Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
SESI
SENAI
IEL
INDI
FIRESO
RESISTÊNCIA DOS
MATERIAIS
Maracanaú - Ceará
2014
© 2014. SENAI – Departamento Regional do Ceará
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
SENAI/CE
Departamento Regional do Ceará
Este trabalho foi elaborado por uma equipe cujos nomes estão relacionados na folha de créditos.
Ficha Catalográfica
S492r
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Ceará. Centro
de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues.
Resistência dos materiais. Maracanaú: SENAI/CE/CET AFR. 2006. 82 p. il
1 ENSAIOS DESTRUTIVOS......................................................................................... 5
REFERÊNCIAS........................................................................................................78
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 5
INDI
FIRESO
1 ENSAIOS DESTRUTIVOS
Fig. 17
Força
Cálculo: Tensão =
Área
F
σ= em N / mm2
S
Deformação?
Al. 100
ε= (% )
Lo
AL = alongamento (mm)
Fig. 20
I – O Regime Elástico
II – O Regime Plástico
O regime elástico termina no ponto A e recebe este nome porque, até este ponto, quando o
material estiver sem a ação da carga voltará ao seu tamanho natural, como um elástico (Fig. 21).
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 7
INDI
FIRESO
Fig. 21
Fig. 22
Terminada a fase elástica tem início o regime plástico (II), onde começa a ocorrer o fenômeno
chamado escoamento. O escoamento é caracterizado por uma deformação permanente (plástica)
sem que haja um aumento de carga, e também com aumento da velocidade de deformação. À maior
tensão atingida no escoamento dá-se o nome de tensão limite de escoamento (Ponto B).
A partir do ponto (C) ocorre um alongamento com a redução da tensão causada pela deforma-
ção do corpo de prova (redução de diâmetro).
Existem materiais (ex. aço endurecido, Cu, Al) que não apresentam o fenômeno com nitidez
(escoamento). Mas o limite de escoamento (ponto B) é necessário para cálculos de resistência.
Para solucionar esse problema foi convencionado um valor internacional que define o limite de es-
coamento, isto é, n% de deformação permanente.
Traça-se uma paralela ao trecho linear e, quando esta interceptar a curva, determinará o limite
de escoamento (n) Fig. 23
Faz-se necessário padronizar um tipo de ensaio para determinar a resistência ao impacto (ou
choque), ou melhor, a energia absorvida pelo corpo de prova por ação de impacto, expressa em Nm.
Como a energia do impacto medida depende das condições do ensaio (forma e dimensão do corpo
de prova, maneira de aplicação da carga) há necessidade da padronização dos tipos de ensaios
para permitir, posteriormente, a comparação entre os valores obtidos para o mesmo ou diferentes
materiais.
∙∙ Método Charpy;
∙∙ Método Izod.
SENAI-CE 9
INDI
FIRESO
E= G (h1 – h2) Nm
Onde:
E = energia em Nm
G = peso do martelo em N
APLICAÇÃO:
Fig. 24 Fig. 25
10 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
Esse ensaio permite ainda retirar outras propriedades, como módulo de ruptura ou resistên-
cia ao dobramento.
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 11
INDI
FIRESO
Quanto maior a altura, maior será a estampabilidade da chapa. Para o caso das chapas de
aço ou outros metais não ferrosos (latão, alumínio) para estampagem, os fabricantes costumam
classificá-los segundo o índice de estampabilidade e espessura. Recomenda-se que a carga de fixa-
ção da chapa seja de 10.000N. A chapa e o corpo esférico deverão ser untados com um composto
a base de graxa, grafite e óleo mineral.
12 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
Exercícios
1. Quais são os quatro tipos de ensaios destrutivos?
7. Dois materiais, um aço dúctil e um aço endurecido, devem se ensaiados aplicando-se o método
de tração e impacto. Qual o resultado? Explique o porquê.
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 13
INDI
FIRESO
∙∙ Brinell;
∙∙ Rockwell;
∙∙ Vickers;
∙∙ Shore.
F = força Aplicada
HB = Dureza Brinell
14 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
Na prática, utilizamos a tabela abaixo para determinamos a carga em função do material, sua
espessura e diâmetro da esfera.
Carga F em N
∅esf 1 mm
Níveis de Material da Faixa de ∅esf 2,5 mm ∅esf 5 mm ∅esf 10 mm
SENAI-CE 15
INDI
FIRESO
120 HB 5 / 250 / 30
Quando o ensaio é realizado segundo norma, ou seja, com diâmetro 10 mm, carga 30000 N
e duração de 10 a 15 segundos, apresentamos a dureza apenas na forma abaixo:
350 HB
16 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
2. A superfície a medir deve ter um raio de curvatura no mínimo 5 vezes o diâmetro da esfera
utilizada;
3. Cada impressão deve estar distante de uma impressão vizinha, no mínimo 2,5 vezes o seu
diâmetro (distância do centro ao centro);
4. A carga do ensaio deve ser mantida sobre a peça a ser medida no mínimo durante 30 se-
gundos. Exceções: para materiais em que HB > 300, este tempo pode ser reduzido a 10 segundos.
Para materiais moles em que HB < 60, a carga deve ser mantida durante 60 segundos.
2. Em seguida aplicamos a carga de ensaio 1373 N, ou seja, uma carga total de 1471N. O
ponteiro se move para a esquerda até ficar imóvel;
SENAI-CE 17
INDI
FIRESO
O método Rockwell, que é muito usado por seu rápido emprego, é subdividido em dois grupos:
∙∙ Rockwell Normal;
∙∙ Rockwell Superficial.
