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PROJETO INTEGRADOR I: LIDERANÇA

Daiane Predebon
PROJETO INTEGRADOR I: LIDERANÇA 2

SUMÁRIO
Introdução3

LIDERANÇA4

Conceito de liderança 6

Liderança na prática 8
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Liderança: poder ou autoridade? 10 Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107.
Caxias do Sul/ RS
Existe um estilo ideal de liderança? 12
REITOR
Como tornar-se um líder? 17 Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Síntese20 Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO

Referências22 Altair Ruzzarin


DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Lígia Futterleib

Desenvolvido pela equipe de Criações para o


ensino a distância (CREAD)
Coordenadora e Designer Instrucional
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Igor Zattera, Leonardo Ribeiro
Revisora
Luana Reis
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Introdução

Estimados alunos!

O presente material foi elaborado com o propósito de le-


vá-los a refletir criticamente acerca da Liderança. Além dessa
reflexão, ele se propõe a conduzi-los a uma autorreflexão, de
modo que possam perceber-se líderes e como atuam quando
exercem esse papel.

A literatura a respeito do tema “liderança” é vasta. Além


dela, muitos são os mitos que circulam no senso comum acer-
ca do assunto: Como será que ela é concebida pelos diversos
autores? Há ideias convergentes a respeito? Quais são elas? E
será que circulam verdades sobre o tema no senso comum?

Essas são algumas das inquietações que queremos provocar


em vocês com este material. Para desvendar este mistério, estão
convidados a desbravar as próximas páginas.
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LIDERANÇA
Liderar é mandar e comandar?
Ou trata-se de inspirar e influenciar?

O conceito sobre liderança é amplo e variável. Basta ir a


uma biblioteca para encontrar uma infinidade de obras e livros
sobre ela. Basta pesquisar na internet para encontrar centenas
de textos e artigos que abordam o assunto. Dependendo do
autor, seguimos uma determinada direção, ou adotamos outra
no sentido contrário. Contudo, há ideias que convergem na
mesma direção, considerando-se grande parte dos estudiosos
do assunto. Independente disso, sem dúvidas, o tema é dos
mais estudados na área de gestão.
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Por que há tamanho interesse por ela? Talvez a para garantir sua sobrevivência e o seu bem-estar. Estes
resposta esteja nos autores Freedman, Carlsmith e Sears grupos, por sua vez, independente de seu tamanho,
(1977), ao afirmarem que “um dos fatos mais impressio- tarefa e complexidade, precisam ser conduzidos rumo
nantes e universais sobre grupos é que eles quase sempre ao seu objetivo. Desse modo, liderar é conduzir grupos
têm um líder.” Percebemos, através dessa afirmativa, de pessoas de forma que elas consigam fazer o que
o quanto é incomensurável a dimensão da liderança. precisa ser feito. Um líder, portanto, é alguém que tem
um papel fundamental no bem-estar de outras pessoas,
Seguindo esse princípio, lembramos que o ser hu- promovendo seu desenvolvimento e, por que não, sua
mano é um ser fundamentalmente social. Desde o início sobrevivência. Talvez, por isso mesmo, a liderança seja
de sua existência, ele precisou (e precisa) viver em grupos um tema de tamanho interesse e pesquisa.
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Conceito de liderança

Ao investigarmos algumas das muitas produções cientí-


ficas sobre o assunto, é possível identificarmos uma série de
conceitos acerca do tema, dentre os quais, selecionamos os mais
relevantes na nossa concepção.

Em seu livro “Liderar é uma arte”, o autor Max De Pree


(1989) conceitua liderança (assim como no título da obra), como
a “arte” de “libertar” as pessoas para que elas possam realizar
o que se espera delas da maneira mais eficiente e humana que
se conseguir. O autor destaca ainda a importância do líder
exercer um papel “servidor”, tanto com relação à organização,
quanto com relação aos membros de sua equipe.

