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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-

COMPORTAMENTAL

JORGETE MARIANO DA SILVA

A CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA COGNITIVO-


COMPORTAMENTAL NA REDUÇÃO DO SOFRIMENTO DO
ADOLESCENTE NA ESCOLHA PROFISSIONAL

São Paulo
2017
JORGETE MARIANO DA SILVA

A CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA COGNITIVO-


COMPORTAMENTAL NA REDUÇÃO DO SOFRIMENTO DO
ADOLESCENTE NA ESCOLHA PROFISSIONAL

Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu


Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental
Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon
Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins

São Paulo
2017
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.

Silva, Jorgete Mariano

A Contribuição da Terapia Cognitivo-Comportamental na Redução do


Sofrimento do Adolescente na Escolha Profissional

Jorgete Mariano da Silva, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins –


São Paulo, 2017.

30 f. + CD-ROM

Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia


Cognitivo-Comportamental (CETCC).

Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon


Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

1 Terapia Cognitivo Comportamental, 2. Sofrimento do Adolescente na Escolha


Profissional. I. Silva, Jorgete Mariano. II. Alarcon, Renata Trigueirinho. III. Martins,
Eliana Melcher.
Jorgete Mariano da Silva

A Contribuição da Terapia Cognitivo-Comportamental na Redução do Sofrimento do


Adolescente na Escolha Profissional

Monografia apresentada ao Centro de Estudos em


Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das
exigências para obtenção do título de Especialista
em Terapia Cognitivo-Comportamental

BANCA EXAMINADORA

Parecer: ____________________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

Parecer: ____________________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

São Paulo, ___ de ___________ de _____


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus autor da minha fé.


A memória dos meus queridos pais Waldemar Joaquim e Maria Aparecida, que
com carinho me ensinaram o caminho que se deve andar.
Dedico esta, bem como todas as minhas demais conquistas ao meu marido
Alexandre, aos meus irmãos Joana, Jusceli e Jessé e meus preciosos
sobrinhos Daniel e Davi meus melhores e maiores presentes.
AGRADECIMENTOS

Ao Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC)


A professora, Dra. Renata Trigueirinho Alarcon pela paciência na orientação e
incentivo que tornaram possível a conclusão desta monografia.
Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante esta pós-
graduação, em especial a professora Eliana Melcher Martins.
As minhas amigas Aparecida Célia e Cristiane Muniz, pelo incentivo e pelo apoio
constantes.
Ao curso e as pessoas com quem convivi neste espaço de tempo.
A todos aqueles que de alguma forma estiveram e estão próximos de mim, fazendo
esta vida valer a pena.
RESUMO

A adolescência é uma fase bastante crítica na vida do ser humano, é um momento


de turbulência, conflitos, questionamentos, mudanças hormonais e corporais e em
meio a tudo isso este adolescente precisa fazer uma das escolhas mais importantes
de sua vida que irá acompanhá-lo durante toda sua existência e que precisa ser feita
de forma segura e saudável que é a escolha profissional. O adolescente concluinte
do ensino médio vem buscando ajuda em consultórios de psicologia por estar se
sentindo pressionado por não saber qual a melhor escolha. Mas com a contribuição
da Terapia Cognitivo-Comportamental podemos ajudar este adolescente a identificar
seus pensamentos disfuncionais e tornar estes pensamentos mais adaptados e
funcionais conseguindo assim amenizar seu sofrimento e fazer uma escolha
profissional com maior segurança.

Palavras-chave: Dificuldades na escolha profissional, Jovens universitários,


Influência na escolha profissional, Escolha vocacional, Orientação profissional,
Escolha de carreira, influência dos pais, terapia cognitivo-comportamental.
ABSTRACT

This work aims to understand how Cognitive-Behavioral Therapy can help the
adolescent in reducing suffering before the professional choice. Understand the
criteria that the adolescent uses to enter the job market that demands more and
more professional quality. The methodology used was qualitative, exploratory with a
bibliographic review to verify the contributions of cognitive-behavioral therapy to the
suffering of the adolescent in the search of the professional choice. The work was
elaborated through bibliographical research from materials already elaborated books,
articles, magazines available in electronic means. This work was very important to
our knowledge, as it allowed us to understand our adolescents a little more and to
prove once more the effectiveness of cognitive-behavioral therapy.

Keywords: Teenager, school, profession


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

2 OBJETIVO.............................................................................................................. 10

3 METODOLOGIA..................................................................................................... 11

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 12

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 28


8

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho surgiu com o propósito de analisar e contribuir através da


Terapia Cognitivo-Comportamental com a redução do sofrimento vivido pelo
adolescente quando chega à hora de fazer a escolha profissional.
Sabendo-se que a escolha profissional é um momento decisivo na vida do ser
humano e que na maioria das vezes acontece na adolescência período de transição
e mudanças.
E a Terapia-Cognitivo Comportamental pode neste momento oferecer
contribuições importantes que visam proporcionar ao adolescente a redução total ou
parcial de tais sofrimentos.
O conceito de adolescência foi definido na Reunião da Organização Mundial
da Saúde (OMS) realizada em 1.974. Assim de acordo com a OMS, a adolescência
corresponde a um período em que: O indivíduo passa do ponto do aparecimento
inicial dos caracteres sexuais secundários para a maturidade sexual; Os processos
psicológicos do indivíduo e as formas de identificação evoluem da fase infantil para a
adulta; A transição do estado de dependência econômica total passa a outro de
relativa independência (OMS, 1975 apud REIS, 1993)
Conclui-se que existe dificuldade para definir um período exato para
adolescência.
Lisboa (1997) acredita que a “adolescência é uma das fases mais complexas
para o ser humano, pois gera instabilidades e insegurança devido a profundidade
das transformações que acontecem”.
Conclui-se que a escolha profissional é individual, porém a sociedade possui
uma influência importante neste momento, pois cobra do adolescente qual carreira
irá seguir no futuro, uma vez que o mercado de trabalho esta cada vez exigindo
mais, hoje não basta ser bom é preciso ser o melhor. Esperando que o adolescente
acerte em sua escolha, que seja uma pessoa bem sucedida e de sucesso (o autor).
A família também exerce uma influência bastante significativa no processo da
escolha profissional do adolescente. Segundo Santos (2005) a família e
considerada importante no momento da escolha, no entanto, o adolescente não
pondera sua decisão apenas nos familiares. É importante o acolhimento, o apoio,
9

