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CLOS LANSON
O CHAMPAGNE DO CORAÇÃO DE REIMS ESP
ECI A
L
ED.
10 VARIEDADES
SUBESTIMADAS
QUE PRODUZEM
150
GRANDES VINHOS
HARMONIZAÇÃO
SUGESTÕES PARA COMBINAR
COM CABERNET FRANC
FERMENTAÇÃO
MALOLÁTICA
O TRUNFO DOS
ENÓLOGOS
DE LOUISE
BOURGEOIS
AO L’APPARITA
A ARTE E OS VINHOS
DO CASTELLO DI AMA
DICAS
COMO COMPRAR
COM SEGURANÇA
SEM PROVAR O
VINHO ANTES
O MELHOR DO
POMEROL
DEGUSTAÇÃO DE SAFRAS HISTÓRICAS DE PETRUS, LE PIN, LAFLEUR,
ANO XI - NO 150 - R$ 18,00 – € 4,00
ISSN 18083722
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EDITORIAL |
Número
150
DIREÇÃO
PUBLISHER
Christian Burgos - christian@innereditora.com.br
DIRETORA DE OPERAÇÕES
Christiane Burgos - christiane@innereditora.com.br
REDAÇÃO
EDITOR
E
sta edição marca o número 150 de ADEGA. Doze anos Arnaldo Grizzo - a.grizzo@revistaadega.com.br
geralmente subestimadas, mas capazes de produzir excelentes vinhos. REPRESENTANTES COMERCIAIS - BRASIL
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Carminha Aoki - carminhaaoki.adegasabor@gmail.com
uma entrevista com Lorenza Sebasti, do Castello di Ama, produtora
RIO GRANDE DO SUL/SANTA CATARINA
do fenomenal L’Apparita e “detentora” de uma coleção de arte singu- Sônia Machado - sonia@vistamontes.com.br
lar com obras estonteantes de nomes como Michelangelo Pistoletto,
MARKETING
Anish Kapoor, Louise Bourgeois, Lee Ufan etc. marketing@innereditora.com.br
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sobre a pisa a pé em lagares de pedra, uma técnica ancestral que Estados Unidos
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46
12 54
ENTREVISTA LISTA
12 O melhor do vinho e da
arte, por Lorenza Sebasti, do
62 Conheça 10 variedades de uva
subestimadas, mas capazes de
Castello di Ama produzir grandes vinhos
62
70
ESCOLA DO VINHO
78 Por que a pisa a pé sobrevive
até os nossos dias? O que ela 87
tem de especial?
ENOARQUITETURA
72 Gatos e peixes gigantes no
jardim exótico da Sculpterra
TODO MÊS
8 | CARTAS
Winery
10 | ADEGA RESPONDE
DROPS 22 | PRESENTES
24 | MUNDOVINO
SAÚDE
56 Vinho contra as cáries 87 | CAVE
Vinho branco
no decanter?
O leitor Enzo Pereira questiona: “Entendo o porquê de se decantar vinhos tintos
para a separação de sedimentos, mas por que decantar vinho branco?”
D
ecantar signiica “separar (um líquido Ainda assim, os vinhos brancos raramente pre-
sobrenadante) de (os sedimentos for- cisam ser aerados para este propósito. Mas, sim,
mados no fundo do recipiente que o uma breve exposição ao oxigênio pode ajudar em
contém), isolar (um líquido) de (outro líquido alguns casos. Contudo, mais do que o contato
imiscível), livrar de impurezas, puriicar ou livrar com o ar (que não deve ser demasiado), decantar
(alguém) de (algo que represente um mal)”, isso um branco pode ajudar a “equilibrar” sua tem-
segundo o dicionário. peratura.
No caso do vinho, a ideia quando se decanta Na maioria das vezes, as pessoas tendem a ser-
é, sim, separar sedimentos (depósitos no fundo da vir os brancos bem mais gelados do que o neces-
garrafa) que, se movimentados, possivelmente lu- sário, o que faz com que eles não se expressem da
tuarão no líquido. Esses sedimentos (que podem melhor maneira. Em uma área maior, a tempera-
ser leveduras mortas, resquícios da casca da uva, tura vai aumentar mais rapidamente e atingir o
tartaratos etc.) costumam se formar em vinhos ponto ideal. Mas também é preciso icar atento
tintos mais antigos e não iltrados. Vale lembrar para não subir demais.
que eles não representam defeitos. Mas, e no Outra situação em que usar um decanter
caso dos brancos? Por que decantar se rara- pode ser interessante é quando nos depa-
mente há formação de sedimentos? ramos com vinhos em que há a presença
Pois é, os vinhos brancos raramente de mercaptanos, compostos derivados
apresentam depósitos. Quando há, na de enxofre que tendem a se difundir
maioria das vezes, são cristais tartáricos. em ambientes anaeróbicos (princi-
Portanto, pensando somente na decan- palmente em garrafas com tampas de
tação como separação de resíduos, não rosca). Eles tendem a trazer aromas de
há porque decantar um vinho branco. repolho, coisas podres, borracha, etc.
para a camada superior da garrafa. Aí,
Aeração ou decantação? uma breve aeração resolve.
No entanto, pode-se usar o decanter Portanto, pode-se decantar um
não apenas para decantar um vinho no estrito vinho branco? Sim. É muito provável que essa
senso do termo, mas também para aerar. Quan- decantação não seja necessária, apenas estética
do um vinho apresenta aromas e sabores muito (para servir o vinho em uma jarra bonita), então,
fechados, aerá-lo pode ajudar revelar suas carac- desde que não seja feita por tempo demasiado,
terísticas e aumentar o prazer da degustação. não há problema.
D
escoberta. É assim que muitas vezes o vinho e a arte se
mostram diante dos nossos olhos. Como uma descober-
ta. E foi assim para Lorenza Sebasti, proprietária do his-
tórico Castello di Ama.
Lorenza descobriu o vinho “tarde”. Segundo ela,
nem mesmo seu pai – que havia comprado a propriedade nos anos 1970
em sociedade com amigos – era um apaixonado pela bebida. Ela, porém,
apaixonou-se primeiramente pela bela paisagem do Castello, localizado
no coração da Toscana, em Gaiole in Chianti, durante as férias quando
era adolescente.
O vinho veio logo em seguida, juntamente com o relacionamento
com Marco Pallanti, enólogo da propriedade, que se tornaria seu marido
e com quem ela teria três ilhos. Hoje, ambos dirigem o Castello di Ama.
Sua paixão e seu perfeccionismo também a levaram ao mundo da
arte. No im do último milênio, Pallanti e ela criaram o projeto “Castello
di Ama per l’Arte Contemporanea” e passaram a convidar artistas de re-
nome internacional para criar obras que não somente conversassem com
a paisagem de Ama, mas fossem inspiradas pelo local. Assim, gente do
calibre de Michelangelo Pistoletto, Daniel Buren, Giulio Paolini, Ken-
dell Geers, Anish Kapoor, Chen Zhen, Carlos Garaicoa, Cristina Igle-
sias, Nedko Solakov, Louise Bourgeois, Ilya e Emilia Kabakov, Pascale
Marthine Tayou, Hiroshi Sugimoto e Lee Ufan passaram um tempo no
Castello para se inspirar e produzir uma “interferência”.
Hoje, vinho e arte estão na essência do Castello di Ama e, como no
conceito de obra aberta de Umberto Ecco, estão lá à mercê da interpre-
tação de quem interage com eles.
Alessandro Moggi
Barbaresco, não havia esse conceito. Essa expe- pelo lugar e queira deixar um traço de seu
riência da vinha com essa identidade era algo trabalho, mas um traço inspirado no local. E
ainda novo como conceito por aqui. de certo, modo nosso curador (Philip Larratt-
-Smith), cuja sensibilidade é riquíssima, en-
O que acha da proposta das tende que estamos a serviço desse lugar e não
subdivisões de Chianti Classico? devemos ser os protagonistas. O lugar é que
Não tenho uma resposta precisa. Acho que fala. Esses artistas estão nos presenteando
tudo o que tem sido feito até agora em termos cada um com uma peça de um grande mo-
de Gran Selezione é correto. Espero que eles saico que está se completando. Há diversas
possam ir se espalhando pelas comunas, mas, experiências com arte em vinícola e locais
ao mesmo tempo, sei como os italianos são e especíicos, mas a força deste diálogo com o
pode se tornar 100 lugares. Isso seria difícil lugar, dito pelos artistas, em Ama, é único,
de comunicar ao consumidor. O mundo é é uma parte criativa amarrada ao lugar. Não
grande, o mapa da Itália já é bastante. Talvez vou fazer uma bela escultura e decidir onde a
devesse ter duas ou três subdivisões, mas não coloco. Não, o lugar leva você a escolher algo
mais, porém quando você abre a porta... da sua arte que se modiica pelo lugar.
