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[1] Lavalle (2005, p: 36) propõe três dimensões para contrapor definições do “público” e do “privado” e
tendo como pressuposto a existência de uma tensão conceitual entre ambos. A terceira dimensão não
citada no corpo do texto trata público como “aquilo que é amplamente difundido e aquele para quem é
divulgado ou que assiste um evento ou espetáculo”. Para efeito da discussão proposta apenas as duas
primeiras foram adotadas por se adequarem ao objeto de estudo, ficando a terceira sem maior pertinência.
[2] A Secretaria de Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente da Prefeitura da Cidade do Recife
encaminhou solicitação de tombamento ao IPHAN, a partir da qual foi composto o processo nº. 1.168-T-85
– na qualidade de conjunto arquitetônico e paisagístico do antigo Bairro do Recife e Cais do Apolo.
[3] Este plano foi realizado por uma agência de planejamento do governo estadual. Assim para ter uma
validade municipal as definições dadas, foi elaborado pela Prefeitura da Cidade do Recife o Plano de
Preservação dos Sítios Históricos do Recife, tornado Lei nº. 13. 957, em 1979. Este em grande parte
referenda as recomendações do plano metropolitano, não havendo motivos substantivos para diferenciá-
los no presente trabalho.
[4] O centro histórico de Bolonha a partir do início do século XX passa por um processo de degradação
física e social. Quando no final da década de 1960, estando à prefeitura sob o comando do partido
comunista, é realizado um plano de reabilitação visando imprimir dinâmica econômica e integração física e
social ao lugar e a população pobre ocupante deste espaço urbano. A metodologia tipo-morfológica das
edificações foi aplicada com precisão e a restauração edilícia seguiu os ditames técnicos de então:
respeitar a tipologia edilícia, devolvendo aparência e forma original.
[5] O termo sítio histórico surge como uma ampliação do entendimento de centro histórico. Este último é
disseminado a partir dos debates e das experiências italianas ocorridas nas décadas de 1950 e 1960,
sendo entendido como o lugar real e original de uma cidade. Depois foi concebido em referência a
qualquer parte da cidade tendo significado histórico, passando a ser adotado o termo sítio.
[6] A zona de proteção rigorosa deveria preservar as características originais do sítio, daí ter sido
estabelecido parâmetros mais rigorosos e zonas de proteção ambiental consistiria apenas um ambiente de
transição entre o sítio histórico e os demais da cidade com parâmetros mais flexíveis.
[7] Este plano foi elaborado e implantado com recursos financeiros provenientes exclusivamente do poder
público. Os princípios ditos como democráticos foram: o direito à habitação, a distribuição eqüitativa de
bens e a redução dos interesses especulativos privados. Ou seja, as intervenções tinham caráter
urbanístico e social. Assim o foco principal era o da recuperação das habitações, a serem, após as obras
de restauro, devolvidas aos habitantes locais socialmente carentes.
[8] Embora as práticas de restauração e reabilitação urbana tenham se disseminado com o Plano de
Bolonha, em 1995 é realizado o 1º Encontro Luso-Brasileiro de Reabilitação Urbana de Centros Históricos
na cidade de Lisboa. A Carta subscrita pelos representantes dos dois países sistematiza o entendimento
acerca de práticas relativas às intervenções nos centros históricos denominando-as de renovação,
reabilitação, revitalização e requalificação conforme as características de transformação ou
permanência das estruturas urbanas e edilícias.
[9] Segundo Martorell, Bohigas, Mackey e Puigdmènech (1991, p: 8): “Em 1980, com uma nueva política
urbanística, la ciudad de Barcelona inició su transformación, apouandose em unos proyectos puntuales
referidos a los espacios urbanos más significativos y de situación más estratègica”.
[10] Segundo a Carta de Lisboa a reabilitação tem por fim melhorar a qualidade de vida das populações
residentes mantendo as características tipo-morfológicas existentes. A reabilitação é dentre as
intervenções citadas na nota 8 a ressalta o necessário cuidado com a modificação da configuração urbana
existente.