Para Freire (2000), liderança é a capacidade para criar e


inspirar à ação, razão pela qual ela está associada à palavra ins-
pirar, cuja origem latina é inspirare, literalmente, soprar a vida.
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Segundo Chiavenato (2000), liderança é a capacidade de pessoa em influenciar outras para trabalhar entusiasticamente
influenciar as pessoas a fazer aquilo que precisam fazer. Dessa no alcance de objetivos comuns, inspirando-lhes confiança por
forma, o líder exerce influência sobre as pessoas, conduzindo meio da força do caráter.
suas percepções e ações em direção a seus objetivos.
Tendo por base estes conceitos e outros tantos pesquisa-
dos, percebemos que liderar está longe de ser a “capacidade
de mandar”, como muitas pessoas (infelizmente) acreditam
ser. Liderar é, na verdade, conduzir (ou inspirar) um grupo de
pessoas para o alcance de determinados objetivos; é congregar
pessoas para o alcance do que se considera o bem-comum (à
organização, para o grupo).

Ainda de forma simplificada, liderança pode ser conceitu-


ada como a habilidade de conduzir um grupo de indivíduos,
transformando-os em uma equipe que gera resultados. Desse
modo, o líder é uma pessoa capaz de motivar, inspirar e, fun-
damentalmente, inf luenciar os outros para que contribuam
Em sua conceituadíssima obra O Monge e o Executivo, voluntariamente e com entusiasmo para o alcance dos objetivos
James Hunter (2010) define liderança como a habilidade de uma da própria equipe e da organização como um todo.
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Liderança na prática

A partir dos conceitos de liderança pesquisados, percebemos ordenação na ocasião em que a situação corresponde às ap-
o quanto a liderança é muito mais do que uma “posição orga- tidões específicas de cada um deles. Esse tipo de liderança
nizacional”, ela diz respeito a algo muito maior, mais profundo é denominado de liderança emergencial, para significar que a
e abrangente. A liderança é um fenômeno que não está restrito emergência faz o líder.
ao contexto corporativo, ao contrário, ela pode acontecer (e
acontece) em qualquer lugar onde houver um grupo de pessoas.

Um indivíduo demonstra sua capacidade de liderar não


apenas por suas características pessoais, mas, principalmente,
na situação na qual se encontra. Isso significa que, quando
alguém é percebido/reconhecido pelo grupo como possuidor
das condições para satisfação de suas necessidades, a liderança
é concedida a essa pessoa para que ela direcione os integrantes
na direção dos objetivos.