“Amadoodles”, de
Nedko Solakov
“Towards
the ground”,
de Cristina
Iglesias
VINHOS AVALIADOS
Udo Bernhart
AD 92 pontos 40% novas. Chama atenção pela precisão
AL POGGIO CHARDONNAY DI TOSCANA 2015 e profundidade, mostrando as notas florais,
Castello di Ama, Toscana, Itália (Mistral US$ 90). terrosas e de frutas vermelhas frescas de modo
Branco elaborado exclusivamente a partir de franco e elegante. Austero, tem final longo e
Chardonnay, sendo que 40% do vinho fermenta delicioso, com toques de camurça, de ervas
e estagia durante oito meses em barricas de secas e de cerejas. Álcool 13,5%. EM
carvalho francês 50% novas. Mostra nariz de
perfil mais austero, com frutas tropicais frescas AD 95 pontos
acompanhadas de notas florais, de frutos secos, CASTELLO DI AMA VIGNETO LA CASUCCIA CHIANTI
de mel, de manteiga e de especiarias doces. CLASSICO GRAN SELEZIONE 2013
Impressiona pela acidez vibrante e pela cremosa Castello di Ama, Toscana, Itália (Mistral US$
textura, tudo num contexto de finesse, ótimo 359). Tinto composto de 80% Sangiovese, 20%
volume de boca e profundidade. Está muito bom Merlot, com estágio de, pelo menos, 18 meses
agora, mas deve ficar ainda melhor nos próximos em barricas de carvalho francês, sendo 40%
cinco anos. Álcool 13%. EM novas. Aqui a Merlot fala alto. Comparado ao
Vigneto Bellavista 2013, é um vinho maior tanto
AD 93 pontos em estrutura, quanto em potência de fruta,
CASTELLO DI AMA SAN LORENZO impressionando pela textura de taninos, volume
CHIANTI CLASSICO GRAN SELEZIONE 2011 de boca e profundidade. Apesar de já estar
Castello di Ama, Toscana, Itália (Mistral US$ 119). exuberante e voluptuoso, precisa de, ao menos,
Tinto composto de 80% Sangiovese, 13% Merlot uns cinco anos para começar a se mostrar
e 7% Malvasia Nera, com estágio de, pelo menos, plenamente. Álcool 13,5%. EM
10 meses em barricas de carvalho francês, sendo
18% novas. Mostra notas florais e de especiarias AD 97 pontos
doces escoltando as frutas vermelhas e negras CASTELLO DI AMA L’APPARITA 2013
de perfil maduro (não sobremaduro). Refinado Castello di Ama, Toscana, Itália (Mistral US$
e preciso, tem taninos de textura lembrando giz, 459). Tinto elaborado exclusivamente a partir
acidez elétrica e final persistente, com toques de Merlot, com estágio de 18 meses em
terrosos, florais, de couro e de alcaçuz. Álcool barricas de carvalho francês, sendo 50% novas.
13%. EM Mostra sedutoras notas florais envolvendo os
aromas de frutas negras e vermelhas de perfil
AD 96 pontos mais fresco. Preciso, compacto e refinado, tem
CASTELLO DI AMA VIGNETO BELLAVISTA acidez vibrante, taninos de excelente textura
CHIANTI CLASSICO GRAN SELEZIONE 2013 e final muito longo, com toques minerais e
Castello di Ama, Toscana, Itália (Mistral US$ de couro. Consegue de modo sutil, quase
359). Tinto composto de 82% Sangiovese, 18% delicado, mostrar a exuberância e o lado
Malvasia Nera, com estágio de, pelo menos, 18 frutado da Merlot sem comprometer sua força e
meses em barricas de carvalho francês, sendo sua intensidade. Álcool 13,5%. EM
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Exportações francesas
Número de 2017 revelam cifras recorde na França
De acordo com dados divulgados Unidos e China, o primeiro e Unido, o segundo maior mercado
pela Federação dos Exportadores terceiro maiores mercados de vinhos da França, aumentaram 2,7%, para
de Vinhos e Destilados Franceses e destilados franceses. € 1,33 bilhão.
(FEVS), as exportações de vinho No mercado norte-americano, No geral, as vendas de vinho
e destilados da França registraram as vendas aumentaram 9,5% e francesas subiram 6% em volume
crescimento recorde em 2017. superaram a marca de € 3 bilhões para mais de 144 milhões de caixas,
As vendas atingiram 12,91 pela primeira vez. As exportações enquanto o seu valor de vendas
bilhões de euros, um aumento totais para o país aumentaram aumentou 9,6% para € 8,67 bilhões
de 8,5% em relação a 2016. Os 50% nos últimos três anos. As em comparação com 2016. O vinho
volumes aumentaram 5% atingindo vendas para a China registraram tranquilo representou a maioria das
quase 200 milhões de caixas. As um aumento de mais de 25% exportações, mas o Champagne
exportações foram impulsionadas superando € 1.2 bilhão. Enquanto cresceu em volume (4,3%) e valor
principalmente pelos Estados isso, as exportações para o Reino (7,4%) no ano passado.
O gosto do amor
Pesquisa mostra que sua vida amorosa pode afetar seu gosto no vinho
Um estudo publicado no jornal de amostras de aromas, que incluíam relacionamento. Aqui, mostramos
ciência comportamental Appetite, fragrâncias como eucalipto, que as preferências de gosto e cheiro
pesquisadores da Universidade butanol, toranja, carne defumada e são mais parecidas em casais com
de Wrocław, da Polônia, e caramelo. Os pesquisadores também maior duração do relacionamento”,
TU Dresden, da dissolveram amostras de cada um airmou o estudo.
Alemanha, dos cinco gostos básicos: doce, O estudo analisou não só
testaram as ácido, salgado, amargo e umami; e como as preferências podem ser
preferências pulverizou as soluções na língua de afetadas pela longevidade de um
de sabores e cada participante. Os participantes relacionamento, mas também em
aromas de 100 avaliaram cada amostra com notas de como isso poderia ser inluenciado
casais heterossexuais cujos 1 (gosto muito) a 5 (não gosto nada). pela felicidade do casal. Longe de
relacionamentos variaram “Embora numerosos estudos seus parceiros, cada participante
entre três meses e 45 anos. tenham demonstrado que os também preencheu uma pesquisa de
Eles descobriram que quanto parceiros tendem a se tornar mais nove perguntas sobre a felicidade em
mais um casal estava junto, semelhantes em várias características seu relacionamento. Curiosamente,
mais semelhantes eram suas ao longo do tempo, nenhum os casais felizes não tinham mais
preferências. deles explorou uma mudança preferências semelhantes em
Cada participante foi na percepção quimiosensorial comparação com aqueles que
convidado a provar 38 relacionada à duração do estavam menos satisfeitos.
Elenco estrelado
Terceiro ilme da série de documentários “Somm” deve contar com nomes de peso do vinho
A série de documentários “Somm”, produzida pelo Wise acredita que o próximo ilme é
diretor Jason Wise, deve ter seu elenco “o mais ambicioso dos três”, e mudará o
reforçado em seu terceiro episódio. A foco para as pessoas que moldaram mais
produção, que pode ir ao ar ainda este signiicativamente a indústria do vinho.
ano, apresentará nomes como Steven “Para o terceiro ilme, realmente
Spurrier, o homem responsável pelo queríamos voltar para as pessoas que
Julgamento de Paris de 1976, a crítica nos levaram para onde estamos no
de vinhos Jancis Robinson e o master vinho hoje”, airmou.
sommelier Fred Dame. A maioria do elenco original de
“Não há dúvida de que este é o “Somm” deve estar na produção,
melhor elenco que eu tive”, airmou além de alguns membros do elenco da
Wise. O primeiro “Somm” foi lançado em 2012 sequência, como o vinicultor californiano
e acompanhou quatro aspirantes ao título de Steve Matthiasson e Madeline Puckette. No
Master Sommelier enquanto se preparavam para momento, não há data de lançamento deinida
o exame. Em 2015, foi criada a sequência, “Somm: para o ilme, mas Wise disse que pode ser ainda em
Into the Bottle”, focada na produção de vinho. 2018.
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Campo Grande/MS: (67) 3383-3207 Curitiba Batel/PR: (41) 3039-2333 Florianópolis/SC: (48) 3223-5565
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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO
Opções na Netflix
Serviço de streaming deve lançar ilme
chamado “Wine Country”
Em novas mãos
Vinícola de O.Fournier foi vendida para a família Agostino
Retaliação chinesa
China ameaça exportação de vinho dos Estados Unidos com tarifas
Após o governo de Donald Trump “A retaliação chinesa contra Estados Unidos para a China
anunciar restrições de investimento o vinho dos Estados Unidos continental aumentou em
e tarifas sobre produtos chineses que, colocaria nossos produtores em uma 450% na última década.
segundo estimativas, signiicariam US$ desvantagem signiicativa em um dos As exportações de bens
60 bilhões, o governo chinês resolveu mercados mais importantes do mundo e serviços dos Estados
reagir. em um momento crítico”, airmou o Unidos para a China
A China decidiu impor tarifas sobre CEO do California Wine Institute, equivaliam a cerca de
128 produtos norte-americanos, com Robert Koch. US$ 170 bilhões em
um valor combinado de importação As exportações de vinhos norte- 2016, de acordo com
de cerca de US$ 3 bilhões. Uma americanos para a China, incluindo estatísticas do governo
primeira onda de impostos atingiria o continente, Hong Kong e também norte-americano, o
vários setores, incluindo vinho, frutas Taiwan, foram avaliadas em US$ 210 que signiica que
e castanhas, e as tarifas provavelmente milhões em 2017, um aumento de os Estados Unidos
seriam em torno de 15%. A China 10% em relação ao ano anterior. As tinham um déicit
também pode apresentar uma exportações totais de vinho dos Estados comercial com a
queixa contra os Estados Unidos na para 2017 foram de US$ 1,53 bilhão. China de cerca de
Organização Mundial do Comércio. O valor das exportações de vinho dos US$ 385 bilhões.