compreensão da família neste momento para que o adolescente consiga fazer uma
escolha bem sucedida.
Sobre o papel da escola, Pires (1998) descreve que a partir da Revolução
Industrial a escola torna-se a principal organização de formação o trabalho. Sendo
assim a escola deveria preparar o adolescente para o mercado de trabalho.
Araújo (2005) coloca que Segundo a LDB, (BRASIL 2010) Lei de Diretrizes
Básicas (LDB) nr. 9.394/96/art.22), o ensino médio significa a etapa final da
educação básica, onde o jovem se prepara para ingressar no mundo do trabalho. O
objetivo desta lei é que a escola realmente dê o suporte necessário para que o
adolescente faça sua escolha profissional com segurança.
Muitas vezes adolescente sonha com uma profissão e quando chegam na
faculdade percebe que a escolha foi infeliz gerando muitas vezes sofrimento,
angústia, decepção.
A Terapia Cognitivo-Comportamental é caracterizada por ser muito bem
estruturada, direcionada a resolução de problemas atuais e a modificar
pensamentos e comportamentos disfuncionais (JUDITH BECK, 1997), podendo
contribuir muito para a redução do sofrimento do adolescente neste momento de
conflitos, insegurança, no entanto, precisando fazer uma grande escolha, talvez a
maior escolha de sua vida.
O modelo cognitivo foi desenvolvido através de pesquisas, estudos dirigidos
por Aaron Beck, onde o foco são os problemas atuais utilizando abordagem
colaborativa e psicoeducativa ensinando o paciente a identificar pensamentos
automáticos disfuncionais e substituindo por cognições mais realistas gerando a
mudança de comportamento no paciente (BECK, 1964).
Várias técnicas podem ser utilizadas dependendo do perfil do transtorno de
cada paciente. Basicamente a Terapia Cognitivo-Comportamental visa a
identificação dos pensamentos disfuncionais e mudança para pensamentos mais
adaptativos.
10

2 OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo entender como a terapia cognitivo-


comportamental pode auxiliar o adolescente na redução do sofrimento diante da
escolha profissional.

2.1 Objetivos específicos

Através da Terapia Cognitivo-Comportamental, analisar o sofrimento do


adolescente na busca da escolha profissional.
Compreender os critérios que o adolescente utiliza para ingressar no mercado
de trabalho que vem exigindo cada vez mais qualidade profissional, onde não basta
ser bom é preciso ser o melhor.
Qual a influência da sociedade neste momento, qual o papel dos pais, qual o
papel da escola, quais elementos o levaram a escolha da profissão, quais são os
seus sonhos?
Como as Técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental podem ajudar a
reduzir o sofrimento vivido pelo adolescente na hora de fazer sua escolha
profissional?
11

3 METODOLOGIA

Para desenvolvimento deste trabalho, a metodologia utilizada foi qualitativa,


exploratória com revisão bibliográfica para verificar as contribuições da Terapia
Cognitivo-Comportamental frente ao sofrimento do adolescente na busca da escolha
profissional.
Os materiais utilizados foram livros de autores referência, dissertações e
artigos, sites científicos, como Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Google
Acadêmico, Periódicos Eletronicos, Rede Psicologia (RedePsi), disponíveis em meio
eletrônico.
Os critérios inclusos adotados para escolha dos livros, dissertações e artigos
deram-se a partir dos seguintes parâmetros: Critérios temáticos: somente materiais
relacionados ao que se propõe estudar a partir das palavras chave: Dificuldades na
escolha profissional, Jovens universitários, Influência na escolha profissional,
Escolha vocacional, Orientação profissional, Escolha de carreira, influência dos pais,
terapia cognitivo-comportamental, todos os materiais disponíveis e expressos em
português.
Os critérios de exclusão utilizados envolveram aqueles materiais cujas
publicações não atendiam as normas Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), e aqueles materiais que fugiam do tema de estudo.
12

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 O Sofrimento do Adolescente na Busca da Escolha Profissional

4.1.1 Adolescência

Ao Longo de nossas vidas estamos sempre fazendo escolhas e decidindo,


conforme Camargo (2006) “viver é escolher”. O dia amanhece e já começam as
escolhas abrimos o armário de roupa e a pergunta que vem... Que roupa vou usar
hoje? Abrimos o armário de sapatos e mais uma vez... Que sapato vou usar?, o que
vou comer?, estamos escolhendo e na maior parte do tempo não percebemos a
quantidade de escolhas que fazemos no decorrer do nosso dia, mas algumas de
nossas escolhas irá nos acompanhar para vida toda e é muito importante neste
momento não cometer erros na hora escolher a profissão.
Sabemos que a escolha profissional é um momento decisivo na vida do ser
humano e que na maioria das vezes, acontece na adolescência período de transição
e de mudanças.
Segundo Dorin (1978 p. 15-16) “Todos nós passamos pela fase da
adolescência e em cada cultura existe uma forma de vivê-la”. Não existe como fugir
da fase da adolescência temos que passar por ela, algumas pessoas se referem a
este período como “aborrecência” por se tratar de um período tão complexo na vida
do ser humano.
Segundo, Bock (2004 p.10) “A adolescência foi criada pelo homem”. Conclui-
se que a adolescência surgiu da necessidade dos seres humanos para separar a
infância fase que o compromisso é com as brincadeiras da vida adulta período é
preciso começar adquirir maturidade, responsabilidade.
Segundo Cole (2003) “o adolescente esta preso entre dois mundos, um é o
mundo da dependência e o outro o da responsabilidade”. O que no leva a entender
que até os pais sentem dificuldade para lidar com este momento da vida do
adolescente. Em alguns momentos os trata como criança e em outros já é hora de
assumir responsabilidade, deixando este adolescente muitas vezes confuso e com
13

