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Implementação de um sistema autônomo

fotovoltaico/eletrolisador/célula a combustível
Ennio Peres da Silva
Laboratório de Hidrogênio – Instituto de Física Gleb Wataghin – UNICAMP
lh2ennio@ifi.unicamp.br

Fernando Rezende Apolinário


Laboratório de Hidrogênio – Instituto de Física Gleb Wataghin - UNICAMP
rezende@ifi.unicamp.br

Rubem Cesar Rodrigues Souza


Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico – UFAM
rubem_souza@yahoo.com.br

Adailton de Souza Pinto


Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A
adailton@eln.gov.br

André Luis Furlan


Laboratório de Hidrogênio – Instituto de Física Gleb Wataghin - UNICAMP
decofu@yahoo.com.br

Resumo: este artigo apresenta o projeto que está se iniciando e que tem como objetivo principal analisar
a viabilidade técnica da utilização de um sistema fundamentado na produção de hidrogênio (H2) para o
armazenamento da energia gerada por sistemas fotovoltaicos. O trabalho prevê o projeto, a execução
física e a avaliação do desempenho de um sistema de geração eletrolítica de hidrogênio com energia
solar-fotovoltaica, o tratamento do gás, seu armazenamento e sua utilização em sistemas de célula a
combustível. O trabalho será executado em cooperação entre os pesquisadores do Laboratório de
Hidrogênio (LH2) da UNICAMP e do Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico (CDEAM) da
UFAM, sendo financiado pela ELETRONORTE, tendo duração prevista para dois anos.

Palavras-chave: energia solar –fotovoltaica; hidrogênio; células a combustível.

Introdução

A aplicação de sistemas energéticos fundamentados em energia solar


fotovoltaica traz quase sempre a necessidade da utilização de um meio de
armazenamento da eletricidade gerada, função que é tradicionalmente desempenhada
por bancos de baterias chumbo-ácido com bastante sucesso, mesmo que apresentem
curta vida útil e sérios riscos de contaminação ambiental associados ao seu descarte.
Inserido na realidade geográfica da região amazônica, com um altíssimo índice
de comunidades isoladas ainda não atendidas pelos serviços de fornecimento de
eletricidade, a utilização de sistemas fotovoltaicos se apresenta como uma das mais
prováveis opções de atendimento básico previsto pelo plano de universalização
estabelecido pelo Governo Federal.
Dentro de tal contexto é possível imaginar no médio prazo um aumento
significativo na utilização de sistemas completos de energia solar na região amazônica,
com a utilização das tradicionais baterias, que dentro da vida útil inicialmente prevista
para os painéis fotovoltaicos (por volta de 25 anos) podem fazer com que os dois
problemas associados (necessidade de troca freqüente das baterias e riscos de danos
ambientais) a estes sistemas de armazenamento se transformem em uma séria questão
relacionada à logística de manutenção dos mesmos, uma vez que estas comunidades
isoladas, em sua maioria, apresentam dificuldades no acesso, que oneram os custos de
geração de energia elétrica por domicílio.
Tal questão aponta para a necessidade da busca de sistemas alternativos para
este armazenamento, de preferência que apresentem uma vida útil compatível aos
painéis e mínimos impactos ambientais. Uma das opções seria a utilização de H2 gerado
através da eletrólise da água, constituindo um sistema autônomo completo de produção,
armazenamento e aproveitamento final da energia com a utilização de células a
combustível, tecnologia bastante promissora e com baixíssimos impactos ambientais.
Entretanto, tal possibilidade deveria ser investigada para que sua viabilidade
técnica seja avaliada, buscando determinar ainda a eficiência e segurança no ciclo de
armazenamento, a possibilidade de funcionamento autônomo, índice de confiabilidade e
qualidade da energia elétrica, expectativa de custo e vida útil para o sistema, entre
outros fatores que possibilitarão uma análise mais aprofundada da viabilidade desta
opção como sistema de armazenamento.