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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO
Quer pintar sua casa com vinho Wyfold Vineyard Brut produtora de tintas Valspar meio do Pantone Matching
“espumante inglês”? Pois o da Laithwaite. já registrou “English System (PMS), usado
termo “English Sparkling” “Ter uma cor oicial Sparkling” em seu banco em todo o mundo por
foi anunciado oicialmente é uma ótima forma de de dados, que é usado pelas designers gráicos. “English
como uma nova cor pelo reconhecer a crescente lojas de artigos para casa em Sparkling” não é a primeira
Pantone Color Institute, popularidade da indústria todo o Reino Unido. cor relacionada ao vinho
após uma colaboração com de vinhos inglesa em A Pantone, com a ser reconhecida pela
a Laithwaite’s Wine. O todo o mundo”, disse sede em Nova Jersey, é Pantone. Borgonha, Merlot
tom foi desenvolvido pela David Thatcher, CEO conhecida por padronizar e Zinfandel já estão na
Pantone e inspirado no da Laithwaite’s Wine. A a reprodução de cores por paleta de cores há tempos.
Robert Haas
Cofundador de Tablas Creek morre na
Califórnia aos 90 anos
Culpa do Trump?
Exportações de vinho dos Estados Unidos caíram em 2017
O valor das exportações de vinho dos Estados exportação mais lucrativo dos Estados Unidos, com
Unidos caiu 5,5% para US$ 1,53 bilhão em 2017. A valor de US$ 553,1 milhões em 2017, à frente do
principal queda se deu nas exportações para a União Canadá, com US$ 443,9 milhões (que teve alta de
Europeia com decréscimo de quase 20% na receita, 2,9%), apesar de os volumes caírem
segundo dados do Departamento de Comércio. 5,4%, para 84 milhões de litros.
O Instituto do Vinho da Califórnia airmou que Os principais aumentos em
a baixa se deve à queda do dólar, aos produtores valor foram registrados na Ásia,
estrangeiros “altamente subsidiados” e concorrentes com mais de 20% de crescimento
que fazem acordos de livre comércio em mercados- em Hong Kong (apesar de os
chave. volumes diminuírem 24,7%),
Os volumes de exportação caíram também, valor semelhante ao de
diminuindo 7,9% para 380 milhões de litros, ou Cingapura. No Japão, as
42,2 milhões de caixas. Aqui, a queda para a União exportações subiram
Europeia também foi vital com mais de 10%, para 7,6% em valor, mas
197,8 milhões de litros. diminuíram 1,2% em
Ainda assim, a UE continua sendo o destino de volume.
do sul da França. Entre elas 108.000 mas liberado sob iança e proibido
caixas de Châteauneuf-du-Pape de trabalhar na empresa. Ele nega as
De acordo com o relatório da acusações.
DGCCRF, entre 2013 e 2016, o Ryckwaert era considerado um
comerciante vendeu cerca de 20 prodígio do mundo do vinho a granel.
milhões de litros de vinho de mesa – o Raphaël Michel possui operações
equivalente a 2,23 milhões de caixas – signiicativas em Provence, Languedoc-
como vinhos de denominações famosas, Roussillon, na Argentina e no Chile.
como Côtes du Rhône, Côtes du A empresa também é dona de uma
Segundo um relatório da DGCCRF Rhône-Villages e Châteauneuf-du-Pape. enorme plataforma de vinhos na Itália
(Direção Geral da Política de “No total, a fraude atingiu mais de 48 chamada Oenotria-Cluster, que estoca
Concorrência, Defesa do Consumidor milhões de litros de vinho, o equivalente vinhos a granel de diferentes variedades
e Controle da Fraude) na França, a 5,33 milhões de caixas de vinho falso, e qualidades de nações do Novo Mundo,
entre outubro de 2013 e junho 15% da produção da Côtes du Rhône como Chile, Austrália e África do Sul,
de 2016, Raphaël Michel, um durante esses anos”, airmou o relatório. e atua como um balcão único para
comerciante de vinhos a granel Em 27 de junho de 2017, o compradores internacionais. No ano
no Vale do Rhône, vendeu o presidente da Raphaël Michel, passado, após a prisão de Ryckwaert, a
equivalente a 13 piscinas olímpicas Guillaume Ryckwaert, e outros diretores empresa registrou dívidas de 20 milhões
de vinho de mesa como se fossem de foram levados sob custódia. Dois dias de euros e buscou proteção dos tribunais
denominações clássicas dessa região depois, Ryckwaert foi acusado de fraude, de falências.
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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO
Em 2012, o Château Latour anunciou que a sistema de vendas. “Este vinho incorpora
safra de 2011 seria a última que venderia no perfeitamente a nossa ilosoia na propriedade
sistema en primeur de Bordeaux. Desde então, até que o primeiro estágio de maturidade seja
lançou safras mais antigas a cada ano, ainda atingido”, apontou o château.
através do sistema de Bordeaux, mas manteve Em 2012, Latour colocou 36% da
as novas safras na propriedade, para serem produção total para seu primeiro vinho, 43%
liberadas quando os vinhos estivessem maduros. foi para o Les Forts de Latour e 22% para
Agora, Latour fez o lançamento do Les o Pauillac de Latour. Em um ano médio, a
Forts (seu segundo vinho) da safra 2012. Esta propriedade faz entre 12.000 e 15.000 caixas
é a primeira vez que Latour testa seu novo nos três rótulos.
Apontar calorias
Organismo de comércio de vinho da União Europeia
publica plano de rotulagem de calorias
Vinícola própria
Marca Masseto, da família Frescobaldi,
rá sua própria vinícola
Desde a sua criação em 1987, o vinho
Masseto foi produzido na mesma vinícola
que seu “irmão” Ornellaia. Os dois vinhos
sempre foram tratados como marcas bastante
separadas, mas agora, com a construção de uma Investindo
vinícola dedicada somente a Masseto, a família
Frescobaldi está claramente tornando esta
no Oregon
divisão ainda mais clara.
Vinícola doa US$ 6 milhões
A nova vinícola foi projetada pelo estúdio
para novo centro de pesquisa
Zito + Mori. As novas instalações serão Grace e Ken Evenstad, donos do Domaine
completamente subterrâneas, embaixo da Serene, no Oregon, Estados Unidos, e do
antiga casa Masseto – que também está sendo Château de la Cree, em Santenay, França,
reconstruída. Espera-se que o trabalho seja doaram US$ 6 milhões para a Linield
concluído a tempo da safra 2018. College, do Oregon, com o objetivo de atrair
especialistas em pesquisa e ensino de vinhos.
A doação inanciará uma posição no
corpo docente para o professor Greg Jones,
Produção chinesa cai um dos principais climatologistas do mundo,
que atualmente é diretor de ensino de
Produção de vinho da China caiu vinhos na faculdade e também inanciará
pelo quinto ano consecutivo a construção de um laboratório de vinhos
De acordo com os últimos dados divulgados pelo Departamento dentro de um novo centro de ciências, além
Nacional de Estatísticas, a produção de vinho da China caiu de ajudar a estabelecer um programa de
5,25% para cerca de 10 milhões de hectolitros em 2017 frente intercâmbio com a Universidade de Dijon,
aos 11,37 milhões de hectolitros de 2016. Foi o quinto ano na Borgonha.
consecutivo de baixa. “Esta parceria entre a Universidade da
A queda na produção de vinho também está associada Borgonha e Linield é uma decorrência
ao declínio das vendas. A receita total gerada pelas vendas natural de décadas de trocas transatlânticas
despencou 9% em relação ao entre produtores de vinho e estudantes do
ano anterior, para US$ 6,67 Oregon e da Borgonha. Proissionais de
bilhões. Vale lembrar que a vinho, estudantes e professores de ambas as
China tem a segunda maior universidades se beneiciarão dessa parceria
área produtiva do mundo, simbiótica”, airmou a professora Alix Meyer.
perdendo somente para a “Esperamos que essa doação atraia
Espanha. algumas das mentes mais brilhantes para
Por outro lado, os a indústria vinícola de Oregon. Neste
volumes e o consumo de momento, os centros de educação de vinho
vinho importado continuam dos Estados Unidos estão em torno do
a crescer no país. A China estado de Sonoma e UC Davis. Estamos
importou US$ 2,714 bilhões esperançosos de que podemos mover o
em vinhos, representando um epicentro um pouco”, revelou Matthew
crescimento de 17,58%. Thompson, gerente de marketing do
Domaine Serene.