[11] Segundo a Carta de Lisboa a revitalização engloba operações destinadas a relançar vida econômica e
social de uma área da cidade em decadência, aplicando-se a todas as partes da cidade sem ou com
características históricas singulares.
[12] Este plano foi primeiramente realizado pelo Governo do Estado de Pernambuco/Agência de
Desenvolvimento Econômico, em 1991, tendo contratado para tanto as empresas de consultoria Urbana:
planejamento e projetos, Borsoi Arquitetos Associados e Multi Programação Visual. Posteriormente, entre
1994-1995, este plano é entregue pelo Governo do Estado à Prefeitura da Cidade do Recife, tendo a
mesmo sofrida revisão e ajustes do texto inicial.
[13] Sobre estas experiências ver Hall (1995), Harvey (2004 e 1993), Capel (2005) e Bidou-Zachariasen
(2006).
[14] Ver a defesa desta tese em Leite (2004).
[15] Consta na nota 1 do volume I do projeto ser a Expo 98 uma: “entidade responsável pela realização da
Exposição mundial de Lisboa de 1998 e pela concepção e execução do projeto de reconversão urbanística
da Zona de Intervenção designada como Parque das Nações (Lisboa, Portugal)”.
[16] Este termo egresso da Carta de Lisboa significa transformar a formação urbana, econômica e social
de um lugar. Os termos constantes da Carta são: “aplica-se, sobretudo a locais funcionais diferentes da
„habitação‟; trata-se de operações destinadas a tornar a dar uma atividade adaptada a esse local e no
contexto atual”. Dentre as modalidades de intervenções em áreas históricas elencadas pela Carta de
Lisboa, ver nota 8, as de revitalização e requalificação modificam substantivamente a configuração urbana
existente.
[17] Cabe notar que o Governo do Estado de Pernambuco era então governado pela aliança política
PMDB-PFL-PSDB – governo Jarbas Vasconcelos, enquanto o governo federal era formado pela aliança
PT-PCdoB-PL – governo Luiz Inácio Lula da Silva, e as duas Prefeituras pela aliança PT-PCdoB –
governos João Paulo Lima e Silva e Luciana Santos.
[18] Operação urbana consorciada, segundo o Estatuto da Cidade, lei nº. 10.257/2001 é um “conjunto de
intervenções e medidas, coordenadas pelo poder público municipal, com a finalidade de preservação,
recuperação ou transformação de áreas urbanas contando com a participação dos proprietários,
moradores, usuários permanentes e investidores privados. O objetivo é alcançar, em determinada área,
transformações urbanísticas estruturais, melhorias soais e a valorização ambiental”.
[19] No volume II do Projeto intitulado Modelo Urbano consta os conteúdos respectivos aos seguintes
assuntos: parte I, caracterização - biofísica e ambiental, urbanística, planos projetos e documentos legais,
socioeconômica e do mercado imobiliário; parte II, estratégia – potencialidades, debilidades e
oportunidades e estratégia; parte III, proposta – ordenamento, condicionantes, infra-estruturas, mobilidade,
ambiente e energia, estrutura verde, equipamentos comunitários, sociais e turísticos, inclusão social,
estratégia de comercialização, segurança, monitoramento e gestão do plano, informação, comunicação e
participação.
[20] A zona de intervenção está composta por 07 setores urbanísticos, quais sejam: i) o do istmo e
coqueiral de Olinda, ii) o da vila naval, iii) o do porto do Recife, iv) o do cais José Estelita e Cais Santa
Rita, v) o da zona de interesse social Ilha do Maruim, vi) o da zona de interesse social de Santo Amaro e,
vii) o da zona de interesse social Comunidade do Pilar.
[21] Este percentual foi fornecido pela urbanista Amélia Reynaldo na palestra realizada pela mesma no
Seminário realizado na UFPE/Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano, no dia 20 de
junho de 2006, para discutir o projeto Recife - Olinda.
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