Esses dois grupos são ainda decompostos em várias escalas, conforme a carga e o penetra-
dor usado no ensaio. Os tipos mais importantes são o B e C ( sendo os demais apenas auxiliares),
onde B significa que o penetrador é uma esfera, e C significa que é um cone de diamante.
O ensaio do tipo HRB deve ser aplicado a materiais moles e o tipo HRC a materiais duros e
de média dureza.
Recomenda-se uma espessura mínima para a peça a ser medida igual a 10 vezes o valor da
profundidade de penetração.
Quando se mede a dureza das peças cilíndricas pelo método Rockwell C, devido à deformação
da peça, é necessária uma correção conforme a tabela a seguir:
HRB ∅ 6 10 13 16 19 22 25
0 4,5 3,5 3,0
10 5,0 4,0 3,5 3,0
20 4,5 4,0 3,5 3,0
30 5,0 4,5 3,5 3,0 2,5
40 4,5 4,0 3,0 2,5 2,5
50 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0
60 5,0 3,5 3,0 2,5 2,0 2,0
70 4,0 3,0 2,5 2,0 2,0 1,5
80 5,0 3,5 2,5 2,0 1,5 1,5 1,5
90 4,0 3,0 2,0 1,5 1,5 1,5 1,0
100 3,5 2,5 1,5 1,5 1,0 1,0 0,5
Tabela 6
Os valores da tabela acima devem ser somados às leituras. Exemplo: Numa peça com ∅ de
10 mm, se o resultado obtido no aparelho for 60 RC, o resultado real deverá ser 60 + 1= 61 RC.
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 19
INDI
FIRESO
Conhecendo-se a área e a carga aplicada, podemos estabelecer a dureza pela seguinte fórmula:
F 0,189
HV =
A
=
d2
(
N / mm2 )
Onde:
F = carga aplicada em ( N )
A = área
0,189 = constante
Ex: 640 HV 30
Ex: 108 HV 50 / 30
30 = duração do ensaio
2. A dureza Vickers produz uma impressão pequena, o que evita a inutilização da peça;
SENAI-CE 21
INDI
FIRESO
Para macrodureza a carga normal é de 300 N, porém, podem-se usar cargas entre 50 e 1000 N.
Podem também ser utilizadas “cargas reduzidas”, que variam de 1N a 20N. A macrodureza se
aplica a uma vasta gama de materiais, exceto ferros fundidos e materiais sinterizados.
O ensaio com cargas reduzidas é usado para pequenas molas, grampos, dureza de dentes de
engrenagens e na determinação da camada efetiva de cementação (Fig. 37).
Por exemplo:
Os valore especificados são EHT 680 e EHT 525 e é utilizada carga 10 N para o ensaio.
3. Considerar a recuperação elástica do material quando utilizadas cargas menores que 3,0 N.
As máquinas devem ser constantemente calibradas e aferidas, pois erros na aplicação das
cargas alteram muito o valor de dureza, principalmente no caso de cargas menores que 0,5 N.
b) Afundamento
SENAI-CE 23
INDI
FIRESO
c) Aderência
A dureza Shore foi introduzida para ensaios em aços temperados, onde o método Brinell não
podia ser utilizado.
Na atualidade, a sua mais dupla aplicação refere-se à área dos materiais plásticos, borrachas, etc.
A altura do ressalto após o choque é tomada como a dureza do material, sendo registrada por
um ponteiro que indica a altura da gradação existente no tubo de vidro cuja escala varia de 0 a 140.
Existe também uma relação entre a dureza Shore com o limite de resistência de alguns
aços.
Impressão Shore é pequena e serve para medir dureza de peças já acabadas ou usinadas.
O equipamento é leve e portátil, podendo ser adaptado em qualquer lugar e com isso fazer
medições em peças grandes, impossíveis de serem colocadas em máquinas de dureza por pene-
tração.
A fixação do corpo de provas, bem como o posicionamento vertical do tubo graduado corretos
oferecem muito pouca variação da dureza.
Peças muito finas ou com superfícies não lisas oferecem dureza menor que a real quando
ensaiadas.
SENAI-CE 25
INDI
FIRESO
Podemos utilizar a tabela quando necessitamos saber uma dureza conhecendo outras.
Fig. 38
∙∙ Duas vezes a pressão de serviço ou 1.5 vezes a pressão de projeto, no caso de não haver
uma norma específica para o ensaio.
∙∙ A pressão pode ser tanto interna (bombas ou compressões) como externa (bomba de vácuo).
2.12.1 Introdução
O ensaio de estanqueidade tem por objetivo principal garantir a estanqueidade de um sis-
tema, através da localização e detecção de defeitos presentes em soldas, como por exemplo as
soldas de chapas de reforço, soldas em ângulos de juntas sobrepostas do fundo dos tanques de
armazenamento e soldas em ângulo de ligação fundo-constado.
Cuidados especiais devem ser tomados para que a pressão não ultrapasse o valor máximo
estabelecido, de modo a eliminar a possibilidade de empolamento de chapas e/ou danos a soldas,
equipamentos ou peças. Também grandes vazamentos podem não ser detectados em virtude do
grande fluxo de ar. Caso o fluxo do ar seja intenso, não permitira a formação de bolhas.
1. Limpeza – Deve ser efetuada a limpeza das soldas, equipamentos ou peças a serem inspe-
cionadas, que devem estar livres de argamassas, óleo, pintura graxa e outros contaminantes;
4. Tempo de Pressurização – Antes de se iniciar o ensaio, a pressão deve ser mantida por um
período de no mínimo 15 minutos;
SENAI-CE 27
INDI
FIRESO
Este líquido deve ser de difícil evaporação sob efeito de ar e/ou temperatura e o tempo de
secagem dever ser sempre superior ao tempo previsto para penetração. Normalmente utiliza-se o
óleo díesel ou querosene como líquido de teste.
