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Curso de Engenharia Mecânica – Automação e Sistemas

CÁLCULO ESTRUTURAL DE UMA COMPORTA


ENSECADEIRA

Bruno Hiroshi Arakawa


Luciano Manfrin
Renato Cesar Salla

Campinas – São Paulo – Brasil

Dezembro de 2013
ii
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Curso de Engenharia Mecânica – Automação e Sistemas

CÁLCULO ESTRUTURAL DE UMA COMPORTA


ENSECADEIRA

Bruno Hiroshi Arakawa


Luciano Manfrin
Renato Cesar Salla

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de


Conclusão de Curso, do Curso de Engenharia Mecânica da
Universidade São Francisco, sob a orientação do Prof. Dr.
Marcus Vinicius Monteiro Varanis, como exigência
parcial para conclusão do curso de graduação.

Orientador: Marcus Vinicius Monteiro Varanis

Campinas – São Paulo – Brasil

Dezembro de 2013
iii

Cálculo estrutural de uma comporta ensecadeira

Bruno Hiroshi Arakawa


Luciano Manfrin
Renato Cesar Salla

Monografia defendida e aprovada em 09 de Dezembro de 2013 pela Banca


Examinadora assim constituída:

Prof Dr. Marcus Vinicius Monteiro Varanis (Orientador)


USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

Prof Dr Osmar Roberto Bagnato (Membro Interno)


USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

Prof Andre Luis Pissolatti (Membro Interno)


USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.
iv
.Agradecimentos

Agradecemos ao Professor Marcus Vinicius Monteiro Varanis, nosso orientador que


nos orientou na conclusão desse trabalho.

Agradecemos também aos Engenheiros Luis Daniel Assulfi e Jovan Savic, que nos
ajudou no entendimento dos fatores para dimensionamento da comporta.

Agradecemos também ao Professor Osmar Roberto Bagnato, um companheiro de


percurso e de discussões, dentro e fora do contexto deste trabalho, agraciando-me
incontáveis vezes com sua paciência, conhecimento e amizade.

Eu agradeço fraternalmente a todos.


v

Sumário

Lista de Figuras ........................................................................................................ vi

Lista de Tabelas ....................................................................................................... ix

Resumo ...................................................................................................................... x

Abstract ..................................................................................................................... xi

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
1.1 Objetivos ....................................................................................................... 13
1.2 Organização do trabalho ............................................................................... 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 14


2.1 Carga Hidrostática ......................................................................................... 14
2.2 Solicitações na estrutura ............................................................................... 19
2.3 Propriedades geométricas............................................................................. 26
2.4 Momentos fletores e forças cortantes............................................................ 29
2.5 Tensão na flexão pura ................................................................................... 31
2.6 Deflexão de viga ............................................................................................ 32
2.7 Vigas estaticamente indeterminado............................................................... 32
2.8 Estabilidade elástica ...................................................................................... 33
2.9 Introdução ao Método dos Elementos Finitos ............................................... 39

3 METODOLOGIA ................................................................................................. 57
3.1 Material e Tensões admissíveis .................................................................... 57
3.2 Cálculo analítico ............................................................................................ 58
3.3 Métodos de elementos finitos (MEF) ............................................................. 65

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 71


4.1 Seleção do caso de carga ............................................................................. 71
4.2 Carga Hidrostática e espaçamento das vigas horizontais principal............... 71
4.3 Tensões no paramento.................................................................................. 72
4.4 Viga horizontal principal ................................................................................ 73
4.5 Viga horizontal auxiliar .................................................................................. 77
4.6 Viga vertical ................................................................................................... 80
4.7 Abas comprimidas e Estabilidade elástica .................................................... 83
4.8 Tensões combinadas no paramento ............................................................. 85
4.9 Verificação do cutelo ..................................................................................... 87

5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 90
5.1 Extensões...................................................................................................... 90

Referências Bibliográficas ..................................................................................... 91

Anexos ..................................................................................................................... 92
vi
Lista de Figuras

FIGURA 2-1-ARRANJO COMPORTA ENSECADEIRA - A) PAINEL DA COMPORTA, B)PEÇAS


FIXAS, C) TRAVA DE ARMAZENAMENTO, D) VIGA PESCADORA, E) VÁLVULA BY-PASS

.......................................................................................................................................... 15
FIGURA 2-2-ESTRUTURA DA COMPORTA ENSECADEIRA......................................................... 16
FIGURA 2-3-CARGA DISTRIBUÍDA NA VIGA HORIZONTAL .......................................................... 17
FIGURA 2-4-CARGA DISTRIBUÍDA NA VIGA HORIZONTAL AUXILIAR........................................... 17
FIGURA 2-5-CARGA DISTRIBUÍDA NA VIGA VERTICAL ............................................................... 18
FIGURA 2-6-DISTRIBUIÇÃO DAS VIGAS HORIZONTAIS DE ACORDO COM A CARGA D'ÁGUA(1). 19
FIGURA 2-7-CONDIÇÕES DE APOIO (1) (9) .............................................................................. 25
FIGURA 2-8-LARGURA PARTICIPANTE DO PARAMENTO (1)(9) ................................................. 28
FIGURA 2-9-COEFICIENTES DE REDUÇÃO (1)(9) ..................................................................... 29
FIGURA 2-10-DIAGRAMA DE MOMENTO FLETOR E FORÇAS CORTANTE .................................. 29
FIGURA 2-11-DIAGRAMA DE MOMENTO FLETOR E FORÇAS CORTANTE PARA VIGA ENGASTADA
.......................................................................................................................................... 30
FIGURA 2-12-ÁREA COLABORANTE NA RESISTÊNCIA À FLAMBAGEM LATERAL ....................... 34
FIGURA 2-13- SOLUÇÃO EXATA E SOLUÇÃO APROXIMADA ....................................................... 40
FIGURA 2-14-SOLUÇÃO EXATA E SOLUÇÃO APROXIMADA (12) ............................................... 41
FIGURA 2-15-MÉTODO GERAL PARA ANÁLISE DE SISTEMAS DISCRETOS - SISTEMA DISCRETO
PADRÃO (12) ..................................................................................................................... 42

FIGURA 2-16-ESTRUTURA RETICULADA ................................................................................... 43


FIGURA 2-17-MALHA DE ELEMENTOS FINITOS DE ESTRUTURA DE CHASSI DE CAMINHÃO (12)
.......................................................................................................................................... 44
FIGURA 2-18-MOLA FIXADA EM UMA DE SUAS EXTREMIDADES (12). ...................................... 45
FIGURA 2-19-A MATRIZ DE RIGIDEZ DA ESTRUTURA REPRESENTA A RELAÇÃO ENTRE FORÇAS
E DESCOLAMENTOS NODAIS PARA A ESTRUTURA INTEIRA. PARA A MOLA, COM APENAS

UM DESLOCAMENTO, A MATRIZ CONTÉM UM TERMO. PARA UMA ESTRUTURA REAL, COM

VÁRIOS DESLOCAMENTOS, A MATRIZ CONTÉM VÁRIOS TERMOS (12) .............................. 47

FIGURA 2-20-ELEMENTO TRIANGULAR LINEAR DE ESTADO PLANO DE TENSÕES (12) ............ 48


FIGURA 2-21-ELEMENTO SÓLIDO TETRAÉDRICO LINEAR (12) ................................................. 49
FIGURA 2-22-ELEMENTO DE ESTADO PLANO DE TENSÕES RETANGULAR LINEAR (12)........... 50
FIGURA 2-23-ELEMENTO SÓLIDO HEXAÉDRICO LINEAR (12) .................................................. 51
FIGURA 2-24-ELEMENTO DE ESTADO PLANO DE TENSÕES TRIANGULAR PARABÓLICO (12) ... 52
vii
FIGURA 2-25-ELEMENTO SÓLIDO TETRAÉDRICO PARABÓLICO (12)........................................ 53
FIGURA 2-26-CONCEITOS DE TEORIA DE PLACAS(12) ............................................................ 56
FIGURA 3-1-MODELO E CONDIÇÕES DE CONTORNO DA VIGA VERTICAL ................................. 61
FIGURA 3-2-CARGA NO MODELO DA VIGA VERTICAL ............................................................... 61
FIGURA 3-3-DISTRIBUIÇÃO DAS PLACAS DO PARAMENTO ....................................................... 63
FIGURA 3-4-DIAGRAMA DE TENSÕES DEVIDA AOS MOMENTOS FLETORES E FORÇAS
CORTANTES PARA VERIFICAÇÃO DAS TENSÕES COMBINADAS NA PLACA 6.1 .................. 64

FIGURA 3-5-DIAGRAMA DE TENSÕES DEVIDA AOS MOMENTOS FLETORES E FORÇAS


CORTANTES PARA VERIFICAÇÃO DAS TENSÕES COMBINADAS NA PLACA 6.2 .................. 64

FIGURA 3-6-ESTRUTURAÇÃO DO PROJETO ............................................................................. 66


FIGURA 3-7-MODELO DA ESTRUTURA ...................................................................................... 67
FIGURA 3-8-GRÁFICO DE CONVERGÊNCIA DA TENSÃO X TAMANHO DO ELEMENTO ................ 68
FIGURA 3-9-MALHA PARA MODELO .......................................................................................... 68
FIGURA 3-10-MALHA AMPLIADA PARA MODELO ....................................................................... 69
FIGURA 3-11-CONDIÇÕES DE CONTORNO E CARGA NO MODELO ............................................ 69
FIGURA 3-12-FLAMBAGEM (LINEAR BUCKLING)....................................................................... 70
FIGURA 4-1-ESTRUTURA DA COMPORTA ENSECADEIRA .......................................................... 72
FIGURA 4-2-DIAGRAMA DE MOMENTO FLETOR E ESFORÇO CORTANTE ................................. 73
FIGURA 4-3-SEÇÃO DA VIGA HORIZONTAL ............................................................................... 74
FIGURA 4-4-TENSÕES COMBINADAS NO MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS DA VIGA
HORIZONTAL ...................................................................................................................... 75

FIGURA 4-5-DEFORMAÇÕES MÁXIMAS DAS VIGAS HORIZONTAIS ............................................ 75


FIGURA 4-6-DIAGRAMA DE MOMENTO FLETOR E FORÇAS CORTANTE PARA VIGA ENGASTADA
.......................................................................................................................................... 77
FIGURA 4-7-SEÇÃO DA VIGA HORIZONTAL AUXILIAR ................................................................ 78
FIGURA 4-8-TENSÕES DAS VIGAS HORIZONTAIS AUXILIARES .................................................. 79
FIGURA 4-9-DIAGRAMA DE MOMENTO FLETOR NA VIGA VERTICAL .......................................... 81
FIGURA 4-10-DIAGRAMA DE ESFORÇO CORTANTE NA VIGA VERTICAL .................................... 81
FIGURA 4-11-DIAGRAMA DA LINHA ELÁSTICA DA VIGA VERTICAL ............................................ 81
FIGURA 4-12-SECÇÃO DA VIGA VERTICAL ............................................................................... 82
FIGURA 4-13-VERIFICAÇÃO DA ABA E ALMA COMPRIMIDAS ..................................................... 84
FIGURA 4-14-TENSÕES COMBINADA NO PARAMENTO ............................................................. 86
FIGURA 4-15- VERIFICAÇÃO DO CUTELO ................................................................................... 87
FIGURA 4-16 - VERIFICAÇÃO DO CUTELO AMPLIADO-VISTA AMPLIADA .................................... 88
viii
FIGURA 4-17-DEFORMAÇÃO PERMANENTE NO CUTELO DA COMPORTA ENSECADEIRA UHE -
SÃO SALVADOR ................................................................................................................. 89
FIGURA 4-18-DEFORMAÇÃO PERMANENTE NO CUTELO DA COMPORTA ENSECADEIRA UHE - SÃO
SALVADOR ........................................................................................................................ 89
ix
Lista de Tabelas

TABELA 2-1-COEFICIENTES DEFINIDORES DE TENSÕES ADMISSÍVEIS (1). .............................. 22


TABELA 2-2-COEFICIENTES K (1) (9) ....................................................................................... 25
TABELA 2-3-COEFICIENTES DE FLAMBAGEM K1 E K2 (11) ...................................................... 37
TABELA 2-4-TENSÕES REDUZIDAS DE COMPARAÇÃO, ΣRC (DIN 4114) ............................... 38
TABELA 2-5-COEFICIENTE DE SEGURANÇA À FLAMBAGEM DE PLACAS, ΝF ............................. 38
TABELA 2-6- ELEMENTO SÓLIDO TETRAÉDRICO PARABÓLICO ................................................... 54
TABELA 2-6- CONTINUAÇÃO - ELEMENTO SÓLIDO TETRAÉDRICO PARABÓLICO ........................ 55
TABELA 3-1-COEFICIENTES DE TENSÕES ADMISSÍVEIS ........................................................... 57
TABELA 3-2-TENSÕES ADMISSÍVEIS PARA O MATERIAL ASTM A-36 ...................................... 57
TABELA 4-1-CARGA HIDROSTÁTICA ......................................................................................... 71
TABELA 4-2-DISTRIBUIÇÃO DAS VIGAS HORIZONTAIS .............................................................. 71
TABELA 4-3-TENSÕES NAS PLACAS DO PARAMENTO............................................................... 72
TABELA 4-4-MOMENTO FLETOR E ESFORÇO CORTANTE ......................................................... 73
TABELA 4-5-LARGURA ÚTIL PARA A SEÇÃO DA VIGA HORIZONTAL........................................... 73
TABELA 4-6-CARACTERÍSTICAS DA SEÇÃO DA VIGA HORIZONTAL ........................................... 74
TABELA 4-7-TENSÕES E DEFLEXÃO DAS VIGAS PRINCIPAIS .................................................... 74
TABELA 4-8-TENSÕES E DEFLEXÃO DAS VIGAS PRINCIPAIS .................................................... 76
TABELA 4-9-MOMENTO FLETOR E ESFORÇO CORTANTE ......................................................... 77
TABELA 4-10-LARGURA ÚTIL PARA A SEÇÃO DA VIGA AUXILIAR .............................................. 78
TABELA 4-11-CARACTERÍSTICAS ESTÁTICAS DAS VIGAS AUXILIARES ..................................... 78
TABELA 4-12-TENSÕES DAS VIGAS AUXILIARES ...................................................................... 78
TABELA 4-13-TENSÕES DAS VIGAS AUXILIARES – MEIO DA VIGA ............................................ 79
TABELA 4-14-TENSÕES DAS VIGAS AUXILIARES – ENGASTE DA VIGA ..................................... 80
TABELA 4-15-VALORES DE CORTANTES E MOMENTOS FLETORES PARA VIGA VERTICAL........ 82
TABELA 4-16-CARACTERÍSTICAS ESTÁTICAS DAS VIGAS AUXILIARES REGIÃO DO MEIO DO VÃO
.......................................................................................................................................... 82
TABELA 4-17-TENSÕES DAS VIGAS VERTICAIS (REGIÃO POR PLACA/APOIO) .......................... 82
TABELA 4-18-VERIFICAÇÃO DA ESTABILIDADE DA ALMA .......................................................... 83
TABELA 4-19-RESUMO DAS TENSÕES PARA CÁLCULO DAS TENSÕES COMBINADAS NO
PARAMENTO ...................................................................................................................... 85

