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RECIFE
2017
BRUNO GUEDES DOS SANTOS
RECIFE
2017
Ficha Catalográfica
Dedico esta monografia a meus pais que sempre
incentivaram meus estudos e que sempre estiveram ao
meu lado nas conquistas e nos momentos difíceis.
AGRADECIMENTOS
A minha mãe, Rita Guedes, que me deu a vida, me criou e nunca mediu esforços para
me educar e fazer de mim o que sou hoje.
A meu pai, João Luiz, que também contribuiu na minha educação e me ajudou muito
com sua experiência profissional em tornearia no que diz respeito realização dos
ensaios de soldagem que serão apresentados nessa monografia.
Aos meus tios, Helena e Val, que sempre apoiaram minhas decisões e nunca mediram
esforços para me ajudar, qualquer que fosse a dificuldade.
Aos meus professores que tanto se esforçaram para transmitir o conhecimento
necessário para que eu pudesse chegar nesse estágio de minha vida.
Ao meu professor e orientador, José Roberto, que aceitou o convite e empenhou-se
com destreza e maestria para que este projeto virasse realidade.
.
“Não encontre defeitos, encontre soluções.
Qualquer um sabe queixar-se”
Henry Ford
RESUMO
A soldagem por fricção é um processo que vem sendo utilizado na indústria moderna
na união de eixos cilíndricos e tubos, sejam eles de materiais similares ou não. Este
processo ainda é bastante inacessível devido ao preço elevado dos equipamentos
apropriados. O presente trabalho visa obter uma união, confiável, entre eixos
cilíndricos de materiais similares utilizando um torno mecânico convencional. Para
isso foi realizado um estudo de caso onde foi necessário adaptar o processo de
soldagem por fricção convencional. Para isso foi utilizado um torno mecânico de marca
BENER, modelo FEL – 1440GWM, onde foram realizados vários ensaios de soldagem
de forma manual, tendo como parâmetros o tempo necessário para a conclusão da
solda, a rotação e pressão axial. Posteriormente, foram executados ensaios
mecânicos com o intuito de fornecer dados para a validação dos resultados gerados.
Após a realização dos ensaios mecânicos ficou comprovado por meio de gráficos a
eficiência da solda realizada por meio do torno mecânico, inclusive foi alcançado
resistência na área da junção superior ao próprio material que foi utilizado para
confecção dos ensaios, no caso o aço SAE 1045.
Friction welding is a process that has been used in modern industry in the union of
cylindrical shafts and pipes, whether of similar or not. This process is still quite
inaccessible due to the high price of the appropriate equipment. The present work aims
at obtaining a reliable union between cylindrical shafts of similar materials using a
conventional lathe. For this, a case study was carried out where it was necessary to
adapt the welding process by conventional friction. For this purpose, a BENER brand
lathe, model FEL - 1440GWM, was used, where several welding tests were carried out
manually, taking as parameters the time required for the completion of welding, rotation
and axial pressure. Subsequently, mechanical tests were performed in order to provide
data for the validation of the generated results.
After the mechanical tests were carried out, the efficiency of the weld made by means
of the lathe was proven by means of graphs. In addition, resistance was achieved in
the area of the upper joint, which was used to make the tests, SAE 1045 steel.
2 OBJETIVOS....................................................................................................... 17
4 METODOLOGIA ................................................................................................ 33
1 INTRODUÇÃO
O método de união dos metais e não-metais pode ser obtido por ações de forças
macroscópicas ou microscópicas. A soldagem é um exemplo de união por ação de
força microscópica que é obtida pela aproximação dos átomos ou moléculas das
peças a serem unidas. De acordo com a Associação Americana de Soldagem
(American Welding Society – AWS), a soldagem busca a união localizada entre metais
e não-metais, produzida por aquecimento até uma determinada temperatura com ou
sem a utilização de pressão e/ou material de adição.
