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ATIVIDADES DIÁRIAS DE MEISHU SAMA

Esclarecimentos Iniciais
Como fundador de uma religião, Meishu Sama lidera milhares de fiéis, e por isso é natural
imaginar-se que ele vivia diariamente no templo, absolutamente isolado, sem nenhum interesse
pelas coisas seculares, dedicando exclusivamente à Obra Divina. Entretanto, sua vida não
apresentava nenhuma característica semelhante às da vida de um asceta. Pelo menos aparentemente,
sua vida diária era bem comum.
Na sala em que ele trabalhava, não havia nenhuma decoração especificamente religiosa. Era
um gabinete muito simples. Por exemplo, no toko-no-má – lugar elevado da sala, num vão da
parede,onde se colocam objetos de arte, ornamentos etc. – havia um vaso com flores e um quadro
reproduzindo uma paisagem; no centro, uma mesa; num canto, um rádio e uma pequena estante.
Dessa forma, num ambiente comum, a obra sagrada de salvação da humanidade
desenvolvia-se ininterruptamente e com incrível velocidade. Um dos únicos aspectos que sobressaía
era o fato de Meishu Sama trabalhar no estado de perfeita união com Deus. Sendo assim, em
nenhum cômodo de sua casa havia Imagem da Luz Divina ou outros objetos de cunho religioso, os
servidores aprimoravam sua fé centralizando-se em Meishu Sama, sempre com os olhos
profundamente fixos nele, de modo que não havia outra alternativa senão agir com seriedade dia e
noite.
Meishu Sama sempre dizia: “Não desvie sua atenção de mim. Faça o trabalho como se
estivesse arriscando sua vida, centralizando apenas na minha pessoa”. Por isso, devíamos estar
sempre alertas, permanecendo atentos a todas as situações.
Quando Meishu Sama distribuía tarefa aos servidores, fazia-o conforme a capacidade de
cada um. Por isso, determinadas as tarefas, dizia: “Faça o melhor possível, empregando toda a sua
capacidade”. Por exemplo, se uma pessoa recebia a incumbência de fazer “sumi” (tinta carvão), ele
exigia que ela se tornasse insuperável na execução desse trabalho. Costumava dizer: “Mesmo que
você não se torne importante, seja uma pessoa capaz de cumprir exatamente o que lhe determinei.
Se você conseguir agir tal qual eu falei, será um herói”.
Certa vez, a um servidor que se atrasava nos preparativos na hora em que ele ia escrever as
letras da Imagem da Luz Divina, Meishu Sama disse: “Eu lhe ordenei que fizesse apenas isso;
portanto, faça-o de qualquer maneira. Se fizer o que recomendei, pode dormir ou divertir-se o resto
do tempo, que eu não me importo. Jamais reclamei se isso acontecer”.
Sempre que Meishu Sama repreendia os dedicantes, era porque, como fiéis, os pensamentos
e atitudes deles não estavam de acordo com a Lei e com a Lógica.
“Não estar de acordo com a Lei” significa não estar centralizado em Meishu Sama. As
palavras; “Trabalhe centralizando em mim” nos ensinam que sempre devemos estar o mais atento
possível. Caso haja o menor desvio nos seus pensamentos, a pessoa não conseguirá ter esse cuidado
e atenção. Meishu Sama censurava severamente tais desvios. O motivo pelo qual devemos trabalhar
centralizados em Meishu Sama é que ele próprio estava centralizado em Deus, regulando seu dia-a-
dia na harmonia com o Criador.
Era extremamente rigoroso em relação a horário. Não só por ter inúmeras ocupações, mas
porque ensinava aos fiéis que também o cumprissem à risca, como Caminho a ser respeitado pelo
homem. Assim, seus trabalhos diários eram divididos com a perfeição dos ponteiros de um relógio.
As tarefas cotidianas de Meishu Sama, que serão mostradas a seguir, datam dos últimos anos
de sua existência (por volta de 1953), transcorridos no “Hekiun-Sô”, sua residência em Atami.