Objetivos

O objetivo principal do trabalho de pesquisa é analisar a viabilidade técnica de


se implementar um sistema desta natureza que funcione de maneira autônoma e com
segurança. Será realizado o projeto, a execução física e a avaliação experimental do
funcionamento de um sistema completo de geração eletrolítica de hidrogênio a partir da
energia solar fotovoltaica, tratamento e armazenamento deste gás e sua utilização final
em sistemas de célula a combustível.
Espera-se ainda que as informações obtidas através do funcionamento do
sistema possam fundamentar uma análise mais profunda sobre montagens desta
natureza, com o objetivo de se desenvolver técnicas de operação e controle,
fundamentais para se otimizar o desempenho da usina autônoma. Neste caso especifico,
a preocupação maior está em estabelecer os parâmetros ótimos para o acoplamento
direto de um eletrolisador bipolar aos painéis fotovoltaicos, buscando maximizar a
produção de H2 no período de disponibilidade solar.
Outro importante resultado será obtido aliando-se as informações fornecidas por
estes parâmetros com o conhecimento das características de funcionamento dos
equipamentos envolvidos, desenvolvendo-se um método matemático global que
considere todos os fluxos de energia e que possa servir para projetar e simular a
operação de sistemas dessa natureza.
Por fim, acredita-se obter como resultado a formação de especialistas no
desenvolvimento e manutenção de sistemas que envolvem a tecnologia do H2. A
cooperação entre o LH2 (UNICAMP) e o CDEAM (UFAM) deverá ampliar esta rede
de formação e propiciar à Eletronorte, além da possibilidade de ampliação de seus
negócios e oportunidades, a possibilidade de contar localmente com profissionais
especialistas e atualizados com relação a estas tecnologias.

Projeto e dimensionamento do sistema

Experiências anteriores com trabalhos que envolviam o acoplamento de painéis


fotovoltaicos à eletrolisadores bipolares (Silva et al, 2002) permitiram aos
pesquisadores do LH2 o entendimento de algumas questões técnicas que foram úteis
para o dimensionamento inicial do sistema a ser desenvolvido. A previsão inicial é
adquirir painéis para compor um subsistema fotovoltaico com potência elétrica nominal
de 2 kW.
Este valor nominal será importante para o dimensionado do subsistema de
eletrólise da água. Fundamentado nestas experiências anteriores, sabe-se que em
condições reais de funcionamento a potência instantânea fornecida pelos painéis
raramente alcançará este valor nominal, e uma análise da ocorrência destes valores
permite observar que na maior parte do período os valores identificados são bem
menores que este valor.
Esta questão está bastante relacionada ao dimensionamento de inversores para
acoplar sistemas fotovoltaicos à rede de distribuição convencional, e publicações de
trabalhos que analisam o problema tem mostrado que nesta ocasião a potência AC do
inversor deve ter um valor até 30% menor que a potência nominal do sistema
fotovoltaico (Burger e Rüther, 2006).
A compreensão desta questão fornecerá parâmetros iniciais para o projeto do
subsistema de eletrólise adequado aos 2 kW de painéis fotovoltaicos, entendo-se como
adequado um subsistema que se acople diretamente ao conjunto de painéis e que
apresente ao longo de todo o período de funcionamento um valor máximo para o índice
de utilização do subsistema de eletrólise, parâmetro cujo conceito será definido ao longo
do desenvolvimento do trabalho.
Estes parâmetros iniciais definidos conceitualmente serão testados
experimentalmente através da caracterização do fornecimento fotovoltaico, etapa que
antecede a definição e construção do subsistema de eletrólise, permitindo assim que se
estabeleçam definitivamente os valores de tensão e corrente elétrica para o projeto do
eletrolisador.
Durante toda esta fase o sistema estará sendo desenvolvido no LH2, situado em
Campinas/SP, estando condicionado às condições de disponibilidade do recurso solar
desta região. Mesmo que todo este desenvolvimento se dê no LH2, após o acoplamento
e a realização dos testes iniciais todo o sistema será transportado para Manaus/AM,
local onde será instalado de forma definitiva. Desta forma, a diferença existente entre os
valores do potencial solar das duas regiões deverá ser considerada tanto no projeto do
eletrolisador quanto no dimensionamento do sistema armazenamento do H2 produzido
ao longo do dia.
O volume físico do reservatório vai depender da quantidade de H2 produzida
diariamente e da pressão na qual este gás será confinado. Inicialmente não está previsto
a utilização de um compressor para este gás, adição que certamente permitiria a
diminuição do volume físico do reservatório, aumentando o custo do sistema e
diminuindo a eficiência global do ciclo. Espera-se que seja possível a utilização de um
gasômetro de maior volume, operando a um a pressão de trabalho um pouco acima da
atmosférica, valor adequado para a aplicação a células a combustível.
O valor da potência elétrica da célula a combustível foi definido em 1 kW,
fornecendo energia a um conjunto de cargas durante o período noturno. Todos os
valores de interesse serão monitorados e registrados por um sistema informatizado de
aquisição de dados. Um diagrama esquemático do sistema completo conforme previsto
inicialmente está apresentado na figura 1.
Figura 1: Diagrama esquemático do sistema completo.