Os processos de soldagem são indispensáveis na indústria moderna hoje em dia,
porque não dizer que são até insubstituíveis em certas ocasiões, tais como junções
de materiais metálicos ou até mesmo em polímeros.
Devido sua grande importância, busca-se diariamente a melhoria e
aperfeiçoamento dos diversos processos e técnicas de soldagem existentes. É
importante ressaltar que para cada processo de soldagem há vários parâmetros
diferentes a serem levados em consideração, mas todos os processos de soldagem
buscam, sem dúvida, a “união perfeita” e a “qualidade” dessa união.
O processo de soldagem por fricção é conhecido, desde 1891, quando a primeiro
processo dessa natureza foi patenteado nos EUA. Ao decorrer do tempo outros
processos foram patenteados na Europa, Alemanha, Inglaterra e Rússia e com isso
foi sendo aprimorado cada vez mais. Esse processo vem crescendo e sendo muito
utilizado na indústria moderna, sendo aplicado largamente na união de eixos
cilíndricos e tubos, mas também pode ser usado em chapas. (ASM HANDBOOK,
1993).
A soldagem por fricção convencional de peças cilíndricas é um processo onde o
calor necessário para a união é gerado como resultado da fricção de suas superfícies
de atrito sob pressão axial controlada. As peças são postas em movimento e
friccionadas até que se gere calor suficiente, a partir daí o movimento é interrompido
e se tem início a fase de forjamento.
A solda por fricção é eficientemente energética, não gera gases nocivos, não
necessita de materiais de adição, e é caracterizada pela ausência da zona de fusão,
por isso possui uma estreita área termicamente afetada (ZTA).
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Este trabalho visa obter solda por fricção de forma totalmente manual utilizando
um torno mecânico convencional, aplicando como material de prova o aço SAE 1045
com 15mm de diâmetro, e em seguida realizar ensaios mecânicos para a obtenção
de dados que serão apresentados e discutidos ao final.
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2 OBJETIVOS
Analisar como se obtém solda por fricção utilizando o torno mecânico convencional e
aplicando como material de prova o aço SAE 1045 com 15mm de diâmetro.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
A história da soldagem mostra que desde as mais remotas épocas, muitos artefatos
já eram confeccionados utilizando recursos de brasagem e forjamento. Existem peças
de ouro com indicações de terem sido soldadas que datam de 4000 a.C.
A soldagem foi utilizada, na antiguidade e na idade média, para a fabricação de armas
e outros instrumentos cortantes, como espadas e ferramentas que eram fabricadas
de ferro e com tiras de aço soldadas, sendo assim, a soldagem foi um processo
importante na tecnologia metalúrgica daquela época. (BRACARENSE,2003).
Contudo, a partir do século XII e XIII houve uma grande diminuição nessa importância
devido o desenvolvimento de tecnologias para obtenção de grandes quantidades de
ferro fundido no estado líquido por meio de energia elétrica, e no século XIV e XV,
com o desenvolvimento do alto-forno.Com isso, a fundição tornou-se um processo
importante de fabricação, e a soldagem por forjamento foi substituída por outros
processos de união, particularmente a rebitagem e parafusagem, mais adequados
para união das peças produzidas, ficando como processo secundário de produção até
o século XIX.
A técnica de soldagem moderna começou a ser aperfeiçoada a partir da descoberta
do arco elétrico, bem como da sintetização do gás acetileno e do desenvolvimento de
fontes produtoras de energia elétrica que proporcionaram o aparecimento dos
processos de soldagem por fusão.
A primeira patente de um processo de soldagem foi obtida na Inglaterra por Nikolas
Bernados e Stanislav Olszewsky em 1885, sendo baseada em um arco elétrico
estabelecido entre um eletrodo de carvão e a peça a ser soldada.
Por volta de 1890, N.G. Slavianoff, na Rússia, e Charles Coffin, nos Estados Unidos,
desenvolveram independentemente a soldagem a arco com eletrodo metálico nu.