O DESPERTAR

Meishu Sama acordava mais ou menos às sete e trinta, hora em que um servidor o chamava,
dizendo-lhe: “Está na hora”. Em seguida, o servidor ligava o rádio, e, ainda na cama, Meishu Sama
ouvia os programas da N.H.K., como por exemplo, “A visita da manhã”. Às oito horas se levantava.
Havia um rádio em cada compartimento de sua casa. Exceto quando saía, estava sempre com
o rádio ligado, mesmo nos momentos de trabalho, como se fosse um fundo musical. Sobretudo
nunca deixava de ouvir noticiários.
Quando Meishu Sama dormia profundamente e custava a despertar, o servidor encarregado
de acordá-lo chamava-o inúmeras vezes, após dar-lhe o seu primeiro bom dia. Vez por outra, o
servidor ficava esperando até às oito horas quando voltava a chamá-lo, dizendo: “Está na hora do
noticiário”. Às vezes, nem assim Meishu Sama despertava. Nessas ocasiões, ao acordar, dizia: “O
noticiário já terminou? Doravante chama-me em voz alta, sem cerimônia”. Diante da explicação do
servidor – É que o senhor estava dormindo tão profundamente...” – Meishu Sama replicava: “Não
importa quão profundamente eu esteja dormindo. Pode até sacudir-me para eu acordar. Não se deve
ter compaixão barata”.

O BANHO

Meishu Sama levantava-se às oito horas e imediatamente ia tomar banho.


Lavava o rosto, tendo cuidados especiais com os dentes, pois, quando jovem, sofrera durante
muito tempo de dores terríveis, que até o fizeram pensar em suicídio.
O banho durava cerca de dez minutos, e mesmo no banheiro Meishu Sama ouvia os
noticiários pelo rádio portátil. A temperatura da água era bem baixa; para outras pessoas, quase
insuportável. O servidor sempre a regulava com o termômetro: tanto no verão como no inverno
devia marcar 38o (Meishu Sama tomava outro banho às cinco e meia da tarde). Se a temperatura
estivesse um pouco mais baixa ou mais alta, o servidor era imediatamente repreendido, pois Meishu
Sama tinha os sentidos muito aguçados.
É curioso o fato de Meishu Sama ouvir rádio até mesmo durante o banho, mas ele o fazia
ainda, que estivesse extremamente atarefado; ouvia, sobretudo, os noticiários. Isso mostra seu
grande interesse, como fundador de uma religião, em estar sempre a par das mudanças ocorridas no
mundo. Tomando conhecimento dessas mudanças, vinham-lhe à mente, com toda a clareza, a
solução adequada a cada casa. Ao ouvir, por exemplo, o programa “Doutor Rádio”, demonstrava
um interesse extraordinário e às vezes até fazia anotações.
Certo dia, após sair do banho, Meishu Sama foi para o seu quarto. Habitualmente, as pessoas
que serviam diretamente com ele esperavam-no sair do banho para fazer-lhe a saudação matinal.
(Os outros servidores saudavam-no na hora da primeira refeição). Exatamente nessa hora, um dos
servidores chegou com um ou dois minutos de atraso, por estar terminando um serviço que Nidai
Sama lhe havia solicitado. Meishu Sama repreendeu-o severamente durante trinta minutos,
querendo saber como ele interpretava a saudação matinal. E depois advertiu-o: “Sabe, deve
compreender o verdadeiro significado da saudação de todas as manhãs”.

LEITURA DE JORNAIS

Após o banho, e ainda que fosse inverno e estivesse nevando, Meishu Sama ficava semi-
despido, ou de “yukata” (roupa leve, para ser usada após o banho), e durante vinte ou trinta minutos
lia os jornais matutinos. A esse respeito ele explicava: “Sinto muito calor, mesmo depois de um
banho de água morna”.
Meishu Sama passava a vista em dezenas de jornais: não só nos jornais importantes de
Tókio, mas também nos regionais e marcava com um lápis vermelho os títulos dos artigos que
desejava ler posteriormente com maiores detalhes. À noite, havia um horário destinado à leitura dos
jornais, que era feita pelos servidores. Nisso, tal como em seu interesse pelo rádio, podemos
descobrir um dos grandes segredos do vasto e profundo conhecimento que ele adquiriu sobre
política, economia, religião, educação, arte e outros ramos da cultura, no seu dia-a-dia
extremamente atarefado.
A REFEIÇÃO MATINAL

Após examinar atentamente vários jornais, Meishu Sama fazia sua refeição matinal. Nessas
oportunidades, dispensava o máximo de atenção para os mínimos detalhes.
Falava constantemente em “refeição equilibrada”. Por exemplo: se de manhã ingeria 70% de
vegetais e 30% de carne, à noite deveria acontecer o contrário. Dessa maneira, seguia um método
lógico de alimentação. Para tanto, a pessoa encarregada de preparar-lhe a refeição, de antemão lhe
perguntava mais ou menos qual deveria ser o cardápio, dizendo: “Dispomos de tais ingredientes...”
e, ele determinava: “Então faça isso e aquilo”. Tinha uma preferência especial por batata doce
cozida a vapor, que lhe serviam infalivelmente todas as manhãs.

