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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
CURSO DE GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

AGENTES TRANSFORMADORES

AIRTON ALVES FEITOSA FILHO


ALYNNE DA SILVA PRAXEDES
ANDREZA SANTOS DE SOUZA
JONATHAN ALVES MARTINS
MACIANE NUNES DA SILVA ALVES
MARIA DE LOURDES VALENTIM BARBALHO
ROBERTO CÉLIO SILVA PACHECO

OBSERVATÓRIO DA SAÚDE DA MULHER


APRISIONADA NO RN

NATAL - RN
2017
AGENTES TRANSFORMADORES

AIRTON ALVES FEITOSA FILHO


ALYNNE DA SILVA PRAXEDES
ANDREZA SANTOS DE SOUZA
JONATHAN ALVES MARTINS
MACIANE NUNES DA SILVA ALVES
MARIA DE LOURDES VALENTIM BARBALHO
ROBERTO CÉLIO SILVA PACHECO

OBSERVATÓRIO DA SAÚDE DA MULHER


APRISIONADA NO RN

Projeto apresentado à Disciplina Ateliê de


Políticas Públicas I do Curso de Gestão de
Políticas Públicas, da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, como requisito parcial de
avaliação do semestre 2017.2.

Orientadores:
Profa. Dra. Zoraide Souza Pessoa
Profa. Dra. Maria do Livramento Miranda Clementino
Estagiário Docente - Gabriel Rodrigues

NATAL - RN
2017

2
RESUMO

O presente projeto está inserido na temática do encarceramento feminino e emerge da


necessidade de obter dados sobre a realidade da saúde das mulheres encarceradas no estado
do Rio Grande do Norte. Atualmente, não há nenhuma fonte disponível com os dados oficiais
fornecidos pelo governo estadual a respeito dos serviços prestados na área de saúde prisional.
Com objetivo de armazenar e publicizar dados e estatísticas e, assim, subsidiar políticas que
possibilitem a melhoria da qualidade de vida da população carcerária feminina, o
Observatório da Saúde da Mulher Aprisionada será desenvolvido pela Coordenação de
Tecnologia da Informação e Comunicação (COTIC) associada ao Sistema DATASUS, em
parceria com as Secretarias de Estado da Justiça e da Cidadania (SEJUC) e Secretaria de
Estado da Saúde (SESAP).

Palavras Chaves: encarceramento feminino; saúde; indicadores.

ABSTRACT

This project is part of the topic of female imprisonment and emerges from the need to obtain
data on the reality of the health of women imprisoned in the state of Rio Grande do Norte.
Currently, it does not exist in the source of products provided in the area of prison health.
With the objective of storing and disseminating data and statistics and, thus, subsidize
policies that enable an improvement in the quality of life of the population, the Women's
Health Observatory. Approved by the Information Technology and Communication
Foundation (COTIC) in association with the DATASUS System, in partnership with
Secretariats of State for Justice and Citizenship (SEJUC) and State Secretariat of Health
(SESAP).
Keywords: female incarceration; medical care; social indicators.

3
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO……………………………………………………………………........................................5

2- JUSTIFICATIVA…………………………………………………………………….. ..................................5

3- CARATERIZAÇÃO DO PROJETO

3.1 O que é o projeto…………………………………………….….....................................................7

3.2 Definição da problemática do projeto……...……………………... .............................................7

3.3 Período de realização e execução da ação………………………………………………..............9

4 - OBJETIVOS

4.1- GERAL………………………………………………..…………………………………………..9

4.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS………………………………………………................................9

5 - CARACTERÍSTICAS DIMENSIONAIS DO PROJETO E SUA


INTERFERÊNCIA……………………………………………….......................................................................9

5.1 - Quadro situacional do tema teórico, institucional e regulatório.............................................9

5.2 - Área de Intervenção do Projeto ……………………………………........................................10

5.3 - População de Referência do Projeto e público alvo..............………........................................10

5.4 - Metodologia do Projeto………………………………………………........................................11

6 - AÇÃO, OBJETIVOS, METAS, ESTRATÉGIAS E RESULTADOS…………………………………..12

7 - QUADROS FINANCEIRO E ORÇAMENTÁRIO GERAL DO


PROJETO………………………………………………..……………………………………………..............13

8.1 - ANÁLISE DE RISCO DO PROJETO - MATRIZ SWOT…………………………………………….14

8.2 - Quadro de Risco...........................................................................................................................15

