Tipos de conhecimento: mito e filosofia, opinião e

ciência, racionalidade e crença, verdade e validade

Departamento de Geociências
Licenciatura em Geografia
Epistemologia da Ciência
Profa. Ma. Marcia Alves Soares da Silva
2018
Sobre o conhecimento
- Saber
- Busca, procura
- Poder
- Aprendizado
- Troca
- Entendimento, sabedoria
- Desconhecido
- Observação
- Ideias, dúvidas, o por quê das coisas
Do conhecimento quanto à origem (REALE, 2002)
● O empirismo
● Racionalismo
● Criticismo
● Juízos analíticos e sintéticos
● Criticismo ontognoseológico
● Posição de Hegel
Do conhecimento quanto à essência (REALE, 2002)
● O realismo
● O idealismo
● Posição de Kant e de Augusto Comte
● Posição ontognoseológica
Das formas do conhecimento (REALE, 2002)
● Dos processos intuitivos em geral
● Da intuição emocional
● Da intuição eidética
● Compreensão histórico-crítica da fenomenologia
● Da intuição volitiva
● Limites do intuicionismo
● Dos métodos de cognição mediata
● Método e objeto
● Outras espécies de método
Da possibilidade do conhecimento (REALE, 2002)
● Doutrinas dogmáticas
● Doutrinas céticas
● O relativismo
● Teorias da verdade
Sobre a filosofia
- Disciplina de pensamento
- Método, conceitos técnicos,
ferramentas intelectuais
- Voltar a si mesma
- Argumentação racional
 O acesso ao mundo
se dá pela mediação
simbólica.

Ernst Cassirer (1874-1945)

Em Cassirer, o conhecer se dá
simbolicamente. Através do
conhecimento simbólico,
damos significados às coisas,
construímos o mundo da
cultura e nos tornamos
animais simbólicos.
 Na visão cassireriana, as
formas simbólicas arte,
ciência, história, linguagem,

Filosofia das formas mito e religião são energias do

espírito e fornecem as bases
simbólicas da cultura humana através
da significação da
(1923 a 1929;1944) experiência e da objetivação
do espírito. O conhecimento
imediato do mundo é
necessariamente realizado
pela mediação simbólica.
Conforme Cassirer (2012 [1944]) obviamente o
mundo não é uma exceção às regras biológicas,
mas não é só isso, não é regido apenas por uma
questão quantitativa, mas também qualitativa, que
o faz se adaptar de outro maneira ao seu ambiente.
Essa mudança qualitativa é o sistema simbólico,
vivendo numa nova dimensão da realidade, um
universo simbólico, em que mito, linguagem,
religião, arte fazem parte desse universo, que ‘são
variados fios que tecem a rede simbólica da
experiência humana’ (p. 48).
 - Possui uma lógica própria e não
pode ser analisada a partir de um
viés científico racional
- O mito comumente pode parecer
apenas um caos, algo sem pé
Sobre o mito nem cabeça, fútil e em vão.
Cassirer (2012 [1944]) salienta, no
entanto, que o mito não são
(CASSIRER, 2004 [1925])
ideias desorganizadas, mas uma
estrutura conceitual e perceptual,
e pressupõe um modo definido
de percepção
Fonte:
http://historikaos.blogspot.co
m.br/2011/10/constelacoes-in
digenas.html
 - Espaço mítico é o espaço da
dimensão sensível, da percepção
imediata, em que cada lugar tem sua
espécie e seu valor próprios
- “A ciência conserva desde há muito
uma antiquíssima herança mítica, à