SAUDAÇÃO DOS SERVIDORES

Terminada a refeição matinal, todos aqueles que dedicavam no Hekiun-Sô (residência de


Meishu Sama em Atami) iam juntos à sala, para saúdá-lo.
Na hora da saudação, Meishu Sama observava-os rapidamente. Quando percebia que algum
deles tinha o olhar distraído, determinava-lhe alguma tarefa. Dizia-lhe, por exemplo: “Traga-me o
fósforo” ou “Deixei um livro ali: vá buscá-lo”.
O olhar distraído significava que havia um desvio no pensamento do servidor, de modo que,
se nesse momento ele era incumbido de alguma tarefa, geralmente cometia uma falha. Aí Meishu
Sama lhe fazia uma severa advertência e ele despertava, recuperando a atenção.
Meishu Sama usava freqüentemente esse método de advertência. Por isso os servidores
esforçavam-se para serem sempre cuidadosos e atentos. Além disso, ele exigia que a saudação fosse
feita não somente pelos servidores, mas também pelos seus familiares.

AS VISITAS – O BARBEIRO

Após a refeição matinal, quando Meishu Sama esperava outras visitas além dos fiéis, ele
próprio trocava o quadro do toko-no-má e fazia as vivificações florais, preparando-se para recebê-
las. Procedia assim não apenas com as suas visitas mas também quando iam à sua casa os mestres
de chá e de “nagauta” (modalidade de música cantada) de Nidai Sama. Ele dispensava atenção a
tudo.
De dois em dois dias, Meishu Sama chamava o barbeiro, que, alternadamente, cortava-lhe o
cabelo e fazia-lhe a barba. No início, vinha um barbeiro de Tókio. Entretanto, por um problema de
horário, Meishu Sama acabou por dispensá-lo, chamando posteriormente um barbeiro local, que o
serviu até a sua ascensão. Este se levantava metodicamente às cindo horas da manhã, tomava seu
banho e quinze minutos antes da hora marcada já se encontrava à disposição de Meishu Sama. Aqui
registramos uma recordação desse barbeiro:
“Eu tinha o hábito de usar os melhores instrumentos quando ia à casa de Meishu Sama. Se
adquirisse outros de melhor qualidade, eram esses que eu usava. Um dia ele me disse: ‘A navalha de
hoje é diferente, e a tesoura é nova, não é? Mas estas são melhores’. Disse isso sem ter visto ainda
aqueles instrumentos, observação que só os profissionais, após exame cuidadoso, poderiam fazer.
Fiquei, pois impressionado com a sensibilidade de Meishu Sama, que não titubeara ao fazer aquela
observação”.
Quando o barbeiro ia cortar-lhe o cabelo, Meishu Sama chamava um servidor para ler-lhe
um livro ou uma revista, ou então ouvia rádio. Gostava principalmente de ouvir a leitura de livros
relacionados com Arte, construção etc. Quando o servidor cometia alguma falha, ele corrigia
imediatamente.
Nos dias em que não havia visitas, Meishu Sama geralmente ditava ensinamentos ou corrigia
os que ditara na noite anterior.
AS ENTREVISTAS