9 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROJETO E DE ATIVIDADES…………………………....16

CONSIDERAÇÕES FINAIS ………………………………………..…………..............................................17

REFERÊNCIAS……………………………………………………………………..........................................18

1 - INTRODUÇÃO

4
O presente projeto está inserido na temática do encarceramento feminino e emerge da
necessidade de se obter dados sobre a realidade da saúde das mulheres encarceradas no
Estado do Rio Grande do Norte. Existem, atualmente, aproximadamente 500 mulheres nas
unidades prisionais desse Estado, segundo informações da Coordenadora Estadual de
Políticas para as Mulheres, Sabrina Lima. Porém, não há nenhuma fonte disponível com os
dados oficiais fornecidos pelo Governo a respeito dos serviços prestados na área de saúde
prisional.

O projeto Observatório da Saúde da Mulher Aprisionada será executado pelo


Governo do Estado do Rio Grande do Norte, através de uma parceria entre a Coordenadoria
de Tecnologia da Informação e Comunicação (COTIC), vinculada à Secretaria de Estado da
Administração e dos Recursos Humanos (SEARH) e às secretarias de Estado da Justiça e da
Cidadania (SEJUC) e à Secretaria de Estado da Saúde (SESAP). Com objetivo de coletar e
publicizar dados e estatísticas, capazes de subsidiar políticas que possibilitem a melhoria da
qualidade de vida da população carcerária feminina no Estado do Rio Grande do Norte.

2- JUSTIFICATIVA

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2013, 5.430 mulheres


morreram de câncer do colo do útero, caso específico da saúde feminina, que poderiam ter
sido prevenidos com a realização do exame Papanicolau. A mamografia é outro exame
recomendado pelo ministério da saúde, já que o câncer de mama é o mais comum no mundo.
No Brasil, ainda em 2013, 14.206 mulheres foram vítimas fatais da doença. Somados a esses
agravos, faz-se necessário o acompanhamento preventivo da saúde da mulher, bem como,
também, a atenção referente à maternidade dentro dos presídios, considerando a necessidade
da realização do pré-natal como fundamental para evitar a morte materno-infantil.

Em 2012, com o objetivo de sistematizar a vivência das mulheres encarceradas no Rio


Grande do Norte, analisou-se os casos no Complexo Penal João Chaves (feminino). A
dissertação revelou que existiam 135 reclusas na referida unidade prisional e que a equipe de
saúde responsável por prestar atendimento no local era composta apenas por 01 (uma)
assistente social e por técnicos em enfermagem. A pesquisa apontou, ainda, que, há 03 (três)

5
anos não havia atendimento de enfermeiro e médico para essas mulheres. Ou seja, toda
assistência prestada às gestantes acontecia externa ao ambiente prisional. Foram entrevistadas
12 (doze) dessas mulheres com faixa etária entre 19 a 25 anos, oriundas do interior do Estado.
A maioria delas já estavam grávidas quando foram encarceradas e apenas 01 (uma)
engravidou no presídio. Quando questionadas sobre a realização do pré-natal na condição de
presidiárias, 77,8% afirmaram não ter realizado esse acompanhamento. (GALVÃO, 2012).

O Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (INFOPEN, 2014) traz um


perfil da realidade nos presídios brasileiros e da situação geral deste tema no país. No
entanto, são inexistentes as informações sobre as condições de saúde e assistência prestadas a
essas mulheres. O estado do Rio Grande do Norte não disponibiliza tais dados, tendo em vista
que não dispõe de um sistema de armazenamento de informações específico. Sabe-se que em
2014, existiam 438 mulheres presas, havendo apenas uma unidade específica para a
população feminina, localizada na cidade de Parnamirim (INFOPEN, 2104). No entanto, nem
mesmo nesta unidade existe atenção à saúde, seja reprodutiva ou preventiva, mesmo sendo
um direito garantido em lei.

Salienta-se não existirem disponíveis dados governamentais acerca dos


procedimentos, atendimentos, nem mesmo a quantidade de grávidas nas unidades prisionais
no estado, embora pesquisas acadêmicas estimem que, apesar de haver parto hospitalar na
rede estadual, há uma maior proporção de morte materna entre mulheres privadas de
liberdade. Por isso, acredita-se ser de fundamental importância a realização de um correto
diagnóstico da situação da saúde da mulher no sistema prisional no Rio Grande do Norte,
porém não se pode realizar tal levantamento sem que as informações sejam disponibilizadas e
elas só estarão disponíveis a partir de uma sistematização dos dados.