TABELA 4-20-TENSÕES COMBINADAS NO PARAMENTO ........................................................... 85


TABELA 4-21-TENSÕES COMBINADAS NO PARAMENTO ........................................................... 86
x

Resumo

Esta monografia apresenta o cálculo estrutural de uma comporta ensecadeira


utilizada em usinas hidrelétricas, e tem como objetivo a comparação de tensões e
deformações obtidas pelos métodos de cálculo analítico e elementos finitos. A
estrutura da comporta ensecadeira é composta por vigas horizontais e auxiliares,
vigas verticais, paramento e cutelo, as quais os cálculos serão apresentados neste
trabalho. A metodologia trata-se da utilização de cálculo analítico por meio de
normas e referências baseadas em resistência dos materiais e mecânica dos fluídos,
enquanto o método de elementos finitos baseia-se em resultados obtidos por meio
da utilização de software apropriado para análise computacional. A comparação de
resultados apresenta-se em tabelas demonstrando os percentuais de erro entre os
métodos, obteve-se resultados satisfatórios na maioria das regiões
analisadas. Apresenta-se neste trabalho uma situação problemática envolvendo a
região do cutelo, a qual ocorreu uma deformação permanente, no qual esta região
não é analisada pelo método analítico. Enfatiza-se que este ocorrido não se trata da
comporta em análise, este fator mostra a importância da verificação por elementos
finitos por ser uma ferramenta de maior abrangência. Finalizadas as verificações e
análises, concluiu-se que os dois métodos são eficazes na elaboração de projetos,
um complementa o outro, aumentando assim a confiabilidade nos projetos
realizados.

PALAVRAS-CHAVE: Comporta Ensecadeira, Método de elementos finitos, tensão,


deformação
xi
Abstract

This monograph presents the structural design of a stop log used in power
plants, and aims to compare the stresses and deformations obtained by the methods
of analytical calculation and finite elements. The structure of the stop log consists of
horizontal girders and auxiliary girders vertical, skin plate and support girder, which
the calculations are presented in this monograph. The method is in the use of
analytical calculation by reference standards and based on strength of materials and
fluid mechanics, whereas the finite element method based on results obtained by the
use of appropriate software for computer analysis. The comparison of results is
presented in tables showing the percentage error between the methods, we obtained
satisfactory results in most regions analyzed. This monograph presents a problematic
situation involving the region of the support girder, which was permanent
deformation, in which this region is not analyzed by the analytical method. It is
emphasized that this occurred is not the behavior in question, this factor shows the
importance of verifying finite elements for being a tool of larger scope. Completed the
design calculation analysis, it was concluded that both methods are effective in for
the design of stop log, complementing each other, thereby increasing their reliability
them.

KEY WORDS: Stop -log, finite elements analysis, stress, deformation


12

1 INTRODUÇÃO

As comportas hidráulicas são equipamentos de extrema importância em uma


usina hidrelétrica e recebem nomes de acordo com a sua aplicação. Comumente as
comportas que constituem uma usina hidrelétrica são: comporta segmento, comporta
de emergência (vagão), comporta ensecadeira (stoplogs).(1)
As comportas Ensecadeiras são utilizadas para efetuar a manutenção e o
reparo a seco dos equipamentos ou comportas principais de uma Usina Hidrelétrica,
tais como: a montante de comportas de tomadas d´água e vertedouro, a jusante da
turbina ou das comportas de emergência do tubo de sucção. (1)
Para a manobra deste tipo de comporta utilizam-se vigas pescadoras, a qual
possui ganchos para acoplamento com a comporta e dispositivo de acionamento da
válvula by-pass contidas nos painéis da comporta. Em condições de manobra as
comportas ensecadeiras não cortam fluxo, ou seja, trabalham em equilíbrio de
pressão, e para que essa operação seja possível à comporta de emergência deve
estar fechada impedindo fluxo de água. Para a retirada da comporta após
funcionamento é necessário que as pressões estejam equilibradas e para isso as
válvulas by-pass são acionadas pela viga pescadora, permitindo a passagem de
água de montante para jusante, este processo diminui os esforços de manobra na
retirada da comporta.
O foco deste trabalho é realizar a comparação e discussão dos resultados
obtidos no dimensionamento da estrutura da comporta ensecadeira, através dos
cálculos analíticos com base na norma ABNT 8883 e o cálculo via Métodos dos
Elementos Finitos utilizando o software Ansys.
A estrutura de uma comporta ensecadeira é formada por uma placa principal
por nome de paramento que recebe diretamente a carga hidrostática, reforçada com
vigas horizontais e verticais. Calculam-se as tensões nas placas do paramento,
vigas horizontais principais, vigas horizontais auxiliares e tensões nas vigas verticais,
comparado-as com as tensões admissíveis do material ASTM A-36.
13
1.1 Objetivos
Calcular a estrutura da Comporta Ensecadeira pelo método analítico e
elementos finitos, realizando uma comparação entre os valores de tensão e
deformação. Utilizar o método de elementos finitos para verificação de possíveis
regiões com tensões acima da admissível, que não são analisadas pelo método
analítico.

1.2 Organização do trabalho


O trabalho é composto por uma breve introdução do equipamento e das
atividades para obtenção dos resultados, seguido de uma revisão bibliográfica
necessária para o entendimento dos fatores que influenciam no cálculo da estrutura
da comporta ensecadeira. Apresenta-se também material, metodologia, resultados e
discussões, conclusões e sugestões para extensão do trabalho.
14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Apresenta-se a seguir a base teórica necessária para o cálculo analítico de uma


comporta ensecadeira e o método de elementos finitos (MEF), dando uma
introdução sobre as bases do método, diferenciando sistema continuo e discreto,
matriz de rigidez, nós e tipos de elementos e suas características.

2.1 Carga Hidrostática

2.1.1 Introdução
No dimensionamento de uma comporta o primeiro passo é a determinação da
força hidrostática que atua sobre a estrutura, sendo o valor máximo com a comporta
fechada e o reservatório no seu nível máximo e, no caso de comportas submetidas à
pressão em ambos os lados, com o reservatório inferior em seu nível mínimo. (1)
A força hidrostática máxima resultante que age sobre uma superfície plana de
uma placa completamente submersa em um fluido homogêneo é igual ao produto da
pressão no centroide da superfície e da área da superfície, que é definida pela altura
de vedação e vão de vedação. (2)(3)(4)
A estrutura da comporta ensecadeira é constituída basicamente de uma placa
principal chamada de paramento, vigas horizontais, vigas horizontais auxiliares, viga
vertical e o apoio da comporta que é o cutelo.
Para o entendimento do equipamento e da estrutura de uma comporta
ensecadeira, apresenta-se a Figura 2-1 e Figura 2-2.
15

Figura 2-1-Arranjo Comporta Ensecadeira - a) Painel da comporta, b)Peças fixas,


c) Trava de Armazenamento, d) Viga Pescadora, e) Válvula By-Pass
16

Figura 2-2-Estrutura da Comporta Ensecadeira

2.1.2 Carga Hidrostática na viga horizontal


Em comportas de fundo em que a pressão atua apenas de um lado, a força
hidrostática resultante na comporta é dada pela Equação 2.1, a força em cada viga
horizontal é determinada pela divisão da força total pela quantidade de vigas
horizontais conforme Equação 2.2 e o valor da carga distribuída ao longo do vão de
vedação é dada pela Equação 2.3. Apresenta-se na Figura 2-3 o esquema da
distribuição da carga. (1)
 Hv 
FR := ρ ⋅ g ⋅ Hv⋅ Lv⋅  H −  Equação 2.1
 2 
FR
FR.V := Equação 2.2
n
FR.V
q := Equação 2.3
Lv
17
Onde:
FR é a força hidrostática [N];
ρ é a densidade do fluido [kg/m³];
g é a aceleração da gravidade [m/s²];
Hv é a altura de vedação ou altura do painel [m];
La é o vão de apoio [m];
Lv é o vão de vedação [m];
H é a altura d’água máxima sobre a soleira;
FRV é a força hidrostática em cada viga horizontal [N];
n é a quantidade de vigas horizontais;
q é a carga distribuída ao longo do vão de vedação [N/m].

Figura 2-3-Carga distribuída na viga horizontal

2.1.3 Carga Hidrostática na viga horizontal auxiliar


A carga distribuída ao longo da viga horizontal auxiliar é dada pela Equação
2.4 e é calculada através do produto da pressão hidrostática e a largura de influência
da carga conforme mostra a Figura 2-4.

L
ρ ⋅ g ⋅ h⋅
2
qvha := Equação 2.4
La
3

Figura 2-4-Carga distribuída na viga horizontal auxiliar


18
2.1.4 Carga Hidrostática na viga vertical
A carga distribuída ao longo da viga vertical é dada pela Equação 2.5 e é
calculada através do produto da pressão hidrostática e a largura de influência da
carga conforme mostra a Figura 2-5.
La
q.vv := ρ ⋅ g ⋅ h⋅ Equação 2.5
3

Figura 2-5-Carga distribuída na viga vertical

2.1.5 Espaçamento das vigas horizontais


Do ponto de vista econômico, é conveniente que as vigas horizontais da
comporta fiquem igualmente carregadas, para que todas possam ser fabricadas com
as mesmas dimensões. (1)
Esse espaçamento é feito dividindo o diagrama de pressão em áreas
equivalentes e localizando as vigas no centro de massa de cada área. Pode ser
realizado pelo método gráfico conforme mostra a Figura 2-6 ou analiticamente,
através das Equação 2.6, Equação 2.7 e Equação 2.8.(1)
19

y1
h1

H
1

Viga Horizontal

Paramento
3

Figura 2-6-Distribuição das vigas horizontais de acordo com a carga d'água(1).

A profundidade de cada área hk:

k+ β
hk := H⋅ Equação 2.6
n+ β

Onde:
k=número da viga analisada (k=1, 2, 3,...,n);

( H − hv) 2
β := n ⋅
H − ( H − hv)
2 2 Equação 2.7

A posição de cada viga horizontal yk:

 3 3
2H  2 2
yk := ⋅(k + β ) − (k − 1 + β )  Equação 2.8
3 n+ β

2.2 Solicitações na estrutura

2.2.1 Casos de cargas


No dimensionamento de uma comporta existem três casos de carregamento
conforme a natureza, a frequência e a probabilidade da simultaneidade das cargas.
Esses casos, de acordo com a norma NBR-8883, são:
20
Caso de carga normal: consideram os valores e combinações mais
desfavoráveis das cargas hidrostáticas nos níveis d’água normais (inclusive a
influência das ondas na variação do nível d’água), das cargas hidrodinâmicas, forças
de atrito, do peso, do empuxo, das cargas de trânsito e das cargas devidas aos
esforços de manobra. (1)
Caso de carga ocasional: considera as cargas que aparecem com menor
frequência, tais como: cargas hidrostáticas e hidrodinâmicas devidas a níveis d’água
extraordinários, cargas de vento, influência da variação da temperatura, atrito de
embarcações e impacto e pressão de gelo.(1)
Caso de carga excepcional: considera as cargas que eventualmente
aparecem durante o transporte, na montagem, durante a manutenção ou em outros
casos excepcionais, tais como: cargas hidrodinâmicas e sobrecargas devidas aos
esforços de manobra no caso de ruptura de blindagens ou de condutos forçados,
cargas assimétricas ou sobrecargas devidas aos esforços de manobra em
consequência de eventuais travamentos da comporta por corpos estranhos ou
danificação das guias, apoios ou articulações; impacto de embarcações; efeitos
sísmicos. (1)

2.2.2 Conceito de força e tensão

2.2.2.1 Força
O conceito de força é uma grandeza física com módulo, sentido, e direção. No
sistema internacional (S.I.) a unidade é Newton [N].(5)
Tudo que a mecânica aborda é explicado a partir das três leis do movimento
de Newton, cuja validade é baseada em observações experimentais. (5)
A primeira lei de Newton é “um ponto material inicialmente em repouso ou
movendo-se em linha reta, com velocidade constante, permanece nesse estado
desde que não seja submetido a uma força desequilibrada”. (5)
A segunda lei de Newton é “um ponto material sob a ação de uma força
desequilibrada F sofre uma aceleração a que tem a mesma direção da força e
grandeza diretamente proporcional a ele.” E é expressa por:
F=ma
 Equação 2.9

A terceira lei de Newton é “as forças mútuas de ação e reação entre dois
pontos materiais são iguais, opostas e colineares.”(5)
21
Outra consideração feita por Newton é à força de atração da gravidade,
para maioria dos cálculos de engenharia, entretanto, g é determinada ao nível do
mar e na latitude de 45°, que considerada a “locali zação-padrão” e o valor
considerado para g=9,81m/s². (5)
Na mecânica estática ou na dinâmica, as forças agem nas peças como forças
externas ou internas, agindo como carregamentos axiais, transversais, torção, e
flexão. Estas forças agindo numa determinada área seja ela axial, transversal ou
torção denomina-se em tensão. (5)

2.2.2.2 Tensão axial


Caso seja perpendicular à área transversal da barra chama-se tensão axial. A
tensão axial pode ser do tipo tração (+) ou compressão (-), isto depende do sentido
da força. (6)
A fórmula para a definição de tensão média axial em qualquer barra é:
F
σméd. = Equação 2.10
A

2.2.2.3 Tensão de cisalhamento média


Ao aplicar força em uma peça na direção transversal, a resultante das forças
internas da peça se iguala a força externa, essa resultante é denominada de força
cortante. Conhecendo a área da peça e dividir a força cortante pela área encontra-se
a tensão média de cisalhamento .(6)
F
τméd. = Equação 2.11
A

2.2.3 Tensões admissíveis


As tensões admissíveis são calculadas em função do limite de escoamento do
material e devem levar em conta o caso de carga. Para elementos estruturais, as
tensões correspondem ao produto do limite de escoamento do material pelos
coeficientes da Tabela 2-1.(1)
22
Tabela 2-1-Coeficientes definidores de tensões admissíveis (1).
Caso de carga
Tensão
Normal Ocasional Excepcional
Tração axial, tração e compressão 0,68 0,76 0,89
na flexão.
Compressão na flexão, quando
necessária à verificação da 0,59 0,68 0,79
estabilidade.
Cisalhamento 0,39 0,44 0,51
Tensão de comparação 0,76 0,82 0,92
Tensão de comparação no
0,87 0,87 0,92
paramento

Para a seleção de qual caso de carga utilizar é feito uma relação entre a
Equação 2.12 e Equação 2.13, verificado em qual condição a estrutura estará em
pior condição de carregamento.