(BRACARENSE,2003)
Em 1907, Oscar Kjellberg patenteia o processo de soldagem a arco com eletrodo
revestido, que em sua forma original tinha o eletrodo revestido com uma camada de
cal, cuja função era unicamente estabilizar o arco. (BRACARENSE,2003)
19
Com o início da 1ª Guerra Mundial a soldagem passou a ser mais utilizada como
processo de fabricação devido as necessidades da época. A partir de então
desenvolveu-se rapidamente, os processos usados foram aperfeiçoados, novos
processos e equipamentos foram criados. Com a modernização várias técnicas de
instrumentação e controle também foram absorvidas pela soldagem graças ao
desenvolvimento da informática e robótica, que contribuíram muito com o grau de
automação e mecanização dos processos de soldagem. Graças a esse
desenvolvimento e evolução essa nova tecnologia é capaz de realizar mudanças nos
parâmetros de soldagem, durante o processo, independente da vontade do operador.
Existem, atualmente, vários processos diferentes de soldagem em utilização na
indústria, o que reforça mais ainda a ideia que a soldagem é o mais importante método
de união permanente entre metais em aplicação na indústria moderna.
A soldagem por fusão tem como princípio a união dos metais por meio do calor, onde
os metais de adição e os de base se fundem. Existem vários processos por fusão e
estes podem ser separados em subgrupos, de acordo com a fonte de calor usada para
fundir as peças. São usados como fonte de calor por exemplo os feixes de elétrons,
feixes de luz, chama oxiacetilênica e o arco elétrico que é o mais comumente utilizado
na indústria hoje em dia. A maioria dos processos de soldagem por fusão utilizam
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algum meio de proteção para evitar a reação do material fundido ao entrar em contato
com os gases da atmosfera.
Soldagem MIG/MAG;
Soldagem por arco elétrico com gás de proteção (Gás Metal Arc Welding –
GMAW). É um processo de soldagem por arco elétrico entre a peça e o
consumível em forma de arame que é fornecido por um alimentador contínuo
que realiza a união dos materiais metálicos por aquecimento e fusão. O arame
se funde continuadamente a medida que é alimentado à poça de fusão, Figura
(2). Nesse processo a poça também é protegida da atmosfera, só que por um
fluxo de gás, que pode ser INERTE (Metal Inert Gás – MIG) ou ATIVO (Metal
Active Gás – MAG).
O processo MIG utiliza gás de proteção inerte, não interage com a poça de
fusão, normalmente são utilizados Argônio ou Hélio como gás de proteção. Foi
inicialmente empregado na soldagem do alumínio.
O processo MAG utiliza gás de proteção ativo, que interage com a poça de
fusão, normalmente utiliza dióxido de carbono (CO2) como gás de proteção.
O processo GMAW é muito utilizado em indústrias automobilísticas,
automatizada ou não, na fabricação de vigas, pontes rolantes, ferrovias. Não
há necessidade de remoção de escória, tem alta taxa e deposição do metal de
solda, baixo custo de produção, processo pode ser automatizado, soldas de
excelente qualidade, regulagem do processo e bastante complexa, não deve
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Soldagem TIG;
Processo de soldagem a arco elétrico com proteção gasosa que utiliza o
eletrodo de tungstênio (Tungsten Inert Gás – TIG) ou (Gás Shielded Tungsten
Arc Welding – GTAW).
Nesse processo o arco elétrico é gerado com ajuda do eletrodo não consumível
de tungstênio. A proteção da poça é feita por um gás inerte, Argônio ou Hélio,
Figura (3). Esse processo inicialmente foi desenvolvido para soldar aços
inoxidáveis, ligas de alumínio e magnésio. Atualmente é utilizado na soldagem
de praticamente todos os metais, todos os tipos de juntas, chapas,
principalmente as de espessura menor que 10mm, ideal para soldagens de
tubos.