Nesse sentido, considerando a importância dos indicadores e das estatísticas para o


diagnóstico dos problemas sociais, bem como para a elaboração de políticas públicas, torna-
se imprescindível a criação de um Banco de Dados retroalimentado periodicamente com os
números equivalentes aos serviços de assistência e acompanhamento da saúde das mulheres
nas unidades prisionais do estado. Com o intuito de garantir acesso à saúde ao público
feminino encarcerado no estado do Rio Grande do Norte. Essa ferramenta será de
fundamental importância, uma vez que auxiliará numa leitura clara da realidade e colaborará
com muitas para a realização de avaliações futuras a respeito dos problemas identificados a
partir dos dados.

6
De tal maneira, o projeto é justificado pela necessidade de que o Estado do Rio
Grande do Norte tenha publicizados e sistematizados dados e estatísticas que possam orientar
os planos e as ações de projetos de políticas públicas para a saúde da crescente população de
mulheres nas unidades prisionais do estado.

3- CARATERIZAÇÃO DO PROJETO

3.1 - O que é o projeto

O projeto consiste na criação de um novo campo no formulário de atendimento do


Sistema Único de Saúde – SUS – e da realização de um Balanço de Saúde, de modo a
diagnosticar a situação das mulheres ao serem inseridas no Sistema Prisional do estado do
Rio Grande do Norte. Os dados serão obtidos por meio dos atendimentos médicos, dentro ou
fora dos presídios, mediante utilização de formulários nos quais será especificado que a
mulher está cumprindo pena em regime de reclusão. A sistematização e a retroalimentação
periódica dos dados serão de responsabilidade da SEJUC, em parceria com a SESAP, por
meio do DATASUS. O Balanço será composto com informações de todas as mulheres
inseridas no sistema prisional do estado, quanto aos atendimentos médicos e ambulatoriais,
como também quanto à maternidade, pré-natal e agravos, como Sífilis, Hepatite, Tuberculose
e HIV.

3.2 Definição da problemática do projeto

Existem várias maneiras para um problema social entrar para agenda de governo e se
tornar alvo de uma política pública (KINGDOM, 1995). Os indicadores são, segundo o
professor e escritor John Kingdon, uma dessas maneiras, ao passo que dão visibilidade ao
problema. É assim que o crescimento da população carcerária feminina no mundo desperta
preocupação no que diz respeito ao acesso que essas mulheres têm a serviços essenciais de
saúde.

A Constituição Federal do Brasil é norteadora de direitos sociais. O capítulo II art. 6º


enumera direitos inerentes ao cidadão, dentre eles a proteção à maternidade e à infância.
Partindo desse princípio constitucional, foram elaboradas diversas leis, as quais especificam e
direcionam ações para efetivação deste capítulo constitucional. No que se refere ao direito

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dos apenados, a Lei de Execução Penal nº 7.210/84 – LEP é o principal marco regulatório.
Nela, estão previstas garantias para as mais diversas situações e indivíduos que compõem a
massa de encarcerados no Brasil. Em meio aos que estão sob a tutela do Estado cumprindo
pena, as mulheres, por suas especificidades, representam um público o qual exige uma
atenção diferenciada. No entanto, foram detectadas inúmeras falhas e ilegalidades cometidas
a elas dentro do sistema penitenciário brasileiro no que diz respeito ao acesso de serviços de
saúde preventiva e reprodutiva.

De acordo com estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada


(IPEA) em parceria com o Ministério da Justiça, apesar de algumas prisões no Brasil serem
mais estruturadas, no geral, as unidades prisionais no país não atendem as Regras de Bangkok
nem mesmo a LEP nº 7.210/84. As entrevistadas relataram diversas reclamações e dentre elas
citaram a falta de assistência à saúde (SAL-MJ, 2015).

O SUS possui uma das redes de assistência à saúde mais completa do mundo, em
2004 foi lançado a política nacional de atenção integral à saúde da mulher, com vistas
implementação de ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos das
mulheres e reduzam a morbimortalidade por causas preveníeis e evitáveis (MINISTÉRIO DA
SAÚDE,2004). As diretrizes voltadas aos cuidados da saúde da mulher são amplas e
contempla da prevenção à cura, de diversos agravos comuns ao público feminino como
câncer de mama e de útero, além da preocupação com a reprodução pois ainda é alto o
número de mortes por causas relacionadas à gravidez desassistida. Criada pelo SUS em 2011,
a Rede Cegonha propõe diretrizes com vistas ao atendimento e acompanhamento da mulher
em todo o seu processo gestacional. Nos casos da gestação por mulheres privadas de
liberdade, a detecção precoce de problemas, a prevenção e o tratamento de infecções, assim
como a preparação para o parto, deverão fazer parte dos processos planejados para o cuidado
da equipe de saúde.

