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DIREITO COMERCIAL II
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
INTRODUÇÃO
§1: ESQUEMA LEGAL DO CSC. O CSC é composto por oito partes, das quais constam
1. Parte Geral
Parte Especial:
Simples
Por acções
o 6. Sociedades coligadas
actos comerciais [art. 1º-3] e são comerciantes, ao invés das sociedades civis sob forma
comercial [art. 1º-4], que têm exclusivamente por objecto a prática de actos não comerciais,
1. O património social
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responsabilidade limitada:
sociedade.
Pelas entradas:
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o Nas SEC os dois tipos de sócios respondem nos termos do art. 465º:
Sócios comanditários:
Sócios comanditados:
uma vez que não consta dos contratos das SNC em que todos os sócios apenas contribuam com
a sua indústria. Os sócios de indústria estão adstritos a prestações de facere e, como tal, não
vêem o valor das suas entradas computado no capital social [art. 178º].
Em termos contabilísticos, o capital social exprime uma cifra ideal que representa as
entradas estatutárias. Poderá estar já dissociado com o património real da sociedade ou com
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O capital estatutário ou nominal consiste no valor que consta dos estatutos e que
traduz o conjunto das entradas dos sócios. O capital real ou financeiro, por seu lado, é
expressão dos capitais próprios ou dos valores de que a sociedade disponha, como seus.
No caso das SA, o valor nominal mínimo do capital é € 50.000 [art. 276º-3], dividido
em acções por vários sócios. Diferentemente, nas SPQ o valor nominal mínimo do capital é de
SPQ
SA
SNC
SEC simples
Quanto à transmissão das acções nas SA, cumpre reter a seguinte distinção:
328º-2a].
Nas SPQ a cada sócio corresponde apenas uma quota, ainda que essa possa ser maior
Administração:
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o Gestão interna
o Representação
Assembleia-geral
CAPACIDADE E OBJECTO
Capacidade e Objecto
§1: CAPACIDADE. Por capacidade jurídica entende-se a concreta medida dos direitos
prossecução dos fins da sociedade [art. 6º-1, 1ª parte], segundo o tradicional princípio da
Mediatos: vg lucro
pessoas singulares, a capacidade jurídica seria plena; quanto às pessoas colectivas, a sua
prossecução dos seus fins [art. 160º CC e 6º-1]. Hoje, esse princípio encontra-se superado,
não tendo alcance dogmático: a sua consagração legal no CC fora, todavia, tardia. A
capacidade de gozo das pessoas colectivas não é, ainda assim, idêntica à das pessoas
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Legais [direitos e obrigações “vedados por lei à sociedade”, art. 6º-1] – vg uso
e habitação.
Estatutárias
Deliberativas
versus o escopo lucrativo das sociedades: hoje, a contraposição não é clara, já que as pessoas
colectivas tendem para a “neutralidade”. Exige-se, tão-só, a transparência dos seus actos e a
Quanto aos actos gratuitos [exclusive donativos conformes com os usos sociais, que
não são havidos como doações - art. 940º-2 CC e, no mesmo sentido, art. 6º-2], a prática de
doações ou actuações non profit é, hoje, uma verdadeira “indústria”, por parte de
instituições lucrativas. Nenhuma razão se visualiza, por isso, para considerar as doações fora
da capacidade de qualquer pessoa colectiva, visto que o fim mediato pode ser o mesmo: o
lucro.
“favor” e, portanto, como um acto gratuito. Pode, ainda assim, ser uma actividade lucrativa,
como àquela desenvolvida pelos bancos que prestam garantias a troco de comissões. O art.
Estas “excepções” são tão abrangentes que acabam por consumir a regra, uma vez que o
“justificado interesse próprio” é definido pela própria sociedade, nos termos gerais do Direito
privado. MENEZES CORDEIRO conclui que esta proibição apenas funciona perante situações
§2: OBJECTO. O objecto [art. 11º], por seu lado, designa as actividades exercidas
dos elementos essenciais que devem constar do contrato de sociedade [art. 9º-1d].
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Numa ilustração de dois círculos concêntricos, o objecto seria o círculo mais pequeno,
dentro de um círculo maior e mais abrangente: a capacidade. Por outras palavras, o objecto
não limita a capacidade [art. 6º-4], pelo que um acto praticado fora do âmbito das
actividades a desenvolver pela sociedade [fora do objecto, enfim] não viola a capacidade da
mesma. Retomando a conclusão supra §1, a capacidade encontra-se limitada pelo lucro, mas
que arrenda um imóvel para aí instalar uma loja de desporto: o escopo é, ainda, lucrativo
[está dentro da capacidade, enfim, ou do seu fim mediato que é o lucro], embora viole
sociedade são nulos, nos termos do art. 280º CC, por impossibilidade, segundo
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fora do objecto, são válidos, já que o objecto não limita a capacidade [art.
e 192º-2 e 3].
jurídico].
objecto, são anuláveis nos termos da cláusula geral do art. 58º-1a), já que se
Para além destas consequências, a violação do dever de não exceder o objecto social
ou de não praticar actos que excedam esse objecto, pelos órgãos da sociedade [art. 6º-4],
acarreta responsabilidade civil dos mesmos nos termos dos arts. 72º ss e justa causa de
exemplo:
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Pergunta-se se o mesmo será, todavia, eficaz: face à firma “X, Lda”, trata-
se de uma SPQ, cujo regime determina que o acto é ainda eficaz, salvo má
Tendo sido violado o dever de não exceder o objecto social [art. 6º-4], os
administradores são responsabilizados nos termos dos arts. 72º ss, por
social.
exemplo:
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O acto é válido e não houve qualquer violação de deveres por parte dos
administradores.