Metodologia prevista

Com o objetivo de planejar o desenvolvimento do trabalho tal como previsto,


organizou-se o mesmo em algumas etapas descritas a seguir.

Etapa 1: Revisão bibliográfica.


O trabalho terá início com uma revisão da literatura relacionada aos temas
envolvidos direta ou indiretamente ao desenvolvimento do referido sistema. O objetivo
desta etapa é definir os conceitos envolvidos em toda a linha de pesquisa e atualizar as
informações sobre o estado-da-arte dos produtos e insumos da planta.
Serão elaborados textos sobre o aproveitamento da energia solar, principalmente
sobre a tecnologia fotovoltaica, e sobre o potencial solar da região amazônica, textos
sobre a eletrólise da água, sistemas de purificação e armazenamento do gás produzido,
além da tecnologia e aplicação de células a combustível, com base em diversos outros
projetos semelhantes desenvolvidos atualmente em outras regiões do mundo.
No final desta etapa, além do conhecimento técnico consolidado e agregado para
a Eletronorte, espera-se determinar teoricamente uma metodologia de dimensionamento
deste tipo de planta com base nos parâmetros práticos de utilização destas tecnologias.

Etapa 2: Aquisição, caracterização e testes dos componentes do sistema completo.


Conforme indicado na etapa anterior, o sistema de célula a combustível será
adquirido, sendo então submetido a um procedimento de testes a fim de proceder com
sua caracterização em maiores intervalos de tempo, fazendo uso de hidrogênio analítico
de qualidade certificada. Sua caracterização renderá parâmetros importantes para o
dimensionamento do reservatório e definição das cargas, e seu ensaio de estabilidade
em longos tempos de utilização dará subsídios para quantificação de sua confiabilidade.
Da mesma forma, deverão ser adquiridos os painéis fotovoltaicos, os
equipamentos de monitoramento de toda a planta, tais como: heliômetro, transdutores
de tensão e corrente, transdutores de pressão e sensores de temperatura e vazão, além do
sistema de aquisição destes dados.
Todos os parâmetros necessários para que se possa concluir sobre a eficiência de
toda a planta, assim como das eficiências parciais de seus componentes, serão
monitorados por um sistema de aquisição de dados. Toda a metodologia de avaliação do
sistema será apresentada também como resultado da etapa anterior, assim como as
estratégias de implementação desta metodologia em ambiente computacional.
A caracterização do fornecimento fotovoltaico fornecerá parâmetros elétricos
para o projeto e dimensionamento do sub-sistema de eletrólise da água. Tais ensaios
deverão ser conduzidos no LH2, dada sua disponibilidade de infra-estrutura apropriada
para tais caracterizações.

Etapa 3: Projeto, construção e testes do sub-sistema de eletrólise da água.


Após a caracterização do fornecimento elétrico dos painéis fotovoltaicos será
possível dimensionar apropriadamente um eletrolisador com o padrão elétrico otimizado
para utilização nesta planta. Desta forma, será projetado e construído um eletrolisador
bipolar, constituído por materiais e tecnologias descritas e especificadas durante a etapa
de revisão bibliográfica.
Ao eletrolisador de água devem ser adicionados os componentes destinados ao
tratamento e purificação do hidrogênio produzido, que será previamente analisado para
quantificação das impurezas gasosas e suas respectivas quantidades. Oxigênio, a
provável mais abrangente impureza gasosa, deverá ser removido cataliticamente, num
reator que carecerá para seu dimensionamento das análises anteriores, e será seco em
sistema de separação física. Maiores detalhes de todos estes procedimentos serão
também abordados no produto resultante da etapa 1.
O hidrogênio produzido, já na pressão requerida pelo sistema de célula a
combustível, será armazenado num reservatório que deverá ser dimensionado a partir de
um tempo estimado de funcionamento para este sistema.

Etapa 4: Acoplamento entre os sub-sistemas e instalação da célula a combustível.