Entretanto, para que a população de gestantes e o público feminino em geral tenham


acesso às políticas de saúde da mulher, faz-se necessário identificar esse público e enquadrá-
lo nas políticas do SUS de acordo com as diretrizes do sistema para este público, mediante
faixa etária e situação de gravidez.

3.3 Período de realização e execução da ação

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Ficará estabelecido um prazo de 01 (um) ano para a execução do projeto, que será
realizado em 03 (três) etapas bimestrais. O processo contará com o período de 180 (cento e
oitenta) dias para criação do novo formulário de atendimento SUS, considerando a
necessidade de haver reuniões entre as referidas secretarias para tomadas de decisões
operacionais.

4. - OBJETIVOS

4.1- GERAL

Sistematizar as informações referentes ao atendimento à saúde e à maternidade das


mulheres em situação de privação de liberdade nas unidades prisionais do Rio Grande do
Norte.

4.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Desenvolver um novo campo no formulário de atendimento a saúde das mulheres


inseridas no sistema penitenciário estadual;

Criar o Balanço da Saúde das mulheres de modo a possibilitar a retroalimentação on-


line dos dados da saúde feminina nas cadeias e presídios do Rio Grande do Norte;

Subsidiar a elaboração de políticas públicas para a saúde das mães e recém-nascidos


nas unidades prisionais do Rio Grande do Norte, a partir dos indicadores.

5 - CARACTERÍSTICAS DIMENSIONAIS DO PROJETO E SUA INTERFERÊNCIA

5.1 - Quadro situacional do tema teórico, institucional e regulatório

A realidade prisional do Brasil é marcada pela superlotação, falta de acesso à saúde e


ausência de atividades de ressocialização, fato severamente contrário às condições carcerárias
proclamadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), na Constituição Federal, Lei de
Execução Penal e pelos inúmeros tratados internacionais com os quais o Estado Brasileiro é
signatário, assumindo a obrigação de tratar os reclusos com o respeito devido à dignidade e
ao valor inerentes ao ser humano.

De acordo com o projeto de Atenção à Saúde da Mulher Privada de Liberdade,


realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a primeira causa de morte
materna é a hipertensão relacionada à gravidez (eclampsia) e a segunda é a hemorragia
(DATASUS, 2012). Assim, tais causas têm relação com a qualidade e o acesso ao pré-natal,

9
que possibilitaria a identificação de intercorrências e a intervenção adequada, minimizando
riscos e danos à mãe e ao filho. Dessa forma, aponta a pesquisa, o acesso à informação e aos
serviços de saúde qualificados e resolutivos são alguns dos grandes desafios para diminuir a
mortalidade materna no país e garantir atenção obstétrica e neonatal que atenda às
necessidades das mulheres brasileiras.

A Política Nacional de Atenção às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e


Egressas do Sistema Prisional, instituída pela Portaria Interministerial nº 210, de 16 de
janeiro de 2014, serve tanto para demonstrar as modalidades de assistência para melhorar o
sistema prisional feminino, como para dar base para a produção de políticas estaduais.
Segundo esse documento, o poder público tem o dever de fomentar políticas públicas
voltadas à prevenção e enfrentamento às drogas por ser um dos maiores problemas, dado o
aumento do contingente das mulheres encarceradas. Ainda, é fundamental que sejam
realizadas ações assistenciais para saúde, psicossocial, religiosa, educacional, jurídica e
laboral, entre outras assistências.

5.2 - Área de Intervenção do Projeto:

Atualmente, o estado do Rio Grande do Norte está enfrentando uma crise no que diz
respeito à prestação dos serviços de saúde à sociedade em geral, e mais ainda para com
aqueles que cumprem penas. Dentre os objetivos do plano estadual de saúde com vigência de
2016 a 2019, está a ampliação ao acesso da população a serviços de qualidade, intervindo
pontualmente nos vazios assistenciais (SESAP, 2016), tendo como área de abrangência as
unidades prisionais do Rio Grande do Norte.