Tensão em
Bordeaux
Um dos principais comerciantes
de vinho de Bordeaux é
acusado de fraude
Primeiro
“Champagne”
inglês
A Pommery se tornou a
primeira casa de Champagne
a lançar um espumante inglês
Pomerol
uma jornada no
tempo e espaço
Uma noite regada a clássicos como Petrus,
Lafleur, Le Pin, L’Evangile e outros
M
esmo com muito tempo pela frente em
2018, podemos airmar que, recente-
mente, participamos da mais memo-
rável degustação de Pomerol do ano
e, consequentemente, será a mais es-
pecial prova de vinhos com base de Merlot deste ano. A
degustação, que celebrava o lançamento do escritório da
importadora Clarets no Rio de Janeiro, foi conduzida por
Manoel Beato no restaurante Fasano Al Mare. A tradição
de respeito ao vinho das casas Fasano subiu mais um de-
grau com o chef Paolo Lavezzini demonstrando sensibili-
dade, e mesmo reverência aos vinhos, e criando seis dos
sete pratos da noite especialmente para o encontro, o que
acrescentou uma dimensão adicional à degustação.
Beato lembrou que o Pomerol é uma ínima região,
com apenas 800 hectares de vinhedos plantados na famosa
margem direita em Bordeaux. Junto com sua vizinha Saint-
-Émilion, o lado direito até a primeira metade do século pas-
sado tinha pouca exposição, visto que o lado esquerdo e seu
Cabernet Sauvignon eram o foco dos ingleses. Foi a família
Moieux (de Petrus) que desbravou o comércio do vinho da
margem direita e deu visibilidade ao berço do Merlot.
Ali predomina o solo argiloso, que se combina com o
cascalho nas áreas mais altas, justamente onde se produzem
seus grandes vinhos. O efeito da argila sobre o Merlot é exa-
tamente o grande contribuinte para a elaboração de vinhos
mais potentes da região, e cujas características permitem
que sejam apreciados mais cedo do que seus vizinhos da
margem esquerda com base de Cabernet Sauvignon.
A degustação,
que celebrou
o lançamento
do escritório da
importadora Clarets
no Rio de Janeiro,
foi conduzida por
Manoel Beato no
restaurante Fasano
Al Mare
Sedutores Te rc e i ro p rat o :
Clinet 1989 / La Conseillante 1989 / L’Eglise Clinet 1989
Os vinhos do Pomerol são sedutores e já encan- Nobre Risoto Aquarello curado 24 meses com coelho da fazenda “alla
tam pelo nariz. A presença de dois Petrus na mes- Cacciatora”
ma noite (safras 1975 e 2000) trouxe a curiosi-
dade sobre como foram escolhidos os 12 vinhos Q ua rt o p rat o :
La Fleur-Pétrus 1995 / Latour à Pomerol 1995 / Lafleur 1995
da noite. Ainal, apenas um Petrus, ainda mais Tenra codorna recheada com pão de especiarias, lardo de Colonnata e
acompanhado de outros ícones, como o Le Pin, polenta branca com feijão e espinafre
por exemplo, já seria apelo mais que suiciente
para o evento. Guilherme Lemes, proprietário Q u i n t o p rat o :
da Clarets, conidenciou que ia colocar apenas Le Pin 2000 / Petrus 2000
Cordeiro braseado por 12 horas, legumes da estação e trufas negras de
o 2000, mas adicionou o segundo, pois queria Norcia, Úmbria
criar a oportunidade de comparar o Petrus com
o Trotanoy em sua grande safra, 1975. A partir Fi na l i z ação
daí, é fácil ver que a paixão e o desejo de com- Château d’Yquem 1983
Seleção de queijos franceses com chutney de manga,
partilhar experiências é o ingrediente que move mel loral, castanha de Baru do cerrado
estas degustações. Lemes, Beato e Marcelo Ba- e torrada de frutas secas
tista, sommelier chefe da importadora, passaram
meses selecionando os vinhos e procurando-os
pelo mundo.
OS VINHOS
E FLIGHTS
Flight 1
AD 99 pontos
PETRUS 1975
Manoel Beato ressalta que 1975 foi um ano ir-
regular, mas estávamos diante dos dois melhores
representantes da safra. Muitas vezes nas degus-
tações comparativas, Petrus não brilha como de-
veria, pois este monstro precisa de muito tempo
Abertura para atingir seu apogeu. Mas esta era sua noite,
e o 1975 estava estupendo. Nariz extremamente
AD 96 pontos exuberante, quase canela. Iodo e sangue. Couro
CHAMPAGNE KRUG CLOS DU MESNIL 2002 e caça. Trufa preta. Água corrente. Terroso. Ro-
De um vinhedo de apenas 2 hectares, este pu- busto. Aromas lorais vão icando cada vez mais
e Chardonnay consegue aliar uma óbvios à medida que abre em taça. Apesar de ain-
a sobre-humana com cremosidade da apresentar fruta madura e taninos presentes, o
el vibração. Além da lor branca, equilíbrio sugere que está pronto para ser aberto
ítrico com grapefruit e lima da hoje com emoção garantida. CB
om sua parte branca, caminha no
para a textura de im de boca ga- AD 99 pontos
sua ímpar vocação gastronômica. CHÂTEAU TROTANOY 1975
çamos com a melhor harmoniza- Menos conhecido que seu companheiro de light
noite. O caviar Beluga com creme e que seu vizinho Le Pin. Sendo a primeira vez
Harmonizei inicialmente o Be- que o degustei, não me sinto qualiicado a ge-
sem o creme azedo, icou ótimo. neralizar sua personalidade. Mas é muito fácil
erimentei então acrescentando o descrever esta safra deste corte de 90% Merlot
me azedo, o que tornou a harmo- e 10% Cabernet Franc. Era um jovem esportis-
zação perfeita e garantiu o prêmio ta na taça, austero e coeso, com especial peril
e campeão em harmonização para loral, leve toque medicinal e ervas. Fruta muito
ste Champagne que, de tão persis- viva, ameixa madura. Depois, conirma a cereja.
ente consegue se manter no pala- Em boca, está muito coeso, com inal de vibran-
dar mesmo após a comida. CB te de acidez e taninos lapidados que deixam bri-
lhar sua mineralidade. Mais límpido e cristalino.
Com o paladar preparado pelo Está mais inteiro. Resiste ainda 10 anos. Inteiro e
Krug, partimos para o light de impecável. A mesma nota que o Petrus, mas por
1975: razões diferentes. Hoje o Petrus está imbatível,
amanhã ele (a um quinto do preço). CB
AD 94 pontos
AD 98 pontos
PETRUS 2000
Austero. Tons de musgo, de loresta, ervas aromáti-
cas. Precisa de tempo. Comprar este vinho é um ato
de fé. Difícil projetar o 1975 desta noite neste 2000.
A textura de taninos tem uma personalidade e força
indescritíveis. Um corredor de ultramaratona. Pa-
ciência é tudo. Apesar de ser um dos preferidos da
noite, esqueceria na adega até 2030. CB
Encerramento
AD 97 pontos
CHÂTEAU D’YQUEM 1983
Nada de doce. Frescor, cera de abelha, fruta à
damasco ou ameixa amarela fresca. Floral e mi-
neral. Longo inal, perfeito para encerrar uma
grande noite de vinhos. CB
A outra
Cabernet
Dicas de pratos para acompanhar a Cabernet Franc
perderá a característica de ser um prato elegan- são ótimas opções de combinação com a Cabernet
te. Principalmente se contar com um bom mix Franc, por compartilharem com a uva o equilíbrio
de ervas, como tomilho e alecrim, e um acom- entre força e elegância. Cada cozinheiro terá sua
panhamento como cebolas. Corpo médio para receita para o recheio das codornas. Na dúvida,
leve, elegância e toques herbáceos é tudo o que a uma opção é seguir o clássico ilme “A Festa de
Cabernet Franc pede para um casamento perfei- Babette”, no qual elas são acompanhadas de co-
to. Dê preferência a um vinho do Vale do Loire, gumelos. Também é possível elaborar o recheio
onde a uva faz fama em algumas denominações, com foie gras ou rillettes (outro ingrediente típico
como Saumur Champigny. do Loire), deixando o conjunto mais encorpado.
De uma maneira ou de outra, um bom Cabernet
Codornas recheadas Franc vai dar conta do recado, especialmente se
Entre as caças pequenas, as aves de sabor marcante tiver alguns anos de guarda.