Lima (1971) coloca que liderança é a permissão que um Não há sentido falar de qualidades naturais de um líder; só
grupo dá a cada um de seus membros para assumir a sua co- a circunstância dirá que membro do grupo, naquela ocasião, é
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o mais indicado para assumir a liderança. Em cada momento, o autor, não existe liderança se não existir adesão ao líder por
a liderança se corporifica em cada um dos membros do grupo parte do grupo. Deve existir, portanto, correspondência entre
e as competências necessárias ao líder irão mudar de acordo a visão e as ações que o líder propõe e os desejos e necessidades
com o contexto (grupo e objetivos). dos integrantes de um grupo. “É nesta correspondência que a
liderança se vê confirmada”, diz Lapierre.
Seguindo essa lógica, percebemos que, na verdade, não há
líder, o que há é liderança. Dito de outra forma, a “liderança é Na prática, a liderança é um fenômeno que faz com que
ação, e não posição”, conforme afirmou Donald H. McGannon as pessoas, num determinado contexto (empresa, família, co-
(apud ADAIR, 2010). munidade, setor de trabalho, etc.), sintam-se inspiradas a fazer
o que precisa ser feito, mesmo que isso seja algo que elas não
Sempre que alguém “influencia” uma ou mais pessoas a desejassem fazer ou que não fariam se estivessem sozinhas.
agir de determinada forma ou a seguir determinada direção, lá
está ela, a liderança. Onde existir duas ou mais pessoas, haverá Dessa forma, compreendemos que a liderança desperta o
espaço para um líder. E aqui cabe destacar a responsabilidade que as pessoas têm de melhor, suas potencialidades e talentos,
de um líder, na medida em que ele é capaz de “exercer uma colocando-os em prática para a execução de um objetivo, ge-
interferência, por vezes profunda, na vida de outra(s) pessoa(s)”. ralmente grupal. Nesse cenário, o líder é aquela pessoa que faz
com que as demais se sintam inspiradas a agir pelo coletivo, a
Confirmando isso, Lapierre (1995) brilhantemente afirma abraçar e apropriar-se do objetivo grupal como se fosse o seu
que a liderança não é algo que pertence apenas ao líder. Segundo objetivo pessoal.
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Seguindo essa linha de raciocínio, todos nós somos de al- Liderança: poder ou autoridade?
guma forma líderes, ou dito de outra forma, todos nós podemos
vir a ser líderes em algum momento. Qual é o pré-requisito Conversando ainda sobre a liderança na prática e avançando
para isso? Possuir as condições necessárias para auxiliar o para o uso de poder e autoridade, chegamos a uma distinção es-
grupo no alcance do objetivo coletivo. Dito isso, concluímos sencial com relação ao tema: chefia e liderança são a mesma coisa?
que não há características essenciais para liderar, ou melhor,
não há uma lista única e invariável de características, sendo Como muito bem distingue Hunter (2010) em O Monge e
que elas irão mudar de acordo com o contexto ou situação; o Executivo, chefia é o que fazemos, é o cargo que ocupamos
com os integrantes e os objetivos do grupo. em uma determinada organização. Já liderança é quem somos,
é o modo como agimos e nos comportamos com relação às
Com relação ao processo de liderança, Maximiano (2008) pessoas. Dessa forma, liderança não é sinônimo de chefia, mas
faz uma constatação interessante ao dizer que proximidade sim de influência.
física ou temporal não é algo importante ou mesmo neces-
sário para se liderar. Ele cita como exemplo: “um cientista O autor também diferencia poder de autoridade, afir-
pode ser inf luenciado por um colega de produção que nunca mando que poder é a capacidade de obrigar os outros a fazer
viu ou mesmo que viveu em outra época e que mesmo lí- alguma coisa, em função de sua posição ou força. Para Hunter,
deres religiosos são capazes de inf luenciar adeptos que es- autoridade é a capacidade ou a habilidade de levar os outros a
tão muito longe e que têm pouquíssima chance de vê-los fazer de bom grado o que precisa ser feito, em função de sua
pessoalmente”. influência pessoal e mesmo que eles não desejassem fazê-lo.
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Nesse sentido, poder é algo que pode ser comprado e ven- utilizando a autoridade conquistada por elas e seus liderados
dido, dado e retirado, ao contrário da autoridade, que precisa os seguem em função da influência pessoal.
ser conquistada e independe da posição ou função ocupada
pela pessoa. Nesse cenário, percebemos que a autoridade é muito mais
inf luente e sustentável do que o poder, pois ela fortalece o
Chefe é a pessoa que, por alguma questão externa (a si vínculo de relacionamento entre líder e liderado, enquanto que
mesma), ocupa determinada posição ou cargo na hierarquia de o uso do poder desgasta e corrompe a relação entre as partes.
uma organização. Nesta posição, enquanto chefe, o indivíduo Contudo, a autoridade não pode ser dada ou ganha por alguém,
tem poder adquirido em função do cargo que ocupa. Contudo, ela precisa ser desenvolvida e conquistada.
o cargo qualifica a pessoa como chefe, mas não como líder.

