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Bastião e Mateus: negros bufões que dividem a mesma mulher, Catirina. São presença
constante em diversos folguedos brasileiros, como o maracatu rural, reisado e bumba-
meu-boi. Trajam um chapéu cônico coberto de fitas coloridas, blusas estampadas com
motivos florais e cores berrantes e uma grossa armação feita de palhas de bananeiras ao
redor dos quadris. Tal ornamento de palhas, aliás, é recorrente em outras manifestações
teatrais populares do Nordeste brasileiro, a exemplo do auto do Nego Fugido, da cidade
baiana de Santo Amaro, e seria uma reminiscência da camuflagem usada pelos escravos
na fuga do cativeiro. Apresentam-se com os rostos pintados de preto.
Galantes e Damas: figuras aristocráticas convidas ao baile pelo Capitão Marinho. Seus
trajes são ricamente decorados com fitas e espelhos e exibem amplas cabeleiras. Ao se
apresentarem no auto, portam arcos decorados e executam a dança das fitas, folguedo de
origem européia que representa a hierarquia racial presente na sociedade açucareira.
O Arlequim
A trama do cavalo-marinho gravita em torno do baile, que será oferecido pelo Capitão
Marinho em honra dos Santos Reis do Oriente, e para o qual foram convidados
os galantes e as damas. O capitão organiza não só baile, mas também preside todo o
folguedo, comanda a brincadeira através do toque do apito. Para organizar o terreiro onde
ocorrerá a festa, Marinho contrata dois negros, Mateus e Bastião, personagens bufões
responsáveis, em grande parte, pela comicidade do folguedo. Ambos carregam junto a si
a bexiga, bexiga do boi curtido, que percutem contra o corpo para auxiliar na
musicalidade. Mateus e Bastião, entretanto, se sublevam, e passam a se dizer donos do
terreiro. O capitão Marinho convoca então o Soldado da guarita, que utiliza-se da força
para restabelecer a ordem. Quando a situação parece estar normalizada, surge o Empata-
samba, arquétipo do homem "valentão" que, como sugere o nome, impede a festividade
de prosseguir.
A apresentação atinge o seu clímax com a chegada dos galantes e das damas, que
realizam a dança dos arcos. Esta modalidade de dança coreografada apresenta visíveis
semelhanças com a dança de São Gonçalo - uma espécie de baile devocional de origem
portuguesa ainda praticado em diversos estados brasileiros, sobretudo no Nordeste.
Os galantes, em pares ou em círculo, seguram nas pontas dos arcos de madeira enfeitados
de fitas, realizando, então, complexas coreografias. No fim do baile, o boi surge, e é
repartido.
Referências
1. Ir para cima↑ Érico José Souza (09 de junho de 2006). «A Roda do mundo gira: um olhar etnocenologico
sobre a brincadeira do cavalo marinho estrela de ouro (condado - Pernambuco)» (PDF). Universidade
Federal da Bahia. Consultado em 04 de dezembro de 2014 Verifique data em: |acessodata=, |
data= (ajuda)
•SOUZA, Rosely Tavares de. «O Cavalo Marinho de Condado: a beleza da brincadeira e as
representações das mulheres e das crianças (1960 – 1990)» (PDF)
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Ritmos e gêneros da música popular do Brasil
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