CÁRIES
Pesquisa mostra que os polifenóis do
vinho podem afastar as bactérias que
causam cáries e doenças das gengivas
U
ma pesquisa publicada no Jour-
nal of Agricultural and Food
Chems aponta que os polifenóis
do vinho podem ser bons para a
saúde bucal. Este estudo recente,
realizado por uma equipe espanhola, sugere que
os polifenóis podem impulsionar a saúde ao tra-
balhar com “bactérias boas” em nosso intestino,
ao mesmo tempo em que afastam bactérias no-
civas na boca.
Tradicionalmente, alguns benefícios dos polife-
nóis para a saúde foram atribuídos ao fato de que es-
ses compostos serem antioxidantes, o que signiica
que eles provavelmente protegem o corpo de danos
causados por radicais livres. No entanto, trabalhos
recentes indicam que eles também podem promo-
ver a saúde ao interagir ativamente com bactérias.
Os pesquisadores testaram os efeitos de dois po-
lifenóis do vinho tinto (ácido cafeico e p-coumari-
co) em bactérias que grudam nos dentes e gengivas
e causam cáries e outras doenças. Eles descobriram
que os polifenóis do vinho reduziram a capacidade Polifenóis do vinho
de essas bactérias de aderirem às células. Quando reduziram a capacidade
de bactérias de
combinado com o Streptococcus dentisani (um laram a capacidade das bactérias orais para proces- aderirem às células dos
probiótico oral que estimula o crescimento de bac- sar polifenóis e libertar metabólitos que poderiam dentes e das gengivas
térias boas), os polifenóis foram ainda mais eicazes auxiliar nesse processo. Esta pesquisa tem o poten-
para inibir o crescimento de bactérias ruins. cial de transformar a maneira como a doença oral
“Pesquisas anteriores demonstraram que os ex- é tratada”, airmou Blessing Anonye, pesquisadora
tratos de vinho tinto e semente de uva impediram da Warwick Medical School, Microbiology & In-
o crescimento de diferentes bactérias que causam fection, Biomedical Sciences
doenças bucais. Esta nova pesquisa foi mais longe No entanto, apesar de o vinho tinto conter poli-
ao mostrar que os polifenóis do vinho inibiram a fenóis benéicos a uma boa saúde bucal, o nível de
capacidade de bactérias causadoras de doenças na ácido e açúcar contidos no vinho pode ter impacto
boca de aderirem às células. Além disso, eles reve- negativo no esmalte dos dentes.
BE A EDIÇÃ
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ESCOLA DO VINHO | p o r ARNALDO GRIZZO
A “domesticação”
da fermentação
malolática ocorreu
somente nos anos
1960
O
mosto só se torna vinho com a corpo e textura, abrindo mão de um pouco do
fermentação alcoólica, quando frescor das frutas.
as leveduras transformam açú-
car em álcool. Aqui está a es- Recente
sência do vinho. No entanto, Ou seja, a fermentação malolática é uma
na vitivinicultura, é muito comum ouvirmos grande ferramenta enológica, contudo, ela
falar de um outro tipo de fermentação, a só foi completamente entendida há pouco
malolática, que, para alguns, pode parecer tempo. Até meados da década de 1950, por
tão essencial quanto a alcoólica – também exemplo, muitos produtores se deparavam
conhecida como primária. com vinhos que não faziam a tão esperada e
Mas o que seria e para que serve a fer- desejada fermentação malolática e não con-
mentação malolática? Resumindo, ela é a seguiam entender o porquê disso. Na época,
transformação do ácido málico em ácido lá- havia uma crescente preocupação sobre a im-
tico. O ácido málico tende a ser bastante pun- portância da malolática nos tintos de alta gama.
gente, trazendo por vezes aquela sensação de Mas os enólogos ainda não entendiam o proces-
algo azedo, e ocorre naturalmente nas uvas. Sua so. Sabiam apenas que ele poderia começar es-
presença e quantidade podem se mais ou me- Hermann pontaneamente ou não, que poderia ser simples
nos desejável em um vinho dependendo do que Müller-Thurgau e rápido, ou durar muito tempo, ser interrompi-
o enólogo pretende. Já o ácido málico é muito foi um dos primeiros a do e voltar posteriormente.
mais suave, deixando aquela sensação amantei- propor que a redução A primeira menção à fermentação maloláti-
da acidez de um vinho
gada na boca. Para transformar o málico em lá- poderia ser por atividade
ca é de 1837, do químico alemão Freiherr von
tico, é usada a bactéria Oenococcus oeni, além bacteriana em 1891. Ele Babo. Ele descreveu uma segunda fermentação
explicou a degradação
de outras da família dos lactobacilos. O resultado bacteriana do ácido
ocorrida em alguns vinhos durante a primavera,
inal é uma redução da acidez geral do vinho em málico em ácido lático e quando as temperaturas começaram a subir, re-
torno de 0,1 a 0,3%. chamou esse fenômeno sultando em liberação de CO2 e coloração turva
de “fermentação
Isso faz com que o vinho se torne menos ás- malolática” no vinho. Quando em 1866 Louis Pasteur isolou
pero ao paladar, ganhando cremosidade, toques as bactérias do vinho pela primeira vez, ele con-
aveludados e oleosos. Muitos vinhos passam siderou todas como organismos degradantes. Um
por esse processo e nem nos damos conta, pois dos primeiros a propor que a redução da acidez
é algo, de certa forma, natural. Sim, muitas ve- de um vinho poderia ser por atividade bacteriana
zes, a malolática ocorre de forma espontânea nos foi Hermann Müller-Thurgau (que deu nome
vinhos, em outras, porém, ela é induzida. Boa à casta Müller-Thurgau), em 1891. Até então,
parte dos tintos fazem malolática, assim como al- acreditava-se que o processo fosse devido à preci-
guns brancos em que o enólogo pretende ganhar pitação do ácido tartárico. No começo do século
XX, Thurgau e um colega suíço chamado Oster- juntamente com John Ingraham, pesquisador da
walder explicaram a degradação bacteriana do FERMENTAÇÃO UC Davis, conseguiu induzir a malolática em
ácido málico em ácido lático e CO2 de acordo MALOLÁTICA seus vinhos em 1959.
é a transformação do
com uma fórmula e chamaram esse fenômeno ácido málico em ácido Três anos antes, ele começou a trabalhar na vi-
de “desacidiicação biológica” ou “fermentação lático nícola Hanzell, fundada por James D. Zellerbach,
malolática”. embaixador dos Estados Unidos na Itália, que que-
Mas um dos primeiros a escrever sobre a im- ria produzir Pinot Noir e Chardonnay de estilo
portância do ácido málico nos vinhos foi o cé- borgonhês na Califórnia. No entanto, Webb logo
lebre Émile Peynaud, em 1939. Na época, ele Ácido percebeu que seu Pinot não estava passando por
ressaltou que a ausência de malolática era um málico fermentação malolática, deixando os vinhos mais
fator limitante na qualidade dos vinhos: “Não só ácidos do que ele gostaria. Diante do problema,
a composição ácida do vinho mudou completa- ele tentou de tudo. Inoculou bactérias, introduziu
mente, mas a malolática tem um impacto no aro- vinho que já estava passando por malolática junto
ma desses vinhos e até diminui a intensidade da aos seus, mas nada deu resultado.
cor e muda seus tons. Não é exagerado dizer que Com ajuda de Ingraham, que estudou as bac-
sem fermentação malolática, diicilmente have- térias de ácido lático no suco de tomate, eles isola-
ria ótimos tintos de Bordeaux”. ram uma, que chamaram de ML34, e inocularam
Oenoccocus Oeni no vinho de Hanzell, conseguindo que a malolá-
Para imitar a Borgonha tica fosse induzida, tornando-se um dos primeiros
Mas foi somente durante a década de 1950 que na história a conseguir tal feito. Mas vale lembrar
Ácido
os pesquisadores se debruçaram verdadeiramente que outros estavam aprimorando o processo na
lático
sobre o tema para tentar controlar deinitivamen- mesma época, como o próprio Émile Peynaud.
te a fermentação malolática. Um dos precursores Foi nessa época, enim, que a malolática passou a
foi Brad Webb, enólogo norte-americano, que, verdadeiramente contribuir com os enólogos.
VIN HO TINTO
SÓ C OMBIN A C OM
C AR N E V ERMELHA?
Subestimados
Selecionamos 10 variedades que podem produzir
ótimos vinhos, mas que não costumam ser
prestigiadas pelos enófilos
N
inguém duvida da capacidade da Cabernet Sauvig-
non de produzir grandes vinhos. Nem mesmo da
Pinot Noir. Tampouco da Syrah ou da Tempranil-
lo. Mundo afora há variedades que são consagradas
e estão sempre na mente dos enóilos. Elas acabam
servindo de portos seguros para muitos quando estão diante de vá-
rias opções – o que atualmente é cada vez mais comum. Quando se
depara com a diversidade, muitos preferem optar por algo familiar.
Não à toa, as variedades mais vendidas do planeta são quase sem-
pre as mesmas. No entanto, há muito para a ser descoberto e, em
alguns casos, a ser levado em consideração. À sombra de muitas das
variedades clássicas, muitas vezes estão outras subestimadas. Na Bor-
gonha, por exemplo, palco da Pinot Noir, a Gamay foi relegada (e
até mesmo banida durante a Idade Média), mas, ultimamente, vem
mostrando cada vez mais um potencial até então desconhecido do
público.