Com o término da construção e dos testes finais do eletrolisador, bem como da
instalação e dos testes da célula a combustível, ambos serão integrados ao sub-sistema
fotovoltaico, sendo esta integração realizada pelos pesquisadores do LH2.
O acoplamento entre o conjunto fotovoltaico e o sub-sistema de eletrólise será
realizado diretamente, uma vez que as características de fornecimento elétrico dos
painéis e de consumo do eletrolisador desenvolvido possuem o mesmo padrão, sendo
inclusive o projeto do eletrolisador realizado com base nas informações do
fornecimento dos painéis. Entretanto, a possibilidade de utilização desta estratégia de
acoplamento direto será avaliada e se necessário será proposta alguma técnica de
controle para o acondicionamento entre os dois equipamentos.
Nesta mesma etapa a célula a combustível será instalada definitivamente no
sistema, compondo-se o sistema completo fotovoltaico/eletrolisador/célula a
combustível que passará a operar de maneira autônoma.
Durante este período, deverá também ser elaborado o mapa de riscos do sistema
e os procedimentos em caso de variados tipos de emergência.
Etapa 5: Funcionamento e coleta de dados.
O sistema completo será transportado de Campinas/SP para Manaus/AM e
colocado em operação para um período de avaliação, quando os dados principais que
fornecerão as informações relevantes sobre o funcionamento serão coletados para uma
análise posterior.
Nesta transição será realizado um Workshop em Manaus para apresentar os
resultados do projeto e para que os procedimentos de operação do sistema sejam
passados para os profissionais do CDEAM. Durante o início do funcionamento será
fundamental um acompanhamento por parte dos pesquisadores do LH2 para que
possíveis ajustes sejam realizados e com o objetivo de se certificar a estratégia de
operação do sistema.

Etapa 6: Análise dos dados.


Através dos dados coletados será realizado o balanço energético de todo o
sistema, definindo-se os parâmetros de interesse que descrevem o funcionamento e que
serão úteis para se propor um modelo matemático global que possa servir para projetar e
simular a operação de sistemas desta natureza.
Durante esta mesma etapa deverão se calcular os custos relacionados ao
hidrogênio produzido, assim como o custo da energia elétrica gerada pelo sistema
fotovoltaico/eletrolisador/célula a combustível.

Etapa 7: Elaboração do relatório final.


Será realizado um relatório final que descreva todo o trabalho desenvolvido,
desde as informações obtidas na revisão bibliográfica, com os conceitos teóricos
envolvidos com o sistema, passando pela escolha dos equipamentos, desenvolvimento
do sub-sistema de eletrólise da água, a metodologia de análise dos dados e o modelo
matemático proposto. Constará também um conjunto de trabalhos posteriores que
certamente surgirão como uma seqüência natural do trabalho.

A figura 2 apresenta um cronograma que apresenta estas etapas distribuídas


durante os dois anos previstos para a realização do trabalho.

Etapas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 4
Etapa 5
Etapa 6
Etapa 7

Figura 2: Cronograma das atividades previstas para a realização do trabalho.

Considerações finais sobre a seqüência dos trabalhos

O projeto apresentado neste artigo encontra-se ainda em suas fases iniciais,


sendo já escolhido pelo Eletronorte e estando atualmente em fase final de contratação.
Pelo cronograma, acredita-se que nos seis primeiros meses do desenvolvimento já se
contará com os principais equipamentos, que serão testados e caracterizados no LH2,
dando seqüência ao trabalho como previsto.
Já na etapa de revisão bibliográfica espera-se determinar uma metodologia para
estimar o custo da eletricidade gerada, utilizando modelos econômicos encontrados na
literatura, tanto para o armazenamento com hidrogênio quanto para as baterias,
utilizando informações preliminares encontradas na literatura sobre eficiência, custos
iniciais, custos de operação e manutenção, parâmetros que poderão ser atualizados e
certificados através da análise do desempenho do sistema desenvolvido.
Entretanto, o objetivo principal deste trabalho é demonstrar a viabilidade técnica
de se implementar sistema que possa funcionar de maneira autônoma e com segurança,
sendo possível com sua operação a determinação experimental dos principais
parâmetros de interesse, resultados que fornecerão informações para uma análise
completa da viabilidade do sistema proposto.

Referências bibliográficas
Burger, B., Rüther, R., Inverter sizing of grid-connected photovoltaic systems in
the light of local solar resource distribution characteristics and temperature. Solar
Energy 80, pg. 32-45, 2006.
Silva, E.P da, Apolinário, F.R., Marin Neto, A.J., Estudo da viabilidade técnica
de sistemas solar-fotovoltaico-hidrogênio, Anais do IX Congresso Brasileiro de
Energia, pg.1940-1945, Rio de Janeiro/RJ, 2002.

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