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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


BACHARELADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

CAIO MENESES CARVALHO

USO DE VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO NO MAPEAMENTO


GEOLÓGICO E GEOMORFOLÓGICO DO INSELBERG TOCAS, MUNICÍPIO
DE ITATIM/BA

CRUZ DAS ALMAS – BA


SETEMBRO/2017
CAIO MENESES CARVALHO

USO DE VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO NO MAPEAMENTO


GEOLÓGICO E GEOMORFOLÓGICO DO INSELBERG TOCAS, MUNICÍPIO
DE ITATIM/BA

Parte manuscrita do Trabalho de


Conclusão de Curso do aluno Caio
Meneses Carvalho, apresentado
ao Centro de Ciências Exatas e
Tecnológicas da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia,
como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Exatas e Tecnológicas.

Orientador: Prof. Msc. José Ricardo


Gonçalves Magalhães

Co-orientador: Bel. William da Silva


Pereira

CRUZ DAS ALMAS – BA


SETEMBRO/2017
Aos que acreditaram em mim de modo a fazer possível essa experiência.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente ao Pai Celestial, que sabendo de tudo, colocou as


pessoas certas em minha vida, para que meu Eu fosse construído em moldes
de caráter, e boas virtudes.

Agradeço aos meus pais Ana Paula Meneses Carvalho e André Silva Carvalho
por todo o apoio financeiro e emocional, além de serem meus portos seguros
onde me escondo quando tudo está em desordem.

Agradeço aos meus irmãos Cássio Meneses Carvalho, Cauê Meneses


Carvalho e Julia Meneses Carvalho, que talvez não entendam hoje o motivo,
mas são as razões da minha busca constante por um aperfeiçoamento
pessoal.

Agradeço a minha namorada Ianca Araujo dos Santos, pessoa com quem amo
partilhar minha vida, por me fazer sentir mais vivo, e pelo carinho e paciência
para comigo, me ajudando a segurar a onda na correria dos semestres.

Agradeço aos meus amigos João Pedro Oliveira Belchote, Vitor Oliveira e
Silva, Luis Fernando Sampaio, Mateus Silva, Gabriel Oliveira Fiuza, Hugo
Emanoel de Andrade Costa, Agneslara Carvalho, Emine de Carvalho Brito,
Ianca Araujo dos Santos, Raphael Santana Marques, Caíque Nascimento
Novaes, Andrêssa Barreto, David Sampaio Barreto, Lucília Souza, Evelyn
Correia, Luis Fernandes, Tarcísio Santana, Adelson Ribeiro e Aline Moreira por
terem me ajudado, mesmo que sem perceber, a ter motivação nos momentos
de fraqueza.

Agradeço aos meus familiares por acreditarem em mim. Em especial, à minha


tia Andreia Carvalho, por além de acreditar, se importar com meu bem estar.

Agradeço ao professor Ariston Cardoso por me apresentar ao meu orientador,


possibilitando a realização deste trabalho.

Agradeço aos meus orientadores José Ricardo e William Pereira pelo apoio,
ensinamentos e puxões de orelha que recebi durante a construção deste
trabalho.

Agradeço ao Grupo de Tecnologias Educacionais, Robótica e Física por ceder


espaço e equipamentos para a realização deste trabalho e à Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia por realizar sonhos e mudar a realidade do
Recôncavo.

Agradeço à Ordem DeMolay, que me ensinou a potencializar virtudes que


carrego comigo, e me mostrou a importância de ser um ser humano melhor
para a sociedade.

Agradeço a todos os professores com quem tive a honra de aprender, sem eles
todo apoio e força de vontade seriam em vão.
RESUMO

O uso de Veículos aéreos não tripulados (VANTs) em diversas áreas do


conhecimento vem crescendo ultimamente, de modo a esta ferramenta ter se
tornado relevante para o estudo de estruturas geológicas (falhas e fraturas, por
exemplo) e geomorfológicas (ravinas, voçorocas e inselbergs, por exemplo). O
presente estudo trata de uma aplicação da técnica Structure from Motion (SfM)
em um afloramento rochoso residual (inselberg tocas) da região de Itatim-BA.
Para tal, objetivou-se a obtenção de modelos digitais de elevação e terreno,
modelo 3D e identificação do padrão de fraturas do mesmo com o uso de
técnicas automatizadas. Geologicamente, a região de estudo encontra-se na
zona de transição entre dois compartimentos tectônicos do estado da Bahia,
que são o bloco Jequié e o cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá. A formação dos
inselbergs está relacionada com o processo de aplainamento das superfícies.
As etapas do desenvolvimento deste trabalho foram desde o planejamento do
voo e aquisição das imagens, até a geração dos modelos supracitados. Os
resultados obtidos apresentam modelos digitais calculados com 9,86 cm/pixel
de resolução no solo. Desta maneira, com a interpretação e a aplicação de
filtros (curvatura e declividade) nos modelos digitais de elevação e de terreno, o
inselberg apresentou um padrão geométrico elipsoidal, com declividades
maiores localizadas na porção NE. A modelagem do padrão de fraturas da face
NE do afloramento, a partir da análise numérica (curvatura e reclassificações)
do ortomosaico frontal, resultou na geração de 1.486.958 polígonos. Esses
elementos marcam a combinação que forma a arquitetura geométrica da rede
de fraturas. A conexão entre a orientação das fraturas da face NE com as do
ortomosaico revelam potencial para a existência de reservatório hídrico. Além
dessas, foi possível caracterizar as geometrias circulares da distribuição de
feições erosivas associadas à erosão diferencial do corpo ígneo (inselberg).
Com isso, a arquitetura do inselberg, a rede de fraturas e as feições erosivas
puderam ser mapeadas em escala de detalhe, evidenciando assim, a elevada
potencialidade do uso dos VANTs em atividades de mapeamento geológico-
estrutural e geomorfológico.
Palavras-chave: VANT. Inselberg. Itatim. Structure from Motion. Fraturas.
Feições erosivas.
ABSTRACT

