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2014-2015 Diretrizes SBD

Diabetes mellitus tipo 2 no jovem

rior à da população americana, na qual tros com a severidade da obesidade,


Introdução
representa 8% a 45% dos novos casos presença de acantose nigricans (AN) e
O aumento da incidência do diabetes de diabetes (A).4 risco cardiovascular.10
mellitus tipo 2 (DM2) entre crianças e No Brasil, entretanto, os estudos Estudos recentes em adolescentes
adolescentes vem sendo observado ainda são raros. Recentemente foi DM2 evidenciam o efeito do diabetes e
em várias regiões do mundo.¹ Ainda avaliado um grupo de cerca de 100 da obesidade sobre complacência vas-
não são conhecidos os motivos pela adolescentes com antecedentes fami- cular, aumentando a rigidez dos vasos
eclosão da doença nessa faixa etária. liares para DM2 e outros fatores de ris- e demonstrando que o DM2 de início
Inicialmente, há duas décadas, esses co para o desenvolvimento da doença precoce pode ser mais agressivo do
relatos referiam-se a grupos homo­ e não foi encontrado nenhum caso de ponto de vista cardiovascular do que
gêneos com maior suscetibilidade à diabetes (B).5 em adultos (A, C, B).11-13 As elevadas ta-
doença – índios americanos e canaden­ Atualmente percebe-se que não se xas de obesidade na infância e na ado-
ses –, e há dez anos envolvendo mino- confirmou a impressão de uma epide- lescência estão relacionadas com se-
rias étnicas, sobretudo os americanos mia de DM2 nos jovens. No maior e dentarismo crescente e com mudança
de origem hispânica e os afro-america- mais recente estudo populacional so- nos hábitos alimentares, frequente-
nos, além da descrição do aumento em bre a incidência de diabetes na juven- mente com dietas hipercalóricas e hi-
20 vezes na incidência do DM2 na po- tude (0-19 anos), o Search for Diabetes pergordurosas (B).14
pulação de adolescentes japoneses. No in Youth Study, a prevalência de DM2 Os possíveis candidatos que ligam
Japão, o DM2 em jovens já é mais co- encontrada foi de 0,22/1.000 jovens, obesidade a alteração do metabolismo
mum que o DM1. sendo a maioria dos casos de adoles- dos carboidratos seriam os ácidos gra-
O aumento da prevalência de DM2 centes de minorias étnicas. Nesses gru- xos livres aumentados, as citocinas in-
tem sido ainda associado com o au- pos de alto risco a incidência tem au- flamatórias e os baixos níveis de adipo-
mento da industrialização e desenvol- mentado significativamente (A).6 nectina. A transição de tolerância
vimento socioeconômico. Dados re- O aumento na prevalência da normal à glicose para a intolerância à
centes divulgados pela Organização obesidade na adolescência registrado glicose e dessa etapa para o diabetes
Mundial da Saúde (OMS) sugerem que nos últimos anos explicaria, em gran- está associada a um aumento significa-
19% da população diabética mundial de parte, o avanço do DM2 nas popu- tivo de peso. O aumento contínuo do
reside na Índia. Screening realizado em lações jovens, assim como o desenvol- peso tem efeito sobre os níveis glicê-
126 estudantes indianos não gradua- vimento da síndrome metabólica, micos, independentemente de mu-
dos, para avaliar chance de desenvol- associada a doenças cardiovasculares danças na sensibilidade insulínica ou
ver diabetes no futuro, encontrou 8%, na maturidade (C, C, B).7-9 Estudo re- na demanda da célula β (C).15 E é por
79% e 13% respectivamente de alto, cente realizado em região da Espanha essa razão que um quarto das crianças
moderado e baixo risco de desenvolver não encontrou DM2 em jovens cauca- obesas e 22% dos adolescentes obesos
a doença (B).² sianos obesos, contudo, encontrou apresentam intolerância à glicose (B).16
Não obstante novos relatos de intolerância à glicose (IGT) em 9,6% e Uma das grandes preocupações
DM2 em jovens europeus terem sido resistência insulínica (RI) em 13,5%, do diagnóstico de DM2 no jovem é que
feitos (A),3 sua prevalência é ainda infe- havendo correlação dos dois parâme- algumas comorbidades, como a nefro-

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patia, apresentam-se tão comuns na dia dos jovens ao diagnóstico do DM2, um dos pais com DM2 (54% um dos
criança como no adulto DM2. Estudo de aproximadamente 13 anos, que pais, 14% ambos os pais) (B).4
