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como ESCREVER (E publicar)

UM TRABALHO CIENTÍFICO
Conselho Editorial

Bertha K. Becker
Candido Mendes
Cristovam Buarque
Ignacy Sachs
Jurandir Freire Costa
Ladislau Dowbor
Pierre Salama

Leia também:
Monografia ao alcance de todos
Dau Bastos, Mariana Souza
e Solange Naecimento
Marcel Bursztyn
José Augusto Drummond
Elimar Pinheiro do Nascimento

como ESCREVER (E publicar)


UM TRABALHO CIENTÍFICO
Dicas para pesquisadores
e jovens cientistas
© Copyyright 2010, dos autores

Direitos cedidos para esta edição à


Editora Garamond Ltda.
Rua da Estrela, 79, 3º andar - Rio Comprido
Rio de Janeiro, RJ - Brasil
Telefax: (21) 2504-9211
E-mail: editora@garamond.com.br

Revisão
Carmem Cacciacarro

Capa e Ilustrações
João Sánchez

Editoração Eletrônica
Luiz Oliveira

CIP-Brasil - Catalogação na fonte do


Sindicato Nacional dos Editores de Livros

C979c
Bursztyn, Marcel, 1951-
Como escrever (e publicar) um trabalho científico / Marcel Bursztyn, José
Augusto Drummond, Elimar Pinheiro do Nascimento. - Rio de Janeiro :
Garamond, 2010.
112p. 12x21cm
ISBN 978-85-7617-181-2
1. Redação técnica. 2. Publicações científicas - Brasil. 3. Pesquisa -
Metodologia. I. Drummond, José Augusto, 1948-. II. Nascimento, Elimar
Pinheiro do, 1946-. III. Título.

10-0953. CDD: 808.066


CDU: 808.1

Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, por


qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da Lei nº 9.610/98.
Sumário

Introdução.......................................................... 9
1. A revista científica e o artigo científico
Dez passos para fazer florescer uma
“cultura da publicação” (ou breve introdução
à neurose do “publish or perish”) ................... 18
As revistas científicas e suas escolhas............... 23
Características básicas dos artigos científicos.. 31
Dez dicas para escrever artigos científicos....... 36
Dez instruções para tornar o seu artigo
publicável em uma boa revista científica........ 42
Evitar a falácia da construção do
espantalho (strawman)................................... 46
Cuidados com artigos direcionados para
leitores não brasileiros ou não iniciados......... 47
Traduções...................................................... 48
Autorizações para uso de referências ............. 48
Como lidar com os pareceres......................... 49
Outros tipos de publicação científica............. 50
2. Roteiro para escrever uma resenha crítica
Generalidades................................................ 53
Resenhas: o que são e o que não são . ............ 55
O roteiro....................................................... 58
3. Teses, dissertações, monografias e projetos
Dez dicas para planejar e escrever uma tese,
dissertação ou monografia.............................. 66
Sobre o projeto de pesquisa............................ 70
4. Dicas diversas
Sobre o uso de figuras, tabelas e quadros........ 75
Preparando-se para a redação......................... 78
Redigindo os resultados da pesquisa............... 81
Sobre o uso de amostras................................. 83
A escolha das fontes de informações............... 85
O uso de ferramentas na pesquisa.................. 87
Sobre a restituição de resultados de pesquisa 89
Sobre autorizações especiais de pesquisa......... 89
Sobre notas de rodapé.................................... 90
Sobre os boxes de texto .................................. 91
Sobre a temporalidade................................... 91
Sobre o risco de usar sites do tipo Wikipédia .....92
Sobre o abstract.............................................. 92
5. Vícios de expressão e de escrita
6. Falhas a serem evitadas
Apêndice 1
Estrutura IMRAD ou IMRAC................... 105
Apêndice 2
Ficha de leitura .......................................... 107
Apêndice 3
Pleonasmos a evitar..................................... 109

Sobre os autores............................................... 111


Agradecimento

Aos nossos alunos do mestrado e do dou-


torado do Centro de Desenvolvimento
Sustentável (CDS) da Universidade de
Brasília, que nos estimularam a escrever
este livro. Agradecemos especialmente a
Maria Beatriz Maury, que reviu com olhos
de lince a última versão dos originais. A
responsabilidade pelas falhas é, no entan-
to, toda nossa.
Introdução

