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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE QUÍMICA

Cinética Química – Reação relógio iodeto/iodo

Disciplina: QFL1444 – Físico-Química Experimental


Docentes: Rômulo A. Ando
Marcia L. A. Temperini

Grupo 15:
Rafael Araújo Silva, 8799396
Thaina Gomes Cury Batista, 9379207

São Paulo, 21 de setembro de 2017


OBJETIVOS

O experimento realizado tem por objetivo encontrar uma lei de velocidade


teórica para a reação de iodeto sendo oxidado a iodo, experimento clássico para
uma determinação realizada com instrumentos simples, como um cronômetro e
um operador que deve determinar um parametro de coloração para as medições.
Além da lei de velocidade, a energia de ativação para que a reação aconteça
também deverá ser determinada no experimento a seguir descrito.

INTRODUÇÃO

A cinética química é um conceito extremamente importante para o


entendimento do funcionamento das reações, assunto de interesse dentro do
estudo de físico-quimica. A cinética química é responsável por descrever o
comportamento de reações de acordo com a velocidade em que as mesmas
ocorrem, se utilizando de parâmetros pré definidos para a realização das
medições e avaliações dos objetos de interesse, permitindo compreender, em
níveis micro e macroscópicos, a evolução da reação.
A velocidade de uma reação pode ser determinada pelo consumo de
reagentes em função do tempo, ou pela formação de produtos, também em
função do tempo, ambas sendo medidas pela concentração dos compostos, de
acordo com as fórmulas a seguir (considerando-se uma equação genérica):

aA + bB ⇋ cC + dD

1 𝑑[𝐴] 1 𝑑[𝐵] 1 𝑑[𝐶] 1 𝑑[𝐷]


𝑣 = −𝑎 = −𝑏 = =𝑑 (1)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑐 𝑑𝑡 𝑑𝑡

A velocidade, no entanto, pode variar com alguns fatores, como a


temperatura em que a reação ocorre, a concentração dos reagentes, o uso de
catalisadores, e o estado físico dos compostos. Neste experimento apenas os
três primeiros serão avaliados em relação aos efeitos sobre a velocidade, que
tem valores medidos geralmente em mol/Ls quando se trata de soluções
aquosas.
Apesar de parecer simples, a velocidade de uma reação é regida por uma
lei própria, que consegue determinar o mecanismo do procedimento, com suas
etapas e ordens. Segue uma lei genérica de velocidade:

V = k [A]x[B]y (2)

Como pode ser observado, a velocidade depende das concentrações dos


reagentes, com os expoentes sendo as respectivas ordens de cada um. A ordem
global da reação é a soma de x e y, e ambos são medidos experimentalmente.
O termo k é conhecido por constante de velocidade.
Existem alguns métodos capazes de levar à determinação da lei de
velocidade de cada reação, como método das velocidades iniciais, e o da
variação de concentração com o tempo de reação, que é a técnica utilizada no
experimento em questão. Neste experimento é utilizada a reação de Landolt,
mais conhecida por “relógio de iodo”, onde duas soluções incolores ao serem
misturadas ganham cor somente após um certo tempo, fato esse que possibilita
a contagem do tempo mais facilmente, devido a suas características cinéticas,
indo de um estado incolor para um azul forte em certo período de tempo possível
de ser cronometrado por um operador.
Na maioria dos métodos utilizados é importante levar em consideração a
temperatura em que ocorre a reação, uma vez que ela é parte fundamental, tanto
na energia de ativação do processo, quanto em outros fatores microscópicos,
como o fornecimento de energia necessária para que ocorram choques efetivos
(fator orientação).
A energia de ativação pode ser obtida com os dados desse processo
também, o que fornece mais informações essenciais sobre as reações de
estudo. A energia de ativação é, em geral, a energia mínima necessária para
que uma reação possa ocorrer. Ela pode ser determinada experimentalmente
nesse caso pela variação de temperatura da reação.
RESULTADOS E DISICUSSÃO

Para realizar o experimento do relógio de iodo/iodeto (equação 3 e 4),


foram preparadas soluções com diferentes concentrações e as reações foram
executadas em três distintas temperaturas, para obtenção das constantes de
velocidade a 61, a 51 e a 42,5 °C.

3I-(aq) + H2O2(aq) + 2H+(aq) → I3-(aq) + 2H2O(l) (3)


2S2O32-(aq) + I3-(aq) → 3I-(aq) + S4O62-(aq) (4)

As soluções foram preparadas de acordo com a tabela 1.

