Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
1. INTRODUÇ O
O raciocínio proporcional é utilizado em diversos momentos em nosso cotidiano, como, por exemplo, no
simples ato de fazer um bolo, se em sua receita está escrito para utilizar quatro ovos, 1 xícara de açúcar etc,
mas você não deseja fazer uma receita inteira, talvez porque só você comerá o bolo, assim você decide fazer
meia receita e como é de se esperar você utilizará dois ovos, 1/2 xícara de açúcar e dividirá por dois todos
os outros ingredientes. Em química podemos utilizar um exemplo semelhante, porém um pouco mais
complexo. Supondo que um professor está elaborando um procedimento de uma prática experimental, em
seu teste ele utilizou 0,9000g de tetraborato de sódio (bórax), como padrão primário, para titular uma
amostra de ácido clorídrico e utilizou 11,50mL do ácido com o auxílio de uma bureta de 25,00mL, para
reduzir o erro relativo nesta titulação ele deseja dobrar o volume de ácido a ser utilizado e por isso ele
duplicará a massa de bórax.
Em matemática quando pensamos em raciocínio proporcional lembramos da famosa regra de três e utilizando
os exemplos acima podemos representar:
0,9000g 11,50mL
X 23,00mL
A regra de três mostra-se indispensável nos cálculos em química, não para exemplos tão simples quanto os
que foram expostos anteriormente, mas para exemplos um pouco mais complicados. Se o professor utilizou
0,9000g de bórax na padronização de ácido clorídrico e gastou 11,50mL do ácido nesta operação,
podemos calcular a quantidade de matéria de bórax utilizado já que conhecemos sua massa molar,
381,38g/mol.
1mol bórax 381,38g
X 0,9000g
Sabendo que um mol de bórax reagem com dois mols de ácido clorídrico podemos calcular a quantidade de
matéria de ácido clorídrico presente na amostra de ácido.
Chegamos ao mesmo resultado, mas utilizamos um menor espaço para os cálculos, importante para
relatórios ou questões dissertativas em uma avaliação. Caso esteja utilizando uma calculadora científica você
poderá colocar todas as operações na sequência e obter o resultado apertando o tecla de igual apenas uma
vez. A análise dimensional também é útil quando se deseja cacular o erro absoluto ou relativo do resultado
final, atividade fundamental na área de metrologia.
Ao multiplicar qualquer valor por 1 o produto é o próprio valor e quando dividimos um número por ele
mesmo temos como resposta 1. Essas afirmações ensinadas no ensino fundamental é a base da análise
dimensional, assim se multiplicar 0,9000g de bórax por 1 o valor não sofre alteração.
A unidade g de bórax dividido por g de bórax, no numerador da fração anterior, resulta em 1 e portanto
podemos "cancelar" estas unidades resultando, como unidade final, apenas mol de bórax. Caso tivéssemos a
situação oposta, ou seja, converter mol de bórax (0,3000 mol, por exemplo) em grama de bórax, teríamos
que fazer um raciocínio semelhante.
Neste caso o 1mol de bórax presente no numerador da fração é que foi substituído, dessa forma
"cancelamos" a unidade mol de bórax e sobrou apenas a unidade g de bórax no resultado final.
Agora, talvez, poderemos compreender melhor a análise dimensional apresentada na seção 1.2. e para ficar
mais fácil de consultar ela será apresentada novamente abaixo:
O 0,9000g de bórax, presente no numerador da primeira fração é o valor inicial que temos, neste caso a
massa de bórax utilizada na padronização; a segunda fração converte a massa de bórax em mol de bórax,
como explicado na seção anterior; a terceira fração converte a unidade mol de bórax em mol de ácido
clorídrico, já que um mol de bórax reagem com dois mols de ácido clorídrico; dividindo o mol de ácido
clorídrico pelo volume do próprio ácido gasto obtemos a concentração em mol/mL, mas geralmente
utilizamos mol/L; a quarta fração converte a unidade mL presente na primeira fração em L e por isso
obtemos o resultado na unidade desejada, mol/L. Note que cada fração que multiplica 0,9000g de bórax
equivale a uma regra de três, após multiplicarmos 0,9000g pelas duas primeiras frações obtemos a
quantidade de matéria do ácido clorídrico (em mol), ao dividir este valor por 11,50mL equivale a aplicar a
fórmula: C = n/V, e finalmente, quando multiplicamos pela ltima fração estamos convertendo a concentração
em mol/mL em mol/L. Talvez seja um pouco difícil de compreender este mecanismo no primeiro contato,
assim com foi difícil de explicá-lo, mas com um pouco de prática é possível entendê-lo muito bem e deixar
de lado a regra de três para cálculos diretamente proporcionais.
