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RELATÓRIO PSICOLÓGICO
1. Identificação
2. Descrição da demanda
4. Análise
C.D.C tem 33 anos, está sofrendo muito pela recente separação com seu
marido, com o qual ora casado por aproximadamente 10 anos, e após o
rompimento seu ex-marido tentou por diversas vezes passar ciúmes e até
mesmo chegou a fazer ameaças verbas, segundo o relado dado pela paciente.
Ela também relatou que seu ex-marido continuava flertando e fazendo
propostas para que ela tornasse sua atual amante. No decorrer dos
atendimentos quando Cintia foi se sentindo mais confortável, ela relatou que a
7 anos o casal haviam combinado de fazerem uma cirurgia para que ambos
não pudessem terem mais filhos (obs.: segundo C.D.C) a iniciativa de fazer a
cirurgia foi do marido), então após 2 anos ela fez a cirurgia, mas seu ex-marido
nunca veio a fazer. Este ocorrido parece ser algo que deixa Cintia
profundamente triste, pois ela relatou que diversas vezes ele usou o fato de
ainda poder ter mais filhos e ela não, para magoa-la.
No decorrer de cada atendimento fomos observando e tentando
compreender com as informações que tínhamos, como era sua dinâmica
familiar e social. Ela demonstrou ter consciência de seus atos e a
consequência dos eventos que tais atos poderiam implicar; pois problemas que
C.D.C não estava entendendo muito bem nos primeiros encontros aqui no
CPA, após uma semana, a mesma trouxe para clinica a mesma problemática
só que de uma forma mais elaborada e compreendida, muitas vezes ela
mesmo já apresentava algumas soluções.
Outro ponto importante foi quando C.D.C estava sofrendo muito pois não
entendia o porquê de seu marido tê-la traído, isto era algo que a fez chorar em
dois encontros conosco, mas conforme ia nos contando sua história e suas
dores, a mesma ia percebendo que haviam outras coisas importantes que
valiam de sua atenção, não só seu ex-marido, C.D.C disse também que a
muito tempo ele já dava sinais de que estava traindo, mas ela ignorava, pois no
fundo tinha mais medo de perde-lo do que da dor da traição, e que de certa
forma ela se culpa e tem um receio de parecer fraca perante os outros.
Ela parece entender o impacto que diversas ações de ambos os lados
refletiram em seu relacionamento até ao ponto em que chegou. Mas a
sociedade ocidental de certo modo privou o homem de demonstrar seu
sofrimento, o seu padecer pela perda do outro, do ser amado. O sofrimento é
contido, não demonstrado, as emoções são retidas e com isso a angústia
gerada pela perda de alguém passa a ser algo vivido somente pelo próprio ser.
Segundo Freire (2006), todo o trabalho de luto (no caso o luto da perda do
amor) é encoberto socialmente pela vergonha da exposição pública.
Tal sofrimento pode também surgir pelo não aceitamento do inevitável,
então o homem cria, transforma, cultiva, inventa e produz as mais variadas
formas e maneiras de fazer a manutenção da sua existência e do seu viver,
buscando o prazer de sentir a vida como fazemos ser para cada um de nós.
(Boss (1997)).
São em situações como essas que a angústia assume alguns desfechos
que podem ser identificados por diferentes formas de humor como o medo e
ansiedade. Tais estados de humor revelam exatamente a impossibilidade de
realizar nossas vontades, como o fim de um relacionamento amoroso, ou a
morte de alguém, como também pode revelar o temor em lidar com as
situações que devemos enfrentar, segundo Heidegger (1927/1995)
5. Conclusão
6. Bibliografia
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Luan Evangelista Neto Silvia Antakly Adib
R.A: B98700-6 Professora-Orientadora