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primeiro dispositivo ronda os 0,7 anos enquanto que o A utilização de materiais orgânicos como EC
da janela completa os 7,2 anos. surgiu mais tarde, verificou-se que estes possuem pro-
priedades superiores, aos EC inorgânicos especial-
2.1.4- Materiais utilizados mente em termos de cor, contraste e a um custo reduzi-
do.
Existem variados materiais que podem ser uti-
lizados em dispositivos ECs. 2.1.4.2- Restantes constituintes da janela electro-
Torna-se naturalmente óbvio, que para determinadas crómica
aplicações, nomeadamente janelas, todos os compo-
nentes do dispositivo EC tem que possuir transmitân- -Substrato:
cias elevadas na zona do visível, o que limita de certa Normalmente o substrato é de vidro.
forma a escolha dos materiais a utilizar.
-Camada condutora:
A camada condutora é feita de um filme de
óxido condutor transparente, normalmente Índio dopa-
do com óxido de Estanho, ITO, podendo também ser
utilizados o óxido de Estanho dopado com Flúor (FTO)
ou antimónio (ATO) ou óxido de Zinco dopado com
Índio (IZO). A camada colectora iónica é formada por
um filme com propriedades complementares às da
camada electrocrómica, nomeadamente V2O5, Ta2O5 ou
NiO.
-Electrólitos:
Os electrólitos podem ser líquidos, sólidos
inorgânicos ou poliméricos. Os electrólitos líquidos
Tabela 1- Materiais electrocrómicos orgânicos e inorgâni-
usados são ácidos, a sua escolha é feita consoante a
cos [4][6]
velocidade de reacção, sendo os mais utilizados o HCL,
HNO3 e H2SO4. Os sólidos inorgânicos são normal-
Dentro dos materiais com características elec- mente compostos com Li+ e H+ devido a elevada mobil-
trocrómicas podem-se destacar os óxidos de metais de idade destes iões em solução. No entanto, no que
transição (TMO's) e compostos orgânicos. Para cada respeita a poliméricos os mais empregues são o LiClO4,
tipo de dispositivo é o utilizado o material que apre- LiI e LiCF3SO4 .
senta melhores propriedades para essa finalidade. [6]
Dentro dos materiais inorgânicos o óxido
mais usado desde a sua primeira utilização como elec- 2.2- Células Solares
trocrómico, em 1969, é o WO3 uma vez que possuiu
uma estrutura de perovskite, onde os espaços vazios A incorporação de uma célula solar nas janela
são consideravelmente grandes permitindo a inclusão electrocrómica tem como finalidade tornar a janela
de diversos tipos de interstícios. O Tungsténio no esta- auto-regulável, isto é, tirando partido da fotossensibi-
do oxidado é transparente mas no estado reduzido lidade da célula solar, quando esta muita luz o sinal de
toma a tonalidade azul, permitindo o seu uso como tensão da célula e elevado e pode ser usado para actuar
electrocrómico. [4] a janela electrocrómica e portanto comuta-la para o
estado colorido.
Neste trabalho usou-se uma célula solar de silí-
cio amorfo integrada pelo que fazemos uma breve
introdução ao seu principio de funcionamento e proces-
so de produção.
As células solares são constituídas principal-
mente por um material semicondutor - o silício - ao
qual são adicionadas substâncias, ditas dopantes, de
modo a criar uma camada tipo n (excesso de electrões)
Figura 6 - Estrutura do Óxido de Tungsténio [7] e outra camada tipo p (excesso de buracos).
É um ensaio não destrutivo que permite calcu- Inicialmente começa-se por escolher um subs-
lar a resistividade de um material semicondutor. O trato, normalmente o mais utilizado é o vidro devido ao
aparelho tem quatro pontas de prova alinhadas à seu baixo custo e à capacidade de suportar a temperatu-
mesma distancia umas das outras, e quando estão em ra utilizada no processo, e deposita-se um TCO - óxido
contacto com o material, nas duas pontas exteriores condutor transparente.
passa uma corrente (cujo valor foi definido previa- De seguida realiza-se o processo litográfico
mente), as duas pontas interiores medem a queda de onde se aplica a máscara pretendida e retira-se o TCO
indesejado através do processo de erosão húmida
tensão entre si. Através da fórmula (ataque químico).