O CONTRATO DE SOCIEDADE
Celebração e Conteúdo
uma única parte, e que podem ser parte quer as pessoas singulares, quer as pessoas
art. 273º] e as Sociedades Unipessoais [SU]. Pergunta-se, a este respeito, se uma SA poderá
ser uma SU: em teoria poderá sê-lo temporariamente, se todos os sócios falecerem e apenas
são os seguintes:
Denominação ou firma
Sócios
Capital social
Partes sociais
Sede
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público, vg se for constituída uma SA com apelo à subscrição pública [arts. 279º ss].
tradicional, a constituição de uma sociedade entre cônjuges poderia pôr em causa o regime
de bens estipulado para o casamento e o regime geral de responsabilidade dos bens dos
cônjuges pelas dívidas de cada um ou de ambos, já que as regras desses regimes seriam
substituídas pelas regras constantes dos estatutos da sociedade. Para mais, e face à
originária do Código Civil de 1966, poderia dar lugar a esquemas de formação da vontade
judicialmente
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em vigor do art. 8º-1 fez com que o art. 1714º-2 e 3 CC fosse revogado. Mantém-se, contudo,
compatibilidade com o art. 8º-1 deve ser verificada caso a caso, e contrato a contrato: será
inadmissível a entrada de ambos os cônjuges para uma sociedade com todos os seus bens, vg.
Já a subscrição de pequenas quotas e de algumas acções por ambos os cônjuges não parece
Se uma participação social for comum a ambos os cônjuges, será considerado sócio
aquele que tenha celebrado o contrato de sociedade, nos termos do art. 8º-2.
partes em contratos de sociedade, desde que o celebrem através dos pais, enquanto seus
uma SNC ou SEC, simples ou por acções – art. 1889º-1d) CC]. Poderão fazê-lo, pessoal e
livremente, sempre que o objecto da sociedade esteja ao seu alcance [recorde-se o teor do
art. 127º CC]: a denominada “incapacidade” dos menores é aparente, segundo MENEZES
§4: FORMA. O contrato de sociedade é um contrato formal, nos termos do art. 7º-1:
tem que ser reduzido a escrito e as assinaturas dos subscritores carecem de reconhecimento
presencial, salvo se forma mais solene for exigida para a transmissão dos bens com que os
sócios entram para a sociedade. Assim, no caso de transmissão de bem imóvel, o contrato
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§5: NATUREZA. Para uns, o “contrato” de sociedade não seria um contrato proprio
declarante.
pela existência das duas liberdades [celebração e estipulação]. Mas o contrato de sociedade
não pode ser considerado um contrato comum, já que tem especificidades de regime:
[arts. 42º-2 e 43º-3] e invalidades que não são oponíveis erga omnes, mas
Face ao que foi exposto conclui-se: trata-se de um contrato, embora não implique
jurídica conforme delimitada pelas partes e pelos elementos essenciais que depreendem o
Tipo
Firma [*]
Objecto
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Sede [*]
Capital social
(…)
[art. 42º-1], ainda que a mesma seja sanável por deliberação dos sócios, nos mesmos termos
prescritos para a alteração do contrato, nos casos de falta de menção de firma, sede e valor
das entradas e das prestações [art. 42º-2]. A contrario sensu, a falta de menção do objecto,
§8: FIRMA. Face ao disposto no art. 10º, cumpre recordar os princípios gerais
constantes do RNPC:
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Estabilidade
§9: SEDE. A sede deve ser estabelecida em local concretamente definido [art. 12º],
Sucursais
Agências
Delegações
§10: DURAÇÃO DA SOCIEDADE. A regra que o CSC fixa supletivamente para a duração
da sociedade, é a da sua duração por tempo indeterminado [art. 15º]. As partes podem
Sociedades em Formação
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presencial único, um prazo de tramitação de cerca de 24h [art. 5º DL 111/2005], facto que
Este regime especial só se aplica a SPQ ou a SA cujo capital seja realizado com
A tramitação em 24h é possível graças à existência de uma bolsa de firmas [arts. 3ºa)
processo de formação das sociedades comerciais, eventualmente antecedidas por uma outra,
sociedade]
logístico, etc]
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definitivo [figura que remete para o estudo das sociedades irregulares, infra].
uma sociedade as partes devam observar as regras da boa fé, maxime quanto ao instituto da
culpa in contrahendo [art. 227º CC], por violação dos seguintes deveres:
Deveres de segurança
Deveres de lealdade
Deveres de informação
visada por esta. Nestes casos, observa-se o funcionamento da realidade societária, antes de
termo passou a designar as sociedades sem personalidade jurídica [plena]. Essa realidade
abrangeria:
Sociedades de facto
definitivo].
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incompleitude consistem em sociedades cujo processo constitutivo não está ainda concluído,
irregular” só encontra eco no CSC através da conjugação de disposições legais como os arts.
172º, 173º-1 e 174º-1e) [“sociedade irregular por falta de forma ou de registo”]. A falta de
observância da forma legalmente prescrita, art. 7º], aplica-se o disposto no art. 36º.
Uma primeira leitura do art. 36º poderia levar-nos a concluir pela seguinte
delimitação radical:
sociedade], nas quais não existe qualquer acordo entre os participantes, nem
comum].
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legitimador.
da sociedade].
já iniciado.
MENEZES CORDEIRO considera que a distinção legal supra é, do ponto de vista dos
contrato em falta. Para mais, a remissão para o regime das sociedades civis, prevista para a
segunda situação [nº 2], é mais adequada a assegurar níveis superiores de tutela. Acrescem a
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podem ser dispensados, já que nos encontramos perante uma previsão legal expressa de
tutela.
Face à solução legal prevista para o art. 36º-2, 2ª parte, a doutrina divide-se quanto à
uma sociedade comercial [COUTINHO DE ABREU]? MENEZES CORDEIRO entende que essa
“sociedade” não pode ser comercial, face à tipicidade fechada constante do art. 1º-2. A
haver elementos suficientes para se falar em sociedade proprio sensu, ela será, quanto muito,
civil. Tal não impede que sejam comerciais os actos praticados pelos intervenientes, em
exemplo:
I, J e L reúnem-se e combinam constituir uma SPQ que teria por objecto a compra e
escritura pública seria celebrada em Março, quando todos os pormenores tivessem sido
acordados.