O poder que os chefes têm dentro de uma organização nem


sempre está acompanhado de autoridade. Isso significa dizer
que, nem sempre quem ocupa um cargo de chefia é um líder e
nem todo líder é um chefe. A diferença entre chefes e líderes
pode ser claramente identificada no cotidiano organizacional.
De que forma? Chefes mandam e comandam usando o poder
de seus cargos e possuem subordinados que os obedecem. Já
os líderes são as pessoas que inspiram e animam as demais,
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Quando falamos em liderança, precisamos ter clareza se Quais são eles? E qual será o estilo mais adequado para se
estamos falando em líderes ou chefias. Por quê? Para ser um exercer? Existe um “estilo ideal” para todas as ocasiões?
chefe em uma organização, dominar habilidades técnicas da
área em que se atua pode ser suficiente. Já, para ser líder, não Dois estilos de liderança são reconhecidos desde a Antigui-
basta dominar competências técnicas, é necessário um longo dade Clássica. São eles: estilo autocrático e estilo democrático.
e contínuo processo de autodesenvolvimento, que inclui o
aprendizado de uma série de competências comportamentais, O autocrático é também encontrado na literatura como
as quais abordaremos ao longo deste projeto, auxiliando em estilo diretivo e/ou autoritário. Nele, o poder de decisão en-
seu desenvolvimento. contra-se centralizado na figura do líder, o qual é mais focado
nas tarefas e costuma determinar as providências e as técnicas
Existe um estilo ideal de liderança? à realização das tarefas. Quão maior for a centralização de
poder, mais autocrático será o líder.
Vimos até aqui que a liderança é um fenômeno presente em
todas as situações, sejam na vida pessoal ou profissional. Ao O democrático é também conhecido como estilo participa-
ocupar uma posição de liderança, independente do contexto tivo e/ou consultivo. Nele, o líder atua mais voltado às pessoas
(empresa, família e comunidade), todos nós, pelas histórias e há participação dos liderados no processo decisório. Quanto
de vida e características de personalidade, temos a tendência maior for a influência do grupo na tomada de decisão, mais
a adotar determinado(s) estilo(s) de liderança. democrático será o líder.
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De acordo com Chiavenato (2006), o estilo de liderança diz


respeito ao que o líder faz; é determinado pela forma como ele
se comporta junto aos seus liderados. Nesse sentido, ele refere
três estilos: autocrático, democrático e liberal.

Os dois primeiros são descritos pelo autor da forma como


referimos anteriormente. A liderança liberal, segundo ele,
acontece quando o líder confia as decisões ao grupo e deixa
seus integrantes à vontade para atuar do modo que julgar
mais adequado. Nesse estilo, é mínima a participação do líder
no processo decisório. Cabe acrescentar que o estilo liberal é
também conhecido como laissez-faire, uma expressão francesa
que significa “deixa fazer”, “deixa ir”, “deixa passar”, sugerindo
justamente uma liderança mais flexível, condescendente.

Em resumo, percebemos que na liderança autocrática o líder


determina as diretrizes com a mínima participação do grupo;
na democrática, as diretrizes são debatidas e decididas pelo
grupo, que é incentivado e assessorado pelo líder; enquanto
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que, na liberal é concedida total liberdade ao grupo às decisões, Chiavenato (2006) concorda que um líder deve se adaptar
e há mínima participação do líder. a um grupo de pessoas sob condições variadas, sendo a sua
capacidade de comunicação essencial e não apenas seus traços
Agora que conhecemos os estilos de liderança mais fre- de personalidade. Percebemos, que a capacidade de adaptação
quentemente praticados, retomamos as questões iniciais: Qual e flexibilidade são características essenciais para que o líder
será o estilo mais adequado para se exercer? Existe um “estilo consiga adequar seus comportamentos de acordo com as ne-
ideal” para todas as ocasiões? cessidades da ocasião que lidera.

