excedidos os valores definidos
Limite Parâmetro Valor Acções a tomar pelo empregador
• Assegurar que os funcionários utilizam os protectores
LEX,8h 87 dB(A) auriculares;
• Tomar medidas imediatas que reduzam a exposição;
Valor limite de exposição • Identificar as causas da ultrapassagem dos valores limite;
140 dB(C) • Corrigir as medidas de protecção e prevenção de modo a
LCPico
(limiar da dor) evitar a ocorrência de situações idênticas;
• Repetir as medições anualmente.
• Assegurar que os funcionários utilizam os protectores
LEX,8h 85 dB(A)
auriculares;
Valor de acção superior
• Repetir as medições anualmente;
LCPico 137 dB(C)
• Realizar testes audiométricos anualmente.
LEX,8h 80 dB(A) • Fornecer protectores auriculares;
Valor de acção inferior
LCPico 135 dB(C) • Realizar testes audiométricos de dois em dois anos.

Aos trabalhadores expostos a níveis de ruído iguais microfone que capta as ondas sonoras, as quais são pos-
ou superiores a 80 dB(A), isto é, a valores superiores teriormente sujeitas a um conjunto de tratamentos de
ao nível de acção inferior estabelecido no Decreto-Lei codificação e filtragem, resultando daí os parâmetros
n.º 182/2006, de 6 de Setembro deverá ser facultada que caracterizam o ruído medido, dos quais se destaca
informação relativa ao risco que tal exposição representa o LAeq (nível sonoro contínuo equivalente).
para a sua saúde e assegurada a formação adequada,
Existem no mercado vários tipos de sonómetros em função
nomeadamente sobre as medidas de prevenção
das suas características e capacidades de medição. O mais
e protecção que se devem observar nos locais de
adequado para fazer estudos de ruído ambiental deve
trabalho.
ser um sonómetro integrador com análise de frequências
(em 1/3 de oitava) e em tempo real, também denominado
2.3 - Equipamentos de medição de analisador em tempo real, o qual permite analisar
o ruído no espectro de frequências em simultâneo com
Para medir os níveis de pressão sonora, também designa- a medição do ruído ambiente (nível sonoro contínuo
do de nível de ruído, utilizam-se aparelhos denominados equivalente - LAeq). Na Figura 4 apresenta-se, a título de
sonómetros. Estes equipamentos são compostos por um exemplo, um analisador de ruído em tempo real.

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FIGURA 4
Exemplo de um analisador de ruído em tempo real

Nas avaliações de ruído ambiental os equipamentos a Na fotografia da figura seguinte é possível observar o
utilizar devem cumprir os requisitos do RGR e da norma sonómetro devidamente montado em tripé preparado
NP 1730 (1996) – “Acústica – Descrição e medição do ruído para medição do ruído junto a um receptor sensível
ambiente”. Como acessórios utilizados nas medições de (habitação).
ruído recorre-se aos seguintes componentes:
• Calibrador sonoro (para calibrar o sonómetro, no FIGURA 5
início e após cada medição); Sonómetro preparado para medição junto de um receptor sensível
• Filtros de 1/3 de oitava (para analisar o espectro
de frequências);
• Software de recolha e tratamento dos dados obtidos
com o sonómetro;
• Tripé (para apoiar o sonómetro);
• Protector de vento.
Nas medições de ruído ambiente deve ser cumprida
a metodologia que consta da norma NP 1730 (1996),
devendo cada medição ser realizada num período de
tempo representativo. Como regras de medição, e de
acordo com a norma supracitada, devem ser adoptadas
as seguintes: 2.4 - Metodologia de avaliação
• Microfone 1,5 m acima do solo;
• Microfone afastado mais de 3,5 m de qualquer Do ponto de vista da saúde humana e da qualidade de
superfície reflectora; vida das populações o ruído é um dos descritores mais
• Medições efectuadas com filtro de ponderação A; importantes de um processo de avaliação de impacte
• Medição realizada em Fast2 (e em Impulsivo noutro ambiental (AIA), necessária no licenciamento de algumas
canal e em simultâneo). unidades extractivas. Quando existem fontes ruidosas
importantes, como é o caso dos equipamentos utilizados

2
Velocidade de reacção do sonómetro à variação do ruído no tempo (existem três velocidades: Fast, Slow e Impulse).

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na exploração e beneficiação nas pedreiras e minas a céu basear-se na análise comparativa dos níveis de ruído
aberto, a importância do descritor é reforçada. preexistentes (situação de referência), na envolvente
Relativamente à definição da área de estudo, para do local onde se irão realizar os trabalhos, com os
avaliação de impactes sobre o ambiente sonoro, esta resultantes das actividades ruidosas relacionadas com a
deve abranger toda a zona de propagação do ruído e laboração da pedreira ou mina, incluindo a expedição
atender à presença de receptores sensíveis ao ruído, dos materiais produzidos na unidade extractiva.
nomeadamente escolas, hospitais, centros de saúde, Nessa avaliação devem ser consideradas todas as operações
habitações, edifícios sensíveis, etc., contemplando a ruidosas associadas à exploração, respectivamente a
própria pedreira ou mina e a sua envolvente. É junto dos desmatação e decapagem, a perfuração, a detonação
receptores sensíveis que deve ser efectuado um estudo de explosivos, a remoção, a beneficiação e a expedição,
mais cuidado sobre o cumprimento dos critérios legais, conforme referido anteriormente. No Quadro 7
avaliando potenciais situações de incomodidade. apresentam-se os intervalos típicos dos níveis de ruído
A avaliação de impactes sobre o ambiente sonoro deve das actividades referidas.

QUADRO 7
Intervalos dos níveis de ruído típicos das diversas actividades realizadas nas unidades extractivas
Actividades Níveis típicos
Desmatação e decapagem
65 - 85 dB (*)
Remoção de espécies vegetais e de terras superficiais
Perfuração
85 – 100 dB (*)
Fragmentação localizada da rocha para aplicação dos explosivos
Detonação dos explosivos
70 – 140 dB (**)
Iniciação dos explosivos e consequente desmonte da rocha
Remoção
65 - 85 dB (*)
Carregamento e transporte do material desmontado
Beneficiação
85 – 100 dB (*)
Beneficiação dos materiais através de processos de britagem, classificação e lavagem
Expedição
65 - 85 dB (*)
Transporte dos agregados em viaturas pesadas

(*) – Níveis de ruído junto do equipamento, mas fora da cabina;


(**) – Níveis de ruído medidos a cerca de 20 m da pega de fogo.

Para avaliar os impactes devem ser medidos junto de ou seja, é utilizado quando se conseguem discretizar
habitações ou de outros receptores sensíveis os níveis intervalos de tempo, no período de referência, em que o
de ruído com a pedreira ou mina em laboração (ruído ruído tem um comportamento do tipo contínuo. Assim,
ambiente na presença do ruído particular - LAeq (on)), se através de medições representativas de cada tipo de
as actividades já estiverem a decorrer, e o ruído residual ruído e sabendo a sua duração é possível determinar o
com a pedreira ou mina parada (ruído ambiente na nível de ruído correspondente ao período de referência
ausência do ruído particular - LAeq (off )). Se ainda não através dos valores obtidos para cada medição discreta,
existirem actividades industriais será medido apenas o utilizando a seguinte expressão:
ruído residual (LAeq (off )).
A medição de ruído pode ser efectuada através de dois
métodos: directo ou indirecto. O método directo consiste
em que: LAeq, T – Nível sonoro contínuo equivalente
em medir o ruído durante todo o período de referência,
para todo o período T;
sendo utilizado quando o ruído apresenta grandes
variações ao longo do tempo. O método indirecto consiste n – Número de medições realizadas;
em medir os vários ruídos característicos do período de LAeq, Ti – Nível sonoro contínuo equivalente
referência durante intervalos de tempo representativos, para cada intervalo Ti.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Para a avaliação de impactes sobre o ambiente impactes deverá considerar esse dinamismo analisando
sonoro podem ser efectuadas medições de ruído potenciais variações dos impactes em função do tempo.
pontuais junto dos receptores sensíveis, utilizando os Devem ser também considerados e avaliados os impactes
métodos anteriormente apresentados, ou recorrendo a cumulativos gerados por outras actividades ruidosas,
mapas de ruído elaborados com recurso a programas quer da pedreira ou mina, quer de fontes externas.
computacionais de modelação.
De referir que os impactes ambientais deverão ser 2.5 - Análise de resultados
avaliados quer para o período de referência diurno,
entardecer e nocturno, neste último, no caso de
Para analisar os potenciais impactes sobre o ambiente
existirem trabalhos ruidosos autorizados. Como critérios
sonoro é necessário caracterizar o ruído ambiente da
a utilizar para suportar a avaliação de impactes devem
situação de referência (ausência de ruído da pedreira
ser utilizados os constantes da legislação e normalização
ou mina). Essa caracterização pode ser realizada através
nacional, já apresentados, e ainda outros, provenientes
de medições pontuais efectuadas junto dos receptores
da normalização internacional, dos padrões e directrizes
sensíveis (Figura 6) ou através da elaboração de mapas de
contidos em publicações, das recomendações de entidades
ruído (Figura 7). Com base nos valores de ruído ambiente
credenciadas, dos códigos de boas práticas, assim como obtidos para a situação de referência e comparando-os
da política da empresa. com os determinados, por medição ou por modelação,
Como a laboração da pedreira ou mina pode ser para a pedreira ou mina em funcionamento é possível
considerada uma operação dinâmica, na medida em analisar e avaliar os potenciais impactes ambientais
que as frentes de trabalho poderão variar espacialmente (Figura 6 e Figura 7) da entrada em funcionamento das
em função dos avanços pretendidos, a avaliação de actividades ruidosas em estudo.

FIGURA 6
Estudo do ruído com base em medições pontuais junto dos receptores sensíveis

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

FIGURA 7
Mapas de ruído para diversas fases da exploração de uma pedreira ou mina a céu aberto

A avaliação de impactes deverá ser realizada com base nas O estudo do ambiente sonoro com base em mapas de
classificações e limites constantes do RGR (zonas sensíveis ruído permite analisar a evolução dos níveis de ruído
e zonas mistas) ainda que não estejam incorporados na expectáveis em toda a envolvente e também junto de
maior parte dos Planos Directores Municipais. Apesar receptores sensíveis, sendo, no entanto, aconselhável a
disso as actividades ruidosas a instalar em determinada realização de medições pontuais de validação do modelo
zona deverão ter em conta o que está estipulado sobre no caso de existir necessidade de analisar situações de
essa matéria, tentando convergir para os requisitos incomodidade, sobretudo junto de escolas, hospitais,
exigidos (valores limite de exposição estabelecidos para lares, ou outras zonas onde a qualidade do ambiente
zonas sensíveis e mistas), em função das características do sonoro deverá impreterivelmente ser preservada. Tendo
local. Adicionalmente deve ser avaliado o cumprimento como base a classificação de impactes, o ruído gerado
do critério de incomodidade (artigo 13.º - Actividades pela detonação de substâncias explosivas podem ser
ruidosas permanentes), junto dos receptores sensíveis. classificados como impactes negativos, certos, directos e
Relativamente aos critérios de exposição pessoal ao temporários, cuja magnitude e significância depende das
ruído, também estes devem ser considerados na análise características da intervenção e dos valores ambientais
de resultados e consequente avaliação de impactes sobre em causa.
o ambiente sonoro, devendo analisar-se se os níveis Os efeitos dos impactes gerados pelo ruído podem
de ruído de pico resultantes das detonações excedem afectar o ser humano, ao nível fisiológico (perda de
os 140 dB (C), junto de receptores sensíveis, e se os audição) e psicológico (problemas em dormir, stress,
trabalhadores da pedreira ou mina, ou terceiros, estão problemas de concentração, etc.), gerar danos materiais
sujeitos a níveis de exposição pessoal diária superiores a e afectar determinadas espécies faunísticas existentes
87 dB(A). Este último critério, relativo a trabalhadores da na envolvente.
pedreira ou mina, resulta num impacte ambiental local,
relacionado com a segurança e saúde no trabalho.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

2.6 - Medidas de minimização de impactes sobre Medidas organizacionais


o ambiente sonoro Relacionadas com a alocação espacial e temporal
de meios e com a organização espacial da área de
intervenção (e.g.: evitar a concentração de operações
As medidas de minimização de impactes a implementar
ruidosas).
ao nível do ruído podem ser de vários tipos, em
função do objectivo a atingir e das suas características, Medidas gerais
respectivamente: Associadas à sensibilização e informação dos
Técnicas trabalhadores relativamente ao ruído.
Relacionadas com os equipamentos utilizados e/ou Existem ainda medidas específicas que podem ser
com as técnicas utilizadas nas operações associadas implementadas para minimizar o ruído de determinada
à laboração da pedreira ou mina (e.g.: utilização de operação, designadamente das operações de decapagem,
equipamentos que cumpram os requisitos do RGR da perfuração, da detonação e/ou da remoção, da
e da legislação complementar relativa à emissão de beneficiação e do transporte. No Quadro 8 apresentam-se
ruído). as principais medidas de minimização do ruído das
operações associadas à laboração de pedreiras e minas
Acústicas
a céu aberto.
Ligadas aos equipamentos acústicos tais como
barreiras acústicas (e.g.: cortinas arbóreas, cortinas
de aterro).

QUADRO 8
Principais medidas de minimização do ruído das operações associadas à laboração de pedreiras e minas a céu aberto
Medidas de minimização Ilustração
PERFURAÇÃO

Utilizar equipamentos modernos equipados com silenciadores.

Usar sistemas hidráulicos de perfuração em detrimento dos sistemas


pneumáticos.

Evitar efectuar a operação de perfuração junto de outras operações


ruidosas (e.g.: operação com martelo hidráulico equipado em
giratória).

Recorrer a operador de perfuradora com formação adequada e


sensibilizado para o ruído.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Medidas de minimização Ilustração


DETONAÇÃO

Atacar adequadamente o explosivo ao furo, evitando a presença de


espaços vazios entre os cartuchos de explosivo e as paredes do furo.

Efectuar um registo da perfuração onde se anotem eventuais


heterogeneidades no interior do furo (e.g.: aparecimento de
cavidades cársicas nos maciços calcários).

O diagrama de fogo deve ser projectado em função das características


do maciço rochoso a desmontar e das suas especificidades (grau de
alteração, fracturação, presença de água, etc.).

Evitar carregar os furos com quantidades excessivas de explosivo.

Quando se recorrer a cordão detonante, não devem ser deixadas


pontas fora do furo.

Os detonadores devem ser colocados sempre dentro do furo.

REMOÇÃO

Utilizar equipamentos modernos equipados com silenciadores (pás


carregadoras, escavadoras giratórias e dumpers).

Gerir a operação de modo a minimizar a concentração de


equipamentos no local de remoção.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Medidas de minimização Ilustração


BRITAGEM E LAVAGEM

Blindar as unidades de britagem, de lavagem, entre outras,


nomeadamente os crivos, as zonas de queda dos materiais e os
motores de accionamento dos tapetes transportadores ou outros.

Equipar as zonas de queda dos materiais (tremonhas) com materiais


absorventes de ruído (telas de borracha).

2.7 - Monitorização do ambiente sonoro 2.7.3 - Locais de medição


As medições de ruído deverão ser efectuadas priorita-
2.7.1 - Introdução e objectivos riamente na envolvente das áreas onde serão realizadas
intervenções, junto de locais sensíveis ou em zonas onde
A monitorização do ambiente sonoro visa verificar o
existam queixas de incomodidade.
cumprimento do estabelecido no RGR, relativamente a
valores limites de ruído, ao critério de incomodidade, e A selecção dos pontos de monitorização deve basear-se
também à verificação da exposição a valores máximos na sensibilidade dos locais do ponto de vista do ambiente
sonoro e na avaliação prévia do ruído e/ou nos valores
de pico. Tem ainda como objectivos evitar situações
previstos pelo modelo. Os locais de monitorização
anómalas ou detectá-las numa fase prévia, ajudando a
deverão permitir o estudo do ambiente sonoro em toda
minimizar impactes motivados por desvios ao modelo
a envolvente da unidade extractiva.
preconizado e a prevenir situações de conflito com
populações.
A monitorização dos níveis de ruído ambiente deve 2.7.4 - Equipamento
atender à natureza ruidosa das acções a realizar para O equipamento mais adequado para monitorizar o ruído
a laboração de pedreiras e minas, especialmente, a céu deverá ser um sonómetro do tipo analisador de ruído em
aberto. tempo real, equipado com filtro de análise de frequências
de 1/3 de oitava.
A definição de um plano de monitorização para o
ruído associado à laboração de pedreiras e minas deve
contemplar a situação de referência existente, as acções 2.7.5 - Periodicidade da monitorização
decorrentes da exploração e de beneficiação do material A periodicidade ordinária de medição de ruído deverá
extraído, o quadro de impactes previsto ao nível do ser ajustada em função dos trabalhos ruidosos a realizar
ambiente sonoro e as medidas de minimização passíveis e da presença de receptores sensíveis na envolvente dos
de implementar. locais de trabalho da pedreira ou mina.
Deverão ser sempre monitorizados os trabalhos desde
2.7.2 - Parâmetros a monitorizar o início da laboração, sempre que possível, e caso
os valores de ruído obtidos se mantenham dentro
Os parâmetros a monitorizar deverão ser os seguintes:
de limites bem definidos e abaixo dos limites legais,
• LAeq em modo fast e impulse em simultâneo (para poderá ser diminuída, gradualmente, a periodicidade
determinação do ruído ambiente e efectuar a correcção das medições nos pontos de monitorização, mas só
impulsiva – Anexo I do RGR); se os trabalhos seguintes possuírem características
• Análise em classes de frequência da banda de 1/3 idênticas aos primeiros (e.g.: localização semelhante,
de oitava (para efectuar a correcção tonal – Anexo I do mesmos equipamentos de perfuração e remoção, e igual
RGR); diagrama de fogo, etc.).
• MaxLPico para averiguar sobre o valor máximo de No caso de reclamações devem ser realizadas medições
pico resultante da detonação. extraordinárias.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

2.7.6 - Duração da monitorização Neste processo não deverá ser promovido, pelas
O programa deverá ser mantido durante toda a fase empresas exploradoras, um bom relacionamento da
de preparação, exploração e desactivação da pedreira unidade extractiva com as populações ou com outros
ou mina. receptores sensíveis, com o objectivo de integrar a
actividade na região onde se insere através do respeito
pelo ambiente.
2.7.7 - Entidades envolvidas e responsabilidades
A implementação das actividades de monitorização
caberá ao explorador, devendo ser elaborados relatórios BIBLIOGRAFIA
periódicos de monitorização para apoio da gestão Bernardo, P. (2004) – “Impactes Ambientais do Uso de Explosivos na
ambiental das actividades industriais em causa. Escavação de Rochas, com ênfase nas Vibrações”. Tese de Doutoramento.
Os resultados e as conclusões apresentadas nos relatórios Instituto Superior Técnico – Departamento de Minas. Lisboa.

de monitorização devem ser analisados com vista à Brüel&Kjaer Sound & Vibration Measurement A/S. 2002. Environmental
implementação imediata de medidas de minimização e Noise, Naerum, Denmark (DK).

controlo no caso da detecção de situações anómalas, ou Gayubas, J. C. (1998) - “Guía prática para el control del Ruído Ambiental
seja, potenciadoras de conflitos com os receptores de en Canteras e Graveras”. Ed. Carlos Lopez Jimeno – Entorno Gráfico

ruído existentes. S.L. Madrid.


Morris, Peter; Therivel, Riki (2001). “Methods of Environmental Impact
No caso de reclamações deve ser analisada a sua
Assessment” (2nd Edition). Spon Press. p. 492.
motivação. Caso se verifique a existência de situações de
Rau, J.G. and Wooten, D.C. (1980) - “Environmental impact analysis
incomodidade devem ser explicadas aos reclamantes as
handbook.”, New York, McGraw-Hill Book Co.
medidas a implementar e acompanhada a sua eficácia.
LEGISLAÇÃO E NORMAS
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Decreto-Lei n.º 162/90, de 22 de Maio (1990) – “Estabelece o regulamento
geral de higiene e segurança no trabalho nas minas e pedreiras”. Imprensa
Nacional Casa da Moeda, Lisboa.
As actividades de indústria extractiva, sobretudo as
Decreto-Lei n.º 182/2006, de 6 de Setembro (2006) – “Transpõe para a
realizadas a céu aberto, geram ruído. Uma vez que o
ordem jurídica interna a Directiva n.º 2003/10/CE do Parlamento Europeu
ruído se assume actualmente como um dos factores
e do Conselho, de 6 de Fevereiro, relativa às prescrições mínimas de segurança
ambientais que motiva mais reclamações, as empresas
e saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devido ao ruído.
exploradoras de pedreiras e minas devem estar Imprensa Nacional Casa da Moeda, Lisboa.
sensibilizadas para a incomodidade que podem gerar,
Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro (2007) – “Regulamento Geral
bem como para a possibilidade de adoptarem planos de do Ruído”. Imprensa Nacional Casa da Moeda, Lisboa.
monitorização de ruído.
Norma Portuguesa NP 1730-1 (1996) - “Acústica – Descrição e medição do
As actividades de monitorização complementadas com ruído ambiente – Parte 1: Grandezas Fundamentais e procedimentos” 1996.
a implementação, sempre que necessário, de medidas Norma Portuguesa NP 1730-2 (1996) - “Acústica – Descrição e medição
de minimização e controlo adequadas permitem evitar do ruído ambiente – Parte 2: Recolha de dados relevantes para o uso do solo”
situações de conflito com populações vizinhas ou outros 1996.
receptores sensíveis ao ruído existentes na vizinhança de Norma Portuguesa NP 1730-3 (1996) – “Acústica – Descrição e medição do
pedreiras e minas. ruído ambiente – Parte 3: Aplicação aos limites do ruído” 1996.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Síntese da Evolução da Economia Mundial das Rochas


Ornamentais em 2008
Octávio Rabaçal Martins
Engenheiro de Minas

Palavras-chave: Economia mundial; Globalização; Rochas ornamentais; 2008.

A profunda crise económica e financeira mundial, MILHÕES DE METROS QUADRADOS


iniciada em Agosto de 2007 nos Estados Unidos da Equivalentes à espessura convencional de 2 centímetros:
América em relação com a especulação imobiliária, Uso: 1150 – 1129,7 = 20,3 <> + 1,80%.
acabou por ref lectir-se inevitavelmente no Sector
Mundial das Rochas Ornamentais, levando em 2008 à A conjuntura desencadeada pela crise da alta finança
quase estagnação da produção útil do ramo extractivo norte-americana rapidamente se estendeu à maior parte
e ao recuo de 2,25% do intercâmbio, à semelhança do do Ocidente, mas com inevitáveis reflexos em todo o
que aconteceu em 1998. mundo, acabando por ter consequências apreciáveis no
Contudo o volume das utilizações verificadas em 2008 Sector Pétreo Decorativo Mundial e no seu induzido
logrou conquistar o avanço de 1,80% em relação ao tecnológico, isto é, o seu ramo fabril colateral, que todavia
apuramento de 2007. manifestaram uma capacidade reactiva superior à média
da economia global, como comprovam os resultados
O confronto dos resultados de 2008 com os seus
auferidos em 2008 pela produção, pelo intercâmbio e
congéneres de 2007 permite comprovar um andamento
pelas utilizações, tendo estas mesmo avançado.
bastante difícil.
O exercício em causa aparece caracterizado por condições
difíceis, como não se viram no último vinténio, e de tal
MILHÕES DE TONELADAS maneira que virão reflectir-se de modo significativo no
Produção: 105 – 103,5 = 1,5 <> + 1,45%; andamento previsto para 2009. Em medida tal que uma
Intercâmbio: 45,193 – 46,232 = -1,039 <> -2,25%. retoma apreciável apenas se espera a partir de 2010, quer

19
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

no campo financeiro quer no domínio industrial, aqui importância, em quantidade, são: China, Índia, Turquia,
sujeito a maiores condicionalismos. Itália, Irão, Brasil e Espanha, representando 72,7%
O Sector das Rochas Ornamentais vinha-se distinguindo da extracção útil mundial, superando de cerca de um
por um desenvolvimento notavelmente superior ao da ponto a quota de 2007 e de quatro pontos a de 2005,
Economia Mundial, que a estagnação de 2008 não logrou confirmando a presença de uma forte concentração
eliminar, comprovando as suas reais possibilidades. geralmente extensiva à fase transformadora, e daí
Confirmam essa realidade os resultados obtidos no longo também à distribuição.
prazo: de 1990 em diante, a produção cresceu à razão Em particular, a China consolidou a sua alta primazia
de 7,1% ao ano, e o intercâmbio em volume avançou em todas as modalidades pétreas, exprimindo 26,2% da
à taxa de 8,7%, ainda que no exercício de 2008 tenha extracção mundial e acima de um quarto da exportação
retrocedido 2,25%. ponderal.
O incremento extractivo de rocha útil patente em 2008 Portugal perdeu terreno em 2008, mas no campo
surge como o mínimo do vinténio em apreço, enquanto extractivo mantém a 9.ª posição na classificação mundial,
a diminuição das trocas internacionais tivera um descendo os seus resultados para 2,7 milhões de toneladas
precedente de análoga expressão somente no ano de na produção global, contra 3 milhões em 2007 (em 2008
1998, com causas bem conhecidas. coube às rochas ornamentais susceptíveis de polimento o
Em boa verdade, o balanço do nosso sector em 2008 dado de 1,6 milhões de toneladas, representando -9,6%
pode considerar-se discreto, pelo menos em relação a que em 2007, surgindo a rubrica “Mármore e outros
outras modalidades económicas, tendo presente que o calcários” com 1,3 milhões T e a classe “Granito e pedras
agregado pétreo mundial pôde alcançar resultados de similares” com apenas 0,3 milhões, perdendo esta cerca
certo modo competitivos mercê do bom comportamento de 25% em consequência da impetuosa arrancada da
quase exclusivo dos países asiáticos e da China em China e da Índia), incluindo a ardósia e a pedra natural
primeiro lugar. talhada para calcetamento, esta também em recessão.
Em números absolutos, a extracção útil mundial em Os preços, nos mercados predominantes, caracteri-
2008 restringiu-se a 105 milhões de toneladas, cujo zaram-se por resultados por vezes retrocedentes, mas
processamento conduziu à aplicação de um volume da na maioria dos casos em aumento razoável, a começar
ordem de 1150 milhões de metros quadrados equivalentes pela própria China, onde a cotação do material laborado
à espessura convencional de 2 centímetros, granjeando conseguiu evidenciar, após alguns anos de quedas his-
o apreciável acréscimo de 1,8%. tóricas observadas até 2003, uma ulterior retoma que se
A utilização unitária – já vivem no nosso planeta 6150 repetiu ao longo do último quadriénio, colocando-se em
milhões de pessoas – ascendeu em 2008 a 187 metros 2008 em torno de 15 Єuros/m2 (o preço médio italiano
quadrados por mil habitantes, contra 184 em 2007 e apresenta-se aproximadamente triplo), contra 10 Єuros
apenas 135 em 2003, comprovando uma escalada de em 2003 e 13,5 Єuros em 2007, confirmando certa apro-
notória relevância. ximação à média mundial.
O papel mais destacado para a substancial consolidação O fenómeno chinês, embora para isso tenham contribuído
dos resultados de 2008 no quadro da globalização coube razões monetárias, conf irma o advento de uma
uma vez mais ao intercâmbio, que ultrapassou os 45 razoável estratégia de rendibilidade, após um período
milhões de toneladas (682,9 milhões de metros quadrados de estagnação bastante generalizada das cotações
equivalentes), levando em consideração os contributos praticadas também pelos maiores produtores mundiais,
da pedra em bruto e laborada, correspondendo determinada pelo rápido desenvolvimento técnico e
respectivamente a 44,7% e 55,3% do total, donde resulta tecnológico, pelas fabulosas conquistas da Ciência, da
que a maioria absoluta das utilizações mundiais, da Técnica e da Tecnologia.
ordem de dois terços, se referem a materiais extraídos Os preços médios dependem ainda da composição
e frequentemente transformados em países diferentes dos lotes, contribuindo para uma certa estabilização a
daqueles onde são aplicados. crescente preferência por materiais correntes produzidos
Os sete maiores produtores, por ordem decrescente de em série.