Nessa época, eram reservados dez dias do mês para as entrevistas. No dia 1 o, Meishu Sama
concedia entrevistas aos ministros; nos dias 5, 6, 7, 15, 16, 17, 25, 26 e 27, aos fiéis em geral e
àqueles que se reuniam na Sede Provisória, situada no bairro de Sakemi. Meishu Sama dava amplos
esclarecimentos sobre religião, política, cultura e outros assuntos de livre escolha.
Aproximadamente até o ano de 1952, ele sempre respondia às perguntas que os fiéis
formulavam por escrito. Nos últimos anos de sua vida, recebia as perguntas verbais dos ministros e
dava respostas imediatamente. Recebia, também, perguntas dos fiéis em geral, por intermédio deles.
Nessa época, um jornalista expressou-se da seguinte maneira a respeito de uma entrevista
realizada em Sakemi:
“Fui tomado de espanto quando subi ao primeiro andar: um salão imenso e uma escada
coberta de lona estavam repletos de velhos e jovens, homens e mulheres, totalizando um número
superior a mil pessoas, que conversavam e riam alegremente. Parecia-me estar num salão de
divertimento público, não havendo nada que lembrasse religião.
Como eu não fiel da Igreja mas um mero espectador intruso, fiquei retraído num canto. De repente,
uma voz anunciou pelo alto-falante: ‘Iniciaremos, agora, o Culto matinal’. Todas as pessoas, que
estavam completamente descontraídas, tomaram posição de sentido.
O Culto era exatamente simples. Entoavam em uníssono uma oração chamada “Amatsu Norito” e,
em seguida, um salmo da autoria do Fundador.
‘Acho que o fundador vai aparecer’ – pensei. Engolindo em seco, fiquei com o olhar fixo na
entrada, à direita do toko-no-má; nesse lugar, havia um quadro da deusa Kannon, pintado pelo
próprio Meishu Sama.
Sem muita demora, a porta corrediça se abriu e o Fundador entrou. Todos fizeram reverência ao
mesmo tempo. Ele passou em frente dos assistentes e subiu a um local que ficava num plano mais
alto; mais ou menos trinta centímetros de altura. Sobre uma mesa redonda, havia um microfone. O
Mestre sentou-se na cadeira atrás da mesa.
O Presidente da Igreja , que estava sentado na primeira fila, fez nova reverência e disse
respeitosamente: “Meishu Sama, faça o favor de conceder-nos sua orientação”. Calado, o Fundador
destampou a xícara de chá e bebeu um gole, dizendo em seguida: “Escrevi um artigo intitulado
‘Desejo a opinião dos jornalistas’. Gostaria de que o ouvissem”.
Um jovem recebeu o manuscrito das mãos do Mestre e leu-o diante de outro microfone.
As entrevistas começavam às onze horas e duravam cerca de uma hora.
As leituras feitas pelos servidores versavam sobre religião, crítica de arte, problemas da atualidade
etc... Às vezes o Mestre os fazia ler textos humorísticos, de teor satírico, divertindo-se juntamente
com eles”.

CONSAGRAÇÃO DE OHIKARI (LUZ DIVINA)

Ao meio dia, Meishu Sama fazia consagração de Ohikari, sempre ouvindo noticias pelo
rádio. Nem sempre a consagração era a essa hora, mas infalivelmente no momento em que
estivessem irradiando algum noticiário.
Ele consagrava o Ohikari elevando-o à altura da testa. Dizia: “Bastaria eu escrever a letra,
mas, como existe Johrei, devo elevar ainda mais a energia espiritual impregnada no Ohikari”. Dessa
maneira, a energia transmitida no ato do Johrei se tornava ainda maior.
Escrevendo seus manuscritos, conferenciando com visitantes e até mesmo consagrando
Ohikari, Meishu Sama ouvia noticiários. Ele dizia: “A cabeça e os ouvidos estão desocupados”.
Fazia questão de ouvir os noticiários para compreender o significado dos acontecimentos do Japão e
do mundo e, de acordo com eles, desenvolver a obra divina de construção do Paraíso Terrestre.
Certo dia, Meishu Sama conversava com um professor e, ao mesmo tempo, ouvia rádio e
fazia um trabalho. Num canto da sala, um acompanhante ouvia a conversa sob enorme tensão.
No meio do diálogo, Meishu Sama disse ao interlocutor que, no rádio, estavam falando
sobre determinadas coisas – “É?!... eu estava tão distraído!” – disse o outro.
O acompanhante, que assistia à cena, ficou impressionado, pensando: “Como Meishu Sama
é extraordinário! Consegue perfeitamente dedicar-se ao trabalho, ouvir o noticiário e,
simultaneamente, manter uma conversa. Não pode ser um homem comum”.
Meishu Sama sempre dizia: “Trabalho dez vezes mais do que qualquer homem”. Neste
aspecto, lembra o príncipe regente Shotoku, que ouvia dez pessoas ao mesmo tempo, coisa
impossível para uma pessoa comum.
Uma noite, Meishu Sama ditava “Suntetsu” (texto breve e humorístico, de teor satírico)
enquanto alguém lia para ele um artigo sobre Arte. A certa altura, um servidor veio pedir-lhe Johrei.
Ele ministrou-o sem interromper o que estava fazendo.
Ações como essas seriam próprias de um homem comum?