4. Tempo de Penetração – É o tempo necessário para que o líquido atravesse a solda , equi-
pamento ou peça pelos possíveis defeitos passantes;
5. Inspeção – Verifica-se se houve vazamento do líquido pelo lado oposto onde este foi apli-
cado.
28 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
A grande limitação deste teste é que se presta apenas à detecção de defeitos passantes.
2.13.1 Introdução
O ensaio por meio de líquido penetrante é relativamente simples, fácil e de rápida execução.
TIPO A – Penetrante fluorescente – É utilizado em ambientes escuros, sendo visível com luz
ultravioleta (luz negra).
TIPO B – Penetrante visível (não fluorescente) – É utilizado em ambientes claros, sendo visível
com luz natural.
Além da visibilidade, os penetrantes podem variar quanto à forma em removido seu exces-
so.
SENAI-CE 29
INDI
FIRESO
1. Limpeza Inicial – A superfície a ser examinada e todas as áreas adjacentes dentro de pelo
menos 25 mm devem estar secas, sem graxa, sem óleo, ferrugem ou sujeira, sendo que, no caso
de soldas, toda a escória deve ser cuidadosamente removida.
A limpeza inicial tem como objetivo remover contaminantes, que poderiam mascarar os resul-
tados do ensaio, das proximidades e do interior de possíveis descontinuidades, conforme apresen-
tado na Fig. 40.
2.13.5 Vantagens
∙∙ O ensaio por meio de líquido penetrante tem sensibilidade muito boa, detectando até des-
continuidades muito pequenas;
∙∙ A forma da peça não é um problema, pois é um método que se aplica tanto em superfícies
planas quanto em superfícies curvas;
∙∙ Para o treinamento de operadores e inspetores se requer menor tempo que para os outros
tipos de ensaios não-destrutivos.
2.14.1 Radiografia
A radiografia é um método usado para inspeção não destrutiva que se baseia na absorção
diferenciada da radiação penetrante pela peça que está sendo inspecionada.
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 31
INDI
FIRESO
A radiografia industrial é então usada para detectar variação de uma região de um determina-
do material que apresenta uma diferença em espessura ou densidade comparada com uma região-
vizinha. Em outras palavras, a radiografia é um método capaz de detectar com boa sensibilidade
defeitos volumétricos.
Isto quer dizer que a capacidade do processo de detectar defeitos com pequenas espessu-
ras em planos perpendiculares ao feixe, como trinca, dependerá da técnica de ensaio realizado.
Defeitos volumétricos como vazios e inclusões que apresentam uma espessura variável em todas
direções, serão facilmente detectados desde que não sejam muito pequenos em relação à espes-
sura da peça.
As radiações X são emitidas das camadas eletrônicas dos átomos. Essas emissões não
ocorrem de forma desordenada, mas possuem “padrão” de emissão denominado espectro de
emissão.
Os Raios X, destinados ao uso industrial, são gerados numa ampola de vidro, denominada
tubo de Coolidge, que possui duas partes distintas: o ânodo e o cátodo.
O ânodo e o cátodo são submetidos a uma tensão elétrica da ordem de milhares de Volts,
sendo o pólo positivo ligado ao ânodo e o negativo ao cátodo. O ânodo é constituído de uma pe-
quena parte fabricada em tungstênio, também denominada de alvo, e o cátodo de um pequeno
filamento, tal qual uma lâmpada incandescente, por onde passa uma corrente elétrica da ordem de
miliamperes.
32 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
Quando o tubo é ligado, a corrente elétrica do filamento se aquece e passa a emitir esponta-
neamente elétrons que são atraídos e acelerados em direção ao alvo. Nesta interação dos elétrons
com os átomos de tungstênio, ocorre a desaceleração repentina dos elétrons, transformando a
energia cinética adquirida em Raios X.
Outros fenômenos de interação dos elétrons acelerados com as camadas eletrônicas dos
átomos de tungstênio também são responsáveis pela emissão dos Raios X.
Radiologia
SENAI-CE 33
INDI
FIRESO
Um outro método existente para radiografia digital é a obtenção da imagem pelo scaneamen-
to do filme radiográfico usando um scaner especial de alta resolução. A vantagem desta técnica é
passar para o computador a imagem do filme e, através do programa, poder ampliar e estudar in-
dicações de descontinuidades presentes na área de interesse. O arquivamento em meio eletrônico
também traz vantagens.
Imagem ampliada digitalmente da região marcada acima. Observe que a visualização das
trincas se tornou mais nítida, sem perda de qualidade em razão da ampliação.
34 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
∙∙ As placas de captura da imagem digital permitem uma ampla utilização em variadas condi-
ções de exposição, possibilitando reutilização imediata caso ocorram erros na exposição,
evitando assim perdas de material e tempo para o ensaio;
∙∙ A grande latitude de exposição das placas de captura digital permite a visualização da ima-
gem radiográfica com somente uma pequena exposição à radiação, o que permite melhorar
a proteção radiológica da instalação, otimizando a segurança;
∙∙ As placas de captura possuem longa durabilidade e boa proteção mecânica, podendo ope-
rar em temperaturas de 10º a 35º C; programas de computador para análise da imagem
digital são versáteis, permitindo ampliações localizadas da imagem, propiciando maior
segurança do laudo radiográfico.
SENAI-CE 35
INDI
FIRESO
Inclusão de escória
São devidas ao aprisionamento de escória ou materiais estranhos durante o processo de sol-
dagem. Elas apresentam-se com mais frequência em soldas de passes múltiplos, principalmente
quando a limpeza não é bem efetuada entre um passe e o outro.