5.3 - População de Referência do Projeto e público alvo projeto

Enquanto a taxa de aprisionamento masculino aumentou em 119% entre os anos 2000


a 2014, o aprisionamento de mulheres cresceu 460% no mesmo período, saltando de 6,5, em
2000, para 36,4 mulheres presas a cada 100 mil mulheres em 2014 (INFOPEN, 2014).

Além dos fatores já mencionados, não se pode deixar de destacar que a mulher como
geradora de vida enfrenta outros obstáculos, considerando que o período de uma gestação
exige acompanhamento e tratamento de saúde diferenciado. Aquelas que não se encontram

10
grávidas também carecem de atendimentos periódicos com o objetivo de prevenir ou
identificar doenças.

Em recente publicação acerca do acesso aos serviços de saúde no Rio Grande do


Norte,

49% das entrevistadas informaram ter feito exames ginecológicos nos


últimos meses, sendo eles realizados por uma enfermeira que vem até a
unidade ou foram executados sob as mesmas condições em outras unidades,
30% receberam atendimento médico, 4% odontológico e nenhuma delas
recebeu atendimento psiquiátrico.(FIGUEIRÓ, et al, 2017)

De acordo com os dados do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), de junho


de 2014, o perfil das mulheres presas é composto predominantemente de jovens entre 18 a 29
anos, negras, dentre as quais a maior parte cursou até o ensino fundamental, mas não o
concluíram, são solteiras e, em sua maioria, tem de 1 a 7 filhos.

5.4 - Metodologia do Projeto

Optou-se por iniciar o projeto com a criação de um novo campo de identificação nos
formulários preenchidos pelos médicos, durantes as consultas e atendimentos ambulatoriais,
de modo a identificar as pacientes que se encontram inseridas no sistema carcerário, a fim de
estabelecer a ligação dos dados já existentes e disponibilizados pelo DATASUS, o que
possibilita um acompanhamento próximo da dinâmica dos indicadores.

O Ministério da Saúde, por intermédio do DATASUS, disponibiliza microdados dos


sistemas de informação, que são apresentados em estrutura de casos (uma ocorrência por
linha). Esses passos são executados de maneira automatizada utilizando-se o algoritmo de
download e pré-processamento. Essa etapa resulta na criação de bases de dados separadas por
categorias de interesse. No entanto, atualmente, o protocolo aplicado em todos os
atendimentos do SUS não especifica a condição de “reclusão e institucionalização” das
mulheres inseridas nos sistema carcerário nacional.

O processamento dos dados visa ao cruzamento das informações referentes aos


atendimentos realizados no SUS às mulheres em reclusão prisional, com aqueles
categorizados e sistematizados pelo sistema DATASUS.

A sistematização e divulgação dos resultados seguirá a metodologia aplicada na


plataforma do sistema DATASUS, de modo a ser criada uma nova categoria de análise, que

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possibilite o cruzamento das informações fornecidas pelo banco de dados já existente com a
nova categoria (filtro) gerada com as estatísticas fornecidas pelo acréscimo da identificação
dos atendimentos relativos a saúde da mulher inserida no sistema carcerário.

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6. Ação, Objetivos, Metas, Estratégias e resultados do projeto

Responsável pela
Ação Objetivo da Ação Meta da Ação Estratégia da Ação Resultados Esperados da Ação Custo da Ação
Ação

Secretaria de
Identificar a saúde da mulher;
Elaborar um Diagnosticar a Alcançar 75% Estabelecer parceria com a Estado da Justiça e
Cumprir a promoção e
balanço de saúde situação de saúde das mulheres já Secretaria de Estado da Saúde da Cidadania
prevenção da saúde da mulher; 34.000,00
da mulher ao da mulher inseridas nas (SESAP) /profissionais (SEJUC) junto
Minimizar os riscos de
entrar no sistema inserida no unidades capacitados para realizar o com Secretaria de
doenças sexualmente
prisional sistema prisional prisionais balanço de saúde. Estado da Saúde
transmissíveis;
(SESAP)

Criar um campo
no formulário de Conhecer as áreas que
Alimentar o Estabelecer parceria com a
atendimento Atingir 95% dos necessitam de maiores
banco de dados Secretaria de Estado da Justiça
individual de atendimentos atendimentos; Contribuir para 15.760,00 Sistema Único
com as e da Cidadania (SEJUC) e
saúde da mulher médicos as tomadas de decisões; Servir de Saúde - SUS
especificidades da Secretaria de Estado da Saúde
que identifique a mulheres suporte para programas
saúde da mulher (SESAP).
condição sociais;
carcerária