CONSTRUÇÃO DE JARDINS – PASSEIOS – APRECIAÇÃO DE OBRAS DE ARTE

Meishu Sama almoçava aproximadamente ao meio dia e meia. Após a refeição, quando não
tinha visitas a fazer, conferenciava com dirigentes da Igreja ou pessoas ligadas à Arte. Às vezes
ministrava Johrei nos dirigentes ou pedia que lessem para ele os textos que havia ditado, o relato de
graças alcançadas pelos fiéis ou artigos enviados por outras pessoas.
Mesmo nos dias em que havia muitos visitantes, Meishu Sama encerrava as visitas
impreterivelmente às três horas da tarde. Chovesse ou ventasse, ia, então, inspecionar as obras da
Terra Celestial – o Solo Sagrado de Atami, que estavam em pleno andamento. Não só nessas
ocasiões mas todas as vezes que saía, estava sempre acompanhado por Nidai Sama.
A construção dos jardins da Terra Celestial e da Terra Divina, o Solo Sagrado de Hakone –
fosse uma árvore, um gramado, uma pedra, logicamente obedecia à vontade de Meishu Sama. Mas
ele dava orientações sobretudo em relação a pontos extremamente vitais. “Quando estou neste lugar
– dizia – as idéias geniais me vêm espontaneamente; por isso, ajo de acordo com essas idéias”. Isso
não acontecia somente com a construção de jardins. Meishu Sama executava tudo segundo os
desígnios de Deus. Pode-se falar verdadeiramente em uma Fonte de Sabedoria Divina.
Voltando da Terra Celestial, quando o tempo estava bom, Meishu Sama descia do carro e
passeava pela cidade de Atami, andando a pé até o “Hekiun-Sô.” Quando não ia à Terra Celestial,
passeava pelo jardim, levando consigo uma tesoura. Para esse passeio, reservava uma hora especial
do seu dia atarefadíssimo, incomum na vida de um homem qualquer. Isso era de real importância
para descansar o cérebro daquele ser tão extraordinário.
Meishu Sama sempre dizia: “Não devemos deixar que o trabalho nos persiga; nós é que
temos de persegui-lo. E não devemos realizá-lo com sofrimento; se não trabalharmos alegremente,
ele não terá nenhuma utilidade”. De fato, embora Meishu Sama determinasse suas tarefas diárias
com muito rigor, nunca mostrava um mínimo de aflição, executando-as cômoda e alegremente,
todos os dias.
Sobretudo no verão, quando morava em Hakone, Meishu Sama tinha o hábito de passear
pelos jardins, acompanhado de Nidai Sama e de uma tia, num breve descanso após as refeições.
Nesses passeios, observava cuidadosamente os lírios, as azáleas, o “hagui”, os bordos, os musgos
etc. quando se encontrava com o jardineiro que cuidava dessas plantas, sempre lhe dirigia palavras
impregnadas de amor: “Muito obrigado; seja qual for a árvore, mesmo pequenina, se a cuidarmos
bem, logo se tornará uma bela árvore”. Ou comentava com Nidai Sama, a respeito dos fiéis: “Como
estará este jardim quando os fiéis vierem aqui? Será que, por ocasião da próxima visita, estará
plenamente florido? Seria bom se eles pudessem admirá-lo na época certa”.
Poderíamos claramente compreender a admiração especial que Meishu Sama tinha pelas
obras de arte, ao termos contato com as obras-primas expostas no Museu de Hakone. Aliás, em sua
vida diária, ele estava em contato permanente com diversos objetos artísticos. Sua vida estava
intimamente ligada à Arte. Durante seu breve descanso vespertino, arranjava tempo, a cada dois ou
três dias, para mudar e apreciar as porcelanas, as estátuas e os quadros. Além disso, organizava e
fazia pesquisas. De vez em quando visitava os museus de Belas Artes e históricos de Tókio, sendo
um assíduo freqüentador de exposições.
Meishu Sama viajava duas vezes por ano à região Kansai – na primavera e no outono. Um
dos seus objetivos, ao realizar tais viagens, era captar as belezas da região.
Se durante as entrevistas surgissem discussões sobre Arte, isso era motivo de grande alegria
para ele. Após a construção do Museu de Belas-Artes, em Hakone, Meishu Sama ia lá diariamente,
mesmo em dias de chuva ou de vento, a fim de dar orientações sobre a exposição das obras.
Preocupava-se com os mínimos detalhes. Antes de cada exposição fazia, no Solar da Contemplação
da Montanha, um minucioso estudo sobre as obras a serem expostas, preocupando-se com sua
ordem, posição, harmonia com as demais obras etc.
Nos dias em que fazia visitas, ficava aproximadamente até às cinco da tarde ditando ou
corrigindo textos. Às três horas, tomava um lanche leve (chá com doces), ouvindo notícias pelo
rádio. Gostava muito de doces, que comia duas ou três vezes por dia, e dizia: “As pessoas saudáveis
gostam de doces”.