Figura 3 – Soldagem GTAW.
Soldagem a GÁS;
Processo de soldagem por fusão, no qual se consegue a união entre os metais
por meio de aplicação de calor que é gerado por uma chama resultante da
queima de um gás.
Nesse processo ocorre a fundição dos chanfros dos metais de base e do
material de adição, se houver, formando uma única poça de fusão, que após
resfriar se comportará como sendo um único material.
O sistema é bastante simples e é constituído basicamente de cilindros de gás,
reguladores de pressão, manômetros, mangueiras, válvulas de retenção e um
maçarico, Figura (5). Normalmente o gás utilizado é o Acetileno, tanto pelo
custo, quanto pelo poder calorífico da sua chama, mas também podem ser
usados outros gases como o butano, propano, metano, hidrogênio, etileno etc.
Como material de adição é utilizado uma vareta que é normalmente
especificada para cada material a ser soldado.
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Resistência;
A soldagem por resistência (Resistance Welding, RW) compreende um grupo
de processos de soldagem nos quais o calor necessário à formação da junta
soldada é obtido pela resistência à passagem da corrente elétrica através das
peças sendo soldadas. O aquecimento da região da junta pela passagem da
corrente elétrica, abaixa a resistência mecânica do material permitindo, através
da aplicação de pressão, a deformação localizada e, assim, a soldagem por
deformação da junta. Em alguns casos, ocorre uma fusão localizada na região
da junta. Assim, neste processo de soldagem pode ocorrer a formação da solda
tanto por fusão como por deformação. Contudo, por razões puramente
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utilizado na união de eixos e tubos, mas também pode ser utilizada na união entre
chapas ou entre chapas e eixos, também pode-se unir materiais dissimilares, ou seja,
pode-se unir um eixo de aço inoxidável com um eixo de alumínio sem problemas.
As propriedades mecânicas das junções obtidas são iguais ou superiores às dos
materiais envolvidos. Sua estrutura cristalina resulta em grãos finos devido ao rápido
aquecimento e resfriamento. Possui altas propriedades mecânica de tração
dobramento e impacto.
Segundo a ASM Handbook, (1993) o processo de soldagem por fricção permite uma
gama de combinações de materiais muito maior do que qualquer outro processo de
soldagem.
Este processo limita-se aos tipos de juntas de topo plana e angulares, que devem ser
perpendiculares e concêntricas com o eixo de rotação.
Por ser um processo que ocorre na fase sólida do material a soldagem por atrito é
caracterizada pela ausência da zona de fusão, devido a isso possui uma estreita zona
termicamente afetada (ZTA).
Figura 8 – Esquema prático da realização da união de eixos por fricção; (a) rotação
da peça móvel; (b) peças são postas em contato; (c) aplicação de pressão e início
da deformação; (d) união consolidada.
O equipamento básico para que se consiga solda por fricção consiste num sistema
motor, sistema de fixação da peça que é rotacionado pelo motor e um sistema de
aplicação de forca axial.
O torno é uma das máquinas operatrizes mais antigas da história. Inicialmente era
utilizado para usinar rodas e eixos de madeira, com o passar dos anos e da
necessidade, passou a ser utilizado na usinagem de metais.
Basicamente é composto por uma unidade motora, um cabeçote fixo, duas superfícies
orientadoras chamada de barramento, um carro principal, um carro auxiliar para
movimentos precisos e um carro transversal para movimentos horizontais como
mostra a Figura (11). O barramento é a base do torno, pois sustenta a maioria de
seus acessórios tais como os cabeçotes, lunetas etc. Extremamente versátil é
utilizado no acabamento e confecção de peças, como eixos, polias, engrenagens,
roscas, cones, esferas. Também pode desempenhar funções de outras máquinas
ferramentas como furadeira, fresadora, plaina, retífica dependendo do acessório que
lhe é acoplado.