20
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Quanto às variedades de rochas comercializadas em evolução extractiva e a do processamento, estimando-se


2008, cumpre assinalar uma ligeira recuperação dos para 2008 cerca de 35 milhões de cargas e descargas.
materiais silíciosos em relação aos calcários, que todavia Com respeito aos produtos alternativos concorrentes,
mantiveram a maioria de três quintos em quantidade, especialmente o mosaico cerâmico e o grés porcelanado,
enquanto o destino preferencial resta o da edificação, a sua disponibilidade global em termos quantitativos
com três quartos das aplicações globais. (cerca de 8,2 mil milhões de metros quadrados em 2008)
Importa acrescentar com respeito à China que a sua vasta superou de sete vezes a dos artefactos pétreos decorativos,
exportação em volume, constituída primacialmente por sem apreciáveis variações ponderais em relação a 2007,
produtos acabados, deixando ao material em bruto quotas sublinhando, também à luz de tal confronto, as amplas
marginais, ultrapassou 11,8 milhões de Toneladas, com perspectivas de crescimento do sector das Rochas
posições prioritárias e substancialmente monopolísticas Ornamentais, com a condição de vir a ser suportado
na Coreia do Sul e no Japão, mas com forte presença por uma adequada política promocional capaz de
também nos E.U.América e na União Europeia, com a incrementar substancialmente as utilizações, ainda a um
Alemanha à frente. nível muito baixo na referência “per capita”, não obstante
Convém sublinhar que num ano difícil como 2008 algumas iniciativas de bom impacto, como a respeitante
as expedições internacionais da China conseguiram à Marca Europeia de Qualidade, aos simpósios de âmbito
progredir ao nível de 300 mil Toneladas, auferindo o técnico e tecnológico, e aos prémios de arquitectura.
aumento de 2,2%, em excelente contratendência em O exame diferenciado por países coloca em evidência
relação ao andamento mundial. o facto do desenvolvimento do mundo pétreo ser
Uma atenção específica merece o comportamento do governado por processos bastante variáveis: neste
induzido tecnológico das Rochas Ornamentais, e em sentido, se os aumentos maiores foram conseguidos pela
particular o que respeita às tecnologias de processamento China, e em medida mais contida por outros produtores
(máquinas e bens instrumentais), já que as referentes à asiáticos, enquanto a queda da procura norte-americana
extracção não aparecem exclusivas. veio equiparada à europeia, mas sobretudo agravada
No que respeita às instalações industriais, o ano de pela retirada do Brasil, constata-se que a conjuntura
2008 fechou com uma produção mundial estimada em das economias pétreas maduras apresentou em 2008
280 mil toneladas, das quais dois terços se destinaram características estacionárias, com renovadas tendências
ao intercâmbio internacional, e vieram a confirmar a de estagnação em Itália, onde a quota de mercado dos
habitual primazia da Itália. artefactos desceu a 9%, contra 49,2% da China, que
O balanço positivo da tecnologia italiana surgiu cresceu quatro pontos.
completado com os consumíveis e em particular com Na Grécia, em quantidade, as importações ultrapassaram
os abrasivos e com os utensílios diamantados, cujas as exportações.
exportações em valor deram lugar à alta facturação de
A África do Sul permanece na estagnação, optando pela
130 milhões de Єuros.
defesa dos altos preços.
A movimentação pétrea decorativa internacional
Os preços dos artefactos continuam a mostrar-se
ficou caracterizada, como no passado, por ampla e
substancialmente diferentes de país para país, com
lógica prevalência dos meios navais, não sem alguns
cotações médias na exportação que variam dos
constrangimentos, sobretudo no período final do
43,80 Єuros da Itália para os 30,60 da Espanha e os
exercício, resultantes das limitações das disponibilidades,
30,90 do Brasil, e para o mínimo de 13,75 da China,
a que não foi estranha a acentuada queda dos fretes.
em singular contraste com os 41,30 da Formosa, na
Também por esta razão, assistiu-se a uma nova recupe- vanguarda asiática.
ração dos transportes ferroviários, quer de longo quer
Em particular, a cotação italiana logrou conquistar o
de pequeno curso, com realce para os aprovisionamentos
aumento de meio ponto.
chineses de blocos da Escandinávia, enquanto aumenta o
volume dos transportes rodoviários, embora com incre- Na maioria dos casos, os valores médios caracterizaram-se
mentos marginais, assumindo um papel complementar pelo declínio.
dos dois primeiros, e acompanhando de certo modo a No tocante às importações, pelo contrário, os valores

21
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

médios mais altos por unidade de produto verificaram-se acabam por criar estrangulamentos opostos à lógica do
na Europa Ocidental, no Japão, e uma vez mais no desenvolvimento.
mercado norte-americano que sob este ponto de vista O sector pétreo decorativo apresenta conteúdos sociais
escapou aos efeitos da sua grave crise económica e muito elevados, com a possibilidade de criar novos postos
financeira, quase a sublinhar a reduzida influência de trabalho com meios financeiros contidos. Nalguns
da conjuntura negativa sobre os materiais pétreos países terceiro-mundistas apresenta-se apto para
decorativos de alto prestígio. desencadear processos de desenvolvimento onde outros
Devem ser examinadas finalmente as perspectivas ramos económicos não possuem análoga capacidade
de desenvolvimento da produção e do intercâmbio, estratégica e táctica.
particularmente tendo em atenção a actual crise Por tudo isto, o nosso sector tem direito a ser objecto
económica e financeira mundial. de especiais atenções, não só nos países em vias de
Em ambos os casos, as previsões, embora subordinadas desenvolvimento, mas também nas economias maduras,
a critérios oportunamente prudenciais, apresentam- onde apresenta conteúdos cada vez mais importantes não
-se favoráveis, tanto que em 2025 o volume útil total apenas sob o ponto de vista económico, mas ao mesmo
de Rochas Ornamentais extraídas no mundo deveria tempo também no plano dos valores humanos.
colocar-se em torno de 360 milhões de Toneladas,
dando lugar a uma utilização da ordem de 4 mil
milhões de metros quadrados equivalentes, enquanto o
quantitativo objecto de intercâmbio internacional deveria
alcançar 2,2 mil milhões de metros quadrados. Podem POSIÇÕES PAUTAIS
parecer números exagerados, mas resultam largamente 25.15 – Rochas carbonatadas em blocos e serradas;
inferiores, como atrás se disse, aos alcançados pelos 25.16 – Rochas siliciosas em blocos e serradas;
materiais cerâmicos – mosaico e grés porcelanado – no 68.01 – Pedra natural talhada para calcetamento;
exercício de 2008. 68.02 – Rochas calcárias e siliciosas em obra;
Com fundamento se pode presumir que a tendência de 68.03 – Ardósia laborada.
crescimento do nosso sector, superado o estrangulamento
induzido pela estagnação de 2008, prossiga, pelo menos
em 2010, em relação com a esperada retoma da economia
mundial, com uma taxa não inferior à do passado, desde
que venham a ser solucionados problemas graves tais
como os da criação das indispensáveis infra-estruturas,
de modernização e ampliação das unidades industriais,
e da armazenagem e do aproveitamento económico dos
resíduos, melhor dizendo, hoje rejeitados, da extracção e
do processamento, a todos os níveis nacionais e regionais,
mas antes de mais à escala mundial, exigindo redobrados
esforços no campo da investigação.
Trata-se de problemas decisivos a enfrentar com urgência
e com determinação, tendo em consideração o papel
fundamental dos investimentos e da necessidade de
potenciá-los no plano empresarial através de adequados
estímulos e incentivos.
Isto diz respeito não só ao momento produtivo, mas
também ao da comunicação e da promoção, e com
atenções especiais para a questão dos rejeitados, lutando
hoje e cada vez mais no futuro com dificuldades de
armazenagem e de compatibilidade ambiental, que

22
QUADRO I
Indústria Pétrea Decorativa Mundial
Andamento histórico e tipologias do intercâmbio
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Códigos 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000
% % % % % % % % % % % % % % %

Tipologias
Ton. Ton. Ton. Ton. Ton. Ton. Ton. Ton. Ton. Ton. Ton. Ton. Ton. Ton. Ton.

25.15 1 390 9,2 1 396 9,0 1 533 8,8 1 987 10,3 2 073 11,0 2 319 11,1 3 071 13,5 3 237 13,4 3 806 15,0 5 206 17,6 5 430 16,5 6 265 17,4 7 495 18,1 8 271 17,9 9 384 20,8

25.16 6 356 42,1 6 024 38,7 6 562 37,8 7 515 39,2 6 785 36,3 7 901 38,0 7 754 34,1 8 576 35,6 8 426 33,2 8 346 28,2 10 237 31,2 10 266 28,4 10 562 25,5 11 429 24,7 10 816 23,9

Total 7 746 51,3 7 420 47,7 8 095 46,6 9 502 49,5 8 858 47,3 10 220 49,1 10 825 47,6 11 813 49,0 12 232 48,2 13 552 45,8 15 667 47,7 16 531 45,8 18 057 43,6 19 700 42,6 20 200 44,7

Pedra em bruto
2
Milhões m 84,5 (38,4) 81,0 (34,9) 88,4 (34,1) 103,7 (36,7) 96,7 (34,7) 111,5 (36,3) 118,1 (34,9) 128,9 (36,2) 133,5 (35,4) 147,9 (33,3) 171,0 (35,0) 180,4 (33,3) 197,1 (31,4) 215,0 (30,5) 220,5 (32,3)

68.01 17 270 11,4 1 903 12,2 2 278 13,2 2 245 11,7 2 142 11,5 2 484 11,9 2 995 13,2 2 671 11,1 2 659 10,5 3 206 10,8 2 726 8,3 3 689 10,2 3 804 9,2 3 814 8,2 3 702 8,2

68.02 5 029 33,4 5 606 36,0 6 267 36,2 6 675 34,8 6 866 36,8 7 214 34,7 7 845 34,5 8 651 35,9 9 610 37,9 11 758 39,7 13 202 40,2 14 582 40,5 18 138 43,8 21 150 45,8 19 791 43,8

68.03 581 3,9 644 4,1 700 4,0 769 4,0 815 4,4 887 4,3 1 086 4,7 967 4,0 880 3,4 1 070 3,6 1 252 3,8 1 256 3,5 1 369 3,4 1 568 3,4 1 500 3,3

Pedra Laborada
Total 7 337 48,7 8 153 52,3 9 245 53,4 9 689 50,5 9 823 52,7 10 585 50,9 11 926 52,4 12 289 51,0 13 149 51,8 16 034 54,2 17 180 52,3 19 527 54,2 23 311 56,4 26 532 57,4 24 993 55,3

2
Milhões m 135,7 (61,6) 150,8 (65,1) 171,0 (65,9) 179,2 (63,3) 181,7 (65,3) 195,8 (63,7) 220,6 (65,1) 227,3 (63,8) 243,2 (64,6) 296,6 (66,7) 317,8 (65,0) 361,2 (66,7) 431,3 (68,6) 490,8 (69,5) 462,4 (67,7)

Total geral 15 083 100 15 573 100 17 340 100 19 191 100 18 681 100 20 805 100 22 751 100 24 102 100 25 381 100 29 586 100 32 847 100 36 058 100 41 368 100 46 232 100 45 193 100

2
Milhões de m 220,2 100 231,8 100 259,4 100 282,9 100 278,4 100 307,3 100 338,7 100 356,2 100 376,7 100 444,5 100 488,8 100 541,6 100 628,4 100 705,8 100 682,9 100

Fonte: “Stone 2009” – World Marketing Handbook.


“Eurostat”.
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

QUADRO II
Exportação Pétrea Decorativa Mundial em Valor
2001 2005 2006 2007 2008
Países Milhões Milhões Milhões Milhões Milhões
% % % % %
de uros de uros de uros de uros de uros
China 620,0 15,6 1 583,9 19,8 2 033,1 22,0 2 432,7 22,1 2 803,6 24,8
Itália 1 169,5 29,5 1 568,5 19,6 1 609,5 17,5 1 850,9 16,8 1 860,8 16,5
Índia 309,6 7,8 643,8 8,1 723,3 7,8 994,2 9,0 1 061,3 9,4
Turquia 154,8 3,9 585,2 7,3 749,4 8,1 906,3 8,2 934,4 8,3
Espanha 359,5 9,1 833,0 10,4 813,1 8,8 991,7 9,0 921,8 8,2
Brasil 166,0 4,2 566,5 7,1 664,8 7,2 797,2 7,2 681,6 6,0
Portugal 219,5 5,5 210,5 2,6 241,3 2,6 272,8 2,5 273,5 2,4
Grécia 76,9 1,9 75,9 0,9 106,0 1,2 131,4 1,2 140,6 1,2
Outros 887,9 22,5 1 919,0 24,2 2 285,6 24,8 2 651,4 24,0 2 616,9 23,2
Mundial 3 963,7 100,0 7 986,3 100,0 9 226,1 100,0 11 028,6 100,0 11 294,5 100,0

Fonte: “Stone 2009” – World Marketing Handbook. INE.


“Eurostat”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Martins, Octávio Rabaçal – Promoção, Inovação e Relançamento Pétreo


Ornamental Europeu. «Rochas & Equipamentos», Lisboa, n.º 78, 2º
Assomarmi – Associazione del l’Industria Marmifera Italiana e delle
Trimestre 2005.
Industrie Affini – Rilevazione 2008 – Roma (ITÁLIA).
Martins, Octávio Rabaçal - Evolução Técnica e Económica da Indústria
Eurostat Institut of Luxembourg for the European Union Countries
Portuguesa de Rochas Ornamentais. «Rochas & Equipamentos», Lisboa,
– Statistics 2008.
n.ºs 80 – 81, 4º Trimestre 2005, 1º Trimestre 2006.
ICE - Istituto per il Commercio Estero d’Itália - Rilevazione 2008.
Martins, Octávio Rabaçal – Indústria e Comércio das Rochas Ornamentais
International Monetary Fund – Report 2008. à Escala Mundial em 2003. «Rochas & Equipamentos», Lisboa, n.º 84,
MAPEI su la Ripartizione Merceologica nell’Edilizia d’Itália - Statistics 4º Trimestre 2006 e n.º 85, 1º Trimestre 2007.
2008. Martins, Octávio Rabaçal – Evolução do Comércio Externo Português
Martins, Octávio Rabaçal – Rochas Ornamentais da China. Breve de Rochas Ornamentais. «Rochas & Equipamentos», Lisboa, n.º 88, 4
Panorâmica. «Rochas & Equipamentos», Lisboa, n.º 62, 2º Trimestre Trimestre 2007 e n.º 89, 1º Trimestre 2008.
2001. Martins, Octávio Rabaçal – Perspectivas Actuais de Evolução do Sector
Martins, Octávio Rabaçal – Evolução do Sector Mundial das Rochas Pétreo Decorativo Mundial. «Rochas & Equipamentos», Lisboa, n.º 90,
Ornamentais em 2000. «Rochas & Equipamentos», Lisboa, n.ºs 65 – 2º Trimestre 2008.
66 – 67 – 68, 2002. Martins, Octávio Rabaçal – Arrancada das Rochas Ornamentais através
Martins, Octávio Rabaçal – China: Uma Grande Potência em Rochas do Mundo no Ano 2004. «Rochas & Equipamentos», Lisboa, n.ºs 91 - 92,
Ornamentais. «A Pedra», Lisboa, n.º 83, Primavera 2002. 3º e 4º Trimestres 2008.

Martins, Octávio Rabaçal – Concisa Panorâmica sobre o Andamento Martins, Octávio Rabaçal – Traços Principais do Percurso Recente do Secto
dos Sector das Rochas Ornamentais de PORTUGAL. «Rochas & Lusitano de Rochas Ornamentais. «Rochas & Equipamentos», Lisboa,
Equipamentos», Lisboa, n.º 70, 2º Trimestre 2003. n.ºs 94 - 95, 2º e 3º Trimestres 2009.
Montani, Carlo – Stone 2008. World Marketing Handbook. Faenza
Martins, Octávio Rabaçal – Mercados Internacionais de Rochas
Editrice, Faenza (Itália), 2008.
Decorativas: Estados Unidos da América, China e Turquia. «Rochas &
Equipamentos», Lisboa, n.º 70, 2º Trimestre 2003. Montani, Carlo – Stone 2009. World Marketing Handbook. Faenza
Editrice, Faenza (Itália), 2009.
Martins, Octávio Rabaçal – A Indústria das Rochas Ornamentais na
União Europeia. Produção e Mercado Externo. «Rochas & Equipamentos», Napoli, Silvana – Stone Sector 2007. Italian Industry and International
Lisboa, n.º 72, 4º Trimestre 2003. Trends. Carrara, 2008.

Martins, Octávio Rabaçal – Andamento do Sector Planetário das Rochas Napoli, Silvana – Stone Sector 2008. Italian Industry and International
Ornamentais no Ano 2001. «Rochas & Equipamentos», Lisboa, n.ºs 73 Trends. Carrara, 2009.
– 74 – 75, 1º, 2º e 3º Trimestres 2004. OCDE – Statistics 2008.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Águas Minerais e de Nascente


• CONTRATOS DE PROSPECÇÃO E PESQUISA

• TRANSMISSÃO DA POSIÇÃO CONTRATUAL

• TRANSMISSÃO DA LICENÇA DE EXPLORAÇÃO

25
ÁGUAS MINERAIS - Contratos de Prospecção e Pesquisa - 1.º Semestre de 2010

26
Data da outorga Nº cadastro Titular dos direitos Área (Km2) Concelho (s) Distrito (s)

NORTE
29-03-2010 PP-HM-24 MDJ - Ribas, Lda. 2,6240 Caminha e Vila Nova de Cerveira Viana do Castelo
29-03-2010 PP-HM-25 FR3E - Energia e Novas Oportunidades, Lda. 1,6800 Vila Real, Santa Marta de Penaguião, Baião e Amarante Vila Real e Porto
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

ÁGUAS MINERAIS - Transmissão da Posição Contratual - 1.º Semestre de 2010

Data da outorga Nº cadastro Nome da Anterior concessionário Novo concessionário Área (Km2) Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)

03-05-2010 HM-06 Caldas de Monchique Sociedade da Água de Monchique, S.A. Fundação Oriente 50,0000 Monchique Monchique Faro

RECURSOS GEOTÉRMICOS - Transmissão da Posição Contratual - 1.º Semestre de 2010

Nº cadastro Anterior concessionário Novo concessionário Data do despacho Concelho (s) Distrito (s)

PP-RG-04 Benavente, Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro, Santarém e Setúbal


Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal
PP-RG-05 GESTO - Energia, S.A. Sociedade Geotérmica Lusitaniana, Unipessoal, Lda. 17-03-2010 Pombal, Leiria, Marinha Grande, Alcobaça e Batalha Leiria
PR-RG-06 Óbidos, Bombarral, Lourinhã, Cadaval, Azambuja, Leiria e Lisboa
Torres Vedras, Alenquer, Arruda dos Vinhos e Vila
Franca de Xira

ÁGUAS DE NASCENTE - Transmissão da Licença de Exploração - 1.º Semestre de 2010

Data da outorga Nº cadastro Nome da Licença Anterior Concessionário Novo Concessionário Freguesia Concelho (s) Distrito (s)

NORTE
21-06-2010 54/NAS Água da Penha ETANOR - Empresa de Turismo e Águas ETANOR/PENHA - Produção Alimentar e Costa Guimarães Braga
de Mesa do Norte, Lda. Consultoria Técnica, S.A.
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Pedreiras

• NOVAS LICENÇAS DE EXPLORAÇÃO

• CESSAÇÃO DA LICENÇA DE EXPLORAÇÃO

• TRANSMISSÃO DA LICENÇA DE EXPLORAÇÃO

• NOMEAÇÃO DE DIRECTORES TÉCNICOS

• RESPONSÁVEIS TÉCNICOS INSCRITOS NA DIRECÇÃO-GERAL DE ENERGIA E GEOLOGIA

27
PEDREIRAS - Novas licenças de exploração - 1.º Semestre de 2010

28
Data da Entidade
Nº Nº de Ordem
atribuição licencia- Denominação Substância (s) Titular da licença Director Técnico Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
cadastro na DGEG
da licença dora

NORTE

26-03-2010 DRE 4582 Ladoeiro n.º 7 Granito Granicorreia-Exploração e Comercialização de Sérgio Emanuel Parracho - Mancelos Amarante Porto
Pedra, Lda.

26-11-2009 DRE 6652 Malhada do Souto Granito Granilopes - Exploração de Granitos, Lda. Manuel José Santos Cerveira Pinto 404 Torre do Pinhão Sabrosa Vila Real
Ferreira

18-11-2009 DRE 6654* Granitos Amarelos Granito Amarelo Primavera, Unipessoal, Lda. - Torre do Pinhão Sabrosa Vila Real
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

11-01-2010 DRE 6655 Ribeira de Relvas Granito Baixo Sabor-Bento Pedroso Construções e Delfim António Batista Valpaços 103 Cardanha Torre de Bragança
Lena ACE Moncorvo

04-02-2010 DRE 6656* Feital Granito Nordestebrita-Comércio e Exploração de - - Sortes Bragança Bragança
Inertes, Lda.

31-03-2010 DRE 6657* Senhora da Graça Granito Irmãos Mota da Silva, Lda. - - Atei Mondim de Basto Vila Real

27-04-2010 DRE 6659 Ervideiro Granito Inertes de Basto- Extracção e Comercialização João Gabriel Vermelho da Saúde 77 Painzela Cabeceiras de Braga
de Inertes, S.A. Basto

05-04-2010 DRE 6660 Lugar do Lagarto Granito Berroncal - Granitos, Lda. Manuel José Ribeiro Russo Correia 394 S. Tomé do Vila Real Vila Real
Monteiro Castelo

CENTRO

16-04-2010 DRE 2843* Lomba-Caselho Granito Construções Carlos Pinho, Lda. Maria Francelina de Oliveira Pinto 99 S.João do Monte Tondela Viseu

18-12-2009 DRE 4275 Carvalhão Calcário Ricel-Indústrias de Pré-Fabricados de Betão e João Miguel da Costa Rodrigues 296 Carvalhão Porto de Mós Leiria
Cerâmica, Lda.

10-04-2010 DRE 4696 Dona Boa Granito Agrepor Agregados -Extracção de Inertes, S.A. António Paulo Marques Caetano 127 Juncais Fornos de Gurada
Algodres

25-02-2010 DRE 4771* Pena n.º 3 Calcário Arocal - Extracção e Transformação de Pedra Elísio Pereira Santos 131 Portunhos Cantanhede Coimbra
de Calcário, Lda.

20-01-2010 DRE 5078* Couto da Travanca Granito Lena Engenharia e Construções, S.A. Nuno Vasco Azevedo Carvalho dos Santos 85 Escalos de Baixo Castelo Branco Castelo Branco

03-03-2010 DRE 5193 Serra da Paramuna Granito Inerbeiral - Inertes das Beiras, Lda. José Victor Soares Neves da Mota 224 Esmolfe Penalva do Viseu
Castelo

03-03-2010 DRE 5312 Cruzeiro n.º 3 Granito Joaquim Moreira Mendes, Lda. Fernando Rocha Felício 156 Cabeça Santa Penafiel Porto

06-04-2010 DRE 5511 Cabeça Gorda Calcário Pedramoca-Sociedade Extractiva de Pedra, Lda. Ana Margarida Carvalheiro Luís 22 Serro Ventoso Porto de Mós Leiria
(PRS-5)

05-04-2010 DRE 5750* Monteiras Granito Francisco Pereira Marinho & Irmãos, S.A. Ricardo Jorge da Silva Martins 140 Monteiras Castro Daire Viseu

03-03-2010 DRE 6235 Tarrastal Ardósia José Paiva Ramos Luís Ferreira Simões de Lemos 318 Sobral de S. Covilhã Castelo Branco
Miguel

01-04-2009 DRE 6246* Pinhal da Pardaleira Areia comum Litoareias-Exploração de Areias de Monte Eva Margarida Correia Freitas 221 Monte Redondo Leiria Leiria
Redondo, Lda.

05-04-2010 DRE 6311 Prazo-Oeste Granito Joaquim Bartolomeu Manuel de Sousa Pacheco 445 Boidobra Fundão Castelo Branco
PEDREIRAS - Novas licenças de exploração - 1.º Semestre de 2010 (Cont.)
Data da Entidade
Nº Nº de Ordem
atribuição licencia- Denominação Substância (s) Titular da licença Director Técnico Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
cadastro na DGEG
da licença dora

CENTRO (Cont.)

05-04-2010 DRE 6658 Vale dos Fogos Granito Granitos do Rochoso - Extracção, Transformação e Manuel Ferreira da Silva 91 Rochoso Guarda Guarda
Comercialização de Granitos, Lda.

25-06-2010 DRE 6669* Pedreira do Seixo Granito Munícipio de Castro Daire - - Moledo Castro Daire Viseu

31-07-2009 DRE 6671* Rascoia Argila comum Saint-Gobain Weber Portugal - - Avelar Ansião Leiria

LISBOA E VALE DO TEJO

21-01-2010 DRE 4659 Santa Calcário Agrepor Agregados -Extracção de Inertes, S.A. Rui Manuel da Cruz Ferreira 75 Meca Alenquer Lisboa

13-01-2010 DRE 6653 Vale de Pedreira Calcário Parapedra-Sociedade Transformadora de Pedra, Lda. Ricardo José Marques Ferreira 70 Rio Maior Rio Maior Santarém

ALENTEJO

18-05-2010 DRE 5318 Garcia Menino Areia comum Joaquim de Sousa Brito, S.A. Francisco Alexandre Gadelha Florêncio 240 Figueira de Ferreira do Beja
II Cavaleiros Alentejo

ALGARVE

07-06-2010 DRE 6546 Cova da Areia Areia comum Europontal - Materiais de Construção, Lda. Paulo Sérgio da Cunha Pereira 81 Silves Silves Faro

* Explorações com licenças provisórias.

PEDREIRAS - Cessação da licença de exploração - 1º Semestre de 2010

Data de cessação da
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
licença

1447 Rocio Calcário Petral - Materiais e Construção Civil, Lda. 25-06-2010 Paço de Arcos Oeiras Lisboa
5677 Quinta do Chincalhão Argila comum Cerâmica F. Santiago, Lda. 23-04-2010 Juncal Porto de Mós Leiria
5701 Quinta do Cicalhão n.º 2 Argila comum Cerâmica Condestável, Lda. 23-04-2010 Juncal Porto de Mós Leiria
6588 Portela das Salgueiras Calcário Celestino Ribeiro & Filhos, Lda. 12-01-2010 Alcobertas Rio Maior Santarém
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

29
PEDREIRAS - Transmissão da licença de exploração - 1º Semestre de 2010

30
Nº cadastro Denominação Substância (s) Anterior titular da licença Novo titular da licença Data do despacho Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)

2622 Soalheira Granito José Alves Granitos, S.A. Secil - Britas, S.A. 14-04-2010 Rio de Moinhos Penafiel Porto

3594 Fonte da Moura Mármore Marmetal - Mármores e Materiais de Constru- Calimal - Administração de Bens, Lda. 16-04-2010 Pardais Vila Viçosa Évora
ção, S.A.

4031 Penedo Grande nº 3 Calcário Manuel Gomes António, Lda. Mga - Agregados, S.A. 08-03-2010 Alqueidão da Serra Porto de Mós Leiria

5119 Tapada do Ladário nº 2 Granito Granitos e Construções - Ferraz & Teixeira, Lda. Granivárzea - Comércio e Extracção de Granitos, Lda. 14-04-2010 Ariz Marco de Canaveses Porto
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

5228 Barrocal - PG 11 Granito Marlena - Indústria de Mármores e Granitos, Multigranitos - Transformação de Granitos, Unipes- 21-06-2010 Vila Fernando Elvas Portalegre
Lda. soal, Lda,

5244 Olival Grande n.º 3 Mármore António José Batanete Granoguli, Lda. 20-04-2010 Conceição Vila Viçosa Vila Viçosa

5332 Mesquita Baixa Calcário Alberto Joaquim Banza dos Anjos A. P. N. - Investimentos Imobiliários, S.A. 18-06-2010 São Brás de Alportel São Brás de Alportel Faro

5492 Filipedra n.º 1 Calcário Filipedra - Indústria do Mármore, Lda. Pedra de Toque - Materiais de Construção, Lda. 25-02-2010 Alcanede Santarém Santarém

5596 Herdade da Calva D. C. Mármore Icalva-Indústria de Mármores do Calva, Lda. Martinstone, Unipessoal, Lda. 22-04-2010 São Miguel de Poiares Vila Nova de Poiares Coimbra

5603 CNL Mármore Nobre & Courela, Lda. Pedra Verde-Sociedade Exportadora, Lda. 23-04-2010 Estremoz (Santa Maria) Estremoz Évora

5631 Muda Areia comum Francisca Maria Espada Mudareias - Extracção e Lavagem de Inertes, Uni- 24-02-2010 Grândola Grândola Setúbal
pessoal, Lda.

5644 Monte do Hospital Granito Figaljor - Indústria de Comércio de Granitos e José Gonçalves Gateira 11-06-2010 Redondo Redondo Évora
Mármores, S.A.