retrospectivo recente, que avaliou da- coincide com o período de RI relativa, Para começar a tentar explicar os
dos de 48 pacientes, encontrou hiper- em que há diminuição de cerca de resultados epidemiológicos, foram
tensão em 52%, 35% de microalbumi- 30% da ação da insulina (puberdade) encontrados valores mais baixos de
núria e 33% de esteatose hepática. (C);23 pela presença de níveis aumen- adiponectina em crianças obesas fi-
Nenhum caso de retinopatia foi diag- tados de insulina de jejum e resposta lhas de pais diabéticos, do que em
nosticado (B).4 exagerada da insulina à glicose endo- crianças obesas sem antecedentes fa-
Esse desenvolvimento de compli- venosa (obesidade) (A);24 e pela pre- miliares de DM2 (C).29
cações precoces terá implicações sença de baixo peso ao nascer, o que
para o resto da vida tanto para crian- aumenta em sete vezes o risco de RI Quadro clínico
ça como para o orçamento da saúde na vida adulta.
pública (A).17 Avaliação de mais de 1.000 pacien- A idade de maior incidência do DM2
tes no Chile mostrou que crianças que no jovem é próxima dos 13 anos, guar-
dando relação com o estádio III da
Fisiopatologia tinham nascido grandes para a idade
gestacional (GIG) tinham maior risco classificação de Tanner, e uma propor-
Enquanto no DM1 as características de evoluir com obesidade, e crianças ção de 2:1 para meninas em relação
genéticas ficam cada vez mais claras, aos meninos. As crianças com DM2
com antecedente familiar de DM2
no DM2 a questão ainda é obscura. Há são geralmente assintomáticas ou oli-
apresentavam maior prevalência de
maior risco de desenvolvimento da gossintomáticas por longos períodos,
síndrome metabólica (B).25
doença em irmãos do que na popula- sendo que 50% são referidos ao servi-
Estudo realizado com crianças e
ção geral (10% vs. 3%) (B).18 O DM2 ço especializado, devido à glicosúria
adolescentes da grande São Paulo evi-
clássico caracteriza-se pela combina- ou à hiperglicemia em exame de roti-
denciou elevação na RI em portadores
ção de resistência à ação da insulina na. Trinta por cento dos pacientes
de excesso de peso com antecedentes
(RI) e à incapacidade da célula β em apresentam poliúria, polidipsia leve e
familiares de DM2, sugerindo que já
manter adequada a secreção desse emagrecimento discreto. Algumas pa-
nessa faixa etária, como observado no
hormônio (B).19 Demonstra-se em pa- cientes podem apresentar história de
adulto, a ação da insulina pode ser difi-
cientes jovens com DM2 comprometi- monilíase vaginal.
cultada pela obesidade (C),26 condição
mento tanto da sensibilidade insulíni- O maior estudo na área é conheci-
de risco para o desenvolvimento do
ca como da função da célula β, além do como TODAY, recentemente fina­
de aumento da produção da glicose diabetes. O antecedente familiar tem lizado, que acompanhou 704 crianças
hepática. Em comparação com o gru- papel fundamental na ocorrência do e adolescentes americanos com DM2
po de adolescentes obesos não diabé- DM2 nessa faixa etária. Os indivíduos seguidos por 2 a 6 anos. Os primeiros
ticos, o prejuízo na função da célula β afetados têm pelo menos um dos pa- dados clínicos publicados mostram
parece ser de mais magnitude relati- rentes de primeiro ou segundo grau prevalência de aproximadamente 65%
vamente à sensibilidade insulínica afetados, e 65% apresentam ao menos de  meninas, média de 14 anos, com
(C).20 A relação de alguns fatores (ge- um familiar de primeiro grau com DM2 ZIMC = 2,15, história familiar de DM
néticos, raciais, puberdade, obesidade (D).27 Observou-se que irmãos com so- positiva em 89,4%, 41,1% hispânicos,
e peso ao nascimento) na expressão brepeso de jovens DM2 têm risco qua- 31,5% não hispânicos negros; 26,3%
da RI é demonstrada: pela presença de tro vezes maior de apresentar intole- com PA ≥ percentil 90; baixo nível so-
hiperinsulinemia em parentes de pri- rância à glicose que outras crianças cioeconômico (A).30
meiro grau, não diabéticos, de pacien- com sobrepeso. Isso alerta para uma Cerca de 33% dos pacientes apre-
tes com DM2 (fatores genéticos) (C);21 abordagem preventiva específica a ser sentam cetonúria ao diagnóstico, e 5%
pela sensibilidade à insulina 30% me- adotada nesse grupo de alto risco (B).28 a 25% podem evoluir para cetoacidose.