Estabelecer parcerias para


elaboração do banco de dados Conseguir indicadores que
Sistematizar as Obter
Publicizar os entre a Coordenadoria de forneçam suporte para Coordenadoria de
informações de informações
dados de ao Tecnologia da Informação e estatísticas; Armazenar um Tecnologia da
saúde voltadas à concretas de 40.240,00
menos 80% dos Comunicação, Secretaria de quantitativo de informações na Informação e
mulher em saúde das
diagnósticos via Estado da Justiça e da qual preste transparência sobre Comunicação do
privação de mulheres em
DATASUS Cidadania (SEJUC) e a situação carcerária do estado RN (COTIC)
liberdade cárcere
Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Norte.
(SESAP).
7. Quadros Financeiro e Orçamentário Geral do Projeto

Fonte/Receitas ESPECIFICAÇÃO CUSTO

Fundo Nacional de Saúde ao Fundo Recursos materiais e humanos,


Estadual de Saúde do RN. serviços especializados para a saúde 34.000,00
da mulher no sistema prisional

Fundo Nacional de Segurança Pública a Recursos para informática,


Secretaria de Estado da Justiça e da levantamento de dados e capacitação 56.000,00
Cidadania (SEJUC) profissional

Descrição de Despesas

Despesas ESPECIFICAÇÃO Fonte/Receitas UNITÁRIO CUSTO

Serviço de elaboração Fundo Nacional


Capacitação de de balanço da saúde da de Saúde e Fundo
Pessoal/Recursos 1 34.000,00
mulher no sistema Estadual de
Humanos
prisional Saúde do RN.

Inserção de
campo/item no Serviço de informática
formulário de para incluir no Fundo Nacional
atendimento formulário on-line o de Saúde e Fundo
1 15.760,00
individual de saúde campo que especifica a Estadual de
da mulher que condição de mulher em Saúde do RN.
identifique a privação de liberdade.
condição carcerária

Fundo Nacional
Treinamento e de Segurança
Elaboração do Capacitação de pessoal; Pública a
balanço de saúde da criação de um sistema Secretaria de 1 40.240,00
mulher ao entrar no integrado ao SUS para Estado da Justiça
sistema prisional diagnóstico; e da Cidadania
(SEJUC)

13
8.1 Análises de Risco do Projeto - Matriz SWOT

Análise Interna

FORÇAS FRAQUEZAS

• Lei de Execução Penal • Crise no Sistema Penitenciário do RN

• Ações Previstas na Rede Cegonha • Inaplicabilidade dos Marcos Regulatórios

• Plataforma DATASUS • Ausência de Dados e Estatísticas Oficiais

• Proposta Inovadora • Falta de Pessoal Qualificado

Análise Externa

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

• Sistematização de Dados e Estatísticas • Ineficácia de Retroalimentação Periódica


Oficiais de Dados

• Parceria entre as Secretarias de Segurança • Mudanças Regulatórias


e Saúde do RN
• Escassez de Recursos
• Capacitação de Pessoal

• Fomentar a Elaboração de Políticas


Públicas no Âmbito da Maternidade em
Cárcere

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8.2 Quadro de Risco do Projeto

Ações do Projeto Aspectos Fortes do Aspectos de Fraqueza Oportunidades do Projeto Ameaças do Projeto
Projeto do Projeto

Elaborar um balanço de saúde Diagnosticar a situação de Facultatividade de Identificar o quadro de Escassez de recursos
da mulher ao entrar no sistema saúde da mulher inserida divulgação do diagnóstico saúde das mulheres quando humanos e materiais
prisional no sistema prisional inseridas no sistema
prisional

Criar um campo no formulário Obter informações Ineficácia da aplicação do Fomentar a elaboração de Fornecimento de dados
de atendimento individual de específicas da saúde da campo referente à Políticas Públicas no distorcidos
saúde da mulher que mulher para alimentação condição carcerária da âmbito da maternidade em
identifique a condição do banco de dados mulher cárcere
carcerária

Sistematizar as informações de Compor informações Ausência de profissionais Disponibilizar informações Ineficácia de


saúde voltadas à mulher em sobre a saúde das qualificados para subsidiar programas Retroalimentação
privação de liberdade mulheres em cárcere sociais Periódica de Dados