Tabela 1 – Volume inicial dos reagentes


S H2O (mL) KI 0,05 M (mL) Na2S2O3 0,05 M (mL) Amido (mL) Tampão (mL) Ac/Ba (mL) H2O2 0,8 M (mL)
1 125,0 25,0 5,0 5,0 30,0 0 10,0
2 100,0 50,0 5,0 5,0 30,0 0 10,0
3 115,0 25,0 5,0 5,0 30,0 0 20,0
4 100,0 25,0 5,0 5,0 30,0 25 HAc 10,0
5 100,0 25,0 5,0 5,0 30,0 25 HCl 10,0
6 100,0 25,0 5,0 5,0 30,0 25 NaOH 10,0

Os ensaios foram realizados pelas duas duplas nas 3 temperaturas e os


resultados obtidos estão expressos na tabela 2.

Tabela 2 – Resultados experimentais dos ensaios realizados pelos alunos


Soluções pH t (s) pH t (s) pH t (s)
61 °C 51 °C 42,5°C
1 4,82 26,00 4,97 50,75 4,85 116,50
2 4,91 13,34 4,98 26,51 5,02 36,69
3 4,89 10,77 4,98 26,44 5,03 36,84
4 4,33 29,24 4,70 51,03 4,65 115,50
5 1,95 21,88 2,17 38,09 2,33 55,85
6 13,78 - 12,67 - 12,64 -

Primeiro, para poder seguir com a determinação da determinação da


constante de velocidade, é preciso primeiro determinar a concentração das
espécies na solução de volume final de 200 mL. A concentração das espécies
pode ser determinada a partir da equação 5.
𝐶𝑖 𝑉𝑖
𝐶𝑓 = (5)
𝑉𝑓

Onde a Cf é a concentração final, Vi o volume coletado na solução de


interesse de concentração Ci e Vf é o volume final das soluções, todas de 200
mL.
Sabendo que foi realizado a medida do pH de cada solução, pode-se
determinar a concentração dos íons H+ das soluções utilizando a equação 6.

[𝐻 + ] = 10−𝑝𝐻 (6)

As concentrações de cada uma das espécies envolvidas na reação estão


demonstradas na tabela 3.

Tabela 3 – pH e concentração final dos componentes nas soluções a 61


°C
S pH [I-] (mol/L) [H2O2] (mol/L) [H+] (mol/L) [S2O32-] (mol/L)
1 4,82 0,00625 0,04 1,51E-05 0,00125
2 4,91 0,0125 0,04 1,23E-05 0,00125
3 4,89 0,00625 0,08 1,29E-05 0,00125
4 4,33 0,00625 0,04 4,68E-05 0,00125
5 1,95 0,00625 0,04 1,12E-02 0,00125
6 13,78 0,00625 0,04 1,66E-14 0,00125

Observa-se que a concentração de amido não aparece na tabela. Isso


porque este componente não é importante, matematicamente, para a
determinação da velocidade da reação tampouco para a determinação da
constante de velocidade. A reação redox do iodeto com o peróxido em meio
ácido gera íons I3- que não são possíveis de serem determinados a olho nu. Com
a adição de amido, o íon tri-iodeto se complexa com o amido dando origem a
uma substância de coloração forte que pode ser facilmente detectado pelo olho
humano indicando o fim da reação.
Uma vez que a velocidade de uma reação é definida como a taxa de
formação dos produtos ou de consumo dos reagentes, isto é, a variação da
concentração desses componentes numa variação de tempo. Sendo assim, se
tem, na equação 7, obtida através da equação 1, a velocidade da reação do
relógio de iodo/iodeto.

1 𝑑[𝐼 − ] 𝑑[𝐻2 𝑂2 ] 1 𝑑[𝐻 + ]


𝑉 = −3 = − = −2 (7)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

Para a determinar a velocidade, entretanto, não se pode utilizar as


concentrações dos reagentes, uma vez que se utilizou concentrações variadas
de iodeto, peróxido de hidrogênio e de cátions H. Porém, na segunda reação,
tem-se um reagente cuja a mesma concentração foi utilizada em todos os
ensaios, o tiossulfato. Sabendo, pela equação 3 e 4, que a estequiometria da
reação é 1 I- : 2 S2O32-, pode-se substituir a essa relação na equação da
velocidade, se obtendo a equação 8.

1 [𝑆2 𝑂3 2− ]
𝑣=2 (8)
𝑡

Onde t é o tempo de cada reação.


A tabela 4 apresenta os valores das velocidades de reação para as
soluções cujas reações foram feitas a 61 °C.