E há casos semelhantes em diversas regiões vitivinícolas do glo-
bo. Na maioria das vezes, algumas cepas se destacam e se tornam
famosas, ofuscando outras que não são ruins. Elas acabam relegadas
a um segundo plano e, ocasionalmente, sofrem algum desprezo e até
preconceito. ADEGA, portanto, selecionou 10 variedades que estão
fora do radar, mas que merecem ser valorizadas.
AD 91 pontos
TERREDORA AGLIANICO 2011
Terredora, Campania, Itália (Cantu R$ 208). Tinto elaborado
exclusivamente a partir de uvas Aglianico, com estágio em
barricas de carvalho francês. Apresenta aromas de cerejas e
amoras acompanhados de notas florais, especiadas, minerais e
de ervas frescas. Chama atenção pela ótima textura de taninos
e pela acidez refrescante. É estruturado, tenso e tem final
persistente, com toques terrosos e de frutas vermelhas ácidas.
Álcool 13%. EM
Presente
compartilhado , , , , ,
do tinto Ripassa, espécie de segundo vinho do Zenato Amarone
A
história dessa vertical começa com Vitório Marianecci, produção do Amarone ao vinho Valpolicella recém-elaborado.
embaixador da Zenato, que esteve no Brasil para promo- Ao se provar as sete safras em sequência decrescente, ou
ver os vinhos da marca e trouxe na mala seis safras (2011, seja, da mais nova para a mais velha, pode-se perceber clara-
2010, 2009, 2008, 2007 e 2006) do tinto Ripassa Valpolicella Ri- mente o efeito do clima em cada uma delas, além do ótimo
passo Superiore para presentear o proprietário da importadora potencial de envelhecimento desse vinho. De fato, até as safras
World Wine, Celso La Pastina, que, em vez de desfrutar dos vi- 2006, 2007 ou 2008, as mais antigas que degustamos, mostra-
nhos sozinho, resolveu compartilhá-los com um grupo de amigos. ram-se ainda jovens e com capacidade de evoluir em garrafa
A primeira safra de Ripassa foi lançada em 1996. Segundo tanto quanto as mais novas.
Marianecci, que conduziu a degustação, o Ripassa, foi a al- O Ripassa é composto de 85% Corvina, 10% Rondinella e
ternativa encontrada por Sérgio Zenato, fundador da vinícola, 5% Oseleta, com estágio de 18 meses em tonneau (80%) e bot-
para oferecer um vinho com as características, a qualidade e a ti (20%) de carvalho. Cabe ressaltar, que pelas amostras pro-
boa capacidade de envelhecimento do Amarone, porém mais vadas, este tinto oferece qualidade superior à de muitos Ama-
versátil e acessível quando jovem. O nome é uma alusão ao rone, com a vantagem de ter menos teor alcoólico e custar,
estilo ripasso desse tinto, em que uma espécie de segunda fer- muitas vezes, a metade do preço do seu irmão mais famoso.
$OEDQHGH5RIÀJQDF
mentação é induzida pela adição de uvas prensadas usadas na Vamos aos vinhos.
Compra
no escuro
Dicas para você comprar com segurança sem nunca
ter provado um rótulo antes
Chaptalização
CRIMINOSA?
Processo contra Château Giscours reacende o debate
em torno da chaptalização dos vinhos
U
ma prática “demonizada” e um deaux, é acusado de acrescentar açúcar a uma
processo burocrático lento estão barrica de Merlot durante a safra de 2016. Na
dando o que falar em Bordeaux época, as autoridades haviam dado aval à chap-
neste começo de ano. Em junho, talização de diversas variedades, como Cabernet
o Château Giscours deve ter que Sauvignon, Cabernet Franc e Petit Verdot, porém
se defender diante de um tribunal francês devi- não de Merlot.
do ao uso “ilegal” de chaptalização – acréscimo Alexander Van Beek, diretor de Giscours, nega
de açúcar ao mosto durante a fermentação. qualquer intenção de “falsiicar” a produção e ale-
Giscours, um dos 15 Troisièmes Crus de Bor- ga que o problema foi causado pela letárgica buro-
Entenda o problema
Os problemas de Giscours começaram no inal
da colheita de 2016. Uma parcela de Merlot foi
colhida e preencheu somente cerca de 20% de
um tanque. Os 80% restantes foram de Caber-
net Sauvignon. Assim como diversos produtores
naquele ano, Giscours pediu permissão para adi-
cionar açúcar – que só pode ser acrescido em um
ponto especíico durante a fermentação – para
todas as variedades de uva, e recebeu um e-mail
do Organisme de défense et de gestion (ODG)
de Margaux, em 10 de outubro, dando o aval in-
formal do INAO (órgão que supervisiona as de-
nominações de origem da França).
Gonzague Lurton, presidente da ODG de Mar-
gaux e proprietário do Château Durfort-Vivens,
conirmou o teor do e-mail, que dizia que os produ-
tores poderiam chaptalizar o mosto de uvas para 1°
brix adicional. Giscours fez a chaptalização, mas,
horas depois, recebeu a notícia de que o Merlot
havia sido excluído da autorização. Lurton reco- chaptalizar com uma semana de antecedência – é CHAPTALIZAÇÃO
nheceu que o primeiro e-mail enviado esqueceu de sempre de última hora. Mas o peso administrativo É um método de
adição de sacarose ao
mencionar a exclusão da casta. de todo o sistema é muito complicado e longo, es- suco de uva que pode
Durante a colheita de 2016, toda a região do pecialmente considerando a velocidade da infor- aumentar os níveis
Médoc solicitou e recebeu autorização para chap- mação hoje”, apontou Van Beek. de álcool no vinho.
talizar todas as variedades de uvas – exceto Mar- O nome se deve a
Jean-Antoine Chaptal,
gaux, que não obteve autorização para a Merlot. E Legal ou ilegal químico francês
Giscours não foi a única propriedade de Margaux a A cuba contendo 20% de Merlot foi misturada que teria proposto
solicitar a chaptalização para todas as variedades de com outra, o que signiicava que 39.700 litros, o método no século
XVIII
uvas. Segundo Van Beek, este é um pedido banal o equivalente a 4.400 caixas de vinho, haviam
feito “sistematicamente” na maior parte dos anos, sido “tocados” pelo Merlot chaptalizado. O lote
para todas as variedades de uvas, mas raramente inteiro foi reservado e separado da mistura inal.
usado, exceto no caso de videiras jovens que podem Não foi colocado no mercado e está avaliado em
precisar. US$ 2,8 milhões. No dia 14 de outubro de 2016,
Durante a colheita, o produtor envia as informa- investigadores da agência antifraude foram a Gis-
ções à ODG, e esta as envia ao INAO, que agrupa cours, exigindo a documentação dos lotes. Foi
as solicitações e as envia para o Prefet na região, que aberto um processo criminal.
toma uma decisão, notiica o governo, que deve as- Lurton culpa o processo letárgico em torno da
sinar, e a decisão é enviada de volta a toda a cadeia. chaptalização na França e acredita que Giscours
O processo de aprovação pode levar até oito dias – não teve a intenção de ignorar as regras. A acusa-
tempo que inviabiliza qualquer prática enológica. ção vem em um momento duro para o château que
Luna Garcia/Estúdio Gastronômico
“O ODG está sob muita pressão para satisfazer precisou superar o estigma de ter usado chips de
seus membros. A colheita é sempre um momen- madeira (proibidos pela denominação) no inal dos
to estressante. Você não pode pedir permissão para anos 1990.
No coração
de Reims
Provamos com exclusividade a cuvée criada no único vinhedo
murado dentro da capital de Champagne
$OEDQHGH5RIÀJQDF
U
m único hectare “perdido” no meio AD 95 pontos
de Reims. Em 2006, Philippe Bai- CLOS LANSON 2006
Lanson, Champagne, França (Cantu
jot, presidente da casa de Cham-
- Não disponível). Espumante branco
pagne Lanson, fundada em 1760, brut nature elaborado exclusivamente
entendeu que tinha um pequeno a partir de uvas Chardonnay
tesouro em mãos, o único vinhedo remanescente cultivadas em um vinhedo de 1
dentro da cidade de Reims, seu Clos Lanson. hectare, com fermentação do vinho
Até então, as uvas dessa parcela de um hec- base em barricas de carvalho da
floresta de Argonne, sem malolática,
tare eram usadas para as cuvées prestige da casa. e posterior estágio mínimo de 10
Naquele ano, Baijot, juntamente com o chef-de- anos com as leveduras antes do
-cave Hervé Dantan, decidiu viniicar separada- dégorgement. Não se deixe enganar
mente. Mais que isso, eles resolveram fazer algo por seu estilo mais vertical e sutil,
totalmente singular dentro da ilosoia da casa. atrás desse refinamento há força, fibra
e tensão. Impressiona pelo caráter
Clos Lanson (o nome clos deve-se ao vinhedo
da fruta tropical e de caroço (madura
murado, o único em Reims) é um Chardonnay e em compota) em harmonia com a
100% de plantas com idades que variam de 15 a mineralidade (toques salinos), tudo
50 anos deste vinhedo que existe desde 1870. O num contexto de profundidade e
fato de ser um blanc de blancs já é bastante ori- refrescante acidez. A madeira em que
fermenta o vinho base tem o papel
ginal para a Lanson, conhecida muito mais por
de trazer complexidade de aromas,
seus blends com forte acento na Pinot Noir. além de aportar textura, cremosidade
Além disso, desde 2011, a casa vem iniciando e um pouco de redondez a este blanc
trabalhos com vinhedos biodinâmicos – algo extre- de blanc. Está ótimo agora, mas deve
mamente raro nesta região onde apenas 1,4% das ficar ainda melhor nos próximos 10
plantações são biodinâmicas. Com isso, Clos Lan- anos. Álcool 12%. EM
son, aos poucos vai recebendo tratamentos nessa
linha. “Usamos experiências que funcionaram
em outros vinhedos. Estamos indo passo a passo.