6019 Vale da Maria n.º 21 Calcário José Guilherme David Fernandes Pedramoca - Sociedade Extractiva de Pedra, Lda. 17-02-2010 Alcanede Santarém Santarém

6051 Valinhos n.º 2 Calcário Vitor Manuel Marques Carlos Octávio Manuel Félix Carlos 14-09-2009 Alcanede Santarém Santarém

6106 Fonte da Moura n.º 2 Mármore Luis José Alves Cocinho & Filhos Euromármores-Sociedade Unipessoal, Lda. 02-03-2010 Pardais Vila Viçosa Évora

6117 Glória n.º 1 Mármore Sanges 2002 Sociedade Unipessoal Mármores e Granitos de Eduardo Bizarra, Lda. 08-01-2010 Glória Estremoz Évora

6146 Picotas Gesso pardo Vitor Manuel Marques Carlos Octávio Manuel Félix Carlos 14-09-2009 Alcanede Santarém Santarém

6284 Zibreira Granito António Manuel dos Santos Luis Filipe & José Augusto - Granitos, Lda. 08-06-2010 Ferreirim Sernancelhe Viseu

6467 Valinho n.º 2 (Poço) Calcário Habitasonda - Construção Civil, Lda. Farpedra - Exploração de Pedreiras, Lda. 09-03-2010 Fátima Ourém Santarém

6515 Cabeço Penedeiro Granito Incoveca - Granitos, Sa. José Francisco Caseiro 01-04-2010 Pena Verde Aguiar da Beira Guarda

6523 Vale das Vacas Granito Joaquim Albino Moreira Caetano Albino Caetano, Comércio de Granitos, Unipessoal, 09-03-2010 Rosem Marco de Canaveses Porto
Lda.
PEDREIRAS - Nomeação de Directores Técnicos - 1.º Semestre de 2010

Nome do Director Técnico: João Miguel da Costa Rodrigues N.º de Registo na DGEG: 296

Data do Despacho de
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
nomeação

4275 Carvalhão Calcário Ricel-Indústrias de Pré-Fabricados de Betão e Cerâmica, Lda. S. João Porto de Mós Leiria 29-07-2009

Nome do Director Técnico: Manuel José Santos de Cerveira Pinto Ferreira N.º de Registo na DGEG: 404

Data do Despacho de
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
nomeação

6652 Malhada do Souto Granito Granilopes - Exploração de Granitos, Lda. Torre do Pinhão Sabrosa Vila Real 26-11-2009

Nome do Director Técnico: Gonçalo José dos Santos Maurício N.º de Registo na DGEG: 40

Data do Despacho de
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
nomeação

5669 Herdade do Carvalhal Granito GMC - Granitos e Materiais de Construção, Lda. Alpalhão Nisa Portalegre 05-01-2010

Nome do Director Técnico: António Paulo Marques Caetano N.º de Registo na DGEG: 127

Data do Despacho de
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
nomeação

5310 Nave Redonda Granito Agrepor Agregados - Extracção de Inertes, S.A. Capinha Fundão Castelo Branco 11-01-2010

4696 Dona Boa Granito Agrepor Agregados - Extracção de Inertes, S.A. Juncais Fornos de Algodres Guarda 02-06-2010

Nome do Director Técnico: Delfim António Batista Valpaços N.º de Registo na DGEG:103

Data do Despacho de
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
nomeação

6655 Ribeira de Relvas Granito Baixo Sabor - Bento Pedroso Construções e Lena Engenharia Cardanha Torre de Moncorvo Bragança 11-01-2010
e Construções, A.C.E.
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

31
PEDREIRAS - Nomeação de Directores Técnicos - 1.º Semestre de 2010 (Cont.)

32
Nome do Director Técnico: José de Figueiredo Veiga de Malafaia Novais N.º de Registo na DGEG: 277

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6411 Vale de Sobreiros Calcário Celestino Ribeiro & Filhos, Lda. Alcanede Santarém Santarém 13-01-2010

5596 Herdade da Calva D. C. Mármore Martinstone Unipessoal, Lda. São Miguel de Poiares Vila Nova de Coimbra 22-04-2010
Poiares
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

5603 CNL Mármore Pedra Verde - Sociedade Exportadora, Lda. Estremoz (Santa Maria) Estremoz Évora 23-04-2010

Nome do Director Técnico: Ricardo José Marques Ferreira N.º de Registo na DGEG: 70

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6653 Vale de Pedreira Calcário Parapedra - Sociedade Transformadora de Pedra, Lda. Rio Maior Rio Maior Santarém 13-01-2010

Nome do Director Técnico: António José Crespo Pereira N.º de Registo na DGEG: 276

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5628 Portela da Salgueira Calcário Marmores Vigário, Lda. Alcobertas Rio Maior Santarém 14-01-2010

3508 Poço Bravo n.º 4 Mármore Rosa do Poço Bravo - Mármores e Rochas Ornamentais, Lda. Rio de Moinhos Borba Évora 04-03-2010

Nome do Director Técnico: José Manuel Avelar Duarte Silva de Oliveira N.º de Registo na DGEG: 416

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

431 Vale de Moz A Calcário Secil - Companhia Geral de Cal e Cimento, S.A. Setúbal (Nossa Senhora da Setúbal Setúbal 14-01-2010
Anunciada)

432 Vale da Moz B Calcário Secil - Companhia Geral de Cal e Cimento, S.A. Setúbal (Nossa Senhora da Setúbal Setúbal 14-01-2010
Anunciada)

Nome do Director Técnico: José António Rosa Delgado N.º de Registo na DGEG: 185

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5401 Cavada n.º 2 Calcário Sousa & Catarino, Lda. Aljubarrota (Prazeres) Alcobaça Leiria 15-01-2010
PEDREIRAS - Nomeação de Directores Técnicos - 1.º Semestre de 2010 (Cont.)

Nome do Director Técnico: Mário José Nascimento Bastos N.º de Registo na DGEG: 115

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

4426 Moleanos nº 2 Calcário Farpedra - Exploração de Pedreiras, Lda. Aljubarrota (Prazeres) Alcobaça Leiria 18-01-2010

Nome do Director Técnico: Celina de Sousa Alexandre Antunes N.º de Registo na DGEG: 258

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

4889 Vendinha Granito Bripealtos - Britagem dos Penedos Altos, Lda. São Vicente do Pigeiro Évora Évora 19-01-2010

Nome do Director Técnico: Rui Manuel da Cruz Ferreira N.º de Registo na DGEG: 75

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

4659 Santa Calcário Agrepor Agregados - Extracção de Inertes, S.A. Meca Alenquer Lisboa 21-01-2010

Nome do Director Técnico: Jorge Manuel Fialho Conde N.º de Registo na DGEG: 205

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

4416 Chacins Granito Granital - Granitos de Portugal, Lda. Santa Eulália Elvas Portalegre 25-01-2010

4658 Pedra da Moura Granito Granital - Granitos de Portugal, Lda. Sabugueiro Arraiolos Évora 25-01-2010

4715 Maria Ribeira Granito Sopir - Sociedade Portuguesa de Inertes de Granito, S.A. Santa Eulália Elvas Portalegre 25-01-2010

4764 Pedra do Guarda Granito Granital - Granitos de Portugal, Lda. Santa Eulália Elvas Portalegre 25-01-2010

5063 Herdade da Bardeira Granito Granital - Granitos de Portugal, Lda. São Gregório Arraiolos Évora 25-01-2010

Nome do Director Técnico: Rui Manuel Rodrigues de Sousa Jorge N.º de Registo na DGEG: 424

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5206 Monte da Serra Dolerito Serrabritas - Comércio de Inertes Construção Civil e Obras Peroguarda Ferreira do Beja 03-02-2010
Públicas, Lda. Alentejo
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

33
PEDREIRAS - Nomeação de Directores Técnicos - 1.º Semestre de 2010 (Cont.)

34
Nome do Director Técnico: Marta Alexandra Ferreira Gamboa N.º de Registo na DGEG: 291

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5281 Aivados Dolerito Tecnovia - Sociedade de Empreitadas, S.A. Castro Verde Beja Beja 08-02-2010

Nome do Director Técnico: Alberto Eduardo Passadouro Lucas N.º de Registo na DGEG: 153
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

4497 Cova da Feitosa Calcário Brimoi - Britas do Moimento, S.A. Fátima Ourém Santarém 09-02-2010

Nome do Director Técnico: Ana Cristina Sário de Oliveira Azevedo de Avelar N.º de Registo na DGEG: 308

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5693 Vale de Sobreiros n.º 5 Calcário Mármores Ferrar, Lda. Alcanede Santarém Santarém 09-02-2010

Nome do Director Técnico: Ana Margarida Carvalheiro Luís N.º de Registo na DGEG: 22

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6620 Vale da Relvinha nº 4 Calcário Pedramoca - Sociedade Extractiva de Pedra, Lda. Alcanede Santarém Santarém 18-02-2010

5511 Cabeça Gorda (PRS - 5) Calcário Pedramoca - Sociedade Extractiva de Pedra, Lda. Serro Ventoso Porto de Mós Leiria 06-04-2010

Nome do Director Técnico: António João Batista Elias N.º de Registo na DGEG: 139

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5631 Muda Areia comum Mudareias - Extracção e Lavagem de Inertes, Unipessoal, Lda. Grândola Grândola Setúbal 24-02-2010

Nome do Director Técnico: Luís Filipe Correia Alves Barroso N.º de Registo na DGEG: 371

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5739 Carregueira n.º 1 Argila comum Margon-Materiais e Revestimentos Modernos para Edificações, S.A. Coz Alcobaça Leiria 25-02-2010
PEDREIRAS - Nomeação de Directores Técnicos - 1.º Semestre de 2010 (Cont.)

Nome do Director Técnico: Paulo Sérgio da Cunha Pereira N.º de Registo na DGEG: 81

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6125 Vale da Relvinha nº 3 Calcário Marmorimal, Lda. Alcanede Santarém Santarém 25-02-2010

6358 Carrrasqueira nº 5 Calcário Marmorimal, Lda. Fátima Ourém Santarém 25-02-2010

5479 Cabeço Gordo Calcário Marmorimal, Lda. Serro Ventoso Porto de Mós Leiria 03-03-2010

69 Pedra Furada Calcário Duarbel - Construção Civil e Obras Públicas, S.A. Almargem do Bispo Sintra Lisboa 23-03-2010

Nome do Director Técnico: Gilberto Fernando Mohamadú Charifo Baldé N.º de Registo na DGEG: 102

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6576 Valinho do Curral Calcário Topázio Branco, Extracção de Pedra em Bloco, Lda. Fátima Ourém Santarém 28-02-2010

Nome do Director Técnico: Fernando Rocha Felício N.º de Registo na DGEG: 156

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5312 Cruzeiro nº 3 Granito Joaquim Moreira Mendes, Lda. Cabeça Santa Penafiel Porto 03-03-2010

Nome do Director Técnico: José Vitor Soares Neves da Mota N.º de Registo na DGEG: 224

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5193 Serra da Paramuna Granito Inerbeiral - Inertes da Beira, Lda. Esmolfe Penalva do Castelo Viseu 03-03-2010

Nome do Director Técnico: Luís Ferreira Simões de Lemos N.º de Registo na DGEG: 318

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6235 Tarrastal Ardósia José Paiva Ramos Sobral de S. Miguel Covilhã Castelo Branco 03-03-2010
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

35
36
Pedreiras - Nomeação de Directores Técnicos - 1.º Semestre de 2010 (Cont.)

Nome do Director Técnico: Sofia Linhares de Deus Costa Sobreiro N.º de Registo na DGEG: 60

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5821 Cabeça Gorda n.º 7 Calcário M. Anastácio, Lda. Serro Ventoso Porto de Mós Leiria 04-03-2010

6467 Valinho n.º 2 (Poço) Calcário Farpedra - Exploração de Pedreiras, Lda. Fátima Ourém Santarém 09-03-2010
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

4866 Outeiro do Seio Calcário Desidério Rocha & Rocha, Lda. Abrigada Alenquer Lisboa 14-06-2010

Nome do Director Técnico: Marco Aurélio Ribeiro Aniceto N.º de Registo na DGEG: 238

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5592 Portela nº 8 Calcário Solancis - Sociedade Exploradora de Pedreiras, S.A. Benedita Alcobaça Leiria 11-03-2010

6374 Vale da Cruz Calcário Solancis - Sociedade Exploradora de Pedreiras, S.A. Benedita Alcobaça Leiria 22-04-2010

5514 Salgueira nº 11 Calcário Solancis - Sociedade Exploradora de Pedreiras, S.A. Arrimal Porto de Mós Leiria 09-06-2010

Nome do Director Técnico: Sérgio Emanuel Parracho N.º de Registo na DGEG: -


Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

4582 Ladoeiro n.º 7 Granito Granicorreia - Exploração e Comercialização de Pedra, Lda. Mancelos Amarante Porto 26-03-2010

Nome do Director Técnico: Carla Susana Martins Ferreira N.º de Registo na DGEG: 225
Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

4675 Senhora da Esperança Granito Granitalves - Granitos e Obras Públicas, S.A. Molelos Tondela Viseu 31-03-2010

Nome do Director Técnico: Manuel de Sousa Pacheco N.º de Registo na DGEG: 445
Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6311 Prazo - Oeste Granito Joaquim Bartolomeu Fundão Fundão Castelo Branco 05-04-2010
PEDREIRAS - Nomeação de Directores Técnicos - 1.º Semestre de 2010 (Cont.)

Nome do Director Técnico: Manuel Ferreira da Silva N.º de Registo na DGEG: 91


Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6658 Vale dos Fogos Granito Granitos do Rochoso - Extracção, Transformação e Rochoso Guarda Guarda 05-04-2010
Comercialização de Granitos, Lda.

Nome do Director Técnico: Manuel José Ribeiro Russo Monteiro N.º de Registo na DGEG: 394
Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6660 Lugar do Lagarto Granito Berroncal - Granitos, Lda. São Tomé do Castelo Vila Real Vila Real 05-04-2010

Nome do Director Técnico: Ricardo Jorge da Silva Martins N.º de Registo na DGEG: 140
Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5750 Monteiras Granito Francisco Pereira Marinho & Irmãos, S.A. Monteiras Castro Daire Viseu 05-04-2010

Nome do Director Técnico: Fernando António Leal Pacheco N.º de Registo na DGEG: 152
Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

4951 Bom Sucesso n.º 4 Saibro José Aldeia Lagoa & Filhos, S.A. Chã de Tavares Mangualde Viseu 06-04-2010

Nome do Director Técnico: Rui Lopes dos Santos Matias N.º de Registo na DGEG: 162
Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5465 Salgueira n.º 10 Calcário Bentel-Sociedade Extractiva de Marmores, Lda. Arrimal Porto de Mós Leiria 06-04-2010

Nome do Director Técnico: Paulo Vítor dos Reis Cerqueira N.º de Registo na DGEG: 322
Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5244 Olival Grande n.º 3 Mármore Granoguli, Lda. Vila Viçosa (Conceição) Vila Viçosa Évora 20-04-2010
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

37
PEDREIRAS - Nomeação de Directores Técnicos - 1.º Semestre de 2010 (Cont.)

38
Nome do Director Técnico: João Gabriel Vermelho da Saúde N.º de Registo na DGEG: 77

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6659 Ervideiro Granito Inertes de Basto - Extracção e Comercialização de Inertes, S.A. Painzela Cabeceiras de Basto Braga 27-04-2010

Nome do Director Técnico: António Manuel Cardoso dos Santos N.º de Registo na DGEG: 288
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6483 Cortelos Areia comum Lusosilicas - Sílicas Industriais, Lda. Serra do Bouro Caldas da Rainha Leiria 14-05-2010

Nome do Director Técnico: Elísio Pereira Santos N.º de Registo na DGEG: 131

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6284 Zibreira Granito Luis Filipe & José Augusto - Granitos, Lda. Ferreirim Sernancelhe Viseu 08-06-2010

Nome do Director Técnico: Sofia Dias Franco Rocha N.º de Registo na DGEG: 39

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6007 Outeiro do Seio Calcário Calcetal - Pavimentos, Lda. Abrigada Alenquer Lisboa 14-06-2010

Nome do Director Técnico: Ricardo Pedro de Jesus Carvalho N.º de Registo na DGEG: 120

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

5228 Barrocal - PG 11 Granito Multigranitos - Transformação de Granitos, Unipessoal, Lda. Vila Fernando Elvas Portalegre 21-06-2010

Nome do Director Técnico: Sara Maria Tomás Ferreira Domingues N.º de Registo na DGEG: 36

Data do Despacho
Nº cadastro Denominação Substância (s) Titular da licença Freguesia (s) Concelho (s) Distrito (s)
de nomeação

6487 Quinta da Bogalheira Argila comum Cerâmica Torreense de Miguel Pereira, Sucessores, Lda. Ramalhal Torres Vedras Lisboa 23-06-2010
PEDREIRAS - Responsáveis Técnicos Inscritos na DGEG no 1.º Semestre de 2010

Nº Data Pedreiras
Nivel
Nome Registo Formação Despacho Categorias de Responsabilidade Técnica* com Endereço Email
Formação
DGEG Registo explosivos

Maria Evangelista Marques Vicente (PT105224391) 397 Licenciatura 25-06-2010 D - Classe 3 e 4 ornamental e industrial, todas as classes Não vicente.maria@gmail.com
areeiros e barreiros e excepto pedreiras subterrâneas.
Nuno Miguel Moleiro Oliveira (PT206301944) 244 Bacharelato Engenharia Civil 25-06-2010 C - Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial, todas classes Sim civa.oliveira@sapo.pt
areeiros e barreiros e excepto pedreiras subterrâneas.
Rui Manuel da Silva Filipe (194445127) 456 3.º Ciclo do 25-06-2010 E - Apenas pedreiras de classe 3 e 4 industrial e areeiros Não geral@ruipedra.pt
Ensino Básico e barreiros, excepto pedreiras subterrâneas.
Luís Miguel dos Reis Vicente (208210091) 455 Licenciatura Engenharia Civil 19-05-2010 C - Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial, todas classes Sim lvicente@jodofer.pt
areeiros e barreiros e excepto pedreiras subterrâneas.
Cláudia Maria Prim Xarepe (196769833) 454 Licenciatura Engenharia Geológica 18-05-2010 B -Todas as classes excepto ornamental Classe 1 e Não claudiaxarepe@gmail.com
pedreiras subterrâneas.
Manuel José Santos da Cerveira Pinto Ferreira (PT184588235) 404 Licenciatura Engenharia Geológica 20-04-2010 A - Todas as classes Sim mcerveirapinto@netcabo.pt
José Nunes de Almeida (140417389) 448 Licenciatura Engenharia Geotécnica 09-04-2010 A - Todas as classes Sim lidiasilvano@netcabo.pt
Teodoro Bartolomeu Neto Gomes Alho (114232938) 452 Licenciatura Engenharia Técnica 09-04-2010 A - Todas as classes Sim mail@teodoroalho.pt
Civil e de Minas
Ana Filipa Franco Correia Louro (PT223204900) 446 Licenciatura Engenharia de Minas 25-03-2010 A - Todas as classes Sim ana.louro@gmail.com
Manuel de Sousa Pacheco (PT192307495) 445 Licenciatura Engenharia de Minas 25-03-2010 A - Todas as classes Sim manuelsousapacheco@gmail.com
Pedro Miguel Romeiro Patricio Guerreiro (PT202519481) 440 Licenciatura Engenharia de 24-03-2010 B -Todas as classes excepto ornamental Classe 1 e Não pedro.guerreiro@mota-engil.pt
Recursos Geológicos pedreiras subterrâneas.
Manuel Joaquim Gomes Mendes (PT201263092) 444 Licenciatura Engenharia de Minas 12-02-2010 A - Todas as classes Sim gomesmendes69@sapo.pt
Eurico José de Carvalho Miguens Sadio (PT204587441) 436 Licenciatura Engenharia de Minas 11-02-2010 A - Todas as classes Sim euricosadio@gmail.com
João Carlos de Melo Vieira Valente (PT205348033) 396 Licenciatura Geologia 11-02-2010 C - Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial, todas classes Não joaocmvalente@gmail.com
areeiros e barreiros e excepto pedreiras subterrâneas.
Renato Alexandre Neves da Silva Mansilha (PT201222248) 435 Licenciatura Engenharia de Minas 11-02-2010 A - Todas as classes Sim renatomansilha@gmail.com
Victor Manuel Godinho Ribeiro (PT154477761) 441 Bacharelato Engenharia Civil 11-02-2010 _ Não v.ribeiro.tecnisan@mail.telepac.pt
Luís Manuel Aparício Paulo Fernandes (PT186886489) 100 Licenciatura Engenharia Civil 01-02-2010 C - Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial, todas classes Sim aparicio.fernandes@portodesines.pt
areeiros e barreiros e excepto pedreiras subterrâneas.
Telmo Daniel Monteiro Soares (PT229214576) 437 Licenciatura Engenharia Geológica 15-01-2010 A - Todas as classes Sim telmo.ms@gmail.com
Manuel José Ribeiro Russo Correia Monteiro (PT181691477) 394 Licenciatura Engenharia de Minas 06-01-2010 A - Todas as classes Sim mrmonteiro@geomega.pt
Rui Manuel Rodrigues de Sousa Jorge (PT225548925) 424 Licenciatura Engenharia de Minas 06-01-2010 A - Todas as classes Sim ruiminas@sapo.pt
Silvia Maria Soares Oliveira (PT224408275) 425 Licenciatura Engenharia Civil 06-01-2010 C - Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial, todas classes Não s.soares.oliveira@gmail.com
areeiros e barreiros e excepto pedreiras subterrâneas.

* Consultar lista anexa.


Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

39
CATEGORIAS DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA

40
Classes e tipos de Pedreira
Categorias Ornamental Industrial Areeiros e barreiros
Subt.
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
A X X X X X X X X X X X X X Todas as classes e tipos de pedreiras.
Todas as classes e tipos de pedreiras, excepto ornamental classe 1 e pedreiras
B X X X X X X X X X X X
subterrâneas.
Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial; Todas as classes dos areeiros e
C X X X X X X X X X X
barreiros. Excepto pedreiras subterrâneas.
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Classe 3 e 4 ornamental e industrial; Todas as classes areeiros e barreiros;


D X X X X X X X X
Excepto pedreiras subterrâneas.
Apenas pedreiras de classe 3 e 4 industrial e areeiros e barreiros. Excepto
E X X X X
pedreiras subterrâneas.
Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Elementos Estatísticos da
Indústria Extractiva Nacional de 2008 e 2009

EVOLUÇÃO DO VALOR DA PRODUÇÃO

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO POR SUBSECTORES


2008 2009 Variação (%)
Subsectores
(103 tonelada) (103 euros) (103 tonelada) (103 euros) Volume Valor
Minérios Metálicos 452 366 953 351 284 088 -22,2 -22,6
Minerais de Construção 80 841 467 967 74 113 453 487 -8,3 -3,1
Minerais Industriais 7 716 56 537 7 550 58 382 -2,1 3,3
Sub - Total 89 008 891 458 82 014 795 957 -7,9 -10,7
Águas Minerais e de Nascente 261 337 219 796 -15,9
Total 1 152 795 1 015 753 -11,9

Fonte: DGEG - Estatística de Recursos Geológicos


Nota: Valores estimados e provisórios.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS PRODUZIDAS EM 2009

PRODUÇÃO DE MINÉRIOS METÁLICOS


2008 2009 Variação (%)
Subsector / Substância
(tonelada) (10 euros)
3
(tonelada) (10 euros)
3
Volume Valor
MIN. METÁLICOS N/FERROSOS 451 937 366 953 351 382 284 088 -22,2 -22,6
Min.de cobre 368 711 307 077 348 769 270 624 -5,4 -11,9
Min.de estanho 42 367 46 310 9,3 -15,6
Min. de tungsténio 1 684 16 643 1 410 12 777 -16,3 -23,2
Min. de zinco 81 490 42 846 1 147 357 -98,6 -99,2
Outros (mistos) 10 20 10 20 0,0 0,0
TOTAL 451 937 366 953 351 382 284 088 -22,2 -22,6
Fonte: DGEG - Estatística de Recursos Geológicos

PRODUÇÃO DE MINERAIS INDUSTRIAIS


2008 2009 Variação (%)
Subsector / Substância
(tonelada) (103 euros) (tonelada) (103 euros) Volume Valor
ARGILA E CAULINO 2 994 967 12 997 3 067 900 13 120 2,4 1,0
Argila comum 2 452 140 4 836 2 483 407 4 546 1,3 -6,0
Argila especial 320 253 3 802 324 336 3 574 1,3 -6,0
Caulino 222 574 4 358 260 157 5 000 16,9 14,7
SAL-GEMA 606 545 4 762 594 578 6 232 -2,0 30,9
Sal-gema 606 545 4 762 594 578 6 232 -2,0 30,9
OUTROS MINERAIS INDUSTRIAIS 4 114 203 38 779 3 887 748 39 030 -5,5 0,6
Areia especial 2 096 099 22 087 1 886 489 21 844 -10,0 -1,1
Areias feldspáticas 72 887 875 58 290 699 -20,0 -20,0
Barita 171 45 1 078 256 530,5 469,4
Calcite p/ind. transformadora 353 565 4 784 354 131 4 822 0,2 0,8
Feldspato 157 539 2 295 152 126 2 293 -3,4 -0,1
Granito p/outras indústrias 278 035 1 512 250 232 1 495 -10,0 -1,1
Outro calcário p/ind. transformadora 1 080 363 5 483 1 082 092 5 527 0,2 0,8
Pegmatito 5 000 40 5 500 45 10,0 12,5
Pegmatito c/ lítio 34 888 520 37 359 597 7,1 14,7
Quartzo 8 620 116 35 044 525 306,5 353,9
Saibro p/ind. transformadora 15 379 371 13 841 367 -10,0 -1,1
Talco 11 657 652 11 567 560 -0,8 -14,1
Total 7 715 715 56 537 7 550 227 58 382 -2,1 3,3
Fonte: DGEG - Estatística de Recursos Geológicos
Nota: Valores estimados e provisórios.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

PRODUÇÃO DE MINERAIS DE CONSTRUÇÃO


2008 2009 Variação (%)
Subsector / Substância
(tonelada) (103 euros) (tonelada) (103 euros) Volume Valor
ROCHAS ORNAMENTAIS 2 890 140 163 341 2 634 781 151 700 -8,8 -7,1
Mármore e calcários 578 162 68 759 450 966 61 883 -22,0 -10,0
Granito ornamental e r. similares 876 503 39 152 753 355 35 237 -14,1 -10,0
Pedra para calcetamento 1 126 532 35 898 1 120 899 35 180 -0,5 -2,0
Pedra rústica 271 256 13 658 271 798 13 644 0,2 -0,1
Ardósia e xisto ornamental 37 687 5 875 37 763 5 757 0,2 -2,0
AGREGADOS 64 850 418 277 396 58 365 377 274 344 -10,0 -1,1
Areias e saibros 9 598 346 44 305 8 638 511 43 818 -10,0 -1,1
Pedra britada e calcária 32 382 014 115 267 29 143 813 113 999 -10,0 -1,1
Pedra britada siliciosa 22 870 059 117 824 20 583 053 116 528 -10,0 -1,1
MIN. PARA CIMENTO E CAL 13 099 985 27 231 13 112 588 27 442 0,1 0,8
Min. para cimento 12 678 075 25 651 12 690 003 25 849 0,1 0,8
Min. para cal 421 910 1 580 422 585 1 593 0,2 0,8
Total 80 840 543 467 967 74 112 745 453 487 -8,3 -3,1
Fonte: DGEG - Estatística de Recursos Geológicos.
Nota: Valores estimados e provisórios.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Legislação
Decreto-Lei n.º 10/2010
(Diário da República, I.ª Série, n.º 24, de 4 de Fevereiro de 2010)

Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território

O presente decreto-lei estabelece o regime jurídico a em primeiro lugar, consagra o princípio da simplifica-
que está sujeita a gestão de resíduos das explorações de ção administrativa e da desmaterialização de actos e
depósitos minerais e de massas minerais — resíduos de procedimentos. O princípio da simplificação adminis-
extracção, transpondo para a ordem jurídica interna a trativa prevê uma redução, ao mínimo indispensável,
Directiva n.º 2006/21/CE, do Parlamento Europeu e do dos encargos sobre os interessados, os procedimentos,
Conselho, de 15 de Março. A União Europeia reconheceu os documentos e os actos que tenham de praticar ou
a necessidade de criar um enquadramento legal próprio enviar às entidades competentes e garante uma estreita
para a gestão de resíduos de extracção, tendo em conta articulação com outros regimes jurídicos que regulam
a especificidade da actividade em causa e dos resíduos a actividade de exploração de depósitos minerais e de
que dela resultam. A especificidade desta actividade massas minerais. Já o princípio da desmaterialização
justifica-se pelo facto de a exploração de minas e pe- possibilita aos operadores uma comunicação mais rá-
dreiras, bem como as actividades de tratamento e trans- pida e eficaz com as entidades licenciadoras, mediante
formação dos produtos resultantes dessa exploração, a utilização de meios electrónicos. Em segundo lugar,
originar, geralmente, volumes apreciáveis de resíduos valoriza a adopção de práticas de planeamento para a
que, em caso de gestão inadequada, podem conduzir a eliminação segura de resíduos, mediante a adopção de
situações de risco elevado para o ambiente, saúde pública um plano de gestão de resíduos de extracção do qual
e segurança das populações. Tal circunstância aconselha constam as medidas necessárias para a prevenção e
a adopção de medidas de gestão de resíduos orientadas valorização destes resíduos.
para a prevenção, para a valorização e, subsidiariamente, Uma vez que a garantia da eliminação dos resíduos de
para uma deposição final em condições adequadas de extracção em condições de segurança constitui uma
estabilidade, segurança, de integração no meio envol- preocupação maior do regime jurídico que se institui,
vente e de protecção do ambiente e da saúde pública. estabelecem-se regras e requisitos específicos para a cons-
O presente decreto-lei consagra cinco importantes me- trução, exploração, encerramento e pós-encerramento
didas que vão ao encontro dos objectivos que o XVIII de instalações de resíduos de extracção.
Governo Constitucional pretende alcançar em matéria Em terceiro lugar, define os termos do procedimento de
de prevenção de produção de resíduos, de melhoria do licenciamento das instalações de resíduos de extracção,
controlo e fiscalização ambiental e ainda na simplificação bem como dos procedimentos de exploração aplicáveis
dos procedimentos e regimes de licenciamentos. Assim, a situações especiais.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