 σ o − σ n
Tensão:=   ⋅ 100 Equação 2.12
σn
 
Carregamento := 
 ( NAo − ELs ) − ( NAn − ELs )  ⋅ 100
 Equação 2.13
 ( NAn − ELs ) 

Onde:
σ.o é a tensão para o caso ocasional de carga;
σ.n é a tensão para o caso normal de carga;
NAo é o nível d'água máximo maximorum (caso ocasional);
NAn e o nível d'água máximo normal (caso normal);
ELs é a elevação da soleira.

2.2.4 Falha de materiais dúcteis sob carregamento estático

Conforme Norton, a teoria mais precisa para explicar falhas de materiais é da


energia de distorção de Von Mises-Hencky e a tensão máxima de cisalhamento. (7)
De acordo com Norton, “A tensão equivalente de Von Mises ′ é definida
como a tensão de tração uniaxial que criaria a mesma energia de distorção que é
criada pela combinação atual das tensões aplicadas”. Esses procedimentos permite-
23
se tratar casos de tensão multiaxial combinada a tensões de cisalhamento como
se fossem devidos a um carregamento de tração pura'‘. (7)
A tensão equivalente de Von Mises é expressa:

σ' =
σx 2 +σx 2 -σx σy +3τxy 2 Equação 2.14

Onde:
σ.x é a soma das tensões no eixo x;
σ.y é a soma das tensões no eixo y;
τ xy
é a tensão de cisalhamento atuante no plano normal ao eixo x ou ao eixo y.

Para qualquer estado de tensão atuante, deve ser utilizada a equação geral da
tensão virtual de comparação de Von Mises. (1)

σvon mises =
σxx 2 +σyy 2 +σzz 2 -σxx .σyy -σxx .σzz -σyy .σzz +3 τxy 2 +τxz 2 +τyz 2 Equação 2.15

Onde:
σvon mises indica o valor numérico da tensão virtual de comparação, associado ao critério
de Von Mises;
σxx indica que a tensão normal possui a direção do eixo x e atua num plano ortogonal
ao eixo x;
σyy indica que a tensão normal possui a direção do eixo y e atua num plano ortogonal
ao eixo y;
σzz indica que a tensão normal possui a direção do eixo z e atua num plano ortogonal
ao eixo z;
τxy indica que a tensão de cisalhamento possui a direção do eixo x e atua num plano
ortogonal ao eixo y;
τxz indica que a tensão de cisalhamento possui a direção do eixo x e atua num plano
ortogonal ao eixo z;
τyz indica que a tensão de cisalhamento possui a direção do eixo y e atua num plano
ortogonal ao eixo z;

A teoria da tensão máxima de cisalhamento afirma que a falha ocorre quando


a tensão máxima de cisalhamento em uma região excede a tensão máxima de
cisalhamento de um corpo de prova sob tração em escoamento (metade da tensão
24
normal de escoamento) e é chamada de teoria de Tresca-Guest e expressa pela
Equação 2.16: (7)
Sys =0,5 Sy Equação 2.16
Tanto a teoria da energia de distorção como a teoria da máxima tensão de
cisalhamento são critérios de falha aceitáveis no caso de carregamento estático de
materiais dúcteis que possui a capacidade de sofrer uma deformação plástica
apreciável antes de sofrer a fratura, homogêneos e isotrópicos que possuem
propriedades idênticas em todas as direções cristalográficas, cujas resistências à
tração e à compressão são da mesma magnitude. (7) (8)

2.2.5 Tensões na chapa de Paramento


De acordo com a norma NBR-8883, as tensões de flexão na chapa devido à
atuação direta de pressão d’água são calculadas pela teoria da elasticidade, através
da Equação 2.17 e Equação 2.18. (1) (9)
2
k a
σ := ⋅p⋅ Equação 2.17
100 2
t
P := ρ ⋅ g ⋅ h Equação 2.18
Onde:
K é o coeficiente adimensional dado pela Tabela 2-2, em função da relação entre as
dimensões b e a dos módulos formados pelas vigas e/ou enrijecedores e das
condições de apoio do modulo conforme Figura 2-7;
P é a pressão hidrostática no centro do modulo;
a é a menor dimensão do módulo;
b é a maior dimensão do módulo;
t é a espessura da chapa.
25
Tabela 2-2-Coeficientes k (1) (9)
Coeficiente k (NBR-8883)
4 lados
1 lado apoiado e 3 engastados
4 lados engastados (b)
apoiados (a) (c) (d)
b/a ±σ1x ±σ1y ±σ1x ±σ1y ±σ4y ±σ3x ±σ1x ±σ1y ±σ4y ±σ3x ±σ1x ±σ1y ±σ2y ±σ3x
∞ 75,0 22,5 25,0 7,5 34,2 50,0 37,5 11,3 47,2 75,0 25,0 7,5 34,2 50,0
3,00 71,3 24,4 25,0 7,5 34,3 50,0 37,5 12,0 47,1 74,0 25,0 7,6 34,2 50,0
2,50 67,7 25,8 25,0 8,0 34,3 50,0 36,6 13,3 47,0 73,2 25,0 8,0 34,2 50,0
2,00 61,0 27,8 24,7 9,5 34,3 49,9 33,8 15,5 47,0 68,3 25,0 9,0 34,2 50,0
1,75 55,8 28,9 23,9 10,8 34,3 48,4 30,8 16,5 46,5 63,2 24,6 10,1 34,1 48,9
1,50 48,7 29,9 22,1 12,2 34,3 45,5 27,1 18,1 45,5 56,5 23,2 11,4 34,1 47,3
1,25 39,6 30,1 18,8 13,5 33,9 40,3 21,4 18,4 42,5 47,2 20,8 12,9 34,1 44,8
1,00 28,7 28,7 13,7 13,7 30,9 30,9 14,2 16,6 36,0 32,8 16,6 14,2 32,8 36,0

Figura 2-7-Condições de apoio (1) (9)


26
A espessura do paramento influi diretamente no espaçamento máximo das
vigas horizontais, isto é, quanto mais espessa a chapa, mais afastadas podem ser
as vigas. Se o projeto prevê, por motivos construtivos ou econômicos, todas as vigas
horizontais iguais, seu espaçamento deverá ser gradual, aumentando de baixo para
cima conforme descrito em tópicos anteriores, de forma que fiquem sujeitas à
mesma parcela de carga hidrostática. No caso de vigas igualmente espaçadas, as
inferiores devem ser mais resistentes, pois estão mais carregadas. (1)

2.3 Propriedades geométricas

2.3.1 Centro de gravidade


O centro de gravidade G é um ponto no qual se localiza o peso resultante de
um sistema de pontos materiais. Os pesos dos pontos materiais compreendem um
sistema de forças paralelas que pode ser substituído por um único peso resultante
aplicado no ponto G conforme Equação 2.19.(5)

W =  W Equação 2.19

A soma dos momentos dos pesos de todos os pontos materiais em relação


aos eixos x. y, z é então igual ao momento do peso resultante em relação a esses
eixos. Então, para determinar a coordenada ̅ de G, podemos somar os momentos
em relação ao eixo y conforme Equação 2.20.(5)
xW = x W + x W + ⋯ + x W Equação 2.20

Efetuando o mesmo conceito para as coordenadas  de G e ̅ de G: (5)


y WR =y n W1 +y n W2 +…+y n Wn Equação 2.21

z WR = z 1 W1 +z 2 W2 +…+z n Wn
Equação 2.22

Assim, generalizando essas fórmulas e escrevê-las simbolicamente na forma:


(5)
∑ xW ∑ yW ∑ zW
x = y = z =
∑W ∑W ∑W Equação 2.23
27
Onde:
x ,y ,z representam as coordenadas do centro de gravidade G do sistema de pontos
materiais.
x ,y ,z representam as coordenadas de cada ponto material no sistema.
∑ W é a soma resultante dos pesos de todos os pontos materiais do sistema.
Um corpo rígido é composto de um infinito número de partículas. Dessa
maneira, se os princípios utilizados para determinar a Equação 2.19 são aplicados
ao sistema de partículas que compõem esse corpo, torna-se necessário usar a
operação de integração, em vez da natureza discreta de um somatório de termos.
Considerando uma partícula arbitrária localizada em (, , ̃ ), com peso $%, as
equações resultantes são:
& xdW & ydW & zdW
x = y = z =
&dW &dW &dW
Equação 2.24

Para a aplicação adequada dessas equações, o peso infinitesimal $%deve


ser expresso em função de seu volume infinitesimal associado $(. (5)

2.3.1.1 Momento de inércia


Para certa área A no plano x-y, os momentos de inércia de uma área plana
infinitesimal $) em relação aos eixos x, y são calculadas conforme Equação 2.25 e
Equação 2.26:(5)

Ix = * y2 dA Equação 2.25
A

Iy = * x2 dA Equação 2.26
A

Uma área composta é constituída por uma série de outras áreas ou formas
geométricas conhecidas, assim o momento de inércia da área composta é igual à
soma algébrica dos momentos de inércia de todas as partes que a compõem. (5)
Utilizando o teorema dos eixos paralelos, o momento de inércia de uma área
em torno de um eixo é igual ao momento de inércia da área em torno de um eixo
paralelo que passa pelo centróide da área mais o produto da área pelo quadrado da
distância perpendicular entre os dois eixos e são calculadas através das Equação
2.27 e Equação 2.28.(5)

Ix = Ix'̅ +Ad²y Equação 2.27

Iy = Iy'̅ +Ad²x Equação 2.28


28
2.3.2 Largura útil da chapa de paramento
O paramento atua como aba da seção das vigas da comporta. A
determinação da largura útil da chapa a ser adotada no cálculo das características
da seção comporta é feita conforme a norma NBR-8883, com o auxílio das figuras 2-
8 e 2-9, em função da distribuição do momento fletor e do vão de apoio da chapa. A
largura participante da chapa, em cada lado da alma, é igual a γ Β. (1)(9)
Onde:
γ é o coeficiente de redução (adimensional) dado pela figura 2-8 em função da

relação L/B, em que L é a distância medida entre dois pontos consecutivos de


momentos nulos. Na região entre os apoios, adota-se Ll e γ l, e na região dos apoios,
Lll e γ ll;
B é a metade do vão da chapa, medido entre duas vigas consecutivas ou
enrijecedores, ou o vão em balanço. A equação geral para a largura útil:

LÚtil := γ I⋅ BI + γ II⋅ BII Equação 2.29

Figura 2-8-Largura participante do paramento (1)(9)


29

Figura 2-9-Coeficientes de redução (1)(9)

2.4 Momentos fletores e forças cortantes


Um conceito bastante utilizado em mecânica é o princípio dos momentos,
também conhecido como teorema de Varignon, uma vez que foi desenvolvido
originalmente pelo matemático francês Varignon (1654-1722). O teorema estabelece
que o momento de uma força em relação a um ponto é igual à soma dos momentos
dos componentes das forças em relação ao mesmo ponto. (5)
Para a definição dos valores dos momentos fletores e das forças cortantes de
uma viga qualquer seja ela prismática ou não prismática há duas formas de efetuar
esses valores: um pelo método do gráfico ou pelo método de funções singulares
(cortantes e momentos), através da Equação 2.30, Equação 2.31 e Equação 2.32.(5)

Figura 2-10-Diagrama de Momento fletor e forças cortante

Reações nos apoios (Ra ou Rb):


30
qh *Lv
R= Equação 2.30
2

Momento fletor para qualquer posição x:


2
(La − Lv) 
q x − 
Mx :=
q ⋅ Lv⋅ x

 2  Equação 2.31
2 2

Força cortante para qualquer posição x:


q ⋅ Lv   La − Lv 
Q x := − q ⋅ x −   Equação 2.32
2   2 

O cálculo da viga horizontal é feito utilizando-se o método de uma viga


bi-apoiada como descrito anteriormente, para calculo das vigas auxiliares deve ser
utilizada a situação com a viga engastada em ambos os lados. Para esses cálculos
utiliza a Equação 2.33, Equação 2.34 e Equação 2.35.

L Placa

qo
A B

Mmáx.
-
+
Qmáx.

Figura 2-11-Diagrama de Momento fletor e forças cortante para viga engastada

Reações nos apoios (Ra ou Rb):


31
q o ⋅ LPlaca
R := Equação 2.33
2

Momento fletor A e B:
2
−q o ⋅ LPlaca
M := Equação 2.34
12

Momento no meio da viga:

(
q o ⋅ LPlaca )2
M Meio := Equação 2.35
24

2.5 Tensão na flexão pura


Com auxílio do diagrama de momento, onde se calculou o máximo do
momento em uma determinada posição da viga, e calculando suas propriedades
geométricas (área, inércia, centro de gravidade da seção) pode-se determinar a
máxima tensão de flexão nas fibras mais externas da viga pela Equação 2.36.(6)
Mc
σmáx = Equação 2.36
I

A variável c é à distância da linha neutra (linha do centro de gravidade) até a


fibra externa superior ou inferior, a variável M é o momento máximo calculado no
diagrama de momento fletor e I é o momento de inércia da seção. O sinal adequado
da tensão é obtido de acordo com a observação do carregamento da viga para
determinar qual superfície está sob compressão (-) e qual está sob tração (+).(6)
Outra forma de obter as tensões máximas por flexão é através da Equação
2.37.(6)
M I
σmáx = , W= Equação 2.37
W c

A variável W é o módulo de resistente ou momento resistente. (6)

2.6 Deflexão de viga


32
Em projetos de estruturas é preciso limitar o grau de deflexão que uma viga
pode sofrer quando submetido a uma carga, portanto existem vários métodos para
determinar a deflexão e a inclinação em pontos específicos de vigas e eixos. Os
métodos analíticos incluem o método da integração, a utilização de funções de
descontinuidade e o método da superposição, também existe uma técnica
parcialmente gráfica denominada método dos momentos de áreas. (10)
Em caso de vigas bi apoiadas sujeitas a flexão, a máxima deflexão se dará no
centro da viga e é calculada pela Equação 2.38. (1)
4
5 ⋅ q ⋅ La
fmáx := Equação 2.38
E ⋅ I ⋅ 384

Onde:
q é a carga distribuída ao longo da viga;
La é o vão de apoio;
E é o módulo de elasticidade longitudinal;
I é o momento de inércia da seção
.