The use of unmanned aerial vehicles (UAV) in a lot of knowledge fields has
been growing lately, in a way that this tool has become applicable to the study
of some geological structures (failures and fractures, for example) and
geomorphological (ravines, gulleys and inselbergs, for example). The present
research is about an application of the Structure from Motion (SfM) technique in
a residual rock outcrop ("tocas" inselberg) from "Itatim-BA" region. For this
purpose, it was objectified the obtainment of digital models of elevation and
terrain, and 3D and identification of the fractures pattern of this outcrop using
automated techniques. Geologically, the region of search is located at the
transition zone between 2 tectonic compartments of Bahia state, which are the
"Jequié" block and the "Itabuna-Salvador-Curaçá" belt. The generation of the
inselbergs is related with the planing surfaces process. The development
stages of this research range from the flight plan and image acquisition, to the
generation of the digital models previously mentioned above. The obtained
results present digital models calculated with resolution of 9,86 cm/pixel in the
soil. Thus, through interpretation and application of filters (curvature and slope)
on the digital models of elevation and terrain, the inselberg presented an
ellipsoidal geometric pattern with larger slopes located at the NE portion. The
modeling of the fractures pattern at the NE face of the outcrop, from the
numerical modeling (curvature and reclass) of the frontal ortho mosaic, has
resulted on the generation of 1.486.958 polygons. These elements mark the
combination that forms the geometric architecture of fractures pattern. The
connection between NE’s fractures and ortho mosaic’s fractures orientation
reveal potential to the existence of water reservoir. Beyond these, it was
possible to distinguish circular geometrics of the erosive features associated to
the differential erosion of the igneous rock (inselberg). Thereby, the inselberg's
architecture, the fractures net and the erosive features could be mapped in
detail scale, thus evidencing, the high potential of the UAVs use in activities of
structural-geological and geomorphological mapping.
Key words: UAV. Inselberg. Itatim. Structure from Motion. Fractures. Erosive
features
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: MAPA HIPSOMÉTRICO DA REGIÃO DE ITATIM/BA. O POLÍGONO VERMELHO


REPRESENTA A ÁREA . ............................................................................................. 10

FIGURA 2: POSIÇÕES DOS BLOCOS E CINTURÕES ARQUEANOS E


PALEOPROTEROZOICOS , MARCANDO O INÍCIO DA COLISÃO PALEOPROTEROZOICA.

FONTE: MODELO DE BARBOSA E SABATÉ (2003). RETIRADA DE C ARVALHO &


RAMOS, 2010. ........................................................................................................ 13
FIGURA 3: MAPA DOS COMPARTIMENTOS GEOTECTÔNICOS DO CRÁTON DO SÃO
FRANCISCO (CSF) NO ESTADO DA BAHIA. CAM-CRÁTON AMAZÔNICO, CRP -
CRÁTON RIO DE LA PLATA. CSL - CRÁTON SÃO LUÍS, BG - BLOCO GAVIÃO, BS –
BLOCO SERRINHA, BJ - BLOCO JEQUIÉ, CSC - C INTURÃO SALVADOR-CURAÇÁ,
CI - CINTURÃO ITABUNA, CSE - CINTURÃO SALVADOR- ESPLANADA, LCMJ -
LINEAMENTO CONTENDAS-MIRANTE-JACOBINA, GBRI - GREENSTONE BELT DO
RIO ITAPICURU, ES - SERRA DO ESPINHAÇO SETENTRIONAL, CD - C HAPADA
DIAMANTINA , FS - FAIXA SERGIPANA , FA - FAIXA ARAÇUAÍ, BCA - BACIA DE
CAMAMU-ALMADA, BR - BACIA DO RECÔNCAVO, BT - BACIA DE TUCANO.
MODIFICADO DE BARBOSA & SABATÉ (2004). SUPERFÍCIES DE APLAINAMENTO E
INSELBERGS . FONTE : SANTIAGO, 2010 ................................................................. 15

FIGURA 4: INSELBERG “TOCAS” – OBJETO DESTE ESTUDO – MORRO TESTEMUNHO


ISOLADO NA SUPERFÍCIE APLAINADA ...................................................................... 16

FIGURA 5: REPRESENTAÇÃO DO PROCESSO DE PEDIPLANAÇÃO E FORMAÇÃO DOS


INSELBERGS . FONTE : (CASSETI, 2005) ................................................................. 17

FIGURA 6: FLUXOGRAMA DA GÊNESE DAS SUPERFÍCIES APLAINADAS SEGUNDO MILLOT


(1977, 1982), BÜDEL (1957, 1977) E KING (1953)............................................. 18
FIGURA 7: VANT COM 6 ROTORES. FONTE: EBOOK HORUS AERONAVES.................... 20
FIGURA 8: VANT ASA FIXA. FONTE: EBOOK HORUS AERONAVES ................................ 21
FIGURA 9: DJI PHANTOM 4. FONTE: HTTPS://WWW .DJI.COM/PHANTOM-4.................... 23
FIGURA 10: CLUSTER UTILIZADO PARA PROCESSAMENTO DAS IMAGENS. FONTE:
PEREIRA, MAGALHÃES E CARDOSO (2017). ......................................................... 24
FIGURA 11: A) REPRESENTAÇÃO DA LINHA DE VOO CIRCULAR; E B) REPRESENTAÇÃO
DAS LINHAS DO VOO DOUBLE GRID. ........................................................................ 25

FIGURA 12: A) INFORMAÇÕES ESTABELECIDAS PARA O VOO CIRCULAR; E B)


INFORMAÇÕES ESTABELECIDAS PARA O VOO D OUBLE GRID. ................................ 26
FIGURA 13: A) IMAGENS COLETADAS DURANTE O VOO CIRCULAR; E B) IMAGENS
COLETADAS DURANTE O VOO DOUBLE GRID. .......................................................... 27

FIGURA 14: ESBOÇO DA TÉCNICA SFM EXIGE O INPUT DE MÚLTIPLAS FOTOGRAFIAS


SOBREPOSTAS PARA A RECONSTRUÇÃO TRIDIMENSIONAL (ADAPTADO DE

WESTOBY, M.J. [ET AL.], 2012). FONTE: FONSECA (2016) ................................. 28


FIGURA 15: NUVEM LEVE DE PONTOS RESULTANTE DO ALINHAMENTO DAS IMAGENS .. 28
FIGURA 16: NUVEM DENSA DE PONTOS ......................................................................... 29
FIGURA 17: REPRESENTAÇÃO DA FUNÇÃO CURVATURE – DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DA
JANELA 3X3. FONTE: ESRI (2012)...................................................................... 30

FIGURA 18: INTERPRETAÇÃO TRIGONOMÉTRICA DA DECLIVIDADE EM GRAUS E EM


PORCENTAGEM. FONTE: ESRI (2012)................................................................... 32

FIGURA 19: REPRESENTAÇÃO DA JANELA 3X3 PARA APLICAÇÃO DA FUNÇÃO


DECLIVIDADE . FONTE : ESRI (2012) ...................................................................... 33

FIGURA 20: PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS ..................................................... 34