Reduzimos a compactação do solo, não tiramos a
grama, introduzimos técnicas para manter a umi-
dade do solo...”, conta Edouard de Boissieu, ex- que permite uma dosagem menor na cuvée, com Esta cuvée especial segue
a filosofia de produção da
port manager da marca, que foi a primeira (dentre apenas 3 gramas de açúcar, fazendo com que ela Lanson e não passa por
os grandes produtores) a ter uma cuvée orgânica. seja uma brut nature. fermentação malolática
Segundo Boissieu, a colheita de Clos Lanson
Singularidades é sempre em um sábado com a presença dos em-
Outros detalhes ainda fazem com que esta cuvée pregados da casa e com a ajuda de alguns con-
seja verdadeiramente única. Uma delas é o fato vidados famosos. Nesses anos, já participaram
de ser viniicada integralmente em pequenas bar- Adriana Karembeu, Tomer Sisley, Julie Gayet.
ricas de carvalho da loresta de Argonne, que ica Vale lembrar ainda que, seguindo a ilosoia
a cerca de 30 quilômetros de Reims. Além disso, da casa, não há fermentação malolática. Por im,
o solo e o microclima são particularidades que o envelhecimento sobre as borras é de mais de
inluenciam diretamente. 10 anos, sendo que, após o dégorgement, o vi-
O típico solo calcário de Champagne, neste nho permanece ainda cerca de um ano nas caves
pequeno pedaço, é muito fragmentário e, por antes de ir para o mercado. Da primeira e única
isso, as raízes tendem a se aprofundar muito mais safra lançada até agora, 2006, foram feitas somen-
do que em outros locais da vizinhança. Depois, te 7.870 garrafas numeradas. ADEGA foi a única
graças ao clima da cidade, com temperatura mé- publicação a provar uma única garrafa trazida
dia cerca de 2 a 3 graus mais alta do que no cam- especialmente por Boissieu em sua mais recente
po, a acidez das uvas é ligeiramente mais baixa, o visita ao Brasil.
U
ma das mais antigas tradições da a uva contra o chão, libera mais cor das cascas e
vitivinicultura mundial sobrevive também outros componentes de aroma e sabor
até hoje não apenas como brin- se comparado com outras formas de prensagem
cadeira dos festivais das colheitas, por máquinas.
mas também como método de Apesar de ser uma prática mais comum entre
maceração preferido por alguns produtores. Sim, os produtores de Porto, ela não é exclusiva deles e
a pisa a pé, uma das primeiras maneiras que o tampouco exclusiva de vinhos fortiicados. Tanto
ser humano encontrou para prensar as uvas para no Douro quanto em outras partes do mundo, há
fazer vinho, ainda é tida como uma das formas tintos tranquilos e também outros tipos de vinho
mais interessantes de realizar a prensa. sendo produzidos com pisa a pé em lagares.
É interessante pensar no porquê de ela ter so- “Esta técnica está intimamente ligada à fer-
brevivido, já que as técnicas e tecnologias para mentação em lagar e tem a sua história, em Por-
prensar e macerar as uvas evoluíram muito rapi- tugal, na produção de vinhos tintos do Douro
damente. Em pouco tempo, o homem criou ma- (fortiicados e tranquilos). Acredito que o funda-
neiras de prensar a uva com o uso de ferramentas mento para a sua utilização seja a rápida, total e
e máquinas, fazendo com que o processo fosse suave extração de todos os componentes da uva.
muito mais veloz e menos cansativo. Há prensas Relembro que o tempo de fermentação dos vi-
de vinho quase tão antigas quanto lagares de pisa. nhos fortiicados são de dois a três dias enquanto
Então, por que a pisa a pé em lagares de pedra que o de um vinho tranquilo é de oito a 10. Se
continua sendo usada? Seria apenas por tradição? recordarmos que, no passado, não existiam esma-
Seria por marketing? Produtores centenários da re- gadores, ainda se percebe melhor o porquê da
gião do Douro, por exemplo, até hoje não abrem sua utilização”, conta o enólogo Rui Cunha, da
mão da pisa a pé para seus Vinhos do Porto. Se- Secret Spot Wines.
gundo eles, nenhum outro método se mostrou tão “A viniicação em lagar permite uma extração
eicaz para a produção desses vinhos singulares. mais suave, mais selectiva e, por isso, melhor.
A pisa a pé faz sentido na produção dos Por- Os vinhos são mais sólidos, mais concentrados,
tos, pois eles são vinhos de maceração curta (são com maior estabilidade corante e aromaticamen-
fortiicados, o que interrompe a fermentação, ex- te mais ricos. Talvez com fruta menos evidente,
tração de cor etc.) e ainda assim extremamente mas com maior complexidade”, garante José
densos em cor e sabores. Aqui então a pisa seria Luis Moreira da Silva, da Quinta dos Murças,
o método ideal, porque o pé humano, ao prensar que viniica todos os seus vinhos com pisa a pé.
Pisa é mais Qual a diferença? fermentação em cuba inox que permite uma ma-
custosa e A maioria das prensas mecânicas tende a romper ceração pós-fermentativa”, aponta Cunha.
as sementes de uva, potencialmente liberando “A extração em lagar é melhor e mais seletiva,
demorada elementos amargos, muitas vezes indesejáveis. Já dando origem a vinhos mais concentrados, com
que a o pé humano, não importa o quão forte alguém mais cor e taninos. O maior risco que existe não
prensagem pise na uva, é incapaz de romper uma semente. é a oxidação, como se poderia pensar, mas sim a
A pisa costuma ser um processo que dura horas, sobre-extração. É muito fácil extrair (e principal-
mecânica, enquanto que uma prensa mecanizada tende a mente no Douro) demais e, com isso, produzir
porém os realizar todo o trabalho em minutos. Essa ques- vinhos demasiadamente concentrados, com tani-
produtores tão do tempo faz diferença, pois quanto maior o
contato com as cascas, mais cor é extraída, mais
nos a mais, e desequilibrados”, diz Silva.
Muitos veem a pisa como um processo pouco
acreditam aromas, mais sabores. higiênico, mas vale lembrar que muitos dos possí-
que é o “Algumas das vantagens da pisa a pé são a veis patógenos humanos que poderiam estar pre-
rápida e suave extração dos compostos do bago. sentes não sobrevivem no vinho. No entanto, um
melhor tipo Para mim talvez o ponto mais importante. Como dos fatores para que a pisa tenha sido substituída
de extração está associada ao lagar, pressupõe obviamente com o tempo é o seu processo lento e custoso. Não
de cor, sabor uma fermentação em contato com o oxigênio,
originando vinhos mais ‘abertos’, cheios e estru-
é fácil e muito menos barato manter um grupo de
pessoas pisando uvas por várias horas. Não à toa,
e aromas turados. Além disso, é um processo fermentativo muitos produtores de Vinho do Porto – que não
sem recurso a nenhum tipo de bombagem, ou querem abrir mão da tradição, mas também sa-
seja, ‘amigo’ do ambiente (zero pegada CO2) e, bem que não podem icar arcando com seus cus-
por im, pode ser associada depois a um inal de tos eternamente – têm buscado mecanizar a pisa
P
umas, sereias, mamutes. Ao adentrar
a vinícola Sculpterra, na Califórnia,
tem-se a impressão de que se está
em um jardim exótico. De um lado
surge um gato gigante esculpido em
bronze, de outro, um cavalo em ferro retorcido,
mais adiante uma sereia emerge de uma fonte,
peixes de proporções gigantescas, borboletas etc.
Todas obras de artistas comissionados por Warren
Frankel.