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uma SA, já que os sócios apenas iniciaram a sua actividade um mês antes
sede. De todo o modo, o regime deve ser o mesmo para os casos de “falsa
o 2. Os sócios, solidariamente
sobre sociedades civis [art. 997º CC: com benefício de excussão prévia].
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[celebrado com observância da forma legalmente prescrita, art. 7º-1], as relações entre os
sócios estão já precisadas. À sociedade falta apenas personalidade jurídica [plena] que, nos
termos do art. 5º, apenas surge com o registo definitivo [efeito constitutivo do registo, com
registado.
de todos os sócios.
maioria poderia:
modificações
o Sociedades de pessoas:
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o Sociedades de capitais:
art. 40º: SA, SPQ e SEC por acções – pelos negócios celebrados
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período.
sociedade em si.
os negócios [art. 40º-1] não isenta o património social da responsabilidade principal. Por outro
condicionados ao registo da sociedade e à assunção por esta dos efeitos [art. 40º-2], ou por
convenção das partes [art. 602º CC]. Esse condicionamento do contrato ao registo opera
como uma condição, enquanto cláusula constante no próprio contrato celebrado com terceiro
exemplo:
designados gerentes. No dia seguinte, requereram a inscrição no registo comercial que, dois
meses mais tarde, veio a ser recusada. Durante esse período, A e B celebraram diversos
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caso, os dois gerentes, A e B], bem como os sócios que tais negócios
vez mais, do disposto no art. 36º-2, com remissão para o art. 997º CC: o
beneficiar do mesmo regime. Não faria qualquer sentido se, quanto mais
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exemplo:
forma automática e por mero efeito da lei [ope legis, art. 19º-1]. No caso,
capacidade geral similar àquela que compete à própria sociedade definitiva, segundo
MENEZES CORDEIRO:
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36º-2].
Podem ser realizados “negócios” por conta das SNC e das SEC simples [arts.
O mesmo sucede com as sociedades civis puras, que não dependem de forma especial
nem de registo.
rápida conclusão do processo de registo, por razões fiscais, bancárias e de política notarial.
dos factos.
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actividade.
sociedade
tutela.
A solução proposta por MENEZES CORDEIRO parte da vontade das partes. A sociedade
Com a celebração do contrato, o seu teor regula os direitos das partes [art.
37º]
Nas relações externas, tudo se passa consoante a figura adoptada pelas partes
Repudia-se a remissão para a figura das pessoas rudimentares, já que, aqui, o acordo
de constituição possibilita uma personalidade mais ampla, aplicando-se mesmo o regime das
dos sócios perante terceiros, que não é efectivamente limitada. Quanto ao resto, as pré-
normas jurídicas. Assentam, por seu lado, em verdadeiros contratos de sociedade [art. 980º
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CC], num esquema de tutela da aparência e de protecção da confiança que segue, por
São verdadeiras e próprias sociedades, enfim, ainda que diferentes dos tipos
transpôs deficientemente a directriz, pelo que o Estado Português pode, por isso, ser
responsabilizado.
§2: PRINCÍPIOS GERAIS DA INEFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS. Nos termos gerais,
o negócio jurídico que não produza [todos] os seus efeitos é ineficaz, lato sensu:
o Impossibilidade
o Indeterminabilidade
o Ilicitude
o Vício na formação
o Vício na exteriorização
seguinte modo:
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Nulidade
Anulabilidade
No Direito Civil, dentro da invalidade e quando a lei não disponha de outro modo, o
societário. Todo o regime legal das sociedades irregulares por invalidade está marcado, por
isso, por regras que minimizam a invalidade dessas sociedades e as consequências dessa
Introdução de prazos para invocação dessa nulidade [vs regime geral: a todo o
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A acção deve ser interposta no prazo de três anos a contar do registo, sob
CC].
uma das declarações negociais rege-se pelas disposições aplicáveis aos negócios nulos ou
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Tempo:
legais da invalidade do contrato de sociedade antes do registo: o art. 52º é a base jurídica
aplicável nesse caso, e não o art. 289º CC [comum à nulidade e a anulabilidade: efeito
de favor societatis presente no regime legal da invalidade no CSC. Eis os traços gerais do
que a invalidação de uma sociedade não se salde pela restituição, nos termos gerais [art.
289º-1 CC], já que pode haver relações com terceiros: vg credores sociais ou devedores à
que justifica a remissão legal [art. 141º ss]. A jurisprudência maioritária considera que
perante a invalidade do contrato de sociedade por vício de forma, ocorrida antes do registo
definitivo, não podem ser restituídas aos sócios o valor das prestações que fizeram a título
de entrada [art. 289º-1 CC], mas apenas têm direito a ver partilhado o activo resultante da
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fundamento de invalidade.
[art. 41º-2].
exemplo:
contrato pelo o qual constituíam a Sociedade T, Lda. Antes de efectuado o registo, verifica-
injuntiva [o art. 9º-1e], pelo que a nulidade daí resultante [art. 294º CC]
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capitais], o contrato só pode ser declarado nulo por algum dos vícios taxativamente
todo o contrato só sucederá se recair sobre alguma cláusula crucial, enunciadas infra.
b) Falta de menção:
o Firma [*]
o Sede [*]
o Objecto
o Capital social
do capital social [uma quota pode ser liberada quando o montante já pago
sociedade.
As nulidades assinaladas [*] são, todavia, sanáveis por deliberação dos sócios, tomada
nos termos estabelecidos para as deliberações sobre alteração do contrato [arts. 42º-2 e 44º-
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1, 2ª parte]. Uma vez mais, a ideia que está subjacente a esta solução legal é o favor
Quanto às consequências, uma vez mais não colhe a aplicação do art. 289º CC, mas
[art. 52º-1].
