Вы находитесь на странице: 1из 36

Processos Grupais

1º SEMESTRE- 2015
Exemplo: Grupo com
Mulheres em Situação
de Violência
PROCESSOS GRUPAIS
Mulheres em Situação de Violência:
A Importância da Quebra da
Naturalização e do Silenciamento
Remédio caseiro

A mulher vai ao médico:


- Doutor, eu não sei o que fazer. Toda vez que meu
marido chega em casa bêbado, ele me enche de
porrada.
- Eu tenho um remédio muito bom para isso.
Quando seu marido chegar em casa embriagado,
basta que você o espere com um copo de chá de
camomila, fazendo bochecho com o chá. Apenas
faça bochecho e gargareje, sem parar.
Duas semanas depois, ela retorna ao médico e
parece ter nascido de novo:
- Doutor, sua ideia foi brilhante! Sempre que meu
marido chega em casa bêbado, eu gargarejo e
faço bochechos com o chá de camomila e as
agressões não aconteceram mais!
- Viu como manter a boca fechada ajuda?

(Vip, fevereiro de 2012, p. 12)


Fica Caladinha- Bonde do Tigrão

Mãos para o alto novinha


Por que ?
Porque hoje tu tá presa
Mãos para o alto novinha
Por que ?
Porque hoje tu tá presa
E agora eu vou falar dos seus direitos.
Teu direito de sentar.
Teu direito de quicar.
Teu direito de sentar.
De quicar de rebolar.
Você também tem o direito.
De ficar caladinha.
Fica caladinha.
Fica caladinha.
Se ao menos as mulheres fossem como bonecas infláveis...
Ideais de Amor

 Complementariedade
(“somos feitos um para o outro”, “não existo sem você”, “você é o ar que eu respiro”, “a vida não faz sentido
sem você”)
 Felicidade e satisfação ilimitadas
(“nasci para te fazer feliz”, “quando amamos, tudo faz sentido, os problemas deixam de existir”, “felizes
para sempre”)
 Dedicação irrestrita, sacrifício, renúncia
(“sou capaz de tudo por você”, “quem ama abre mão de qualquer coisa”)
 Expectativa de salvação
(“o amor muda tudo”, “com o amor vencemos todas as dificuldades”)
 Relação entre feminilidade e romantismo
(“uma mulher é feita para amar, para sofrer pelo seu amor e para ser só perdão”)
 Naturalização do sofrimento
(“não há amor sem dor”, “amar é sofrer”)
Sem açúcar

Todo dia ele faz diferente, não sei se ele volta da rua A cerveja dele é sagrada, a vontade dele é a mais justa
Não sei se me traz um presente, não sei se ele fica na sua A minha paixão é piada, sua risada me assusta
Talvez ele chegue sentido, quem sabe me cobre de beijos Sua boca é um cadeado e meu corpo é uma fogueira
Ou nem me desmancha o vestido, ou nem me adivinha os
desejos
Enquanto ele dorme pesado eu rolo sozinha na esteira
E nem me adivinha os desejos
Dia ímpar tem chocolate, dia par eu vivo de brisa
Eu de noite sou seu cavalo
Dia útil ele me bate, dia santo ele me alisa
Longe dele eu tremo de amor, na presença dele me calo
Eu de dia sou sua flor, eu de noite sou seu cavalo
O que é o acolhimento?

 O acolhimento está relacionado à escuta inicial da


mulher em situação de violência e à demonstração por
parte dos(as) atendentes de que as demandas dessa
mulher estão sendo ouvidas, acolhidas e respeitadas,
com confidencialidade e cuidado.
O que é o acolhimento?

 No atendimento inicial, o acolhimento constitui fator


determinante para a permanência ou não da mulher na rede
e sua satisfação e adesão no atendimento.
 Ser ouvida e acreditada sem julgamentos é uma necessidade
essencial.
 O acolhimento é um processo que pode ajudá-la a lidar com
os aspectos subjetivos relacionados à violência.
O que é o acolhimento?