FIGURA 21: ORTOMOSAICO COM VISTA SUPERIOR DO INSELBERG TOCAS
REPRESENTANDO SUAS DIMENSÕES REAIS . ........................................................... 36

FIGURA 22: MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO PSEUDO ILUMINADO COM DIREÇÃO 315 AZ
E INCLINAÇÃO 45º. AS CURVAS DE NÍVEL ESTÃO ESPAÇADAS DE 20 X 20 METROS.
................................................................................................................................ 37
FIGURA 23: MODELO DIGITAL DE TERRENO PSEUDO ILUMINADO COM DIREÇÃO 315 AZ
E INCLINAÇÃO 45º. AS CURVAS DE NÍVEL ESTÃO ESPAÇADAS DE 20 X 20 METROS.
................................................................................................................................ 38
FIGURA 24: A) FACE SUL-SUDESTE E B ) FACE LESTE DO INSELBERG ......................... 39
FIGURA 25: A) FACE NOROESTE E B ) FACE NORDESTE DO INSELBERG....................... 39
FIGURA 26: CURVATURA APLICADA SOBRE O MDT....................................................... 41
FIGURA 27: FUNÇÃO DECLIVIDADE APLICADA AO MDT. A ESCALA DE CORES ESTÁ EM
GRAUS . .................................................................................................................... 42

FIGURA 28: A) ORTOMOSAICO - PORÇÃO OESTE DA FACE NE DO INSELBERG............ 44


FIGURA 28: B) ORTOMOSAICO - PORÇÃO LESTE DA FACE NE DO INSELBERG............. 45
FIGURA 29: A) CURVATURA - PORÇÃO OESTE DA FACE NE DO INSELBERG ................ 46
FIGURA 29: B) CURVATURA - PORÇÃO LESTE DA FACE NE DO INSELBERG ................. 47
FIGURA 30: A) RECLASSIFICAÇÃO - PORÇÃO OESTE DA FACE NE DO INSELBERG ...... 48
FIGURA 30: B) RECLASSIFICAÇÃO - PORÇÃO LESTE DA FACE NE DO INSELBERG ....... 49
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10
1.1 APRESENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.............. 10
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................... 11
1.2.1 Objetivo geral ....................................................................................... 11
1.2.2 Objetivos específicos .......................................................................... 11
2 ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS REGIONAIS ................. 13
2.1 Geologia Regional .......................................................................................... 13
2.2 Estruturas de deformação em rochas ......................................................... 19
3 AEROFOTOGRAMETRIA UTILIZANDO VANT ...................................................... 20
3.1 Introdução e tipos de VANTs........................................................................ 20
3.2 Operação e Produtos obtidos....................................................................... 21
4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 23
4.1 Materiais .......................................................................................................... 23
4.1.1 Instrumentação..................................................................................... 23
4.1.2 Aquisição dos dados ........................................................................... 25
4.2 Métodos ........................................................................................................... 27
4.2.1 Processamento digital de imagens ................................................... 27
5 RESULTADOS ............................................................................................................... 35
5.1 Ortomosaico e Modelos Digitais .................................................................. 35
5.2 Curvaturas e Declividades ............................................................................ 40
5.3 Interpretação do imageamento da Face NE .............................................. 42
6 CONCLUSÕES E DISCUSSÕES ............................................................................... 50
6.1 Sugestões para trabalhos futuros................................................................ 51
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 52
10

1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A região de Itatim-Ba (Figura 1), a qual representa a área geográfica


deste estudo, possui uma das maiores concentrações de inselbergs do mundo,
e está localizada no Cráton São Francisco (CSF), na região de transição entre
os blocos Jequié, Serrinha, e o cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá. (Santiago,
2010)

Figura 1: Mapa hipsométrico da região de Itatim/BA. O polígono vermelho


representa a área.

Diversas teorias tentam explicar a gênese das superfícies aplainadas


como as teorias de Millot, King e Büdel. De maneira geral, estas teorias tentam
associar elementos do clima como mecanismos redutores do volume das
11

rochas à característica de solos sertanejos, e o surgimento dos morros


residuais inselbergs. (Santos & Salgado, 2010; Carvalho & Ramos, 2010)
Observar estas estruturas de maneira individual é um dos focos das
geociências, as quais estão voltadas para entender os processos e a formação
da zona onde eles se encontram, ou mesmo os processos que ainda estão
ocorrendo num grande intervalo de tempo geológico.
Devido à sua vasta aplicação na captura de imagens da superfície
terrestre através da aerofotogrametria utilizando a técnica Structure from
Motion (SfM), os veículos aéreos não tripulados (VANTs) são uma ótima
ferramenta para o estudo destas rochas residuais.
Com o auxílio de softwares para o processamento das imagens
levantadas, é possível a geração de modelos digitais de elevação e terreno e
modelo 3D da estrutura estudada, que é a função principal da técnica SfM.
Além disso, também é possível a identificação e caracterização do padrão de
falhas/fraturas e superfícies erosivas.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Realizar levantamentos aerofotogramétricos utilizando um veículo aéreo


não tripulado (VANT) e aplicar rotinas de processamento digital de imagens e
interpretação geológica-geomorfológica.

1.2.2 Objetivos específicos

A partir do processamento digital das imagens utilizando os softwares


Agisoft Photoscan, versão 1.3.2 e Arcgis, versão 10.2.2 pretende-se:
- Obter as nuvens leve e densa de pontos, e posteriormente, os modelos
digitais de superfície e terreno (MDS e MDT), ortomosaicos e modelos 3D.
- Filtrar os dados por meio da aplicação das técnicas automáticas das funções
curvatura e declividade nos modelos de superfície e terreno.
- Realizar uma análise estrutural automática do padrão de distribuição de falhas
e fraturas ao longo dos afloramentos.
12

- Realizar a caracterização da distribuição lateral das estruturas de deformação


(falhas e fraturas) e feições erosionais dos relevos residuais (inselbergs).
13

2 ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS REGIONAIS

2.1 Geologia Regional

O CSF se trata de uma estrutura geotectônica que abrange os estados


da Bahia, Minas Gerais e Sergipe e que é a mais bem exposta e estudada
unidade de embasamento tectônico da plataforma sul-americana (Carvalho &
Ramos, 2010; Santiago 2010). O CSF é formado por um conjunto de blocos
antigos, suturados por sucessivos processos tectônicos acrescionários e
colisionais, datados no final do Paleoproterozoico (Barbosa & Sabaté, 2003).
O embasamento cristalino é constituído pelos blocos: Jequié, Gavião,
Serrinha e pelo cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá (Carvalho & Ramos, 2010).
Na porção oriental do CSF, encontra-se a zona de transição e colisão entre o
Bloco Jequié (BJ), e o Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, (Santiago, 2010).
Sobre esta porção, está o município de Itatim (Santiago, 2010) e a distribuição
dos inselbergs (França, Melo, & Santos, 1997). A colisão mostrada na Figura 2
teria ocorrido entre os quatro blocos supracitados no sentido NW-SE (Santiago,
2010).