No caso de dúvidas por parte do inspetor, seria aconselhável uma mudança na direção do fei-
xe de radiação e a utilização de filmes de granulação fina. Pode ocorrer, também, o fato das trincas
não serem detectadas, principalmente quando radiografamos peças de grande espessura.
Por esta razão, estabelecem-se regras, regulamentos e procedimentos que devem ser sempre
observados, visando a uma proteção radiológica, tanto aos operadores como aos que trabalham
nas proximidades.
Quando existem defeitos na peça, o local de trinca atrai um maior número de partículas, for-
mando uma camada larga e concentrada Fig. 44
Fig. 44
Os defeitos superficiais devem possuir uma certa profundidade para que sejam detectados.
Além de assinalar a existência de defeitos, o ensaio também indica a sua profundidade, visto
que a mesma é proporcional à concentração das partículas acumuladas.
O ensaio deve ser realizado em duas direções ortogonais porque as descontinuidades ocor-
rem em várias direções.
Nos materiais laminados ou trefilados é suficiente uma só direção, pois, em função do pro-
cesso, as descontinuidades são sempre longitudinais.
Magnetização
A magnetização com corrente alternada apresenta a vantagem do reduzido magnetismo rema-
nescente na peça, dispensando desmagnetização posterior.
SENAI-CE 37
INDI
FIRESO
Partículas magnéticas
As partículas magnéticas sob a forma de pó são de baixo poder remanescente.
Podemos aplicar o pó seco em suspensão num líquido como óleo, querosene etc.
Desmagnetização
Torna-se necessária a desmagnetização das peças para evitar, após sua montagem, um acú-
mulo de partículas magnetizáveis danosas às peças.
Sons extremamente graves ou agudos podem passar despercebidos pelo aparelho auditi-
vo humano, não por deficiência deste, mas por caracterizarem vibrações com frequências muito
baixas, até 20Hz (infra-som) ou com frequências muito altas acima de 20 kHz (ultra-som), ambas
inaudíveis.
Fenômenos como este, apesar de simples e de serem frequentes em nossa vida cotidiana,
constituem os fundamentos do ensaio ultra-sônico de materiais.
No passado, testes de eixos ferroviários ou mesmo sinos eram executados através de testes
com martelo, em que o som produzido pela peça denunciava a presença de rachaduras ou trincas
grosseiras pelo som característico.
38 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
Assim como uma onda sonora reflete ao incidir num anteparo qualquer, a vibração ou onda
ultrassônica, ao percorrer um meio elástico, refletirá da mesma forma ao incidir num anteparo
qualquer, a vibração ou onda ultrassônica ao percorrer um meio elástico, refletirá da mesma forma,
ao incidir numa descontinuidade ou falha interna a este meio considerado. Através de aparelhos
especiais, detectamos as reflexões provenientes do interior da peça examinada, localizando e inter-
pretando as descontinuidades.
Finalidade do ensaio
O ensaio por ultrassom caracteriza-se num método não destrutivo que tem por objetivo a de-
tecção de defeitos ou descontinuidades internas, presentes nos mais variados tipos ou formas de
materiais ferrosos ou não ferrosos.
Tais defeitos são caracterizados pelo próprio processo de fabricação da peça ou componentes
a serem examinadas como por exemplo: bolhas de gás fundidas, dupla laminação em laminados,
micro-trincas em forjados, escórias em uniões soldadas e muitos outros.
Portanto, o exame ultrassônico, assim como todo exame não destrutivo, visa a diminuir o grau
de incerteza na utilização de materiais ou peças de responsabilidades.
SENAI-CE 39
INDI
FIRESO
Aparelhagem
Descrição dos Aparelhos Medidores de Espessura por ultrassom. Os medidores de espessura
por ultrassom podem se apresentar com circuitos digitais ou analógicos, e são aparelhos simples
que medem o tempo do percurso sônico no interior do material através da espessura, registrando
no display o espaço percorrido, ou seja, a própria espessura. Operam com transdutores duplocristal
e possuem exatidão de décimos ou até centésimos dependendo do modelo.
São aparelhos bastante úteis para medição de espessuras de chapas, tubos, taxas de cor-
rosão em equipamentos industriais, porém, para a obtenção de bons resultados, é necessário sua
calibração antes do uso, usando blocos com espessuras calibradas e de mesmo material a ser
medido, com o ajuste correto da velocidade de propagação do som do aparelho.
2. A onda incide na interface no fundo da peça, retorna ao cristal e este produz um sinal elé-
trico, que será amplificado e registrado na tela do aparelho na forma do pulso ou eco, identificado
na figura como “E2”;
É importante mencionar que o som que percorre a espessura do metal se reflete nas in-
ter faces formadas pelo fundo e pela super fície da peça, de forma contínua, isto é, o ultra-som
emitido pelo cristal do transdutor realiza no interior da peça um movimento de zig-zag de ida e
volta, refletindo-se no fundo e na super fície da peça, continuadamente.
SENAI-CE 41
INDI
FIRESO
Da mesma forma, sinais captados no cristal são mostrados na tela do tubo de raios catódicos
em forma de pulsos luminosos denominados “ecos”, que podem ser regulados tanto na amplitude
como na posição na tela graduada e se constituem no registro das descontinuidades encontradas
no interior do material.
Para maior realce e precisão na localização, as peças devem ser previamente limpas e de-
sengraxadas.
Aplicação
Em qualquer tipo de material e peça, especialmente após a retificação, para detectar trincas.
Aplicação de ultrassom
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 43
INDI
FIRESO
O ensaio é feito normalmente com o auxílio de cabeçotes duplo-cristal, após calibrado o apa-
relho. Esta calibração é feita em blocos de dimensões padronizadas, de material similar ao da peça
a ser medida.
