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– Ah! Ah! Ah!, riu Sua excelência, três dias depois de sua morte.
– Despir-me? Ora essa!... Não, senhor, não o farei. Quem é o senhor, diga-me,
para fazer com que eu, Duc De L'Omelette, Príncipe de Foie-Gras, já maior de
idade, autor da “Mazurkiad” e membro da Academia, deva depojar-me, a seu
pedido, dos mais suaves calções jamais feitos por Bourdon, do mais elegante robe-
de-cambre jamais confeccionado por Rombêrt... isso sem me referir ao trabalho
que me daria descalçar as luvas e tirar os papelotes de meus cabelos?
– Quem sou eu?... Ah, é verdade! Sou Belzebu, Príncipe das Moscas. Acabo de
retirá-lo de um ataúde de jacarandá tauxiado de marfim. O senhor estava
curiosamente perfumado e rotulado, como uma mercadoria a ser despachada. Foi
Belial quem o mandou – o meu Inspetor de Cemitérios. Os calções que, segundo
diz, foram feitos por Bourdon, são, com efeito, excelentes, e o seu robe-de-
cambre uma mortalha bastante ampla.
Mais il faut agir, isto é, um francês jamais fraqueja de todo. Ademais, Sua
Excelência detestava cenas... De L'Omelette recobra sua personalidade. Havia
alguns floretes sobre a mesa... E o duque aprendera esgrima com B-; il avait tué ses
six hommes. Ora, assim sendo, il peut s'échapper. Examina os dois floretes e, com
graça inimitável, concede a escolha ao Príncipe das Trevas. Horreur! Sua Alteza não
sabe esguimir!
Mais il joue!... Que lembrança feliz! Sua Excelência, porém, sempre tivera
ótima memória. “Depenara” no jogo o “Diable” do Abade Gualtier. Consta-se, a
respeito, que le Diable n'ose pas refuser un jeu d'écarté.
São dadas as cartas. O trunfo é virado... É... é... o rei! Não... é a rainha. Sua
Alteza, o Príncipe das Trevas, lançou uma imprecação ante suas vestes masculinas.
De L'Omelette levou a mão ao coração.
Jogam. O duque enumera as cartas. Sua Alteza pesadamente, faz o mesmo,
enquanto toma vinho. O duque tira furtivamente uma carta.