2.7 Vigas estaticamente indeterminado


Hibbeler descreve como “[...] um elemento qualquer tipo é classificado como
estaticamente indeterminado se o número de reações desconhecidas excede o
número de equações de equilíbrio disponíveis.” (10)
Para solução utiliza-se do método da integração direta, do método dos
momentos de áreas, e do método de superposição. (10)

2.7.1 Vigas estaticamente indeterminado método da integração


direta
Para a definição da linha elástica e a inclinação, primeiramente deve-se
desenvolver o diagrama de corpo livre e equacionar a função de momento fletor do
segmento de análise. Derivando duas vezes a função de momento fletor e aplicando
as condições de contorno se obtêm a equação da linha elástica e a inclinação. (10)
33
2.7.2 Vigas estaticamente indeterminado método dos momentos
de áreas
Para determinar a equação da linha elástica é necessário o desenho do
diagrama M⁄EI de tal modo que represente as reações redundantes como
incógnitas. Com isso, aplicar os dois teoremas dos momentos de áreas para obter as
relações apropriadas entre as tangentes da linha elástica, a fim de satisfazer as
condições de deslocamento e/ou inclinação nos apoios da viga. Em todos os casos,
os números das condições de compatibilidade serão equivalentes ao número de
reações redundantes e, assim, estas poderão ser solucionadas. (10)

2.7.3 Vigas estaticamente indeterminado método da


superposição
O procedimento para aplicar o método da superposição em vigas
estaticamente indeterminados é especificar as forças ou momentos redundantes que
devem ser retirados da viga a fim de torná-la estaticamente determinada e estável.
Utilizando o princípio da superposição, desenhe a viga estaticamente indeterminada.
Esquematize a curva de deflexão para cada viga e indique simbolicamente o
deslocamento ou a inclinação no ponto de cada força ou momento redundante.
Escreva a equação de compatibilidade para o deslocamento ou inclinação em cada
ponto em que haja uma força ou momento redundante. Determine todos os
deslocamentos ou inclinações utilizando um método apropriado (integração direta,
momento de área). Substitua os resultados nas equações de compatibilidade e
resolva as reações redundantes desconhecidas. (10)

2.8 Estabilidade elástica

2.8.1 Abas comprimidas


Para cálculo de estabilidade da comporta é necessário que conceitos
fundamentais de flexão e flambagem sejam revistos. (1)(11)
O termo estabilidade é a capacidade da estrutura em suportar uma determinada
carga sem que haja deformações inaceitáveis em sua configuração. (1)(11)
A flambagem é um fenômeno que ocorre em peças com pequena seção
transversal em relação ao seu comprimento e quando solicitadas por compressão
axial sofrem encurvaduras em sua extensão. (10)
A flexão é dada pela ação de uma força em vigas sobre apoios ocorrendo
deformação perpendicular ao eixo da viga. (10)
34
Na estrutura metálica de comportas deve ser verificada a flambagem lateral,
que devido à carga de compressão na aba pode ocorrer descontinuidades em sua
extensão. (1)
A verificação da flambagem lateral é feita de acordo com a norma DIN4114, item
15.3. Este item aponta que a aba comprimida é estável quando a Equação 2.39 é
satisfeita. (1)(11)
c
iy > Equação 2.39
40

Onde:
iy = raio de inércia principal da seção formada pela aba e por 1/5 da área da alma,
conforme Figura 2-12;
c = distância entre pontos rígidos da viga.
O cálculo do raio de inércia principal iy é dado pela Equação 2.40.(10)

I
iy = ⋅ Equação 2.40
A
Onde:
I = menor valor do momento de inércia da seção transversal
A = área da seção transversal

Figura 2-12-Área colaborante na resistência à flambagem lateral

No caso da condição descrita acima não ser satisfeita, a aba ainda é


considerada estável desde que a máxima tensão de compressão na fibra externa
não exceda o valor calculado pela Equação 2.41. (1)
1.4 σ adm
Equação 2.41
ω

Onde:
σ adm= tensão admissível à compressão
35
ω= coeficiente de flambagem dado pelo Anexo 1 e Anexo 2 em função do tipo de
aço e índice de esbeltez.
O índice de esbeltez é um valor de referência que indica a facilidade com que
uma determinada viga irá encurvar-se (1), e é dado pela Equação 2.42.
c
λ := Equação 2.42
iy

2.8.2 Estabilidade da alma


A estrutura da comporta é constituída por vigas que são submetidas à flexão,
então são necessários que estas vigas tenham pequena espessura e grande altura
para que a flexão seja contida. Quanto maior for a relação da altura x espessura
maior é o risco de a alma sofrer flambagem. (1)
A norma DIN 4114 recomenda que, em perfis soldados, a segurança da alma
quanto a flambagem deve ser comprovada para valores conforme Equação
2.43.(1)(11)
hw
≥ 45 Equação 2.43
tw
hw = altura da alma
tw = espessura da alma
Para Erbisti, a flambagem pode ser contida por meio de enrijecedores. As
tensões criticas de flambagem de uma viga são determinadas independentemente
para os diversos retângulos contidos entre os enrijecedores e as abas. Os
retângulos são considerados livremente apoiados nos quatro lados. Admite-se que a
tensão de cisalhamento se distribua uniformemente. A variação linear da tensão
normal é caracterizada pelo valor e sinal da Equação 2.44.(1)
σ1
ψ := Equação 2.44
σ2

Onde σ1 é a maior tensão de compressão no retângulo.


A sequência de calculo é:
a) cálculo da tensão de referência de Euler,σE ;
b) cálculo das tensões ideais de flambagem,σfi e τfi ;
c) cálculo da tensão crítica de comparação, σfic ;
d) determinação da tensão reduzida de comparação, σrc ;
e) cálculo do coeficiente de segurança à flambagem, υf ;
36

A tensão de referência de Euler é calculada pela Equação 2.45.


2 2
π Et
σE = ⋅
(
12 1 − µ
2 ) b2 Equação 2.45

Onde:
t = espessura da alma
b = altura do retângulo em estudo
E = módulo de elasticidade do aço
µ = coeficiente e Poisson

As tensões ideais de flambagem são calculadas pela Equação 2.46 e


Equação 2.47.
σfi = k1 σE (tensão de compressão) Equação 2.46
τfi = k2 σE (tensão de cisalhamento) Equação 2.47

Onde:
k1 e k  são os coeficientes de flambagem dados na Tabela 2-3 em função do caso de
solicitação e da relação entre os comprimentos dos lados do retângulo a e b,
conforme Equação 2.48;(1)(11)
α=a/b Equação 2.48
37
Tabela 2-3-Coeficientes de flambagem k1 e k2 (11)

A tensão ideal de comparação é calculada pela Equação 2.49:

σ fic :=
( σ 1) 2 + 3τ 2
2
1 + ψ σ1 3−ψ σ1   τ 2 Equação 2.49
⋅ +   + 
4 σ fi  4 σ fic   τ fi 

Para σ1 e são adotados, respectivamente, os maiores valores da tensão de

compressão e de cisalhamento que ocorrem no interior do retângulo. (1)


Tensão reduzida de comparação – quando a tensão de comparação resulta
maior que o limite de escoamento do aço, tem-se um caso de flambagem inelástica;
substitui-se então, σfic por uma tensão reduzida de comparação (ou tensão crítica
real), σrc , cujos valores são dados na Tabela 2-4 para aços com fy = 235 MPa e fy =
353,2 MPa.(1)(11)
38
Tabela 2-4-Tensões reduzidas de comparação, σrc (DIN 4114)
σfic σrc (MPa) σfic σrc(MPa)
(MPa) Aço St37 Aço St 52 (MPa) AçoSt 37 AçoSt 52
188,4 188,4 188,4 372,8 224,7 318,6
196,2 194,5 196,2 392,4 225,6 322,2
206,0 199,7 206,0 412,0 226,4 325,0
215,8 203,8 215,8 431,6 227,1 327,5
225,6 206,9 225,6 451,3 227,7 329,5
235,4 209,5 235,4 470,9 228,2 331,4
245,3 211,7 245,3 490,5 228,7 333,0
255,1 213,7 255,1 539,6 229,6 336,1
264,9 215,2 264,9 588,6 230,2 338,4
274,7 216,7 274,7 637,7 230,8 340,3
284,5 217,9 284,4 686,7 231,3 341,8
294,3 219,1 291,7 784,8 232,1 343,9
313,9 220,9 301,9 981,0 232,9 346,5
333,5 222,4 308,9 1962,0 234,4 350,6
353,2 223,7 314,2 ∞ 234,4 353,2

Nos casos em que σrc é menor que o limite de escoamento, não há redução da
tensão de comparação, adota-se:
σrc = σfic
O coeficiente de segurança à flambagem é calculado pela Equação 2.50:
σ rc
νf = Equação 2.50
2 2
σ + 3τ
O coeficiente de segurança depende do caso de carga e seus valores mínimos
devem ser tomados conforme a Tabela 2-5.(1)

Tabela 2-5-Coeficiente de segurança à flambagem de placas, νf


Caso de carga νf (mínimo)
Normal 1,35
Ocasional 1,25
Excepcional 1,25
39
2.9 Introdução ao Método dos Elementos Finitos

Na área do cálculo estrutural, os engenheiros e projetistas devem garantir que


a estrutura não estará sujeita a falhas sob as diversas condições de operação, e
essa verificação é realizada através da resistência dos materiais, que trata da
resistência e da rigidez dos elementos das estruturas, apoiando-se nos teoremas da
mecânica geral e em particular no estudo da estática. (12)
Ao iniciar o desenvolvimento dos cálculos de uma estrutura, o engenheiro
deve formular um esquema de cálculo para a estrutura, em que a estrutura é
idealizada de modo que possa ser analisada, como exemplo uma viga biapoiada,
onde os passos principais para analise da estrutura seria:
1. Problema real – Estrutura a ser analisada;
2. Modelo para analise;
3. Definição das equações de equilíbrio aplicáveis ao modelo;
4. Solução das equações de equilíbrio;
5. Interpretação dos resultados, verificando a coerência com o modelo
proposto do modelo real.

As soluções analíticas do problema de flexão de vigas que os engenheiros


utilizam a partir das tabelas e soluções analíticas encontradas nos livros de
resistências dos materiais é o produto do tratamento matemático clássico baseado
no estudo das equações diferenciais, que descrevem o equilíbrio da estrutura.
Embora a utilização dessas expressões finais seja até certo ponto de fácil aplicação,
o desenvolvimento dessas soluções é bastante trabalhoso e necessita de um
conhecimento matemático aprofundado. (12)
Uma ampla classe de problemas pode ser resolvida utilizando essas técnicas
clássicas desenvolvidas para a Teoria de Vigas. As chapas largamente utilizadas
são estudadas pela Teoria geral de placas e cascas que utiliza o recurso matemático
das equações diferenciais, que com base nessas equações são desenvolvidos
soluções para diversas configurações (quadrada, retangular, etc.), diversas
condições de fixação (apoio simples, engastamentos, livres, etc.) e diversas
condições de carregamentos (pressão uniforme, carga concentrada, etc.). (12)
Da mesma forma, a Teoria da elasticidade estuda o comportamento dos
sólidos deformáveis, também utilizando as equações diferenciais, efetuando grande
quantidade de cálculos. Mesmo com todo desenvolvimento dessas expressões
40
prontas às limitações são grandes, porque são aplicadas às geometrias
simples, com condições de carregamento e apoio bem definidos.(12)
Como a maioria das estruturas na pratica são muito complexas para ser
analisada pelas técnicas clássicas, sua solução analítica frequentemente torna-se
impossível, gerando grandes simplificações para ser possível a aplicação dessas
expressões, resultando em cálculos poucos aperfeiçoados. (12)
Os métodos analíticos clássicos permitem o cálculo da resposta exata dos
deslocamentos na estrutura em todos os seus pontos, isto é, nos seus infinitos
pontos através de uma expressão matemática, sendo tratado como um sistema
contínuo, pois a solução é obtida para todos os pontos que constituem o corpo
contínuo, porem essas soluções é somente conhecido para alguns casos, que
fogem da maioria das aplicações que encontramos no dia a dia. (12)
Diante deste problema, foram desenvolvidos procedimentos aproximados,
que pudessem ser aplicados em caráter geral, independente da forma da estrutura e
da condição de carregamento, dentro da precisão aceitável do problema de
engenharia. Esse caminho alternativo aos procedimentos analíticos clássicos é o
Método dos Elementos Finitos (MEF). (12)
Assim, esquematicamente, podemos representar na Figura 2-13 e Figura 2-14
os caminhos para a solução dos problemas anteriormente levantados:

Estrutura com
geometria,
Solução Exata
carregamento e
condição de
apoio simples

Estruturas Método dos


Solução
complexas Elementos
Aproximada
Finitos

Figura 2-13- Solução exata e solução aproximada


41

Figura 2-14-Solução exata e solução aproximada (12)


42
2.9.1 Sistema Discreto
O método dos elementos finitos é o método aproximado de cálculo de sistemas
contínuos, obtendo uma ótima solução nos problemas de engenharia, e consiste na
divisão de um sistema ou conjunto a ser analisado em partes discretas menores que
é a discretização do modelo, conforme mostra a Figura 2-15.(12)
Neste caso, a solução aproximada simula a estrutura como uma montagem de
elementos que tem um comprimento finito, assim o sistema é subdividido em um
numero finito de partes ou elementos, sendo a estrutura inteira modelada por um
agregado de estruturas simples onde os pontos de conexão são chamados de nós
do modelo. (12)
Na introdução ao MEF foram definidos os principais passos para à análise de um
sistema estrutural. Essa mesma sequencia aplica-se a analise de sistemas discretos,
levando em conta as particularidades da montagem dos elementos. (12)

Figura 2-15-Método geral para análise de sistemas discretos - Sistema Discreto padrão (12)
43
A ideia da discretização de um sistema contínuo foi inicialmente introduzida
para uma aplicação de cálculo estrutural sendo a configuração deformada da
estrutura determinada pelos deslocamentos dos nós, qualquer que seja a forma da
estrutura e o tipo de carregamento. Sendo assim, os parâmetros que descrevem o
comportamento do sistema são os deslocamentos nodais, e partir desses
deslocamentos é determinado os esforços internos, as tensões, avaliando a
resistência da estrutura. (12)

2.9.2 Tipos de modelos discretizados

2.9.2.1 Estruturas Reticuladas


Para esses tipos de estruturas a interação entre os elementos ocorre somente
nas juntas ou nós, trocando forças e deslocamentos entre si somente nesses pontos.
Nessa classe de estruturas encontram-se vigas contínuas, pórticos planos,
pórticos espaciais, grelhas, treliças planas e treliças espaciais. (12)

Figura 2-16-Estrutura reticulada

2.9.2.2 Elementos estruturais conectados continuamente


No dia a dia das aplicações mecânicas e da engenharia em geral, existem
diversos componentes que apresentam características bastante diferentes das
estruturas constituídas apenas por vigas, por exemplo, a caixa estrutural completa
de um veículo, os componentes de um chassi, eixos, componentes de máquinas,
carcaças, lajes, barragens etc. Nestes casos, o corpo contínuo é subdividido
artificialmente em certo numero finito de elementos, também conectados apenas nos
44
nós, assim estamos fazendo a representação aproximada de um corpo contínuo,
pois na realidade os diversos trechos do contínuo não estão conectados apenas em
alguns pontos, como no caso de uma estrutura reticulada. (12)
Para que essa representação não se torne grosseira, devemos considerar
algumas condições adicionais além da imposição do equilíbrio e da compatibilidade
apenas nos nós do modelo:
• A subdivisão da estrutura em elementos, isto é, a malha de elementos
finitos;
• A escolha do elemento apropriado para modelar uma dada situação
física.