O ensaio é feito com o auxílio de cabeçotes normal e/ou duplo-cristal, após feita a calibração
da escala e a determinação da sensibilidade do ensaio.
O ensaio é feito com o auxílio de cabeçote normal e/ou duplo-cristal e cabeçotes angulares,
após feita a calibração da escala e a determinação da sensibilidade do equipamento a traçagem,
sobre a tela do aparelho, de curvas denominadas curvas de frequência, que servem para avaliar
as descontinuidades existentes. Estas curvas são traçadas a partir de refletores padronizados, de
acordo com a norma de projeto ou de construção e montagem do equipamento.
2.18 Vantagens
∙∙ Pode ser executado em materiais metálicos e não metálicos;
∙∙ Pode ser executado em juntas de geometria complexa, como nos de estruturas tubulares;
∙∙ Não requer paralisação de outros serviços durante a sua execução e não requer requisitos
rígidos de segurança, tais como os requeridos para o ensaio radiográfico.
44 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
∙∙ Reforço da raiz, cobre-juntas e outras condições aceitáveis podem causar indicações falsas;
SENAI-CE 45
INDI
FIRESO
Como os átomos de ferro e carbono agrupam-se para formar a estrutura de uma chapa de
aço?
Para resolver a questão, que é importante para o controle da qualidade dos aços, efetuarmos
uma análise metalográfica de uma amostra da chapa. A análise metalográfica é feita em laborató-
rios dotados de microscópios metalográficos entre outros equipamentos.
Vemos apenas os grãos do material que são identificados pelos contornos de grãos.
Apesar de não vermos os átomos de ferro e de carbono, a estrutura do aço e sua resistência,
assim como outras propriedades mecânicas, dependem do teor de carbono nele existentes.
Num aquecimento de uma amostra de aço a partir de 0ºC à medida que a temperatura co-
meça a se elevar, observa-se que os átomos de carbono existentes na estrutura do aço encontram
muitas dificuldades para penetrarem na estrutura cristalina do ferro, porque entre os átomos de
ferro os espaços existentes são muito pequenos para acomodarem os átomos de carbono. Nes-
ta fase, o ferro apresenta um reticulado cristalino do tipo CCC. Com a temperatura subindo até
723º C, o máximo de carbono que conseguiu penetrar no reticulado cristalino do ferro corresponde
à insignificante quantidade de 0,025 %. Isto é, 0,025 % de carbono encontram-se dissolvidos ou
solubilizados na estrutura cristalina do ferro.
O termo dissolvido ou solubilizado refere-se ao aço como sendo uma solução sólida onde o
ferro é o solvente e o carbono o soluto.
46 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
Com o aquecimento da amostra continuando até 910º°C, o teor de carbono dissolvido na es-
trutura cristalina do ferro começa a diminuir.
De 0º°C a 910º C a amostra de aço apresenta um reticulado cristalino do tipo CCC e a estru-
tura resultante passa a ser conhecida pelo nome de ferro α (alfa) ou ferrita. A ferrita é um material
dúctil e de baixa dureza, com um máximo de 0,025 % de carbono em sua estrutura. Resumindo em
um diagrama, teremos:
Prosseguindo com o aquecimento da amostra de aço a partir de 910º C ocorre nova trans-
formação. A estrutura cristalina da ferrita, que é do tipo CCC, passa a transformar-se em CFC.
Os átomos de carbono diante da estrutura CFC da ferrita transformada, encontram espaços para
alojarem-se dentro da grade cristalina do ferro e a estrutura resultante passa a ser denominada de
ferro γ (gama) ou austenita.
SENAI-CE 47
INDI
FIRESO
Resfriando a amostra de aço com 0,8 % de carbono até 723º C, a austenita começa a trans-
formar-se novamente em ferrita, ou seja, o ferro γ começa a transformar-se em ferro. O interessante
é notar que o ferro ou ferrita não consegue manter em solução os átomos de carbono. Lembre-se
que a ferrita possui estrutura do tipo CCC. Com isso, os átomos de carbono começam a combinar-
se paulatinamente com o que restar da austenita durante o processo de resfriamento. Num diagra-
ma teremos a seguinte imagem:
As linhas que delimitam as transformações estruturais mostram que à medida que o teor de
carbono aumenta, ele se dissolve mais facilmente na austenita. Isto proporciona, aos vários tipos
de aços, diferentes características mecânicas.
Conforme o resfriamento vai se efetuando, a ferrita e a cementita que não tiveram tempo de
assumir posições definidas começam a colocar-se na granulação de modo bastante característico,
isto é, formam delgadas lâminas que se alternam, produzindo uma estrutura conhecida pelo nome
de perlita. Portanto: perlita = ferrita + cementita.
Existe uma distribuição entre os grãos de ferrita e perlita na estrutura do aço da amostra e
dos aços em geral. O teor de ferrita e perlita varia de acordo com o teor de carbono que existe em
cada tipo de aço. Reunindo os diagramas estruturais temos:
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 49
INDI
FIRESO
O teor de carbono influi na estrutura dos aços e quanto mais carbono existir mais resistência
mecânica ele apresentará.
O ponto E é conhecido por ponto eutetóide. Nesse ponto ocorre a transformação total da aus-
tenita em ferrita + cementita, sem fases intermediárias. Um aço que possua 0,8 % de carbono é
conhecido por aço eutetóide porque as transformações de sua estrutura durante o resfriamento ou
aquecimento passam pelo ponto E. Por comparação, aços com teores de carbono abaixo de 0,8 %,
recebem o nome de hipoeutetóides e aços com teores de carbono acima de 0,8 % recebem o nome
de hipereutetóides.
Exercícios
“Carga, corpo de prova, valor a ser medido, materiais em que são aplicados”.