dificuldade para identificar qual seu papel na social, gerando sentimento de angústia
e fracasso.
Mansão (2000) nos fala que, “ao atingir a adolescência, o ser humano passa
por uma série de adaptações, tais como, a mudança do papel de ser cuidado para o
de ser responsável, e a brincadeira é substituída pelo trabalho”. Podemos perceber
que este é um momento de mudança brusca na vida do adolescente que ora o
compromisso era com o lúdico e agora a responsabilidade (escolher sua profissão)
de trabalhar, e esta mudança acontece num espaço de tempo curto em que está
acontecendo vários desconfortos físicos e emocionais no corpo do adolescente.
Segundo os autores Papalia, Olds e Feldman (2009):
Nas sociedades industriais, o conceito de adolescência como um período de
desenvolvimento é bem recente. Nos Estados Unidos, até o começo do
século XX, os jovens eram considerados crianças até deixarem a escola,
casarem ou arrumarem um emprego e entrarem no mundo adulto.

Para estes autores a adolescência termina quando o jovem deixa a


companhia dos pais, e já são capazes de se manter financeiramente.
Ximenes (2004) relata que “devido à exigência de qualificação acadêmica e
profissional que possibilite ao jovem tornar-se um adulto de sucesso, o período da
adolescência vem se ampliando em algumas organizações”. Conclui-se que o
mercado de trabalho vem exigindo cada vez mais qualificação, e para entrar neste
mercado é preciso que este jovem esteja muito bem preparado, sendo assim, a
classe média, e nas classes mais bem sucedidas o adolescente tem a possibilidade
e a oportunidade de permanecer mais tempo na casa dos pais se sendo custeados
pelos mesmos. Este fato não acontece nas classes menos favorecidas, onde a
situação leva o jovem deixar a dependência dos pais mais cedo pela necessidade
que tem de ajudar os pais no sustento da casa.
Segundo Calligaris, (2000 p.25) “Entre a criança que se foi e o adulto que
ainda não chega o espelho do adolescente é freqüentemente vazio”. neste momento
de tanta indecisão o adolescente não consegue se ver, se encontrar, saber o que
ele quer e até mesmo saber quem ele é, e por não conseguir e até mesmo, não ter
maturidade para responder a tantas indagações, alguns deixam de ver o sentido da
vida.
O período da vida compreendida como adolescência foi “construído
socialmente a partir de necessidades sociais e econômicas”. (OZELLA, 2002, p.23).
14

Na psicologia sócio-histórica a adolescência existe “mas não é uma fase


natural do desenvolvimento humano. É criada historicamente pelo homem, nas
relações sociais enquanto um fato, e passa a fazer parte da cultura enquanto
significado” (AGUIAR; BOCK; OZELLA, 2009 P.168).

4.1.2 O Papel da Família

Outro fator que influência o jovem adolescente na hora de fazer a escolha


profissional é a família, na hora de tomar decisões complicadas a maioria dos
adolescentes recorrem ao pai ou a mãe, e fazer uma escolha profissional não é um
processo fácil, necessitando neste momento do apoio dos familiares.
A família é primeira instituição que o ser humano está inserido recebendo
amor, afeto formando então seus valores, sendo assim a família, os pais tem
interferência direta neste momento de decisão.
Segundo Spaccaquerche; Fortim (2010 p. 54) “a família é unida por múltiplos
laços capazes de manter seus membros moral e materialmente durante uma vida e
durante gerações”. Portanto concluímos que, a importância da família neste
momento da escolha profissional onde muitas vezes o jovem se identifica e admira a
profissão do pai, da mãe e até mesmo de um irmão mais velho desde que estes
sejam bem sucedidos.
Conforme Rappaport (2000 p.8), “uma das grandes “tarefas” do jovem será
processar, de alguma forma, as diversas influências recebidas”.
Conlui-se que são muitas as expectativas que os pais depositam no
adolescente a partir do momento, que planejam a gestação muitos pais já passam a
sonhar com o futuro profissional da criança, fazem economia, reduzem gastos, e
muitos até conseguem ver grandes profissionais de sucesso gerando em torno deste
agora adolescente uma tensão muito grande. O adolescente deve conhecer todos os
sonhos e desejos dos pais e ainda saber identificar quais são os seus sonhos e o
que ele deseja para o seu futuro profissional.
A “necessidade” da escolha não afeta apenas o jovem (LUCCHIARI, 1993). O
grupo familiar é direta ou indiretamente afetado, pois alguns pais buscam realizar-se
por meio dos filhos (BOHOSLAVSKYR, 1987).
15