A escolha do tamanho adequado da malha não parece óbvia em uma


estrutura contínua, e essa escolha depende do conhecimento das propriedades do
elemento escolhido para a representação do problema, que é a característica
fundamental do método. (12)

Figura 2-17-Malha de elementos finitos de estrutura de chassi de caminhão (12)

Do ponto de vista prático, os “softwares” de elementos finitos oferecem uma


biblioteca de elementos do programa, contendo diversos elementos, cada qual
tentando representar um diferente comportamento físico conhecido da mecânica
estrutural (estado plano de tensões, placas, cascas, membranas, sólidos, etc.). Esse
comportamento é descrito por intermédio de funções matemáticas que representam
o comportamento interno do elemento. (12)
45
Ao representar um determinado comportamento físico por meio de um
modelo de análise, o modelo proposto deve representar trecho a trecho o que ocorre
na estrutura real, por intermédio da igualdade de energias dos sistemas contínuo e
discreto para os elementos. Essa ideia fundamental envolve o conceito de energia
de deformação, armazenada pela estrutura deformada sob a ação do carregamento,
tal qual uma mola deformada absorve energia potencial elástica decorrente da ação
da força externa que a deforma e realiza um trabalho externo. (12)

2.9.3 Matriz de rigidez de uma estrutura


Tomemos como exemplo simples em que a estrutura é constituída por apenas
um elemento, como representado na figura 2-12. Nesse caso a estrutura esta fixada
em um nó e a força externa F causa na estrutura um deslocamento U que é
linearmente proporcional a F. Como a estrutura é idêntica ao elemento, à rigidez da
estrutura é igual à rigidez do elemento. Assim apresentamos a Equação 2.51:
F=K.U Equação 2.51
Onde:
K é a constante elástica da mola, que contabiliza a rigidez da estrutura.
É importante observar um aspecto conceitual que estará sempre presente no
cálculo dos deslocamentos da estrutura, que é a determinação de k, ou o
conhecimento da rigidez da estrutura e constitui a tarefa fundamental da analise. Se
considerarmos que no caso particular da mola a sua rigidez é expressa pela
constante elástica k, essa ideia torna-se clara. (12)

Figura 2-18-Mola fixada em uma de suas extremidades (12).

Na montagem de um modelo discretizado em elementos finitos, o primeiro


passo consiste em subdividir a estrutura em uma montagem de elementos, de sorte
que a rigidez do conjunto possa ser adequadamente contabilizada. A única diferença
entre o exemplo isolado da mola e das estruturas reais é que as estruturas são
46
constituídas de muitos elementos, e como consequência, de muitos componentes
de deslocamentos a se determinar. A partir destes, são obtidas as deformações nos
elementos, e finalmente as forças internas ou as tensões. (12).
Na mola estava presente apenas um componente de deslocamento possível,
associado a apenas um componente de rigidez, a rigidez axial da mola.
Nas estruturas reais temos muitos componentes de deslocamentos e muitos
componentes de rigidez. A relação geral linear entre todas as forças externas e
todos os deslocamentos nodais é melhor expressa em notação matricial
apresentado na Equação 2.52. (12)

Equação 2.52

A montagem da matriz de rigidez da estrutura deve considerar o modo pelo


qual os elementos são arranjados na estrutura e como são conectados entre si,
contabilizando a partir da rigidez de cada elemento a rigidez do conjunto. A Figura
2-19 mostra de forma esquemática a comparação entre a aplicação da mola e um
caso mais geral. (12)
De modo geral, os diversos componentes de deslocamento presentes nas
estruturas reais são chamados de graus de liberdade da estrutura, que são as
variáveis de estado do problema.(12)
47

Figura 2-19-A matriz de rigidez da estrutura representa a relação entre forças e


descolamentos nodais para a estrutura inteira. Para a mola, com apenas um deslocamento,
a matriz contém um termo. Para uma estrutura real, com vários deslocamentos, a matriz
contém vários termos (12)

2.9.4 Formulação dos elementos finitos bidimensionais e


tridimensionais.
Para a formulação de elementos finitos bidimensionais e tridimensionais deve
ser discutido a escolha da função de interpolação, junto as características do
comportamento físico que um tipo de elemento se propõe a simular.(12)

2.9.4.1 Elemento de estado plano de tensões triangular linear


Forças agem somente no plano x, y de um corpo sólido, devido a esta
característica recebe o nome de estado plano de tensões. (12)
A chapa contínua pode ser dividida em um número finito de elementos
conectados aos seus nós, podendo ser representados por um conjunto de triângulos
e cada elemento triangular é estudado isolando-o do restante da estrutura para
verificação do seu comportamento físico. (12)
48
O deslocamento dos nós do elemento triangular é descrito pelos
componentes u e v, sendo que o número de pontos para descrever o
comportamento da chapa é discreto. O elemento de estado plano de tensões
apresenta dois graus de liberdade por nó, sendo seis graus de liberdade no total
para o elemento triangular, ver figura 2-15. A matriz coluna das forças e a matriz de
deslocamentos nodais tem dimensão 6x1 e como consequência a matriz de rigidez
terá dimensão 6x6, {f}6x1 = [k]6x6 . {δ}6x1 . (12)

Figura 2-20-Elemento triangular linear de estado plano de tensões (12)


49
2.9.4.2 Elemento sólido tetraédrico linear
Forças agem nas direções x, y, z de um corpo sólido, devido a esta
característica recebe o nome de estado triaxial de tensões.
A chapa contínua pode ser dividida em um número finito de elementos sólidos
conectados aos seus nós, podendo ser representados por um conjunto de tetraedros
e cada elemento tetraédrico é estudado isolando-o do restante da estrutura para
verificação do seu comportamento físico.
O deslocamento dos nós do elemento tetraédrico é descrito pelos
componentes u, v e w, sendo que o número de pontos para descrever o
comportamento da chapa é discreto. O elemento apresenta três graus de liberdade
por nó, sendo doze graus de liberdade no total para o elemento tetraédrico. A matriz
coluna das forças e a matriz de deslocamentos nodais tem dimensão 12x1 e como
consequência a matriz de rigidez terá dimensão 12x12, {f}12x1 = [k]12x12 . {δ}12x1 . (12)

Figura 2-21-Elemento sólido tetraédrico linear (12)


50
2.9.4.3 Elemento de estado plano de tensões retangular linear
A chapa contínua pode ser dividida em um número finito de elementos
conectados aos seus nós, podendo ser representados por um conjunto de
retângulos e cada elemento retangular é estudado isolando-o do restante da
estrutura para verificação do seu comportamento físico.
O deslocamento dos nós do elemento retangular é descrito pelos
componentes u e v. O elemento de estado plano de tensões apresenta dois graus de
liberdade por nó, sendo oito graus de liberdade no total para o elemento retangular.
A matriz coluna das forças e a matriz de deslocamentos nodais tem dimensão 8x1 e
como consequência a matriz de rigidez terá dimensão 8x8, {f}8x1 = [k]8x8 . {δ}8x1 . (12)

Figura 2-22-Elemento de estado plano de tensões retangular linear (12)


51
2.9.4.4 Elemento sólido hexaédrico linear
A chapa contínua pode ser dividida em um número finito de elementos sólidos
conectados aos seus nós, podendo ser representados por um conjunto de sólidos na
forma de “paralelepípedos” e cada elemento hexaédrico é estudado isolando-o do
restante da estrutura para verificação do seu comportamento físico.
O deslocamento dos nós do elemento hexaédrico é descrito pelos
componentes u, v e w. O elemento apresenta três graus de liberdade por nó, sendo
vinte e quatro graus de liberdade no total para o elemento hexaédrico. A matriz
coluna das forças e a matriz de deslocamentos nodais tem dimensão 24x1 e como
consequência a matriz de rigidez terá dimensão 24x24, {f}24x1 = [k]24x24 . {δ}24x1 .(12)

Figura 2-23-Elemento sólido hexaédrico linear (12)


52
2.9.4.5 Elemento de estado plano de tensões triangular
parabólico
A chapa contínua pode ser dividida em um número finito de elementos
conectados aos seus nós, podendo ser representados por um conjunto de triângulos
e cada elemento triangular é estudado isolando-o do restante da estrutura para
verificação do seu comportamento físico. Para o elemento triangular parabólico são
admitidos nós intermediários entre os vértices, assim o grau de liberdade aumenta e
a interpolação fica mais “rica” na representação de deslocamentos.
O deslocamento dos nós do elemento triangular parabólico é descrito pelos
componentes u e v. O elemento de estado plano de tensões apresenta dois graus de
liberdade por nó, sendo doze graus de liberdade no total para o elemento triangular
parabólico. A matriz coluna das forças e a matriz de deslocamentos nodais tem
dimensão 12x1 e como consequência a matriz de rigidez terá dimensão 12x12,
{f}12x1 = [k]12x12 . {δ}12x1 . (12)

Figura 2-24-Elemento de estado plano de tensões triangular parabólico (12)

2.9.4.6 Elemento sólido tetraédrico parabólico


A chapa contínua pode ser dividida em um número finito de elementos sólidos
conectados aos seus nós, podendo ser representados por um conjunto de tetraedros
e cada elemento tetraédrico é estudado isolando-o do restante da estrutura para
verificação do seu comportamento físico. Para o elemento tetraédrico parabólico são
admitidos nós intermediários entre os vértices, assim o grau de liberdade aumenta e
53
a interpolação fica mais “rica” na representação de deslocamentos com mais
acuracidade.
O deslocamento dos nós do elemento tetraédrico é descrito pelos
componentes u, v e w, sendo que o número de pontos para descrever o
comportamento da chapa é discreto. O elemento apresenta três graus de liberdade
por nó, sendo trinta graus de liberdade no total para o elemento tetraédrico. A matriz
coluna das forças e a matriz de deslocamentos nodais tem dimensão 30x1 e como
consequência a matriz de rigidez terá dimensão 30x30, {f}30x1 = [k]30x30 . {δ}30x1 . (12)

Figura 2-25-Elemento sólido tetraédrico parabólico (12)


54
2.9.4.7 Elemento sólido hexaédrico parabólico e estado plano de
tensões retangular parabólico

Para a formulação destes elementos devem ser seguidos os passos já citados


anteriormente, elementos de estado plano de tensões e estado triaxial de tensões.
Elementos lineares só apresentam nós nos vértices e interpolação do 1º grau, os
parabólicos apresentam apenas um nó intermediário e interpolação do 2º grau,
enquanto os elementos cúbicos apresentam dois nós intermediários e interpolação
do 3º grau.(12)
Elementos unidimensionais são funções de apenas uma variável e o
deslocamento depende da posição em que o ponto se encontra no elemento, como
exemplo vigas e treliças.(12)
Elementos bidimensionais são funções de duas variáveis e o deslocamento
depende da posição em que o ponto se encontra no elemento, como exemplo
chapas. (12)
Elementos tridimensionais são funções de três variáveis e o deslocamento
depende da posição em que o ponto se encontra no elemento, como exemplo os
sólidos. (12)
A Tabela 2-6 resume o procedimento padrão adotado na formulação dos
elementos finitos já estudados. (12)
Tabela 2-6- Elemento sólido tetraédrico parabólico
55
Tabela 2-7- Continuação - Elemento sólido tetraédrico parabólico

2.9.4.8 Elemento de placa retangular linear


Chapas podem estar sujeitas a cargas perpendiculares ao seu plano, neste
caso sofrem flexão, este carregamento causa deslocamentos perpendiculares ao
seu plano denominado comportamento de placa. Também pode apresentar-se em
chapas forças paralelas ao seu plano caracterizando o estado plano de tensões.
O estudo do comportamento de chapas sob carregamento no próprio plano e
cargas laterais podem ser tratados independentemente, dentro da hipótese de
pequenas deflexões. (12)
A placa pode ser dividida em um número finito de elementos retangulares
conectados aos seus nós, podendo ser representados por um conjunto de
retângulos e cada elemento retangular é estudado isolando-o do restante da
estrutura para verificação do seu comportamento físico. (12)
O deslocamento dos nós do elemento pode ser descrito pela componente w,
pois o deslocamento de uma placa sobe ação de flexão é efetuado por um
componenente de deslocamento perpendicular ao plano da placa. (12)
O elemento apresenta três graus de liberdade por nó, um deslocamento em z,
e dois ângulos, um em x e um em y. Doze graus de liberdade no total para o
elemento de placa. A matriz coluna das forças e a matriz de deslocamentos nodais
tem dimensão 12x1 e como consequência a matriz de rigidez terá dimensão 12x12,
{f}12x1 = [k]12x12 . {δ}12x1 . (12) (13)
56

Figura 2-26-Conceitos de teoria de placas(12)


57
3 METODOLOGIA

Apresenta-se a seguir a descrição dos materiais, ferramentas e as


metodologias utilizadas para realizar o dimensionamento da estrutura da comporta
ensecadeira. Será apresentada a metodologia para o cálculo analítico e método dos
elementos Finitos. Para o cálculo analítico será apresentado a metodologia com
base nos requisitos básicos da ABNT 8883 e para a verificação pelo método dos
elementos finitos será apresentado a metodologia para o modelo sólido.