Os pesquisadores das teorias da liderança situacional es- Para Hersey e Blanchard (1986), qualquer estilo de lide-
clarecem que “não existe um único estilo de liderança válido rança será eficaz, desde que ele seja adequado ao potencial do
para qualquer situação.” Cada situação demanda um diferente liderado. Portanto, segundo os autores, o sucesso organizacional
tipo de liderança, a qual será determinada pelas circunstân- depende do grau em que os seus líderes se adaptam às caracte-
cias, nesse caso, pelo grupo, pelos objetivos a alcançar, pelas rísticas de cada integrante do grupo de trabalho, e estes, por si
características do líder, entre outros. só, atuam de acordo com as estratégias de liderança adotadas
por elas próprias.
Dito isso, percebemos que o estilo de liderança situacional
é o mais apreciado pelos gestores organizacionais, pois amplia Com base em suas pesquisas e estudos, os autores conclu-
as possibilidades de adaptação à situação, permitindo o ajuste íram que não existe um único estilo de influenciar as pessoas.
ao estilo de liderança necessário para cada ocasião. Segundo eles, para ser assertivo em seu estilo de liderança, um
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líder precisa ser hábil em identificar a realidade do ambiente estilo de liderança mais adequado levando em consideração dois
e adequar-se às demandas da organização. aspectos: as características do liderado (experiência na função,
habilidades) e os fatores do contexto de trabalho (estrutura dos
Com base nessas considerações, reforçamos que cada um cargos, necessidade de suporte do grupo).
de nós, por nossas características de personalidade, possui uma
tendência a adotar determinado estilo de liderança quando Seguindo esse raciocínio, Robbins (2003) ilustra a neces-
lideramos um grupo de pessoas. Contudo, não só de acordo sidade de o líder adotar diferentes estilos através de algumas
com a teoria situacional, mas com base no que identificamos situações do contexto organizacional. Se o líder estiver diante
na prática organizacional, o líder precisa desenvolver as ca- de uma pessoa com muita experiência e fortes habilidades para
racterísticas dos estilos que não lhe são dominantes, a fim de a função exercida, ele possivelmente a desmotive se utilizar um
alcançar melhores resultados junto a seu grupo de liderados. estilo de liderança autocrático, uma vez que ela já sabe como
executar seu trabalho; nesse caso, o mais indicado é fornecer
Na Verdade 33 do livro A verdade sobre gerenciar pessoas, suporte e encorajamento, próprios do estilo democrático. En-
Robbins (2003) proclama já no título: “Não há um estilo ideal tretanto, se o líder estiver diante de uma pessoa sem experiência
de liderança.” Ao longo do texto, o autor declara o quanto é e habilidade para a sua função, ela possivelmente se desmotive
tentador buscarmos um estilo ideal de liderança, um que sirva com uma liderança democrática, que lhe provê apenas enco-
para todas e quaisquer situações. Considerando o contexto or- rajamento; nesse caso, o mais indicado é fornecer orientação e
ganizacional, Robbins (2003) declara que o líder deve escolher o direção específicas, o que é próprio do estilo autocrático.
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Quando estamos em uma posição de liderança é importante


percebermos que tipo de líder a equipe precisa que sejamos na-
quele momento. Além disso, para adotar o estilo mais adequado
à situação, é importante o líder considerar fatores como: cultura
organizacional; maturidade do grupo (para a tarefa); qualidade
das relações (entre ele e os liderados); objetivos a serem alcan-
çados e, até mesmo, grau de poder fornecido pela organização
no tocante a promoções, demissões, aumentos salariais.

Independente do estilo adotado, um líder precisa ter sem-


pre em mente que, no contexto organizacional, sua missão é
reduzir as deficiências de sua equipe, identificando as lacunas
de desenvolvimento e potencializando seus integrantes. Além
disso, o líder precisa estar ciente de que o grupo sempre reagirá
com base no estilo de liderança que ele adotar. A escolha do
estilo de liderança determinará a entrega do resultado por parte
da equipe. Sendo assim, a adoção equivocada de um determi-
nado estilo pode ser determinante para o sucesso ou fracasso
na concretização dos objetivos organizacionais.
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Como tornar-se um líder?


James Hunter (2010), traça alguns pontos cruciais para que
possamos nos tornar bons líderes, para ele, líderes servidores.
Dentre vários, destacamos alguns citados pelo autor: respeito, ho-
nestidade, compromisso, gentileza, paciência, humildade e perdão.

Ainda que Hunter e outros autores listem “características


de perfil vitais” para o exercício da liderança, voltamos ao ponto
em que a consideramos como um fenômeno situacional que
carece apenas da existência de duas ou mais pessoas.