Em conclusão, seja ela detectada antes ou depois do registo [já que as consequências
são as mesmas: art. 52º], a sociedade irregular por invalidade não “desaparece”: sujeita-se,
“apenas”, à liquidação.
exemplo:
contrato pelo o qual constituíam a Sociedade T, Lda. Depois de efectuado o registo, verifica-
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usura], o contrato de sociedade das sociedades de capitais [SPQ, SA e SEC por acções] é,
ainda assim, válido, embora o vício possa ser invocado como justa causa de exoneração pelo
sócio atingido ou prejudicado [art. 45º-1 e 49º-1] – ideia de favor societatis. Para tal, exige-se
que se verifiquem as circunstâncias enunciadas no art. 287º CC: prazo de um ano desde o
vontade não constam do elenco taxativo do art. 42º-1, que comina a nulidade. Não colhe,
Nota: a aplicação analógica deste regime a outros vícios da vontade não elencados
incapacidade acidental] deve ser apreciada caso a caso, para que possam também constituir
exemplo:
sociedade é registada. Hoje, D revela que só se tornou sócio porque a tal fora coagido por A
e B, apenas agora tendo cessado a coacção. Pretende, por isso, invalidar o negócio.
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escritura pública.
sociedade.
Tendo sido realizado registo, o contrato é, ainda assim, válido: não consta
coacção moral [anulável] e física [nula] não têm, aqui, aplicação: salvo o
incapaz [art. 45º-2, 47º e 49º-1] – ideia de favor societatis. Não colhe, aqui, a aplicação das
consequências do art. 52º. O sócio tem o direito de reaver o que prestou e não pode ser
já supra mencionadas:
através dos pais, enquanto seus representantes legais, e com autorização bastante do tribunal
[no caso de constituição de uma SNC ou SEC, simples ou por acções – art. 1889º-1d) CC].
Poderão fazê-lo, pessoal e livremente, sempre que o objecto da sociedade esteja ao seu
alcance [recorde-se o teor do art. 127º CC]: a denominada “incapacidade” dos menores é
aparente, segundo MENEZES CORDEIRO, face às excepções legalmente previstas, que acabam
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O REGISTO E AS PUBLICAÇÕES
§1: REGISTO COMERCIAL. O registo comercial assume uma função de publicidade dos
o Publicidade negativa
o Publicidade positiva
[com as ressalvas infra, §3]: art. 5º. Esta norma não abrange as constituições de sociedades
comerciais que não operem por contrato [vg fusão, cisão ou transformação], mas que ainda
assim carecem de registo [arts. 112º e 120º]. Admitimos, porém, a seguinte ressalva: a pré-
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[…]
Esta disposição deve ser articulada com o disposto no art. 15º-1 CRC, acerca dos actos
Para MENEZES CORDEIRO o sistema de registo de sociedades comerciais não pode ser
constitutivo, porque:
registo.
celebrado, seja inter partes, seja perante terceiros [arts. 37º a 40º].
Com base nestes argumentos, MENEZES CORDEIRO conclui pelo efeito indutor de
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Em conclusão, o registo surge, assim, como uma condicionante da eficácia plena dos
actos praticados pelas sociedades comerciais, ligando-se ao efeito indutor de eficácia que
comercial registada. Para MENEZES CORDEIRO este preceito perde importância, uma vez que
a sociedade devidamente constituída com observância da forma legal [art. 7º-1] mas ainda
Segundo o art. 19º-1, com o registo definitivo do contrato de sociedade, esta assume
de pleno direito:
ineficazes].
constituição.
definitivo, tem eficácia retroactiva e liberatória [art. 19º-3] dos “responsáveis” segundo o
art. 40º.
registo definitivo do contrato, esses podem ser assumidos pela sociedade mediante decisão da
administração, comunicada nos 90 dias subsequentes ao registo [art. 19º-2]. Essa assunção já
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não é, neste caso, “de pleno direito” [automaticamente], embora também tenha eficácia
quando obrigatórias, devem ser feitas em site da Internet de acesso público [art. 70º CRC].
§2: OUTRAS FORMALIDADES. Para além da publicação dos actos praticados pelas
sociedades comerciais, outras formalidades poderão também ser requeridas [vg declarações
O Status de Sócio
sentido da abstracção, partiu de uma qualidade assumida, para a titularidade de uma posição
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§2: DIREITOS E DEVERES DOS SÓCIOS. O conteúdo complexo do status de sócio pode
d].
As situações passivas dos sócios serão, à partida, apenas duas [art. 20º]:
175º-1]
[art. 271º]
das entradas [arts. 209º e 287º], desde que o contrato fixe os elementos essenciais da
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As prestações suplementares [art. 210º], no âmbito das SPQ, devem ser permitidas
pelo contrato de sociedade, dependendo de deliberação dos sócios [nº 1] e têm sempre por
§3: DIREITOS ESPECIAIS. Os direitos especiais constam do art. 24º: são direitos de
O CSC não concretiza, todavia, que precisos tipos de direitos poderiam estar em
demais sócios
Direito à gerência
titular. Não são transmissíveis a terceiros, em conjunto com a respectiva quota. Quando os
estatutos atribuam certa posição a uma pessoa, nem sempre se tratará de um direito
especial, podendo verificar-se uma mera designação em pacto social. Não basta, por isso, a
expressa de que o mesmo só poderá ser suprimido com o consentimento do seu titular.
[personalização máxima]
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das SA, onde os direitos especiais são atribuídos a acções]. Os direitos especiais são-no não
por pertencerem apenas a um sócio, mas sim por pressuporem um regime especial, diferente
do comum. Nestes termos, todos os sócios podem ser titulares de direitos de que só possam
A Obrigação de Entrada
§1: ENTRADA. A obrigação de entrada é um dever essencial dos sócios, sem a qual a
se a tal.
SPQ: quota
SA: acção
O valor nominal não pode exceder o valor real da entrada [art. 25º-1]: a cifra, em
dinheiro, em que se traduza essa entrada, quando pecuniária, ou ao valor dos bens que
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que o aumento de capital social [cifra do conjunto das participações sociais, enfim] é uma
modalidade de alteração do próprio contrato [sujeita a deliberação dos sócios], não variando
por si nem sofrendo oscilações, enquanto que o património social é variável. O património
social tem consistência real e é, assim, o conjunto das situações jurídicas activas e passivas
patrimoniais da sociedade:
Esta obrigação pode ser cumprida de imediato, ou diferida para momento póstumo, consoante
o tipo de sociedade.