O cumprimento integral das condições impostas na li- Artigo 2.º


cença, incluindo as relativas à fase de pós-encerramento Âmbito de aplicação
e à reabilitação dos solos afectados pela instalação de
1 — O presente decreto-lei aplica-se à gestão dos re-
resíduos, é acautelado através da constituição de uma síduos resultantes da prospecção, extracção, tratamento,
garantia financeira por parte do operador. transformação e armazenagem de recursos minerais,
Em quarto lugar, adapta o regime de prevenção de bem como da exploração das pedreiras, adiante desig-
acidentes graves que envolvam substâncias perigosas às nados por resíduos de extracção.
instalações de resíduos de extracção com maior grau de 2 — Excluem-se do âmbito de aplicação do presente
perigosidade, de forma a minimizar o risco de acidentes decreto-lei:
e garantir um elevado nível de protecção do ambiente
a) Os resíduos provenientes da prospecção, extracção
e da saúde humana.
e tratamento de recursos minerais, que não resultem
Por último, promove a informação e participação do directamente dessas operações;
público no processo de licenciamento e a articulação b) Os resíduos resultantes da prospecção, extracção
entre Estados membros da União Europeia quando es- e tratamento de recursos minerais, ao largo, abrangen-
tejam em causa impactos transfronteiriços associados às do a zona de mar e do fundo marinho que se estende
instalações de resíduos de extracção. Para esse efeito, são para além da linha de baixa-mar das marés normais ou
introduzidos mecanismos de partilha de informação en- médias;
tre entidades competentes quer na fase de licenciamento c) A injecção de água e a reinjecção de águas super-
quer em situações de acidente. ficiais bombeadas, tal como definidas nas alíneas a) e
O presente decreto-lei atende ao teor das decisões da b) do n.º 4 do artigo 30.º da Lei n.º 58/2005, de 29 de
Comissão que visam densificar o regime previsto na Dezembro.
Directiva n.º 2006/21/CE, do Parlamento Europeu e do 3 — Aos resíduos de extracção das antigas áreas
Conselho, de 15 de Março, nomeadamente a Decisão mineiras degradadas e abandonadas, integradas em
n.º 2009/335/CE, de 20 de Abril de 2009, a Decisão planos e projectos aprovados ao abrigo do Decreto-Lei
n.º 2009/337/CE, de 20 de Abril de 2009, a Decisão n.º 198-A/2001, de 6 de Julho, é aplicável o presente
n.º 2009/358/CE, de 29 de Abril de 2009, a Decisão decreto-lei nos termos previstos no artigo 48.º
n.º 2009/359/CE, de 30 de Abril de 2009, e a Decisão
n.º 2009/360/CE, de 30 de Abril de 2009. Artigo 3.º
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Definições
Autónomas e a Associação Nacional de Municípios Por-
Para efeitos do disposto no presente decreto-lei,
tugueses. entende-se por:
Assim:
a) «Acidente grave» uma ocorrência durante uma
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da
operação que envolva a gestão de resíduos de extracção
Constituição, o Governo decreta o seguinte:
em qualquer sítio de que resultem perigos graves para
a saúde humana ou para o ambiente, imediatamente ou
CAPÍTULO I
a prazo, no sítio ou fora dele;
Disposições gerais b) «Alteração substancial» qualquer alteração da estru-
tura ou do funcionamento de uma instalação de resíduos
Artigo 1.º
que, no entender da autoridade licenciadora, possa ter
Objecto efeitos adversos significativos na saúde humana ou no
O presente decreto-lei estabelece o regime jurídico ambiente, nomeadamente as que impliquem:
a que está sujeita a gestão de resíduos das explorações i) Uma alteração de categoria de acordo com o sistema
de depósitos minerais e de massas minerais, transpondo de classificação de instalações de resíduos;
para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2006/21/CE, ii) Um aumento da área ocupada pela instalação de
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Março, resíduos em mais de 30 % da área licenciada;
relativa à gestão dos resíduos das indústrias extracti- iii) Um aumento superior a 20 % da quantidade total
vas. de resíduos prevista no plano de gestão de resíduos;

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

c) «Bacia» uma instalação natural ou tecnicamente drenagem poluídos, susceptível de causar efeitos negati-
preparada para a eliminação de resíduos finos, nor- vos no ambiente se não for convenientemente tratado;
malmente rejeitados, juntamente com volumes variáveis l) «Massa de água receptora» as águas superficiais,
de água livre, resultantes do tratamento de recursos as águas subterrâneas, as águas de transição e as águas
minerais e da clarificação e reciclagem de águas de costeiras definidas nos termos da Lei n.º 58/2005, de 29
processo; de Dezembro;
d) «Barragem» uma estrutura tecnicamente concebida m) «Melhores técnicas disponíveis» as técnicas defini-
para reter ou confinar água e ou resíduos numa bacia; das na alínea l) do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 173/2008,
e) «Cianeto dissociável por ácidos fracos» o cianeto e de 26 de Agosto;
os compostos de cianeto dissociáveis por um ácido fraco n) «Operador» a pessoa singular ou colectiva respon-
a um pH definido; sável, nos termos do disposto no artigo 5.º do Decreto-Lei
f) «Detentor» o produtor dos resíduos de extracção ou n.º 178/2006, de 5 de Setembro, pela gestão de resíduos
a pessoa singular ou colectiva que esteja na sua posse; de extracção, durante a armazenagem temporária de
g) «Escombreira» uma instalação tecnicamente pre- resíduos de extracção, e nas fases de funcionamento e
parada para a deposição à superfície de resíduos sólidos de pós-encerramento;
quando constituídos por partículas de espectro granu- o) «Pessoa competente» o responsável técnico para
lométrico largo; explorações de massas minerais, nos termos do disposto
h) «Indústrias extractivas» todos os estabelecimentos no Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro, alterado
pelo Decreto-Lei n.º 340/2007, de 12 de Outubro, ou o
que efectuem a extracção a céu aberto ou subterrânea
director técnico para explorações de depósitos minerais,
de recursos minerais para fins comerciais, incluindo a
nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 88/90, de 16
extracção por perfuração e as actividades de transfor-
de Março;
mação e ou tratamento do material extraído;
p) «Prospecção» a pesquisa e o reconhecimento de
i) «Instalação de resíduos» qualquer superfície de-
recursos minerais com valor económico, incluindo os
signada para a acumulação ou depósito de resíduos de
trabalhos de amostragem por perfuração e ou escava-
extracção, sólidos, líquidos, em solução ou em suspensão,
ção, com exclusão de quaisquer trabalhos necessários ao
incluindo as barragens e outras estruturas que sirvam
desenvolvimento de tais recursos minerais e quaisquer
para fins de contenção, retenção ou confinamento, ou
actividades directamente associadas a uma operação de
que sirvam de apoio a essas instalações, bem como as
extracção;
escombreiras e as bacias, com exclusão dos vazios de
q) «Público» uma ou mais pessoas singulares ou
escavação em que sejam repostos resíduos depois da
colectivas, de direito público ou privado, bem com as
extracção do mineral para fins de reabilitação, estabili-
suas associações, organizações representativas ou agru-
zação geomecânica e ou como requisito da sequência do
pamentos;
método de exploração, durante os seguintes períodos:
r) «Público interessado» o público afectado, ou sus-
i) Mais de seis meses, para as instalações de resíduos ceptível de o ser, pelos processos de decisão em matéria
perigosos gerados de forma imprevista; ambiental previstos no presente decreto-lei, incluindo as
ii) Mais de um ano, para as instalações de resíduos organizações não governamentais de ambiente;
não inertes e não perigosos; s) «Reabilitação» o tratamento do terreno afectado
iii) Mais de três anos, para as instalações destinadas a por uma instalação de resíduos, de modo a repô-lo
solo não poluído, resíduos de prospecção não perigosos, num estado satisfatório, em especial no respeitante à
resíduos resultantes da extracção, tratamento e armaze- qualidade do solo, à vida selvagem, aos habitats naturais,
nagem de turfa e resíduos inertes; aos sistemas de água doce, à paisagem e à utilização
iv) Sem prazo, para as instalações de resíduos da proveitosa adequada;
categoria A e as instalações de resíduos caracterizados t) «Recurso mineral» ou «mineral» um depósito ou
como perigosos no plano de gestão de resíduos; uma massa mineral natural da crusta terrestre de uma
j) «Lixiviado» qualquer líquido que percole através substância orgânica ou inorgânica, tais como os combus-
de resíduos depositados e eflua de uma instalação de tíveis energéticos, minérios metálicos, rochas industriais
resíduos ou nela fique retido, incluindo os efluentes de e rochas ornamentais, com exclusão da água;

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

u) «Rejeitados» os resíduos, sob a forma de sólidos processos, mineralúrgico, com carácter mecânico, físico,
ou lamas, constituídos pela fracção não aproveitável biológico, térmico ou químico, incluindo a lixiviação,
resultante do tratamento ou da transformação de re- que vise transformar, valorizar ou extrair uma fracção
cursos minerais por serragem ou corte e por processos dos recursos minerais, através do corte ou serragem
mineralúrgicos de separação e ou de concentração, no- e ou da alteração de granulometria, da classificação,
meadamente a trituração, moagem, crivagem, flutuação da separação de espécies mineralógicas, bem como o
e outras técnicas físico-químicas, para acrescentar mais reprocessamento de resíduos anteriormente rejeitados,
-valia ou extrair os minerais valiosos do material rochoso excluindo os processos metalúrgicos como a fundição e
sem valor económico; os processos térmicos de fabrico, que não a calcinação
v) «Resíduos» a definição constante da alínea u) do de calcário.
artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setem-
bro; Artigo 4.º
x) «Resíduos inertes» o resíduo que, nos termos do Princípios da prevenção e redução
disposto no anexo I do presente decreto-lei, do qual faz A exploração de depósitos minerais e de massas
parte integrante, reúne as seguintes características: minerais deve, sempre que possível, evitar e reduzir a
i) Não é susceptível de sofrer transformações físicas, produção de resíduos, de modo a minimizar o seu ca-
químicas ou biológicas importantes; rácter nocivo, e reduzir os riscos para a saúde humana
ii) Não é solúvel nem inflamável, nem tem qualquer e para o ambiente, utilizando, para o efeito, processos
outro tipo de reacção física ou química; ou métodos insusceptíveis de gerar efeitos adversos so-
iii) Não é biodegradável; bre o ambiente, nomeadamente na criação de perigos
iv) Não afecta negativamente outras substâncias para a água, o ar, o solo, a fauna e a flora, perturbações
com as quais entre em contacto de forma susceptível de sonoras ou odoríficas ou de danos em quaisquer locais
aumentar a poluição do ambiente ou prejudicar a saúde de interesse e na paisagem.
humana;
v) Possui lixiviabilidade total, conteúdo poluente e Artigo 5.º
ecotoxicidade do lixiviado insignificante; Princípios da gestão de resíduos
vi) Não põe em perigo a qualidade das águas super- 1 — Os resíduos de extracção devem ser geridos sem
ficiais e ou subterrâneas; pôr em perigo a saúde humana e sem utilizar processos
z) «Resíduo perigoso» a definição constante da alínea ou métodos susceptíveis de agredir o ambiente, em es-
cc) do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de pecial sem criar riscos para os componentes ambientais
Setembro; naturais e humanos, garantindo a sua estabilidade física,
aa) «Sítio» todo o terreno sob o controlo de gestão evitando a contaminação do solo e a poluição do ar, das
de um operador, com uma localização geográfica bem águas superficiais e das águas subterrâneas, tanto no
definida; curto como no longo prazo, e minimizando, tanto quanto
bb) «Solo não poluído» terra retirada da camada possível, os impactos na paisagem.
superior do solo, durante a actividade extractiva, desde 2 — A gestão dos resíduos de extracção deve ser re-
que não poluída; alizada com recurso às melhores técnicas disponíveis e
cc) «Substância perigosa» uma substância, mistura ou tendo em conta as características técnicas da instalação
preparação que seja perigosa, na acepção do Decreto-Lei de resíduos, a sua localização geográfica e as condições
n.º 82/95, de 22 de Abril, na sua redacção actual, rela- ambientais locais.
tivo à aproximação das disposições legislativas regula-
Artigo 6.º
mentares e administrativas respeitantes à classificação,
embalagem e rotulagem de substâncias perigosas, bem Responsabilidade pela gestão de resíduos
como pela Portaria n.º 732 -A/96, de 11 de Dezembro, na 1 — O operador é responsável pela gestão dos resí-
sua redacção actual, que aprovou o regulamento para a duos de extracção, nomeadamente através da adopção
notificação de substâncias químicas e para a classificação, das medidas necessárias para evitar ou reduzir os efeitos
embalagem e rotulagem de substâncias perigosas; adversos para o ambiente e para a saúde humana causa-
dd) «Tratamento» um processo ou combinação de dos pela gestão dos resíduos de extracção, da prevenção

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

de acidentes graves na instalação de resíduos e limitação f) Todos os pedidos, comunicações e notificações


das suas consequências para o ambiente e para a saúde entre os interessados e outros intervenientes no pro-
humana. cedimento de licenciamento devem ser efectuados por
2 — A responsabilidade referida no número anterior meios electrónicos;
mantém-se na fase de pós-encerramento da instalação g) Os actos destinados à participação pública nos pro-
de resíduos. cedimentos previstos no presente decreto-lei, incluindo a
3 — É proibido o abandono, a descarga ou o depósito sua publicidade e consulta pública, devem ser efectuados
não controlado de resíduos de extracção. por meios electrónicos, sem prejuízo da utilização de
outros meios prevista no presente decreto-lei;
Artigo 7.º h) Nos casos previstos, o incumprimento dos prazos
Princípio da simplificação administrativa previstos para a emissão de pareceres ou prática de
Os procedimentos administrativos realizados ao actos não impede que o procedimento prossiga e seja
abrigo do presente decreto-lei, bem como os procedi- decidido;
mentos administrativos conexos com os mesmos, devem i) O incumprimento dos prazos previstos para a de-
realizar-se de forma a reduzir ao mínimo indispensável cisão sobre o pedido de autorização da transmissão da
os encargos sobre os interessados, os procedimentos, os licença entre a entidade licenciada e entidade terceira
documentos e os actos que tenham de praticar ou enviar origina o seu deferimento tácito.
às entidades competentes e a necessidade de deslocações
Artigo 8.º
físicas, incluindo, designadamente, o seguinte:
Desmaterialização de actos e procedimentos
a) O licenciamento de instalações de resíduos em
explorações de depósitos minerais e de massas mine- 1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações
rais é integrado no licenciamento dessas instalações, entre os interessados e outros intervenientes no procedi-
por forma a evitar a duplicação de licenciamentos e mento de licenciamento devem ser efectuados por meios
procedimentos; electrónicos, através do sítio na Internet que disponibiliza
b) Por opção do operador, os procedimentos da o Portal da Empresa.
avaliação de impacto ambiental e de prevenção de 2 — Os actos destinados à participação pública nos
acidentes graves que envolvam substâncias perigosas procedimentos previstos no presente decreto -lei, in-
podem decorrer em simultâneo com o procedimento cluindo a sua publicidade e consultas públicas, devem
ser efectuados por meios electrónicos, através do sítio
de licenciamento de instalações de resíduos, evitando a
da Internet que disponibiliza o Portal do Cidadão, sem
duplicação de procedimentos;
prejuízo da utilização de outros meios prevista no pre-
c) A verificação do impacto ambiental pode ser efec-
sente decreto-lei.
tuada no âmbito do procedimento previsto no presente
decreto -lei, nos casos previstos, mediante a apresentação
Artigo 9.º
do estudo de impacto ambiental, evitando-se a dupli-
Classificação das instalações de resíduos
cação de procedimentos, mas sem prejuízo do controlo
administrativo necessário; Para efeitos do presente decreto-lei, as instalações
d) A verificação da compatibilidade de localização de resíduos são classificadas na categoria A desde que
prevista no regime de prevenção de acidentes graves que preencham os critérios previstos no anexo II do presente
envolvam substâncias perigosas pode ser efectuada no decreto-lei, do qual faz parte integrante.
âmbito do procedimento previsto no presente decreto-lei,
Artigo 10.º
sem necessidade de duplicação de procedimentos, mas
sem prejuízo do controlo administrativo necessário; Plano de gestão de resíduos
e) A aprovação do relatório de segurança previsto no 1 — O operador deve elaborar um plano de gestão
regime de prevenção de acidentes graves que envolvam de resíduos para a minimização, tratamento, valorização
substâncias perigosas pode ser efectuada no âmbito do e eliminação dos resíduos de extracção, tendo em conta
procedimento previsto no presente decreto-lei, sem o princípio do desenvolvimento sustentável.
necessidade de duplicação de procedimentos, mas sem 2 — O plano de gestão de resíduos tem como objec-
prejuízo do controlo administrativo necessário; tivos:

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

a) Evitar ou reduzir a produção de resíduos e a sua rador deve apresentar os elementos necessários para
perigosidade, em particular mediante a ponderação: dar cumprimento aos objectivos estabelecidos no artigo
i) Da gestão de resíduos na fase de projecto e na esco- 15.º;
lha do método a utilizar para a extracção e tratamento ii) Sempre que se trate de uma instalação não per-
dos minerais; tencente à categoria A, o operador deve identificar os
ii) Das alterações que os resíduos de extracção possam potenciais perigos;
sofrer devido ao aumento da área superficial e à expo- b) Uma caracterização dos resíduos nos termos do
sição das condições à superfície; anexo III ao presente decreto-lei, do qual faz parte
iii) Da reposição dos resíduos de extracção nos vazios integrante, e uma estimativa das quantidades totais de
de escavação, depois da extracção do mineral, desde que resíduos de extracção que são produzidas durante a fase
seja viável em termos técnicos e económicos e no respeito de funcionamento;
pelo ambiente; c) Uma descrição da operação produtora desses resí-
iv) Da reposição do solo superficial, depois do encer- duos e de quaisquer tratamentos subsequentes a que os
ramento da instalação de resíduos, ou, se tal não for exe- mesmos sejam sujeitos;
quível, da reutilização do solo superficial noutro local; d) Uma descrição do modo como o ambiente e a saúde
v) Da utilização de substâncias menos perigosas no humana são susceptíveis de ser negativamente afectados
tratamento dos recursos minerais; pelo depósito dos resíduos, bem como das medidas pre-
b) Promover a valorização dos resíduos de extracção ventivas a tomar, a fim de minimizar o impacto ambiental
através da reciclagem, reutilização ou recuperação dos e na saúde humana durante o funcionamento e na fase
mesmos, com respeito pelo ambiente; de pós-encerramento, incluindo os aspectos referidos
c) Garantir a eliminação segura dos resíduos de nos artigos 11.º a 13.º;
extracção no curto e no longo prazo, tendo particular- e) Os procedimentos de controlo e monitorização
mente em conta, durante a fase de projecto, o modelo propostos nos termos do n.º 1 do artigo 12.º e do artigo
de gestão a observar durante o funcionamento e no pós- 40.º, quando aplicável;
-encerramento da instalação de resíduos, privilegiando f) O plano proposto para o encerramento, incluindo
um projecto que cumulativamente: a reabilitação, os procedimentos pós-encerramento e as
i) Requeira pouca e, em última instância, nenhuma acções de monitorização, nos termos do artigo 13.º, e os
monitorização, controlo e gestão da instalação de resí- respectivos encargos financeiros;
duos após o seu encerramento; g) Medidas destinadas a evitar a deterioração do es-
ii) Evite ou, pelo menos, minimize qualquer efeito tado das águas e a prevenir e minimizar a poluição do
negativo a longo prazo, designadamente, imputável à mi- ar e dos solos, em aplicação do artigo 11.º;
gração de poluentes aquáticos ou de poluentes transpor- h) Estudo geológico e hidrogeológico da área de in-
tados pelo ar provenientes da instalação de resíduos; fluência da instalação de resíduos, com a indicação da
iii) Garanta a estabilidade geotécnica a longo prazo de permeabilidade e resistência mecânica das formações, da
quaisquer barragens ou escombreiras situadas em plano rede hidrográfica e do sistema de circulação das águas
superior ao da superfície do terreno preexistente. subterrâneas;
3 — O plano de gestão de resíduos deve conter infor- i) Uma justificação do modo como a opção e o mé-
mações suficientes para que a entidade licenciadora possa todo escolhidos nos termos da subalínea i) da alínea a)
avaliar a capacidade do modelo de gestão de resíduos de do n.º 2 satisfazem os objectivos do plano de gestão de
extracção e do operador para cumprir os objectivos do resíduos estabelecido.
plano previstos no número anterior. 5 — O plano de gestão de resíduos é obrigatoriamente
4 — O plano de gestão de resíduos deve ainda evi- revisto de cinco em cinco anos.
denciar o cumprimento das obrigações que decorrem 6 — As alterações substanciais da instalação de re-
do presente decreto-lei para o operador e incluir, pelo síduos ou dos resíduos depositados determinam uma
menos, os seguintes elementos: alteração ao plano de gestão de resíduos.
a) A classificação proposta para a instalação, de acor- 7 — Qualquer alteração do plano de gestão de
do com os critérios estabelecidos no anexo II: resíduos é obrigatoriamente comunicada à entidade
i) Para instalação de resíduos da categoria A, o ope- licenciadora.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

CAPÍTULO II dos riscos ambientais, que a recolha e o tratamento dos


Construção, exploração e encerramento de lixiviados não são necessários, uma vez que a instalação
instalações de resíduos não constitui um perigo potencial para o solo, para as
águas subterrâneas ou para as águas superficiais.
Artigo 11.º 4 — A eliminação de resíduos de extracção, sólidos,
Construção de instalações de resíduos
líquidos ou lamas, em qualquer massa de água recepto-
ra que não tenha sido construída exclusivamente para
1 — Na fase de concepção e construção, o operador
efeitos de eliminação de resíduos de extracção, depende
deve garantir que a instalação de resíduos:
do cumprimento do disposto na Lei n.º 58/2005, de 29
a) Possui uma localização adequada, nomeadamente de Dezembro, e do regime de utilização dos recursos
no que se refere a factores geológicos, hidrológicos, hi- hídricos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de
drogeológicos, sísmicos e geotécnicos e paisagísticos; 31 de Maio.
b) É concebida de modo a satisfazer as condições 5 — A colocação de resíduos nos vazios de escavação,
necessárias para: resultantes de extracção à superfície ou subterrânea
i) Prevenir, a curto e a longo prazo, a segurança de que venham a ser inundados depois do encerramento,
pessoas e bens, a poluição do solo, do ar e das águas sub- depende da adopção das medidas necessárias para evi-
terrâneas e superficiais, tendo especialmente em conta o tar ou minimizar a deterioração do estado da água e a
disposto na Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro; poluição do solo, nos termos do disposto nos n.os 2 e 3,
ii) Garantir uma recolha eficiente das águas conta- com as devidas adaptações.
minadas e dos lixiviados; 6 — A utilização de uma bacia a que esteja associada
iii) Reduzir, tanto quanto tecnicamente possível e a presença de cianetos depende da demonstração de que
economicamente viável, a erosão causada pelas águas a concentração de cianetos dissociáveis por ácidos fracos
e pelo vento. na bacia é reduzida ao mínimo possível, com recurso às
melhores técnicas disponíveis, e de que a concentração
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, o
de cianetos dissociáveis por ácidos fracos, no ponto de
operador deve garantir a adopção das medidas neces-
descarga dos rejeitados da unidade de processamento
sárias para:
na bacia, em caso algum excede 10 ppm.
a) Avaliar o potencial de produção de lixiviados pelos 7 — Para efeitos do disposto no número anterior, o
resíduos depositados, incluindo o teor de contaminantes operador deve demonstrar, sempre que a entidade licen-
dos lixiviados, durante a fase de funcionamento e no ciadora o solicite, por meio de uma avaliação de riscos,
pós-encerramento da instalação, e determinar o balanço que, tendo em conta as condições específicas do local, não
hídrico da instalação de resíduos; é necessário reduzir mais os limites de concentração.
b) Evitar ou minimizar a produção de lixiviados e a
contaminação, pelos resíduos, das águas superficiais ou Artigo 12.º
das águas subterrâneas e do solo; Exploração de instalações de resíduos
c) Recolher e tratar as águas contaminadas e os lixi- 1 — Na fase de exploração da instalação de resíduos,
viados da instalação, de modo a respeitar as normas para o operador deve garantir que:
a descarga dos mesmos;
a) Os planos de monitorização e de inspecção regular
d) Evitar ou reduzir as emissões para a atmosfera;
à instalação de resíduos são elaborados e executados, sob
e) Garantir que sejam asseguradas as condições de
responsabilidade e supervisão da pessoa competente;
segurança contra incêndio nas instalações, de acordo b) A entidade licenciadora e a autoridade de protecção
com o disposto na legislação em vigor. civil territorialmente competente são informadas, no
3 — O operador pode ser dispensado, parcial ou prazo máximo de quarenta e oito horas, de quaisquer
totalmente, da adopção das medidas necessárias para ocorrências susceptíveis de afectar a estabilidade da
garantir o disposto nas alíneas b) e c) do número an- instalação ou de causar efeitos significativos, prejudiciais
terior, caso a entidade licenciadora conclua, em face ao ambiente, demonstrados pelos procedimentos de con-
do caso concreto, tendo em conta o disposto na Lei n.º trolo e monitorização da instalação de resíduos;
58/2005, de 29 de Dezembro, e com base numa avaliação c) A entidade licenciadora é informada, no prazo

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

máximo de quarenta e oito horas, de quaisquer ocorrên- 4 — A entidade licenciadora, com fundamento no
cias susceptíveis de afectar os recursos hídricos, que por cumprimento de exigências ambientais, designadamente
sua vez informa de imediato a administração da região as que constam da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro,
hidrográfica territorialmente competente; pode ordenar ao operador que, depois do encerramento
d) As medidas de correcção necessárias, em caso de da instalação de resíduos, controle a estabilidade física
resultados indicativos de instabilidade ou contaminação e química da instalação e minimize todos os efeitos
das águas ou do solo, são atempadamente adoptadas; prejudiciais ao ambiente, em especial no tocante às
e) Os registos das acções de monitorização e de inspec- águas superficiais e às águas subterrâneas, e que, para
ção são mantidos até ao encerramento da instalação. o efeito:
2 — O operador comunica anualmente todos os a) Conserve e monitorize todas as estruturas da
resultados das acções de monitorização à entidade li- instalação;
cenciadora, sob a forma de dados agregados, de modo b) Mantenha a aparelhagem de controlo e medição da
a demonstrar a observância das condições da licença instalação em permanente estado de utilização;
de exploração e a permitir um melhor conhecimento c) Elabore e implemente uma rede de monitorização
do comportamento dos resíduos e da instalação de de águas subterrâneas, através da instalação de um nú-
resíduos. mero mínimo de piezómetros a envolver a instalação;
3 — A entidade licenciadora pode, em função dos d) Assegure o funcionamento futuro dessa rede de
resultados acima referidos, solicitar a validação dos re- monitorização de águas subterrâneas e a qualidade dos
sultados dos relatórios por um perito independente. resultados produzidos e designe um responsável por esse
4 — As informações previstas nas alíneas b) e c) do funcionamento;
n.º 1 devem ser remetidas através de meios electróni- e) Comunique à entidade licenciadora, à autorida-
cos. de de protecção civil territorialmente competente e à
administração da região hidrográfica territorialmente
Artigo 13.º competente, no prazo máximo de quarenta e oito horas,
Encerramento e pós-encerramento de instalações de quaisquer ocorrências susceptíveis de afectar a estabilida-
resíduos de da instalação ou de causar efeitos significativos, preju-
1 — O operador só pode iniciar o procedimento diciais ao ambiente, demonstrados pelos procedimentos
de encerramento da instalação caso ocorra uma das de controlo e monitorização da instalação de resíduos.
seguintes situações: 5 — Os canais de transbordo e os evacuadores de
cheias devem ser mantidos limpos e desimpedidos.
a) Estarem preenchidas as condições fixadas na
6 — O operador comunica anualmente todos os
licença;
resultados das acções de monitorização à entidade li-
b) Ter solicitado e obtido, junto da entidade licencia-
cenciadora, sob a forma de dados agregados, de modo
dora, autorização para o efeito;
a demonstrar a observância das condições da licença
c) Ter sido emitida por iniciativa da entidade licencia-
de exploração e a permitir um melhor conhecimento
dora uma decisão fundamentada nesse sentido.
do comportamento dos resíduos e da instalação de
2 — Uma instalação de resíduos considera-se defi-
resíduos.
nitivamente encerrada após a entidade licenciadora ter
7 — A entidade licenciadora efectua vistorias regula-
efectuado uma vistoria final ao local, aprovados todos
res à instalação, na fase de pós-encerramento.
os relatórios apresentados pelo operador, certificado a
reabilitação dos terrenos afectados pela instalação de
CAPÍTULO III
resíduos e comunicado a aprovação de encerramento
Prevenção de acidentes graves
ao operador.
3 — O operador é responsável pela manutenção,
Artigo 14.º
monitorização, controlo e implementação de medidas
Instalações de resíduos abrangidas
correctivas na fase de pós-encerramento, durante o prazo
que a entidade licenciadora, atendendo à natureza e à O disposto no presente capítulo é aplicável apenas às
duração do risco, entenda adequado, salvo se esta decidir instalações de resíduos que, cumulativamente:
substituir-se nessas obrigações ao operador. a) Sejam classificadas na categoria A;