A história da vinícola começou em 1979, quan-
do este médico, sua esposa e seus ilhos resolve-
ram se mudar para Paso Robles. O nova-iorquino
Frankel havia feito sua especialização na famosa
universidade UCLA e decidiu que queria viver
uma vida mais tranquila, no campo. Ele adquiriu
alguns hectares de terra em Linne Valley. Lá plan-
tou pistaches. Pouco depois, um pequeno vinhedo
de Cabernet Sauvignon.
Com o tempo, resolveu investir mais no vinho.
Em 1997, plantou mais variedades, aumentando
o leque de possibilidades da vinícola. Mas, assim
como o negócio do vinho cresceu, loresceu tam-
bém a paixão pela arte de Frankel. Para criar um
“universo” de criaturas em seu jardim, ele comis-
sionou o amigo John Jagger. Durante cinco anos,
o artista produziu diversas obras monumentais
para a Sculpterra.
Bronze e granito
Jagger, falecido em 2013, elaborou esculturas em
bronze e granito, a maioria delas enorme e baseada
em animais ou seres imaginários. Uma das primei-
ras a serem vistas é um gato de quatro metros de
Hora do saca-rolha
ESPUMANTES BRANCOS
ALMOÇO CHÂTEAU MINUTY ALMOÇO CHÂTEAU MINUTY ALMOÇO GUASPARI ALMOÇO GUASPARI
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A LISA 2012
Bodega Noemía / Vinci (R$ 175)
REGIÃO/PAÍS: Patagônia, Argentina
AD
Tinto composto de 90% Malbec, 9% Merlot
e 1% Petit Verdot, fermentado somente com 92
pts
No Platinum deste mês, trazemos uma
leveduras indígenas e posterior estágio de mistura de inovação e tradição. Da Itália,
nove meses de 25% do vinho em barricas AD na Toscana, vem um Chianti Classico Ri-
de carvalho francês de terceiro e quarto
usos, 30% em tanques de cimento e o
92
pts
serva, com a assinatura da família Antinori,
que dispensa apresentações. Da Espanha,
restante em tanques de aço inoxidável.
escolhemos o Valdehermoso Crianza, da
Sempre consistente, é uma delícia de
suco de ameixa e amoras acompanhado Bodega Valderiz, um dos produtores mais
ORCHAD
SC
de notas florais, especiadas e minerais. comentados no momento na região de
OS
DE
'UVTWVWTCFQGTGƒPCFQVGOVGZVWTCUGFQUC 93pts
Ribera del Duero. Cruzando o Atlânti-
TGHTGUECPVGCEKFG\GƒPCNRGTUKUVGPVG co, fomos até a Patagônia para trazer o A
aliando intensidade com volume de boca. AD Lisa Malbec, elaborado por Hans Vinding
Seguramente, um dos melhores exemplos
do que a Patagônia é capaz de produzir.
92pts
Diers, um dos enólogos mais talentosos e
que mais conhece essa região do sul da
Álcool 13,5%. EM
Argentina.
SUSTENTABILIDADE
Quando falamos de Antinori, quase que
automaticamente pensamos em vinhos
Originalmente propriedade
de grande qualidade e, neste rótulo, ele de uma família de
comprova que sua fama não é à toa. Um produtores de uvas, a
belíssimo Chianti Riserva que mostra que Bodegas y Viñedos Valderiz
a Sangiovese, quando bem trabalhada, é uma das precursoras da
produz vinhos memoráveis. Em boca, agricultura biológica e
combina de maneira primorosa acidez sustentável na região de
vibrante, com taninos marcantes, porém Ribera del Duero.
RQNKFQUGOWOCVGZVWTCƒPCGGNGICPVG
Álcool 13,5%. MSL
GRAN
GOLD
DESTAQUE
Marlborough é a
principal e mais extensa
região vitivinícola da Nova AD
RIPASSO
O método “ripasso” consiste em
adicionar as cascas das uvas secas
fermentadas para fazer o tradicional
Amarone ao mosto para fermentarem
novamente, aportando assim mais
corpo, estrutura e complexidade ao
vinho se comparado ao Valpolicella
tradicional.
AD
AMÉRICA!
Reputado por seus 90
pts
AD
Brunello di Montalcino, 90
pts
o Castello Bani foi
fundado em 1978 pelos
irmãos ítalo-americanos
John and Harry
Mariani.
REDESCOBERTA
Muito cultivada em Bordeaux no
início do século XIX, a Carménère
foi dizimada pela iloxera. Julgada
extinta, foi redescoberta em 1994,
no Chile, pelo ampelógrafo francês
Jean-Michel Boursiquot, onde era,
até então, confundida com a Merlot.
SILVER
ALTAS CUMBRES CABERNET SAUVIGNON 2015
Lagarde / Devinum (R$ 57)
REGIÃO/PAÍS: Mendoza, Argentina
Uma das mais tradicionais vinícolas da Argentina, a Lagarde foi fundada em 1897
e elabora este tinto exclusivamente a partir de uvas Cabernet Sauvignon, com
passagem de 30% do vinho em barricas de carvalho francês e americano entre três
O time Silver é composto neste mês de e cinco meses. Redondo, frutado, suculento e de boa tipicidade, mostra as notas de
verdadeiros achados, que além de mos- ervas e de especiarias típicas da casta envolvendo as frutas negras, como amoras
trarem ótima relação qualidade-preço, GCOGKZCU6GOCEKFG\PCOGFKFCVCPKPQUFGDQCVGZVWTCGƒPCNOȌFKQNQPIQ
têm a virtude de serem versáteis na hora EQPƒTOCPFQQPCTK\ǩNEQQN'/
da harmonização. De Mendoza, vem
o Altas Cumbres, um Cabernet Sau-
APICE CARMÉNÈRE 2016
vignon surpreendente, para comprovar Viña del Triunfo / Vinci (R$ 55)
de uma vez por todas que a Argentina REGIÃO/PAÍS: Vale Central, Chile
não é só Malbec. Cruzando os Andes,
elegemos o Apice Carménère, um dos Tinto 100% Carménère, sem passagem por madeira. Típico aroma vegetal, que lembra
destaques da grande degustação de tin- pimentão assado com frutas vermelhas e negras maduras. Na boca, faz bonito,
tos dessa casta realizada por ADEGA. Já apresenta bom corpo, com textura de taninos delicada e macia. Tem boa persistência
e muita fruta. Despretensioso e muito bem feito, tem notas herbáceas, acidez viva e
da Espanha, escolhemos o Ave de Pre-
bastante frescor. Álcool 13%. JPG
sa, um Tempranillo de dicionário, ideal
para acompanhar aquela mesa de frios
rodeada de amigos. AVE DE PRESA COLECCIÓN TEMPRANILLO 2016
Bodega Celaya / Winebrands (R$ 39)
REGIÃO/PAÍS: Castilla-La Mancha, Espanha
AD AD
89
pts
88 pts DO SÉCULO XIX
Uma das mais tradicionais vinícolas
da Argentina, a Lagarde foi fundada
em 1897 e adquirida em 1969 pela
família Pescarmona.
A MAIOR DO MUNDO
A região de Castilla-La Mancha, no
platô central da Espanha, abriga
a DO La Mancha, que conta com
mais de 164.000 hectares de vinhedos
plantados e, além de ser a maior deno-
minação de origem do país, é a maior
área vitivinícola contínua do mundo,
abrangendo 182 municípios.
BRANCO
AD
89 89
pts Neste mês trazemos diferentes estilos
Branco elaborado exclusivamente a pts
de brancos, variando entre o fresco e
partir de Arneis, com estágio de três
meses em barricas de carvalho francês.
o aromático até o mais estruturado e
Mostra frutas brancas e de caroço encorpado. Do Piemonte, na Itália,
maduras acompanhadas de notas escolhemos o Trej Amis, da pouco co-
florais, herbáceas e de especiarias doces, nhecida casta Arneis, com passagem
SWGUGEQPƒTOCOPQRCNCVQ6GODQO por madeira e ideal para acompanhar
volume de boca e certa cremosidade, peixes mais gordurosos ou carnes de
bem equilibradas por sua refrescante porco. Do Chile, vem o Annie Spe-
CEKFG\GIQUVQUCVGZVWTC5GWƒPCNȌ cial Reserve, um Sauvignon Blanc de
persistente, com toques cítricos, salinos e carteirinha, perfeito para acompanhar
de camomila. Álcool 13,5%. EM frutos do mar em geral. Terminamos
nossa viagem na Argentina, onde se-
lecionamos o Finca Angel Torrontés,
ANNIE SPECIAL RESERVE
SAUVIGNON BLANC 2016 um branco de aromas cativantes e se-
Bodegas y Viñedos De Aguirre / dutores, aposta certeira para acompa-
Obra Prima (R$ 70) nhar pratos da culinária oriental.
REGIÃO/PAÍS: Vale Central, Chile
“O vinho é um universo
ininito a ser explorado”
Fernando José Cantele, enófilo
“A divergência entre
religiões, culturas e opiniões
nos separa, enquanto que os
“O vinho conversa com todos poderes espirituais do vinho
os nossos sentidos” nos unem”
Mary Lou Posch, enófila Wine Ponder, blog de vinho