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Como tudo está em constante evolução, o torno também evoluiu, modernizou-se, hoje
temos os tornos CNC (comandos numéricos computadorizados) que se trata de uma
programação na máquina por meio de códigos numéricos que definem a posição e
operação da ferramenta, Figura (12).
3.4.1 Tração
4 METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado por meio de um estudo de caso visando obter solda por
fricção utilizando um torno mecânico convencional. Foram evidenciados nesse estudo
a variação entre as diferentes rotações, as variações do tempo necessário para a
realização da soldagem e finalmente a qualidade da junta soldada.
Para a confecção dos corpos de prova foram utilizados eixos de aço SAE 1045, Figura
(18), com diâmetro de 5/8”. Esse aço foi escolhido devido às suas características
principais como baixo custo, boa usinabilidade, boa resistência, é um aço que é
bastante utilizado na indústria e pode ser encontrado com muita facilidade no
comércio.
Para realizar a usinagem dos eixos foi usado um torno mecânico da marca BENER,
Modelo FEL – 1440GWM, fabricado em 2008, Figura (19). Com esse torno se
consegue velocidades que variam entre 40 RPM e1800 RPM.
Após realizar a usinagem dos eixos e garantir que todos eles estejam dentro do padrão
pré-estabelecido, iniciou-se o processo de soldagem. Com base nas pesquisas feitas,
foi observado que a faixa de rotação utilizada para conseguir união por fricção varia
entre 450 a 900 Rpm’s, dependendo da máquina utilizada e do tempo em que era
submetida a tal esforço. Iniciamos os testes a uma velocidade de 460 RPM, e ao tentar
realizar a união percebeu-se que a junção não apresentava uma das características
principais do processo, o “colar”, que é resultante da deformação do material, bem
como era possível ver nitidamente o local da emenda entre as duas peças, também
ouve casos de superaquecimento, onde o material chegou a “derreter” na junção
devido ao calor excessivo da fricção.
Devido a isso foi aumentado a velocidade para 910 Rpm. Nessa faixa de rotação
notamos que ocorreu um aquecimento mais rápido da área de contato entre as peças,
fazendo com que a peça ficasse rubra mais rápido, notou-se também que o torno
entrava em modo segurança (parava o funcionamento por sobrecarga) mais rápido.
Foi observado ao final uma má formação na união entre as peças, acredito que isso
tenha ocorrido devido ao rápido aquecimento e a rápida parada do torno, o que fez
que o material não se deformasse completamente.
Por fim, selecionamos a velocidade de 650 Rpm. Nessa faixa de rotação se obteve
visualmente o melhor resultado, a junta ficou bem-acabada e houve formação do
“colar”, que é uma das características desse tipo de processo, Figura (22).
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Figura 19 – União a uma rotação de 650 rpm, detalhe do colar sendo formado.
Como mostra a figura a peça ficou rubra, ouve formação do “colar” característico
nesse tipo de processo, houve melhor deformação da peça e não houve travamento
do torno. Após ser dado um pequeno desbaste de acabamento notou-se que não
havia sinal da junção visível entre as peças soldadas, confirmando visualmente o
sucesso na realização da soldagem, como mostra a Figura (23).
Foi observado nos vários ensaios que dependendo da velocidade em que era usada
tínhamos variações entre o tamanho do eixo soldado e diferença no tempo total da
soldagem como mostra os dados da Tabela (1).
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A tabela acima mostra claramente que com o aumento da rotação o tempo necessário
para a realização da soldagem diminuía. Com relação ao comprimento final dos eixos
foi observado que a maior alteração no tamanho se deu na faixa de rotação de 650
rpm, Figura (24) provavelmente devido a melhor deformação do material, mas se
compararmos entre as três faixas de rotações não tivemos grande diferença entre
elas.
marca EMIC, modelo DL10000. Essa máquina tem capacidade de carga de 10.000
kgf, nos dois sentidos (tração e compressão).