§2: REGIME GERAL. As entradas não podem ter um valor inferior ao da participação
nominal [parte social, quota ou acção] atribuída ao sócio. Poderá, eventualmente, ser
superior [acima do par, diz-se], caso em que nos deparamos com um “prémio de subscrição”
sobrevalorização de mercado
contrato, com observância da forma legalmente prescrita [art. 7º-1], salvo quando o próprio
São nulos os actos da administração e as deliberações dos sócios que liberem total ou
parcialmente os sócios da obrigação de entrada, salvo redução do capital [art. 27º-1]. No caso
seguintes situações:
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entradas em espécie deve perfazer o capital mínimo fixado por lei – € 5.000
interpretações:
de entrada.
possível.
soluções:
ABREU.
SA: pode ser diferida a realização de até 70% do valor nominal das acções,
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SA, a soma das entradas em dinheiro já realizadas deve ser depositada em instituição de
crédito, antes de celebrado o contrato, numa conta aberta em nome da futura sociedade
exemplo:
necessitasse de fundos.
soluções:
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[art. 28º-1].
Exemplos:
Direito de propriedade
todavia, ser objectivamente avaliados, para que o valor exacto dos mesmos seja do
conhecimento dos interessados. Por estes motivos, um Revisor Oficial de Contas [ROC]
mesmos atinge o valor nominal indicado pelos sócios [art. 28º-3]. O relatório do ROC está
sociedade, pelos motivos apontados, e aos credores, relevando para a cobertura patrimonial
Por esta razão, aos credores assistem dois direitos [art. 30º-1], concretizadores da
acção sub-rogatória, nos termos do art. 606º CC. Na acção sub-rogatória, o credor substitui-se
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A sociedade pode satisfazer os créditos em causa com juros de mora [art. 30º-2] e o
pagamento pode ser feito por terceiro, nos termos gerais [art. 767º-1 CC].
exemplo:
contrato. E contribuía com € 10.000, através de um cheque, cuja entrada seria diferida em
60%, devendo ser realizada dois anos depois. F contribuía com o direito de arrendamento de
uma fracção autónoma em Lisboa, de que era titular por um período de dez anos – avaliada
por um ROC em € 20.000. G contribuía com cinco anos de trabalho gratuito para a sociedade
Nos termos do art. 273º-1 uma SA deve ser constituída por, no mínimo,
cinco sócios.
realização de até 70% do valor nominal das acções [nº 2]. Uma vez mais,
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condição.
contrato, de imediato.
60% [art. 26º], respeitou o disposto no art. 277º-2 [até 70%], embora deva
[art. 285º-1].
disposto nos arts. 25º-2 e 28º, sob pena de responsabilidade nos termos do
art. 82º.
pelo que o seu valor deve ser avaliado, pelo ROC, face ao valor do crédito
contrato deveria ter sido reduzido a escrito, sob pena de nulidade [nº 4 e
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[avaliação feita pelo ROC, nos termos do nº 3], esta aquisição do bem
entrado com € 7.000 apenas. O valor nominal excede o valor real do bem
§1: PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E NAS PERDAS. A sociedade visa o lucro económico,
repartindo-o pelos associados [art. 980º CC]. Nesse sentido, encontramos no topo dos direitos
dos sócios o direito a quinhorar nos lucros [art. 21º-1 a]. À sociedade é imposta a distribuição
de uma parcela dos seus lucros pelos sócios, com excepções quanto às SPQ e SA [arts. 217º e
294º].
Como regra supletiva, temos que os sócios participam nos lucros e nas perdas da
sociedade segundo a proporção dos valores nominais das suas participações no capital. Se o
contrato determinar somente a parte de cada sócio nos lucros, presumir-se-á ser a mesma a
sua parte nas perdas – vg 10% capital, 10% lucros [art. 22º-1 e 2].
exemplo:
C ficou com uma quota de € 15.000, apesar de B também ter pago € 15.000 pela sua
quota.
Os sócios deliberaram distribuir os lucros entre si, na proporção das suas quotas.
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nominal não pode ser mais elevado do que o valor real [art. 25º-1]. No
exemplo:
Proíbe-se toda a estipulação pela qual deva algum sócio receber juros ou
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Este princípio encontra eco noutras disposições do CSC: arts. 32º e 33º.
§2: PACTOS LEONINOS. Os pactos leoninos são proibidos pelo art. 22º-3: é nula a
cláusula que exclui o sócio da comunhão nos lucros ou que o isente de participar nas perdas
da sociedade, salvo o disposto quanto a sócios de indústria [arts. 992º-2 e 994º CC], esteja ela
abundante de peças. O leão encarregou o burro de as dividir pelos três. O burro repartiu-as
em três partes iguais mas o leão, enfurecido com a divisão, devorou-o e impôs à raposa que
repartisse as peças. A raposa reuniu as três partes numa só e entregou tudo ao leão, sem
deixar nada de parte para si. O leão perguntou-lhe: “Quem te ensinou a fazer as divisões?”,
MENEZES CORDEIRO justifica esta proibição com base nos seguintes argumentos:
ocorram. Em qualquer dos casos, o sócio está a dispor, para o futuro, das
tradição
renúncia antecipada aos direitos, aliada à doação do que [ainda] não se tem.
redução: a sociedade vigoraria sem a parte viciada, salvo se se demonstrasse que, na sua
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
falta, as partes não teriam contratado [art. 292º CC]. Assim não entende MENEZES
CORDEIRO: uma sociedade leonina não é uma sociedade comum com uma cláusula leonina,
mas sim todo um negócio distorcido e cuja lógica de participação nos lucros e nas perdas fora
destruída. Apenas a conversão [ante a nulidade total do contrato] lhe pode valer,
convertendo-se o negócio nulo noutro de tipo ou conteúdo diferente, desde que verificados os
exemplo:
A proibição dos pactos leoninos [art. 22º-3 e 994º CC] implica que seja
numa cláusula de tipo ou conteúdo diferente, uma vez que todo o contrato
perdas.