15
9. Cronograma de execução do projeto e de atividades

Cronograma de execução

Item Atividade Mês

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Desenvolvimento Reuniões técnicas X X X X X X X


do novo campo
no formulário Cruzamento dos X X X X X
de atendimento dados e informações
da SESAP, da
SEJUC e
DATASUS

Elaboração Criação do sistema X X X X X X


Sistema de de diagnóstico
diagnostico para integrado entre a
Balanço da Secretaria da Saúde
Saúde e a Secretaria de
Justiça

Período de Avaliação dos X X


avaliação dados e
funcionamento do
software.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A legislação brasileira já dispõe de um leque de políticas públicas voltadas para as


pessoas privadas de liberdade, apontando como os estados da federação devem caminhar para
pôr em prática aquilo que foi “desenhado”. Tomando por como exemplo a LEP, criada com o
intuito de organizar os regimes e os estabelecimentos prisionais, pode-se constatar que não é
cumprida ou é cumprida parcialmente. É fato que os presídios que constituem o Sistema
Prisional Brasileiro, em sua maioria, transformaram-se em verdadeiros “depósitos” de presos,
alimentados pela enorme demanda de apenados oriundos do crescente índice de violência em
nosso país.

Com relação à situação das mulheres, as condições não são diferentes, apesar de o
Ministério da Justiça ter instituído a PNAMPE, com o objetivo de preservá-las dos diversos
tipos de violência e de defender a humanização das condições do cumprimento de suas penas,
propondo à construção e adaptação de unidades prisionais para esse público. Também estão
contempladas nessa política a criação e reformulação de bancos de dados em âmbito estadual
e nacional, os quais, dentre outros pontos, devem conter o quantitativo de mulheres por
estabelecimento, regime e quantidade de vagas; quantidade de mulheres gestantes, lactantes e
quantidade de idade dos filhos em ambiente intra e extramuros.

As informações coletadas junto às unidades prisionais femininas do Rio Grande do


Norte, seja por meio de pesquisas de cunho acadêmico, seja através de relato da pastoral
carcerária, revelam que esse Estado não vem cumprindo o que determina a PNAMPE,
especialmente no que diz respeito às informações relacionadas à assistência à saúde dessas
mulheres, razão que nos levou à proposição de criação do Banco de Dados Estadual.

17
REFERÊNCIAS

BRAGA, Ana Gabriela Mendes. Prisão e Políticas Públicas: uma análise do encarceramento
feminino no estado de Ceará. Disponível em:
http://periodicos.unifor.br/rpen/article/view/3631> Acesso em 12 de setembro de 2017.

BRASIL. Lei 7.210, de 11 de Julho de 1984 – Lei de Execução Penal (LEP). Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm>. Acesso em 18 de setembro de 2017.

BRASIL. Programas e Ações da Secretaria de Políticas Para as Mulheres. Disponível em: <
http://www.spm.gov.br/sobre/acoes-e-programas>. Acesso em 18 de setembro de 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Cartilha de Apresentação de


Proposta ao Ministério da Saúde. Disponível em:
<http://www.fns2.saude.gov.br/documentos/cartilha.pdf> Acessado em 25 nov. 2017.

____. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS - Datasus. Sistema de


informação de nascidos vivos. Brasília: Ministério da Saúde, 2012a. Disponível em <http://
www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205>

____. Ministério da Saúde. DATASUS: trajetória 1991- 2002. Brasília: Ministério da Saúde;
2002

____. Ministério da Saúde. INCLUSÃO DAS MULHERES EM PRIVAÇÃO DE


LIBERDADE NA REDE CEGONHA. Disponível em:
<https://central3.to.gov.br/arquivo/370312/ > Acesso em: 24 out. 2017

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Regras de Bangkok. Regras das Nações Unidas


Para o Tratamento de Mulheres Presas e Medidas Não Privativas de Liberdade Para Mulheres
Infratoras. Disponível em< http://www.cnj.jus.br/files/con teudo/arquivo/2016/03/a85877719
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INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. INCA. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em:


<http://www.inca.gov.br/> Acesso em: 13 de set 2017.

GALVÃO, Mayana Camila Barbosa. Vivência em mulheres em situação de cárcere


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POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE


PRIVAÇÃO DE LIBERDADE E EGRESSAS DO SISTEMA PRISIONAL. Disponível
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