nor em afro-americanos do que em Em estudo que avaliou aumento da in- Nesses casos, o diagnóstico diferencial
caucasianos (fatores étnicos explicam cidência de DM2 em jovens abaixo de com DM1 pode ser realizado durante a
a maior prevalência de DM2 nos gru- 15 anos na Nova Zelândia, 68% (34/48) história clínica ou a evolução da doen-
pos minoritários) (C);22 pela idade mé- dos pacientes apresentavam ao menos ça, à medida que a necessidade diária

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de insulina diminui além do esperado ença. O diagnóstico de DM2 deve ser Assim, valores do peptídio C no je-
no período de lua de mel habitual (D).31 suspeito, sobretudo em pacientes ado- jum maiores que 0,6 ng/ml (0,2
A obesidade, conforme exposto, lescentes, negros, obesos, muitas vezes nmol/l) ou após sobrecarga com Sus-
apresenta-se de modo constante no sem queixas clínicas, com história fami- tacal® oral maior que 1,5 g/ml (0,6
DM2 do jovem. Aproximadamente liar positiva para a doença e apresen- nmol/l) demonstram reservas de insu-
70% a 90% dessas crianças são obesas; tando hiperglicemia e/ou glicosúria lina significativas (C).37 Os autoanticor-
38% apresentam obesidade mórbida. em exame de rotina. pos positivos contra insulina, descar-
A obesidade e a história familiar pare- Os indivíduos com maturity onset boxilase do ácido glutâmico (GAD) ou
cem ter efeito aditivo no risco de de- diabetes of the young (MODY) devem tirosina-fosfatase (IA2) estão presentes
senvolvimento da doença, uma vez ser diferenciados do DM2 no jovem. No em 85% a 98% pacientes com DM1 de
que o impacto da obesidade no risco MODY, observa-se história familiar pro- origem autoimune. Já em obesos com
do DM2 é maior em crianças com histó- eminente de DM, envolvendo três ou história sugestiva de DM2 que desen-
ria familiar positiva para essa doença. mais gerações consecutivas, o que é volveram cetoacidose ao diagnóstico,
A AN, presente em quase 90% des- compatível com um padrão autossô- a prevalência de autoanticorpos (anti-
sas crianças, é uma manifestação cutâ- mico dominante de transmissão here- -ilhotas-ICA, anti-IA2 e anti-GAD 65) é
nea de RI que consiste em hiperpig- ditária. O tipo mais comum de apre- no máximo de 15% (C).38 No entanto,
mentação de aspecto aveludado com sentação é a hiperglicemia leve e estudos europeus encontraram pelo
espessamento das regiões flexurais do assintomática, em crianças ou adoles-
menos um anticorpo positivo em 36%
pescoço, axilas e região inguinal (B).32 centes não obesos. Alguns pacientes
dos adolescentes diagnosticados
Desordens lipídicas, caracterizadas podem apresentar somente discretas
como DM2 (B).39 Interessantemente, no
por aumento do colesterol total e do hiperglicemias de jejum durante anos,
estudo Search for Diabetes in Youth Stu-
LDL-C, assim como dos triglicerídeos e enquanto outros exibem graus variá-
dy, a avaliação de indivíduos diabéti-
da hipertensão arterial sistêmica, tam- veis de intolerância à glicose por vários
cos com menos de 20 anos de idade
bém ocorrem nas crianças com DM2, anos antes da eclosão do diabetes. Esti-
revelou positividade para anticorpo
em uma frequência de 6% a 15% (C).33 ma-se que as variantes MODY corres-
GAD em 66% dos DM1 e 22% dos DM2.
