Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Literatura Brasileira II
Instituto de Letras/UFF
2
TEMA I: A POESIA DA POESIA
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
(1862)
3
A UM POETA
Olavo Bilac
A CABEÇA DE CORVO
Alphonsus de Guimaraens
Manuel Bandeira
MOTIVO
Cecília Meireles
Se desmorono ou se edifico,
Se permaneço ou me desfaço
– Não sei, não sei. Não sei se fico
Ou passo.
O RIO E A SERPENTE
Jorge de Lima
7
IMAGENS DO NORDESTE
Joaquim Cardozo
ARQUÉTIPO
Fagundes Varela
NEW-YORK
Olavo Bilac
ODE AO BURGUÊS
Mario de Andrade
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros!
que vivem dentro de muros sem pulos;
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os "Printemps" com as unhas!
Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
11
Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
Mas à chuva dos rosais
o èxtase fará sempre Sol!
Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!
Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!
"–Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
–Um colar... –Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!"
Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burgês!...
A FLOR E A NÁUSEA
O ENGENHEIRO
João Cabral de Melo Neto
FETICHISMO
Raimundo Correia
MAPA
Murilo Mendes
(Poemas, 1930)
MOMENTO
Dante Milano
(Poesias, 1948)
16
NÃO ME DEIXES!
Gonçalves Dias
LONGE DE TUDO
Cruz e Sousa
PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
PROFUNDAMENTE
Manuel Bandeira
(Libertinagem, 1930)
CANTARÃO OS GALOS
Cecília Meireles
Na névoa da aurora,
a última estrela
subirá pálida.
MINHA MÃE
Casimiro de Abreu
(Eu, 1912)
INFÂNCIA
A ilusão do migrante
(Farewell, 1996)
POEMA ENJOADINHO
Vinícius de Morais
Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa a aporrinhação:
Cocô está branco
Coco está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los.
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
24
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são! (Antologia poética, 1954)
CANÇÃO E CALENDÁRIO
Oswald de Andrade
Sol de montanha
Sol esquivo de montanha
Felicidade
Teu nome é
Maria Antonieta d´Alkmin
No fundo do poço
No cimo do monte
No poço sem fundo
Na ponte quebrada
No rego da fonte
Na ponta da lança
No monte profundo
Nevada
Entre os crimes contra mim
Maria Antonieta d´Alkmin
E se ele vier
Defenderei
E se ela vier
Defenderei
E se eles vierem
Defenderei
E se elas vierem todas
Defenderei
Defenderei
Defenderei
AS VITRINES
Chico Buarque
Eu te vejo sair por aí Eu te vejo sair por aí
Te avisei que a cidade era um vão Te avisei que a cidade era um vão
–Dá tua mão –Dá tua mão
–Olha pra mim –Olha pra mim
–Não faz assim –Não faz assim
–Não vai lá não –Não vai lá não
Na galeria Na alegria
Cada clarão A cara do clã
É como um dia depois de outro dia Um doutor doido me cedia poesia
Abrindo um salão Um absalão rindo
Passas em exposição Pião, sexo, asa, espaço
Passas sem ver teu vigia És súpita virgem avessa
Catando a poesia A asteca do piano
Que entornas no chão Quão sonha no Center
Castro Alves
COISAS DA TERRA
Ferreira Gullar
ELENCO DE POETAS
ÍNDICE