A liderança não é inata, o que significa dizer que ninguém Liderança implica, necessariamente, em confiança. Por-
(ninguém mesmo) nasce líder. As competências necessárias tanto, para conseguir influenciar pessoas, é vital que um líder
para liderar podem ser desenvolvidas a partir do nascimento conquiste o respeito (e não o amor) de seus liderados. Dito isso,
de um indivíduo, durante a formação de sua personalidade, compreendemos que, para influenciar um grupo, é vital que o
assim como podem ser aprendidas ao longo da vida adulta, líder conquiste o respeito de seus subordinados; eles precisam
desde que este aprendizado seja decorrente de um processo de acreditar no líder e confiar em suas palavras, o que só será
escolha pessoal. possível se o líder for de fato “um exemplo” às pessoas.
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Se você não acredita no mensageiro, Cabe salientar que quem deseja ou necessita (por força de
não vai acreditar na mensagem. sua posição) ser líder, deve fazê-lo a partir de uma reflexão e
tomada de consciência da importância do seu papel na vida
Seguindo esse raciocínio, percebemos que uma pessoa influen- das pessoas que estão ao seu redor, pois, conforme afirmamos
cia outras através de suas palavras, mas, especialmente, através de anteriormente, “liderar é exercer uma interferência na vida de
suas ações. Desse modo, ser exemplo é apresentar consonância outras pessoas” e essa interferência pode, por vezes, determinar
entre aquilo que se diz e aquilo que se faz, pois quando os liderados o rumo de uma vida. Para liderar é preciso “querer ser líder.”
percebem discordância entre ambos, terão uma tendência a seguir Liderar implica, antes de qualquer coisa, no desejo de fazê-lo.
não as palavras, mas os comportamentos de seu líder.
A partir de seu desejo de liderar e do aceite do grupo com
Ser líder é estar relação a sua liderança, uma competência fundamental a ser
constantemente na vitrine! desenvolvida por um líder é: compreender o comportamento
humano, o comportamento organizacional e as diversas e dife-
Desse modo, por mais que muitas pessoas discordem, o rentes relações interpessoais nas organizações, desenvolvendo
clichê “faça o que eu digo, e não o que eu faço” não tem espaço uma perspectiva sistêmica e positiva da liderança de grupo.
quando falamos em liderança, uma vez que, para conquistar e
manter a confiança de seus liderados, o líder precisa ser exemplo O caminho para liderar pessoas é longo e exige muita
em palavras e, acima de tudo, em atitudes. disciplina e sensibilidade. É preciso ser efetivo, sem jamais
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perder a afetividade. Mas, ao mesmo tempo em que o desafio


é grande, ele é igualmente gratificante, uma vez que o líder
tem “o poder” de interferir na vida das pessoas que lhe são
confiadas, potencializando-as e desenvolvendo-lhes talentos
por vezes desconhecidos. Dito isso, percebemos a imensidão
da “responsabilidade” que é liderar pessoas.

Enquanto há “chefes” que se dizem “líderes” diminuindo


outras pessoas, há o “verdadeiro líder”, que faz com que as pes-
soas ao seu redor também se sintam grandes. Dessa forma, o
“verdadeiro líder” é aquele que motiva, conduz, ensina e aprende
junto com a sua equipe. Esse tipo de líder conquista o respeito
das pessoas através de decisões tomadas com a participação de
todos. E, distante do que muitos pensam, o líder não necessita
saber tudo, ele precisa, sim, saber fazer as perguntas certas
para descobrir o que precisa saber. Além disso, ele precisa
reconhecer suas forças e diagnosticar suas fraquezas, a fim de
empenhar-se em seu autodesenvolvimento; na reversão dos
pontos fracos em fortes.
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Síntese

Neste ebook vimos que: • A diferença entre chefia e liderança está no uso de poder e autoridade que

a pessoa faz. Enquanto que na primeira os liderados fazem o que precisa

• Liderança consiste em um processo de inspirar e influenciar pessoas a ser feito em função da posição ou força (poder) da pessoa, mesmo que

trabalhar em conjunto para o alcance de objetivos considerados para o não quisessem fazê-lo; na segunda, os liderados fazem de boa vontade o

bem-comum. que precisa ser feito em função da influência pessoal que o líder exerce

sobre elas.