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

b) Não se encontrem abrangidas pelo Decreto-Lei 3 — O plano de emergência interno é testado por
n.º 254/2007, de 12 de Julho. intermédio de simulacros a realizar pelo operador em
colaboração com a autoridade de protecção civil territo-
Artigo 15.º rialmente competente.
Política de prevenção de acidentes graves 4 — O operador deve manter o plano de emergência
1 — Sem prejuízo do disposto no Decreto-Lei interno actualizado e deve disponibilizá-lo às autoridades
n.º 324/95, de 29 de Novembro, relativo às prescrições competentes para efeitos de inspecção e fiscalização.
mínimas de saúde e segurança a aplicar nas indústrias
Artigo 17.º
extractivas por perfuração a céu aberto ou subterrâneas,
o operador deve identificar os perigos de acidente grave, Plano de emergência externo
bem como assegurar que os aspectos necessários para 1 — O plano de emergência externo abrange o
evitar tais acidentes e a limitação das suas consequências conjunto de medidas a tomar fora do sítio em caso de
para a saúde humana e para o ambiente, incluindo even- acidente.
tuais impactos transfronteiriços, sejam incorporados ao 2 — No pedido de licenciamento da instalação o
nível do projecto, da construção, do funcionamento, da operador deve fornecer à autoridade de protecção civil
manutenção, do encerramento e do pós-encerramento territorialmente competente, com base nas orientações
da instalação de resíduos. aprovadas e divulgadas pela Autoridade Nacional de
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, bem Protecção Civil, as informações necessárias para a ela-
como para efeitos do pedido de licenciamento, o opera- boração do plano referido no número anterior.
dor deve elaborar uma política de prevenção de acidentes 3 — O plano de emergência externo é elaborado pela
graves (PPAG) e implementar um sistema de gestão de autoridade de protecção civil territorialmente competen-
segurança (SGS) destinado a aplicá-la, em conformidade te de acordo com as directivas emitidas pela Comissão
com os elementos constantes do anexo IV do presente Nacional da Protecção Civil, sobre os critérios e normas
decreto-lei, do qual faz parte integrante. técnicas de elaboração de planos de emergência, em
3 — O operador designa o responsável pela aplica- articulação com o plano de emergência interno.
ção e supervisão periódica da política de prevenção de 4 — A elaboração ou a revisão do plano de emergência
acidentes graves. externo é sujeita a consulta pública, por prazo não infe-
rior a 30 dias, a disponibilizar por meios electrónicos.
Artigo 16.º 5 — A consulta pública é promovida pela autoridade
Plano de emergência interno de protecção civil territorialmente competente, que
1 — O operador elabora um plano de emergência disponibiliza as informações relevantes, estabelece os
interno para a instalação de resíduos, de acordo com meios e as formas de participação e integra no plano
as orientações fornecidas pela Agência Portuguesa do de emergência externo as observações que se revelem
Ambiente no seu portal electrónico, do qual constam as pertinentes.
medidas a tomar no sítio em caso de acidente. 6 — O plano de emergência externo é revisto, e se
2 — O plano de emergência interno é elaborado necessário actualizado, pela autoridade de protecção
tendo em conta os seguintes objectivos: civil territorialmente competente de três em três anos
a) Contenção e controlo de acidentes graves e de ou sempre que se justifique.
outros incidentes, de modo a minimizar os seus efeitos, 7 — Para revisão e actualização do plano de
limitando, em especial, os danos causados à saúde hu- emergência externo, a autoridade de protecção civil
mana e ao ambiente; territorialmente competente pode solicitar, mediante
b) Aplicação das medidas necessárias para a protecção fundamentação, informação actualizada ao operador, a
da saúde humana e do ambiente contra os efeitos de disponibilizar através de meios electrónicos.
acidentes graves e de outros incidentes;
c) Comunicação das informações necessárias ao pú- Artigo 18.º
blico e às autoridades competentes; Obrigações em caso de ocorrência de um incidente ou
d) Limpeza, reabilitação e requalificação da área acidente ligeiro
depois de um acidente grave. No caso de ocorrência de um incidente ou acidente

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

ligeiro, o operador, sem prejuízo do disposto nas alíneas resíduos, bem como as alterações substanciais dessas
b) e c) do n.º 1 do artigo 12.º e na alínea e) do n.º 4 do instalações, estão sujeitas a licenciamento nos termos
artigo 13.º, acciona o plano de emergência interno e previstos no presente capítulo.
dá cumprimento às decisões da entidade licenciadora 2 — O licenciamento de instalações de resíduos inte-
relativas às medidas correctivas a tomar, suportando os gradas em explorações de depósitos minerais e de massas
respectivos custos. minerais é integrado no procedimento de licenciamento
dessas explorações, nos termos do disposto no artigo 37.º
Artigo 19.º do presente decreto-lei.
Obrigações em caso de ocorrência de um acidente grave 3 — O licenciamento de instalações de resíduos nos
1 — Em caso de ocorrência de um acidente grave termos do presente decreto-lei não prejudica a neces-
que envolva uma instalação de resíduos, o operador, sidade de obtenção de título de utilização de recursos
sem prejuízo do disposto nas alíneas b) e c) do n.º 1 e hídricos, sempre que o mesmo seja exigível nos termos
do n.º 2 do artigo 12.º e na alínea e) do n.º 4 do arti- da Lei da Água, aprovada pela Lei n.º 58/2005, de 29
go 13.º, acciona o seu plano de emergência interno e de Dezembro, e do regime de utilização dos recursos
transmite de imediato à autoridade de protecção civil hídricos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de
territorialmente competente, à entidade licenciadora 31 de Maio.
e à Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento
do Território as informações necessárias para avaliar e Artigo 22.º
minimizar as consequências do acidente para a saúde Entidades licenciadoras
humana e para avaliar e minimizar a extensão real ou A emissão da licença de instalações de resíduos
potencial dos danos ambientais. compete:
2 — Quando ocorra um acidente grave que poten- a) À Direcção-Geral de Energia e Geologia, quando
cialmente afecte outros Estados membros da União estejam em causa:
Europeia, a entidade licenciadora deve transmitir às i) Instalações de resíduos da categoria A;
autoridades dos outros Estados membros as informações ii) Instalações de resíduos integradas em explorações
relativas aos planos de emergência internos e externos, de depósitos minerais, autorizadas nos termos do dispos-
com vista à avaliação e minimização das consequências to no Decreto-Lei n.º 88/90, de 16 de Março;
do acidente para a saúde humana e para o ambiente.
b) À direcção regional de economia territorialmente
Artigo 20.º competente, quando estejam em causa instalações de
resíduos não compreendidas na alínea anterior.
Disponibilização de informação de segurança
A autoridade de protecção civil territorialmente com- Artigo 23.º
petente disponibiliza, permanentemente, por meios elec- Pedido de licenciamento
trónicos, as informações sobre as medidas de segurança
1 — O pedido de licenciamento da instalação de re-
e as acções a desenvolver em caso de acidente, nas quais
síduos é apresentado à entidade licenciadora e instruído
se incluem, pelo menos, os elementos referidos no anexo
nos termos previstos no anexo VI do presente decreto-lei,
V do presente decreto-lei, do qual faz parte integrante.
do qual faz parte integrante.
2 — O pedido de licenciamento deve ser apresentado
CAPÍTULO IV
através de meios electrónicos.
Licenciamento de instalações de resíduos
3 — As comunicações entre a entidade licenciadora e
o operador, no âmbito do respectivo procedimento, são
SECÇÃO I realizadas por meios electrónicos.
Procedimento 4 — Por opção do operador, os procedimentos a que
se refere o n.º 2 do anexo VI podem ser iniciados junto
Artigo 21.º
da entidade licenciadora e decorrer em simultâneo com o
Licenciamento de instalações de resíduos procedimento de licenciamento da instalação de resíduos
1 — A construção e a exploração de instalações de a que se refere o presente capítulo.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Artigo 24.º causa o licenciamento de instalações de resíduos que não


Instrução do pedido seja da categoria A;
c) Administração da região hidrográfica territorial-
1 — No prazo de 10 dias contado da recepção do
mente competente;
pedido, a entidade licenciadora verifica se o mesmo se
d) Autoridade para as Condições do Trabalho e do
encontra regularmente instruído, ou seja, com todos os
delegado de saúde regional, caso não tenham sido con-
elementos exigidos pelo presente decreto-lei.
sultados no âmbito de outros procedimentos de autori-
2 — Se da verificação do pedido de licença resultar
zação relativos à instalação.
a sua não conformidade com os requisitos legais e regu-
lamentares aplicáveis, a entidade licenciadora: 2 — As entidades consultadas dispõem de 10 dias
para requerer, por uma única vez, esclarecimentos ou in-
a) Solicita ao operador, por uma única vez, a presta-
formações complementares à entidade licenciadora, que
ção de informações ou elementos complementares, bem
por sua vez, no prazo de 5 dias, os solicita ao operador,
como o aditamento ou a reformulação do pedido, sob
fixando-lhe prazo para a sua apresentação.
pena de indeferimento; ou
3 — As entidades consultadas devem pronunciar-se no
b) Indefere liminarmente o pedido, com a consequen-
prazo de 45 dias ou de 30 dias, consoante esteja ou não
te extinção do procedimento, se a não conformidade com
em causa o licenciamento de instalações de resíduos de
os requisitos legais e regulamentares for insusceptível de
categoria A, contados da data da recepção do pedido de
suprimento ou correcção.
parecer ou dos esclarecimentos e informações adicionais
3 — A entidade licenciadora pode, no prazo de 10
solicitados nos termos do número anterior.
dias contado da recepção do pedido, e sem prejuízo do
4 — Os pareceres emitidos pela Agência Portuguesa
disposto na alínea a) do número anterior, convocar o
do Ambiente, comissões de coordenação e desenvolvi-
operador para a realização de uma conferência instrutó-
mento regional e administração da região hidrográfica,
ria com vista à prestação de esclarecimentos necessários
nos termos do n.º 1, são vinculativos.
para a boa decisão do pedido.
5 — A falta de emissão de parecer nos prazos le-
4 — No caso previsto na alínea a) do n.º 2, o operador
galmente previstos equivale à emissão de pronúncia
dispõe de um prazo máximo de 45 dias para corrigir
favorável.
ou completar o pedido, sob pena de indeferimento
6 — O procedimento de consulta a entidades públicas
liminar.
deve ser realizado através de meios electrónicos.
5 — No prazo de 10 dias a contar da junção ao
processo de elementos adicionais no caso previsto na Artigo 26.º
alínea a) do n.º 2, se subsistir a não conformidade com Consulta pública
os condicionalismos legais e regulamentares, a entidade
1 — No prazo de cinco dias a contar da regular ins-
licenciadora indefere liminarmente o pedido.
trução do pedido de licença, a entidade licenciadora pro-
6 — Caso o pedido de licenciamento não seja inde-
move a divulgação do pedido de licenciamento, de forma
ferido liminarmente ou caso não se verifique a situação
a garantir a informação e a participação do público.
referida na alínea a) do n.º 2, o pedido considera-se
2 — A divulgação do pedido de licenciamento abran-
correctamente instruído.
ge os seguintes elementos:
Artigo 25.º a) Identificação do pedido, do operador e da locali-
zação da instalação;
Consultas a entidades públicas
b) Indicação dos elementos constantes no pedido de
1 — No prazo de cinco dias a contar da regular instru- licença;
ção do pedido de licença nos termos do artigo anterior, c) Locais e data a partir da qual a informação rele-
a entidade licenciadora promove a consulta da: vante é disponibilizada, bem como os meios de dispo-
a) Agência Portuguesa do Ambiente, quando estiver nibilização;
em causa o licenciamento de instalações de resíduos de d) Indicação da autoridade competente para a decisão
categoria A; do pedido de licenciamento, das entidades que podem
b) Comissão de coordenação e desenvolvimento re- fornecer informação relevante e das entidades junto das
gional territorialmente competente, quando estiver em quais é possível apresentar observações ou questões, com

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

indicação dos respectivos prazos; nificativos no ambiente e que possa implicar riscos para
e) Se aplicável, a declaração de impacto ambiental ou a a saúde humana noutro Estado membro, deve transmitir
informação relativa à pendência do procedimento de ava- à respectiva entidade competente a informação constante
liação de impacto ambiental, se o operador tiver optado do pedido de licenciamento da instalação de resíduos, de
pelo decurso dos procedimentos em simultâneo; modo a permitir a participação do público desse Estado
f) Se aplicável, o parecer da Agência Portuguesa do membro antes da tomada da decisão do pedido.
Ambiente que ateste a compatibilidade da localização 2 — Sempre que a autoridade competente de um
da instalação emitida nos termos do n.º 4 do artigo 5.º Estado membro potencialmente afectado por um pro-
do Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de Julho, ou a infor- jecto de instalação de resíduos manifeste formalmente a
mação relativa à pendência do pedido de parecer se o intenção de participar nesse procedimento, deve ser-lhe
operador tiver optado pelo decurso dos procedimentos facultada a informação constante do pedido de licencia-
em simultâneo; mento indicada no n.º 2 do artigo anterior.
g) Se aplicável, o relatório de segurança aprovado ou a 3 — O prazo da consulta é de 15 dias.
informação relativa à pendência do pedido de aprovação 4 — Os resultados das consultas referidas nos números
do relatório de segurança se o operador tiver optado pelo anteriores são considerados na tomada de decisão sobre
decurso dos procedimentos em simultâneo; o pedido de licença de uma instalação de resíduos.
l) Se aplicável, a sujeição do pedido a um procedimen- 5 — A entidade licenciadora disponibiliza a infor-
to de avaliação de impacto ambiental transfronteiriço ou mação relativa à decisão proferida no procedimento de
a consulta entre Estados membros da União Europeia; licenciamento bem como as informações referidas no
m) Se aplicável, indicação de que a licença de ex- artigo 42.º, sempre que solicitadas pelo Estado membro
ploração da instalação depende da emissão da licença que tenha sido consultado.
ambiental. 6 — Sempre que a entidade licenciadora tenha
2 — Os elementos referidos no número anterior, conhecimento de que uma instalação de resíduos loca-
bem como o período e condições de consulta pública, lizada no território de outro Estado membro possa ter
devem ser publicitados por meios electrónicos e ainda efeitos nocivos e significativos no ambiente do território
afixados na sede do município da área de localização da nacional, deve solicitar e analisar a informação publi-
instalação de resíduos. citada no âmbito do procedimento de consulta pública
3 — O período de consulta é de 15 dias, durante os efectuado nesse Estado.
quais o público interessado pode apresentar junto da 7 — A entidade licenciadora analisa e coloca à dis-
entidade licenciadora observações e sugestões. posição do público, nos termos e nos prazos fixados no
4 — Quando estejam em causa instalações de resí- presente artigo, a informação remetida pelos demais
duos sujeitas ao procedimento de avaliação de impacto Estados membros.
ambiental em que o operador tenha optado pelo decurso 8 — A entidade licenciadora transmite os resultados
dos procedimentos em simultâneo ou no caso das insta- da sua análise e da participação do público interessado à
lações de resíduos sujeitas ao procedimento de licença autoridade competente do Estado membro onde decorre
ambiental em que as consultas públicas decorram em o procedimento de licenciamento.
simultâneo, aplicam-se os prazos mais dilatados previstos 9 — O procedimento de consulta previsto no presente
na legislação aplicável. artigo deve ser realizado através de meios electrónicos.
5 — Os resultados da participação do público devem
Artigo 28.º
ser tidos em consideração pela entidade licenciadora na
decisão do pedido de licenciamento. Aprovação do projecto
1 — A entidade licenciadora comunica ao operador
Artigo 27.º a decisão de aprovação do projecto da instalação de
Consulta entre Estados membros da União Europeia resíduos, no prazo de 20 dias contado a partir de um
1 — Sempre que a Direcção-Geral de Energia e dos seguintes factos, consoante o que ocorra em último
Geologia verifique que a exploração de uma instalação de lugar:
resíduos da categoria A pode ter efeitos prejudiciais sig- a) Da recepção do parecer da entidade consultada;

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b) Do termo final do prazo de consulta do público. 2 — O operador solicita à entidade licenciadora a re-
2 — Determinam o indeferimento do projecto da alização de uma vistoria com uma antecedência mínima
instalação de resíduos: de 40 dias relativamente à data do início da exploração
da instalação de resíduos.
a) A desconformidade do projecto com os princípios
3 — O pedido de vistoria é instruído com:
gerais da gestão de resíduos ou com os planos nacionais
de gestão de resíduos; a) Elementos comprovativos do cumprimento das con-
b) O não cumprimento das normas técnicas previstas dições impostas na decisão de aprovação do projecto;
no presente decreto-lei; b) Comprovativo do pagamento da taxa para emissão
c) A existência de declaração de impacto ambiental da licença;
desfavorável, de parecer desfavorável relativo à compa- c) Termo de responsabilidade da pessoa competente,
tibilidade da localização ou de decisão desfavorável ao no qual esta declara que a instalação está concluída e
relatório de segurança, quando os procedimentos decor- preparada para iniciar a actividade, de acordo com o
ram em simultâneo nos termos do n.º 4 do artigo 23.º projecto aprovado e em observância das condições im-
postas na licença.
3 — Caso o operador tenha optado pela aplicação do
disposto no n.º 4 do artigo 23.º, a decisão de aprovação 4 — A vistoria efectua -se no prazo de 45 dias a contar
do projecto da instalação de resíduos apenas pode ter da data da apresentação do pedido, sendo o operador
lugar após a: notificado pela entidade licenciadora para o efeito com
uma antecedência mínima de 10 dias.
a) Emissão de declaração de impacto ambiental favo-
5 — Decorrido o prazo previsto no número anterior
rável ou favorável condicionada, a emissão de decisão de
para a realização da vistoria sem que esta seja realizada
dispensa de procedimento de avaliação de impacto am-
por motivo não imputável ao operador, a entidade li-
biental, ou a existência de deferimento tácito, nos termos
cenciadora é obrigada a proceder à devolução das taxas
previstos no Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio;
pagas pelo operador.
b) Emissão da declaração de compatibilidade da loca-
6 — A entidade licenciadora pode requisitar a in-
lização da instalação e a aprovação do relatório de segu-
rança nos termos previstos no Decreto-Lei n.º 254/2007, tervenção de outros técnicos, peritos ou entidades acre-
de 12 de Julho. ditadas, tendo em vista, nomeadamente, a verificação
das condições da instalação ou do cumprimento das
4 — A decisão de aprovação do projecto da instalação
eventuais condições impostas em vistoria anterior.
de resíduos inclui as condições a observar pelo operador
7 — Os resultados da vistoria são registados em auto,
na execução da obra, bem como a aprovação do plano
assinado pelos representantes da entidade licenciadora e
de gestão de resíduos.
das entidades intervenientes, e de que é entregue cópia
5 — A decisão de aprovação do projecto da instala-
ção de resíduos é válida por um período de dois anos, ao operador, do qual constam as desconformidades da
prorrogável uma única vez, por igual período, a pedido instalação com o projecto aprovado e as medidas de
do operador, com fundamento em motivo que não lhe correcção dessas desconformidades.
seja imputável.
Artigo 30.º
6 — São nulos os actos que autorizem ou licenciem a
execução de um projecto relativo à instalação e explo- Decisão final
ração de uma instalação de resíduos sem que tenha sido 1 — A entidade licenciadora profere uma decisão
previamente emitida a decisão de aprovação do projecto sobre o pedido de licenciamento da instalação de resí-
a que se refere o presente artigo. duos no prazo de 10 dias contado da data da realização
da vistoria.
Artigo 29.º 2 — A entidade licenciadora defere o pedido de licen-
Vistoria ciamento caso o auto de vistoria seja favorável ao início
1 — A emissão da licença depende da realização de da exploração da instalação de resíduos.
uma vistoria, na qual participam a entidade licenciadora 3 — O pedido de licenciamento da instalação de
e as entidades consultadas nos termos do disposto no resíduos é indeferido, designadamente, nos seguintes
artigo 25.º casos:

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a) Desconformidade da infra-estrutura com o pro- meadamente ao teor do plano de gestão de resíduos e,


jecto aprovado à qual o auto de vistoria atribua relevo em especial, do plano proposto para o encerramento;
suficiente para a não atribuição da licença; c) Nas normas e objectivos ambientais aplicáveis,
b) Indeferimento do pedido de licença ambiental, incluindo a estabilidade física da instalação de resídu-
quando exigível. os, as normas de qualidade mínimas para os solos e os
4 — No caso previsto na alínea a) do número anterior, recursos hídricos e as taxas máximas de libertação de
o operador pode requerer, no prazo máximo de seis me- contaminantes;
ses, a realização de nova vistoria, sendo o procedimento d) Nas medidas técnicas necessárias para a realização
reaberto para efeitos de reavaliação do pedido de licença de objectivos ambientais, nomeadamente as medidas que
da instalação de resíduos, aplicando-se o disposto no visam garantir a estabilidade da instalação de resíduos
artigo anterior. e limitar os danos ambientais;
5 — A entidade licenciadora comunica, no prazo de e) Nas medidas necessárias para a realização de
objectivos durante e após o encerramento, incluindo a
cinco dias, a decisão ao operador, às entidades consul-
reabilitação dos solos, o tratamento e a monitorização
tadas nos termos do artigo 25.º e à câmara municipal
pós-encerramento, caso seja necessário, e, se relevante,
territorialmente competente.
medidas para reabilitação da biodiversidade;
Artigo 31.º f) Na escala de tempo estimada do impacto e das
medidas de atenuação necessárias;
Garantia financeira
g) Na avaliação, a efectuar por terceiros independen-
1 — Após a notificação do deferimento do pedido
tes e devidamente qualificados, dos custos necessários
de licenciamento da instalação de resíduos, o operador para assegurar a reabilitação dos solos, o encerramento e
presta uma garantia financeira, em benefício da entidade o pós -encerramento, incluindo a possível monitorização
licenciadora, destinada a garantir o integral cumpri- pós-encerramento ou o tratamento de contaminantes e
mento das condições impostas na licença, incluindo as tendo em conta a possibilidade de encerramento não
relativas à fase de pós-encerramento e à reabilitação dos programado ou prematuro.
solos afectados pela instalação de resíduos, de acordo 6 — O montante da garantia é revisto com uma perio-
com o plano de gestão de resíduos. dicidade de cinco anos, podendo ser reduzido quando se
2 — A garantia é contratada com uma instituição verifiquem alterações substanciais nas operações ou nos
autorizada pelo Banco de Portugal e tem carácter autó- trabalhos de reabilitação cuja realização seja necessária
nomo, incondicional, irrevogável, interpelável à primeira nos terrenos afectados pela instalação de resíduos, de
solicitação e liquidável no prazo de três dias. acordo com o plano de gestão de resíduos.
3 — A entidade licenciadora ordena o reforço da 7 — Sempre que a entidade licenciadora aprove o en-
garantia sempre que a mesma se revele insuficiente, cerramento definitivo, procede ao cancelamento parcial
incluindo por motivos de execução total ou parcial, para da garantia financeira, salvaguardando a manutenção
garantir o integral cumprimento da licença. do montante necessário para garantir o cumprimen-
4 — A garantia pode ser total ou parcialmente can- to das obrigações imputáveis ao operador na fase de
celada por comunicação escrita dirigida à instituição pós-encerramento previstas no artigo 13.º
emitente pela entidade licenciadora.
5 — O montante da garantia financeira é determi- Artigo 32.º
nado pela entidade licenciadora, com base: Alvará da licença
a) No impacto provável da instalação de resíduos no 1 — A licença da instalação de resíduos é titulada
ambiente e na saúde humana, atendendo, em especial, à por alvará.
categoria da instalação, às características dos resíduos e 2 — O alvará de licença é emitido pela entidade
ao tratamento do solo afectado pela instalação, de modo licenciadora após a prestação da garantia financeira
a restaurá-lo para um estado satisfatório, particularmen- pelo operador, de acordo com o modelo a aprovar por
te no aspecto do uso apropriado e benéfico do mesmo; portaria dos membros do Governo responsáveis pelas
b) Na def inição da reabilitação, incluindo a áreas do ambiente e da economia.
pós-utilização da instalação de resíduos, atendendo no- 3 — O alvará de licença é enviado ao operador no

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prazo de cinco dias contado da recepção do comprovativo adaptações, à introdução de alterações ao projecto apro-
da prestação da garantia financeira. vado durante a sua execução.
4 — Devem constar do alvará de licença, designada-
mente, as seguintes informações: Artigo 34.º

a) A classificação da instalação; Reavaliação e actualização da licença


b) As condições a satisfazer para a preparação da 1 — A entidade licenciadora deve reavaliar periodi-
instalação, para as operações de deposição e processos camente as condições da licença, com uma periodicidade
de acompanhamento e controlo na fase de exploração, não superior a três anos, atendendo aos resultados das
incluindo os planos de monitorização e os planos de acções de monitorização comunicadas pelo operador,
emergência, bem como os requisitos relativos às opera- aos resultados de vistorias ou inspecções realizadas nos
ções de encerramento e de pós-encerramento; termos do presente decreto-lei ou, ainda, à evolução das
c) A obrigação de apresentação anual do relatório de melhores técnicas disponíveis.
actividades à entidade licenciadora, nos termos da alínea 2 — A entidade licenciadora deve actualizar a licença
b) do n.º 1 do artigo 52.º do Decreto-Lei n.º 88/90, de da instalação de resíduos em função dos resultados da
16 de Março, e do n.º 2 do artigo 51.º do Decreto-Lei reavaliação prevista no número anterior.
n.º 270/2001, de 6 de Outubro, alterado pelo Decreto-Lei
Artigo 35.º
n.º 340/2007, de 12 de Outubro;
d) A obrigação de apresentação anual do relatório Transmissão da licença
de actividade, até final de Abril do ano seguinte, para 1 — A licença da instalação de resíduos pode ser
as instalações de resíduos tituladas por licenciamento transmitida, mediante apresentação de requerimento
específico, nos termos do artigo 37.º pelo transmissário à entidade licenciadora, instruído
com os seguintes documentos:
SECÇÃO II a) Declaração do transmissário, na qual se compro-
Vicissitudes da licença mete a explorar a instalação de resíduos nos termos da
licença e de acordo com as disposições legais e regula-
Artigo 33.º mentares aplicáveis;
Alterações da licença de instalação de resíduos b) A identificação da pessoa competente;
c) Documento comprovativo da prestação da garantia
1 — O operador é obrigado a comunicar à entidade
financeira nos mesmos termos em que o transmitente
licenciadora, qualquer alteração que pretenda introduzir
estava obrigado.
na instalação de resíduos antes de iniciar a respectiva
execução. 2 — A entidade licenciadora decide o pedido de
2 — As alterações substanciais da instalação de resídu- transmissão no prazo de 15 dias, equivalendo a falta de
os estão sujeitas a licenciamento nos termos do capítulo iv decisão a deferimento tácito.
do presente decreto-lei, ficando o operador dispensado 3 — A transmissão é averbada na licença.
de apresentar com o pedido a que se refere o artigo 23.º
os documentos que hajam instruído o anterior pedido
SECÇÃO III
de licença e que se mantenham válidos. Informação
3 — O licenciamento das alterações substanciais de-
Artigo 36.º
termina a revisão da licença de instalação de resíduos,
adoptando-se para o efeito o procedimento previsto nos Divulgação de informação
artigos 23.º a 32.º do presente decreto-lei. A entidade licenciadora, sem prejuízo do disposto na
4 — As alterações não substanciais carecem apenas Lei n.º 19/2006, de 12 de Junho, que regula o acesso à in-
da realização das consultas nos termos previstos no formação sobre ambiente, procede à divulgação, através
artigo 25.º, sendo averbadas, em caso de decisão favo- de meios electrónicos, das seguintes informações:
rável da entidade licenciadora, à licença da instalação a) A decisão proferida no âmbito dos procedimentos
de resíduos. de licenciamento da instalação de resíduos e respectivas
5 — O presente artigo é aplicável, com as devidas actualizações;