Para o ensaio de tração o corpo de prova foi padronizado pela norma ABNT MB-4,
que define formatos e dimensões para cada tipo de teste, Figura (24).
A =70mm
B = 10mm
C =15,86mm
D = 170mm
R =15mm
Fonte – SOUZA,1982
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
face reta
face reta
PROVA
TENSÃO MÁXIMA
ROTAÇÃO UTILIZADA RESULTADOS (MPa)
460 Rpm 105,95 698,25 434,80
650 Rpm 275,35 765,06 581,03
910 Rpm 711,05 599,0 635,0
Olhando a tabla acima observa-se uma variação entre os dados obtidos, essa variação
deu-se principalmente por conta do modo em que o processo de soldagem foi
realizado, no caso deste trabalho foi feito de forma totalmente manual, fazendo com
que os corpos de prova apresentassem variações na força de contato que era exercida
entre as peças para gerar fricção, além de defeitos na própria união, como trincas que
eram visíveis a olho nu após o processo. Observa-se que os três primeiros corpos
ensaiados tiveram valores de tensão máxima consideravelmente baixo em relação
aos demais, isso se deu por que esses três CP’s apresentavam defeitos na junção,
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que eram nitidamente visíveis, mas mesmo assim foram ensaiados para somar dados
ao ensaio.
A ruptura em todos os corpos de prova deu-se na região onde foi realizada a solda.
Praticamente em todos os ensaios houve uma fratura frágil do material, fratura essa
que é caracterizada pela rápida propagação de trincas e pela pouca ou nenhuma
deformação do material.
Os gráficos dos ensaios mecânicos foram feitos utilizando o Microsoft Excel 2010,
onde por meio da relação entre a Força aplicada e a área da seção transversal do Cp
foi calculada a Tensão Máxima (σmax).
No gráfico observa-se que o Cp soldado a 460 Rpm suportou uma tensão máxima de
689,25 MPa e que houve uma fratura moderadamente dúctil, após algum
empescoçamento, Figura (23).
Cp2
800
698,2511638
Tensão (Mpa)
600
400
0
-0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02
Deformação (mm)
Em outro ensaio observa-se que o Cp também soldado a 460 Rpm suportou uma
Tensão máxima de 433,30 MPa e que houve uma fratura frágil do material, pois não
houve zona de deformação, Figura (24).
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Cp3
500
450 433,3030061
Tensão (Mpa) 400
350
300
250
460 Rpm
200
150
100
50
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08
O gráfico a seguir indica que o Cp soldado a 910 Rpm suportou uma tensão máxima
de 711,05 MPa e que ouve uma pequena faixa de deformação, e que só após rompeu-
se completamente, Figura (25).
Cp 1
800
711,0519759
640
Tensão (Mpa)
480
320
910 Rpm
160
0
0 0,05 0,1 0,15
Deformacao (mm)
O gráfico seguinte foi retirado da análise de um corpo de prova que foi confeccionado
a uma rotação de 650 rpm, que como dito anteriormente, foi a faixa de rotação que
visualmente os corpos de prova apresentaram a melhor junção e um melhor
acabamento após soldagem. Esse corpo de prova apresentou a maior tensão dentre
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Cp2
975
780 764,815781
Tensão (Mpa)
585
390
650 Rpm
195
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
Deformação (mm)
convencional foi muito bem-sucedida, como mostram os gráficos dos ensaios, não só
atendeu a expectativas pessoais como também poderá abrir caminhos para uma
futura criação de parâmetros que possam garantir a qualidade tanto no acabamento
quanto na resistência mecânica em todas as soldas realizadas.
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALLISTER JR, William D., Ciência e Engenharia dos Materiais: uma Introdução
– 5ª ed – Ltc.
Garcia, Amauri; Spim, Jaime Alvares; Dos Santos, Carlos Alexandre.Ensaios dos
Materiais – 2ª Ed – Rio de Janeiro: LTC,2012.