• Líder é, portanto, uma pessoa que, em determinado contexto, inspira e

influencia outras pessoas, seus liderados, a agir de determinada forma e • Poder é algo que pode ser vendido, comprado, dado ou partilhado. Au-

seguir determinada direção, levando-os a mudanças em suas atitudes em toridade é algo que precisa, necessariamente, ser conquistado. Um líder

função desta influência. só consegue autoridade junto a seus liderados se conquistar a confiança

e o respeito dos mesmos. Para isso, seus comportamentos precisam ser


• Liderança não é um dom ou uma habilidade inata. Ninguém nasce líder, condizentes com o que ele diz, pois ações influenciam mais do que palavras
da mesma forma que todos podem vir a ser líderes, dependendo da situ- e não há como liderar sem ser exemplo.
ação; do grupo e dos objetivos a serem alcançados. Quando uma pessoa

é percebida pelos integrantes de um grupo como possuidora das caracte- • São três os estilos de liderança exercidos com mais frequência por um
rísticas necessárias para auxiliá-los, a liderança é naturalmente concedida líder: autocrático, democrático e liberal. Cada um deles possui suas forças

a essa pessoa, a fim de que ela conduza o grupo da direção do sucesso. e suas fraquezas. Nenhum deles é melhor ou pior do que o outro e não
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existe um estilo ideal que possa ser adotado em quaisquer situações. Dessa forma,

o estilo ideal é o situacional; o ideal é o líder flexibilizar seus comportamentos,

adotando o estilo mais indicado de acordo com a situação, levando em consi-

deração quem são os liderados, quais são os objetivos a serem alcançados, como

é a relação entre as partes, qual é o contexto organizacional.

• Liderança é um caminho longo e árduo, mas, ao mesmo tempo, de um apren-

dizado e crescimento incomensuráveis. Poucas coisas são tão gratificantes como

“interferir na vida das pessoas”, e essa dimensão da liderança reflete o tamanho

da responsabilidade de um líder com relação à vida das pessoas que lhe são

confiadas.

• Ainda que alguns autores preconizem competências essenciais para que alguém

possa ser líder, a maioria concorda que não há como precisar as características

de personalidade que garantirão a uma pessoa que ela será líder. Isso porque as

competências necessárias a um líder dependerão sempre de quem serão as pessoas

e de quais serão os objetivos a serem alcançados. Dessa forma, os processos de


autoconhecimento e desenvolvimento pessoal são vitais para que a pessoa diag-

nostique as competências que possui e quais necessita desenvolver para auxiliar

seus liderados a conquistar com sucesso os objetivos traçados por ou para eles.
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Referências

ADAIR, John. Liderança e motivação: a regra do meio a meio e os oito princípios HUNTER, James C. O Monge e o executivo: uma história sobre a essência da lide-

fundamentais para motivar os outros. Tradução Henrique Amat Rêgo Monteiro. São rança. Rio de Janeiro: Sextante, 2010.

Paulo: Clio Editora, 2010.


LAPIERRE, L. Interioridade, gestão e organização da realidade psíquica como

CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública. Rio de Janeiro: Elsevier, fundamento da gestão. In: CHANLAT, J. F. O indivíduo na organização. São Paulo:

2006. Atlas, 1996.

DE PREE, Max. Liderar é uma arte. São Paulo: Best Seller, 1989. LIMA, Lauro de Oliveira. Treinamento em dinâmica de grupo: no lar, na empresa,

na escola. Rio de Janeiro: Vozes, 1970.


FREEDMAN, CARLSMITH E SEARS. Psicologia social. São Paulo: Cultrix, 1977.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução


FREIRE, Marlene de. Liderança e motivação: vetores para mudanças sociais e orga-
urbana à revolução digital. São Paulo: Atlas, 2008.
nizacionais. 2000. 95 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Altos Estudos de

Política e Estratégia) – Escola Superior de Guerra, Rio de Janeiro, 2000. MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. Rio de

Janeiro: José Olympio, 1997.


HERSEY, Paul & BLANCHARD, Kenneth H. Psicologia para administradores:

a teoria e as técnicas da liderança situacional. São Paulo: Editora Pedagógica e Uni- ROBBINS, Stephen Paul. A verdade sobre gerenciar pessoas... E nada mais que a

versitária, 1986. verdade. São Paulo: Pearson, 2003.

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