3.1 Material e Tensões admissíveis


O material utilizado para a verificação da estrutura será o ASTM A-36, com
limite de escoamento (σesc) 250 MPa e limite de ruptura (σrup) 400 MPa, material
amplamente utilizado entre os aços estruturais, apresentando baixo teor de carbono,
conferindo baixo custo, boa ductibilidade, soldabilidade e resistência mecânica
satisfatória. (14) (15)
As tensões admissíveis são calculadas em função do limite de escoamento do
material e devem levar em conta o caso de carga, conforme Tabela 3-1. Para
elementos estruturais, as tensões correspondem ao produto do limite de escoamento
do material e apresentamos os valores na Tabela 3-2.(1)(9)

Tabela 3-1-Coeficientes de tensões admissíveis


Tensões Admissíveis [MPa]
Tipo de Tensão Caso Caso Caso
normal ocasional excepcional
Tensão de comparação (σadm) 0,67σesc 0,75σesc 0,81σesc
Tensão de comparação no
0,81σesc 0,81σesc 0,93σesc
paramento (σadm)

Tabela 3-2-Tensões admissíveis para o material ASTM A-36


Tensões Admissíveis [MPa]
Tipo de Tensão Caso Caso Caso
normal ocasional excepcional
Tensão de comparação (σadm) 167,5 187,5 202,5
Tensão de comparação no
202,5 202,5 232,5
paramento (σadm)
58
3.2 Cálculo analítico

3.2.1 Definições dos dados de projeto


Para o dimensionamento da estrutura da comporta ensecadeira, adotou-se
como dados de projeto a Comporta Ensecadeira da Tomada D'água da obra de
PCH-Bocaiúva, localizada na cidade de Brasnorte-MT, com capacidade para gerar
30 megawatts de energia.

3.2.2 Dados de projeto


VL - Vão Livre...........................................................................................3,650 m
AL - Altura Livre........................................................................................4,670 m
Lv = Vão de Vedação...............................................................................3,810 m
La - Vão de apoio.....................................................................................3,960 m
hv - Altura vedação...................................................................................4,770 m
Quantidade de painéis.........................................................................................2
hp - Altura de cada painel.........................................................................2,450 m
Nível d'água para projeto:
NAo - Nível d'água máximo maximorum................................... 313,000 m
NAn - Nível d'água máximo normal............................................311,000 m
ELs - Cota da soleira............................................................................301,300 m
Deflexão Máxima..........................................................................................La/800

Na Figura 2-1 são ilustradas as dimensões necessárias para o


dimensionamento.

3.2.3 Solicitações na estrutura


Para definição dos coeficientes dos limites de tensões admissíveis para o
cálculo, utiliza dos conceitos da carga normal, carga ocasional e excepcional. Se nas
especificações técnicas do cliente não solicitar efeitos sísmicos e impactos de
embarcações (condições de carga excepcional) utiliza-se a Equação 2.12 e Equação
2.13 para definição do caso de carga. Para a seleção do caso de carga, compara-se
o valor da tensão obtido pela Equação 2.12 com o carregamento hidrostático obtido
pela Equação 2.13. Sendo assim, se o valor das tensões for maior que o valor do
carregamento hidrostático utiliza-se o caso normal, senão, utiliza-se caso ocasional.
59
3.2.4 Cálculo da carga Hidrostática e espaçamento das vigas
horizontais
Apresenta-se abaixo a sequência para o cálculo da carga hidrostática e
espaçamento das vigas horizontais:
• cálculo da carga hidrostática que atua no paramento da comporta ensecadeira é
dada pela Equação 2.1, Equação 2.2 e Equação 2.3;
• espaçamento das vigas horizontais utilizam-se as Equação 2.6, Equação 2.7 e
Equação 2.8 e é ilustrado na Figura 2-6. Sendo que a Equação 2.6 fornece a
divisão de áreas, a Equação 2.7 fornece o coeficiente β e a Equação 2.8 fornece
a cota de posicionamento da viga horizontal analisada.

3.2.5 Cálculo das tensões no paramento


Apresenta-se abaixo a sequência para o cálculo das tensões na placa do
paramento:
• cálculo da pressão hidrostática no centro da placa utilizando a Equação 2.18;
• definição das dimensões a e b com base nas dimensões da comporta,
apresentadas na Figura 4-1;
• definição do coeficiente k, através da Tabela 2-2 que depende da relação b/a e do
tipo de engaste ou apoio da placa analisada, conforme Figura 2-7;
• cálculo das tensões no paramento utilizando a Equação 2.17.

3.2.6 Cálculo da viga horizontal principal


Apresenta-se abaixo a sequência para o cálculo das vigas horizontais:
• cálculo das reações nos apoios utilizando a Equação 2.30;
• cálculo dos momentos fletores e esforços cortantes utilizando a Equação 2.31 e
Equação 2.32;
• cálculo da largura útil do paramento utilizando a Equação 2.29 e o auxílio da
Figura 2-9 para definição dos coeficientes λ1 e λ2;
• cálculo das características geométricas das vigas através da Equação 2.23 à
Equação 2.28;
• cálculo das tensões axiais de flexão na tração e compressão através da
Equação 2.36 ou Equação 2.37;
• cálculo das tesões cisalhantes através da Equação 2.11;
• cálculo das tesões combinadas através da Equação 2.14;
• cálculo da deflexão de viga através da Equação 2.38.
60
3.2.7 Cálculo da viga horizontal auxiliar
Apresenta-se abaixo a sequência para o cálculo das vigas horizontais auxiliares:
• cálculo da pressão hidrostática no centro da viga utilizando a Equação 2.18;
• cálculo da largura de influência da carga hidráulica na viga auxiliar utilizando a
Figura 2-4;
• definição da dimensão L com base nas dimensões da comporta, apresentadas
na Figura 4-1;
• cálculo das reações nos apoios utilizando a Equação 2.33;
• cálculo da carga hidrostática atuante na viga auxiliar utilizando a Equação 2.4;
• cálculo dos momentos fletores e esforços cortantes utilizando a Equação 2.34 e
Equação 2.35;
• cálculo da largura útil do paramento utilizando a Equação 2.29 e o auxílio da
Figura 2-9 para definição dos coeficientes λ1 e λ2;
• cálculo das características geométricas das vigas através da Equação 2.23 à
Equação 2.28;
• cálculo das tensões axiais de flexão na tração e compressão através da
Equação 2.36 ou Equação 2.37;
• cálculo das tesões cisalhantes através da Equação 2.11;
• cálculo das tesões combinadas através da Equação 2.14;

3.2.8 Cálculo da viga vertical


Pelo fato da viga vertical ser uma viga continua, onde o numero de reações
excede o numero de equações de equilíbrio, esse cálculo se torna inviável
analiticamente. Sendo assim utiliza-se o programa Ftool (versão educacional 3.0)
desenvolvido pelo professor da universidade PUC-Rio Luiz Fernando Martha para a
determinação dos momentos fletores, forças cortantes e da linha elástica.
Para a realização da análise dessas características pelo Ftool foi seguida uma
sequência de etapas conforme descrito abaixo:
• criação do modelo com a inserção das dimensões da viga;
• definição do material e características geométricas do perfil da viga;
• definição das condições de contorno da viga conforme mostrado na Figura 3-1;
• aplicação da carga distribuída ao logo na viga auxiliar, calculado através da
Equação 2.5, conforme mostrado na Figura 3-2;
61

Figura 3-1-Modelo e condições de contorno da viga vertical

Figura 3-2-Carga no modelo da viga vertical


62
3.2.9 Verificação as abas comprimidas
As abas comprimidas são verificadas em relação á estabilidade de acordo
com a sequência a seguir:
• verificação da primeira condição de flambagem conforme Equação 2.39 e
Equação 2.40;
• caso a primeira condição não seja atendida a aba comprimida é considerada
estável se a condição, Equação 2.41, seja satisfeita.

3.2.10 Verificação da estabilidade elástica


Para a verificação da estabilidade elástica da alma deve-se considerar a
sequência de condições a seguir:
• verificar o critério dado pela Equação 2.43;
• caso o item anterior não seja atendido deve-se proceder com o cálculo do
coeficiente de segurança da alma com relação à flambagem local;
• calculo da variação linear de tensão e relação dos comprimentos dos lados do
retângulo, Equação 2.44 e Equação 2.48, obtém-se o valor de ψ e α para
escolha do método de cálculo dos coeficientes de flambagem k1 e k2 pela
Tabela 2-3;
• calculo da tensão de referência de Euler, Equação 2.45;
• cálculo das tensões ideais de flambagem, σfi e τfi , Equação 2.46 e Equação
2.47;
• cálculo da tensão crítica de comparação, σfic , Equação 2.49;
• a tensão reduzida de comparação, σrc , é utilizada somente quando a tensão
ideal de comparação, σfic , é maior que o escoamento do material. Os valores da
tensão reduzida são dados pela Tabela 2-4;
• cálculo do coeficiente de segurança à flambagem, υf , Equação 2.50. Esta por
sua vez define se a alma comprimida é estável ou não, cujo valor obtido é
comparado com o caso de carga da Tabela 2-5.
63
3.2.11 Verificação das tensões combinadas no paramento
Com as tensões calculadas nas placas do paramento, vigas horizontais e
vigas verticais, realiza-se o cálculo das tensões combinadas no paramento,
aplicando a equação geral da tensão virtual de comparação de Von Mises Equação
2.15.

Figura 3-3-Distribuição das placas do paramento

Para a verificação das tensões combinadas no paramento, adotou-se as


placas 6.1 e 6.2 para apresentação dos resultados, conforme Figura 3-3. Na Figura
3-4 e Figura 3-5, contempla os diagramas de cargas, linha elástica, diagrama de
cortante, diagrama de momentos fletores e tensões de placas isoladamente.
64

Figura 3-4-Diagrama de tensões devida aos momentos fletores e forças cortantes para
verificação das tensões combinadas na placa 6.1

Figura 3-5-Diagrama de tensões devida aos momentos fletores e forças cortantes para
verificação das tensões combinadas na placa 6.2
65
Considerações para tensões virtual de Von Mises Equação 2.15 para a placa
6.1 lado que atua carga hidrostática:

Tensão Direção Caso 1 Caso 2 Caso 3

σxx σ3x -1.(-σ4x -σvv ) -1.(-σvv )

σyy σ3y +σvhp_m -σ4y σvhp_eng


Placa 6.1

σzz 0 0 0

xy 0 0 0

xz 0 55 55

67 τyz_m 0 τyz_eng

Considerações para tensões virtual de Von Mises Equação 2.15 para placa 6.2
lado que atua carga hidrostática:

Tensão Direção Caso 1 Caso 2 Caso 3

σxx σ3x -1.-σ4x − σvv  -1.(-σvv )

σyy σ3y +σvhp_m -σ4y σvhp_eng


Placa 6.2

σzz 0 0 0

xy 0 0 0

xz 0 55 55

67 67_: 0 τyz_eng

3.3 Métodos de elementos finitos (MEF)


Para análise de elementos finitos foram utilizados os programas Autodesk
Inventor 2011, programa CAD para modelamento da estrutura e o ANSYS, programa
CAE utilizado para simular as análises da estrutura.
66
Para a realização da análise
an lise por elementos finitos foi seguida
segui uma
sequência
ncia de etapas para sua solução que pode ser resumido em três etapas
principais:
• processamento
Pré-processamento
• Análise
• Pós-processamento
processamento

3.3.1 Pré-processamento
processamento
Com a estrutura da comporta já modelada no inventor conforme Figura 3-7,
apresentamos as etapas de pré-processamento ilustrados na Figura 3-6:
• Criação de um projeto no Ansys Workbench;
• Inserção
nserção de uma análise StaticStructural;
• Definição
efinição das propriedades do material utilizado na estrutura, como a
densidade, módulo de elasticidade e coeficiente de Poisson informados no item
Engineering Data;
• Importação
mportação da geometria da comporta (Geometry);

Figura 3-6-Estruturação
Estruturação do projeto
67

Figura 3-7-Modelo da estrutura

• Edição do modelo (Model);


• Definição dos contatos entre as partes do modelo (Connections) e se tratando
de uma estrutura soldada as conexões será do tipo bonded.
• Definição da malha: Adotado Elemento sólido hexaédrico linear, sendo um
elemento com geometria simples possibilitando o controle do refinamento nas
junções das chapas da estrutura e como sua geometria simples gera uma matriz
de rigidez com menos graus de liberdade, isso possibilita menos tempo para o
processamento do calculo e também um custo menor em equipamentos de
informática.
• Adotado o método Hex Dominant com tamanho do elemento com 30mm
através de testes de convergência das tensões em duas regiões da comporta, no
flange da viga horizontal e na viga principal, conforme mostrado na Figura 3-8;
68
116
114
112
Tensão [MPa] 110
108
106 Flange Viga
104 Horizontal
102 Viga Horizontal
100
98
96
0 20 40 60 80
Malha [mm]

Figura 3-8-Gráfico de convergência da tensão x tamanho do elemento

• Discretização do modelo ou geração da malha no modelo conforme mostra a


Figura 3-9 e Figura 3-10;

Figura 3-9-Malha para modelo


69

Figura 3-10-Malha ampliada para modelo

• Aplicação das condições de contorno e aplicação das cargas no modelo


(StaticStructural) conforme mostra as Figura 3-11;

Figura 3-11-Condições de contorno e carga no modelo


70
Com os resultados dessa análise
an estrutural, inserimos a análise
lise da flambagem
Linear buckling conforme mostra a Figura 3-12.
For fim é feito a validação do modelo, verificando
verifica todas as definições
descritas anteriormente para não ocorrerem erros no processamento.

