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Aluno (a): Luan Evangelista Neto R.

A: B98700-6
Matéria: Psicoterapia
Semestre: 9º
Campus: São José do Rio Pardo - SP
Supervisor: Silvia Antakly Adib

Atenção Psicológica e Aprendizagem Significativa - Henriette


Tognettí Penha Morato

Quarta-feira, 06 de junho de 2018

Compreender como a pessoa percebe a si e ao mundo era uma questão que sempre
perpassou a Psicologia, fazendo-se presente em autores que percorreram o campo do
Aconselhamento Psicológico. Para Rogers, tal questionamento manifestou-se por uma
disposição fenomenológica para a compreensão de como era o referencial interno daquele que
procura pelo psicólogo.
Antes de definir “experienciando”, Gendlin (1962) procura observar como tal processo
se apresenta. Experienciando seria um fenômeno subjetivo que se refere a um sentimento de
quem está vivendo uma experiência. Diz respeito a um fluir contínuo de sentimentos com
alguns conteúdos explícitos, ou seja, algo dado no campo fenomenal de cada sujeito
(GENDLIN, 1962, p. 230).
O que Gendlin procura ressaltar, enfatizando essa diferença entre experienciando e
conceitualização, é que o processo de experienciando é fator de mudança, ou melhor, abertura
de possibilidades outras. Em muitas situações, sendo terapia uma situação possível, sujeitos
podem ter conhecimento intelectual sobre o que lhes ocorre (conceitualização), mas isso é
completamente diferente de como está ocorrendo e mudando o experienciando. Em outras
palavras, conhecer (conceitualização) é diferente daquilo que está sendo sentido, ou seja, de
como se está percebendo e refletindo através do que se está experienciando no momento. Isso
pode ser observado no processo terapêutico: quantas vezes o cliente está sabendo o que lhe
ocorre mas sem que, efetivamente, ocorram mudanças na maneira como se sente. Somente
quando o cliente se refere diretamente ao que está sentindo no momento é que outras
possibilidades se abrem. Somente quando há referência direta ao que se está experienciando é
que de fato pode ocorrer mudança terapêutica. Para clarear esse fenômeno é que ele propõe uma
nova maneira de compreensão para mudanças da personalidade: o processo de experienciando
em relações interpessoais (GENDLIN, 1964).
Atualmente, evidencia-se isso através do relativismo de formas culturais que são
refletidas pela variedade de esquemas filosóficos, artísticos, religiosos, sociais, rituais,
valorativos, científicos. As freqüentes e rápidas mudanças culturais mostram que teorias
somente lógicas não podem explicar a complexidade das mudanças humanas, a menos que se
proponham relacionar significado e experienciando, para que se possa compreender a vida
como é vivida. Da mesma forma que significado está relacionado a fluxo de sentimentos, os
comportamentos concretos (verbal e outros) também envolvem relações e ordens mais amplas
e diferentes do que as da lógica; assim, a experiência, não pode ser ignorada.
O experienciando é um dado corporal que se refere ao que é sentido subjetivamente na
condição de situado no mundo, segundo os fenomenólogos; ou seja, a condição humana mostra-
se como experienciando-em situações. Isso diz respeito a como a pessoa se sente de certa
maneira em certas situações, tanto internas quanto externas, com outros (GENDLIN, 1973 e
1978/79). Ao mesmo tempo em que se está experienciando - em situações, há uma compreensão
desse experienciando; ou seja, é mais que somente um estado, pois revela também se o que está
ocorrendo está indo bem ou mal de acordo com certos propó sitos. Podemos não saber
precisamente o que está ocorrendo, mas sentimos que está acontecendo alguma coisa que
depende tanto de nós quanto da situação mesma.
Procurando expressar mais adequadamente o significado de experienciando, Gendlin
(1978/79) busca em Heidegger o significado do conceito de Befindlichkeit e a sua implicação
para a Psicologia. Por ser austríaco, Gendlin pode aventurar-se pelas sutilezas da língua alemã
para melhor compreender esse conceito filosófico e poder relacioná-lo ao psicológico. Assim,
apresenta Befinden como um verbo que pode ter três alusões: “Como vai você?”, ou “Como
você está se sentindo?”, ou “Como você está?” Dependendo do seu emprego, tal verbo pode
significar indagação que levaria a uma resposta de reflexividade sobre, respectivamente, “Como
você se encontra em relação a si mesmo?”, ou “Como você está sentindo sentimentos?”, ou
“Como você está se situando?” Em outras palavras, é um verbo cujo significado conduz a
pessoa indagada a necessariamente procurar a si mesma, a como está se percebendo entre coisas
que a ela chegam e como por elas é tocada, ou melhor, a situar-se entre as circunstâncias de seu
viver.
Experienciando é o processo que se refere aos modos de os sentimentos ocorrerem
sendo afetados no e com o mundo. Assim, é uma situação de afetar-se e ser afetado. E um modo