Capitais próprios:
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Capitais alheios:
o Obrigações
sociedade não se confundem com os dos sócios. Mas são os sócios quem tem, afinal, o
bens ou que melhor ficariam na esfera dos sócios. Contrapõem-se o interesse dos credores da
estabilidade das pessoas colectivas: não se compreenderia que os bens circulassem, sem
O art. 32º tutela os credores, vedando a distribuição de bens aos sócios quando a
situação líquida desta for inferior à soma do capital e das reservas que a lei ou o contrato não
permitem distribuir aos sócios, ou quando a situação líquida se torna inferior a esta soma em
consequência da distribuição.
Conclui-se: apenas podem ser distribuídos aos sócios valores que, tecnicamente, se
consideram “lucros”.
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
§3: LUCROS E RESERVAS NÃO DISTRIBUÍVEIS. Quanto aos lucros e reservas não
Não podem ser distribuídos aos sócios os lucros do exercício que sejam
imprevisíveis].
expressamente, no balanço.
A reserva imposta por lei é também denominada reserva legal: art. 295º-1. Segundo
este preceito, uma percentagem igual ou superior à 20ª parte [5%] dos lucros da sociedade é
destinada à constituição da reserva legal e à sua reintegração, até que aquela represente a 5ª
parte [20%] do capital social. Esta percentagem é supletiva. Taxativamente, impõe o art. 296º
Para cobrir a parte do prejuízo que não possa ser coberto por outras reservas
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Determinadas reservas livres [ágios, vg] estão sujeitas ao regime da reserva legal
supra, na sua totalidade [art. 295º-2]: apenas nos limites de 20% do capital social e apenas se
exemplo:
1. A Sociedade H, Lda., foi constituída com o capital social de € 30.000. Um ano mais
1.
A distribuição dos lucros tem que ter sido objecto de deliberação dos
Esta regra deve observar limites: quanto à distribuição de bens [art. 32º] e
As reservas não distribuíveis podem ser legais [art. 218º, quanto às SPQ,
no caso] ou convencionais/estatutárias.
No caso, houve uma distribuição integral dos lucros, inválida face aos arts.
33º-1 e 218º, que remete para o regime das SA [arts. 295º e 296º]. A
2.
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essa deliberação é anulável nos termos do art. 58º-1 a), por violar
3.
Não existe base legal correspondente para as SPQ, nem por remissão.
RAUL VENTURA considera tratar-se de uma lacuna que pode ser integrada
os requisitos supra.
§4: PERDA DE METADE DO CAPITAL SOCIAL. O art. 35º dispõe sobre a hipóteses de
#1: quando resultar das contas que metade do capital social se encontra
art. 523º.
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para deliberação:
o a) Dissolução da sociedade
terceiros.
patrimonial.
capital
suspensa. O esquema previsto era mais severo, impondo prazos apertados para a realização
das entradas, pelo que não seria imediatamente exequível e a sua entrada em vigor
dependeria de diploma ulterior. Para mais, o seu teor transcende a própria 2ª Directriz
Comunitária.
exemplo:
verificaram que o capital próprio da sociedade era inferior a metade do capital social.
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com uma consequência formal, segundo o disposto nos arts. 171º-2 e 528º-
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Acordos Parassociais
obedece à autonomia privada e à sua livre iniciativa, pelo que se processa no quadro da lei,
dos estatutos da sociedade e de acordos celebrados pelos sócios, nos quais se insere a
Acordos parassociais são convénios celebrados por sócios de uma sociedade [podem
próprio pacto social, uma vez que apenas respeitam a alguns sócios, aqueles que os celebrem,
à margem do contrato de sociedade e sem interferir no ente colectivo. Por outro lado,
distinguem-se de quaisquer outros acordos celebrados entre os sócios uma vez que, no seu
consensualismo [art. 219º CC]. Podem ser celebrados secretamente, salvo tratando-se de
transparência.
O estudo dos mesmos é pertinente, uma vez que através deste tipo de acordos podem
quais estes, nessa qualidade, se obriguem a uma conduta não proibida por lei
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
art. 812º CC. Outras garantias são: depósito das acções em contas de
aviso.
ou de fiscalização.
órgãos.
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deliberação em si.
do capital.
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o Proibições de alienação
o Direitos de preferência
o Concertação futura
As classificações não são rígidas uma vez que, ao abrigo da autonomia privada, podem
Surgem por vezes acordos parassociais que protagonizam verdadeiros desvios ao art.
17º:
Quanto à intervenção de não-sócios neste tipo de acordos, essa intervenção não põe
em causa a validade do acordo, uma vez que é possível a aplicação analógica do disposto no
art. 17º a estas situações, caso a caso. Tratando-se de um potencial sócio da sociedade, vg,
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
exemplo:
C detinha € 40.000.
4. No acordo fica estabelecido que B indica os gerentes, mas que estes devem votar
1.
de forma - art. 219º CC], e conforme com o disposto no art. 280º CC.
o b) Não se aplica.
2.
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
C não tem direito à execução específica, uma vez que o tribunal não se
sociedade.
Se C não estabeleceu cláusulas penais [art. 812º CC] nem outras garantias,
nos termos dos arts. 798º ss CC, desde que verificados os pressupostos da
3.
4.
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Direito à Informação
previsto no art. 21º-1 c): todo o sócio tem direito a obter informações sobre a vida da
sócio de elementos mínimos de informação: as menções exigidas pelo art. 377º-8 [aviso
local e durante o tempo prescritos pela lei ou pelo contrato – art. 58º-1c) e nº 4 a) e b).
Face ao teor dos arts. 288º [informação intercalar] e 289º [informação preparatória da
considera-se assente: os elementos indicados pela lei como objecto de informação são
taxativos.
