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Projeto de Pesquisa: como escrever?

Publicado em8 de julho de 2017Autor:Gabriella5 Comentários ↓


O Projeto de Pesquisa é muitas vezes o ponto de partida de uma pesquisa científica. Ao
longo da vida acadêmica, escrevemos diversos projetos, começando na Graduação para
a Iniciação Científica, depois no Mestrado, Doutorado, Pós-Doutorado. Se você seguir
carreira acadêmica, então, vai estar sempre submetendo projetos de pesquisa para
instituições de fomento.
O post de hoje é simples e direto. Ele tem a proposta de ajudar você, que vai passar as
férias de julho escrevendo um projeto para o próximo desafio da vida na universidade.

Diversos tipos de projetos


A grosso modo, dá para dizer que há uma estrutura básica para projetos científicos, com
elementos comuns a todas as modalidades. Há também, claro, particularidades que
diferenciam um projeto de IC de um de pós-doc. A FAPESP, que é a maior agência de
fomento do Estado de São Paulo, exige os mesmos itens para o projeto de IC, Mestrado
e Doutorado, por exemplo. Há instituições, que não especificam suas exigências para o
projeto. Aliás, o CNPq ou a FAPEMIG, por exemplo, não chamam de projeto, mas sim
de “plano de trabalho”; então se você quiser buscar modelos na internet, vale alternar os
termos entre “projeto de pesquisa” e “plano de trabalho”.
Além disso, há as particularidades de projetos de cada área: com trabalho de campo,
experimentos em laboratório, exames de pacientes, entrevistas, simulações em
supercomputadores, etc. Mas vamos começar pela estrutura geral, o básico de qualquer
projeto.

Projeto de pesquisa – itens fundamentais


Seu projeto deve conter, de forma genérica, uma descrição de seu objeto de estudos, dos
objetivos da pesquisa e como você pretende desenvolvê-la, de forma que você consiga
justificar a importância do estudo – em relação ao que já foi feito sobre o assunto, mas
também para a Instituição ou Agência de Fomento à qual o projeto será submetido. Para
isso, os seguintes itens devem ser contemplados:

Introdução:
onde você deve apresentar seu objeto de estudos, a sua pergunta, o tema de sua
pesquisa. Mas a apresentação não é apenas descritiva! A justificativa dos porquês da
escolha de tal tema ou da abordagem também deve vir logo na introdução. Aqui é
aconselhável que você discuta o estado atual da pesquisa sobre o assunto, mencionando
as principais contribuições à área. Isso vai te ajudar a inserir a sua pesquisa num
contexto acadêmico mais amplo, a justificar sua abordagem, que pode preencher uma
lacuna dessa bibliografia fundamental, ou desafiar alguma interpretação já consolidada.
Além disso, discutir autores fundamentais da sua área mostra que você já tem alguma
intimidade com o tema e atesta sua capacidade de pesquisa.
Objetivos:
neste item você deve descrever de forma clara e objetiva o que você pretende com a
pesquisa ou quais são seus objetivos. Vá direto ao ponto: apresente sua hipótese e como
pretende testá-la; ou exponha para o leitor o que pode acontecer quando você analisa um
problema de acordo com aquela teoria específica.

A ideia é deixar claro para o leitor, entre a Introdução e os Objetivos, o que você
pretende estudar e para que estudar isso da forma como você está propondo.

Cronograma:
a ideia aqui é dividir o trabalho em etapas e fazer uma estimativa de quanto tempo você
deve precisar para cada uma delas. Note que eu disse “estimativa”, porque nem sempre
é possível dizer de antemão e também podem acontecer imprevistos. Não se preocupe,
porque os avaliadores sabem disso. O que você precisa passar para eles, neste item é:

1. Você é capaz de enxergar e delinear as etapas necessárias para atingir seus objetivos
de pesquisa;
2. Você consegue apresentar uma lógica de pesquisa, baseada na sequência das etapas;
3. O seu projeto cabe dentro do período determinado pela Instituição ou Agência de
fomento.
Idealmente, o cronograma deve ser apresentado em formato de tabela, para ajudar na
visualização do todo. Se você sentir que precisa explicar as etapas, pode fazer um texto
descrevendo cada uma delas e depois adicionar a tabela, apenas com o nome das etapas
e o tempo previsto de sua duração.

Metodologia:
este item também é chamado de “Materiais e Métodos”. Eu prefiro a ideia genérica de
metodologia, porque acho mais aplicável às Humanidades. Mas se você faz uma
pesquisa na qual o termo “materias” faz sentido, aconselho o uso de “Materiais e
Métodos”.

Independentemente de como você a nomeie, esta seção deve conter a explicação de


como você pretende desenvolver o trabalho. Qual será o procedimento para responder à
sua questão (ou questões)? Como você pretende desenvolver cada etapa mencionada no
item anterior?

As estratégias variam, obviamente, de acordo com sua área, mas a ideia geral é
descrever:

1. como você vai conseguir os dados da pesquisa – seja por trabalho de campo,
experimentos, revisão de bibliografia, etc.
2. como você vai abordar esses dados – se pretende fazer uma análise quantitativa ou
qualitativa, se vai cruzar dados com outras pesquisas, se vai tratar o problema de
forma retrospectiva (ou histórica), se fará estudos de caso, etc.
3. como você vai conduzir sua análises – em que perspectiva teórica embasará suas
análises; que métodos estatísticos pretende utilizar, etc.
Lembre-se de ser descritivo: mencione que tipo de equipamento vai precisar, quais
experimentos pretende fazer, como pretende conduzir o trabalho de campo, que acervos
deve visitar. Considere o máximo de recursos possíveis, entre pessoas, equipamentos e
ferramentas.