Figura 2: Posições dos blocos e cinturões arqueanos e paleoproterozoicos,


marcando o início da colisão paleoproterozoica. Fonte: Modelo de Barbosa e
Sabaté (2003). Retirada de Carvalho & Ramos, 2010.
14

Os lipotipos do bloco Jequié consistem em migmatitos e intrusões


granítico-granodioríticas, possuindo deformações intensas e metamorfizados
na fácies granulito (Carvalho & Ramos, 2010). Já o cinturão Itabuna-Salvador-
Curaçá consiste principalmente em tonalitos-tronjhemitos-granodioritos (TTG’s)
resultantes da fusão de crosta oceânica, com a presença de corpos
charnockíticos, e faixas de rochas metassedimentares. O metamorfismo neste
bloco atingiu a fácies granulito e a sua sedimentação se processou em arcos
de ilhas, bacias retroarco e zonas de subducção (Carvalho & Ramos, 2010).
No munícipio de Itatim e em suas redondezas, prevalece um domínio do
complexo granito-gnaisse-migmatítico e granulitos, composto por granulitos
indiferenciados, e próximo à região de colisão entre os blocos, existe um
domínio de complexos granitóides intensamente deformados (ortognaisses),
com unidade geológica composta por charnockitos (Carvalho & Ramos, 2010).
A Figura 3 apresenta o mapa de Geodiversidade do estado da Bahia e o
mesmo demonstra a complexidade geológica associada aos diferentes
domínios geotectônicos (Carvalho & Ramos, 2010).
15

Figura 3: Mapa dos compartimentos geotectônicos do Cráton do São Francisco


(CSF) no Estado da Bahia. CAM-Cráton Amazônico, CRP - Cráton Rio de la
Plata. CSL - Cráton São Luís, BG - Bloco Gavião, BS – Bloco Serrinha, BJ -
Bloco Jequié, CSC - Cinturão Salvador-Curaçá, CI - Cinturão Itabuna, CSE -
Cinturão Salvador- Esplanada, LCMJ - Lineamento Contendas-Mirante-
Jacobina, GBRI - Greenstone Belt do Rio Itapicuru, ES - Serra do Espinhaço
Setentrional, CD - Chapada Diamantina, FS - Faixa Sergipana, FA - Faixa
Araçuaí, BCA - Bacia de Camamu-Almada, BR - Bacia do Recôncavo, BT -
Bacia de Tucano. Modificado de Barbosa & Sabaté (2004). Superfícies de
aplainamento e inselbergs. Fonte: Santiago, 2010

Para Santos & Salgado (2010), a gênese das superfícies de


aplainamento no Brasil é um assunto polêmico, embora seja possível agrupar
os modelos teóricos entre climáticos e estruturais. Além disso, existem três
modelos que melhor explicam estas feições. Estes são os modelos de King
(1953), Büdel (1957, 1977) e Millot (1977, 1982).
Segundo Santos & Salgado (2010), no modelo de King (1953) – Teoria
da Pediplanação- os aplainamentos ocorrem em regiões de calmaria tectônica
16

as quais foram submetidas a condições climáticas com tendência à aridez ou


semiaridez.
Neste modelo, as superfícies aplainadas surgem devido à erosão
associada aos soerguimentos tectônicos, onde os vales fluviais associados
com a rede de drenagem se alargam e depositam os materiais detríticos que se
acumulam em forma de rampas suaves denominadas pedimentos (Santos &
Salgado, 2010). Por fim, restariam os morros testemunhos chamados de
inselbergs, como o da Figura 4, representativos de rochas mais antigas e
resistentes, e na superfície aplainada chamada de pediplano se formariam
depressões onde os sais se acumulariam (Santos & Salgado, 2010). (Figura 5)
A teoria de Büdel (1957, 1977) – Teoria da Etchplanação- baseia-se no
amadurecimento das observações realizadas por Wayland (1976), (Santos &
Salgado, 2010). Nesta teoria, além da quietude tectônica, um clima tropical
semiúmido contribui para que ocorram concomitantemente o intemperismo
químico e a erosão mecânica.

Figura 4: Inselberg “Tocas” – Objeto deste estudo – Morro testemunho isolado


na superfície aplainada
17

Figura 5: Representação do processo de pediplanação e formação dos


inselbergs. Fonte: (Casseti, 2005)

Para Santos & Salgado (2010) a contribuição de Büdel (1957, 1977)


para a explicação da formação destes aplainamentos, reside na evidenciação
da dificuldade da existência da erosão mecânica sem que ocorresse produção
de pedimentos pelo intemperismo químico prévio. Desta forma, supõe-se que
pela dificuldade da gênese das superfícies de aplainamento em climas áridos e
semiáridos, as mesmas tenham sido formadas numa época onde
predominavam condições paleoambientais semiúmidas (Santos & Salgado,
2010).
Segundo Santos & Salgado (2010), a teoria de Millot (1977, 1982)
baseia-se na ideia de que os aplainamentos ocorreram graças às sucessivas
mudanças no clima de uma região no decorrer do tempo geológico, sendo o
processo como um todo, dividido em três etapas, que são: (i) intemperismo da
rocha fresca em subsuperfície; (ii) transformação pedogenética do material
anteriormente alterado e; (iii) erosão superficial. Neste caso, porém, a etapa (iii)
ocorre no clima árido/semiárido e as etapas (i) e (ii) acontecem em climas
úmidos, marcando uma preparação para que a última etapa ocorra.
Santos & Salgado (2010) concluem que na região de Itatim/Milagres, a
Teoria da Pediplanação deve ser contestada em razão da dificuldade da
formação das grutas observadas na região em climas áridos-semiáridos. A
Teoria da Etchplanação, embora se adeque melhor à região pela justificativa da
existência de um clima úmido, apresenta problemas em razão da existência de
playas, as quais marcam a regressão lateral das vertentes e outras
características de regiões de climas áridos, contrariando o fundamento da
moldagem da superfície em um clima tropical. Já a teoria de Millot parece ser a
18

mais coerente, por justificar que a construção destas paisagens e feições se


deu por um longo processo de mudança de climas, onde cada tipo de clima
teve uma diferente contribuição na modelagem da paisagem.
Os processos descritos aqui podem ser resumidos a partir do fluxograma
da Figura 6:

Figura 6: Fluxograma da gênese das superfícies aplainadas segundo Millot


(1977, 1982), Büdel (1957, 1977) e King (1953).
19

2.2 Estruturas de deformação em rochas

As estruturas de deformação que podem ser encontradas nas rochas


dependem do regime no qual as tensões que causaram tais deformações
foram aplicadas. De maneira geral, as deformações são classificadas em
rúpteis ou dúcteis. As primeiras ocorrem em rochas frágeis, que não se
deformam plasticamente, e rompem-se repentinamente quando submetidas a
elevadas tensões. Já as segundas ocorrem no regime plástico da rocha, no
qual a deformação é irreversível, e aumenta conforme a intensidade da tensão
aplicada, além de levarem mais tempo para romperem.
O estudo destas feições estruturais se dá através de três informações –
a direção, o sentido e o mergulho- das camadas rochosas, permitindo aos
geocientistas a compreensão e reconstrução da história deformacional de uma
determinada região (Grotzinger & Jordan, 2013).

Segundo Santiago (2010) os inselbergs são maciços granitóides, e foi


observado em campo que, as estruturas de deformação presentes são
características de deformações frágeis, evidenciadas principalmente por
fraturas, juntas e falhas. Estas informações reforçam as teorias de
aplainamento de superfície apresentadas anteriormente, onde apenas as
rochas mais antigas e resistentes prevaleceriam sob condições climáticas que
favorecem o intemperismo e a erosão.
20

3 AEROFOTOGRAMETRIA UTILIZANDO VANT

3.1 Introdução e tipos de VANTs

De acordo com o ebook da Horus Aeronaves, a palavra


aerofotogrametria é derivada das palavras luz, descrição e medidas. Sendo
assim, esta técnica, que foi desenvolvida em 1903, apresenta-se atualmente
como uma maneira de obter fotografias com dados topográficos da superfície
terrestre normalmente para finalidades cartográficas, mas que já vêm sendo
utilizadas para fins geológicos, ambientais e agrícolas.
Dados aerofotogramétricos são coletados atualmente por satélites,
aviões e VANTs. A grande vantagem que os dados adquiridos por VANTs e
aviões têm sobre os dados de satélites está associada a resolução espacial
das imagens, ou GSD (Ground Sampling Distance).
O principal benefício do uso de VANTs sem dúvidas é o custo baixo do
equipamento e softwares de processamento digital de imagens. Além disso,
tem-se a rápida aquisição das imagens, e uma elevada gama de aplicações.
Atualmente, já existem muitos pesquisadores utilizando esta ferramenta para
estudo de solos, erosão, geologia, na agricultura e até na construção civil.
Os VANTs podem ser de dois tipos:
 Multirrotores (Figura 7)

Figura 7: VANT com 6 rotores. Fonte: ebook Horus Aeronaves


21

Este tipo de VANT pode ser operado manualmente ou de maneira


automática, a depender do tipo de trabalho que está sendo realizado.
Normalmente, possuem uma câmera de alta resolução associada e realiza
voos com média temporal de 25 minutos.
 Asa fixa (Figura 8)

Figura 8: VANT asa fixa. Fonte: ebook Horus Aeronaves

Estes VANTs são como mini aviões, e possuem autonomia de voo maior
do que os multirrotores, podendo ficar até 50 minutos em operação. São
normalmente indicados para voos em áreas extensas.

3.2 Operação e Produtos obtidos

As aplicações dos VANTs para a ciência se dão através da técnica


Structure from Motion (SfM), que representa um elemento real tridimensional a
partir da tomada de várias imagens bidimensionais.
Para que os dados obtidos possuam boa qualidade de modo a garantir o
bom funcionamento da SfM, alguns parâmetros devem ser estabelecidos
respeitando-se alguns limites. Estes parâmetros são: i) sobreposição das
imagens, que são tiradas de forma sequencial, para que o software de
processamento encontre pontos em comum; ii) velocidade de voo, para garantir
que todas as informações serão capturadas sem ruídos; iii) altura do voo, para
garantir imagens com boa resolução; iv) ângulo da câmera, para garantir que a
informação de interesse está sendo captada corretamente.
22

Dentre os produtos que se pode obter através da aerofotogrametria


utilizando VANT destacam-se: i) os modelos digitais de elevação e terreno; ii)
na situação de pilares e vigas na construção civil, onde a partir do uso de filtros
pode-se estimar geometrias (perímetro, áreas e volumes, por exemplo); iii) na
área agrícola, onde as informações acerca da saúde da vegetação podem ser
obtidas com a aplicação de técnicas algébricas das bandas do espectro visível
e infravermelho próximo.
23

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Materiais

4.1.1 Instrumentação

Para este estudo, um VANT modelo DJI Phantom 4 de 4 rotores, como o da


Figura 9, foi utilizado.

Figura 9: DJI Phantom 4. Fonte: https://www.dji.com/phantom-4

As especificações técnicas deste modelo de VANT são:

 Peso total: 1,380 kg


 Diagonal: 350 mm (sem hélices)
 Velocidade máxima de subida: 6 m/s
 Velocidade máxima de descida: 4 m/s
 Velocidade máxima: 20 m/s ou 72 km/h (modo Sport)
 Tempo de voo máximo: cerca de 28 minutos
 Distância do sensor de obstáculo: 0,7 metros a 15 metros
 Resolução de vídeo: 4K a 24 fps; 2,7K (2704×1520) a 24, 25 e 30 fps;
Full HD (1920×1080) a 24, 25, 30, 48, 50, 60 e 120 fps; HD (1280×720)
a 24, 25, 30, 48, 50 e 60 fps
 Bitrate máximo de vídeo: 60 Mbps
 Formato de vídeo: MP4 / MOV (MPEG – 4 AVC/H.264)
 Sensor da câmera: 12 MP (1/2.3”)
 Lente: 20 mm com f/2.8 e campo de visão de 94º
24

 Velocidade do obturador: 8s -1/8000s


 Tamanho máximo de imagem: 4000×3000 pixels
 Formatos de foto: JPEG, DNG (RAW)
 Bateria do drone: 5.350 mAh
 Bateria do controle: 6.000 mAh
 Frequência do controle: 2.4 GHz a 2.483 GH
 Temperatura para operação: 0°C a 40°C
 Localização: GPS / GLONASS

Para as rotinas de processamento e interpretação dos dados, foram


utilizados os softwares Agisoft photoscan versão 1.3.2 e ArcGis versão 10.2.2.
O Agisoft foi utilizado para o tratamento das imagens e posterior geração dos
modelos digitais de elevação e terreno (MDE e MDT), modelo 3D e
ortomosaicos. Já o ArcGis foi usado para interpretar os produtos do
processamento do Agisoft, e calcular a curvatura, declividade e o padrão de
fraturas e estruturas erosivas dos ortomosaicos e modelos tridimensionais
gerados.