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b) A fundamentação da decisão, tendo em conta categoria A, exclusivamente afectas à gestão de resíduos


as observações e sugestões apresentadas pelo público inertes e ou à gestão de solo não poluído resultantes da
interessado, nos termos do disposto no artigo 26.º, e as prospecção, extracção, tratamento e armazenagem de
informações relevantes sobre o procedimento de parti- recursos minerais e da exploração de pedreiras ou de
cipação do público; resíduos resultantes da extracção, tratamento e armaze-
c) Os resultados das monitorizações das emissões nagem de turfa, não estão sujeitas ao disposto no capítulo
que lhe tenham sido comunicadas pelo operador, nos iv, no n.º 6 do artigo 11.º, nas alíneas b) e c) do n.º 1 do
termos da licença; artigo 12.º, no artigo 13.º, no artigo 18.º, no artigo 50.º
d) Outras informações relevantes, tais como as con- e na alínea d) do n.º 1 do anexo VI.
clusões dos principais relatórios e pareceres que sejam 2 — Os operadores das instalações referidas no nú-
apresentados e as informações relevantes para a decisão mero anterior devem apresentar à entidade licenciadora,
que não tenham sido disponibilizadas nos termos do para aprovação, o plano de gestão de resíduos previsto
disposto nas alíneas anteriores. no artigo 10.º
3 — A entidade licenciadora remete o plano de ges-
CAPÍTULO V tão de resíduos, para emissão de parecer vinculativo, à
comissão de coordenação e desenvolvimento regional
Regimes especiais de licenciamento
territorialmente competente, a qual dispõe de 10 dias
Artigo 37.º para requerer, por uma única vez, esclarecimentos ou
informações complementares.
Instalações de resíduos integradas em explorações de
4 — A comissão de coordenação e desenvolvimento
depósitos minerais e de massas minerais
regional emite o parecer no prazo de 15 dias contado da
1 — Sempre que a exploração dos depósitos mine- data de recepção do plano de gestão de resíduos ou, caso
rais e de massas minerais, desenvolvida nos termos do tenham sido solicitados, da recepção dos esclarecimentos
disposto, respectivamente, no Decreto-Lei n.º 88/90, ou informações complementares, equivalendo a falta de
de 16 de Março, e no Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de emissão de parecer neste prazo a parecer favorável.
Outubro, na sua redacção actual, integre instalações de 5 — A entidade licenciadora decide sobre a aprova-
resíduos, a exploração destas instalações está dependente ção do plano de gestão de resíduos no prazo de 15 dias
da aprovação de um plano de lavra ou de um plano de contado da recepção do parecer emitido pela comissão
pedreira, consoante o caso, pela entidade licenciadora. de coordenação e desenvolvimento regional ou do termo
2 — Nos casos previstos no número anterior, o plano final do prazo para a emissão desse parecer, equivalendo
de lavra ou o plano de pedreira, consoante o caso, inclui a falta de decisão neste prazo a decisão favorável.
o projecto de construção, exploração e encerramento da
instalação de resíduos e o plano de gestão de resíduos, Artigo 39.º
os quais são aprovados com observância do disposto no Redução ou supressão de requisitos
presente decreto-lei.
1 — Por solicitação do operador e em situações es-
3 — A decisão de aprovação do plano de lavra ou
peciais devidamente fundamentadas, a entidade licen-
do plano de pedreira substitui a decisão de aprovação ciadora pode dispensar o operador do cumprimento
do projecto da instalação de resíduos, sem prejuízo de requisitos respeitante ao depósito de resíduos não
da observância do disposto no capítulo IV do presente perigosos provenientes da prospecção de recursos mine-
decreto-lei. rais, com a excepção de óleos e evaporitos que não sejam
4 — Quando o plano de lavra ou o plano de pedreira gesso nem anidrite, bem como ao depósito de solo não
não preveja a construção, exploração ou encerramento poluído e de resíduos resultantes da extracção, tratamen-
da instalação de resíduos, esta é objecto de licenciamento to e armazenagem de turfa, desde que se certifique do
nos termos do capítulo IV do presente decreto-lei. cumprimento do disposto nos artigos 5.º e 6.º
2 — Por solicitação do operador e em situações
Artigo 38.º
especiais devidamente fundamentadas, a entidade li-
Gestão de resíduos inertes e de solo não poluído cenciadora pode dispensar as operações de gestão de
1 — As instalações de resíduos não classificadas na resíduos não inertes e não perigosos do cumprimento

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

do disposto no artigo 27.º, no artigo 31.º, no n.º 6 do peração paisagística aprovado nos termos do Decreto-Lei
artigo 11.º, nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 12.º, nos n.º 270/2001, de 6 de Outubro, e depende da verificação
n. os 4 e 5 do artigo 13.º e no artigo 18.º, a menos que das condições técnicas previstas no regime jurídico da
estes sejam depositados numa instalação de resíduos da deposição de resíduos em aterro.
categoria A. 5 — A utilização de resíduos não inertes que não
3 — A decisão de dispensa prevista no número an- sejam resíduos de extracção para encher vazios de es-
terior deve ser emitida em sede de instrução do pedido cavação depende da verificação do disposto no regime
de licenciamento da instalação de resíduos e deve acom- jurídico da deposição de resíduos em aterro.
panhar, com a respectiva fundamentação, o pedido de
pareceres previstos no n.º 1 do artigo 25.º CAPÍTULO VI
Fiscalização
Artigo 40.º
Vazios de escavação Artigo 41.º
1 — A reposição de resíduos de extracção nos vazios Fiscalização e inspecção
de escavação resultantes da extracção subterrânea, para 1 — A verificação do cumprimento do disposto no
fins de reabilitação, de estabilização geomecânica ou presente decreto-lei pode revestir a forma de:
como requisito da sequência do método de exploração,
a) Fiscalização, a desenvolver de forma sistemática
e a reposição de resíduos de extracção nos vazios de
pelas autoridades competentes, no cumprimento da
escavação resultantes da extracção a céu aberto, para
obrigação geral de vigilância que lhes está cometida, e
fins de reabilitação, de modelação topográfica do local
de forma pontual em função das queixas e denúncias
e de construção, estão sujeitas ao disposto no presente
recebidas;
artigo.
b) Inspecção, a efectuar pelas entidades com compe-
2 — A reposição de resíduos de extracção nos vazios
tência para o efeito, de forma casuística e aleatória ou
de escavação deve constar do plano de lavra ou do plano
em execução de um plano de inspecção previamente
de pedreira, consoante se trate de exploração dos depó-
aprovado, ou ainda no apuramento do alcance e das
sitos minerais ou de massas minerais, desenvolvida nos
responsabilidades por situações que afectem os valores
termos do disposto no Decreto -Lei n.º 88/90, de 16 de
Março, e no Decreto -Lei n.º 270/2001, na sua redacção a proteger pelo presente decreto-lei.
actual, respectivamente. 2 — A fiscalização compete, no âmbito das respec-
3 — Para além do disposto no artigo 27.º do tivas competências, às comissões de coordenação e
Decreto-Lei n.º 88/90, de 16 de Março, e no artigo 30.º desenvolvimento regional às administrações da regiões
do Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro, alterado hidrográficas, à Direcção-Geral de Energia e Geologia e
pelo Decreto-Lei n.º 340/2007, de 12 de Outubro, o à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.
plano de lavra ou o plano de pedreira a que se alude no 3 — A inspecção compete à Inspecção-Geral do
número anterior não pode ser aprovado sem que dele Ambiente e do Ordenamento do Território.
constem as medidas necessárias para: 4 — Para efeitos do disposto no número anterior, as
a) Garantir a estabilidade dos resíduos de extracção, entidades licenciadoras remetem à Inspecção-Geral do
nos termos do disposto na alínea d) do n.º 1 do artigo Ambiente e do Ordenamento do Território a informação
12.º, com as necessárias adaptações; actualizada, designadamente, a prevista no artigo 42.º
b) Evitar a poluição do solo, das águas superficiais e 5 — O disposto nos números anteriores não prejudica
das águas subterrâneas, nos termos do disposto no artigo o exercício dos poderes de fiscalização e polícia que,
11.º, com as necessárias adaptações; em razão da matéria, competem às demais autoridades
c) Garantir a monitorização dos resíduos de extracção públicas.
e dos vazios de escavação, nos termos dos n.os 3 a 5 do
artigo 13.º, com as necessárias adaptações. Artigo 42.º

4 — A utilização de resíduos inertes que não sejam Registo de informação


resíduos de extracção para encher vazios de escavação só 1 — O operador deve organizar e manter actualizado
pode ter lugar no âmbito de plano ambiental e de recu- um registo informático com todos os elementos relativos

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

ao processo de licenciamento, incluindo quaisquer alte- d) Incumprimento da obrigação de comunicação dos


rações, independentemente de essas alterações estarem resultados de monitorização, em violação do disposto no
ou não sujeitas a licenciamento, e os resultados de mo- n.º 2 do artigo 12.º e no n.º 6 do artigo 13.º;
nitorização e controlo da instalação de resíduos. e) Incumprimento do dever de designação de um
2 — O operador deve manter registos actualizados responsável pela aplicação e supervisão periódica do
de todas as operações de gestão de resíduos e a dispo- plano de prevenção de acidentes graves, em violação do
nibilizá-los às autoridades competentes para efeitos de disposto no n.º 3 do artigo 15.º;
inspecção e fiscalização. f) Incumprimento das obrigações relativas à existên-
cia dos registos das operações de resíduos e de disponi-
CAPÍTULO VII bilização desses registos às autoridades competentes, por
Regime sancionatório violação do disposto no n.º 2 do artigo 42.º
2 — Constitui contra-ordenação ambiental grave,
Artigo 43.º punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto,
Contra-ordenações gerais na sua redacção actual, a prática dos seguintes actos:
1 — Constitui contra-ordenação, punível nos termos a) Incumprimento do plano de gestão de resíduos
do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro, na sua previsto no artigo 10.º;
redacção actual, a prática dos seguintes actos: b) Incumprimento do dever de adopção das medidas
a) Incumprimento do dever de disponibilização das de correcção, em violação do disposto na alínea d) do
informações necessárias para a elaboração do plano de n.º 1 do artigo 12.º;
emergência externo, em violação do disposto no n.º 2 c) O encerramento de uma instalação de resíduos, em
do artigo 17.º; violação do disposto no n.º 1 do artigo 13.º;
b) Incumprimento da obrigação de entrega do re- d) Incumprimento das obrigações previstas nos n.os 3
latório de actividades no prazo previsto para o efeito, a 5 do artigo 13.º;
em violação do disposto na alínea d) do n.º 4 do artigo e) Incumprimento do dever de elaborar uma política
32.º; de prevenção de acidentes graves, bem como a implemen-
c) Inexistência ou deficiente organização do processo tação do sistema de gestão de segurança, em violação do
relativo ao licenciamento, em violação do disposto no disposto no n.º 2 do artigo 15.º;
n.º 1 do artigo 42.º; f) Incumprimento do dever de elaborar um plano de
d) A transmissão da licença sem decisão, expressa ou emergência interno, em violação do disposto no n.º 1
tácita, da entidade licenciadora em violação do disposto do artigo 16.º;
no n.º 2 do artigo 35.º g) Incumprimento dos deveres estipulados na sequên-
2 — A tentativa e a negligência são puníveis. cia da ocorrência de um incidente ou acidente ligeiro,
em violação do disposto no artigo 18.º;
Artigo 44.º h) Incumprimento do dever de comunicação de qual-
Contra-ordenações ambientais quer alteração da instalação de resíduos, em violação do
1 — Constitui contra-ordenação ambiental leve, pu- disposto no n.º 1 do artigo 33.º
nível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, na 3 — Constitui contra-ordenação ambiental muito
sua redacção actual, a prática dos seguintes actos: grave, punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de
a) Incumprimento do dever de comunicação de alte- Agosto, na sua redacção actual, a prática dos seguintes
rações ao plano de gestão de resíduos, em violação do actos:
disposto no n.º 7 do artigo 10.º; a) A gestão não controlada de resíduos de extracção,
b) Incumprimento dos deveres de elaboração e exe- em violação do disposto nos artigos 5.º e 6.º;
cução dos planos de monitorização e de inspecção, nos b) A utilização excessiva de cianetos, em violação do
termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 12.º; disposto no n.º 6 do artigo 11.º;
c) Incumprimento da obrigação de comunicação de c) A exploração não licenciada de uma instalação de
ocorrências, em violação do disposto nas alíneas b) e c) resíduos, em violação do disposto no artigo 21.º;
do n.º 1 do artigo 12.º; d) Incumprimento das condições constantes do alva-

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

rá de licença de exploração, nos termos do disposto na quando os processos sejam instruídos pela comissão de
alínea b) do n.º 4 do artigo 32.º; coordenação e desenvolvimento regional;
e) O enchimento de vazios de escavação, em violação e) Do presidente da administração da região hidro-
do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 40.º; gráfica territorialmente competente, quando os pro-
f) Incumprimento do disposto nos regimes transitó- cessos sejam instruídos pela administração da região
rios previstos nos artigos 50.º e 51.º hidrográfica.
4 — A tentativa e a negligência são puníveis.
Artigo 46.º
5 — A condenação pela prática das contra-ordenações
Afectação do produto das coimas
ambientais previstas nos n.os 2 e 3 pode ser objecto de
publicidade, nos termos do disposto no artigo 38.º da 1 — A afectação do produto das coimas resultante da
Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, quando a medida con- aplicação das contra-ordenações previstas no artigo 43.º
creta da coima aplicada ultrapasse metade do montante é realizada nos seguintes termos:
máximo da coima abstracta aplicável. a) 60% para os cofres do Estado;
6 — Sempre que a gravidade da infracção o justifi- b) 10% para a entidade que levantou o auto de no-
que, pode a autoridade competente, com a aplicação da tícia;
coima, determinar a aplicação de sanções acessórias que c) 20% para a entidade que instruiu o processo de
se mostrem adequadas, nos termos do disposto na Lei contra-ordenação;
n.º 50/2006, de 29 de Agosto. d) 10% para a entidade que aplicou a respectiva
7 — A autoridade competente pode ainda, sempre coima.
que necessário, determinar a apreensão provisória de 2 — A afectação do produto das coimas resultante
bens e documentos, nos termos previstos no artigo 42.º da aplicação das contra-ordenações ambientais previstas
da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto. no artigo 44.º é feita nos termos do artigo 72.º da Lei
n.º 50/2006, de 29 de Agosto, na sua redacção actual.
Artigo 45.º
Instrução de processos e aplicação de sanções CAPÍTULO VIII
1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, Disposições transitórias e finais
compete às entidades referidas no artigo 41.º instruir os
respectivos processos de contra-ordenação. Artigo 47.º
2 — Quando a entidade autuante não tenha com- Remissão de informação à Comissão Europeia
petência para instruir o processo, o mesmo é instruído 1 — A Direcção-Geral de Energia e Geologia deve,
e decidido pela Inspecção-Geral do Ambiente e do de três em três anos, elaborar um relatório sobre a apli-
Ordenamento do Território. cação do presente decreto-lei, nos termos do disposto
3 — A aplicação das coimas previstas no presente na Decisão da Comissão n.º 2009/358/CE, e remetê-lo à
decreto-lei é da competência: Comissão Europeia no prazo de nove meses contado do
a) Do director-geral da Energia e Geologia, quando termo final do período de três anos a que se reporta.
os processos sejam instruídos pela Direcção-Geral de 2 — A Direcção-Geral de Energia e Geologia deve
Energia e Geologia; transmitir anualmente à Comissão Europeia as ocorrên-
b) Do presidente da Comissão de Aplicação de Coi- cias e os acidentes graves comunicados pelos operadores
mas em Matéria Económica, quando os processos sejam no prazo de três meses contado do termo final do período
instruídos pela Autoridade de Segurança Alimentar e de um ano a que se reporta.
Económica;
c) Do inspector-geral do Ambiente e do Ordenamen- Artigo 48.º
to do Território, quando os processos sejam instruídos Inventário das instalações de resíduos encerradas
pela Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento 1 — Compete à Direcção-Geral de Energia e Geologia
do Território; elaborar e manter um inventário das instalações de resí-
d) Do presidente da comissão de coordenação e de- duos encerradas, incluindo as instalações abandonadas,
senvolvimento regional territorialmente competente, situadas no território nacional que causem impactos

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

ambientais negativos graves ou sejam susceptíveis de se licenciadoras proceder à divulgação regular, no seu sítio
tornar, a curto ou médio prazo, numa ameaça grave para da Internet, dos valores em vigor para cada ano.
a saúde humana ou para o ambiente.
2 — O inventário a que se refere o número anterior Artigo 50.º
deve ser elaborado até 1 de Maio de 2012, tendo em conta Presença de cianetos em bacia
as metodologias que, para o efeito, forem disponibiliza- No caso de uma bacia existente à qual esteja associa-
das pela Comissão Europeia. da a presença de cianetos, o operador assegura que a
3 — O inventário a que se refere o n.º 1 deve ser concentração de cianetos dissociáveis por ácidos fracos,
acessível ao público. na bacia, é reduzida ao mínimo possível, utilizando as
4 — À reabilitação das instalações de resíduos iden- melhores técnicas disponíveis e, em todo o caso, que,
tificadas no n.º 1, tendo em vista o cumprimento dos nas instalações em funcionamento ou que tenham obti-
requisitos previstos nos artigos 5.º e 6.º, são aplicáveis do licença antes de 1 de Maio de 2008, a concentração
as metodologias a desenvolver pela Comissão Europeia, de cianetos dissociáveis por ácidos fracos, no ponto de
nos termos previstos na Directiva n.º 2006/21/CE, de 15 descarga dos rejeitados da unidade de processamento
de Março. na bacia, em caso algum exceda:
a) 50 ppm a partir da data de entrada em vigor do
Artigo 49.º
presente decreto-lei;
Taxas de licenciamento
b) 25 ppm a partir de 1 de Maio de 2013;
1 — Pelos actos praticados no âmbito do procedimen- c) 10 ppm a partir de 1 de Maio de 2018.
to de licenciamento de instalações de resíduos previsto
no presente decreto-lei a entidade licenciadora cobra Artigo 51.º
taxas pelos seguintes actos: Regime transitório
a) Pela aprovação do projecto da instalação de resí- 1 — Os operadores das instalações de resíduos que em
duos; 1 de Maio de 2008 se encontravam em funcionamento
b) Pela emissão da licença da instalação de resíduos; ou aos quais já tivesse sido concedido uma licença devem
c) Por cada auto de vistoria; cumprir as disposições do presente decreto-lei até 1 de
d) Pela reavaliação e actualização da licença da ins- Maio de 2012, com excepção:
talação de resíduos. a) Do disposto no artigo 31.º, relativo à obrigação de
2 — No caso de o pedido de licenciamento ser prestação de garantia financeira, em que o cumprimento
indeferido liminarmente nos termos do artigo 24.º, a deve ser assegurado até 1 de Maio de 2014;
entidade licenciadora procede à devolução da taxa paga b) Do disposto no artigo anterior.
pelo operador. 2 — O disposto no número anterior não é aplicável
3 — O montante, as formas de liquidação e a cobrança às instalações de resíduos encerradas até 1 de Maio de
das taxas de licenciamento a que se refere o presente 2008.
artigo consta de portaria dos membros do Governo res- 3 — Os operadores das instalações de resíduos em
ponsáveis pelas áreas do ambiente e da economia. funcionamento em 1 de Maio de 2006 e encerradas
4 — O produto das taxas referidas no n.º 1 é afecto em data anterior a 1 de Maio de 2008 estão obrigados
nos seguintes termos, constituindo receita própria das a adoptar as medidas necessárias para garantir que a
respectivas entidades: gestão de resíduos de extracção cumpra o disposto no
a) 60 % para a entidade licenciadora; n.º 1 do artigo 6.º e o disposto na Lei n.º 58/2005, de 29
b) 40 % a repartir em partes iguais entre as entidades de Dezembro.
consultadas, nos termos do artigo 25.º 4 — O disposto no artigo 10.º, nos n.os 1 a 5 do arti-
5 — O valor das taxas previstas no presente artigo é go 13.º, nos artigos 15.º a 17.º, no n.º 1 do artigo 19.º e
automaticamente actualizado todos os anos por aplicação nos artigos 21.º a 26.º e 28.º a 35.º não são aplicáveis às
do índice de preços no consumidor publicado pelo Ins- instalações de resíduos que:
tituto Nacional de Estatística, arredondando-se o resul- a) Tenham deixado de aceitar resíduos antes de 1 de
tado para a casa decimal superior, devendo as entidades Maio de 2006;

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

b) Estejam a concluir os procedimentos de encerra- Artigo 55.º


mento em conformidade com a legislação aplicável ou com Entrada em vigor
os programas aprovados pela entidade licenciadora;
O presente decreto-lei entra em vigor 15 dias após a
c) Estejam efectivamente encerradas em 31 de De-
data da sua publicação.
zembro de 2010.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 10
de Dezembro de 2009. — José Sócrates Carvalho Pinto de
Artigo 52.º
Sousa — Luís Filipe Marques Amado — Emanuel Augusto dos
Aplicação da lei no tempo e direito transitório sobre
Santos — Alberto de Sousa Martins — José António Fonseca
desmaterialização de actos e procedimentos
Vieira da Silva — Fernanda Maria Rosa do Carmo Julião
1 — O disposto no n.º 1 do artigo 8.º produz efeitos — Ana Maria Teodoro Jorge.
a partir de 30 de Setembro de 2010, devendo até essa Promulgado em 26 de Janeiro de 2010.
data assegurar-se a possibilidade de os pedidos, comu- Publique -se.
nicações e notificações aí previstos se realizarem através O Presidente da República, A NÍBAL CAVACO SILVA.
de endereço de correio electrónico único, criado para o Referendado em 27 de Janeiro de 2010.
efeito pelas entidades licenciadoras, a indicar nos sítios O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
do Portal da Empresa, da Direcção-Geral de Energia e Sousa.
Geologia e da Direcção Regional de Economia.
2 — O disposto na alínea g) do artigo 7.º e no n.º 2 ANEXO I
do artigo 8.º produz efeitos a partir de 30 de Setembro
de 2010. [a que se refere a alínea x) do artigo 3.º]
Complemento da definição de «resíduos inertes»
Artigo 53.º
1 — Os resíduos são considerados resíduos inertes, na
Regiões Autónomas
acepção alínea x) do artigo 3.º do presente decreto-lei,
1 — O presente decreto-lei aplica-se às Regiões
quando são cumpridos todos os seguintes critérios, tanto
Autónomas dos Açores e da Madeira, com as devi-
a curto como a longo prazo:
das adaptações, nos termos da respectiva autonomia
a) Os resíduos não serão passíveis de desintegração ou
político-administrativa, cabendo a sua execução
dissolução significativa ou de outra alteração significativa
administrativa aos serviços e organismos das respectivas
susceptível de causar efeitos ambientais adversos ou de
administrações regionais autónomas com atribuições e
prejudicar a saúde humana;
competências no âmbito da gestão dos resíduos resultan-
b) Os resíduos apresentam um teor máximo de
tes da prospecção, extracção, tratamento, transformação
enxofre na forma de sulfureto de 0,1% ou os resíduos
e armazenagem de recursos minerais, bem como da
apresentam um teor máximo de enxofre na forma de
exploração das pedreiras, sem prejuízo das atribuições
sulfureto de 1% e o quociente do potencial de neutrali-
das entidades de âmbito nacional.
zação, definido como a razão entre o potencial de neu-
2 — Os serviços e organismos das respectivas admi-
tralização e o potencial ácido e determinado com base
nistrações regionais devem remeter à Direcção-Geral de
num ensaio estático de acordo com a norma EN 15875,
Energia e Geologia, para efeitos do disposto no artigo
é superior a 3;
47.º, a informação necessária.
c) Os resíduos não apresentam risco de autocombustão
3 — O produto das taxas e das coimas aplicadas nas
e não se inflamarão;
Regiões Autónomas constitui receita própria destas.
d) O teor de substâncias potencialmente prejudiciais
Artigo 54.º para o ambiente ou para a saúde humana presente nos
resíduos e, em particular, de As, Cd, Co, Cr, Cu, Hg, Mo,
Norma revogatória
Ni, Pb, V e Zn, incluindo em partículas finas isoladas de
É revogado o Decreto-Lei n.º 544/99, de 13 de De-
resíduos, é suficientemente baixo para que o risco para
zembro.
a saúde humana e para o ambiente, a curto e a longo

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

prazos, seja insignificante. Para que o risco seja conside- mos do Decreto-Lei n.º 209/99, de 11 de Junho, e do
rado suficientemente baixo para ser insignificante para Decreto-Lei n.º 82/2003, de 23 de Abril.
a saúde humana e o ambiente, o teor dessas substâncias Os n.os 2 e 3 não são aplicáveis a instalações de re-
não pode exceder os valores limiar nacionais aplicáveis síduos que contenham apenas resíduos inertes ou solo
aos sítios identificados como não contaminados ou os não poluído.
níveis de base naturais nacionais relevantes;
e) Os resíduos estão substancialmente isentos de B)
produtos utilizados na extracção ou na transformação Integração do disposto no n.º 1 das regras gerais
que poderiam ser prejudiciais para o ambiente ou para
O disposto no n.º 1 das regras gerais é integrado de
a saúde humana.
acordo com as seguintes regras:
2 — Os resíduos podem ser considerados resíduos
1 — Regra geral:
inertes sem ensaios específicos se for possível demons-
trar, de modo a satisfazer a autoridade competente, Uma instalação de resíduos deve ser classificada na
que os critérios previstos no número anterior foram categoria A se as consequências previsíveis, a curto ou a
adequadamente considerados e estão comprovadamente longo prazo, de um falha decorrente de perda de inte-
preenchidos com base na informação existente ou em gridade estrutural ou de funcionamento incorrecto de
procedimentos ou regimes válidos. uma instalação de resíduos puderem resultar em:
3 — A Agência Portuguesa do Ambiente pode elaborar a) Potencial perda de vidas não negligenciável;
listas, com carácter meramente indicativo, de materiais b) Perigo grave para a saúde humana;
residuais a considerar como inertes em conformidade c) Perigo grave para o ambiente.
com os critérios definidos nos n.os 1 e 2.
Para efeitos da classificação, o ciclo de vida completo
4 — A avaliação do carácter inerte dos resíduos será
da instalação, incluindo a fase de pós-encerramento,
completada no âmbito da caracterização dos resíduos
deve ser tido em conta na avaliação do potencial de risco
referida no anexo III ao presente decreto-lei e baseada da instalação.
nas mesmas fontes de informação.
2 — Integridade estrutural:

ANEXO II
Para efeitos do presente anexo, entende-se por inte-
gridade estrutural de uma instalação de resíduos a sua
(a que se refere o artigo 9.º) capacidade para conter os resíduos dentro dos limites
da instalação conforme concebida.
Critérios de classificação das instalações de resíduos
A perda de integridade estrutural deve abranger
todos os possíveis mecanismos de falha relevantes para
A)
as estruturas da instalação de resíduos em causa.
Regras gerais
A avaliação das consequências da perda de inte-
Uma instalação de resíduos é classificada na catego- gridade estrutural deve incluir o impacto imediato de
ria A se estiver compreendida em alguma das seguintes qualquer material transportado da instalação em con-
situações: sequência da falha, bem como os efeitos daí resultantes
1 — Uma avaria ou mau funcionamento, tal como a curto e a longo prazo.
o desmoronamento de uma escombreira ou o rebenta- 3 — Funcionamento incorrecto:
mento de uma barragem, possam provocar um acidente Para efeitos do presente anexo, entende-se por funcio-
grave com base numa avaliação de riscos que atenda a namento incorrecto da instalação de resíduos qualquer
factores como a dimensão actual ou futura, a localização operação que possa causar um acidente grave, incluindo
e o impacto ambiental da instalação de resíduos; ou o mau funcionamento de medidas de protecção do am-
2 — Contiver, acima de um certo limiar, resíduos biente e a concepção defeituosa ou insuficiente.
classificados como perigosos, nos termos da Decreto-Lei A avaliação da libertação de contaminantes resul-
n.º 178/2006, de 5 de Setembro; ou tantes de um funcionamento incorrecto deve incluir os
3 — Contiver, acima de um certo limiar, substâncias efeitos da libertação pontual a curto prazo e da libertação
ou preparações classificadas como perigosas nos ter- a longo prazo de contaminantes.