Sinais da síndrome dos ovários po- pondam a 1% a 5% de todos os tipos de
Além disso, um terço dos jovens DM2
licísticos (SOP) com hirsutismo e distúr- DM nos países industrializados (B).36
utilizava insulina e somente 22% dos
bios menstruais associados a baixos Em um indivíduo com diabetes de
DM1 não apresentavam insulina endó-
níveis plasmáticos de globulina ligado- início abrupto, deve-se verificar a pre-
gena, sugerindo que uma grande fra-
ra dos hormônios sexuais (SHBG) e pre- sença de obesidade. É mais provável
que o paciente com início agudo, não ção desses jovens parece apresentar
dominância do hormônio luteinizante
ou alteração ultrassonográfica estão obeso e não pertencente a grupo étni- diabetes de etiologia mista (A).40
presentes em 26% das meninas (C).34 co de risco seja diabético tipo 1. Quan- A frequência de autoanticorpos
Finalmente, a microalbuminúria do ele for obeso, outros testes podem contra célula β em crianças caucasia-
pode estar presente em 20%-40% dos ser necessários, como a determinação nas saudáveis é de 1% a 4%, de modo
jovens DM2 nos primeiros anos após o do peptídio C de jejum e, ocasional- que a presença isolada de autoanti-
diagnóstico (B).35 Estudo retrospectivo mente, a dosagem de autoanticorpos corpos não é suficiente para excluir o
recente, que avaliou 48 pacientes, en- contra as células β. Nos jovens com DM2 em jovens, ou afirmar o diagnós-
controu hipertensão em 52% dos pa- DM2, geralmente os autoanticorpos tico de DM1.
cientes, 35% microalbuminúria e 33% não estão presentes, e os níveis de O diagnóstico de DM2 na infân-
esteatose hepática. Nenhum caso de peptídio C estão comumente normais cia deverá ser feito levando-se em
retinopatia foi diagnosticado (B).4 ou elevados, apesar de não tão eleva- consideração critérios clínicos como
dos como esperado para o grau de hi- idade e sexo do paciente, presença
perglicemia. A dosagem do peptídio C de obesidade e história familiar posi-
Diagnóstico
deve ser efetuada após a compensação tiva para DM2. Devido à alta miscige-
Na maioria dos pacientes, o diagnósti- clínica, com glicemia de jejum próxima nação brasileira, não temos dados,
co de DM2 poderá ser baseado na de 120 mg/dl, para se afastar um pos- até o momento, para considerar a cor
apresentação clínica e no curso da do- sível efeito glicotóxico sobre a célula β. como fator de risco.

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Após esses critérios, os casos duvi- Americana de Médicos de Família e e à atividade física. A baixa adesão ao
dosos, sobretudo aqueles com cetoaci- Academia de Nutrição e Dieta. Se- tratamento decorre da resistência às
dose inicial, devem ser submetidos à gundo este guideline, em pacientes mudanças de hábitos, somada às ca-
pesquisa para avaliação da função da jovens, deve-se considerar o diag- racterísticas próprias da idade e, ainda,
célula β pela dosagem do peptídio C e nóstico de DM2 típico quando apre- ao fato de esses indivíduos não apre-
da detecção de marcadores do proces- sentarem os seguintes critérios: sentarem sintomas.