Tabela 4 – Tempo e velocidade das reações a 61°C


S t (s) v (mol/L.s)
1 26,00 2,40E-05
2 13,34 4,69E-05
3 10,77 5,80E-05
4 29,24 2,14E-05
5 21,88 2,86E-05
6 - -

Para encontrar a ordem da reação de todos os reagentes, é preciso avaliar


através da lei da velocidade (equação 9), duas diferentes reações onde todos os
componentes da reação sejam exatamente os mesmos, com exceção do
reagente em questão.

𝑣 = 𝑘 [𝐼 − ]𝑥 [𝐻2 𝑂2 ]𝑦 [𝐻 + ] 𝑧 (9)
Como se pode observar na tabela 1, nas soluções 1 e 2, permaneceram
semelhantes todos os parâmetros com exceção da concentração de KI. Desta
forma, faz-se duas equações de velocidade uma pra cada solução e, dividindo
uma pela outra, se obtém uma nova equação em função apenas da ordem da
reação, das concentrações e das velocidades. Para o iodeto, tem-se

𝑣1 𝑘 [𝐼 − ]′𝑥 [𝐻2 𝑂2 ]𝑦 [𝐻 + ] 𝑧
=
𝑣2 𝑘 [𝐼 − ]′′𝑥 [𝐻2 𝑂2 ]𝑦 [𝐻 + ] 𝑧

Aplicando, cancelando os valores iguais no numerador e no numerados,


obtém-se uma relação que, se aplicar as propriedades logarítmicas, pode-se
isolar o x, simplificando a equação.

𝑣 [𝐼 − ]′
log 𝑣1 = 𝑥 log [𝐼− ]′′
2
𝑣
log 1
𝑣2
𝑥= [𝐼− ]′ (10)
log −
[𝐼 ]′′

Estabelecendo as mesmas relações, utilizando as soluções 1 e 3 e 1 e 5,


pode-se obter os valores de y e z, respectivamente. Os valores determinados
das ordens de reação para x, y e z utilizando a equação 9 são, respectivamente,
0,963, 1,271 e 0,026. Aproximando os valores para um valor inteiro mais
próximo, pode-se dizer que a reação é de ordem 1 para o iodeto e para o
peróxido e de ordem 0 para os íons H+.
Sabendo agora o valor das ordens de reação, pode-se, utilizando a lei das
velocidades (equação 9), determinar uma relação (equação 11) para determinar
a constante de velocidade da reação para todos os ensaios realizados.

𝑣
𝑘 = [𝐼− ]𝑥 [𝐻 𝑦
(11)
2 𝑂2 ]
Os valores foram demonstrados na tabela 5.

Tabela 5 – Valores de k para todos os ensaios e a média


S k (L/mol.s)
1 0,096
2 0,094
3 0,116
4 0,085
5 0,114
ẋ 0,101

Os valores foram calculados para a temperatura de 61°C. Para obter os


valores de k para as temperaturas de 51 e 42,5°C é preciso calcular as
velocidades de reações utilizando os valores demonstrados na tabela 2. A tabela
6 expressa os valores das velocidades de reação e dos k para todos os ensaios
e a tabela 7 relaciona os valores médios de k obtidos para cada temperatura.

Tabela 6 – Valores das velocidades de reação e do k de todos os


ensaios.
t (s) v (mol/L.s) k (L/mol.s) t (s) v (mol/L.s) k (L/mol.s)
S
51 °C 42,5 °C
1 50,75 1,23E-05 0,049 116,50 5,36E-06 0,021
2 26,51 2,36E-05 0,047 36,69 1,70E-05 0,034
3 26,44 2,36E-05 0,047 36,84 1,70E-05 0,034
4 51,03 1,22E-05 0,049 115,50 5,41E-06 0,022
5 38,09 1,64E-05 0,066 55,85 1,12E-05 0,045

Tabela 7 – Valores de k médio em função da temperatura


T (°C) k (L/mol.s)
61 0,101
51 0,052
42,5 0,031

Sabe-se que o k se relaciona com a temperatura através da equação de


Arrhenius (equação 12).

𝐸𝑎
𝑘 = 𝐴 𝑒 −𝑅𝑇 (12)
Pode-se aplicar as propriedades de logaritmo natural obtendo a equação
13.

𝐸𝑎 1
ln 𝑘 = ln 𝐴 − (13)
𝑅 𝑇

Tendo os valores de T e k, demonstrados na tabela 7, pode-se criar um


gráfico (figura 1) de ln k em função de 1/T obtendo, assim, a energia de ativação
(Ea) bem como o fator pré-exponencial de Arrhenius (A) para as reações
estudadas.