3. OUTROS EXEMPLOS
Nesta seção deixarei disponível alguns exemplos de análise dimensional em cálculos em química e alguns não
relacionados a química quando achar conveniente.
Em uma determinada rodovia o limite de velocidade para caminhões é 90km/h, qual será o valor deste limite
em m/s?
A primeira fração é a velocidade que desejamos converter, a segunda fração converte a unidade quilometro
(km) na unidade metro (m), a terceira fração converte a unidade hora (h) na unidade minutos (min) e a ltima
fração converte a unidade minuto (min) na unidade segundo (s). Ao realizar esta operação na calculadora
científica, basta inserir: e podemos visualizar o resultando apertando o botão de igual
(=) uma nica vez. Isto demonstra que a análise dimensional simplifica até sua operação na calculadora. Caso
queira simplificar mais ainda a análise exemplificada anteriormente basta juntar as duas ltimas fração em uma
para converter a unidade hora (h) na unidade minuto (min). Podemos fazer isto já que sabemos que em 1
hora há 3600 segundos.
Um corredor de 100 metros rasos apresentou uma velocidade de 10,4m/s em um dia de corrida, qual será o
valor desta velocidade me km/h?
Se compararmos esta análise dimensional com a anterior podemos constatar que as duas ltimas frações
estão invertidas, isto é fácil de compreender, na primeira convertemos km/h em m/s e nesta ltima
convertemos m/s em km/h, como as conversões são opostas basta invertemos as frações na análise
dimensional.
Considere um caminhão que desenvolveu a velocidade de 25,0m/s durante 3,00h. Quantos quilômetros este
caminhão percorreu?
As vezes ouvimos falar sobre velocidade de acesso a internet, assim podemos ouvir falar na velocidade de 1
mega, mas na verdade é anunciado 1 megabit por segundo (Mbps) e alguns programas mostra a velocidade
de acesso em quilobyte por segundo (KBps). Abaixo temos como converter o megabit por segundo em
quilobyte por segundo.
Então, um megabit por segundo (1 Mbps) é igual a 128 quilobyte por segundo (128 KBps)
Alternativamente podemos calcular como abaixo:
Ambos os cálculos anteriores estão corretos, mas, como seguem metodologias diferentes, o segundo chega
ao mesmo resultado de forma mais simples. Para isto basta saber que 1 M = 1024K e 1 Byte = 8 bits.
Observem também que o Mega utilizado em cálculos em Química é diferente do Mega utilizado em alguns
cálculos em Informática. Assim, em Química 1M = 106, mas em Informática 1M = 210K = 1024K; notem
também que em Informática o quilo é representado por K (maiúsculo) em Química o quilo é representado
por k (minúsculo).
Qual massa de gás hidrogênio deve reagir em uma célula de combustível para liberar 38,0MJ de energia?
Considere a entalpia de formação da água segundo a equação abaixo:
Observe que a primeira fração converte a unidade MJ em kJ, a segunda fração utiliza a informação fornecida
na equação termodinâmica da formação da água, onde temos que para formar um mol de água (ou para
consumir um mol de hidrogênio) ocorre a liberação de 242kJ de energia. A última fração converte a
quantidade de matéria (mol) de hidrogênio em massa de hidrogênio, utilizando a massa molar do gás
hidrogênio: 2,016g/mol.