Conclui-se que muitos pais que conseguiram obter sucesso profissional


diversas vezes desejam e impõem que os filhos sigam a mesma profissão que eles
ou outra que sonham para si. Porém muitas vezes esta situação acaba promovendo
algumas dificuldades entre os pais e o adolescente. Na maioria das vezes os
desejos dos pais não são os mesmos desejos dos filhos ou os filhos não tem mínima
aptidão necessária para executar aquela profissão. O que configura um grande
conflito para as famílias (autor).
Segundo Soares (1987 p.49) “os familiares, querendo ajudar, acabam por
deixar o jovem cada fez mais indefinido. A opinião dos pais pesa muito sobre o
jovem, afinal são pessoas em que ele sempre acreditou”.
Conclui-se que como já foi dito a escolha profissional acontece num momento
de muita turbulência na vida do ser humano e o adolescente também ainda não tem
maturidade suficiente para decidir sua vida profissional e mesmo assim precisa
decidir. É muito importante que os pais saibam como conduzir esta situação dando
segurança, apoio e o acolhimento necessário para que este jovem consiga fazer sua
escolha com maior segurança e tranqüilidade possível. (autor).
Romanelli (2003) aponta que “a unidade doméstica, independente da
configuração, ainda é o grupo de referência mais importante, sobretudo por meio
dos pais, na transmissão do capital cultural”.
Conclui-se, que a família os pais são a base para o adolescente, até que ele
consiga fazer sua escolha profissional, se colocar no mercado de trabalho se
estruturar financeiramente muitos dependem totalmente da ajuda dos pais (autor).
Bock (2002, p. 309) “[...] depois de uma certa idade teremos de trabalhar para
sobreviver”.
Conclui-se que após adolescente ter passado por este processo de escolha
profissional poderá trabalhar e ser o provedor de suas necessidades deixando de
ser dependente financeiramente dos pais. Em algumas situações o jovem sai da
casa dos pais e passam a morar sozinhos conquistando assim sua total
independência.
16

4.1.3 Critérios que o Adolescente Utiliza para Ingressar no Mercado de


Trabalho

A escolha é algo constante da condição humana o homem é resultado de


suas escolhas e escolher a futura profissão é algo que merece uma reflexão
sistemática e esclarecedora justamente por não ser tão fácil. A profissão é uma
atividade que nos acompanhará por toda vida e não é nada agradável ter que sair de
casa todos os dias para fazer algo que não nos identificamos.
O Adolescente vivencia um processo intenso de mudanças e, segundo
Bohoslavsky (2007) quatro tipos de situações podem ocorrer: Pré-dilemática:
Dilemática, Problemática, De resolução.
Pré-dilemática: Conclui-se que neste momento o adolescente ainda não tem
maturidade suficiente para fazer uma escolha tão importante busca várias profissões
mas não se identifica.
Dilemática: Conclui-se que neste momento o adolescente já tem noção que
precisa decidir fazer sua escolha profissional, mas que não pode esperar muito
tempo, ele se interessa por várias áreas, mas ainda não consegue decidir.
Problemática: Conclui-se que neste momento o adolescente sabe que precisa
fazer sua escolha profissional, mas, sente-se inseguro, confuso e com modo de
escolher errado.
De resolução: Neste momento o adolescente percebe que já é capaz de
resolver alguns conflitos, consegue elaborar algumas perdas sentindo-se um pouco
mais seguro para fazer sua escolha profissional.
É complexo para o adolescente que está lidando neste momento com tantas
mudanças hormonais e corporais sentindo-se muitas vezes não compreendido,
confuso, com medos e mesmo assim precisa fazer uma das maiores escolhas de
sua vida que é a escolha profissional.
Levenfus, Soares e Cols, (2002 p.64) comentam que “existe uma tendência
nos jovens a idealizar a profissão perfeita”, conclui-se que desde a infância ouvimos
a pergunta: O que você vai ser quando crescer? e algumas crianças conseguem
responder eu quero ser professora, quero ser médica, quero trabalhar com animais.
À medida que esta criança vai crescendo que inicia a fase da adolescência já
começa a idealizar a profissão perfeita que irá satisfazê-los em todos os sentidos
17

principalmente a questão financeira. Estamos vivendo a era do capitalismo, e muitos


jovens buscam uma profissão pensando somente no retorno financeiro que esta lhe
trará, querem ser ricos, empresários, e teme caso este sonho não se realize, tem
medo de não conseguirem conquistar tudo isso, medo de não conseguir passar no
vestibular, medo de não terem habilidade para a profissão idealizada e todos estes
conflitos geram um uma tensão muito grande.
Segundo Rappaport (2000 p. 8-9) “A escolha profissional na adolescência se
apresenta como urgente e necessária, pois sinaliza o final da infância e participação
mais ativa no mundo adulto”.
Acredita-se que na vida da maioria dos seres humanos a escolha profissional
acontece na adolescência e é importante que esta escolha aconteça dentro desta
fase para que este adolescente consiga ingressar na fase adulta de forma mais
madura sendo ele mesmo o provedor de suas necessidades.
Segundo Aberastuty e Knobel (1984), o processo de aquisição de uma
identidade adulta só é viável quando são elaborados alguns lutos, da perda do corpo
de criança, da identidade infantil e da relação com os pais da infância.
Pode-se dizer então, que se o adolescente não conseguir elaborar tais lutos
ficará difícil conseguir fazer escolhas e ingressar na vida adulta de forma saudável
para ser um adulto saudável e fazer escolhas saudáveis deverá elaborar todos os
lutos da adolescência.
Levenfus (1997) fala sobre a possibilidade de escolhas maduras e ajustadas,
entendidas como a capacidade para lidar com conflitos, permitindo ao adolescente
conciliar seus gostos e capacidades com as oportunidades exteriores. Desta forma,
o adolescente que consegue trabalhar, elaborar, suas perdas, seus lutos, estará
pronto para realizar escolhas que lhe trará satisfação.
Segundo Camargo (2006) “Escolher um caminho profissional requer sob um
ponto de vista, mobilidade e concentração e vontade de lutar para vencer as
dificuldades que possam surgir durante a jornada escolhida”.
Conclui-se que não é tão fácil fazer escolhas e principalmente quando sabe-
se que esta escolha irá influenciar todo nossa história e fica ainda mais difícil pensar
em escolha profissional sem pensar na pessoa envolvida. No mundo moderno em
que estamos vivendo podemos até dizer que é o mundo das oportunidades. Nunca
se viu tantas opções, tantos cursos, tantas condições, tantas alternativas para cursar
o ensino superior, mas, para conseguir um espaço neste mundo de oportunidades é
18