so autoimune a partir da pesquisa de • Sobrepeso ou obesidade (respecti- A importância do envolvimento fa-
autoanticorpos anti-ilhota (anti-GAD, vamente para sexo e idade com miliar no manejo do DM2 na infância
anti-IA2, ICA e anti-insulina). percentil do IMC ≥ 85-94 e > P95). foi demonstrada em um estudo com-
Segundo o consenso da Associa- • Forte história familiar de DM2. parando dois grupos de crianças afro-
ção Americana de Diabetes (ADA), de- • Substancial capacidade residual de americanas. Em um grupo o cuidador
verá submeter-se à triagem para DM2 secreção de insulina ao diagnósti- participou ativamente do manejo do
na infância toda criança obesa (índice co (comprovada por concentração diabetes, enquanto no outro a partici-
de massa corporal [IMC] maior que o elevada ou normal de insulina e pação do cuidador foi aleatória. A su-
percentil 85 para idade e sexo, ou peso peptídeo C). pervisão direta da criança com DM2
maior que 120% do ideal para estatura) • Início insidioso da doença. teve efeito positivo no controle glicê-
que apresente dois ou mais dos fatores • Presença de RI (evidência clínica de mico (B).43
de risco a seguir: (1) história familiar SOP e de AN). Outro estudo reforça esse concei-
positiva para DM2 em parentes de pri- • Exclusão de existência de diabetes
to, mediante avaliação da capacidade
meiro ou segundo grau; (2) grupo autoimune (autoanticorpos tipica-
dos pais em treinarem seus filhos a se
étnico de risco (índios americanos, afro- mente associados ao DM1 negati-
alimentarem melhor. Nesse grupo hou-
americanos, hispânicos, asiáticos/habi- vos). Esses pacientes apresentam
ve redução significativa do IMC, apesar
tantes de ilhas do pacífico); (3) sinais de mais comumente presença de hi-
de não terem recebido nenhuma orien-
RI ou condições associadas à RI (AN, hi- pertensão e dislipidemia do que
tação específica sobre dieta ou exercí-
pertensão arterial, dislipidemia, SOP). pacientes portadores de DM1.
cios, indicando que a obesidade pediá-
A triagem deverá ser realizada, prefe-
trica é um problema do complexo
rentemente, com a glicemia de jejum, a
Tratamento familiar (C).44
cada dois anos, com início após os 10
O ponto fundamental do trata-
anos de idade (D).41 As metas para o tratamento do DM2 no
mento é a modificação do estilo de
Os níveis para a glicemia de jejum, jovem não diferem das propostas para
com base nos critérios atualmente o DM1, como manter o jovem assinto- vida, incluindo modificações dietéticas
adotados para o diagnóstico do DM2, mático, prevenir complicações agudas e aumento da atividade física. A dieta
são os mesmos para adultos ou crian- e crônicas da hiperglicemia, tentando com restrição calórica adequada à ida-
ças. Entretanto, é interessante comuni- alcançar normoglicemia, sem hipogli- de melhora a tolerância à glicose e a
car que a classificação, em percentis, cemias frequentes, e manter um ritmo sensibilidade insulínica por diminuir a
das glicemias de jejum obtidas em um normal de crescimento e desenvolvi- produção hepática de glicose. O exer-
grupo de 305 crianças e adolescentes mento, além do controle do peso. En- cício aumenta a sensibilidade periféri-
normais da grande São Paulo apenas tretanto, vários são os desafios enfren- ca à insulina por meio da diminuição
5% estão entre 106 e 108 mg/dl (C).26 tados no tratamento do jovem com da massa gorda.
Recente consenso foi publicado DM2. A natureza insidiosa da síndrome, A dieta sugerida para crianças e
pela Academia Americana de Pedia- o atraso na procura pela assistência adolescentes deve ser equilibrada e
tria (A),42 no intuito de melhor guiar médica e o reconhecimento tardio pelo com restrição calórica orientada para
o tratamento de pacientes entre 10- pediatra, ainda pouco familiarizado que a perda ponderal possa ocorrer de
18 anos de idade com diagnóstico de com a doença, estão entre os fatores modo gradual. Estudo randomizado
DM2. Tal consenso foi elaborado com considerados nesse sentido. O adoles- controlado com jovens portadores de
a colaboração da Associação Ameri- cente, quando da eclosão da doença, já DM2, que foram submetidos a um pro-
cana de Diabetes, Sociedade de En- possui um padrão de comportamento grama de perda de peso, mostrou me-
