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I- DA AÇÃO PROPOSTA.
- não concorda com as desculpas da administração do Condomínio para não prestar contas;
- que o relógio do portão eletrônico é ligado em uma das casas, o que é proibido pela Copel;
Conforme será amplamente demonstrado com as razões a seguir, o processo merece ser julgado
extinto, sem apreciação do mérito, e, mesmo que se conheça do mérito da causa, o pedido é de
todo improcedente.
II - PRELIMINARMENTE.
2. O artigo 301 do Código de Processo Civil, é taxativo, quando determina que antes de discutir
o mérito, deve o réu alegar como matéria preliminar aquelas enumeradas em seus incisos.
A petição inicial do autor não preenche os requisitos legais para a propositura da ação, senão
vejamos:
VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a
legitimidade das partes e o interesse processual;"
Existe flagrante ilegitimidade ativa no presente feito, pois, o autor não comprovou a condição
de proprietário do imóvel - requisito essencial - para a legitimação para requerer a prestação de
contas da administração do condomínio.
Não provando a sua condição de proprietário do imóvel não se enquadra na hipótese do inciso I
do artigo 914 do Código de Processo Civil.
A jurisprudência de nossos Tribunais já decidiu em caso idêntico que o condômino não tem
legitimidade para pleitear em nome próprio ação de prestação de contas, senão vejamos:
" PRESTAÇÃO DE CONTAS-INTERESSE DE CONDÔMINO-LEGITIMIDADE. Como
regra, há ilegitimidade de parte do condômino para pedir, e nome próprio, a prestação de contas
do síndico. De acordo com o artigo 22 § 1º,f, da Lei 4.591/64, compete ao síndico prestar as
contas à assembléia geral de condôminos, pois ela é o órgão ao qual cabe tomar as contas do
administrador, que prestadas por este àquela, em forma regular, já não podem ser exigidas por
qualquer condômino. Mas, toda regra comporta exceção. Com efeito, poderá haver, sem dúvida,
situações em que o condômino de per si tenha legítimo interesse em postular a prestação de
contas." (TJ-SP-Ac.unan.Relator Des.Roberto Stucchi).
Deve o processo ser extinto sem julgamento do mérito, com fundamento no artigo 267, inciso
VI do CPC.
3. A petição inicial da autora é inepta, pois se enquadra no inciso II do parágrafo único do artigo
295 do Código de Processo Civil:
Na presente ação de prestação de contas, o autor fundamenta a ação no artigo 914, inciso I e
915 do CPC, e a final requer a procedência da ação, dizendo, in verbis:
"a fim de que o mesmo preste as contas de forma clara e com todas as reuniões e as
determinações com assinaturas de todos os moradores, ou o numero legal"...
Ora, Excelência, mesmo que por hipótese admitíssemos que a pretensão do autor fosse legítima,
seria impossível uma decisão judicial determinando que o Condomínio-contestante prestasse as
contas "com todas as reuniões e as assinaturas de todos os moradores".
Isso porque o CPC estabelece que julgado procedente o pedido de prestação de contas, o
Condomínio deverá prestar as contas em juízo, e a final seja proferida sentença para decidir se a
prestação de contas é correta ou não.
A petição inicial do autor é truncada e sem explanação lógica dos fatos e do pedido, pela
exposição dos fatos pela autora, não se sabe qual a conseqüência jurídica que pretende atingir.
Como nos ensina o mestre HUMBERTO THEDORO JUNIOR - Curso de Direito Processual
Civil, Forense, 1987, página 380:
" O importante é a revelação da lide através da exata exposição do texto e da conseqüência
jurídica que o autor pretende atingir. A inépcia da inicial é defesa processual peremptória, já que
dá lugar à extinção do processo, sem julgamento do mérito."
Assim, tendo em vista que a petição inicial do autor não narra logicamente os fatos para a
conseqüência jurídica desejada, deve o processo ser extinto sem julgamento do mérito com
fundamento no artigo 295, inciso I, do CPC.
III - NO MÉRITO.
4. Na remota hipótese de não serem acolhidas as preliminares argüidas pelo contestante, no que
se refere ao mérito o pedido do autor não procede.
Na verdade o que o autor pretende com a presente ação é se eximir do pagamento das taxas
condominiais em atraso desde o mês de julho de 1993 até agosto de 1994, as quais se encontram
em cobrança num escritório de advocacia.
A pretensão do autor é totalmente descabida, pois, o síndico anterior - Edson Augusto de Lima -
sempre exerceu a sua função dentro dos limites legais, e mensalmente apresentava os
balancetes(despesas/receitas) para todos os moradores, inclusive o autor.
E, a maioria das alegações constante da petição inicial, não pode ser pleiteadas numa ação de
prestação de contas, e sim nas assembléias gerais do condomínio, pois, a insatisfação do autor
com pequenos problemas administrativos (p.e. o portão fica aberto aos pedestres; o interfone
está estragado;).
Assim, a petição inicial do autor não tem fundamentação legal suficiente para exigir uma
prestação de contas do condomínio-autor. O autor sequer menciona o período do qual pede a
prestação de contas, por dedução entedemos que se trata da gestão do síndico anterior, tendo
em vista que a petição inicial cita o nome daquele síndico.
Conforme se comprova com os documentos ora juntados, não existe nenhuma irregularidade nas
contas do Condomínio Residencial Araguaia, razão pela qual deve a presente ação ser julgada
improcedente com a condenação do autor as cominações legais.
Diante de tudo o que foi exposto, no que diz respeito ao mérito, é de ser julgado improcedente
o pedido.
IV - DAS PROVAS.
Pretende o contestante provar os fatos alegados através do depoimento pessoal do autor, sob
pena de confissão, inquirição de testemunhas, e juntada de documentos novos.
V - DO PEDIDO.
POSTO ISTO, requer a V,Exa., que se digne a admitir as preliminares invocadas , e JULGAR
EXTINTO o processo sem julgamento do mérito, ou , com apreciação do mérito, JULGAR
IMPROCEDENTE a presente ação de prestação de contas, condenando o autor ao pagamento
das custas processuais e dos honorários advocatícios.
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Curitiba 29 de setembro de 1998.