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Sumário

Apresentação 2
A Religião como Instrumento de Dominação
3

O Estado, a Liberdade e a Revolução 4

O Crime, a Vigilância e a Punição 5

Conclusão 8

Bibliografia 9

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Apresentação

Nesse relatório serão apresentados os pensamentos a respeito da religião como um

instrumento de dominação utilizado pelo Estado, assim como o antagonismo

inconciliável entre as classes e a repressão que o Estado aplica. Veremos como os

autores tratam da revolução, de uma biopolítica e da construção do anarquista como o

anormal na sociedade moderna, como também o caráter da punição.

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A Religião como Instrumento de Dominação

A religião atravessa o pensamento da humanidade desde os primórdios de seu

desenvolvimento cultural, social, econômico e político, sempre tendo como objetivo, de

forma primária, preencher as lacunas daquilo que o ser humano não pode explicar

fazendo uso de mitos, ritos, magias entre outros. Veremos a seguir como este

transcendental que chamamos de religião é usado como um instrumento de dominação e

opressão para com o ser humano através do Estado e da punição.

Inicialmente podemos observar que Max Stirner, em seus escritos, expõe o

Memorandum do Barão Stein, que supostamente denota duas finalidades em comum

com a Revolução Francesa: a liberdade e a igualdade. Quanto à igualdade, segundo o

Memorandum, dever-se-ia centralizar o poder nas mãos de um soberano a fim de

eliminar privilégios dados a pessoas pelo Estado, sendo essa uma forma de igualdade

por um mesmo nível de submissão. Já a liberdade está atrelada ao cumprimento do

dever, sendo este amar a Deus, ao rei e a pátria e, dentro desta liberdade, cada um

poderia desenvolver suas forças numa perspectiva moral. Vemos então que o amor está

no centro da liberdade moral, assim como é o cerne do cristianismo.

Mikhail Bakunin, em seu Princípio do Estado, mostra que a religião procura

manter o homem na ignorância pelo hábito das tradições religiosas. Ela expropria as

forças coletivas e individuais, conformando as pessoas à dominação política e

econômica. Mostrando que a religião é o princípio do Estado, este Estado assume um

caráter sagrado e torna a liberdade inexistente, pois ele, com seu caráter de

superioridade, assume uma relação espelhada para com o povo inferiorizado. E nessa

posição de superior ele é divinizado e torna-se incontestável.

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Por fim, e não menos importante, Proudhon mostra-nos que a religião, com seu

caráter transcendental, desvitaliza a consciência social na medida em que ela promove a

passividade quanto a situação econômica de exploração política e dominação.

O Estado, a Liberdade e a Revolução

Podemos ver na obra de Marx e Engels que a história foi marcada por uma luta

de classes, uma luta pela dominação. A oposição e os antagonismos já existentes foram

simplificados entre duas classes que se desenvolvem na mesma proporção: a burguesia e

o proletariado. O Estado é o produto e a manifestação do antagonismo inconciliável

entre as classes, sendo um órgão de dominação de uma classe sobre outra, tendo como

objetivo amortecer a colisão de classes. Sua existência comprova que esse antagonismo

não pode ser conciliado. Existe uma ditadura de uma minoria sobre a maioria, sendo

então proposta a dominação desta maioria sobre a minoria burguesa pela revolução.

Nessas condições, Marx diz “só o proletário é uma classe genuinamente

revolucionária.” (MARX, Karl, Manifesto do Partido Comunista. Tradução de

Edmilson Costa, Bauru, EDIPRO, 2ª ED., 2011, pp.74). Porém exclui o lumpen-

proletariado deste papel dizendo que suas condições de vida os deixam dispostos a

vender-se a reação. Não haverá a abolição da propriedade privada, mas a supressão da

propriedade burguesa, pois o proletariado terá o monopólio sobre a produção e o poder

político. Também não há abolição do Estado, mas o definhamento quando não houver o

que reprimir.

A repressão realizada pelo Estado que tem por base a força pode ser analisada

pelos princípios de autoridade e liberdade dsenvolvidos por Proudhon. O princípio da

autoridade responde a um princípio familiar, patriarcal, magistral e teocrático e sempre

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tende a hierarquia, cetralização e absorção, sempre dado como algo divino. Oposto a ele

é o princípio da liberdade, que responde a um princípio pessoal e do individualista

crítico, tendendo sempre a divisão, eleição e transação, sempre dado como diferente de

um que domine. A autoridade e a liberdade estão em tensão permanente. A autoridade é

dependente de uma liberdade que a desafie e a liberdade é dependente de uma

autoridade que a reprima, regule ou tolere.

A razão de ser do governo é a representação e ele, como organismo provedor da

justiça, segundo Malatesta, é uma mentira, nada mais que uma utopia. Assim sendo os

anarquistas buscam a “abolição do governo e de todo poder que faça a lei para impô-la

aos outros: portanto, abolição das monarquias, repúblicas, parlamentos, exércitos,

polícias, magistraturas e toda instituição que possua meios coercitivos.”

(MALATESTA, Errico. Escritos revolucionários. Coleção Escritos Anarquistas. São

Paulo: Nu-Sol/Imaginário/Coletivo Brancaleone, 2000, v. 11, pp. 7). Para ele não existe

maneira de não haver violência na revolução, porém ele procura uma sistematização

desta violência. Uma revolução emancipadora deve acontecer de mil maneiras

diferentes, com a livre ação de cada um. Coloca que sofrer autoridade é ser escravo,

impor autoridade é tentar se colocar no lugar dela.