Curva de ln k em função de 1/T


0
0,00295 0,00300 0,00305 0,00310 0,00315 0,00320
-0,5

-1

-1,5
ln k

-2

-2,5

-3

-3,5 y = -6714,1x + 17,794


R² = 0,9974
-4
1/T (1/K)

Figura 1 – Curva de ln k em função de 1/T para determinação da energia


de ativação e do fator pré-exponencial.

Sabendo que o coeficiente angular da reta é igual a -Ea/R e que esse


valor é de -6714,1, pode-se encontrar o valor da energia de ativação da reação
através da equação 13.

𝐽
𝐸𝑎 = 8,314 𝐾𝑚𝑜𝑙 . 6714.1 𝐾𝑚𝑜𝑙 = 55,82 𝑘𝐽 (13)

Agora, para calcular o fator pré-exponencial, basta que se aplique as


propriedades de logaritmo natural, como explicitado na equação 13.
𝐴 = 𝑒 17,794 = 5,34107 𝑠 −1 (14)

O fator pré-exponencial obtido na equação 14 representa a frequência de


colisões na orientação correta. Juntamente com a componente exponencial, que
representa o parâmetro energético da reação, fornece o valor de k, que é uma
medida das colisões efetivas, segundo a teoria das colisões.
Durante o desenvolvimento do procedimento, pode-se observar que todas
as reações realizadas em meio altamente básico (ensaios de número 6 nas
tabelas1, 2, 3 e 4) não se teve resposta de tempo de reação. Pode-se gerar
confusão uma vez que foi determinado que a velocidade da reação independe
da concentração de íons H+, já que a ordem para este reagente é igual a 0,
entretanto a concentração destes íons nas soluções de pH altamente elevado é
tão baixa que a reação não prossegue. Sabe-se que a etapa determinante da
velocidade é aquela em que o peróxido colide com o iodeto formando o íon tri-
iodeto e que a etapa com o íon H+ não determina a velocidade da reação,
portanto, ocorre antes ou depois da colisão do peróxido. Desta maneira, adição
do NaOH ilustra que a etapa com o H+ ocorre antes da etapa determinante da
velocidade.

Tabela 8 - Dados de velocidades de reação com 5 segundos a menos que o


valor medido.
t(s) V (mol/L.s) k (L/mol.s)

111,5 5,60.10 -6
0,022

31,69 1,97.10 -5
0,039

31,84 1,97.10 -5
0,039

110,5 5,65.10 -6
0,022

51,85 1,20.10 -5
0,048

Observando-se a tabela com uma variação em 5 a menos em relação ao tempo


de medição real do experimento, é possível notar uma diferença nos valores tanto da
velocidade, quanto da constante que rege a lei da reação. Em ambos os casos, com
uma variação para baixo do valor medido, os resultados obtidos têm seu valor
aumentado, quando comparados aos valores reais registrados na Tabela 6, mostrando
uma relação inversamente proporcional das grandezas. Fato esse pode ser comprovado
quando se faz o mesmo exercício acrescendo 5 segundos em relação aos valores
registrados, onde os números de velocidade e constante têm seu valor diminuído.

CONCLUSÃO

Com a realização desse experimento e com os dados obtidos, é possível


perceber que não se faz necessário o uso de aparelhos sofisticados de análise
instrumental para a determinação da lei de velocidade de uma reação química
relativamente simples. O experimento mostra como uma mudança básica de
coloração de uma solução pode ser usada como indicativo para a coleta de
informações valiosas para o estudo do funcionamento das reações químicas no
laboratorio. Utilizando-se em conjunto um marcador de tempo de forma
adequada, e seguindo parâmetros semelhantes para todas as soluções, esse
método se mostra eficaz para que seja possível inferir não só a lei de velocidade
das reações em estudo, mas também valores aproximados para a energia de
ativação, fator empírico fundamental dentro da constante de velocidade. No
entanto, deve-se enfatizar o fato de serem encontrados valores aproximados
com essa metodologia, uma vez que ela se mostra pouco precisa, já que
depende da percepção do operador e seu tempo de reação, caracterizando
possíveis erros sistemáticos no experimento.
Um aprimoramento tangível seria a adaptação do experimento em relação
à detecção, o que é o fator que pode gerar mais erros de reprodutibilidade por
ser realizado por um olho humano, e com inúmeros pontos finais exequíveis. A
utilização de um processo mais automatizado poderia trazer resultados mais
precisos e exatos. Valendo-se do fato de que a reação em questão tem uma
mudança brusca em sua coloração, indo do incolor para uma cor escura, seria
possível usar um detector adequado para a leitura de absorbâncias, o que
facilitaria o alcance de uma maior precisão nos resultados, já que um padrão
exato indicaria a resposta desejada e programada pelo operador, de acordo com
as características dos compostos formados.

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