necessário que o adolescente tenha coragem, segurança e determinação para lutar


e realmente conseguir com muita disciplina, estudo, dedicação, fazer a diferença em
um mundo de competitividade para estar entre os melhores, onde basta ser somente
bom é preciso ser o melhor.
Neste processo os fatores que vão influenciam diretamente o adolescente na
busca da escolha profissional, são os psicológicos, familiares, educacional, social
econômico e políticos.
Conclui-se que para fazer uma escolha profissional é necessário que o
adolescente esteja emocionalmente bem, tenha suporte familiar, tenha uma boa
bagagem de conhecimento, esteja inserido num contexto social.
Bohoslavsky (1971/1991) relata, “que a conquista da identidade ocupacional
passa por três etapas: escolha fantasiada, tentativa de escolha e escolha realista”.
Assim, a escolha fantasiada é quando o adolescente idealiza uma profissão
na qual ele não tem habilidade nenhuma, mas, no entanto, é uma profissão que ele
acredita que poderá ser bem sucedido financeiramente, esquecendo que para fazer
uma escolha profissional não basta apenas nos ater a questão financeira é
necessário que haja satisfação financeira, habilidade para desempenhar com
qualidade o oficio e que seja um ambiente de trabalho saudável. Já na tentativa de
escolha entendemos, por exemplo, um adolescente escolhe ser médico, termina o
ensino médio, faz cursinho para ingressar em uma faculdade pública, tenta uma,
duas a até mais vezes e infelizmente não consegue ingressar no curso de medicina
este adolescente decide tentar outro curso como: enfermagem, psicologia,
fisioterapia, onde ele terá a oportunidade de continuar na área da saúde.
Aproveitando este mesmo exemplo a escolha acertada seria o curso que estaria na
mesma área dentro da realidade, dentro do contexto deste adolescente.
As dificuldades que o adolescente enfrenta para fazer sua escolha
profissional são diversas e duvidas neste momento é o que mais se vê.
Bock et al. (2002), relata que “as duvidas são favorecidas pela complexidade
e pelas dificuldades que a sociedade atual apresenta como características do mundo
do trabalho”.
Conclui-se que são muitas dúvidas que o adolescente vivencia na hora de
fazer a escolha profissional e de certa forma a sociedade também coloca sobre este
adolescente uma pressão muito grande uma outra questão que contribui bastante
para esta situação são as dificuldades de trabalho para profissionais que os países
19

estão enfrentando, afetando diretamente o adolescente na hora de fazer sua escolha


profissional. Na hora de fazer a escolha profissional o adolescente precisa conhecer
como é o campo de trabalho, se é a profissão do futuro justamente por estarmos
vivendo também a era digital, a era da informática, a era da tecnologia e quantas
profissões que no passado o profissional era bem sucedido e atualmente foram
extintas todos estas questões fazem parte do processo de escolha profissional.
Levenfus (2010) enfatiza que “previsibilidade é cada vez menos uma
realidade do mundo do trabalho”.
Os temas emprego, desemprego, empregabilidade, alterações nos contratos
de trabalho, nos sistemas de previdência, nas relações de trabalho, baixos salários,
custo de vidas e vários outros, são situações que afetam diretamente o adolescente
na hora de fazer sua escolha profissional. Atualmente podemos quase que afirmar
que para cada família brasileira existe uma pessoa desempregado.
Outro ponto que deve ser considerado e que vem preocupando o jovem
adolescente na hora de fazer a escolha profissional é a crise de desemprego que
vem crescendo dia após dia.
Segundo, Silva e Soares (2001), “cada vez mais o trabalho em si não é
suficiente para estruturar um indivíduo; ninguém mais quer ser um trabalhador todos
buscam ser ao invés disso, profissionais”.
Conclui-se que com tantas diversidades de cargos e funções que a sociedade
oferece o jovem hoje vem buscando cada vez mais se qualificar pra conseguir ter
um espaço no mercado de trabalho e conseguir ser um profissional de sucesso.

4.2 O papel da Escola

Uma tarefa bastante difícil nos dias atuais é motivar o adolescente para os
estudos. Tem sido considerado desafiador para professores e educadores, dada as
condições contextuais e as características dos próprios alunos nesta faixa etária.
Muitos adolescentes da classe social menos favorecida onde os pais
precisam trabalhar e não conseguem dar assistência necessária para seus filhos
não motivando, não fazendo algumas cobranças, estes jovens parece não se
preocupar muito com os estudos neste momento, muitos até desistem e só mais
20

tarde ou na vida adulta percebem a importância do estudo; já nas escolas


particulares os pais cobram bem mais resultados positivos de seus filhos nota-se
nestes adolescentes existe uma visão de futuro diferente apresentam preocupação
bem maior com os estudos e necessidade de conquistar seu espaço no mercado de
trabalho, ter sucesso profissional.
E muitos adolescentes não possuem maturidade suficiente para entender a
importância e a necessidade do estudo neste momento.
No Brasil, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
aprovada em 20 de dezembro de 1.996, sob o nº 9394/96 art.22 “O ensino médio
significa a etapa final da educação básica, onde o jovem se prepara para ingressar
no mundo do trabalho”.
Desta forma, podemos entender que a escola tem o dever de preparar o
aluno do ensino médio para ingressar na faculdade. Porém, a realidade é bastante
diferente, a maioria dos alunos que conseguem concluir o ensino médio em escolas
públicas não apresenta conhecimento suficiente para prestar vestibular em
universidades pública e federal. Por outro lado encontramos alunos de ensino médio
em escolas particulares cujo foco é preparar o aluno para passar no vestibular os
alunos recebem um suporte maior e muitos quase que a maioria conseguem um
resultado satisfatório para este ingressar em uma grande universidade.
Segundo Soares (2002) “os professores não tem estimulado os alunos a
relacionar os dados da realidade com o que aprendem na teoria”.
Conclui-se que os professores não estão conseguindo estimular, motivar
nossos alunos, mas o que parece é que nossos professores também não possuem
preparo suficiente para exercer este papel, dificultando ainda mais nossos
adolescentes alunos ingressarem na faculdade e fazerem suas escolhas
profissionais.
Soares apud Lisboa (2000 p.25) continua dizendo a escola deve “... Não só
fornecer conhecimentos teóricos, mas preparar para o trabalho oferecendo uma
formação adequada para o ingresso no mundo profissional”.
Entende-se que a escola tem um papel muito importante na vida do jovem
estudante, mas sabemos também que estamos muito longe de termos uma escola
com professores capacitados para exercer esta função, na grade curricular não
encontramos uma disciplina que oriente o aluno na hora de fazer sua escolha
profissional sendo assim o aluno muitas vezes sai da escola até preparado para
21