Ainda considerando os dados do exemplo anterior podemos perguntar: Qual massa de gás oxigênio deve
reagir em uma célula de combustível para liberar 38,0MJ de energia?
Durante um processo eletroquímico ocorre a formação de íons prata (Ag+) a uma taxa de 2,00x10-15mol
Ag+ a cada 1000s. Calcule a corrente aplicada ao processo e considere a constante de Faraday:
96500C/mol e- e a semi-reação de redução do íon Ag+: Ag+ + e- Ag.
Neste caso é importante lembrar que a carga (Q) é o produto da corrente (i) pelo tempo da eletrólise (∆t),
ou, em forma de equação matemática: Q = i x ∆t.
A primeira fração é a taxa de eletrólise da prata, fornecida no próprio exemplo, a segunda fração converte a
quantidade de matéria de prata (mol Ag+) em quantidade de matéria de elétrons (mol e-), a terceira fração é
a própria constante de Faraday para converter a quantidade de matérias de elétrons na carga em Coulomb
(C), a quarta fração converte a corrente em Amperes (A). Podemos compreender de forma alternativa que o
produto numerador da primeira fração pelas demais frações obtemos a carga (Q) do processo e dividindo
este valor por 1000s, aplicamos a fórmula, i = Q/ t, e obtemos a corrente aplicada durante o processo.
Qual o volume de ácido sulfúrico concentrado é necessário para preparar 500mL de uma solução diluída
com concentração de 0,10mol/L? Dados: d(H2SO4) = 1,841g/mL; M(H2SO4) = 98,09g/mol; T%(H2SO4)
= 98,0%.
Note neste caso que o volume do ácido concentrado não mudará o resultado, pois caso o valor no
numerador da primeira fração seja alterado o denominador da mesma fração será modificada na mesma
proporção. Assim, se repetirmos o cálculo acima a partir de 500mL de ácido sulfúrico concentrado obtemos:
O exemplo anterior é útil para demonstrar outra utilização da análise dimensional, a criação de fórmulas que
podem aumentar a velocidade de diversos cálculos, isto é importante quando, por exemplo, é necessário
aplicar o mesmo cálculo para diversas amostras. Como vimos, no exemplo anterior, o volume de ácido
concentração não irá alterar o resultado final, partiremos, portanto, do primeiro caso.
Onde:
Concentração em massa
1000 fator de conversão
densidade do ácido concentrado em g/mL
(letra grega tau) Título do ácido concentração (valor entre 0 e 1 e sem unidade)
Observem que 1000 é obtida na primeira fração da análise dimensional, e são obtidos, respectivamente
da segunda e terceira fração da análise dimensional.
A vantagem da fórmula é que ganhamos em velocidade, como explícito anteriormente, isto é necessário
quando aplicamos o mesmo cálculos para diversas amostras em seguida. A desvantagem é que não
trabalhamos com as unidades, caso alguns dos valores estejam com outra unidade é necessário converter o
valor para a unidade correta antes de aplicarmos na fórmula, o que elimina a própria vantagem obtida com a
utilização da fórmula, a velocidade. Por isso eu não recomendo a utilização da fórmulas, além disso temos a
sensação de que não sabemos o que estamos calculando, apenas aplicamos a fórmula sem entender o
mecanismo. Já com a análise dimensional você compreende o mecanismo, o raciocínio aplicado no cálculo,
você tem o controle do processo, caso contrário você nem consegue terminar a análise dimensional. Mesmo
assim, muitos métodos de análises utilizam fórmulas e por isso elas foram citadas nesta seção, mas se você
compreender o mecanismo da análise dimensional será capaz de entender a origem de diversas fórmulas,
modificá-las quando necessário e até mesmo criar suas próprias fórmulas.
6. OUTROS LINKS
Este é um material online sujeito a alteraç es, ou seja, revis es e adição de novos
tópicos podem ocorrer. Esta é a versão 1.00.48.