JOHREI PARA OS SERVIDORES

Às cinco da tarde, hora do noticiário; Meishu Sama ligava o rádio e afetuosamente


ministrava Johrei nos servidores em purificação. Em apenas alguns minutos eles recuperavam as
energias e voltavam a servir com gratidão e constância.
Os pedidos de Johrei geralmente eram feitos na hora da refeição matinal. O simples fato da
pessoa fazer o pedido muitas vezes já era o suficiente para que seu sofrimento desaparecesse. O
mesmo acontecia com pessoas gravemente enfermas, que às vezes recebiam graças apenas com uma
prece solicitada por telegrama.
Ainda que estivesse muito atarefado ou cansado, Meishu Sama dizia: “Aquele que estiver
purificando, diga-me sem cerimônia”. Ministrava Johrei nos familiares ou nos servidores
imparcialmente, sem distinção alguma. Se, devido às suas inúmeras tarefas, uma pessoa em
purificação fizesse cerimônia em lhe pedir Johrei, Meishu Sama repreendia-a: “A cerimônia é um
pecado. Por que não me pede Johrei ao invés de ficar sofrendo?”
Nessas condições, quando algum servidor era acometido de um mal repentino o fato era
comunicado a Meishu Sama, que dizia: “Traga-o imediatamente”, e com todo prazer lhe ministrava
Johrei.

JANTAR – CINEMA

Às cinco e meia da tarde Meishu Sama tomava outro banho e folheava os jornais
vespertinos. Como fazia de manhã, assinalava os títulos com um lápis vermelho. Às vinte e três
horas, reunia os jornais matutinos e vespertinos e pedia que um servidor os lesse para ele.
O jantar era às dezoito horas. Nessa ocasião, a família toda se reunia, podendo-se observar
um ambiente familiar harmonioso e agradável. Quando uma pessoa mais intima era convidado, as
conversas tornavam-se ainda mais animadas, formando-se uma atmosfera de tanta alegria que dava
a impressão de um jantar no Paraíso Terrestre.
Nos dias impares, após o jantar, exibiam-se filmes para recreação dos servidores, em
Sakemi, e Meishu Sama também comparecia, acompanhado de Nidai Sama. Ele gostava muito de
cinema, e costumava dizer: “Indo ao cinema, ficamos mais inteligentes”. Caso algum servidor não
assistisse ao filme devido aos seus afazeres, Meishu Sama até o repreendia: “Devia ter ido e
deixado o serviço da cozinha para depois. Não se deve perder filmes como esses”.

“KIGO” (ESCRITA FEITA COM PINCEL)

a partir das dezenove horas, quando não havia exibição de filmes no período de descanso
que se seguia ao jantar, Meishu Sama dedicava-se a escrever as letras da Imagem da LUZ DIVINA
e do Ohikari. Nesses momentos, ele também ouvia rádio. Nos dias de calor, chegava até a escrever
com um dos ombros de fora.
Realizava esse labor durante uma hora ou uma hora e meia. Sua destreza era sobre-humana;
fazia de cem a duzentas imagens e de seiscentos a setecentos Ohikari em uma hora. Por isso, os três
servidores que o auxiliavam tinham de ser ágeis e trabalhar no mesmo ritmo, executando o serviço
com perfeita sincronização.
Meishu Sama dizia: “Esta é uma verdadeira linha de montagem”. E mais: “Eu tomo o
partido da eficiência”. Sorrindo, acrescentava: “Vocês levarão pelo menos três anos para se
tornarem hábeis”.
As letras que ele escrevia ficavam impregnadas de uma energia extraordinária e de um amor
infinito, exercendo enorme atração. Certo calígrafo louvou-o: “É uma arte maravilhosa.
Insuperável, mesmo exercitando-se a vida inteira”.
Nessa época, o Museu de Belas-Artes acabara de ser construído. Por isso, após terminar o
“kigo”, Meishu Sama ficava até às vinte e uma horas lendo e pesquisando livros sobre Arte. Os
principais eram a coleção de Eumorfopoulus, os cadernos de Hakutsuru e Seisanso-Seisho
(pertencentes ao Museu de Belas-Artes Nezu). Além dessas, lia coletânea de obras universais, o
Taisho Meikikan etc.