Qual a nossa motivação para escrever e publicar


este livro? Partimos do pressuposto de que o meio
de comunicação por excelência do campo cientí-
fico e acadêmico é o texto escrito. Boas aulas são
muito importantes para a transmissão do conheci-
mento. Intervenções orais oportunas e fundamen-
tadas enriquecem cursos, workshops, treinamentos,
defesas de teses, congressos e reuniões. No entan-
to, pensamos que na vida científica e acadêmica,
oralidade rima com perecibilidade. São os escritos
que podem aspirar a algum grau de durabilidade
ou, mais ambiciosamente, permanência e impacto,
dependendo do seu embasamento (teórico, meto-
dológico, empírico) e da sua qualidade textual. Daí
vem a nossa preocupação com a qualidade da escri-
ta científica.
Tendo em vista essa motivação, o nosso obje-
tivo neste livro é reunir informações e recomenda-
ções que auxiliem na produção de alguns tipos de
textos científicos. Não há a pretensão de se compor
um manual de redação completo, muito menos um
livro de metodologia científica. O foco está na qua-
lidade e no rigor da escrita como requisito para a sua
publicação e ampla circulação.


No campo científico e acadêmico, temos de pro-
duzir muitos gêneros de texto. Dividimos o nosso
tempo dedicado à escrita em artigos, livros, capítu-
los de livros, ensaios, resenhas, monografias, teses,
dissertações, papers apresentados em congressos e
eventos, resumos, fichamentos, roteiros de aulas e
de exposições orais, trabalhos de fim de disciplina,
avaliações diversas, projetos e relatórios de pesqui-
sa, notas de campo, textos para obras de referência
(verbetes de enciclopédias, de dicionários etc.), tex-
tos de opinião, notas de aula, apostilas, pareceres,
avaliações, materiais didáticos diversos e assim por
diante.
O crescimento acelerado dos programas de pós-
graduação no Brasil, desde os anos 1970, gerou um
notável crescimento da produção científica brasilei-
ra tanto em termos absolutos quanto relativos. A
participação do Brasil no volume global de publica-
ções científicas ainda é pequena comparativamente
ao número de habitantes. Porém esse indicador vem
melhorando bastante: atualmente quase 2% da pro-
dução científica mundial são de autoria de brasilei-
ros, bem acima dos menos de 0,5% de 25 anos atrás.
Isto se deve a vários fatores:
• o mencionado crescimento da pós-graduação
no País (em dezembro de 2009, existiam 2.867 pro-
gramas de mestrado e doutorado credenciados, cor-
respondendo a 4.298 cursos);

 Cfe.http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/ProjetoRelacaoCursosServlet?a
cao=pesquisarGrandeArea (acesso em 7/12/2009).

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• o crescimento do número de mestres e douto-
res formados (a cifra, em 2009, é de cerca de 30 mil
mestres e 10 mil doutores diplomados por ano);
• o crescimento do número de cientistas em ati-
vidade no País (atestado pela cifra de mais de um
milhão de pesquisadores com currículos inseridos
na Plataforma Lattes, do CNPq, em 2009);
• a crescente cobrança por produtividade cien-
tífica nas carreiras docentes e de pesquisa, tanto ex-
ternamente quanto internamente às instituições de
ensino e pesquisa;
• a formação de redes de pesquisa, que unem
instituições brasileiras entre si e a grupos internacio-
nais com maior tradição em publicações.

Considerando a base de dados reunida pelo Ins-


titute for Scientific Information (ISI), dos EUA,
que monitora as mais relevantes publicações cien-
tíficas do mundo, no ano de 2005 o Brasil gerou
quase 2% da produção científica mundial publi-
cada em revistas indexadas, conforme mencionado
acima. Quando se diz que uma revista é indexada,
significa que ela está registrada em um ou mais
bancos de dados que servem como referência sobre
a sua própria qualidade e facilitam o acesso da co-
munidade científica aos textos nela publicados. O

 A Plataforma Lattes conta (em dezembro de 2009) com cerca de 1.100.000 currículos,
sendo que 31% deles são de doutores, mestres e estudantes de pós-graduação e 59% de
graduados e estudantes de graduação, vinculados a um conjunto de 4.000 instituições.
Fonte: http://lattes.cnpq.br/conteudo/estatisticas.htm (acesso em 7/12/2009).