de ser reflexivo, que revela como a pessoa é pela sua possibilidade de ver-se em atuando. Dessa
forma, a autenticidade da pessoa é compreendida como sendo por seus aspectos bem como pelo
seu sendo no mundo e com outros. A pessoa não é mais nem as possibilidades de ser nem a
potencialidade para atualizar-se, mas sim a possibilidade de, lançando-se, ou seja, ser o que já
é e como já é. Sendo o móvel e o movente simultaneamente, revelase a si mesmo.
Mas, além de situar-se no espaço, o experienciando compreende uma relação de
tempo; tempo não-linear, “ mas um voltar atrás que ê também um ir para frente, e a única
maneira autêntica de ir em frente (GENDLIN, 1978/79, p. 60). Encontrando-se a si diante de si
mesma pelo experienciando, a pessoa se situa como também tendo sido afetada, pois que, ser
uma pessoa que vive experienciando implica, também, ser o próprio tendo sido. Relaciona-se,
assim, o “ir para trás” como o “trazer de volta” para “ir para frente”. “Ir para trás” é também
trazer de volta si mesmo diante de si, e somente fazendo assim a pessoa se defronta com sua
autêntica possibilidade de lançar-se.
O contato “silencioso” do esquizofrênico possibilitou a esses terapeutas/pesquisadores
buscarem a pessoa oculta e não-revelada do esquizofrênico através de si mesmos. Provocados
a irem ao encontro da expressividade de si próprios, mergulharam no âmago do drama da
solidão humana. Buscando compreender o outro, encontravam a si mesmos. Por essa
experiência, reformularam a questão da congruência como atitude facilitadora, ressaltando,
agora, a autenticidade do profissional como o elemento significativo para a eficácia terapêutica.
Segundo Gendlin (1976), o terapeuta autêntico não precisa aguardar passivamente
(não-diretivamente) pelo cliente. Ao contrário, pode encontrar em sua experiência do momento
um reservatório sempre presente, ao qual pode recorrer e com o qual pode iniciar, aprofundar e
continuar o contato terapêutico, mesmo com uma pessoa não-motivada, silenciosa ou
interiorizada (GENDLIN, 1976, p. 140). Aproveitar do próprio experienciando, ou seja, ser
autêntico, significa tornar-se expressivo para facilitar o contato com o esquizofrênico, à maneira
como se faz com um bebê. As expressões do terapeuta se voltam para a relação, aprofundando-
a: no contato, verbalizar o seu lado que sente, ou seja, a ressonância tonal provocada pelo outro
é ação clínica iniciadora para ir buscar o significado daquilo que se apresenta como
incomunicável (FÉDIDA, 1986).
Fundamental no exercício de profissionais de saúde e educação é abrir possibilidades
a modos como o sujeito se apresenta disponível no mundo, ou seja, ressignificar significados
como possibilidade de outro sentido. Diz respeito à reflexão na experiência e não sobre a experi-
ência. E no próprio fluxo de “estar ocorrendo experiência” que são buscados significados ao
sentido do que é experienciado, já que uma revisitação ao vivido acontece no próprio
experienciando e não posteriormente. Aprendizagem é educativa quando a atenção para o fato
permite reflexão ocorrendo na experiência, através de ações realizadas e não em função de
leituras sobre fatos vivenciados. Milton Nascimento aponta: “Fé cega, faca amolada”, cuja
derivada primeira poderia ser: “Compreensão cega, faca amolada”, e a derivada segunda:
“Experiência cega, faca amolada.” Aprender significativamente é próprio à condição humana.
Observar o sentido de correto permite percorrer caminhos hilários, já que seu étimo
remete ao que é emendado, refeito, corrigido, ou seja, uma verdade emendada. Já a observação
do étimo grego da palavra remete à condução de algo, condução que pode ou não ser correta.
De qualquer forma, reitera a mudança de significado que a translação de termos do grego para
o latim provocou ao como é o sentido da experiência de mundo vivida. E assim a correção terá
que ser emendada e refeita até que ocorra uma aprendizagem significativa, que abre ao homem
a possibilidade de aprender a experiência do mundo como é por ele vivido. O ir para frente,
voltar, ir para trás, para novamente ir para frente apresenta-se tecendo o e tecido pelo fio de
solicitude (ser solícito e solicitado a) encontrado, como abertura para a possibilidade da criação
de algo mesmo/outro. Desse modo, pelo fio da sintonia da aprendizagem significativa,
modalidades de prática psicológica apresentam-se como atenção. disponibilidade solicitamente
inclinada à experiência vivida. Ou seja, nas palavras de Gendlin (1962, p. 5): "Sentimento sem
simbolização é cego; simbolização sem sentimento é vazia.”

Referência:
MORATO, Henriette T. Penha; BARRETO, Carmem Lúcia B. Tavares; NUNES, André
Prado. Fundamentos de Psicologia – Aconselhamento Psicológicos numa Perspectiva
Fenomenológica Existencial. – Junho, 2009.

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Luan Evangelista Neto Silvia Antakly Adib


RA: B98700-6 Orientadora/Supervisora

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