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

Essa avaliação deve abranger o período de funciona- rigo para a saúde humana deve incluir, pelo menos, os
mento da instalação, bem como o período a longo prazo seguintes factores:
após o seu encerramento. a) Dimensão e propriedades da instalação, incluindo
Deve incluir uma avaliação dos potenciais riscos a sua concepção;
constituídos pelas instalações que contêm resíduos reac- b) Quantidade e qualidade, incluindo propriedades
tivos, independentemente da classificação dos resíduos físicas e químicas dos resíduos presentes na instalação;
como perigosos ou não perigosos ao abrigo Decreto-Lei c) Topografia do sítio da instalação, incluindo carac-
n.º 178/2006, de 5 de Setembro. terísticas relativas à estanquidade;
4 — Avaliação das consequências: d) Tempo necessário para uma potencial onda de
O potencial de perda de vidas ou de perigo para a inundação atingir áreas onde estão presentes pessoas;
saúde humana deve ser considerado negligenciável ou e) Velocidade de propagação da onda de inundação;
sem gravidade se não for de esperar que as pessoas que f) Nível previsível da água ou das lamas;
poderiam ser afectadas, para além dos trabalhadores g) A taxa de subida dos níveis de água ou de lamas;
da instalação, estejam presentes permanentemente ou h) Quaisquer factores relevantes e específicos do sítio
durante períodos prolongados na área potencialmente que possam influenciar o potencial de perda de vidas ou
afectada. de perigo para a saúde humana.
Os danos pessoais que resultam em incapacidade ou 6 — Deslizamentos de escombreiras:
em estados prolongados de doença devem ser conside- Em caso de deslizamentos de escombreiras, qualquer
rados perigos graves para a saúde humana. massa de resíduos em movimento deve ser considerada
O perigo potencial para o ambiente deve ser consi- susceptível de ameaçar vidas humanas se as pessoas
derado sem gravidade se: permanecerem na proximidade da massa de resíduos
a) A intensidade da potencial fonte de contamina- em movimento.
ção diminuir significativamente num curto período de A avaliação do potencial de perda de vidas e de pe-
tempo; rigo para a saúde humana deve incluir, pelo menos, os
b) A falha não resultar em danos ambientais perma- seguintes factores:
nentes ou duradouros; a) Dimensão e propriedades da instalação, incluindo
c) O meio ambiente afectado puder ser reabilitado a sua concepção;
mediante pequenas acções de limpeza e recuperação. b) Quantidade e qualidade, incluindo propriedades
Ao estabelecer o potencial de perda de vidas ou de físicas e químicas dos resíduos presentes na instalação;
perigo para a saúde humana ou para o ambiente, as c) Declive da escombreira;
avaliações específicas da extensão dos potenciais impac- d) Potencial acumulação de águas no interior da
tos devem ser efectuadas tendo em conta o contexto da escombreira;
cadeia fonte-via-receptor. e) Estabilidade subterrânea;
Quando não existe uma via entre a fonte e o receptor, f) Topografia;
a instalação em causa não deve ser classificada na cate- g) Proximidade de cursos de água, construções e
goria A com base na falha devida à perda de integridade edifícios;
estrutural ou ao funcionamento incorrecto. h) Trabalhos mineiros;
5 — Avaliação das consequências em caso de perda de i) Quaisquer outros factores específicos do sítio que
integridade estrutural em barragens de rejeitados: possam significativamente contribuir para o risco repre-
sentado pela estrutura.
Em caso de perda de integridade estrutural em bar-
ragens de rejeitados, deve considerar-se que existe uma
C)
ameaça para a vida humana sempre que os níveis de
Integração do disposto no n.º 2 das regras gerais
água ou de lamas atinjam, no mínimo, 0,7 m acima do
solo ou sempre que a velocidade da água ou das lamas 1 — O limiar referido no n.º 2 das regras gerais deve
for superior a 0,5 m/s. ser determinado como o ratio entre:
A avaliação do potencial de perda de vidas e de pe- a) O quantitativo em massa da matéria seca dos

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resíduos classificados como perigosos de acordo com a ΔQi = aumento anual da água armazenada na bacia
Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, e previsi- de rejeitados (metros cúbicos/ano) no ano «i»;
velmente presentes na instalação no termo do período ΔΜi = massa anual de rejeitados descarregados na ba-
projectado de funcionamento da instalação; e cia de rejeitados (peso de matéria seca em toneladas/ano)
b) O quantitativo em massa da matéria seca de resí- no ano «i»;
duos previsivelmente presentes no termo do período de D = densidade média seca dos rejeitados depositados
funcionamento projectado. (toneladas/metros cúbicos);
P = porosidade média dos rejeitados sedimentados
2 — Assim:
(metros cúbico/metros cúbicos) definida como a relação
a) Quando o ratio referido no n.º 1 é superior a 50%,
entre o volume de vazios e o volume total de rejeitados
a instalação deve ser classificada como de categoria A;
sedimentados.
b) Quando o ratio referido no n.º 1 se situa entre 5% e
Se não estiverem disponíveis dados exactos, devem
50%, a instalação deve ser classificada como de categoria
ser utilizados os valores por omissão de 1,4 t/m3 para a
A, salvo se uma avaliação específica de riscos demonstre
densidade seca e de 0,5 m3/m3 para a porosidade.
que a instalação não deve ser classificada como de cate-
e) Relativamente a cada substância ou preparação
goria A com base no conteúdo de resíduos perigosos. Tal
perigosa identificada em conformidade com o estabe-
avaliação deve ser focalizada nos impactos associados aos
lecido na alínea c), deve ser estimada a concentração
resíduos perigosos e realizada como elemento da classi-
máxima anual (C max) na fase aquosa de acordo com a
ficação baseada nas consequências de falhas devidas a
seguinte fórmula:
perda de integridade ou a funcionamento incorrecto;
C max = o máximo do valor seguinte:
c) Quando o ratio referido no n.º 1 é inferior a 5 %,
Si/ΔQi
então a instalação não deve ser classificada como de ca-
em que:
tegoria A com base no conteúdo de resíduos perigosos.
Si = massa anual de cada substância e preparação
D) identificada ao abrigo da alínea c) supra, descarregada
na bacia de rejeitados no ano «i».
Integração do disposto no n.º 3 das regras gerais
Se, com base na estimativa das concentrações má-
1 — Bacias de rejeitados planeadas:
ximas anuais (C max), a fase aquosa for considerada
No que diz respeito às bacias de rejeitados planeadas,
«perigosa» na acepção do Decreto-Lei n.º 209/99, de 11
deve ser utilizada a seguinte metodologia:
de Junho, e do Decreto-Lei n.º 82/2003, de 23 de Abril,
a) Deve ser efectuado um inventário das substâncias a instalação deve ser classificada como uma instalação
e preparações utilizadas no tratamento que são subse- de categoria A.
quentemente descarregadas com as lamas de rejeitados
2 — Bacias de rejeitados em funcionamento:
para as bacias de rejeitados;
Relativamente a bacias de rejeitados em funciona-
b) Relativamente a cada substância e preparação,
mento, a classificação da instalação deve basear-se na
devem ser estimadas as quantidades anuais utilizadas
metodologia prevista no n.º 1 supra ou na análise química
no processo em cada ano do período de funcionamento
directa da água e dos sólidos presentes na instalação.
previsto da instalação;
Se a fase aquosa e os seus componentes tiverem de ser
c) Relativamente a cada substância e preparação, deve
considerados uma preparação perigosa na acepção do
ser determinado se esta é uma substância ou preparação
Decreto-Lei n.º 209/99, de 11 de Junho, e do Decreto-Lei
perigosa na acepção do Decreto-Lei n.º 209/99, de 11 de
n.º 82/2003, de 23 de Abril, a instalação deve ser classi-
Junho, e do Decreto-Lei n.º 82/2003, de 23 de Abril;
ficada como uma instalação de categoria A.
d) Relativamente a cada ano de funcionamento pre-
visto da instalação, deve ser calculado o aumento anual 3 — Instalações de lixiviação em pilha:
de água armazenada (ΔQi) nas bacias de rejeitados em Nas instalações de lixiviação em pilha em que os me-
condições de estado estacionário, de acordo com a se- tais são extraídos das pilhas de minério por percolação
guinte fórmula: de soluções de lixiviação, deve efectuar-se uma triagem
ΔQi = (ΔΜi/D) * P das substâncias perigosas quando se proceder ao encer-
em que: ramento com base num inventário dos produtos químicos

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

de lixiviação utilizados e nas concentrações residuais 3 — Devem ser avaliadas a qualidade e a representa-
desses produtos químicos de lixiviação na drenagem tividade de todas as informações e deve ser identificada
após conclusão da lavagem. informação eventualmente em falta.
Se os lixiviados tiverem de ser considerados uma pre- 4 — Quando está em falta informação necessária para
paração perigosa na acepção do Decreto-Lei n.º 209/99, a caracterização dos resíduos, deve ser elaborado um
de 11 de Junho, e do Decreto-Lei n.º 82/2003, de 23 de plano de amostragem em conformidade com a norma
Abril, a instalação deve ser classificada como uma ins- EN 14899 e as amostras devem ser colhidas de acordo
talação de categoria A. com esse plano de amostragem que baseia nas informa-
ções consideradas necessárias, incluindo:
ANEXO III a) Finalidade da recolha de dados;
b) Programa de ensaio e requisitos de amostragem;
[a que se refere a alínea b) do n.º 4 do artigo 10.º] c) Situações de amostragem, incluindo amostras de
Caracterização dos resíduos testemunhos de sondagem, frente de escavação, correia
transportadora, escombreira, bacia ou outra situação
A) relevante;
d) Procedimentos e recomendações relativos a nú-
Caracterização dos resíduos
mero, dimensão, massa, descrição e tratamento das
1 — A caracterização dos resíduos abrange as seguin- amostras.
tes categorias de informação, conforme indicado na parte
Devem ser avaliadas a fiabilidade e a qualidade dos
C) do presente anexo:
resultados da amostragem.
a) Informações de base; 5 — Os resultados do processo de caracterização
b) Passado geológico do depósito a explorar; devem ser avaliados e quando necessário deve ser re-
c) Natureza dos resíduos e tratamento pretendido colhida informação adicional de acordo com a mesma
para os mesmos; metodologia, devendo ser o resultado final integrado no
d) Comportamento geotécnico dos resíduos; plano de gestão dos resíduos.
e) Características geoquímicas e comportamento dos
resíduos. C)
2 — Os critérios para a definição de resíduos inertes Requisitos técnicos para a caracterização dos resíduos
estabelecidos no anexo II do presente decreto-lei devem 1 — Informações de base:
ser tidos em conta para fins da avaliação do comporta- Análise e compreensão do contexto e objectivos gerais
mento geoquímico dos resíduos. Quando, com base nes- da operação de extracção;
ses critérios, os resíduos são considerados «inertes», estes Recolha de informações de carácter geral sobre:
serão apenas sujeitos à parte relevante dos ensaios geo- Actividade de prospecção, extracção ou tratamento;
químicos referidos no n.º 5 da parte C) deste anexo. Tipo e descrição do método de extracção e do pro-
cesso aplicado;
B) Natureza do produto pretendido.
Recolha e avaliação de informações 2 — Passado geológico do depósito a explorar:
1 — As informações e os dados necessários para a Identificação dos resíduos expectáveis provenientes
caracterização dos resíduos devem ser recolhidos na da extracção e do tratamento, facultando informações
ordem prevista nos n.os 2 a 5. relevantes sobre:
2 — Serão utilizados trabalhos de investigação e A natureza das rochas circundantes, sua química
estudos existentes, incluindo licenças existentes, levanta- e mineralogia, incluindo a alteração hidrotermal das
mentos geológicos, sítios semelhantes, listas de resíduos rochas mineralizadas e do material estéril;
inertes, regimes de certificação adequados e normas A natureza do depósito, incluindo rochas mineraliza-
europeias ou nacionais para materiais semelhantes, que das ou mineralização em rochas hospedeiras;
satisfaçam os requisitos técnicos previstos na parte C) do Tipologia da mineralização, sua química e minera-
presente anexo. logia, incluindo propriedades físicas como densidade,

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

porosidade, distribuição granulométrica, teor em água, ensaios estáticos ou cinéticos a fim de determinar o
minerais de cobertura trabalhados, gangas e minerais potencial de geração de água ácida e o potencial de
hidrotermais de formação recente; lixiviação dos metais ao longo do tempo.
Dimensão e geometria do depósito;
Desgaste natural e alteração supergénica do ponto ANEXPO IV
de vista químico e mineralógico.
3 — Os resíduos e respectivo tratamento previsto: (a que se refere o n.º 2 do artigo 15.º)

Descrição da natureza de todos os resíduos que Política de prevenção de acidentes graves

ocorrem em cada operação de prospecção, extracção e A política de prevenção de acidentes graves e o sis-
tratamento, incluindo terreno de cobertura, material tema de gestão de segurança do operador devem ser
estéril e rejeitados, facultando informações sobre os proporcionais em relação ao perigo de acidentes graves
seguintes elementos: associado à instalação de resíduos.
Origem dos resíduos no sítio de extracção e do Na aplicação de ambos, devem ser tidos em conta os
processo que gera esses resíduos, como a prospecção, a seguintes elementos:
extracção e o tratamento; 1 — A política de prevenção de acidentes graves
Quantidade dos resíduos; deverá incluir os objectivos e princípios de acção gerais
fixados pelo operador no respeitante ao controlo do
Descrição do sistema de transporte dos resíduos;
perigo de acidentes graves.
Descrição das substâncias químicas a utilizar durante
2 — O sistema de gestão de segurança deverá incluir
o tratamento;
a parte do sistema geral de gestão que contempla a
Classificação dos resíduos de acordo com a Portaria
estrutura organizativa e as responsabilidades, práticas,
n.º 209/2004, de 3 de Março, incluindo propriedades
procedimentos, processos e recursos necessários para a
perigosas;
definição e aplicação da política de prevenção de aci-
Tipo de instalação de resíduos em causa, forma final
dentes graves.
de exposição dos resíduos e método de depósito dos
3 — O sistema de gestão de segurança deve abordar
resíduos na instalação.
os seguintes temas:
4 — Comportamento geotécnico dos resíduos:
a) Organização e pessoal:
Identificação dos parâmetros adequados para avaliar
Atribuições e responsabilidades do pessoal envolvido
as características físicas intrínsecas dos resíduos, tendo
na gestão de perigos graves, a todos os níveis organiza-
em consideração o tipo de instalação de resíduos;
tivos;
Os parâmetros relevantes a considerar são granulo-
Identificação das necessidades de formação desse
metria, plasticidade, densidade e teor em água, grau de
pessoal e organização dessa formação;
compactação, resistência ao cisalhamento e ângulo de
Participação do pessoal e, se for caso disso, de sub-
atrito, permeabilidade e índice de vazios (empolamento),
contratantes;
compressibilidade e consolidação.
b) Identificação e avaliação dos perigos graves —
5 — Características geoquímicas e comportamento
adopção e aplicação de procedimentos para a identi-
dos resíduos:
ficação sistemática dos perigos graves em situações de
Especificação das características químicas e minera- funcionamento normal e excepcional e avaliação da pro-
lógicas dos resíduos e de quaisquer aditivos ou produtos babilidade de ocorrência e da gravidade dos mesmos;
residuais ainda presentes nos resíduos. c) Controlo operacional — adopção e aplicação de
Previsão da composição química dos lixiviados ao procedimentos e instruções para um funcionamento
longo do tempo para cada tipo de resíduos, tendo em seguro, incluindo a manutenção das instalações, os pro-
conta o seu tratamento previsto, em particular: cessos, os equipamentos e as paragens temporárias;
Avaliação da lixiviação de metais, oxianiões e sais d) Gestão das alterações — adopção e aplicação de
ao longo do tempo por ensaio de lixiviação dependente procedimentos para o planeamento das alterações a
do pH e ou de ensaio de percolação e ou de libertação instalações de resíduos novas ou o projecto de novas
dependente do tempo e ou de outro ensaio adequado; instalações de resíduos;
Em resíduos contendo sulfuretos serão efectuados e) Planeamento de situações de emergência — adop-

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ção e aplicação de procedimentos para a identificação das 7 — Informação adequada sobre o modo como a
emergências previsíveis através de uma análise sistemáti- população em redor será avisada e mantida informada
ca e para a elaboração, teste e revisão de planos de emer- em caso de acidente grave.
gência destinados a responder a essas emergências; 8 — Informações adequadas sobre as medidas que a
f) Monitorização dos resultados — adopção e apli- população em causa deverá tomar e o comportamento
cação de procedimentos para a avaliação contínua do que deverá adoptar em caso de acidente grave.
cumprimento dos objectivos estabelecidos pela política 9 — Confirmação de que o operador tem a obrigação
de prevenção de acidentes graves e pelo sistema de de tomar disposições adequadas no sítio, nomeadamente
gestão de segurança do operador e de mecanismos de a ligação com os serviços de emergência, para lidar com
investigação e correcção em caso de inobservância. Os acidentes graves e minimizar os efeitos dos mesmos.
procedimentos devem cobrir o sistema utilizado pelo 10 — Referência ao plano de emergência externo
operador para comunicar acidentes graves ou quase elaborado para fazer face a quaisquer efeitos decorrentes
acidentes — em especial quando implicarem falhas das de acidentes fora do sítio, acompanhada de instruções no
medidas de protecção — , a investigação dos mesmos sentido de seguir as indicações ou pedidos dos serviços
e o seguimento a dar-lhes, com base na experiência de emergência no momento do acidente;
adquirida; 11 — Elementos sobre o modo de obtenção de in-
g) Auditoria e análise — adopção e aplicação de formações complementares relevantes, sob reserva das
procedimentos para a avaliação sistemática, com ca- regras de confidencialidade estabelecidas na legislação
rácter periódico, da política de prevenção de acidentes nacional.
graves e da eficácia e adequação do sistema de gestão
de segurança; análise documentada, a nível superior, ANEXO VI

dos resultados da política de prevenção e do sistema de


gestão de segurança e actualização dos mesmos. (a que se refere o n.º 1 do artigo 23.º)
Elementos que devem instruir o pedido de licenciamento
ANEXO V de uma instalação de resíduos
1 — O pedido de licença de instalação de resíduos
(a que se refere o artigo 20.º) deve ser instruído com os seguintes elementos:
Informações a comunicar ao público interessado a) Identificação do operador, número de identificação
1 — Nome do operador e endereço da instalação de fiscal, morada da sede, freguesia, concelho, número de
resíduos. telefone, fax, e-mail e classificação da actividade eco-
2 — Identificação, pela indicação da função, da pes- nómica;
soa que faculta as informações. b) Localização para a instalação de resíduos em planta
3 — Confirmação de que a instalação de resíduos à escala cadastral e certidão do acto de aprovação da
está sujeita ao regime jurídico do presente decreto-lei localização emitido pela câmara municipal territorial-
e, se for caso disso, de que as informações relevantes mente competente, nos casos em que a instalação não
para os elementos referidos no n.º 1 do artigo 15.º foram esteja abrangida pelo regime jurídico de AIA ou pelo
apresentadas à autoridade competente. regime jurídico de prevenção de acidentes graves com
4 — Explicação clara e simples da actividade ou ac- substâncias perigosas;
tividades desenvolvidas no sítio. c) Projecto de execução, exploração e encerramento
5 — Denominações comuns ou genéricas ou classi- que inclua, designadamente, os seguintes elementos:
ficação geral de perigo das substâncias e preparações i) Descrição do local incluindo as suas características
associadas à instalação de resíduos, bem como dos hidrogeológicas;
resíduos susceptíveis de provocarem acidentes graves, ii) Projecto das construções a efectuar para o estabe-
com indicação das principais características perigosas lecimento da instalação de resíduos, tendo especialmente
dos mesmos. em conta a estabilidade e impermeabilidade da base de
6 — Informações gerais sobre a natureza dos perigos apoio e dos taludes;
de acidente grave, incluindo os efeitos potenciais destes iii) Método de correcção das características geome-
no ambiente e na população em redor. cânicas menos favoráveis;

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iv) Sistemas de drenagem de águas pluviais e dos n) Resumo não técnico da informação constante dos
lixiviados e balanço hídrico e formas de controlo e de documentos referidos nas alíneas anteriores, para per-
correcção das características físico-químicas dos efluen- mitir a participação do público;
tes e lixiviados, para reduzir a sua agressividade a níveis o) Comprovativo do pagamento da taxa de licencia-
aceitáveis; mento prevista.
v) Sistema de controlo da infiltração de água devida
2 — Articulação com procedimentos previstos noutros
à permeabilidade da base e taludes da instalação de
regimes jurídicos:
resíduos;
vi) Plano de monitorização dos lixiviados, quando a) Declaração de impacto ambiental é substituída
aplicável; pelo estudo de impacto ambiental (EIA) quando se trate
vii) Planta topográfica e perfis longitudinais e trans- de projecto de execução, nos termos do regime jurídi-
versais à escala de 1:1000; co de avaliação de impacto ambiental aprovado pelo
viii) Planta e perfis de enchimento; Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, alterado pelo
ix) Medidas de minimização do impacto ambiental Decreto -Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro, sempre
e de integração paisagística e faseamento da sua apli- que o operador opte por dar início ao procedimento de
cação.
licenciamento da instalação de resíduos em simultâneo
Forma de integração paisagística final prevista;
com o procedimento de AIA;
d) Indicação de pessoa competente; b) A declaração de compatibilidade de localização,
e) Plano de gestão de resíduos previsto no artigo
emitido pela Agência Portuguesa do Ambiente, é subs-
10.º;
tituída pelo pedido de parecer previsto no n.º 4 do
f) Documento ou comprovativo da existência da po-
artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de Julho,
lítica de prevenção de acidentes graves nos termos do
que aprova o regime jurídico de prevenção de acidentes
n.º 2 do artigo 15.º, se aplicável;
graves que envolvam substâncias perigosas, sempre que
g) Documento ou comprovativo da existência do
plano de emergência interno nos termos do artigo 16.º, o operador opte por dar início ao procedimento de licen-
se aplicável; ciamento da instalação de resíduos em simultâneo com
h) Cópia da declaração de impacto ambiental favorá- o procedimento previsto no referido decreto-lei;
vel ou favorável condicionada, no caso de o procedimento c) A decisão de aprovação do relatório de segurança é
de AIA decorrer em fase de projecto de execução, ou substituída pelo relatório de segurança acompanhado do
parecer relativo à conformidade do projecto de execução pedido de aprovação do mesmo, previsto no artigo 10. º
com a DIA, no caso de o procedimento de AIA decorrer do Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de Julho, que aprova
em fase de estudo prévio, se aplicável; o regime jurídico de prevenção de acidentes graves que
i) Cópia do parecer da APA que ateste a compatibi- envolvam substâncias perigosas, sempre que o operador
lidade da localização da instalação emitida nos termos opte por dar início ao procedimento de licenciamento
do n.º 4 do artigo 5.º do Decreto -Lei n.º 254/2007, de da instalação de resíduos em simultâneo com o proce-
12 de Julho, se aplicável; dimento a que se refere o presente número.
j) Cópia do comprovativo da notificação efectuada
3 — Facultativamente, o pedido de licenciamento da
nos termos do disposto no artigo 7.º do Decreto-Lei
instalação de resíduos pode ser instruído com relatório
n.º 254/2007, de 12 de Julho, e decisão de aprovação
do relatório de segurança nos termos do artigo 12.º do de avaliação do projecto da instalação de resíduos, a
referido decreto-lei, se aplicável; emitir por entidade acreditada para o efeito no âmbito
l) Pedido de licença ambiental, nos termos do dis- do Sistema Português de Qualidade.
posto no Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de Agosto, se 4 — O pedido de licença é acompanhado de declara-
aplicável; ção que ateste a autenticidade das informações prestadas,
m) Documento indicativo do tipo e do montante pre- elaborada e assinada pelo operador, ou por seu legal
vistos da garantia financeira a prestar; representante quando se trate de pessoa colectiva.

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Notícias

O Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Aljustrel: A Mina e o património


Geológico de Portugal vai colaborar e ter um espaço
de divulgação no Boletim de Minas. Com este espaço
Das seis minas portuguesas da Faixa Piritosa Ibérica
pretende-se que experiências, iniciativas ou projectos,
apenas duas, Neves-Corvo e Aljustrel, possuem reservas
mas também informação sobre conferências ou
que permitem continuar a ser exploradas. A mina de
seminários relacionados com o Património Mineiro e
Aljustrel, Almina (Minas do Alentejo), actualmente na
Geológico possam ser relatadas e partilhadas.
posse de uma empresa portuguesa, encontra-se neste
Iremos apresentar semestralmente dois ou três parceiros momento a preparar a retoma da lavra para produção
do projecto com informação não só sobre as actividades de cobre. Paralelamente a este objectivo económico de
desenvolvidas como descrevendo um pouco da história importância nacional, pretende-se potenciar todo um
associada a cada local mineiro e ou geológico. riquíssimo património mineiro, geológico e arqueológico
Parceiro do Projecto: Câmara Municipal de Aljustrel ainda existente para fins turísticos e culturais, estando
Local: Minas de Aljustrel nisso fortemente empenhado o Município de Aljustrel.

Pontos associados:Núcleo da Central de Compressores


Malacate do Poço Viana Do património mineiro ainda existente são de realçar:
as instalações da antiga cementação, parcialmente
Museu Municipal de Aljustrel
recuperadas; da central eléctrica; dos malacates
(elevadores) do poço Viana e do poço Vipasca; a
Central de Compressores já musealizada pela Câmara

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Municipal de Aljustrel; as instalações mineralúrgicas Devemos realçar ainda a existência de muitos vestígios
das Pedras Brancas, também já objecto de intervenção e arqueológicos, sobretudo do período romano, muitos
recuperação através da EDM; do Chapéu de Ferro com a deles reconhecidos mas ainda não intervencionados,
sua componente geológica e arqueológica e a Chaminé outros em fase de estudo através de um projecto
da Transtagana, também recuperada pela EDM; e ainda financiado pela Câmara Municipal de Aljustrel e apoiado
um valioso conjunto de material circulante, incluindo cientificamente pela Universidade de Huelva. De realçar
algumas locomotivas antigas. a existência de uma oficina metalúrgica romana, única
no país e muito rara na Europa, que tem produzido
algumas novidades interessantes sobre as formas de
Estamos perante vestígios de um tipo de exploração
tratamento do minério naquela época.
mineira já obsoleta nos dias de hoje, mas que foi
utilizado durante muitas décadas na mina de Aljustrel
e nas outras minas da Faixa Piritosa Ibérica, onde estes Muitos dos materiais arqueológicos aqui recolhidos
testemunhos já não existem o que, de algum modo, encontram-se expostos no Museu Municipal de Aljustrel,
potencia e valoriza estes equipamentos na sua vertente bem como réplicas fiéis das duas Tábuas de Bronze de
patrimonial e cultural. Aljustrel com a legislação mineira romana.
(Câmara Municipal de Aljustrel)

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Parceiro do Projecto: Associação Geoparque Arouca no seu plano de acção diversos outros valores, como os
Local: Geopark Arouca arqueológicos, ecológicos, históricos, desportivos e/ou
culturais, numa visão holística do território.
Pontos associados:
Tendo sempre por base os valores da geoconservação, no
Campo de Dobras da Castanheira (Geossítio)
Geopark Arouca é dada particular atenção à educação
Colecção de fósseis do Centro de Interpretação
e ao turismo, que se assumem como actividades-chave
Geológica de Canelas (CIGC)
de qualquer Geopark. Desde o ano lectivo de 2008/2009
Complexo mineiro da Poça da Cadela (Regoufe) que a AGA desenvolve múltiplas acções promotoras da
Contacto Litológico da Mizarela (Geossítio) educação para as Ciências da Terra, através da criação
Marco Geodésico de S. Pedro Velho (Geossítio) de programas educativos específicos (saídas de campo
e ateliês temáticos), concursos escolares, seminários e
Minas da Pena Amarela (Geossítio)
edição de livros de carácter pedagógico.
Minas de estanho e volfrâmio de Rio de Frades
A entidade de gestão territorial é ainda responsável pelo
Miradouro da Frecha da Mizarela (Geossítio)
desenvolvimento de novas infra-estruturas de apoio
Pedras Boroas do Junqueiro (Geossítio) ao geoturismo, como centros interpretativos, painéis
Pedras Parideiras (Geossítio ) explicativos ou folhetos informativos, ao mesmo tempo
Quartzodiorito de Espinho (Geossítio) que participa activamente em acções de promoção
turística, potencia a criação de novos produtos locais
e serviços, promove a etnografia, o artesanato e a
gastronomia da região, tendo sempre como objectivo
Geopark Arouca: A protecção e valorização do o crescimento económico local e a criação de novas
Património Geológico como âncora para o desen- oportunidades de emprego.
volvimento sustentado do território. Sendo o Geopark Arouca um território reconhecido
internacionalmente ao mais alto nível, que se diferencia
As vigorosas serranias e os vales encaixados que pela implementação de medidas activas de preservação
circundam e acolhem a região de Arouca guardam e promoção do património geológico, através de uma
memórias que contam diversos capítulos da História da política de agregação e potenciação de todas as suas
Terra, desde há pelo menos 520 milhões de anos (Ma). sinergias, onde as pessoas são os actores principais,
espera a visita de todos quantos se interessam pela
O Geopark Arouca, que abrange a área administrativa
natureza e pelo património geológico em particular.
do concelho de Arouca, localiza-se no limite entre as
regiões Norte e Centro de Portugal. Este é um território (AGA - Associação Geoparque Arouca).
reconhecido desde Abril de 2009 pelas Redes Europeia e
Global de Geoparks, sob os auspícios da UNESCO, onde
é possível encontrar um valioso e singular Património
Geológico, que actualmente inclui 41 geossítios
identificados e caracterizados.
Entre este excepcional património geológico, merecem
particular destaque as trilobites gigantes de Canelas,
as “Pedras Parideiras” de Castanheira, os icnofósseis
do Vale do Paiva, a “Frecha da Mizarela” e as Minas
abandonadas de Regoufe e Rio de Frades.
A protecção, divulgação, dinamização e uso dos sítios
de interesse geológico e mineiro do Geopark Arouca
estão sob alçada da AGA – Associação Geoparque
Arouca, entidade responsável pela gestão territorial. Em
simultâneo e complementaridade, esta entidade inclui

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Informação Vária

Protocolo de Delegação de Competências entre o Instituto Nacional de Estatística e a


Direcção-Geral de Energia e Geologia

Foi assinado no dia 1 de Junho de 2010 o Protocolo Este Protocolo é um sinal da grande credibilidade que a
de delegação de competências entre o INE e a DGEG, DGEG merece como entidade produtora de estatísticas,
representados respectivamente pela Dra. Alda Carvalho perante a autoridade máxima nacional neste domínio
e Dr. José Perdigoto. que é o INE, mas representa também um grande desafio
e responsabilidade para a DGEG em termos de rigor,
qualidade, cumprimento de prazos e ética em todas as
Com a assinatura deste Protocolo a Direcção-Geral
actividades ligadas à produção de estatísticas.
de Energia e Geologia passa a ser uma autoridade
estatística nacional, fazendo parte integrante do
SEN - Sistema Estatístico Nacional e assumindo, neste O Protocolo foi homologado por Despacho de Sua Ex.ª o
âmbito, a responsabilidade pela produção de esta- Ministro da Economia da Inovação e do Desenvolvimento
tísticas diversas nas áreas da Energia e dos Recursos em 01-07-2010.
Geológicos.