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mais importante deles é o Web of Science (WoS),
do ISI. Entre 1981 e 2006, a produção brasilei-
ra de artigos científicos publicados em periódicos
internacionais cresceu a uma taxa média anual de
cerca de 9%, bem acima do crescimento de 3%
registrados pelo mundo como um todo (cf. dados
do ISI, citados pelo MCT). Entre 1980 (2.215 ar-
tigos) e 2005 (15.777 artigos), a produção científi-
ca brasileira publicada em revistas foi multiplicada
por sete, enquanto a do resto do mundo apenas do-
brou no mesmo período. Esse crescimento foi im-
pulsionado principalmente por estudos gerados na
área de Medicina. De fato, o número de artigos na
grande área de Clínica Médica foi de 3.113, segui-
da por 2.368 da Física, 2.167 da Química, 1.619
da Pesquisa Animal e Vegetal e 1.215 da Biologia
e Bioquímica.
Vale destacar outro ponto: o sistema universitá-
rio de pós-graduação no Brasil cresceu juntamente
com uma metodologia de avaliação sistemática do
seu desempenho. Essa metodologia tem dado peso
cada vez maior às publicações de docentes, discen-
tes e egressos dos programas. No momento, o tipo
de publicação que tem tido mais peso na avaliação
dos programas é o de artigos em revistas científicas.
Em virtude disso, cresceu muito a pressão por pu-
blicações. Outra consequência disso é que cresceu
 PACTI - Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional – Plano
de Ação 2007-2010. Brasília, MCT, 2008. Disponível em: www.senado.gov.br/.../
AP20080417_MCTMinSergioRezende_PlanoAcao.pdf.
 Fonte: José Aparecido da Silva (2007), disponível em: http://www.usp.br/jorusp/ar-
quivo/2007/jusp800/pag09.htm (acesso em 7/12/2009).

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a importância dada às publicações na avaliação de
curriculum vitae individuais, particularmente em
concursos para seleção de docentes em institutos,
departamentos e centros que mantêm cursos de pós-
graduação.
Deve-se lembrar que, quando um pesquisador
ou cientista publica um artigo em uma revista cien-
tífica, ele está “dialogando” com os seus pares, que
formam uma comunidade. Esta, embora restrita, é a
sua comunidade. Por isso, se ele adotar a língua in-
glesa, por exemplo, tenderá a ter um número maior
de leitores distribuídos em mais países. Contudo,
nesse campo o número de leitores será geralmente
muito menor do que o dos que acessam uma revista
de divulgação científica direcionada ao público em
geral.
Acreditamos que estas são razões suficientes
para justificar este livro a respeito da “arte” de
produzir, submeter, obter aprovação e publicar
trabalhos científicos, especialmente artigos. En-
quanto o elaborávamos, ainda em versões prelimi-
nares que serviram de base para oficinas de escrita
de trabalhos científicos, surgiram várias contribui-
ções e ideias, muitas delas incorporadas na pre-
sente versão. Um ponto que julgamos relevante
incorporar foram as breves dicas para a elaboração
de teses, dissertações, monografias e projetos que
compõem o Capítulo 3.
Esperamos que ele possa servir tanto para
professores e pesquisadores, quanto para gradu-

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andos, especialistas, mestrandos e doutorandos
dos numerosos cursos de pós-graduação do Bra-
sil. Por não pretender ser um manual, não tem a
intenção de ser extensivo, abrangendo todos os
aspectos da pesquisa, da escrita e da publicação
científicas. Felizmente, existem hoje dezenas de
publicações focalizadas em aspectos específicos,
como metodologia de pesquisa e análise de dados,
organização de projetos e textos, normalização e
formatação etc.
Este livro nasceu da experiência de escrita, pes-
quisa e orientação dos autores, mas também da oferta
de uma disciplina sobre a produção de textos cientí-
ficos, adotada desde 2008 no Programa de Pós-Gra-
duação em Desenvolvimento Sustentável do Centro
de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de
Brasília. Nessa disciplina estimulamos os alunos, ao
longo de um semestre letivo, a desenvolverem textos
de sua autoria (ou em coautoria com orientadores)
sob a forma de artigos ou resenhas, com possibili-
dades de publicação em boas revistas. O material
aqui apresentado nasceu de uma série de anotações
e roteiros de aula usados nessa disciplina. Ele reúne
dicas, informações, orientações e sugestões que são
úteis a quem pretende seguir, ou que nela já se en-
contra há algum tempo, a trilha da publicação, espe-
cialmente de artigos, mas também de outros textos
científicos.
Os autores, juntos, já orientaram mais de uma
centena de doutorandos e mestrandos e participa-

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ram de centenas de bancas examinadoras de teses,
dissertações e monografias. Publicaram livros e ca-
pítulos de livros. Elaboraram incontáveis pareceres
para periódicos e editoras. Publicaram dezenas de
artigos e tiveram inúmeros outros recusados em re-
vistas científicas.
O objetivo é partilhar essa experiência. Bom pro-
veito!

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