A primeira parte do processamento digital das imagens foi feita em um


Cluster Dell composto por 32 núcleos Intel® Xeon® @2,60GHz equipado com
32 gigabytes de memória RAM apresentado na Figura 10.

Figura 10: Cluster utilizado para processamento das imagens. Fonte: Pereira,
Magalhães e Cardoso (2017).
25

4.1.2 Aquisição dos dados

A aquisição das fotografias aéreas foi dividida em três etapas:


 Etapa 1

No dia 21/07/2017 foram realizados 2 voos para reconhecimento do


local, de modo a determinar a altura, distância da estrutura de estudo, e
angulação da câmera que deveriam ser tomadas para garantir imagens com
boa qualidade.
Em seguida, as imagens obtidas foram descarregadas e no aplicativo de
smartphone “Pix4D” as definições do voo previamente definidas foram
inseridas, como mostrado nas Figuras 11 e 12, para que no dia seguinte, toda
a aquisição fosse feita de forma automática.

Figura 11: a) Representação da linha de voo circular; e b) representação das


linhas do voo double grid.
26

Figura 12: a) Informações estabelecidas para o voo circular; e b) informações


estabelecidas para o voo Double Grid.

 Etapa 2

No dia 22/07/2017 foi realizado um voo circular, onde após a coleta de


17 imagens, perdeu-se o sinal entre o controle remoto e o VANT, como se nota
na Figura 13. Após duas tentativas com a falha do sinal no mesmo local, as
imagens restantes foram capturadas manualmente com a utilização do
aplicativo de smartphone “DJI GO 4” mantendo-se os mesmos parâmetros
estabelecidos no aplicativo previamente utilizado.
 Etapa 3

Após a realização do voo circular, iniciou-se o voo em double grid, onde


ocorreu o mesmo problema de falha do sinal, mas desta vez, o mesmo ocorreu
após a coleta de 85 imagens, durante o voo das linhas do segundo grid,
também exibido na Figura 13. Da mesma forma como foi feito na etapa
anterior, mais algumas imagens foram retiradas manualmente de modo a
contemplar toda a estrutura do inselberg.
27

Figura 13: a) Imagens coletadas durante o voo circular; e b) imagens coletadas


durante o voo double grid.

Após a realização destas três etapas, já no laboratório, as imagens


foram selecionadas, e aquelas que não continham informações relevantes para
o trabalho, ou cuja iluminação não favorecia a extração de informações
confiáveis foram descartadas e com isso iniciou-se o processamento
computacional e posteriormente a interpretação dos dados.

4.2 Métodos

4.2.1 Processamento digital de imagens

4.2.1.1 Geração de ortomosaico e modelos digitais


O processamento dos dados foi feito pela implementação da técnica
Structure from Motion (SfM). Sendo assim, com a utilização desta técnica,
pode-se criar estruturas 3D a partir de imagens estáticas capturadas em 2D,
através do processamento das mesmas em softwares adequados para tal
(Figura 14). (Paoli & Trindade, 2015)
28

O processamento das 173 imagens foi feito no software Agisoft


Photoscan 1.3.2. As etapas envolvidas no processamento digital das imagens
incluem:
1. Alinhamento das fotografias (construção da nuvem leve de pontos);
2. Construção da nuvem densa de pontos;
3. Geração do ortomosaico de planta;
4. Geração do modelo digital de elevação;
5. Geração do modelo digital de terreno;
6. Geração do modelo 3D;

Figura 14: Esboço da técnica SfM exige o input de múltiplas fotografias


sobrepostas para a reconstrução tridimensional (adaptado de Westoby, M.J. [et
al.], 2012). Fonte: Fonseca (2016)

Na etapa 1 o software busca pontos em comum nas fotografias, e


combina-os juntamente com a posição da câmera para cada imagem. A nuvem
dispersa de pontos que é formada representa o resultado do alinhamento
fotográfico e está representada na Figura 15.

Figura 15: Nuvem leve de pontos resultante do alinhamento das imagens.


29

Na etapa 2, a nuvem densa de pontos é construída, como mostrado na


Figura 16, por um processo semelhante ao que ocorre na etapa 1. Esta é a
etapa do processamento que mais demora em razão da quantidade de pontos.
A partir da nuvem densa, é possível gerar a textura, os modelos digitais e
ortomosaicos.

Figura 16: Nuvem densa de pontos

Na etapa 3, o ortomosaico é gerado a partir de um conjunto de ortofotos,


que são fotografias que mostram a posição ortográfica verdadeira dos objetos.
Na etapa 4, as informações de posicionamento dos pontos geram um
modelo com cores referentes à altitude dos conjuntos de informação. Cada
ponto contém uma coordenada (X, Y, Z), e o parâmetro a ser modelado está
em função de X e Y, isto é, Z = f(X, Y). Independente do sistema de
coordenadas, a localização dos pontos está associada a uma altitude. Neste
modelo, todos os elementos da superfície (vegetação, edificações e outras
estruturas que compõem as imagens) têm seus pontos levados em conta.
Na etapa 5, um modelo matemático é aplicado para que os pontos que
pertençam à superfície, mas não ao terreno, sejam desconsiderados. Usando o
princípio da filtragem de Vosselman (2000), o modelo funciona da seguinte
maneira (Cardoso, Silva, & Pazoti, 2014):

{ | ( ) } (eq.1)

Ou seja, sendo A um conjunto de pontos do MDE e a função


que define a altura máxima permitida entre dois pontos adjacentes, todos os
30

pontos cujas diferenças de altura entre eles e seus adjacentes sejam maiores
que são desconsiderados pelo MDT (Cardoso, Silva & Pazoti, 2013).
Na etapa 6, é construída uma malha triangular 3D que representa o
objeto, baseada na nuvem densa de pontos.
Os procedimentos aqui descritos serão explorados no capítulo seguinte.