prestar um vestibular, porém, não sai da escola preparado para fazer uma escolha
profissional.
Silva (1992) “É fundamental maturidade e preparo intelectual para a definição
de uma escolha que permita ao individuo uma capacidade critica das alternativas
profissionais possíveis.
Para o adolescente conseguir acertar sua escolha com o mínimo de erros
possível, a escola deveria proporcionar a estes jovens debates, feiras, pesquisas
sobre profissões, e não somente conhecimento intelectual.
Segundo Prado (1993) há no Brasil um grande distanciamento entre escola,
formação profissional e as necessidades do mercado de trabalho.
Conclui-se que temos vagas para cargos de confiança com salários bastante
atrativo, porém estamos enfrentando um problema gravíssimo, os nossos jovens não
estão capacitados, não possuem conhecimento intelectual suficiente para preencher
estes cargos, nossas escolas não estão aptas para preparar nossos jovens. Nosso
sistema é falho, e esta falha reflete diretamente na vida dos nossos adolescentes na
hora de fazer suas escolhas profissionais, muitos saem da escola sem direção e
sem motivação nenhuma e muitas vezes acabam desistindo no caminho. Enquanto
toda esta situação não mudar teremos cada vez menos jovens ingressando nos
cursos superiores, faltará profissional capacitado e teremos mais profissionais da
classe operária.
Torres (2001 p. 52) “O professor é mais que transmissor de conteúdos
teóricos, pois ele passa aos seus alunos uma visão do que são e como são os
cursos e profissões”.
Aquela escola, aquele professor comprometido com o futuro profissional do
aluno, que está comprometido em contribuir com o país, consegue sair da teoria e
trazer para estes alunos através de outras fontes, através de recursos próprios a
segurança necessária que o aluno precisa para fazer sua escolha profissional.
Lisboa (2000) verificou-se que a realidade mostra que a maioria das escolas
se isenta de qualquer responsabilidade sobre as escolhas profissionais de seus
alunos.
Podemos entender que infelizmente, uma grande parte das nossas escolas e
professores não está comprometida, em transmitir aos nossos alunos em um
momento tão importante de suas vidas a motivação, a direção que eles precisam
para conseguir com segurança decidir o seu futuro profissional. E desta forma
22

muitas vezes fazem escolhas sem ter conhecimento algum, desistem do curso,
perdem tempo e dinheiro; e tudo isso poderia ser diferente se tivéssemos o apoio
das escolas e professores.
Segundo Oliveira apud Lisboa (2000 p. 98) “O ensino médio terá como
finalidade a preparação para o trabalho e cidadania do educando”.
Continua afirmando Oliveira apud Lisboa (2000 p.99) “Para que isso ocorra, é
necessária a formulação de um plano de orientação profissional específico par seres
do nível médio e seqüencial na distribuição de seus conteúdos.
Podemos entender que para estes autores a escola precisa atender as
necessidades do aluno que esta concluindo o ensino médio de forma a orientá-los
no sentido de serem capazes de realizar sua escolha profissional e estarem aptos a
ocupar cargos que lhes traga satisfação e sucesso.

4.3 Terapia Cognitivo-Comportamental

4.3.1 Breve Histórico

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) surgiu na década de 60 onde


motivados pela insatisfação com o modelo psicanalítico, Aaron Beck e outros
propuseram um novo modelo cognitivo de depressão que resultou em um novo
sistema de psicoterapia a Terapia Cognitiva (BECK, 1964).
A influência mais importante deste novo sistema foram os experimentos e
observação clinica desenvolvidos por Aaron Beck. Com base em suas observações
clinica e experimentais Beck propõe uma teoria cognitiva da depressão (BECK,
1964).
Em 1967, Aaron Beck elaborou o modelo cognitivo com pacientes
depressivos, este modelo mostra o quanto nossos pensamentos têm influência em
nossas emoções e comportamentos, sendo assim, percebeu-se como o pensamento
referente a um fato ocorrido interfere diretamente no comportamento da pessoa
(BECK, 1967).
23

A princípio a Terapia Cognitiva tinha sido desenvolvida para tratar apenas


pacientes com quadro de depressão, mas ela se tornou tão eficaz que passou a ser
usado também em outros tipos de transtornos (BECK, 1964).
A Terapia Cognitiva é uma psicoterapia estruturada que se baseia num
modelo educacional e utiliza de estratégias cognitivas e comportamentais, sendo a
tarefa de casa um aspecto central do tratamento (BECK, 1997).
A “revolução cognitiva” conforme relata Caballo (1966); foi iniciada por
Mahoney e Beck, marcou a junção da terapia cognitiva e a terapia comportamental.
Para Rangé (2001 a, p.35):
“Psicoterapia Cognitivo-Comportamental é uma prática de ajuda psicológica
que se baseia em uma ciência e uma filosofia do comportamento
caracterizado por uma concepção naturalista e determinista do
comportamento humano, pela adesão a um empirismo e a uma metodologia
experimental como suporte do conhecimento e por uma atitude pragmática
quanto aos problemas psicológicos.