170 HB 2,5/62,5
70 HRC
640 HV 30
4. No método Brinell, determine a carga F e o diâmetro da esfera utilizados para ensaio de AL com
espessura de 5 mm, consultando a tabela.
SENAI-CE 51
INDI
FIRESO
7. Cite três características dos materiais nos estados físicos: sólido, líquido e gasoso.
0,3 % C a 810º°C;
0,8 % C a 723º°C;
1,7 % C a 900º C.
SENAI-CE 53
INDI
FIRESO
3 METALOGRAFIA
A metalografia, um dos principais ramos da metalurgia física, estuda a constituição, a estru-
tura e a textura dos metais. O exame metalográfico encara o metal sob o ponto de vista de sua
estrutura, procurando relacioná-la às propriedades físicas, composição, processo de fabricação,
etc., de modo a poder esclarecer ou prever seu comportamento numa determinada aplicação.
É necessário ressaltar que tão somente a análise química não permite concluir sobre as pro-
priedades mecânicas, físicas ou mesmo tecnológicas de uma liga metálica, e que a metalografia
preenche, pelo menos em grande parte, esta lacuna.
O conhecimento da história dos produtos fundidos, dos processos de elaboração das ligas e
dos tratamentos térmicos e mecânicos a que foram submetidos será necessário para desvendar a
causa dos incidentes de fabricação e julgar as qualidades técnicas dos produtos obtidos.
O exame metalográfico pode ser feito a vista desarmada (exame macrográfico) ou com auxílio
de um microscópio (exame micrográfico). Esses exames são feitos em seções do material, polidas
e atacadas com reativos adequados. Em síntese, o exame metalográfico fornece dados sobre como
o material ou peça foram feitos e também sobre sua homogeneidade.
Aspectos preliminares
Uma vez ciente do que se trata e admitida a viabilidade do que é solicitado, o encarregado
verificará o material e se as informações prestadas são suficientes para poder delinear e executar
o programa de ensaios que o caso requeira.
Esse trabalho preliminar de obtenção de informações se impõe na maioria dos casos, pois
raras vezes o seu histórico é relatado espontaneamente e com clareza. Outras vezes, o material é
enviado ao Laboratório apenas acompanhado de um pedido para que sejam executados determina-
dos tipos de ensaios sem maiores esclarecimentos.
Se o interessado não especificar as regiões da peça onde os ensaios devem ser feitos, ou
pelo menos para que fim se destinam, o encarregado do ensaio não deve dar início a qualquer en-
saio sem antes discutir o assunto com o remetente.
54 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
3.1 Macrografia
A macrografia consiste no exame do aspecto de uma peça ou amostra metálica, segundo uma
seção plana devidamente polida e, em geral, atacada por um reativo apropriado.
A escolha e localização da seção a ser estudada ficará a critério do analista, que será guiado
pela forma, pelos dados que se quer obter e por outras considerações da peça em estudo.
SENAI-CE 55
INDI
FIRESO
A etapa do corte é feita com serra ou com cortador de disco abrasivo e localiza a superfície
a examinar; quando este meio não é viável, recorre-se ao desbaste, que é praticado com o esmeril
comum ou com auxílio de plaina até atingir a região que interessa.
Por meio de uma lima fina, ou então uma lixadeira mecânica, termina-se esta primeira etapa,
finda a qual, ter-se-á conseguido uma superfície plana, bem retificada e com a orientação desejada.
Todas estas operações deverão ser levadas em conta com a devida cautela, de modo a evi-
tar não só encruamentos locais excessivos, bem como aquecimentos a mais de 100ºC em peças
temperadas, fenômenos que mais tarde são postos em evidência pelo ataque, perturbando a inter-
pretação da imagem.
O polimento é iniciado sobre lixa, em direção normal aos riscos de lima ou de lixa grossa já
existente, e é levado até o completo desaparecimento destes. Depois se passa para a lixa mais
fina seguinte, mudando de 90º a direção do polimento e continuando igualmente até terem desapa-
recido os riscos da lixa anterior.
Com a superfície neste estado já se notam, por vezes, algumas particularidades como restos
do vazio, trincas, grandes inclusões, porosidades, falhas em soldas, mas é indispensável proceder-
se a um ataque com reativos químicos para pôr em evidência as outras heterogeneidades.
1. Ataque por imersão, mergulhando a superfície polida numa cuba contendo certo volume
de reagente;
2. Ataque por aplicação, estendendo uma camada de reativo sobre a seção em estudo com
auxílio de pincel ou chumaço de algodão e regularizando-o se for preciso;
3. Ataque pelo método de Baumann, de impressão direta, lançando mão de um papel fotográ-
fico, convenientemente umedecido e obtendo sobre ele um decalque da maneira como se encon-
tram distribuídos os sulfuretos.
56 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
A macrografia, muitas vezes, presta valioso auxílio apontando certas precauções a serem
tomadas na retirada das amostras ou dos corpos de prova, como também frequentemente permite
explicar discrepâncias observadas entre resultados de ensaios ou análises relativas ao material
em exame.
3.2 Micrografia
O estudo dos produtos metalúrgicos com auxílio de microscópio visa à determinação de seus
constituintes e de sua textura. Este estudo também é feito em superfícies polidas e, em geral, ata-
cadas por um reativo adequado.
Convém esclarecer que os metais, de um modo geral, são agregados cristalinos cujos cristais
(perfeitamente justapostos e unidos) tanto podem ser quimicamente idênticos, como de composição
química diferente.
Esses cristais chamam-se geralmente grãos, em virtude de sua conformação, mas quando apre-
sentam formas ou aspectos particulares, podem chamar-se nódulos, veios, agulhas, glóbulos, etc.