MASSAGENS NOS OMBROS

Às vinte e uma horas Meishu Sama descansava, escutando noticiários pelo rádio. Enquanto
isso, os servidores faziam-lhe massagens nos ombros, e também nos de Nidai Sama e da tia. Todos
afirmavam com unanimidade que os ombros de Meishu Sama eram extremamente macios, sem
nenhum enrijecimento.
Não raro as purificações dos servidores eram amenizadas pelo simples fato de lhe fazerem
massagens. Alguns deles, muito satisfeitos, diziam: “É um prazer massagear os ombros de Meishu
Sama. Recebi inúmeras bênçãos com essa prática”.

A CEIA – OS RELATÓRIOS

Meishu Sama ceava às vinte e duas horas e trinta. Era uma refeição leve: comia um
sanduíche, uma fruta ou macarrão. Sempre ouvindo rádio.
Terminado o noticiário, todos os servidores iam levar-lhe suas saudações noturnas e
agradecer-lhe pela proteção recebida durante o dia. Terminava, assim, mais um dia de trabalho dos
servidores. Depois, mesmo que surgisse alguma tarefa, era o próprio Meishu Sama quem a
executava. Ele jamais os chamava novamente, exceto aqueles que tinham tarefas especiais.
Certo dia, mais ou menos à meia noite, Meishu Sama quis tomar uma soda. Um servidor,
que ainda estava trabalhando, disse-lhe que ia chamar uma das senhoras. Meishu Sama respondeu:
“Não é necessário. Acho que já estão dormindo. Deixe que eu vou buscar. Está lá na geladeira”. E
ele próprio foi buscá-la. Por outro lado, se encontrasse a geladeira com a porta aberta ou
desarrumada por dentro, no dia seguinte chamava o responsável e o repreendia. Meishu Sama era ao
mesmo tempo muito amável e muito severo.
Após a saudação noturna, ele recebia das mãos do secretário os relatórios referentes aos
diversos setores da Igreja. De acordo com o movimento diário, transmitia as orientações adequadas.
No que concerne à difusão, Meishu Sama observava as condições para expansão da Igreja
não só no Japão como também no exterior, estando sempre atento às purificações ocorridas no
mundo e aos resultados do Johrei ministrado pelos fiéis.
Recebia, também, relatórios diários sobre o número de visitantes do Museu de Belas-Artes,
divididos em fiéis e não-fiéis. Baseado nesses relatórios é que Meishu Sama dava suas orientações.
Pesquisou também, com raro interesse, sobre Agricultura Natural, procurando saber da
situação daqueles que a divulgavam e as influências do clima – da chuva, dos ventos, da
temperatura etc... sobre as culturas.
LEITURA DE JORNAIS

Por volta das vinte e três horas, depois de ter examinado os relatórios do dia, Meishu Sama
ouvia a leitura dos jornais matutinos e vespertinos, feita por um servidor, a quem pedia para ler os
artigos que ele marcara com lápis vermelho. Durante a leitura, Meishu Sama apreciava os objetos
de arte e dizia: “Minha boca e minhas mãos estão desocupadas”.
Certa ocasião, quando o servidor lia os jornais, Meishu Sama estendeu a mão para pegar
algo. O servidor tentou ajudá-lo, mas foi repreendido: “Continue lendo. Se vpcê pudesse pegar sem
para de ler, eu não me importaria, mas, como estou com as mãos desocupadas, eu mesmo pego”.
Dessa maneira, vemos a importância que Meishu Sama dava a cada minuto e segundo.