Sobre o mito qual apenas imprime uma outra

forma” (p. 8)
- A intuição mítica se dá, do ponto de
(CASSIRER, 2012 [1944]) vista espacial, a partir da
observação dos fenômenos naturais
- Lua e Sol, luz e escuridão, são
elementos fundamentais para a
construção do mundo mítico
-
 - Religião é um enigma não só
no sentido teórico, quanto no
ético
- “O verdadeiro substrato do
mito não é um substrato de
pensamento, mas de
Sobre a religião sentimento. O mito e a
religião primitiva não são
(CASSIRER, 2012 [1944]) vazios de sentido ou razão.
Sua coerência, porém,
depende muito mais de
unidade de pensamento que
de regras lógicas” (p.
135-136).
Sobre a religião
- A religião, em seu mais alto
desenvolvimento teórico e
ético, vê-se na necessidade
de defender a pureza de seu
próprio ideal contra as
fantasias extravagantes do
mito ou da arte (p. 119)

(CASSIRER, 2012 [1944])

 Sobre a arte
- A experiência estética é uma
experiência de contemplação
- Arte como universo de
discurso
- Tal como todas as outras
formas simbólicas, a arte não
é uma simples reprodução de
uma realidade dada, pronta.
É um dos meios que levam a
uma visão objetiva das coisas e
a da vida humana. Não é uma
imitação, mas uma descoberta
(CASSIRER, 2012 [1944]) da realidade (CASSIRER, 2012,
p. 234).
 - A ciência nos dá a ordem nos
pensamentos; a moralidade
nos dá a ordem nas ações; a
arte nos dá a ordem na
apreensão das aparências

Sobre a arte
visíveis, tangíveis e audíveis
- Só concebendo a arte como
uma direção especial, uma
(CASSIRER, 2012 [1944]) nova orientação, dos nosso
pensamentos e nosso
sentimentos, poderemos
entender sua função e seu
significado verdadeiros
 Sobre a ciência
- Última etapa de
desenvolvimento mental das
pessoas e a mais alta e mais
característica façanha da
cultura humana
- Nem mesmo antes dos
grandes pensadores gregos
existia a concepção de ciência
- Filosofia do homem
- Poder do mundo moderno
- “É a ciência que nos
proporciona a garantia de um
(CASSIRER, 2012 [1944]) mundo constante” (p. 338)
“O processo científico leva a um
equilíbrio estável, a uma
estabilização e consolidação do
mundo de nossas percepções e
pensamentos” (CASSIRER, 2012,
p. 338).

Kant na Crítica da
Razão Pura
Imannuel Kant (1724-1804)
formal é representado por nossos
Toda objetividade do
conhecimento humano está
indissoluvelmente ligada ao
fato da ciência.
“A experiência, diz ele, é sem
dúvida o primeiro produto do
nosso entendimento. Mas não é
um fato simples; é um composto
de dois fatores opostos, matérias
e forma. O fator material é dado
por nossa percepção sensorial; o
conceitos científicos” (CASSIRER,
2012, p. 338)
“O homem vivia em um mundo objetivo muito
antes de viver em um mundo científico. Mesmo
antes de ter encontrado a abordagem da
ciência, sua experiência não era uma simples
massa amorfa de expressões sensoriais. Era
uma experiência organizada e articulada,
possuidora de uma estrutura definida. Mas os
conceitos que são a esse mundo a sua unidade
sintética não são os mesmos, nem estão no
mesmo nível, dos conceitos científicos. São
conceitos míticos ou linguísticos” (CASSIRER,
2012, p. 339).
Sobre o conhecimento científico
- Baseado num metodologia científica: exatidão e clareza
- Comunicável, verificável, explicativo
- Objetivo
- Investigativo
- Método: articulação racional entre os conceitos

SISTEMATIZADO
Senso comum e conhecimento científico
Referências
CASSIRER, Ernst. A filosofia das formas simbólicas. O pensamento mítico. Martins Fontes: São Paulo, 2004. [1925]
______. Ensaio sobre o homem. Introdução a uma filosofia da cultura humana. 2. ed. São Paulo: Editora WMF
Martins Fontes, 2012 [1944].
REALE, Miguel. Introdução à filosofia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.