docrinologia Pediátrica, Academia estabelecido em relação à alimentação lhora do HOMA-IR, do percentual de

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gordura corporal e do escore z‑IMC em glicerídeos e contribui para a normali- de peso, independentemente do regi-
24 meses (A).45 zação das alterações ovulatórias em me de tratamento (C).47 Concordante
Entretanto, devido à dificuldade meninas com SOP. Em um estudo mul- com essa opinião, estudo prolongado
de se conseguir bons resultados com ticêntrico, confirmaram-se a segurança (cinco anos) com análise retrospectiva
dieta e exercício, até dietas com muito e a efetividade da metformina no trata- de 89 jovens afro-americanos e hispa-
baixo valor calórico e cetogênicas fo- mento do DM2 pediátrico (A).48 Os efei- no-caribenhos com DM2 mostrou que
ram estudadas. O efeito dessas dietas tos colaterais encontrados em até 25% 18% deles necessitaram de insulina (<
por um período foi avaliado em adoles- dos jovens foram diarreia e/ou dor ab- 0,4 UI/kg/dia) em associação à medica-
centes com DM2, levou à retirada dominal no início do tratamento, sen- ção oral (B).51
de medicações, redução de IMC e de do reduzidos significantemente com o Outro estudo retrospectivo, com
HbA1c (C).46 tempo e a diminuição das doses de tempo médio de tratamento de 2,4
O sucesso do tratamento com die- metformina. A acidose láctica é uma anos, dividiu 48 pacientes em dois gru-
ta e exercício é atingido quando o pa- complicação rara, porém grave, por pos, tratados inicialmente com insulina
ciente mantém um crescimento nor- isso a metformina é contraindicada a ou antidiabético oral (metformina) e
mal, com controle de peso, glicemia de pacientes com diminuição da função mudança de estilo de vida. Pacientes
jejum próximo da normalidade (> 120 renal ou hepática e na presença de hi- com insulina apresentaram queda im-
mg/dl) e uma hemoglobina glicada póxia ou infecção intensa. portante da HbA1c nos primeiros 12
próxima dos seus valores normais. Estudo publicado recentemente meses de tratamento em relação ao
Quando as metas do tratamento não revisou dados de 1.625 pacientes com grupo da metformina e estilo de vida
são atingidas apenas com as mudanças diagnóstico de DM e detectou 184 ca- (7,1% vs. 8,1%, p < 0,05). Entretanto,
de estilo de vida, a terapia farmacológi- sos de DM2 para avaliar a variação tera- após 12 meses de tratamento, ambos
ca deve ser indicada. pêutica com o passar do tempo. Foram os grupos mostraram aumento pro-
O tratamento medicamentoso do separados em três grupos de acordo gressivo da HbA1c (B).4
DM2 em crianças e adolescentes, ini- com o tratamento para avaliar a de- O grupo das tiazolidinedionas atua
cialmente baseado no tratamento de pendência da utilização de insulina. As melhorando a sensibilidade insulínica
adultos com DM2, vem sendo cada vez características associadas com depen- periférica nos músculos e no tecido adi-
mais alvo de estudos. Esses estudos co- dência à insulina no final do estudo fo- poso, agindo por meio da ativação do
meçam a trazer informações sobre ram insulina como primeiro tratamen- receptor ativado pelo proliferador de
quais condutas podem ser adotadas, e to (p < 0,0001), HbA1c inicial (p < peroxissomos (PPAR-γ), e poderia ser
quais medicamentos vêm sendo estu- 0,0001) e raça (p < 0,02; raça branca foi uma opção medicamentosa nos pa-
dados para uso com segurança nesta menos dependente de insulina). Por- cientes com DM2 jovens, assim como já
faixa etária. tanto, DM2 na infância parece apresen- o é nos adultos diabéticos. Atualmente,
Como os adolescentes com DM2 tar falha da terapia oral mais rapida- não existem medicamentos aprovados
apresentam forte RI, a primeira escolha mente do que o relatado em adultos.49 para o tratamento de RI isolada em jo-
medicamentosa recai sobre a metfor- Metformina também apresentou vens não diabéticos. No entanto, a rosi-
mina (C).47 A metformina age pela di- efeitos favoráveis modestos no peso, glitazona vs. placebo foi recentemente
minuição da produção hepática de gli- composição corporal e homeostase avaliada por quatro meses, em um es-