MEISHU SAMA DITAVA SEUS ENSINAMENTOS E POEMAS

A leitura dos jornais terminava aproximadamente à meia noite, e logo a seguir Meishu Sama
começava a ditar seus Ensinamentos ou poemas. Eis como isso se processava.
Um servidor, encarregado de tais anotações nos últimos anos da existência de Meishu Sama,
conta-nos que o Mestre lhe disse um dia: “De hoje em diante, quando eu chamar você, é para que
anote o que vou ditar. Pegue caneta e papel e venha correndo”. Portanto, quando ele era chamado,
atendia imediatamente, já de caneta e papel na mão, mesmo que Meishu Sama estivesse no banho
ou no jardim.
Se algum título lhe viesse à mente, Meishu Sama, estivesse onde estivesse, chamava o
servidor, e pedia-lhe que o anotasse. Sempre havia de trinta a quarenta títulos anotados. À noite, o
servidor os lia e Meishu Sama escolhia um para desenvolver. Havia títulos anotados há um mês.
Meishu Sama ditava ininterruptamente, mas com facilidade, sem nenhuma hesitação. Esperava o
servidor terminar cada parágrafo e continuava a ditar.
Os Ensinamentos geralmente eram longos, enchendo três ou quatro páginas, e Meishu Sama
ditava três ou quatro por noite.
Por ocasião dos Cultos, o salmo era pedido a Meishu Sama com mais ou menos uma semana
de antecedência. Ele dizia: “É...” e punha-se a refletir durante um ou dois minutos, ministrando
Johrei na nuca. A seguir, falava: “Pegue a caneta”, e começava a compor numa rapidez
extraordinária. Fazia uns trinta poemas em cerca de apenas vinte minutos. Uma pessoa que serviu
com Meishu Sama anotando o que ele ditava, escreveu o seguinte:
“Aquelas extraordinárias composições fluíam como uma corrente d’água. As palavras saíam
fáceis e agradáveis. Depois de escritas, bastavam duas ou três correções e elas tornavam-se
perfeitas. São composições simples, cristalinas, concisas, caracterizando-se por poderem ser
facilmente assimiladas por qualquer pessoa. As explanações de Meishu Sama são acessíveis e feitas
com sinceridade. As idéias essenciais acham-se expressas com convicção e numa forma perfeita.
São palavras iluminadas, de um ser sobrenatural. Revelam um grande amor e uma força capaz de
transformar o mundo. Seu imenso poder desperta o homem para o amor amplo, extensivo a toda a
humanidade, e elimina os pecados e a infelicidade”.
Se as anotações terminavam antes da hora prevista, Meishu Sama ouvia a leitura de
testemunhos de graças alcançadas pelos fiéis ou de artigos enviados por outras pessoas. Muitas
vezes, enquanto ouvia, levantava-se e punha-se a fazer ginástica. Na primeira vez que um servidor
presenciou a cena, ficou perplexo. Mas Meishu Sama disse, sorrindo: “Eu como equilibradamente,
mas sinto falta de ginástica”. Desde então, repetia esses exercícios físicos todas as noites em que
sobrava tempo. Meishu Sama cuidava bem de seu físico.
Os testemunhos de graças deleitavam-no. Quando ouvia um relato que mostrava
detalhadamente os efeitos positivos do Johrei sobre as pessoas acometidas de forte intoxicação
motivada por remédios, muitas vezes ele se emocionava e ficava até com lágrimas nos olhos.
“Enquanto eu lia, tive a sensação de que meu coração ia parar, de que meu corpo se
contraía” – assim um servidor expressou sua emoção em certa oportunidade.
Além disso, chegavam diariamente cerca de sete ou oito cartas escritas por não-fiéis, e
Meishu Sama lia todas elas. Quando achava necessário, respondia pessoalmente.

REPOUSO

Às duas horas da madrugada, Meishu Sama começava a se preparar para dormir. “Por hoje é
só”, dizia.
No inverno ele próprio apagava o fogo do braseiro arrumava o “kotatsu” (aquecedor
colocado dentro de uma caixa com grades e coberta com uma colcha, destinado aquecer os pés).
Muitas vezes a tia, ainda acordada, tentava ajudá-lo, mas Meishu Sama dizia: “Pode deixar que eu
mesmo faço”. Apagava até as fagulhas de intensidade igual à luz de um vaga-lume. Em seguida, ia
recolher-se até que o sol tornasse a brilhar.
Essa era a vida cotidiana de Meishu Sama, a menos que houvesse alguma viagem especial
cujo objetivo fosse a difusão.

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