Posteriormente deposita-se o Si-a (junção PIN)
e utilizando o factor de correcção CF= 4,532 podemos através da técnica de PECVD e efectua-se uma segun-
saber a resistividade do material testado. da litografia, retirando o excesso de silício através de
erosão seca.
• Determinação das características ópticas: Por fim realiza-se uma terceira litografia, faz-
A variação da transmitância em função do -se a metalização e através de lift off retira-se o metal
comprimento de onda (espectro de transmitância) foi não necessário.
obtida num espectrofotómetro UV-3101 da Shimadzu A existência dos três processos litográficos é
existente no CEMOP. para garantir a integração e individualização das diver-
No espectrofotómetro programou-se o inter- sas células.
valo de varrimento (entre 400 e 2500 nm), através da
opção "Parameters" no menu "Configure". De segui-
da, carregou-se em "baseline" para que o sistema
efectue a linha de base. Finalmente, colocar a janela
no porta amostras do lado esquerdo (mais próximo do
operador), e deixando em ar a janela de referência.
Bastará agora carregar em "Run" para que o sistema
inicie a aquisição de pontos, conseguirá assim obter-se
o espectro de transmitância da janela.
A variação da transmitância em função da ten-
são aplicada, do ciclo e do tempo, foi determinada Figura 11 - Fotografia de células solares integradas
numa montagem experimental feita para este fim.
Nessa montagem aplica-se um sinal de tensão 3.2.1 - TCO
que pode ser modelado, utilizando um gerador de
funções, regista-se o sinal de tensão ao longo do O óxido condutor transparente é depositado por
tempo, de um sensor que é iluminado por uma luz pulverização catódica ou sputtering. Este processo já
branca na face oposta à do sensor. foi explicado anteriormente.
Deste modo sabendo o valor do sinal do sen- Na produção das células solares de Si-a utiliza-
sor sem janela, isto é, iluminado com luz branca (Io) e -se o óxido de zinco dopado com gálio, o chamado
o valor do sinal do sensor depois de ser atravessado ZGO-Zinc Galium Oxide.
pela luz que é transmitida pela janela (I) determina-se As películas de ZGO têm uma textura superfi-
cial que evita perdas pelas reflexões da luz incidente e
o valor da transmitância são quimicamente as mais adequadas para serem apli-
cadas em atmosferas ricas em hidrogénio atómico
(plasma) devido à forte estabilidade das suas ligações
3.2 - Produção de células integradas de silício químicas.
amorfo
3.2.2 -Deposição do silício amorfo
As células solares integradas
de Si-a são constituídas por A célula de Si-a é constituída por três camadas,
várias camadas e através de uma camada dopada tipo p, uma camada intrínseca e
várias etapas com diferentes uma camada tipo n. As três camadas são obtidas por
processos. PECVD- Plasma Chemical Enhanced Vapor
Figura 10 - Ilustração de uma célula solar com diferentes Deposition, deposição química de vapores assistida por
camadas plasma de radiofrequência.
4- APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO DE
DADOS
Figura 15 - Alinhador de máscaras
4.1-Composição das janelas:
Electrólitos testados:
Polímero 1- PMMA (0,6g), LiClO4 (0,18g), PC
(1,87ml), THF (3ml)
Polímero 2- U(2000)10 LiTFSI
Polímero 3- U(2000)1 LiTFSI
Figura 16 - Máscaras utilizadas no processo litográfico Polímero 4- PMMA (0,45g), PEO/PPO (0,12g),
LiClO4 (0,18g), PC (1,87ml), THF (3ml) 4.2- Resposta das janelas a diferentes ciclos de ten-
Polímero 5- PMMA (0,45g), PEO/PPO (0,12g), são
LiCF3SO3 (0,18g), PC (1,87ml), THF (3ml)
4.2.1- Ciclo Agressivo
Ficando com 15 janelas identificadas consoante a
espessura de WO3 e o polímero utilizado: 4
2
A1; A2; A3; A4; A5; B1; B2; B3; B4; B5; C1; C2; C3;
Tensão (V)
C4; C5. 0
estável, tornando-os menos agressivos e consequente- Figura 11- Ciclo de tensão agressivo
mente aumentar o tempo de vida das janelas (em ciclos).