Constituem limites à informação qualificada nas SPQ [art. 214º - “gestão qualificada”]
os que advenham do próprio contrato ou, propõe MENEZES CORDEIRO, da aplicação analógica
dos arts. 290º-2 e 291º-4 [o último a interpretar restritivamente]. No caso das SA [“assuntos
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
sociais”], exige-se uma participação de 10% do capital social, para a qual se admitem
Nas sociedades de capitais, poder-se-ia considerar que a informação aos sócios seria
dispensável, uma vez que a gestão deveria ser entregue a especialistas. Todavia, a
Ainda assim, o âmbito do direito de informação é menor nas SA do que nas SNC [mais
exemplo:
que preste informações sobre a mesma. B, passados 20 dias, ainda não respondeu.
restritivos.
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
outros sócios, para o efeito] pode consultar, desde que alegue motivo
taxativamente].
informação [art. 291º-2], sem caber recusa desses membros. No caso, não
há uma recusa, mas sim a inércia do administrador único, que nada faz:
ao indeferimento tácito].
Pode ser requerido um inquérito judicial, nos termos do art. 292º e 1479º
Deliberações Sociais
colectivo, sobre uma proposta, na qual cada participante nesse órgão tem um [ou mais]
deliberação surge assimilada a uma vontade colectiva, mediante esquemas abstractos que
As deliberações dos sócios encontram-se reguladas nos arts. 53º a 63º, para alem dos
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
tipicidade, uma vez que os sócios não podem “deliberar” foram dos figurinos orgânicos
liberdade de forma [art. 219º CC]: os sócios podem deliberar como bem entenderem [de
de participar na assembleia
377º-2].
o Debate
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
inclui gravação ou vídeo, mas não “reunião”, ainda que virtual [vg
exemplo:
os sócios: não há qualquer vício, nem nulidade do art. 56º-1a) [será uma
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
uma vez que, aqui, não há qualquer intenção de que a mesma se constitua
e delibere.
exemplo:
de voto superior ao de A e C: 2 votos por cada cêntimo do valor nominal da sua quota.
A gerência seria atribuída a um dos sócios por períodos de três anos: C foi designado
SPQ: um voto por cada cêntimo do valor nominal da quota [art. 250º-1]:
dois votos por cada cêntimo não correspondam a mais de 20% do capital
60.000]. Se 1/5 = 20%, 1/6 é inferior a 20%, pelo que o direito especial foi
art. 24º-3.
de uma reunião.
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
aparência
das deliberações
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
sentido estrito são aquelas que, por razões extrínsecas, não produzem efeitos ou, pelo
determinado sócio, é ineficaz para todos os sócios enquanto o interessado não der o seu
acordo, expressa ou tacitamente [art. 55º] – recorde-se o disposto no art. 24º, a respeito dos
§2], é o da deliberação não reduzida a acta [art. 63º]. O mesmo se diga das deliberações
§5: DELIBERAÇÕES NULAS. Uma vez que a regra, no campo do Direito das Sociedades
Comerciais, é a da anulabilidade [art. 58º-1 a], esta é de aplicação residual, para os casos em
que a lei não determine a nulidade como vício da deliberação. Nestes termos, os casos de
nulidade são taxativos, ainda que abranjam situações de grande amplitude e de importante
aplicação prática.
convocação.
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o Deliberações tomadas por voto escrito sem que todos os sócios com
Nota: várias foram as teorias que tentaram explicar a ratio legis deste preceito:
RAUL VENTURA].
vez que os terceiros não conhecem nem têm que conhecer a divisão
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
deontologias profissionais.
quando:
Consequências da nulidade:
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sociais consta do art. 58º-1a): havendo violação da lei ou do contrato de sociedade, quando
não esteja prevista a nulidade [alínea a]: este preceito move-se entre dois
anulabilidade.
dos sócios.
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Nota: simples violações de acordos parassociais não são causas de anulabilidade, uma
menos que se prove que as deliberações seriam tomadas mesmo sem os votos
abusivos].
deliberação.
terceiros.
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
alínea a).
ou a qualquer sócio que não tenha votado no sentido que fez vencimento
[nº 1].
confirmada.
o Havendo voto secreto [nº 6], considera-se que não votaram no sentido
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
assembleia-geral.
da acta.
deliberação.
Tanto a acção de nulidade como a acção de anulação devem ser propostas contra a
sociedade [art. 60º-1]: qualquer sociedade corre o risco de ser demandada por deliberações
dos seus próprios sócios. Por interpretação extensiva ou por aplicação analógica do preceito,
última não deva ser considerada um vício autónomo, segundo MENEZES CORDEIRO].
votações, uma vez que o voto não representa, por si só, uma posição da sociedade sobre
determinado assunto. Não tem qualquer relevância societária quando desinserido do todo que
é a deliberação social.
Quanto à eficácia do caso julgado, o art. 61º-1 dispõe que a sentença que declarar
nula ou anular uma deliberação é eficaz contra e a favor de todos os sócios e órgãos da
sociedade, mesmo que não tenham sido parte ou que não tenham intervindo na acção: o caso
julgado não opera, por isso, quando a causa de invalidação seja diversa, uma vez que o
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
preceito é claro quanto a esse sentido. O nº 2 visa tutelar a confiança e a boa fé ética de
terceiro, uma vez que este tipo de acções estão sujeitas a registo comercial [art. 9º e) CRC].
que a deliberação padeça, a mesma seja à partida retomada sem o ponto questionado, como
cautela [art. 62º]. Pode ser renovada quando nula por vício de procedimento grave [nº 1º e
art. 56º-1 a) e b] – não se trata de qualquer convalidação, antes ocorrendo uma segunda e
própria deliberação, que visa produzir os mesmos efeitos jurídicos da anterior. A contrario
sensu, não são susceptíveis de renovação as deliberações que inquinem em vício substantivo
[art. 56º-1 c) e d], uma vez que a “nova” deliberação, válida, seria necessariamente
diferente da anterior.
deliberação, desde que a “nova” não enferme do vício da precedente [nº 2]: não se
exemplo:
mesma, decidindo, por comum acordo, deliberar sobre determinados assuntos. B, que votou
contra numa das deliberações em causa, invoca agora a nulidade da mesma, por falta de
convocação.