A terapia cognitivo-comportamental desde então, vem ganhando cada vez


mais admiração e espaço nas áreas de atuação da psicologia, pelos resultados que
vem produzindo.
Outras abordagens da TCC foram desenvolvidas para tratar indivíduos com
psicopatologias mais graves. A Terapia do Esquema criada por Jeffrey Yong em
2003 e a terapia Comportamental Dialética, desenvolvida por Masha Linchan, em
1993 (KNAPP; BECK, 2008).
Segundo Mahoney, Lyddon e Borba (2005), o termo Terapia Cognitivo-
Comportamental abrange uma variedade de mais de 20 abordagens dentro do
modelo conceitual original.
O objetivo principal da Terapia Cognitivo Comportamental é fazer com que o
paciente consiga mudar um pensamento automático disfuncional para um
pensamento funcional e tornando estas mudanças duradouras e ainda conseguir
identificar quais são suas crenças e transformá-las.
Segundo, Greennberger e Padesky (1999, p.13) “A forma como
compreendemos nossos problemas tem um efeito em como lidamos com eles”.
Podemos entender que crença é tudo aquilo que eu acredito, tenho certeza
como, por exemplo, sou incapaz.
Conforme Beck (1964), pensamentos automáticos “são um fluxo de
pensamentos que coexiste com um fluxo de pensamentos mais manifesto.
24

Podemos entender que pensamento automático são todos aqueles


pensamentos que passam pela nossa cabeça e nem mesmo percebemos.

4.3.2 A Contribuição da Terapia Cognitivo Comportamental na Redução


do Sofrimento do Adolescente na Escolha Profissional

A Terapia Cognitivo-Comportamental hoje vem ganhando um espaço muito


grande em todo o mundo. No Brasil, profissionais de diversas áreas da saúde vêm
indicando o tratamento através da terapia cognitivo-comportamental por tratar de
vários transtornos, podendo ser aplicada em qualquer pessoa e o resultado vem
sendo bastante satisfatório.
A Terapia Cognitivo-Comportamental pode muito contribuir na redução do
sofrimento do adolescente na busca da escolha profissional auxiliando-o neste
momento em que pensamentos negativos provocam ansiedade, comportamento
inadequado, e a Terapia Cognitivo-Comportamental por ser uma pratica que foca
nas transformações emocionais e comportamentais pode orientar-lo a solucionar
estes problemas e desenvolver recursos internos para enfrentar tais dificuldades e
também conseguir lidar com este momento de sofrimento.
Segundo Knapp (2004, p.421) “a percepção da pessoa sobre uma
determinada situação exerce um papel fundamental sobre a magnitude dos efeitos
fisiológicos e psicológicos subseqüentes”.
Podemos entender que na ótica do adolescente este momento é de tensão,
estresse e crise atingindo uma proporção muito grande gerando sentimento de
impotência, dúvidas e incertezas e ele, podendo assim, ter ainda mais dificuldade
para realizar sua escolha profissional devido às crenças, pensamentos automáticos,
atitudes e suposições muitas vezes totalmente fora da realidade.
Neste momento de sofrimento que o adolescente está enfrentando na busca
da escolha profissional podemos analisar através da Terapia Cognitivo-
Comportamental o quanto esta prática pode contribuir eliminando uma porcentagem
quase que total deste sofrimento.
Depois de conhecer todo processo (citada neste trabalho) vivido pelo
adolescente o psicólogo incluirá algumas técnicas cognitivo-comportamental de
acordo com a personalidade de cada adolescente.
25

Segundo Araújo e Shinohara (2002), “Um terapeuta cognitivo pode utilizar


testes e inventários”.
Conclui-se que o psicólogo cognitivo pode e deve fazer uso das técnicas,
contudo ele deve saber identificar a técnica de acordo com a necessidade de cada
paciente.
Segundo Rangé (2001) “As técnicas cognitivas, consistem em identificar,
testar na realidade e corrigir crenças e pensamentos automáticos negativos”.
O trabalho com a Terapia Cognitivo Comportamental inclui ainda, entrevista
com o adolescente e seus pais para obtenção do máximo de informações possível
(anamnese Padesky), uma vez que os pais estão totalmente envolvidos neste
processo (o autor).
Inventários Para Pensamentos Automáticos- (BDI, DAI, BHS, BSI) (foi
desenvolvido por Beck e colaboradores em 1961) para medir o grau de ansiedade,
depressão e desesperança no adolescente neste momento.
O Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD) ajudar o adolescente
enxergar quais são seus pensamentos negativos, identificar distorções, conseguir
encontrar um pensamento adaptado e perceber que ele consegue modificar (BECK,
1964).
Além deste processo, podem ser incluídas também algumas técnicas
cognitivo-comportamental no tratamento do adolescente na redução do sofrimento
na escolha profissional tais como: Psicoeducaçaõ; Técnica do Treinamento
Assertivo, Tarefa de Casa, Aquisição de Estratégias para Alívio dos Estados de
Tensão e Ansiedade (relaxamento, distração e imaginação), Dessensibilização
Sistemática, Inoculação do Estresse, treinamento em Solução de Problema.
Psicoeducação: A psicoeducação permite que o paciente seja capaz de
compreender as diferenças entre suas características pessoais e as características
do transtorno psicológico que precisa enfrentar, pois o mesmo passa a conhecer
detalhadamente as conseqüências e os fatores desencadeantes e mantenedores
dos problemas ou patologia que apresenta (CAMINHA et AL., 2003). Explicar para o
adolescente através do diálogo, pesquisas, como estes pensamentos disfuncionais
estão influenciando no seu comportamento diante da escolha profissional.
Treinamento de Assertividade- Tem como objetivo principal mudar a forma
como o indivíduo se vê a si próprio, aumentar a sua capacidade de afirmação,
26