 A mulher, neste momento, pode apresentar dificuldade de


confiar em outras pessoas, por todas as características
envolvidas nesse tipo de situação; afinal, ela está em risco
pessoal e social.
 É preciso levar em consideração o quão difícil é para a
mulher estar ali, muitas vezes como denunciante,
fragilizada, e até mesmo exposta a inúmeros
procedimentos jurídicos e a pressões da família e da
sociedade.
 Um acolhimento inadequado pode deflagrar um processo
de revitimização e comprometer todo o processo.
Complexidade

 Muitas mulheres têm naquele relacionamento, naquele casamento, o espaço onde


investiram todos os seus sonhos, expectativas e dedicação
 Muitas mulheres têm muito medo de como será viver sem o parceiro, tanto
emocionalmente quanto financeiramente
 Muitas vezes a violência é parte central de como os parceiros se expressam, se comunicam
 Muitas mulheres não reconhecem a situação vivida como violenta
 Muitas mulheres viveram situações de violência anteriores, muitas delas desde a infância
 Muitas mulheres consideram a agressividade do parceiro natural, esperada, justificável,
como algo próprio por serem homens
 Muitas mulheres não conseguem buscar ajuda por sentirem-se culpadas e envergonhadas
 Muitas mulheres não buscam, necessariamente, a separação
 Muitas mulheres oscilam de um desejo claro de punição para um desejo claro de
reaproximação e reconciliação
Acolhimento: a atuação de
profissionais da Psicologia

 Espaço: que permita e favoreça o diálogo


 Abordagem não diretiva
 Construção de vínculo
 Pedir para que as mulher se apresente e faça as perguntas que desejar
 Informações sobre o serviço
 Diferentes ritmos para a adesão e a confiança
 Muitas não conseguem reconhecer e/ou falar que estão em situação de
violência
Questões Importantes

 Histórico
- Da mulher
- Do relacionamento
- Da situação de violência
- De como chegou à delegacia
 Segurança: como estão as condições atuais de proteção?
 Existem pessoas de referência? Elas podem ajudar a garantir a segurança física e
emocional?
 Quais são os fatores de vulnerabilidade?
 Quais são os fatores de proteção?
 Foram realizados encaminhamentos?
 As ações propostas levam em consideração a autonomia?
Dificuldades

 Presenciar o encaminhamento de mulheres a um tratamento inadequado e


incompleto
 Estabelecer uma parceria eficaz com a delegacia da mulher e o sistema
judiciário
 Não ter disponíveis espaços apropriados e tempo suficiente
 Lidar com as representações tradicionais de gênero, os preconceitos e os
tabus nas próprias instituições
Exemplo de Acolhimento em Grupo
Encontros em Grupo

 Importância da voz e da dimensão da experiência: possibilidade de


compartilharem o que viveram, serem ouvidas e reconhecidas
 Identificação de questões e situações vividas em comum, possibilidade
de ressignificação
 Reconhecimento das situações vividas como violentas, resgate da
dimensão de direitos
 Possibilidade de construção e fortalecimento de uma rede de apoio
 Importância da mediação: construção de um espaço seguro, destacar a
necessidade do sigilo, postura de acolhimento
 Ênfase na autonomia
Exemplos de temas:

 O direito de proteção, de viver sem violência


 Como ocorreu a decisão de ir à delegacia, a denúncia como busca por
mudança
 Dificuldades em conversar com outras pessoas, sentimentos como vergonha e
culpa
 Históricos de violência na família
 Importância da rede de apoio
 Violência psicológica
 Violência sexual
 Dúvidas sobre aspectos legais
Lei Maria da Penha

 Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica
e familiar contra a mulher (...) e estabelece medidas de assistência e proteção
às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Lei Maria da Penha

 DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR


§ 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica
e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua
integridade física e psicológica:
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou
indireta;
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por
até seis meses.
§ 3o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso
aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de
contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e
cabíveis nos casos de violência sexual.
Lei Maria da Penha

 DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL


Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a
autoridade policial deverá, entre outras providências:
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao
Ministério Público e ao Poder Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico
Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local
seguro, quando houver risco de vida;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus
pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis.
Lei Maria da Penha

 Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor


Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta
Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes
medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos
termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de
distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da
ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento
multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
Exercício

 Dramatização de um encontro em grupo com mulheres em situação de


violência.
Questão- Psicologia Familiar

 Você trabalha em uma instituição como psicólogo(a). Uma das pessoas


que trabalha com você, diz: “Para mim, mulher que apanha do marido
e continua casada, é porque gosta de apanhar”. Outra pessoa que
também trabalha na mesma equipe que vocês, responde: “Desde
criança eu aprendi que em briga de marido e mulher, não se mete a
colher”. Como você se posiciona?

Вам также может понравиться