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Declaração sobre Matérias-Primas - Madrid 2010

Declaração da Indústria Extractiva Europeia Sobre Matérias-Primas – Madrid 2010

Madrid, 17 de Junho de 2010

I – Procura futura de minerais, rochas e agregados industriais, uma vez terminada a recessão económica
na Europa actual, prevê-se que a procura na Europa revele um
aumento constante até, pelo menos 4.000 milhões de
toneladas anuais, quer a médio quer a longo prazo.
Considerando:
(i) Que as rochas e os minerais proporcionam a
(iv) Que mesmo com o aumento da reciclagem em
maioria dos bens que se desfrutam na sociedade
países onde até agora esta estava relativamente
actual, melhorando a qualidade de vida de todos os
pouco desenvolvida, é improvável que o total dos
cidadãos europeus. Existem quatro tipos principais
materiais reciclados supere os 10% do fornecimento
de rochas e minerais: Agregados (a saber, rocha
total de agregados a médio prazo. Os agregados
britada, areia e cascalho), Rocha Ornamental,
marinhos e artificiais representam conjuntamente,
Minerais Industriais (utilizados por exemplo, em
na actualidade, somente 4% do fornecimento total
produtos como cimento, cal, gesso, vidro, argila,
de agregados. Nesse sentido, o fornecimento futuro
cerâmica, …) e Minerais Metálicos (utilizados para
de agregados na Europa (pelo menos até 85%) terá
o fabrico de uma variedade de bens de consumo
que ser ainda proveniente dos agregados naturais.
como, por exemplo, telemóveis, automóveis, painéis
Para os outros minerais, mesmo alcançando taxas
solares, comboios, aviões, etc.). Os sectores industriais
de reciclagem de 50%, não se satisfaria a procura já
associados à disponibilidade de matérias-primas
existente.
– construção, química, automóvel, aeroespacial ou
maquinaria, entre outros, geram um valor adicional
anual de 1,3 biliões de Euros e 30 milhões de postos (v) Que devido ao seu grande volume e peso, a maioria
de trabalho, todos eles dependentes do acesso às das rochas e minerais devem produzir-se próximo
matérias-primas. do seu ponto de utilização para reduzir ao mínimo
as distâncias de transporte, as emissões de CO2, o
impacto no meio ambiente, o congestionamento das
(ii) Que as matérias-primas, as rochas e os minerais,
redes de transporte e os custos associados.
são extraídas do subsolo, em pedreiras e em minas.
Na Europa, os cidadãos necessitam de mais de 3.000
milhões de toneladas destas matérias-primas, cada O sector solicita:
ano, para cobrir as suas necessidades. A Indústria
Extractiva não energética Europeia emprega mais de
(i) Que os governos nacionais promovam a melhoria
um milhão de pessoas nas suas actividades e muitas
da recolha de dados para se poder estabelecer o
mais no fabrico de produtos derivados. Apesar da
quadro das necessidades de procura e oferta de
recessão actual, está previsto que aumente, em grande
rochas e minerais, a curto, médio e longo prazo,
medida, a procura de todas estas matérias-primas nos
para as diferentes áreas geográficas, tendo em conta
próximos 5 a 10 anos, mesmo já contemplando um
futuros planos de desenvolvimento e as necessidades
aumento da reciclagem.
das indústrias. Estes planos podem incluir também
as infra-estruturas de transporte, por ferrovia e
(iii) Que a procura de rochas e minerais, em toneladas por cursos de água, para a sua comercialização
per capita, aumenta de acordo com o desenvolvimento em mercados próximos, que careçam de depósitos
económico em cada país, atingindo um elevado adequados de rochas e minerais. Estes planos de
patamar, com altos níveis de PIB per capita. No desenvolvimento, assim como o ordenamento do
caso dos agregados e de outras rochas e minerais território não devem excluir a priori áreas da Rede

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Natura 2000 ou espaços naturais protegidos ou de equilibrado na avaliação dos interesses em conflito
características similares. entre o desenvolvimento da indústria extractiva e
os outros usos do solo.
(ii) Que se tome medidas para preencher progres-
sivamente as lacunas existentes no conhecimento III – Políticas de planeamento de rochas e mine-
geológico dos jazigos de rochas e minerais nos Esta- rais no âmbito nacional, regional e local
dos Membros.
Considerando:
II – Política de produtos rochas e minerais no
âmbito nacional e na União Europeia
(i) Que os recursos minerais devem ser considerados
adequadamente no planeamento dos usos do solo.
Considerando: Com frequência, verifica-se a existência de uma
predisposição desproporcionada contra as actividades
extractivas, que necessita ser rebatida com firmeza.
(i) Que, no âmbito da União Europeia, necessita
Tendo em conta que a disponibilidade geológica
ser claramente reconhecida a importância do
das rochas e minerais determina a localização das
fornecimento de rochas e minerais num prazo mais
industrias extractivas, estes recursos merecem o
alargado, dentro dos contextos económicos nacionais
mesmo nível de consideração no ordenamento
e europeus, devendo todos os Estados membros
dos usos do solo que as outras actividades ou
promover as medidas necessárias para garantir o
planeamento, tais como as relativas à água ou outros
fornecimento a longo prazo, a partir dos seus recursos
recursos ambientais, com o fim de garantir o acesso
a nível nacional e, no caso dos agregados e outras
a longo prazo aos recursos minerais.
rochas e minerais, a nível local.

(ii) Que, em termos gerais, os recursos minerais não


(ii) Que os Estados Membros deveriam desenvolver
estão reflectidos nos mapas de pormenor, a não ser
uma política nacional de recursos geológicos clara
que a correspondente associação do sector tenha
e estruturada, que inclua quer as politicas de
contribuído especificamente para a realização dos
planeamento de rochas e minerais (tanto a nível
planos de Ordenamento, nacional ou regional. Mesmo
estratégico como operacional, tendo em consideração
quando isto tenha sido efectuado adequadamente, as
os recursos geológicos nos processos de ordenamento
necessidades de acesso aos recursos podem, por vezes,
do território), quer os processos de atribuição das
ser ignoradas em grande medida pelas autoridades
licenças e concessões (que deveriam ser mais eficientes
responsáveis pelo ordenamento do território, situação
e eficazes).
que necessita ser abordada e resolvida com firmeza.

O sector solicita:
O sector solicita:

(i) Que nos Estados Membros se estabeleçam politicas


(i) Políticas de ordenamento que abordem o
para os recursos geológicos nacionais e que estas se
planeamento estratégico dos recursos minerais, se
integrem noutras áreas. Uma política nacional de
possível no âmbito nacional ou, pelo menos, regional.
recursos geológicos requer:
É, portanto, necessário o planeamento operacional da
indústria extractiva de rochas e minerais, baseada nos
a. Criar a consciência da dependência que a sociedade planos de Ordenamento. Do ponto de vista estratégico,
tem das rochas e dos minerais e da necessidade deve decidir-se que estratégica de planeamento será
real de ter acesso aos recursos naturais. mais conveniente para cada país. No âmbito regional
b. Enfatizar para a sociedade a importância de poder ou local, os planos de ordenamento devem incluir
assegurar o fornecimento de rochas e minerais. os recursos geológicos, tendo em conta as questões
De igual modo, promover um procedimento específicas da indústria extractiva. O horizonte de

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planificação deve, a médio e longo prazo, certificar- (iv) Que, na maioria dos países, o processo de
se de que o acesso aos recursos locais está garantido autorização é complexo e muito lento, demorando
de maneira sustentável. Esta é a questão fundamental normalmente entre 5 a 10 anos para se obter a
que deve ser resolvida pela política de planeamento autorização para uma nova exploração. Além disso, as
de recursos minerais. licenças são concedidas por períodos excessivamente
curtos, que não justificam um investimento intensivo
de capital.
(ii) Políticas de planeamento do abastecimento de
agregados coordenadas a nível nacional, regional e (v) Em alguns países, os sistemas deficientes ou
local, que tenham em conta: incoerentes de licenciamento pode permitir a entrada
de operadores não autorizados. Eventuais deficiências
ou incoerências necessitam ser rectificadas.
a. A geologia local. No caso dos agregados, isto
significa determinar se as rochas, areias e seixos,
afloram (em superfície, tendo em conta que a O Sector Solicita:
extracção subterrânea não é economicamente
viável para estes materiais). (i) Que todos os procedimentos de licenciamento,
b. Se o depósito é ou não de qualidade apropriada, estejam vinculados à presença geológica de recursos
de acordo com os resultados de projectos de minerais, assim como à capacidade física de ter acesso
investigação. aos mesmos. Por princípio, cada Estado-membro deve
c. Se os solos estão ou não disponíveis para estes dispor de um sistema de licenciamento eficiente e
depósitos e nas suas proximidades, para as rotas delimitado temporalmente, sendo que é necessário:
de acesso.
a. Uma Legislação clara e adequada, com uma
d. Se os depósitos estão ou não em zonas potencialmente
delimitação clara das autoridades e respectivas
sensíveis, tais como em áreas protegidas (Rede
competências.
Natura 2000) ou se são de alto valor, paisagístico ou
recreativo, ainda que tais designações não proíbam, b. Um processo de pedidos racionalizado através de
a priori, as actividades extractivas. uma única entidade ou, pelo menos, procedimentos
e. A distância desde as áreas industriais ou de alta adequadamente coordenados entre todas as
densidade populacional ou de projectos de infra- entidades, quando existam várias, evitando
estruturas, onde existe uma grande procura. desta forma, a duplicação de requisitos ou de
procedimentos. É importante que as entidades
IV – Procedimento efectivo para licenciamentos regionais ou locais estejam incluídas neste
processo que, embora não o sejam por obrigação
legal, incluem-se, por inerência, como partes
Considerando: interessadas, no âmbito dos procedimentos de
Avaliação Ambiental.
(i) Que os procedimentos de licenciamento devem c. Procedimentos, limitados temporalmente, para
estar vinculados aos planos de ordenamento do a participação de todas as partes afectas aos
território. projectos, de modo a que o processo global termine
(ii) Que a incorporação da informação sobre depósitos dentro de um período com limite máximo de 3
de minerais, rochas e agregados nas bases de dados de anos (existem actualmente numerosas situações,
ordenamento do território é necessária para facilitar com procedimentos que duram de 10 a 15 anos, o
procedimentos eficientes de licenciamento. que poucas empresas podem suportar).
(iii) Que poucos Estados-membros ou regiões dispõem d. Um método razoavelmente equilibrado de
de sistemas de licenciamento eficientes e de duração conservação do meio ambiente, a biodiversidade,
limitada no tempo, localizados num “guichet único”. etc., mas que reconheça igualmente a necessidade
Em numerosos Estados-membros, existem por razões real de recursos minerais, assim como os benefícios
históricas, regimes de licenciamento a cargo de regionais criados. Os projectos de extracção devem
múltiplos organismos, que frequentemente assumem ter, pelo menos, a mesma importância que outros
diferentes perspectivas e áreas de responsabilidade. interesses territoriais. Em nenhum caso, se deve

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Boletim de Minas, 45 (1) - 2010

proibir a extracção, a priori, dentro de zonas pode prolongar-se quase indefinidamente pelas
protegidas. As decisões relativas aos projectos ditas entidades responsáveis pelo ordenamento,
devem tomar-se, em geral, a um nível superior, mediante o pedido de novos dados no último
com uma avaliação equilibrada que tem como base momento, voltando desta forma o processo ao
o interesse público em geral. estado inicial.
e. Quando se concedem licenças, para minas ou Há necessidade de se estabelecer procedimentos de
pedreiras, deve-se normalmente considerar um recurso, ao mais alto nível, onde possam intervir
período de tempo de 50 anos. Nenhuma licença peritos nas áreas interessadas, que possam tomar
deveria ser concedida para menos de 15 anos; caso decisões objectivas, afastadas de decisões de índole
contrário, não é possível justificar o importante política.
investimento de capital. Mesmo em tais casos, as h. Em cada país, é útil proporcionar esquemas
renovações por períodos similares devem estar informativos relacionados com o ordenamento
previstas desde o início. Para as explorações de do território e o processo de licenciamento
areias e seixos, a duração da licença deve ser correspondente. Com base nestes esquemas,
de 15 a 50 anos, dependendo da magnitude do podem-se discutir questões estr uturais de
depósito, com as renovações previstas também de eficiência e eficácia dos procedimentos e realizar
forma proporcional à escala do depósito. Quando melhorias.
se concede uma licença, a duração desta deve
estar sempre relacionada com o tempo de vida do
Por último, a Indústria Extractiva Europeia recomenda
depósito, uma vez que a sustentabilidade requer a
que:
extracção total das suas reservas.
f. As entidades responsáveis pelo licenciamento devem
estar consciencializadas do efeito potencialmente a. Que todas as solicitações do sector delineadas
esterilizante para um depósito, da emissão de no presente documento sejam incorporadas nas
licenças para construção de habitações ou outras, recomendações futuras da Iniciativa Matérias-
na proximidade de uma exploração planeada ou -Primas e que sejam incluídas no seu documento
em actividade. final;
g. Qualquer que seja o sistema de planeamento b. Que se reveja anualmente a evolução da Iniciativa
utilizado devem estabelecer-se calendários fixos Matérias-Primas durante os próximos 5 anos;
que sejam respeitados pelas autoridades de c. Que se integre a Iniciativa Matérias-Primas
planeamento responsáveis, na altura de tomar na agenda e na Estratégia 2020 da Comissão
as suas decisões. Em alguns países, o processo Europeia.

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Acordo de Cooperação entre a Direcção-Geral de Energia e Geologia e a Autoridade


para as Condições de Trabalho (ACT)

A DGEG e a Autoridade para as Condições de Trabalho fiscalização na área dos recursos geológicos, agilizar e
(ACT) subscreveram em Julho de 2010 um Acordo tornar mais eficaz as intervenções no terreno.
de Cooperação tendo em vista, à luz das atribuições
e competências legais em matéria de inspecção e Acordo em anexo:

ACORDO DE COOPERAÇÃO ENTRE A DIRECÇÃO-GERAL DE ENERGIA E GEOLOGIA


E A AUTORIDADE PARA AS CONDIÇÕES DO TRABALHO

O presente acordo reporta-se às atribuições e compe- Assim a DGEG e a ACT acordam o seguinte:
tências da Direcção-Geral de Energia e Geologia e da
Autoridade para as Condições de Trabalho, no que res- CAPÍTULO I
peita à exploração dos recursos geológicos e resultou do
Disposições Gerais
Despacho do Senhor Secretário de Estado Adjunto da
Artigo 1.°
Indústria e Desenvolvimento do MEID de 05/03/2010,
tendo sido elaborado por um grupo de trabalho consti- Objectivos
tuído por elementos das duas entidades. O presente acordo tem como principal objectivo agilizar
e tornar mais eficaz as intervenções no terreno e o
Considerando que a missão da DGEG e da ACT, se intercâmbio de informação entre as duas entidades.
centram, respectivamente na:
- ” fiscalização do cumprimento das disposições legais e Artigo 2.°
regulamentares relativas aos depósitos minerais e de aterros Áreas de intervenção conjunta
de indústria extractiva de depósitos minerais, nomeadamente São áreas de intervenção conjunta:
nas vertentes técnica, ambiental e de segurança”
a) Os acidentes de trabalho;
e
b) Retomas de trabalho após suspensão;
- ”promoção da melhoria das condições de trabalho, através do
c) O intercâmbio de informação privilegiando con-
controlo do cumprimento das normas em matéria laboral, no
tactos informais;
âmbito das relações laborais privadas, bem como a promoção
d) As acções de Inspecção / fiscalização;
de políticas de prevenção de riscos profissionais, e, ainda, o
controlo do cumprimento da legislação relativa à segurança e e) Os Planos de Segurança e Saúde.
saúde no trabalho, em todos os sectores de actividade...” CAPÍTULO 11
Considerando que as actividades a desenvolver resultam Intercâmbio de Informação
da interacção verificada em algumas das atribuições das
Artigo 3.°
duas entidades.
Tipologia da informação
Considerando que da intervenção conjunta entre as duas
1. O intercâmbio de informação terá carácter oficial ou
entidades resultam benefícios, na promoção e controlo da
informal, sendo de privilegiar este último.
segurança e saúde no trabalho, no âmbito da exploração
de recursos geológicos. 2. Constituirá intercâmbio de carácter informal:
a) Preparação das acções de fiscalização conjuntas;
b) Troca de informações relacionadas com as inter-
venções;

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c) Análise de incidentes, tendo em vista a correcção b) Programadas - realizadas na sequência de:


de procedimentos de trabalho; i. Incidentes graves;
d) Organização de acções de sensibilização junto dos ii. Outras situações consideradas oportunas.
concessionários que se venham a tornar relevantes,
no decurso da aplicação do presente acordo.
CAPÍTULO IV
Artigo 4.° Planos de segurança e de saúde
Mecanismos de contacto Artigo 6.°
1. Serão privilegiados os meios de comunicação PSS
electrónicos e telefónicos, ficando estabelecidos como
1. A DGEG e a ACT acordam o seguinte quanto aos
pontos focais em termos operacionais:
PSS:
a) Pela DGEG:
a) Os PSS abrangem, no mínimo, as matérias referidas
Divisão de Fiscalização e Coordenação Regional - no anexo “A”;
Eng.o Luís Morais, e-mail: luís.morais@dgge.pt/dfcr@
b) Sem que tal implique obrigatoriamente alterações,
dgge.pt - Telef.: 21 7922804/96 3731045)
os PSS são revistos anualmente ou sempre que se
b) Pela ACT - Direcções Regionais: justifique;
Norte - Dr. Luís de Castro, e-mail: dr.norte@act.gov.pt c) As propostas de alteração aos PSS são remetidas
- Telef.: 253 609596 para parecer.
C e n t r o - D r. a D o m i t í l i a G o m e s , e - m a i l :
dr.centro@act.gov.pt - Telef.: 232 470621 Artigo 7.°
Lisboa e Vale do Tejo - Dr. Mário Rui, e-mail:
Parecer da ACT na aprovação do PSS
dr.lvt.@act.gov.pt - Telef.: 265 235477
2. Os PSS submetidos à aprovação da DGEG deverão
A l e n t e j o - D r. C a r l o s G r a ç a , e - m a i l :
ser objecto de parecer da ACT que se pronunciará
dr.alentejo@act.gov.pt Telef.: 284 313501
preventivamente no âmbito das suas atribuições e
A l g a r ve - D r. a E d u a r d a C a n e l a s , e - m a i l : competências;
dr.algarve@act.gov.pt - Telef.: 289 880219
3. Para os efeitos do número anterior a DGEG remeterá
cópia do PSS ao serviço competente da ACT, a qual
CAPÍTULO 111
disporá do prazo de trinta dias para se pronunciar.
Fiscalização/Inspecção

Artigo 5.° CAPÍTULO V


Tipos de acções Disposições finais
1. O presente acordo não prejudica as competências
Artigo 8.°
próprias de cada uma das entidades, nem as que
Entrada em vigor
decorrem de actuações conjuntas determinadas por
força da lei, designadamente: O presente acordo entrará imediatamente em vigor, após
a sua aprovação.
a) Acidentes graves ou mortais;
b) Retoma dos trabalhos na sequência de uma
suspensão. Lisboa, 5 de Julho de 2010
2. As acções conjuntas de f iscalização/inspecção
enquadrar-se-ão nos seguintes tipos:
a) Facultativas - realizadas com carácter informal;

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ANEXO A

Plano de Segurança e de Saúde

1. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA SEGUR ANÇA E acordo com os riscos e as adequadas técnicas de


SAÚDE prevenção.
• Política de segurança e saúde da empresa;
• Identificação da empresa, incluindo organograma 4. ACÇÕES COMPLEMENTARES PARA A PREVENÇÃO
e áreas de intervenção; DE RISCOS
• Organização dos serviços de segurança e da saúde • Controlo dos trabalhadores, qualificação e tipo de
no trabalho; contrato laboral;
• Coordenação e cooperação entre os vários • Controlo dos equipamentos;
intervenientes em matéria de segurança e saúde.
• Plano de identificação e saúde dos trabalhado-
res;
2. CARACTERÍSTICAS DA EXPLORAÇÃO • Plano de protecção colectiva;
• Actividades de extracção, processamento e outras • Plano de protecção individual;
actividades anexas;
• Sistem a s de i n for m aç ão e for m aç ão dos
• Identif icação e caracterização dos anexos trabalhadores em matéria de prevenção de riscos
mineiros; profissionais;
• Identificação dos locais (incluindo acessos e • Plano de emergência interno (incluindo medidas de
circulação) e postos de trabalho por actividade. socorro e evacuação) e exercícios de segurança;
• Comunicação da ocorrências de acidentes e
3. AVA L I A Ç Ã O DE RISCOS E MEDIDAS incidentes através de modelos de relatórios
PREVENTIVAS aprovados;
• Avaliação e hierarquização dos riscos inerentes • Auditorias de avaliação de riscos profissionais
ás actividades e operações (incluindo processo e com indicação das datas, de quem as efectuou,
materiais utilizados); dos trabalhos sobre que incidiram, dos riscos
• Elaboração de procedimentos de trabalho e identif icados e das medidas de prevenção
instruções para cada uma das operações de preconizadas.

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Mina de Ciência
Inaugurado Centro Ciência Viva nas Minas do Lousal

No passado dia 30 de Junho foi inaugurado o mais em 1988, foi sujeita a um programa de reabilitação,
recente Centro da Rede Ciência Viva: Mina de Ciência verdadeiramente exemplar a vários níveis, que inclui,
- Centro Ciência Viva do Lousal. Trata-se de um Centro para além do Centro Ciência Viva, o Museu Mineiro
moderno e fascinante, com conteúdos interactivos e do Lousal onde se encontra um importante espólio no
espaços centrados na actividade mineira mas também âmbito da arqueologia industrial mineira e onde ainda
dedicados às Ciências Naturais e Exactas - Geologia, é possível visitar a exposição de “Modelos de Minas do
Biologia, Física, Química e Matemática - e às Ciências Séc. XIX: Mostra de Engenhos de Exploração Mineira”,
do Virtual e Computação Gráfica. baseada no espólio do Departamento de Minas e
Os conteúdos científicos disponibilizados neste Centro Georrecursos do Instituto Superior Técnico.
foram desenvolvidos por investigadores e docentes da Para além destas instalações, outras iniciativas do
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, ISCTE plano de reabilitação iniciado nos anos 90 do Séc. XX,
- Instituto Universitário de Lisboa, Museu Nacional de e já concluídas, incluem um Centro de Artesanato,
História Natural e Museu de Ciência da Universidade uma moderna Albergaria e um excelente Restaurante
de Lisboa, entre várias outras instituições. A equipa Regional.
do Centro inclui monitores - licenciados e mestres - Mais informações em: www.lousal.cienciaviva.pt/home/
especialmente preparados nas áreas científicas em Contactos para marcações de grupos poderão ser
causa. efectuados através do número 269 508 455, ou do
O Lousal é uma antiga aldeia mineira do Concelho de e-mail: info@lousal.cienciaviva.pt (contacto preferencial
Grândola que, após a cessação da exploração da mina Dr.ª Mafalda Abrunhosa).

O Projecto Hidromonitor
Exemplo de aplicação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)
ao sector dos Recursos Hidrogeológicos

A Direcção-Geral de Energia e Geologia através da sua Tem como objectivo melhorar o conhecimento da
Direcção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos, exploração dos recursos hidrominerais, através da
Geotérmicos e Petróleo, está a desenvolver em conjunto implementação de uma solução informática, desenvolvida
com 11 empresas concessionárias do sector das Águas por uma empresa ligada à Universidade de Coimbra,
Minerais Naturais (Termalismo e Engarrafamento), MediaPrimer, Lda. que baseada em informação
um projecto piloto para Monitorização regular por via SIG (Sistemas de Informação Geográfica) e WebSIG
remota, das captações de Águas Minerais, baseado em (publicação de Informação Georreferenciada na Web)
Tecnologias de Informação e Comunicação, denominado permitirá o alerta, recolha, tratamento e integração de
por HIDROMONITOR. Pretende-se assim, com este informação telemétrica gerada por sensores.
projecto piloto criar condições para assegurar uma boa A aplicação desta solução às concessões hidrominerais,
gestão geral e operacional dos recursos hidrominerais está a ser feita atendendo à informação cadastral
a nível nacional. georreferenciada e informação operacional relativa aos
Este projecto, está a ser desenvolvido e testado numa parâmetros de monitorização (quantitativos e qualitativos)
primeira fase em 23 captações de apenas 11 das 65 recolhidos em cada concessão e especificidade de cada
concessões hidrominerais existentes em Portugal captação, sendo os dados dos sistemas de exploração
continental. de cada concessão hidromineral acedidos remotamente

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através de comunicações GSM/GPRS, com consulta em (iLoggers) e a gestão adequada das comunicações entre
tempo real, e reprogramação, permitindo a gestão de os pontos remotos e o servidor central.
alarmes em caso de ultrapassagem de valores limite dos Nessa medida está a haver o envolvimento financeiro
parâmetros de monitorização previamente estabelecidos,
dos concessionários no investimento relacionado com
e actuar em tempo útil na sequência de eventuais
a instalação dos equipamentos locais de monitorização
anomalias decorrentes da sua exploração, o que irá
em cada captação, cabendo à DGEG o encargo relativo à
contribuir para a melhoria na gestão da sua qualidade
aquisição de unidades de aquisição de dados (iLoggers),
e quantidade. Assim, será possível avaliar a quantidade
e qualidade da água explorada, ficando a informação uma por cada concessão, neste projecto piloto.
reunida e mantida num repositório histórico para cada Numa 2ª fase, que poderá ser dentro de 2 ou 3 anos,
concessão. em função dos resultados obtidos com o projecto
O desenvolvimento desta solução está a implicar a Hidromonitor, a DGEG irá alargar o âmbito deste
instalação e costumização de um servidor central, projecto ao universo das concessões hidrominerais
a instalação de equipamento de aquisição de dados existentes.

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)


ao serviço da qualidade das águas engarrafadas

A qualidade das ág uas minerais (destinadas a o qual constitui um histórico que permite avaliar e
engarrafamento e termalismo) e das águas de nascente interpretar a evolução do quimismo das águas.
de Portugal (engarrafamento) são rigorosamente O tratamento dos dados analíticos é efectuado
controladas por análises físico-químicas, bacteriológicas recorrendo a um software específico, denominado
e de radioactividade, efectuadas regularmente com Aquachem, desenvolvido pela empresa Schlumberger
periodicidades pré-determinadas pela Direcção-Geral Water Services, permitindo a tradução gráfica da
de Geologia e Energia. informação, a realização de estatísticas, e a elaboração
Estas análises são efectuadas em laboratórios acreditados de diagramas diversos, entre os quais os diagramas de
sendo os resultados enviados à entidade de tutela, isto Piper e de Schoeller. Esta ferramenta constitui assim
é à DGGE. um meio de apoio à tomada de decisão no processo de
Uma vez recebidos os dados analíticos, a DGEG procede reconhecimento das águas minerais, ao permitir avaliar
ao seu carregamento, possuindo assim um banco de dados a sua qualidade, evolução e estabilidade físico-química,
personalizado dos parâmetros das diversas captações, em permanente actualização.

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