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 57
INDI
FIRESO
Com o auxílio da técnica apropriada, consegue-se tornar visível a textura microscópica do ma-
terial, pondo assim em evidência os diversos grãos de que é formado.
Com efeito, um mesmo material pode tornar-se mole, duro, duríssimo, quebradiço, elástico,
tenaz, etc., conforme a textura que apresentar e que lhe pode ser dada por meio de trabalhos me-
cânicos ou tratamentos térmicos adequados.
A localização do corpo ou dos corpos de prova para micrografia em peças grandes é, frequen-
temente, feita após o exame macrográfico porque, se o aspecto for homogêneo, a localização do
corpo de prova é, em geral, indiferente; se, porém, não for e revelar anomalias ou heterogeneida-
des, o observador poderá localizar corpos de prova em vários pontos, caso julgue de interesse um
exame mais detalhado dessas regiões.
O seccionamento da amostra deve ser efetuado de tal maneira que não complique as prepa-
rações subsequentes.
Métodos de corte:
∙∙ Corte mecânico;
∙∙ Corte por maçarico de oxigênio;
∙∙ Corte por eletro-erosão.
Destes subgrupos, o que mais se adapta para o ensaio metalográfico é o corte por abrasão
a úmido. Corte por abrasão a úmido é feito com uma cortadeira de disco abrasivo, sob condições
nas quais a amostra não sofrerá deterioração de sua estrutura (fig.46).
A regra básica para a correta escolha do disco de corte pode ser resumida como:
Fig. 46
∙∙ Quebra de disco;
∙∙ Aquecimento excessivo;
∙∙ Formação de rebarba.
Embutimento
SENAI-CE 59
INDI
FIRESO
Fig. 47
∙∙ Fenda circunferência;
∙∙ Fenda radial;
∙∙ Ausência de fusão;
∙∙ Flocos de algodão.
Marcação
Lápis Elétrico
Fig. 48
60 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
Lixamento
É o processo utilizado para dar acabamento na amostra após a compactação. Entre os tipos
de abrasivos utilizados para acabamento mais indicados para atender a estas exigências se desta-
cam os minerais ou materiais sintéticos de maior dureza, tais como diamante, carboneto de boro,
carboneto de silício e óxido de alumínio.
A escolha do abrasivo mais indicado para um determinado tipo de trabalho ficará a critério de
duas variáveis:
∙∙ O poder de desbaste;
∙∙ O seu custo.
Os grãos do abrasivo devem ser agudos, para permitir o corte do material, e suficientemente
duros, a fim de não sofrerem desgaste rápido.
O poder de desbaste é ainda avaliado não somente pela dureza do grão como também pela
sua granulometria. A granulometria é relatada em números de grãos abrasivos e definida como a
quantidade de grãos mais grossos que uma peneira com um determinado número de malhas por
polegada permite passar através da mesma.
Técnicas de lixamento
As técnicas de lixamento consistem em lixar amostra com lixas de granulometria cada vez
menor, mudando de direção (90º) em cada lixa subsequente, até desaparecerem os traços da lixa
anterior (fig. 49). A prática indica que a sequência mais adequada para o trabalho metalográfico de
lixamento é utilizando lixas de 220, 320, 400, 600 ou 800, sendo o tempo de lixamento o dobro
para cada estágio, até que todos os riscos anteriores sejam retirados.
Fig. 49
SENAI-CE 61
INDI
FIRESO
Fig. 50
Processo de lixamento
Tudo que foi dito na técnica do polimento para a macrografia aplica-se também na micrografia,
acrescido, evidentemente, de alguns cuidados especiais, pois neste caso, a superfície se destina
a ser examinada ao microscópio.
Polimento consiste na obtenção de uma superfície isenta de risco, de modo a se obter uma
imagem clara e perfeita ao microscópio da estrutura em observação.
Processo mecânico - quando se usa uma politriz fixa ou motorizada, apresentando esta última
geralmente velocidade variável.
Polimento mecânico pode ser ainda manual quando a amostra é trabalhada manualmente
no disco de polimento e automático quando as amostras são fixadas em dispositivos especiais e
polidos sob a ação de cargas variáveis.
Desses agentes polidores, a alumina e o diamante são os mais utilizados para o polimento
mecânico devido às suas características de granulometria, dureza, formas dos grãos e poder dos
desbastes.
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 63
INDI
FIRESO
Fig. 53
Panos de polimento
São panos cuja estrutura têxtil é altamente controlada, permitindo um correto relacionamento
entre o pano e o agente polidor para atender a cada aplicação específica.
Os panos são regeneráveis após certo período de uso, a fim de aumentar a sua vida útil,
diminuindo consideravelmente o seu custo operacional.
64 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
Método de regeneração
Material Aplicação
Seda pura Pré-polimento
Lã Polimento geral
Veludo sintético Polimento automático
Veludo sintético Polimento final
Lã de aço / plástico Pré-polimento de materiais extra duros e quebradiços
Seda sintética Polimento de material cerâmico
A superfície polida é observada ao microscópio, antes do ataque, para o exame das inclu-
sões, trincas, porosidades, veios ou partículas de grafita ou outras ocorrências já visíveis nesse
estado. Faz-se então necessário, para a continuidade da análise, o ataque químico da superfície.
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 65
INDI
FIRESO
Fig. 54 Fig. 55
Uma amostra lixada e polida está pronta para o exame macro ou microscópico desde que os
seus elementos estruturais possam ser distinguidos uns dos outros, através da diferenciação de
cor, relevo e falhas estruturais como poros, etc.
Uma superfície metálica polida reflete a luz uniformemente e os detalhes da sua estrutura
não podem ser distinguidos, necessitando contrastá-los. O processo mais comum de obter tal con-
traste é por meio do ataque, o qual pode ser efetuado através de mudanças dos sistemas ópticos
empregados ou das amostras propriamente ditas.