permitir que este expresse de forma adequada os seus sentimentos e pensamentos


e, posteriormente, estabelecer a autoconfiança (ALBERTI; EMMONS, 2008).
Tarefa de Casa conforme Rangé (2001) “Um aspecto central Cognitivo-
Comportamental é o terapeuta fornecer tarefas de casa para o paciente, visando que
o mesmo utilize o tempo fora das sessões para novas experiências e exercícios
corretivos de suas crenças disfuncionais.
Aquisição de Estratégias para alívio dos estados de tensão e ansiedade.
Segundo Guimarães e Rangé (2005) o relaxamento muscular progressivo de
Jacobson é amplamente utilizado, consiste em tensionar e relaxar diferentes grupos
musculares a fim de obter relaxamento da tensão e sensação de bem esta.
Dessensibilização Sistemática segundo Wolpe (1958) é um conjunto de
técnicas de exposição à vivência traumática. A exposição ao vivo é precedida pela
exposição imaginária, construída dentro do consultório, e trabalhada numa
hierarquia de situações temidas.
Inoculação do Estresse, segundo Guimarães (2001), visa habilitar o paciente
na vivência prematura de uma circunstancia estressante, de modo a construir e
ampliar expedientes individuais de enfretamento a serem empregados durante uma
ocasião real.
Treinamento em Solução de Problema – O paciente consegue levantar uma
grande quantidade de respostas alternativas para lidar com uma situação problema
as quais possibilitam a escolha de respostas mais adequadas e a redução das
emoções negativas (D’ZURILLA ; GOLDFRIED).
Este trabalho visou oferecer subsídios para entender os princípios relevantes
destas técnicas e assim contribuir com a redução do sofrimento do adolescente na
escolha profissional através do tratamento clínico e a partir daí podermos então,
mais uma vez nos certificar da eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental.
27

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A terapia cognitivo-comportamental vem tendo resultados positivos em vários


transtornos.
Segundo, Rangé (1998) “A efetividade desta psicoterapia tem sido objeto de
inúmeros estudos científicos e os resultados mais atualizados apontam para sua
indiscutível eficácia”.
A terapia cognitivo-comportamental visa reduzir a ansiedade, e pode ensinar
o adolescente a identificar, avaliar, controlar e modificar seus pensamentos
negativos, relacionados à escolha profissional e conseguir desenvolver habilidades
de enfrentamento.
E como sabemos mudança cognitiva gera mudança de comportamento e,
com auxilio das técnicas cognitivas, podemos alcançar resultados positivos.
Este trabalho visou oferecer subsídios e contribuir com profissionais de
clinicas de psicologia e mostrar parte dos vários modelos de técnicas da terapia
cognitivo-comportamental e, dentro desta variedade, o profissional poder escolher a
técnica que mais se adapte com o perfil e a particularidade do adolescente neste
momento tão importante de sua vida.
Se o adolescente neste momento puder contar com o apoio dos pais,
familiares tiver bom preparo escolar, e a contribuição da terapia cognitivo-
comportamental, é muito provável que ele consiga fazer uma escolha profissional
saudável, satisfatória e segura.
28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

BECK, Judith S. Terapia Cognitiva: Teoria e prática. Porto Alegre; Artes Médicas,
1997.

BOCK, Ana Mercês Bahia. et al. Psicologias: Uma introdução ao estudo da


psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

BOCK, Silvio Duarte. Orientação Profissional – A abordagem sócio-histórica. 3.ed.


São Paulo: Cortez, 2006.

BOHOSLAVSKY, R. Orientação vocacional: A estratégia clínica. São Paulo: Martins


Fontes, 2000.

CABALLO, Vicente E. Manual e Avaliação e treinamento das Habilidades Sociais.


São Paulo:Santos,2003

CABALLO,Vicente E. Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do


Comportamento. São Paulo: Santos Editora, 2007.

CALLIGARIS, Contardo. A adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000.


CAMARGO, Lucila. Orientação profissional: Uma experiência psicodramática. São
Paulo: Ágora, 2006.

KNAPP, Paulo. Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica – dados


eletrônicos- Porto Alegre: Artmed 2007.

LEVENFUS, Rosane Schotgues. et al. Psicodinâmica da escolha profissional. Porto


Alegre: Artes Médicas, 1997.

LUCCHIARI, Dulce Helena Penna Soares (org). Pensando e vivendo a orientação


profissional. São Paulo: Summus, 1993.

LUVENFUS, R. et al. Orientação Vocacional Ocupacional: novos achados teóricos,


técnicos e instrumentais para a clinica, a escola e a empresa. Porto Alegre: Artmed,
2002.

OZZELLA, Sergio. Adolescência: uma perspectiva critica. In: Adolescência e


psicologia – concepções práticas e reflexões criticas. Brasília: Conselho Federal de
Psicologia, 2002.

RANGÉ, Bernard.Psicoterapias Cognitivo Comportamentais.Porto


Alegre:Artmed,2001.

SOARES, D.H.P., A escolha profissional: do jovem ao adulto. São Paulo: Summus


Editorial. 2002.
29

WRIGHT,Jesse H.,BASCO,Monica R.,THASE,Michael E.Aprendendo a Terapia


Cognitivo Comportamental[Recurso eletrônico]:um guia ilustrado. Porto Alegre:
Artmed, 2008.
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ANEXO

Termo de Responsabilidade Autoral

Eu Jorgete Mariano da Silva, afirmo que o presente trabalho e suas devidas

partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade

autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de

Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob

o título “A Contribuição da Terapia Cognitivo-Comportamental na Redução do

Sofrimento do Adolescente na Escolha Profissional”, isentando, mediante o

presente termo, o Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental

(CETCC), meu orientador e coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações

atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as

responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para a

confecção da monografia.

São Paulo, __________de ___________________de______.

_______________________

Assinatura do (a) Aluno (a)

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