O Crime, a Vigilância e a Punição

Foucault nos mostra que na sociedade discplinar existe um local para tudo:

hospitais, manicômios e partidos, até mesmo para a resistência. O poder político dentro

da sociedade disciplinar passa a gerir a vida. Também passa a definir o que é vivo e a

noção da vida. Vivo é aquele que é produtivo. Na sociedade disciplinar ocorre um

investimento na vida e uma gestão calculista dela, onde ela faz o indivíduo viver e

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deixa-o morrer, sendo uma sociedade de extração dos corpos pelo tempo e pelo

trabalho, o que a configura como uma sociedade de sequestro.

Devido a esta gestão da vida, é possível identificar uma biopolítica que tem

como objetivo a disciplina do corpo e o poder sobre a população, onde existe um

triângulo de governabilidade composto pela disciplina, pela gestão da vida e pela

segurança. Nesta sociedade a lei se transmuta em norma que irá circular entre do

disciplinar ao regulador. Neste mesmo período do século XVIII é possível identificar o

baixo início da polícia, que possuía um caráter de polícia médica, com o objetivo de

cuidar da felicidade da população e o bem estar da sociedade. Com isso a morte dos

subversivos passa a ser justificada como algo bom para a felicidade e o bem estar da

sociedade, configurando um racismo de Estado.

Neste ponto Foucault mostra que a psiquiatria era utilizada para proteção social

e identifica algumas séries que servem como mecanismos de proteção da sociedade. No

final do século XIX surge a figura dos anormais. Mas antes de entrar no mérito desta

questão, é importante destacar a figura do monstro que está ligada diretamente ao

anormal. É uma figura emergente da sociedade de soberania que se situava na infração

para com o soberano. Também destaca a figura do incorrigível, um sujeito

desqualificado como sujeito de direito mas, diferente do monstro, ele é interditado. Aqui

o foco está no sujeito indócil, sendo a criança o alvo preferencial da disciplina e o foco

está em corrigir os incorrigíveis e disciplinar aqueles que não aceitam a correção. Aqui

o indócil será o indisciplinado, e banalizará a figura do monstro.

O monstro humano se encontra entre o jurídico natural e o biológico e se fundem

no século XVIII. Esta série se reverte no século XIX fazendo com que em cada crime

haja indícios de monstruosidade. Cada crime é individualizado com o monstro

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individual e pessoal dentro dele. Foucault mostra que o anormal é construído como um

vício e um defeito, e os revolucionários, os anarquistas, são considerados anormais por

excelência. Então aquele monstro moral explicitado acima fará união com o monstro

político e o ápice desta união é o anarquista.

Vemos em Godwin que a punição tem como objetivo a prevenção de males

futuros, porém essa punição é a última alternativa daquele que não consegue convencer

o outro com o uso de argumentos. Ela tem três finalidades principais sendo elas a

contenção, a reforma e o exemplo, porém ela é falha no que diz respeito ao

estabelecimento de um grau de punição. Também mostra que a punição é um ato de

necessidade, porém dolorosa e que as leis são um disfarce para a opressão.

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Conclusão

Podemos concluir que o Estado moderno está diretamente ligado a religião. Esta por sua

vez mantem os homens na ignorância pelo hábito das tradições religiosas,

desvitalizando a consciência social. Vemos também que existe um antagonismo

inconciliável de classes e como o Estado, que tem como objetivo de amortecer essa

colisão afirma que esse antagonismo não pode ser conciliá-lo devido a sua existência. A

autoridade e a liberdade estão em tensão permanente. Os anarquistas visam abolir o

governo e toda instituição coercitiva e para isso fará uso de uma revolução violenta e

sistematizada. Vimos que existe uma gestão da vida numa sociedade de sequestro e a

construção moderna do anarquista como monstro moral e político e como a punição é

usada como um disfarce para a opressão.

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Bibliografia:

STIRNER, Max, “Algumas Observações Provisórias a Respeito do Estado Fundado no

Amor” in Revista Verve, Tradução de J. Bragança de Miranda. São Paulo, Nu-Sol, nº1,

2002.

MARX, Karl, Manifesto do Partido Comunista. Tradução de Edmilson Costa, Bauru,

EDIPRO, 2ª ED., 2011.

PROUDHON, Pierre-Joseph, “O princípio do governo e do direito”, in RESENDE,

Paulo-Edgar A. & PASSETI, Edson (orgs.), Proudhon, Tradução de Célia Gambini e

Eunice Ornelas Setti. São Paulo, Ática, 1986.

FOUCAULT, Michel, “Direito da morte e poder sobre a vida” in História da

sexualidade I: a vontade de saber, Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e

J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro, Edições Graal, 1977.

GODWIN, William, “Crime e punição” in Verve, Tradução de Maria Brant. São Paulo,

Nu-Sol, nº5, 2004.

BAKUNIN, Mikhail, “O princípio do Estado”, Tradução de Natalia Montebello, in

Verve, São Paulo, Nu-Sol, v. 11, 2007.

FOUCAULT, Michel, Vigiar e punir: nascimento da prisão, Tradução de Lígia M.

Pondé Vassallo, Petrópolis, Vozes, 1977.

MALATESTA, Errico. Escritos revolucionários. Coleção Escritos Anarquistas. São

Paulo: Nu-Sol/Imaginário/Coletivo Brancaleone, 2000, v. 11.

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