Não se espera uma descrição super detalhada numa proposta de pesquisa; porém, é
importante que você planeje como será a execução de cada etapa e que considere suas
limitações. Não adianta você propor um teste de laboratório com um equipamento que
não existe onde você pretende trabalhar. Ou uma análise de documentos que estão num
acervo inacessível. Para isso, tente pensar nas seguintes perguntas:

 do que eu preciso para fazer a pesquisa? Terei acesso a tudo isso na Instituição para
qual estou submetendo o projeto? Em caso negativo, terei como adquirir os recursos
que faltam? Como será a logística, em caso de pesquisa fora da minha instituição?
 preciso de algum curso, licença ou certificação específicos para desenvolver a
pesquisa? Como posso obtê-los?
 dependo do conhecimento de outras pessoas, que não eu mesmo e meu supervisor ou
minha supervisora? Sei como obter essa ajuda? Essas pessoas estarão disponíveis e
dispostas a me ajudar?
Quanto melhor você conseguir delinear a pesquisa antes de começá-la, mais
convincente seu projeto será. Além disso, sua execução ficará muita mais fácil!

Você pode também dividir o item sobre a metodologia em dois, separando a análise dos
resultados. Assim você será capaz de enfatizar melhor como pretende conduzir o estudo,
após a obtenção dos dados e fontes.

Título, Resumo e Bibliografia:


Nao se esqueça de dar um título ao seu projeto, escrever um resumo e adicionar a
bibliografia utilizada.

Em geral, um projeto deve conter entre 10 e 20 páginas, com bibliografia e imagens.


Nessas dimensões, seu resumo não deve ultrapassar 20 linhas. Mas (de novo!), não
esqueça de conferir se há regras específicas para a sua submissão!

Dicas valiosas
O primeiro passo para uma candidatura bem-sucedida é, na minha opinião, saber o que
se espera de você. Ou seja, confira no site da instituição se há um modelo determinado
de projeto, ou se eles têm ao menos uma lista de itens exigidos.
Nem sempre você vai encontrar informações específicas, como no caso do CNPq.
Nesses casos, tente buscar em instituições semelhantes, ou perguntar a alguém que já
teve um projeto aprovado.

Já disse acima que o site da Fapesp traz especificações para as diversas modalidades que
podem ser seguidas para outras candidaturas de bolsas ou de vagas de pós. Claro, caso
não haja um modelo próprio determinado.
Peça ajuda! Não tente inventar a roda! Você não é o primeiro ou a primeira a escrever
um projeto para determinada bolsa ou vaga. Pergunte para quem já fez, ainda mais se
você é novo no assunto ou na metodologia. Sabemos que cada pesquisa é particular,
mas como eu disse acima, há pontos básicos que devem ser tratadas em todas elas. É
isso que faz da sua proposta uma pesquisa científica.
Além disso, você pode (e deve!) adaptar seu projeto de acordo com a candidatura. Um
mesmo projeto pode ser submetido para mais de um processo seletivo. Mas convém
você enfatizar coisas diferentes, pensando na banca avaliadora ou nos objetivos gerais
da instituição. Por exemplo você pode focar no objeto, quando alguém da banca tem os
mesmos interesses, ou você pode enfatizar a metodologia ou a teoria que embasa a
pesquisa, caso os professores locais não trabalhem especificamente com o seu tema.

Observação sobre processos seletivos


Cabe dizer aqui também que os processos para a pós-graduação nas universidades
brasileiras variam imensamente. Então fique super atento ou atenta ao edital específico
da sua universidade de interesse. As diferenças não se limitam às exigências de
documentos, mas à própria concepção de processo seletivo mesmo. Por exemplo, há
instituições nas quais o futuro orientador ou a futura orientadora não podem participar
do processo de submissão e não devem discutir o projeto de pesquisa com os
candidatos. Por outro lado, há casos em que se você não entrar em contato com
professores da casa antes do processo começar, terá menos chances de aprovação. Há
casos em que você submete o projeto com o nome de quem gostaria que te orientasse;
em outros, você escreve seu projeto de acordo com uma linha de pesquisa, e é
selecionado por um professor ou professora, durante a banca avaliadora.

Por isso, repito aqui: cada submissão é um caso particular. Eu aconselho muito, para os
casos em que não há restrições a esse respeito, que você entre em contato com
professores e alunos da universidade para a qual vai submeter seu projeto. É importante
para você saber dos interesses e das disponibilidades de pesquisa da casa.

Dica final muito valiosa


Escreva o projeto não apenas para ser selecionado e aprovado; escreva um bom projeto
que já te coloque no caminho certo para a pesquisa! Eu falei num post anterior sobre
a tese de doutorado que usar o projeto como ponto de partida para escrever o trabalho
final é uma boa estratégia.
Bom, se você está lendo isso antes de escrever o seu, então pense no processo como um
todo; considere seu projeto a primeira etapa da pesquisa e não um fim em si. Sei que
muita gente escreve o projeto e depois acaba esquecendo ele na gaveta, depois da
aprovação. Tente não ser assim! Use-o como seu guia quando for pesquisar e escrever.
Isso vai te ajudar a manter uma lógica da pesquisa, a visualizar cada etapa e onde
precisa chegar. Com isso, você vai enxergar também o que deu errado de acordo com a
proposta inicial e vai aprender a considerar certos aspectos de forma diferente, na hora
de apresentar um novo projeto de pesquisa!

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