4.2.1.2 Técnicas de filtragem dos modelos digitais

Após o processamento, alguns produtos como o ortomosaico de planta,


o MDE e o MDT foram exportados com coordenadas geográficas e projetadas.

As funções utilizadas para a modelagem numérica foram: Curvature


(curvatura); Slope (declividade); e Reclass (reclassificação). Os fundamentos
matemáticos destas funções são:

 A função Curvature

A curvatura de uma superfície é calculada célula a célula, e para cada


célula, um polinômio de quarta ordem na forma:

(eq. 2)
É adequado a uma superfície composta por uma janela 3x3 como a mostrada
na Figura 17. Os coeficientes da equação são então calculados a partir desta
superfície utilizando as seguintes equações:

Figura 17: Representação da função Curvature – Diagrama esquemático da


janela 3x3. FONTE: ESRI (2012)
31

(eq. 3)

(eq. 4)

(eq. 5)

(eq. 6)

(eq. 7)

(eq. 8)

(eq. 9)

(eq. 10)

(eq. 11)

A saída desta função é a segunda derivada da superfície. Essa segunda


derivada seria, por exemplo, equivalente ao declive do declive.
(eq. 12)
Do ponto de vista de aplicações, a informação que essa função imprime
pode ser usada para descrever as características físicas de uma rede de
drenagem as quais estão relacionadas ao entendimento dos processos de
erosão e escoamento superficial. Enquanto a declividade influencia a dinâmica
geral de movimento de partículas sobre ele, definindo a direção do fluxo, a
curvatura define a aceleração/desaceleração deste fluxo, tendo influência na
erosão e deposição. A curvatura planiforme influencia na convergência ou
divergência deste fluxo.

 A função Slope

De maneira semelhante à função curvatura, a função declive põe uma


célula no centro de uma janela 3x3, mas nesta ferramenta, verifica-se a
máxima variação de elevação entre a célula central e as 8 células vizinhas, de
modo a identificar a inclinação mais acentuada, que é a inclinação da célula.
Conceitualmente, esta função adequa um plano aos valores de altitude
da vizinhança da célula central numa janela 3x3, e o declive é calculado
32

utilizando a técnica da variação máxima, isto é, o declive é o módulo do vetor


gradiente da altitude da célula central em função da sua vizinhança, e pode ser
expresso em graus ou porcentagem. Quando uma célula da vizinhança não
possui dados de altitude, o valor da célula central lhe é atribuído, fazendo com
que não haja alteração no gradiente.
Para entender o tanto o algoritmo quanto as unidades da declividade,
pode-se utilizar a trigonometria como é mostrado na Figura 18:

Figura 18: Interpretação trigonométrica da declividade em graus e em


porcentagem. Fonte: ESRI (2012)

O algoritmo responsável por esta função, que relaciona a variação de


altura entre as células vizinhas na direção horizontal (dz/dx) e vertical (dz/dy),
ou longitudinal e latitudinal, é:

(√([ ] [ ] )) (eq. 13)

A declividade é normalmente calculada em graus, utilizando o algoritmo:

(√([ ] [ ] )) (eq. 14)

A Figura 19 mostra um exemplo de célula 3x3 para aplicação da função


declividade, onde a célula central “e” tem seu valor calculado a partir das
diferenças vertical e horizontal entre seus vizinhos de “a” a “i”.
33

Figura 19: Representação da janela 3x3 para aplicação da função declividade.


Fonte: ESRI (2012)

Na direção horizontal, a variação da altura é calculada por:

[ ] (eq. 15)

Enquanto na direção vertical, esta variação é dada por:

[ ] (eq. 16)

 A função reclass

Esta função basicamente trata as informações das células


reclassificando-as de acordo com parâmetros escolhidos pelo usuário. As
informações passam a ser agrupadas e generalizadas de acordo com os limites
estabelecidos.
A depender do propósito do trabalho, o usuário pode, por exemplo,
classificar toda a superfície como o mesmo tipo de informação, e falhas e
fraturas como outra. O resultado será um mapa temático com destaques para
as informações de interesse.
As etapas envolvidas nos procedimentos numéricos podem ser
resumidas da seguinte maneira (Figura 20):
34

Figura 20: Processamento digital de imagens


35

5 RESULTADOS

5.1 Ortomosaico e Modelos Digitais

O inselberg das tocas possui geometria aproximadamente elíptica com


as seguintes dimensões: 540 m no eixo maior, 264 m no eixo menor, e 1,44 km
de perímetro, como pode ser visto nas Figuras 21, 22, 23, 24 e 25.
O ortomosaico da Figura 21 e os modelos tridimensionais das Figuras 24
e 25 mostram que as porções NE e centro-sul do inselberg encontram-se
menos alteradas do que as demais. Desta maneira, o padrão de distribuição
das fraturas pode ser mais bem observado.
O padrão de fraturas subverticais (com orientação principal para NNE-
SSW) e feições erodidas na rocha, como as “tocas”, que são produtos da
erosão diferencial, podem ser analisadas no ortomosaico e nos modelos
digitais de elevação e de terreno (Figuras 21, 22 e 23).
As estruturas erosivas possivelmente se desenvolveram devido à
remoção de um material menos resistente (possíveis rochas ígneas
intermediárias e máficas, dioritos e dronodiorito, por exemplo), onde apenas o
material mais resistente (rochas graníticas) ficou preservado (Figuras 21, 22,
23, 24 e 25).
36

Figura 21: Ortomosaico com vista superior do Inselberg Tocas representando


suas dimensões reais.
37

Figura 22: Modelo digital de elevação pseudo iluminado com direção 315 AZ e
inclinação 45º. As curvas de nível estão espaçadas de 20 x 20 metros.
38

Figura 23: Modelo digital de terreno pseudo iluminado com direção 315 AZ e
inclinação 45º. As curvas de nível estão espaçadas de 20 x 20 metros.
39