Figura 3-12-Flambagem
Flambagem (Linear buckling)

3.3.2 Análise
Após o pré-processamento,
processamento, a análise do modelo é acionado e o software
softw ira
automaticamente:
• Montar as matrizes de cada elemento;
elemento
• Montar a matriz do sistema global;
• Reduzir a matriz global com o uso das condições de contorno adotadas no pré-
pré
processamento;
• Resolver o sistema;

3.3.3 Pós-processamento
processamento
Com o sistema resolvido, a etapa de pós-processamento
processamento irá fornecer ao
usuário uma visualização clara da solução através da computação gráfica,
oferecendo a visualização das tensões e deformações.. A visualização dos
resultados é feita por uma escala de cores, em que cada tonalidade, corresponde a
uma quantidade de deslocamento ou tensão gerada nas estruturas, a visualização
também pode ser feita pontualmente através da ferramenta Probe.
71
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Apresenta-se a seguir os resultados obtidos com a aplicação da metodologia


apresentada e para cada etapa dos resultados as discussões entre o método
analítico e Método de elementos finitos.
Para o processamento dos resultados no método de elementos finitos foi
gerado 340275 nós, 52930 elementos hexaédrico e 32 minutos.

4.1 Seleção do caso de carga


Conforme descrito no item 3.2.3, segue valores para tensão e carregamento:

σcomp :=
 187.5 − 167.5 ⋅ 100 = 11.94
  %
 167.5 

Carregamento :=
 ( NAo − ELs ) − ( NAn − ELs )  ⋅ 100 = 20.619
  %
 ( NAn − ELs ) 

Como o carregamento hidrostático é maior que as tensões de comparação, o


caso ocasional é o mais desfavorável à estrutura.

4.2 Carga Hidrostática e espaçamento das vigas horizontais


principal
Conforme descrito no item 3.2.4, segue valores da carga hidrostática atuante
e o espaçamento das vigas horizontal principal:

Tabela 4-1-Carga Hidrostática


FR[kN] FRV[kN] q[kN/m]
958 319 84

Tabela 4-2-Distribuição das vigas horizontais


Viga VHP1 VHP2 VHP3
yk [mm] 11326 10544 9698
72
Com o cálculo da distribuição das vigas horizontais principais informado na
Tabela 4-2, segue Figura 4-1 com a localização das vigas horizontais e auxiliares.

Figura 4-1-Estrutura da comporta ensecadeira

4.3 Tensões no paramento


Conforme descrito no item 3.2.5, segue os valores das tensões nas placas do
paramento, estas serão utilizadas para a verificação das tensões combinadas no
item 4.8. Os resultados das tensões de placa no paramento não serão apresentados
no método de elementos finitos, pois sofrem influência das tensões e deformações
das vigas verticais e horizontais.

Tabela 4-3-Tensões nas placas do paramento


σ3x σ3y σ4y σ4x
Placa p [MPa] a [m] b/a K3x K4y
[MPa] [MPa] [MPa] [MPa]
P1 0,113 0,37 3,53 75,0 130,9 39,3 47,2 82,4 24,7
P2 0,109 0,39 3,37 50,0 92,5 27,8 34,2 63,3 19,0
P3 0,105 0,39 3,37 50,0 89,3 26,8 34,2 61,1 18,3
P4 0,101 0,42 3,12 50,0 100,3 30,1 34,2 68,6 20,6
P5 0,097 0,42 3,12 50,0 96,2 28,9 34,2 65,8 19,7
P6 0,093 0,45 2,95 50,0 103,3 31.0 34,2 70,6 21,2
73
4.4 Viga horizontal principal

4.4.1 Analítico
Conforme descrito no item 3.2.6, segue valores dos momentos fletores,
esforço cortante, largura útil, características da seção da viga horizontal, tensões e
deflexão das vigas principais. Apresenta-se o diagrama de momento fletor e esforço
cortante na Figura 4-2 e a seção da viga horizontal na Figura 4-3 para o cálculo das
características geométricas.

Tabela 4-4-Momento fletor e esforço cortante


Posição [m] a=0 b=0,660 c=1,320 M=1,980
Carga q [KN/m] 83,83
Momento fletor [KN.m] 0 91,1 145,8 164,1
Esforço cortante [kN] 159,7 110,7 55,3 0

Figura 4-2-Diagrama de Momento fletor e Esforço cortante

Tabela 4-5-Largura útil para a seção da viga horizontal


Viga B1 [m] B2 [m] La/B1 La/B2 λ1 λ2 Lu [m]
VHP1 0,374 0,391 10,600 10,120 0,952 0,950 0,728
VHP2 0,391 0,423 10,120 9,365 0,950 0,940 0,770
VHP3 0,423 0,448 9,365 8,838 0,940 0,933 0,816
74
Tabela 4-6-Características da seção da viga horizontal
A[m²] Aw[m²] Ytrac[m] Ycomp[m] I[m4]
VHP1 1,35E-02 4,75E-03 1,65E-01 3,57E-01 5,50E-04
VHP2 1,39E-02 4,75E-03 1,60E-01 3,62E-01 5,60E-04
VHP2 1,44E-02 4,75E-03 1,56E-01 3,66E-01 5,70E-04

Figura 4-3-Seção da viga horizontal

Tabela 4-7-Tensões e deflexão das vigas principais


Deflexão
Posição σtf σcf τ σc Deflexão Admissível
[m] [MPa] [MPa] [MPa] [MPa] [mm] [mm]
0 0,00 0,00 33,92 58,76
0,66 27,56 59,69 23,51 72,25
VHP1 2,4
1,32 44,14 95,60 11,75 97,74
1,98 49,67 107,56 0,00 107,56
0 0,00 0,00 33,67 58,32
0,66 26,13 58,94 23,33 71,47
VHP2 2,3 4,95
1,32 41,85 94,40 11,67 96,54
1,98 47,09 106,22 0,00 106,22
0 0,00 0,00 33,27 57,63
0,66 24,61 57,94 23,05 70,37
VHP3 2,3
1,32 39,41 92,79 11,53 94,92
1,98 44,34 104,41 0,00 104,41

4.4.2 Elementos Finitos


Apresentamos na Figura 4-4 os valores das tensões e na Figura 4-5 os
valores de deformações nas vigas horizontais.
75

Figura 4-4-Tensões
Tensões combinadas
combina s no método de elementos finitos da viga horizontal

Figura 4-5-Deformações
Deformações máximas das vigas horizontais
76
4.4.3 Comparação
Com os valores das tensões obtidos pelo método analítico e elementos finitos,
apresentamos na Tabela 4-8 o comparativo dos valores obtidos em cada método.

Tabela 4-8-Tensões e deflexão das vigas principais


Elemento Elemento
Analítico Analítico
finito Erro finito Erro
Posição
Viga σv.misses σc Deflexão Deflexão
[m]
Comp. [MPa] [%] máxima máxima [%]
[MPa] [mm] [mm]
0 58,76 60,00 2,11
0,66 72,25 59,64 17,45
VHP1 2,4 3,02 25,83
1,32 97,74 121,66 24,47
1,98 107,56 108,29 0,68
0 58,32 53,32 8,57
0,66 71,47 57,50 19,55
VHP2 2,3 2,88 25,22
1,32 96,54 110,64 14,61
1,98 106,22 102,94 3,09
0 57,63 51,22 11,12
0,66 70,37 58,07 17,48
VHP3 2,3 2,86 24,35
1,32 94,92 116,28 22,50
1,98 104,41 104,74 0,32

4.4.4 Discussões
Os resultados apresentados na Tabela 4-8, obtidos pelos métodos analítico e
de elementos finitos apresentam um erro que varia de 0,32% a 24,47% nas tensões
e 24,35% a 25,83% nas deformações. Essas divergências se devem as
simplificações adotadas para o cálculo analítico, não considerando a influência das
vigas verticais, apenas a seção da viga horizontal conforme mostra a Figura 4-3.
Sendo essa seção composta pelo flange, alma e a largura útil do paramento. A
largura útil do paramento é calculada através de coeficientes de redução deduzidos
pela Figura 2-8-Largura participante do paramento e gráficos conforme Figura 2-9,
os valores obtidos não são precisos, podendo ocorrer erros de leitura e interpolação
dos coeficientes de redução.
Para a verificação por elementos finitos a estrutura é verificada considerando
todos os elementos que compõem a estrutura, resultando em uma verificação mais
precisa.
Todos os valores das tensões obtidas na viga horizontal principal, em ambos
os métodos, estão abaixo da tensão admissível σ=187.5 MPa, conforme Tabela 3-2.
77
Mesmo com divergências entre valores de tensões e deformações, ambos os
métodos foram validados na verificação.

4.5 Viga horizontal auxiliar

4.5.1 Analítico
Conforme descrito no item 3.2.7, segue valores dos momentos fletores e
esforço cortante para a viga horizontal, largura útil, características da seção da viga
horizontal.

Tabela 4-9-Momento fletor e esforço cortante


Meng Mmeio Qmáx
Vigas p [MPa] a [m] b [m]
[KN.m] [KN.m] [KN]
VHA 1 0,114 0,227 1,320 4,0 2,0 17,0
VHA 2 0,107 0,391 1,320 6,0 3,0 28,0
VHA 3 0,099 0,423 1,320 6,0 3,0 28,0
VHA 4 0,091 0,224 1,320 3,0 1,0 13,0

L Placa

qo
A B

Mmáx.
-
+
Qmáx.

Figura 4-6-Diagrama de Momento fletor e forças cortante para viga engastada


78
Tabela 4-10-Largura útil para a seção da viga auxiliar
Viga B1 (m) B2 (m) LI/B1 LI/B2 λ1 λ2 Lu (m)
VHA 1 0,080 0,147 9,53 5,19 0,94 0,82 0,196
VHA 2 0,196 0,196 3,90 3,90 0,69 0,69 0,269
VHA 3 0,211 0,211 3,60 3,60 0,65 0,65 0,276
VHA 4 0,224 0,000 3,40 0,00 0,63 0,00 0,141

Tabela 4-11-Características estáticas das vigas auxiliares


Viga A(m²) Aw(m²) Yt(m) Yc(m) I(m4)
VHA 1 3,19E-03 1,33E-03 3,59E-02 1,14E-01 6,52E-06
VHA 2 3,89E-03 1,33E-03 3,03E-02 1,19E-01 7,08E-06
VHA 3 3,95E-03 1,33E-03 2,99E-02 1,20E-01 7,12E-06
VHA 4 2,33E-03 9,07E-04 2,52E-02 7,98E-02 2,23E-06

Figura 4-7-Seção da viga horizontal auxiliar

Tabela 4-12-Tensões das vigas auxiliares


Meio da viga Engaste da viga
σtf σcf σtf σcf τ σ t vm σ c vm
[MPa] [MPa] [MPa] [MPa] [MPa] [MPa] [MPa]
VHA 1 10,32 32,66 70,66 31,68 16,31 76,1 42,45
VHA 2 13,05 51,25 111,27 43,00 26,49 120,36 62,88
VHA 3 12,79 51,13 110,79 42,87 26,49 119,91 62,79
VHA 4 28,97 44,99 113,11 49,13 14,77 115,97 55,39
79
4.5.2 Elementos Finitos
Apresentamos na Figura 4-8 os valores das tensões nas vigas horizontais
auxiliares.

Figura 4-8-Tensões
Tensões das vigas horizontais auxiliares

4.5.3 Comparação
Com os valores das tensões obtidos pelo método analítico e elementos finitos,
apresentamos na Tabela 4-13 e Tabela 4-14 o comparativo dos valores obtidos em
cada método.

Tabela 4-13-Tensões
Tensões das vigas auxiliares – meio da viga
Método

Analítico Elemento finito


Meio da viga

σtf σcf σtf Erro σcf Erro


[MPa] [MPa] [MPa] [%] [MPa] [%]
VHA 1 10,32 32,66 43,01 316,76 36,09 10,50
VHA 2 13,05 51,25 45,07 245,36 48,79 4,80
VHA 3 12,79 51,13 41,97 228,15 50,56 1,11
VHA 4 28,97 44,99 62,13 114,46 34,12 24,16
80
Tabela 4-14-Tensões das vigas auxiliares – Engaste da viga

Método
Analítico Elemento finito
Engaste da viga
σ t vm σ c vm σt vm Erro σ cvm Erro
[MPa] [MPa] [MPa] [%] [MPa] [%]
VHA 1 76,1 42,45 76,08 0,03 23,54 44,55
VHA 2 120,36 62,88 146,49 21,71 14,75 76,54
VHA 3 119,91 62,79 142,77 19,06 13,85 77,94
VHA 4 115,97 55,39 146,75 26,54 39,45 28,78

4.5.4 Discussões
As tensões apresentadas na Tabela 4-13 e Tabela 4-14 são divergentes. O
método analítico considera na viga horizontal auxiliar a condição de engaste em
ambas as extremidades, podendo ser o fator divergente entre os valores
apresentados nos diferentes métodos, e a análise por elementos finitos, figura 4-4,
trata a viga horizontal auxiliar com influência das demais vigas existentes na
estrutura.
Todos os valores das tensões obtidas na viga horizontal principal auxiliar, em
ambos os métodos estão abaixo da tensão admissível σ=187.5 MPa, conforme
Tabela 3-2. Mesmo com divergências entre valores de tensões e deformações,
ambos os métodos foram validados na verificação.

4.6 Viga vertical


Conforme descrito no item 3.2.8, segue Figura 4-9, Figura 4-10 e Figura 4-11
que são utilizadas para adquirir valores dos momentos fletores, esforço cortante e
obter a linha elástica para a viga vertical. Calcula-se também a largura útil e as
características da seção da viga horizontal auxiliar apresentados na Tabela 4-16 e
as tensões são apresentadas na Tabela 4-17. Não apresentaremos resultados do
método de elementos finitos, pois as tensões da viga vertical individualmente não
tem função na verificação da estrutura e são apenas utilizadas quando se combina
as tensões no paramento no item 4.8.
81

Figura 4-9-Diagrama de momento fletor na viga vertical

Figura 4-10-Diagrama de esforço cortante na viga vertical

Figura 4-11-Diagrama da linha elástica da viga vertical


82
Com os resultados obtidos pela ferramenta Ftool, organizou-se os na Tabela 4-15.

Tabela 4-15-Valores de cortantes e momentos fletores para viga vertical


q0 q1 q2 q3 q4
[KN/m] [KN/m] [KN/m] [KN/m] [KN/m]
151 147 136 125 120

l1 l2 l3 l4
[m] [m] [m] [m]
0,374 0,783 0,846 0,448

M1 M2 M3
[KN.m] [KN.m] [KN.m]
10 6 12

Q1e Q1d Q2e Q2d Q3e Q3d


[KN] [KN] [KN] [KN] [KN] [KN]
56 62 49 48 62 55

Tabela 4-16-Características estáticas das vigas auxiliares região do meio do vão


A Aw X1 X2 I Lu
λI λII
[m²] [m²] [m] [m] [m4] [m]
6,26E-03 4,75E-03 1,98E-01 3,11E-01 1,73E-04 0,12 0,12 0,158

Figura 4-12-Secção da viga vertical

Com os resultados dos esforços e características geométricas, apresentamos


na Tabela 4-17 as tensões nas vigas verticais.