cose, aumentando a sensibilidade do glicêmica em estudo com 100 crianças tudo duplo-cego controlado randomi-
fígado à insulina e a captação de glico- obesas com RI que participaram de um zado, em 21 adolescentes obesos com
se no músculo, sem efeito direto nas programa de redução de peso (B).50 intolerância oral à glicose (IOG). A res-
células β‑pancreáticas. Esse medica- No entanto, há outras evidências tauração da tolerância normal à glicose
mento tem a vantagem, sobre as sulfo- de que a metformina, apesar de ser (TNG) foi associada com aumento signi-
nilureias, de reduzir igualmente a he- efetiva para crianças com DM2, pode ficativo nos níveis de sensibilidade in-
moglobina glicada, sem os riscos de não ser suficiente como monoterapia a sulínica (p < 0,04), sugerindo que a rosi-
hipoglicemia, e de contribuir para a di- longo prazo. Em uma análise retros- glitazona pode melhorar a RI e a função
minuição do peso ou, pelo menos, para pectiva, a HbA1c mostrou tendência a das células β. Não houve mudanças sig-
a sua manutenção. Além disso, favore- aumentar após dois anos de terapia e nificativas no IMC (score Z) ou outros
ce a redução dos níveis de LDL-C e tri- poucos pacientes mantiveram perda eventos adversos (B),52 contudo preo-

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cupações atuais sobre os resultados ne- gorda no grupo, houve melhora dos ín- demonstrado recentemente em pes-
gativos com tiazolinedionas em adultos dices de falha no tratamento, quando quisa com 527 endocrinopediatras so-
têm atualmente limitado a sua utiliza- comparada com monoterapia com bre o manejo do DM2 em crianças. Dos
ção em pediatria (C).53 met­ formina. Análise dos subgrupos 210 questionários respondidos, con-
No final de 2011, foi concluída a quanto ao sexo, raça e grupo étnico su- clui-se que há grande variabilidade no
parte clínica do maior ensaio clínico geriu que metformina mais rosiglitazo- manejo do DM2 na infância, e frequen-
multicêntrico prospectivo e randomi- na foi mais efetiva nas meninas que temente as condutas divergem das re-
zado, o TODAY Study, realizado pelo nos meninos e metformina isolada foi comendações da ADA. Os médicos
National Institutes of Health (NIH)/Ins- menos efetiva nos participantes negros mais jovens foram os que realizaram
tituto Nacional de Diabetes e Doenças não hispânicos que em outros grupos screenings mais agressivos e tiveram
Digestivas e do Fígado (NIDDK). Foram étnicos ou raciais (A).54 condutas mais concordantes com os
avaliados 699 jovens com DM2, dividi- A glimepiride também foi avaliada guidelines da ADA.58
dos em três grupos de acordo com o em relação à metformima como mono- É importante finalizar com o que
tratamento: (a) metformina em mono- terapia em pacientes pediátricos com foi demonstrado, em uma população
terapia (dose de 500 mg a 1.000 mg, DM2 em estudo randomizado avalian- adulta americana, que a intervenção
duas vezes ao dia); (b) metformina + do 285 pacientes durante período de 24 na mudança do estilo de vida (dieta as-
rosiglitazona (rosiglitazona = 4 mg, semanas. A conclusão foi que a glimepi- sociada aos exercícios físicos) foi mais
duas vezes ao dia); (c) metformina as- rida reduz HbA1c igual à metformina, efetiva que o tratamento medicamen-
sociada a mudanças de estilo de vida. porém com maior ganho de peso (B).55 toso para reduzir a incidência de diabe-
As três terapias foram comparadas Na fase inicial, a insulina deverá ser tes (D),59 e o mesmo foi recentemente
quanto ao tempo de falha do trata- utilizada em todos os casos com qua- demonstrado na população obesa pe-
mento, definido como valor de hemo- dro clínico muito sintomático, nos diátrica (B).60
globina glicada persistentemente ele- quais houve cetoacidose e glicemias Em 2013, guideline da Academia
vado (> 8%) por um período maior que superiores a 300 mg/dl. Após a confir- Americana de Pediatria (A),42 supracita-
6 meses ou descompensação metabó- mação do diagnóstico de DM2, a dose do, traz algumas recomendações no
lica persistente. A hemoglobina glicada de insulina deve ser descontinuada manejo do paciente jovem portador
foi dosada a cada dois meses no pri- progressivamente à medida que o pa- de DM2, resumidos no Quadro 1.