O ataque é feito agitando o corpo de prova com a superfície polida mergulhada no reativo
posto numa pequena cuba. Os reativos empregados na micrografia das ligas ferro-carbono são nu-
merosos, porém, serão mencionados apenas os mais usuais:
Ataque oxidante por aquecimento do corpo de prova polido à temperatura aproximada de 270
graus centígrados.
66 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
Limpeza
Após o ataque, observa-se as proporções dos constituintes, suas dimensões, sua distribui-
ção, estruturas anormais e elementos estranhos.
Microscópio
Aparelho capaz de produzir uma imagem ampliada de um objeto pequeno. Pode ser:
Microscópio Metalográfico
Fig. 56
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 67
INDI
FIRESO
Exemplo de micrografias:
68 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
Exercícios
1. Defina metalografia.
3. Defina macrografia.
SENAI-CE 69
INDI
FIRESO
7. Defina micrografia.
4 TRATAMENTO TÉRMICO
Definição: Conjunto de operações de aquecimento e resfriamento a que são submetidos os
aços, sob condições controladas de temperatura, tempo, atmosfera e velocidade de resfriamento.
∙∙ Melhora da ductilidade;
∙∙ Melhora da usinabilidade;
4.1.1 Aquecimento
Realizado a uma temperatura acima da temperatura crítica. (completa Austenização do aço);
∙∙ O tempo necessário para o aquecimento da superfície será menor do que o tempo para o
aquecimento do núcleo;
∙∙ Esta diferença Dt será tão maior quanto maior for a seção do material;
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 71
INDI
FIRESO
∙∙ Para materiais iguais pode-se estabelecer Dt como um percentual (%) em função do tempo
a mais necessário para o aquecimento do núcleo;
4.1.3 Resfriamento
Fator mais importante, pois é ele que irá determinar a estrutura resultante.
4.2 Normalização
Objetivos:
4.3 Têmpera
Obtenção da estrutura martensítica com consequente aumento de dureza e aumento da re-
sistência mecânica do aço.
∙∙ Do tipo de aço;
Em alguns casos, um núcleo com menor dureza em relação à superfície pode ser desejável
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 73
INDI
FIRESO
4.3.1 Pós-têmpera:
1. Aço apresenta elevado nível de tensões internas (tensões térmicas devido a velocidades
de resfriamento diferentes);
2. Quando estas tensões ultrapassam o limite de Escoamento do material, este irá deformar-se
4.3.2 Revenido
Tratamento térmico que normalmente acompanha a têmpera.
Em alguns casos, um núcleo com menor dureza em relação à superfície pode ser desejável
Aplicação
Componentes mecânicos que devem apresentar uma elevada resistência ao desgaste (na
superfície) e manter a capacidade de absorção de choques ou mudanças bruscas no sentido do
carregamento.
Vantagens:
1. Baixo nível de tensões residuais, permitindo o aumento da dureza superficial de peças cuja
tolerância dimensional não permitiria a utilização da têmpera total;
SENAI-CE 75
INDI
FIRESO
4.3.4 Austêmpera
Tratamento isotérmico onde a transformação da Austenita ocorre a temperatura constante.
Característica da BAINITA
Idêntica à da Perlita fina, porém com dureza superior à da Martensita revenida. Apresenta um
reduzido nível de tensões internas.
Aplicação
∙∙ Aços ao carbono com teor de C menor que 0,5 % Manganês entre 1, 0 e 1,7 %.
4.3.5 Martêmpera
Tratamento térmico realizado com o objetivo de reduzir as distorções geradas pelo resfriamen-
to rápido durante o processo de têmpera total (redução do nível de tensão interna no material).
76 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
4.3 Recozimento
Objetivos:
1. Remover tensões devidas a processos mecânicos;
2. Redução da dureza (melhor usinabilidade);
3. Alterar propriedades mecânicas como resistência, ductilidade, etc;
4. Ajustar o tamanho do grão (regularizar a textura);
5. Remover gases;
6. Eliminar efeitos de tratamentos térmicos anteriores.
∙∙ Recozimento isotérmico;
∙∙ Esferoidização.
∙∙ Aquecimento – Temperatura:
Não se deve ultrapassar a linha Acm porque no resfriamento haveria a formação de carbone-
tos de ferro nos contornos dos grãos de Austenita (característica fragilizante)
SENAI-CE 77
INDI
FIRESO
a) Solidificação do metal;
d) Solda.
ALTERNATIVA 1
ALTERNATIVA 2
REFERÊNCIAS
[ 1 ]. SOUZA, Hiran Rodrigues. Resistência dos Materiais. São Paulo: Editora F. Provenza,
1991.
[ 2 ]. HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. Terceira Edição.
[ 3 ]. CALLISTER, Willian D; Ciência e Engenharia dos Materiais – Uma Introdução, Editora
LTC, 5ª edição (tradução para português), Rio de Janeiro / RJ, 2002;
[ 4 ]. SENAI/SP, Telecurso 2000 Profissionalizante, Editora Globo, São Paulo/SP, 1995.
FAZANO, Carlos A. T. V., A prática metalográfica. São Paulo: Hemus,1980.
SENAI. Tecnologia e ensaios de materiais. [s.l.]: SENAI, [s.d.].
SENAI. Tratamento térmico. [s.l.]: SENAI, [s.d.].
FIEC
SESI
SENAI
IEL
SENAI-CE 79
INDI
FIRESO
SENAI/CE
Departamento Regional do Ceará
_________________________________________________________________________
Fabiano Mesquita
Revisão
Gráfica COPEX
Formatação
80 Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos
Anotações