O sistema usado foi o espectrofotómetro Das quinze janelas testadas, as que apresen-
Shimadzu UV-3101 existente na câmara escura do taram maior durabilidade a estes ciclos foram as
CEMOP janelas A4, B4 e C4
Vidro
80
IZO
75
WO3= 3618x10-8
70
(A4) Polímero 4
65
80 IZO
60 a) Vidro
Transmitância (%)
55 75
50
45 70
Transmitância (%)
40
65
35
30
60
25
20 55
15
10 b) 50
5
45
0 500 1000 1500 2000 2500
Comprimento de onda (nm) 40
0 200 400 600 800 1000 1200
Tempo(s)
IZO
70
Transmitância (%)
65
60
55
50
45
40
0 200 400 600 800 1000 1200
Tempo (s)
Vidro
IZO
(c4) WO3= 5966x10-8
Polímero 4
60
IZO
Figura 20- Amostras de janelas coloradas e não coloradas 55 Vidro
50
45
35
20
mente. 2
-4
0 50 100 150 200 250 0 100 200 300 400 500
4.2.2- Ciclo optimizado para simulação de uma Tempo (s) Tempo (s)
0
65
observar a coloração da janela não e directamente pro-
porcional a onda aplicada.
60
55
-2
50
O teste 4.2.2, após testados vários ciclos,
-4
0 100 200 300 400 500 600
0 200 400 600 800
Tempo(s)
1000 1200 1400
alterando o tempo sem aplicação de tensão e com apli-
Tempo (s)
cação de tensão, foi o que apresentou melhores resulta-
Figura 23- (a) ciclo aplicado ( b) respectiva resposta espec- dos, a nível de intervalo de transmitância, sem compro-
tral ao ciclo aplicado meter a capacidade de coloração da janela, dado que
transmitância. 1,6x10
1,4x10
-4
-4
Transmitância (%)
80
1,2x10
-4 70
2
-4
1,0x10
60
Transmitância (%)
-5
8,0x10
Tensão (v)
Corrente (A)
-5
6,0x10
aplicada -2
0,0
-5
-2,0x10 30
-5
-4,0x10
-5
-6,0x10 20
-4 -2 0 2 4
90
80
4.3- Caracterização eléctrica das células solares
Transmitância (%)
70
60
40
30
20
Tempo (s)
Figura 25- Resposta temporal da janela com tensão con- O equipamento utilizado dispõe: de uma célu-
stante la referência, onde a potência luminosa fornecida é
registada; e de uma lâmpada de xénon e filtros especi-
ais para garantir o padrão de potência luminosa nos
4.2.5- Corrente e transmitância em função da tensão
diversos comprimentos de onda da região do visível
aplicada a janela
compatível com o espectro de radiação solar.
Alguns dos parâmetros mais importantes são:
A variação da transmitância e da corrente em
a corrente de curto-circuito (Isc), a tensão de circuito
função da tensão aplicada esta representada na figura
aberto (Voc), o factor de forma (FF), a eficiência (?), a
26 a) para os valores de tensão aplicados esquematiza-
tensão máxima (Vm), a corrente máxima (Im), a
dos na figura b)
resistência série (Rs), a resistência paralelo (Rsh),
O gráfico mostra que a janela atinge valores de
entre outros. Neste caso obteve-se uma célula com um
transmitância elevados mesmo para valores de tensão
Voc aproximado a 0,92 V e com uma Isc aproximada-
negativos e baixos. Para valores de tensão positivos a
mente 22 mA.
transmitância diminui linearmente para valores de ten-
A Figura 27 mostra a curva I-V e a respectiva
são até 2,5 V. A partir deste valor tende a aumentar signi-
potência. A Figura 28 mostra uma fotografia da célula
ficativamente.
solar colocada na gaveta do simulador.
Este resultado demonstra-nos que será pos-
sível aumentar o tempo de vida da janela aplicando
uma tensão da ordem dos 2,5V e aumentar o tempo de
aplicação desta para obter uma maior transmitância.
Mostra também que para atingir a transmitância máxi-
ma é suficiente aplicar 1 a 2V e que aumentar esse
valor não incremente significativamente a transmitân-
cia máxima. Deste modo, conseguimos explicar o
comportamento da janela no gráfico da figura 26 Para
tensões inferiores a 1V a transmitância é máxima. Isto Figura 27 - Curva I-V de uma - Célula teste dentro do
significa que durante o tempo em que a tensão é infe- célula solar simulador solar SPI-Sun
rior a 1 V a transmitância é máxima. Simulator 240A
0.2
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Filipa Aresta, Hugo Alexandre Moura, José
Valadas, Fevereiro de 2005.