Figura 24: a) Face Sul-Sudeste e b) Face Leste do Inselberg

Figura 25: a) Face Noroeste e b) Face Nordeste do Inselberg


40

5.2 Curvaturas e Declividades

A curvatura do MDT na Figura 26 evidencia a existência de um padrão


de fraturas ao longo da borda do inselberg, próximo de suas regiões mais
íngremes, com inclinações entre 72º e 89º como pode ser visto na declividade
do MDT na Figura 27.
As porções NE e Centro-sul do inselberg que se encontram menos
alteradas, mostram ser os melhores locais para o estudo das fraturas, em
razão da oposição dos sinais das funções curvatura e declividade (Figuras 26 e
27). Sobre estas regiões é possível observar a existência de fraturas
subverticais ortogonais orientadas nas direções NNE-SSW e NNW-SSE,
enquanto as demais regiões do mesmo apresentam superfícies intemperizadas
aproximadamente planas, dificultando a extração de informações.
A aplicação da técnica declividade no MDT (Figura 27) mostra que as
regiões menos alteradas são também as regiões mais íngremes,
apresentando-se como potencial para o estudo de fraturas e perfil de
escoamento hídrico destas áreas. A partir da união das informações das
declividades com as curvaturas, associando-as com as linhas de fluxo, a
inclinação e o mergulho das fraturas e as respectivas características dinâmicas
do perfil de escoamento é possível extrair informações acerca de reservatórios
hídricos no interior do corpo.
A característica de preservação de algumas regiões da rocha enquanto
outras estão aproximadamente planas, com inclinações entre 0º e 35º, com
aspectos de esfoliação esferoidal, contendo partículas de solo e vegetação é
explicada pelas teorias de aplainamento da superfície. Neste caso, as regiões
que mantém suas características e apresentam o padrão de fratura são as
porções mais resistentes a processos erosionais da rocha, enquanto todo o
resto em um longo intervalo de tempo geológico se transformará em solo mais
rapidamente.
Como a região onde o inselberg está inserido possui clima semiárido, a
possibilidade de propagação das fraturas para o interior do corpo apresenta
potencial para existência de reservatório hídrico subterrâneo.
41

Figura 26: Curvatura aplicada sobre o MDT


42

Figura 27: Função declividade aplicada ao MDT. A escala de cores está em


graus.

5.3 Interpretação do imageamento da Face NE

Tanto o ortomosaico como os produtos da aplicação das funções


curvatura e reclassificação na face Nordeste do inselberg mostram a existência
de um padrão de fraturas, orientadas principalmente nas direções sub-
43

horizontais e subverticais. Estas fraturas estão distribuídas ao longo de todo o


perfil como pode ser visto nas Figuras 28, 29 e 30. Outra característica
importante desta face é a exibição frontal das “tocas”.

A aplicação da curvatura nesta face (Figura 29) exibe a existência de


perfis para o escoamento interno na rocha, que podem ser descritos através do
mergulho e direção das fraturas existentes. É possível observar a
compatibilidade nas direções das fraturas subverticais na região Centro-Sul
com as da face NE, amplificando os indícios da propagação das fraturas
internamente no corpo do inselberg e consequentemente, da existência de
reservatórios hídricos no mesmo (Figuras 26, 27, 28, 29 e 30).

A aplicação da reclassificação (Figura 30) exibe o padrão de fraturas do


perfil com uma escala de cores reduzida, de modo a evidenciar as mesmas.
Com a aplicação desta função, foram obtidos 1.486.958 polígonos, que são os
elementos constituintes da arquitetura geométrica desta face.

Na superfície das “tocas” observa-se uma pequena região com fraturas,


melhor exibida após a reclassificação (Figura 30). O padrão de fraturas da
região interna destas feições não pôde ser extraído devido à falta de
iluminação desta superfície, e limitação da resolução do aparelho (9,86
cm/pixel), impossibilitando a coleta de imagens contendo estes dados.
44

a)

Figura 28: a) Ortomosaico - Porção Oeste da face NE do Inselberg


45

b)

Figura 28: b) Ortomosaico - Porção Leste da face NE do Inselberg


46

a)

Figura 29: a) Curvatura - Porção Oeste da face NE do Inselberg


47

b)

Figura 29: b) Curvatura - Porção Leste da face NE do Inselberg


48

a)

Figura 30: a) Reclassificação - Porção Oeste da face NE do Inselberg


49

b)

Figura 30: b) Reclassificação - Porção Leste da face NE do Inselberg


50

6 CONCLUSÕES E DISCUSSÕES

Após os levantamentos aerofotogramétricos utilizando um VANT DJI Phantom


4 na região de Itatim, foram realizados o processamento e a filtragem dos dados
utilizando os softwares Agisoft Photoscan versão 1.3.2 e Arcgis, versão 10.2.2. Com
isso, foi possível gerar as nuvens leve e densa de pontos, os modelos digitais de
elevação (MDE) e terreno (MDT), os ortomosaicos e o modelo 3D do objeto de
estudo.
O produto da filtragem, que incluiu a aplicação das funções curvatura e
declividade no MDE e MDT, mostra um padrão de fraturas na borda do Inselberg,
que pôde ser mais bem explorada através do ortomosaico da face NE do mesmo,
tomada como exemplo.
Os dados das funções curvatura e declividade do ortomosaico de planta com
a curvatura e reclassificação do ortomosaico da face NE apresentam conexão e
possibilidade da extração de informações acerca de reservatórios hídricos.
O perfil NE, que apresenta um padrão de fraturas sub-horizontais e
subverticais em toda sua extensão é um potencial objeto de estudo para detecção e
mapeamento e modelagem de alta resolução. Estas informações associadas às
informações exibidas pelas funções declividade e curvatura podem prever o perfil de
escoamento interno nas áreas fraturadas.
Além das estruturas erodidas na face Nordeste do Inselberg, observa-se
também blocos soltos sobre sua porção Sudoeste. Como o clima não favorece para
os processos mecânicos que diminuem o volume da rocha, a geometria desta
estrutura pode ser explicada de acordo com as teorias de aplainamento da
superfície do sertão, onde Millot traz a hipótese de processos ocorrendo devido a
grandes mudanças em longos intervalos de tempo geológico.
Para uma efetividade no processo de detecção do padrão de fraturas, seria
necessária também a identificação do desvio e mergulho das fraturas coletados em
campo. Ainda assim, foi possível, através da reclassificação, a obtenção da
informação sobre a existência de 1.486.958 polígonos, que são os elementos
constituintes da arquitetura geométrica do padrão de fraturas.
51

Através deste trabalho, foi possível verificar a funcionalidade e relevância do


uso de VANTs no mapeamento e modelagem de estruturas de deformação em
rochas.

6.1 Sugestões para trabalhos futuros

Fica como sugestão para trabalhos futuros utilizando VANT para identificação
de características em rochas:
- Comparação de dados medidos em terra com dados levantados por
aerofotogrametria.
- Determinação da direção e mergulho das fraturas de rochas utilizando
VANTs.
52

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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