meiro ano do estudo, e cada três meses ciente permaneça euglicêmico, até a
no período subsequente. Aderência foi retirada completa, quando então o pa- Conclusão
medida pela contagem das pílulas uti- ciente se manterá com a dieta e exercí-
lizadas em cada retorno, com uma cios associados à metformina, se ne- Pode-se afirmar que, até o momento, o
meta de ao menos 80% de aderência. cessário. Essa parece ser uma conduta DM2 no jovem está mais restrito a gru-
A metformina como monoterapia comum entre os médicos, já que levan- pos minoritários e o termo epidemia
alcançou controle glicêmico durável tamento com 130 endocrinopediatras, não deve ser utilizado. No entanto, há
em metade dos participantes nesse es- realizado nos Estados Unidos e no Ca- uma epidemia de obesidade na infân-
tudo. A combinação de metformina nadá, mostrou que 48%-50% das crian- cia associada a patologias como hiper-
mais rosiglitazona melhorou a durabili- ças com DM2 foram tratadas inicial- tensão, dislipidemia e doença gorduro-
dade do controle glicêmico e metfor- mente com insulina.56 sa do fígado, mais comuns que o DM2.
mina combinada com intervenção no Interessante revisão de literatura Se considerarmos os achados, quase
estilo de vida não foi melhor que met­ sobre medicamentos orais utilizados unânimes, de que as taxas de falha de
formina isolada em manter o controle em DM2 pediátrico, avaliando segu- tratamento oral nos adolescentes são
glicêmico. Os níveis de falha no trata- rança, eficácia e farmacocinética, reve- mais elevadas que nos adultos, fica evi-
mento desse estudo foram maiores la que os dados disponíveis atualmen- dente que o ideal seria direcionar ações
que em estudos de coorte similares em te sobre segurança e eficácia são (campanhas, orientação para pediatras)
adultos, tratados com metformina. limitados e reforça a metformina como para prevenção de obesidade na infân-
Apesar da combinação de rosiglitazo- a droga de primeira linha (A).57 cia, especialmente nos grupos de risco.
na com metformina ter apresentado Várias são as condutas utilizadas Desse modo, ao se avaliar um jovem
pequeno aumento no IMC e massa pelos médicos nesses pacientes, como com sobrepeso os médicos devem levar

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2014-2015 Diretrizes SBD

Quadro 1 Resumo das recomendações da Academia Americana de Pediatria, para o tratamento e acompanhamento
de jovens portadores de DM2
RECOMENDAÇÕES
Insulina: a introdução de tratamento com insulina deve ser assegurada em crianças e adolescentes com DM2 que apresentem cetose
ou cetoacidose diabética; pacientes nos quais a distinção entre DM1 e DM2 não for evidente; e sempre que o paciente apresente em
coleta aleatória de glicose plasmática ou venosa, valor ≥ 250 mg/dl ou HbA1c > 9%
Metformina: a metformina deve ser a droga de primeira escolha para jovens e adolescentes, em todas as outras situações, no momento
do diagnóstico e durante o tratamento, sendo sempre associada à programa de modificação de estilo de vida, incluindo orientação
nutricional e de atividade física
Hemoglobina glicada: a monitorização com coleta de HbA1c deve ser realizada a cada 3 meses. Caso as metas de glicemia capilar e
concentração de HbA1c (< 7%) não sejam atingidas, recomenda-se a intensificação do tratamento, por meio do aumento do número de
controles de glicemia capilar e ajuste de dose e tipo de medicação, no intuito de normalizar as concentrações de glicose sanguínea
Glicemia capilar: a realização de glicemia capilar deve ser aconselhada em pacientes que utilizem insulina ou outras medicações com
risco de hipoglicemia; que estejam iniciando ou modificando o regime de tratamento; não tenham atingido as metas ou estejam
apresentando intercorrência de saúde (doenças febris ou que afastem o paciente da rotina normal diária)
Orientação nutricional: sugerir, na orientação da dieta e nutrição de crianças com DM2, seja no momento do diagnóstico ou durante o
tratamento, que se utilize as recomendações do consenso da Academia de Nutrição e Dietética Pediatric Weight Management
Evidence-Based Nutrition Practice Guidelines61
Atividade física: crianças e adolescentes portadores de DM2 devem ser incentivados pelo médico a realizar atividade física de
moderada a intensa, durante no mínimo 60 minutos diariamente. É recomendado também que o tempo de “tela não acadêmica”
(televisão, videogame etc.) seja limitado a, no máximo, 2 horas/dia

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em consideração um quadro metabóli-
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