Tabela 4-17-Tensões das vigas verticais (região por placa/apoio)


Placa σ [MPa] τ [MPa]
1 11,96 11,71
2 11,96 13,09
3 6,42 10,21
4 6,42 10,17
5 13,97 13,13
6 13,97 11,56
83
4.7 Abas comprimidas e Estabilidade elástica

4.7.1 Analítico
Para a verificação das abas comprimidas, ver Figura 4-3, calcula-se os
valores para iy e iy,min conforme descrito no item 3.2.9
iy = 35,4mm
iy,mín = 33mm
Sendo o valor de iy é maior que iymin, não será necessário a verificação da
segunda condição, conforme mostrado na metodologia, pois a primeira foi atendida.
O critério de verificação da estabilidade da alma é semelhante ao da aba
comprimida, se a primeira condição é atendida não há a necessidade de proceder
com as demais verificações.
Conforme descrito no item 3.2.10, a razão entre hw e tw é 52.63, ver Figura
4-3, é necessário comprovar a segurança da alma.
Apresentamos na Tabela 4-18, a verificação da estabilidade da alma,
compreendida pelas dimensões a e b.

Tabela 4-18-Verificação da estabilidade da alma


A [m] b[m] t [MPa] σc [MPa] σt [MPa] σE [MPa] a
1,327 0,500 33,92 -95,60 44,14 67,218 2,640

σfic
ψ k1 k2 σrc [MPa] nf
[MPa]
-0,462 12,7 5,9 982 247 2,20
84
4.7.2 Elementos Finitos
Apresentamos na Figura 4-13 os valores das deformações e fator de
segurança (Load Multiplier) da estrutura.

Figura 4-13-Verificação da aba e alma comprimidas

4.7.3 Discussões

Verifica-se pelo método analítico que que iy é maior que iy, min, assim a aba
não sofrerá flambagem.
Conforme indicado na Tabela 2-5, a alma é considerada estável desde que o
valor de nf seja maior que 1.25. Verifica-se então que a alma é estável.
Observa-se pela Figura 4-13 que a deformação máxima na alma foi de 1 mm
e o fator de segurança de 7,8545. Portanto não há risco de flambagem na estrutura.
85
4.8 Tensões combinadas no paramento

4.8.1 Analítico
Com os valores de tensões obtidos nas placas do paramento, vigas
horizontais principais e viga vertical, apresenta-se um resumo dessas tensões na
Tabela 4-19 para a verificação das tensões combinadas no paramento pelo método
analítico na Tabela 4-20.

Tabela 4-19-Resumo das tensões para cálculo das tensões combinadas no paramento
Placa 6.1 Placa 6.2
[MPa] [MPa]
σ3x = 103,3 103,3
σ3y = 31,0 31,0
σ4x = 21,1 21,2
σ4y = 70,6 70,6
σvhp_m = 24,61 44,34
σvhp_eng = 0,00 39,41
τyz_m = 23,05 0,00
τyz_eng = 11,53 11,53
σvv = 13,97 13,97
τvv = 11,56 11,56

Tabela 4-20-Tensões combinadas no paramento


σ xx σ yy σ zz τ xy τ xz τ yz σ comb
Caso
Placa 6.1

[MPa] [MPa] [MPa] [MPa] [MPa] [MPa] [MPa]


(I) 103,3 55,61 0,00 0,00 0,00 23,05 98,04
(II) 35,17 -70,6 0,00 0,00 11,56 0,00 95,42
(III) 13,97 39,41 0,00 0,00 11,56 11,53 44,69

σ xx σ yy σ zz τ xy τ xz τ yz σ comb
Caso
Placa 6.2

[MPa] [MPa] [MPa] [MPa] [MPa] [MPa] [MPa]


(I) 103,3 75,34 0,00 0,00 0,00 0,00 92,54
(II) 35,17 -70,6 0,00 0,00 11,56 0,00 95,42
(III) 13,97 39,41 0,00 0,00 11,56 11,53 44,69
86
4.8.2 Elementos Finitos
Apresentamos na Figura 4-14 os valores das tensões combinadas no
paramento.

Figura 4-14-Tensões
Tensões combinada no paramento

4.8.3 Comparação
Com os valores das tensões obtidos pelo
pelo método analítico e elementos finitos,
apresentamos na Tabela 4-21 o comparativo dos valores obtidos em cada método.

Tabela 4-21-Tensões
Tensões combinadas no paramento
Elementos
Analítico
finitos Erro
σ comb σ comb [%]
Caso
Placa 6.1

[MPa] [MPa]
(I) 98,04 98,49 0,46
(II) 95,42 92,98 2,56
(III) 44,69 46,53 4,12
σ comb σ comb Erro
Caso
Placa 6.2

[MPa] [MPa] [%]


(I) 92,54 90,75 1,93
(II) 95,42 92,86 2,68
(III) 44,69 44,98 0,65
87
4.8.4 Discussão
Os resultados apresentados na Tabela 4-21, obtidos pelo método analítico e
de elementos finitos apresentam um erro que varia de 0,46% a 4,12% nas tensões,
demonstrando condições de análise equivalentes.
Todos os valores das tensões obtidas em ambos os métodos estão abaixo da
tensão admissível σ=202,5 MPa, conforme Tabela 3-2 e ambos os métodos foram
validados na verificação.

4.9 Verificação do cutelo


Não há uma metodologia para verificação das tensões no cutelo pelo método
analítico, por experiência utiliza-se uma espessura acima da utilizada no paramento.
Essa estratégia pode ocasionar erros no dimensionamento estrutural,
superdimensionamento da estrutura ou dependendo das condições de carregamento
deixar essa região fragilizada.

4.9.1 Elementos Finitos


Apresentamos na Figura 4-15 e Figura 4-16 os valores das tensões no cutelo.

Figura 4-15- Verificação do cutelo


88

Figura 4-16 - Verificação do cutelo ampliado-Vista ampliada

4.9.2 Discussões
Pela analise por elementos finitos, verificou-se uma região do cutelo que
ultrapassou os limites admissíveis σ =187.5 MPa e também o limite de escoamento
do material σ=250 MPa. Porém essa estrutura da comporta ensecadeira da PCH-
Bocaiúva esta em operação e não apresentou nenhuma deformação permanente.
Na Figura 4-17 e Figura 4-18, mostra uma deformação permanente que
ocorreu na estrutura da comporta ensecadeira da UHE-São Salvador. Não ficou
comprovado se essa deformação foi causada por um erro de engenharia, manobra
da estrutura ou material. Apresenta-se essa situação problemática para mostrar a
importância de uma análise mais completa nos projetos.
89

Figura 4-17-Deformação permanente no cutelo da comporta ensecadeira UHE - São Salvador

Figura 4-18-Deformação permanente no cutelo da comporta ensecadeira UHE - São Salvador


90
5 CONCLUSÃO

A verificação desenvolvida ao longo deste trabalho buscou analisar as


tensões e deformações de uma comporta ensecadeira através do método analítico e
MEF. Com os resultados apresentados podemos concluir que ambos os métodos
mostrou valores de tensões e deformações dentro dos valores admissíveis, com
exceção do cutelo, que através do MEF foi possível verificar uma região que
apresentou tensões acima da admissível.
Para o cálculo de estruturas em geral é necessário fazer simplificações para
render uma análise mais prática. Estudos mostram que estas simplificações dão
resultados bastante satisfatórios para diversos problemas de engenharia, porém em
varias situações é necessário fazer muitas considerações que podem afetar o
projeto. Os resultados da viga horizontal auxiliar apresentado no trabalho é um
exemplo para essa situação, onde é considerada como viga bi-engastada nas vigas
verticais e realizando uma análise da estrutura a mesma sofre influência no todo e
não apenas na região considerada no cálculo. Foi observado divergência entre os
valores de tensões entre os métodos para a viga auxiliar, mas ambos valores estão
dentro dos limites admissíveis.
O método analítico se tratando de um método aproximado tem suas
limitações, porém tem demonstrado através de muitos projetos realizados ser uma
ferramenta eficaz. Entretanto, o aparecimento do Método de elementos finitos
possibilitou grandes avanços na engenharia, sendo possível a verificação de
geometrias complexas. Em suma, um método complementa o outro, aumentando a
confiabilidade e sendo possível uma análise mais detalhada da estrutura.

5.1 Extensões
Este trabalho pode ser continuado realizando a verificação da viga horizontal
auxiliar considerando-a viga contínua, analisar a estrutura através do método de
elementos finitos utilizando elemento de cascas retangular linear e realizar o cálculo
das soldas da estrutura.
91
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(trad.). Resistência dos materiais. 3 ed. São Paulo : Makron, 1995-1996. p. 1255.
7. NORTON, Robert L. Projeto de Máquinas: uma abordagem integrada. 2 ed. Porto
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14. Standard Specification for Carbon Structural Steel ASTM A-36.
15. CHIAVERINI, VICENTE. Tecnologia Mecânica III - Materiais de Construção
Mecânica. Vol. 1.
92
Anexos

λ+
ω ω
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
20 1,04 1,04 1,04 1,05 1,05 1,06 1,06 1,07 1,07 1,08 20
30 1,08 1,09 1,09 1,10 1,10 1,11 1,11 1,12 1,13 1,13 30
40 1,14 1,14 1,15 1,16 1,16 1,17 1,18 1,19 1,19 1,20 40
50 1,21 1,22 1,23 1,23 1,24 1,25 1,26 1,27 1,28 1,29 50
60 1,30 1,31 1,32 1,33 1,34 1,35 1,36 1,37 1,39 1,40 60
70 1,41 1,42 1,44 1,45 1,46 1,48 1,49 1,50 1,52 1,53 70
80 1,55 1,56 1,58 1,59 1,61 1,62 1,64 1,66 1,68 1,69 80
90 1,71 1,73 1,74 1,76 1,78 1,80 1,82 1,84 1,86 1,88 90
100 1,90 1,92 1,94 1,96 1,98 2,00 2,02 2,05 2,07 2,09 100
110 2,11 2,14 2,16 2,18 2,21 2,23 2,27 2,31 2,35 2,39 110
120 2,43 2,47 2,51 2,55 2,60 2,64 2,68 2,72 2,77 2,81 120
130 2,85 2,90 2,94 2,99 3,03 3,08 3,12 3,17 3,22 3,26 130
140 3,31 3,36 3,41 3,45 3,50 3,55 3,60 3,65 3,70 3,75 140
150 3,80 3,85 3,90 3,95 4,00 4,06 4,11 4,16 4,22 4,27 150
160 4,32 4,38 4,43 4,49 4,54 4,60 4,65 4,71 4,77 4,82 160
170 4,88 4,94 5,00 5,05 5,11 5,17 5,23 5,29 5,35 5,41 170
180 5,47 5,53 5,59 5,66 5,72 5,78 5,84 5,91 5,97 6,03 180
190 6,10 6,16 6,23 6,29 6,36 6,42 6,49 6,55 6,62 6,69 190
200 6,75 6,82 6,89 6,96 7,03 7,10 7,17 7,24 7,31 7,38 200
210 7,45 7,52 7,59 7,66 7,73 7,81 7,88 7,95 8,03 8,10 210
220 8,17 8,25 8,32 8,40 8,47 8,55 8,63 8,70 8,78 8,86 220
230 8,93 9,01 9,09 9,17 9,25 9,33 9,41 9,49 9,57 9,65 230
240 9,73 9,81 9,89 9,97 10,05 10,14 10,22 10,30 10,39 10,47 240
250 10,55 250
Anexo 1- Coeficientes de flambagem para aços St 37 (Limite de escoamento fy=235,4 MPa) - DIN 4114
93

λ+
ω ω
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
20 1,06 1,06 1,07 1,07 1,08 1,08 1,09 1,09 1,10 1,11 20
30 1,11 1,12 1,12 1,13 1,14 1,15 1,15 1,16 1,17 1,18 30
40 1,19 1,19 1,20 1,21 1,22 1,23 1,24 1,25 1,26 1,27 40
50 1,28 1,30 1,31 1,32 1,33 1,35 1,36 1,37 1,39 1,40 50
60 1,41 1,43 1,44 1,46 1,48 1,49 1,51 1,53 1,54 1,56 60
70 1,58 1,60 1,62 1,64 1,66 1,68 1,70 1,72 1,74 1,77 70
80 1,79 1,81 1,83 1,86 1,88 1,91 1,93 1,95 1,98 2,01 80
90 2,05 2,10 2,14 2,19 2,24 2,29 2,33 2,38 2,43 2,48 90
100 2,53 2,58 2,64 2,69 2,74 2,79 2,85 2,90 2,95 3,01 100
110 3,06 3,12 3,18 3,23 3,29 3,35 3,41 3,47 3,53 3,59 110
120 3,65 3,71 3,77 3,83 3,89 3,96 4,02 4,09 4,15 4,22 120
130 4,28 4,35 4,41 4,48 4,55 4,62 4,69 4,75 4,82 4,89 130
140 4,96 5,04 5,11 5,18 5,25 5,33 5,40 5,47 5,55 5,62 140
150 5,70 5,78 5,85 5,93 6,01 6,09 6,16 6,24 6,32 6,40 150
160 6,48 6,57 6,65 6,73 6,81 6,90 6,98 7,06 7,15 7,23 160
170 7,32 7,41 7,49 7,58 7,67 7,76 7,85 7,94 8,03 8,12 170
180 8,21 8,30 8,39 8,48 8,58 8,67 8,76 8,86 8,95 9,05 180
190 9,14 9,24 9,34 9,44 9,53 9,63 9,73 9,83 9,93 10,03 190
200 10,13 10,23 10,34 10,44 10,54 10,65 10,75 10,85 10,96 11,06 200
210 11,77 11,28 11,38 11,49 11,60 11,71 11,82 11,93 12,04 12,15 210
220 12,26 12,37 12,48 12,60 12,71 12,82 12,94 13,05 13,17 13,28 220
230 13,40 13,52 13,63 13,75 13,87 13,99 14,11 14,23 14,35 14,47 230
240 14,59 14,31 14,83 14,96 15,08 15,220 15,33 15,45 15,58 15,71 240
250 15,83 250
Anexo 2- Coeficientes de flambagem para aços St 52-3 (Limite de escoamento fy=353,2 MPa) - DIN 4114

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