qual só pode deliberar por unanimidade, uma vez que todos os sócios
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
termos gerais [art. 56º-1a], a mesma seria válida, uma vez que todos os
nulidade por falta de convocação, uma vez em que deu o seu assentimento
exemplo:
O gerente da Sociedade Y, Lda., não conseguia reunir todos os sócios, pelo que ficou
decidido que a deliberação seria por escrito: foram enviadas cartas com a proposta de
[deliberação essa que não se encontra prevista no âmbito das SA], possível
não deve ser confundida com a deliberação unânime por voto escrito,
Não tendo um dos sócios sido convocado, ainda assim não colhe nulidade
nos termos do art. 56º-1b, uma vez que a mesma foi sanada através do
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
exemplo:
cartas registadas com aviso de recepção a todos os accionistas. E não compareceu e considera
convocatória por publicação [art. 167º e 377º-2] pode ser substituída por
leitura [art. 377º-3]. Esta forma de comunicação aos accionistas tem que
não produzirá qualquer efeito, pelo que o sócio poderá destruí-la, guardá-
convocatória tenha sido assinado por quem não tenha essa competência
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
exemplo:
outros assuntos poderão ser incluídos nos termos do art. 378º, com
[arts. 378º-2 e 3]. Os sócios que preencham estes requisitos poderão, tão-
assembleia-geral?
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
[art. 375º-2].
o aviso de convocatória.
exemplo:
accionistas.
[nº 1].
exemplo:
registada com aviso de recepção dirigida a todos os sócios, delibera-se sobre assuntos não
constantes do aviso convocatório, tendo todos os sócios votado por unanimidade aprovar tais
propostas.
373º ss, quanto às SA. A convocação pode ser feita por qualquer dos
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
art. 377º-8.
exemplo:
Os sócios deliberaram retirar a C o direito especial aos lucros de que era titular.
O direito especial aos lucros [art. 24º] não pode ser suprimido ou
exemplo:
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
objecto, são anuláveis nos termos da cláusula geral do art. 58º-1a), já que
exemplo:
488º].
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nula.
exemplo:
em termos especiais, nos arts. 294º-1, quanto às SA, e art. 217º, quanto às
SPQ.
Numa SA, não pode deixar de ser distribuída metade dos lucros [art. 294º-
1], apesar de esta disposição poder ser derrogada pelos sócios [pelo que a
exemplo:
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exemplo:
detentor de 80% do capital social, uma remuneração superior à comum nesse sector, com
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Prestações Acessórias
entradas.
onerosa ou gratuitamente.
o Prestações de dare
o Prestações de facere
Podem ser:
o Instantâneas
o Duradouras
o Únicas
o Fraccionadas
o Periódicas
o Regulares
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exemplo:
obrigado a prestar serviços jurídicos gratuitos à sociedade, e que o sócio B ficaria obrigado a
encerrar a sociedade de produção de fruta de que detinha. C, por seu lado, ficava obrigado a
1.
prestações acessórias.
2.
enquanto tal, salvo estipulação em contrário. C não pode ser excluído [art.
209º-4].
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
exemplo:
verbalmente que a sociedade poderia, mais tarde, deliberar exigir o pagamento de € 5.000 a
Prestações Suplementares
Devem estar previstas no pacto inicial [1.], seja desde o início, seja por
alteração.
Têm, necessariamente, natureza pecuniária [nº 2], devendo o próprio contrato [1.]
Montante global
Sócios que ficam obrigados – na sua falta, todos ficam adstritos a fazê-lo.
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sociedade.
O sócio que não as acate pode ser excluído, já que se trata de obrigações assumidas
no pacto social: o incumprimento justifica, em relação ao faltoso, como que uma resolução
contratual.
§3: RESTITUIÇÃO DAS PRESTAÇÕES SUPLEMENTARES. Ainda que não vencendo juros,
art. 213º:
A situação líquida não pode ficar inferior à soma do capital e da reserva legal
[nº 1, 1ª parte].
[art. 213º-3]. A restituição deve respeitar a igualdade dos sócios que as tenham efectuado,
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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
exemplo:
210º ss].
funcionamento da SA.
exemplo:
[art. 246º-1h].
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contrato aos sócios, esse aumento é ineficaz para os sócios que nele não
exemplo:
contratual.
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CONTRATO DE SUPRIMENTO
Contrato de Suprimento
as seguintes modalidades:
Contrato pelo qual o sócio empresta à SPQ dinheiro ou outra coisa fungível,
vencimento de créditos seus sobre ela desde que, em qualquer dos casos, o
Quando uma SPQ tenha necessidade de financiamento, a solução mais fácil, mais
Fica ainda sujeito ao regime dos suprimentos o crédito de terceiro sobre a sociedade,
desde que o sócio o adquira por negócio entre vivos e no momento da aquisição se verifique
bens ou serviços.
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escopo.
transitória, na medida em que o CSC optou pelo critério da permanência, de RAUL VENTURA.
O art. 243º-2 e 3 fixa, nestes termos, índices de permanência que auxiliam o intérprete e
aplicador do direito, associando-o a presunções. Na falta de estabilidade não há, por isso,
qualquer suprimento.
real quoad constitutionem que só produz efeitos com a efectiva entrega do dinheiro:
suprimento for adoptado por deliberação social, só ficam vinculados os sócios que votem
As partes podem estipular juros mas, se nada disserem, não se deve presumir a
Este regime, por não ser excepcional, pode ser analogicamente aplicado às SA.
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exemplo:
verbalmente com o sócio A um contrato nos termos do qual este emprestava à sociedade €
B, por seu lado, acordou com a sociedade que não levantaria imediatamente o seu
1.
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carácter de permanência – cumpre provar que não foi celebrado com base
nessa motivação.
menos favorável ao sócio, face ao disposto nos arts. 245º-1 e 777º CC. A
2.
exemplo:
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aquele que detivesse 10% do capital social [25%, na doutrina alemã], com
suprimento.
Certo é que o regime do suprimento não pode, por si só, ser negado às SA.
condições supra.
100