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99 1. Introdução
O alho (Allium sativum L.) é uma das espécies cultivadas mais antigas do mundo.
É plantado há mais de 5.000 anos pelos hindus, árabes e egípcios. A espécie é
Técnica
Circular
Uma vez em solo brasileiro, o alho ficou por mais de quatro séculos restrito ao
plantio de fundo de quintal, onde era cultivado em pequena quantidade para suprir
a demanda familiar.
Brasília, DF
Dezembro, 2011
Autores
Francisco Vilela Resende
fresende@cnph.embrapa.br
Eng. Agr., DSc.
Embrapa Hortaliças
C.P.218, Brasília, DF,
70.351-970
Foto: Francisco Vilela Resende
É uma planta herbácea com as bainhas das folhas 2. A cultura do alho no Brasil
formando um pseudocaule ereto e único. Na parte
inferior deste pseudocaule ocorre o desenvolvimento O alho é uma das hortaliças de maior importância
subterrâneo de um bulbo composto formado por econômica e social no Brasil. Tem-se registrado
bulbilhos (dentes). O número de bulbilhos por cultivo de alho em cerca de 800 municípios
bulbo é muito variável, sendo esta uma importante brasileiros distribuídos em 12 estados, ocupando
característica para diferenciação das cultivares uma área de mais de 10 mil ha (IBGE, 2010).
(FILGUEIRA, 1982). Entretanto, os estados com participação mais
expressiva na produção no Brasil são: GO, MG, RS,
Os bulbilhos são estruturas ricas em amido e SC e BA, os quais contribuem com mais de 90% da
substâncias aromáticas de alto valor condimentar. produção nacional.
Eles contém as gemas de brotação, que são as
únicas estruturas de reprodução do alho. Por estas Nos últimos anos, as Regiões Sudeste, Nordeste e
características, a transmissão e a perpetuação de Centro-Oeste aumentaram sua participação na oferta
muitas pragas e doenças são facilitadas no cultivo. nacional de alho, com enormes benefícios ao setor,
contribuindo para a valorização da produção nacional
Além do uso na culinária como condimento, o alho e a estabilização de preços, e evitando a perda de
tem grandes propriedades fitoterápicas. Segundo divisas pela substituição de parte do alho até então
Agarwal (1996) as propriedades farmacológicas importado da China, da Espanha e do México.
do alho podem ser utilizadas no tratamento de
verminoses, desconfortos gastrintestinais, colesterol Tem-se observado ao longo da última década
alto, hipertensão, doença cardiovascular, câncer, grandes variações na área plantada e na quantidade
além das atividades antiinflamatória, antimicrobiana de alho produzida no Brasil. Isto se deve, em grande
e antiasmática. parte, às oscilações de mercado ocasionadas
principalmente pela entrada do alho chinês no País,
Por ser uma planta de clima ameno, temperaturas resultando em desestímulo dos agricultores em
entre 10 e 15 ºC são essenciais para a bulbificação virtude dos baixos preços recebidos pelo produto
(formação da cabeça) do alho. Outro fator (Figura 1).
importante é o fotoperíodo (número de horas entre
o nascer e o pôr-do-sol). Os grupos de cultivares Por outro lado, tem-se observado aumentos
possuem fotoperíodos críticos, só formando o bulbo significativos de produtividade ao longo dos anos,
acima de um determinado número de horas de mais de 2,5 t.ha-1 entre 2000 e 2008.
luz diárias. As cultivares do Grupo Nobre exigem Esse avanço tem sido conseguido pela introdução
maior número de horas luz para formar cabeça que de novas tecnologias e, principalmente, pela
as cultivares do Grupo Comum. Assim, a cultivar conscientização dos produtores acerca da
Caçador, pertencente ao grupo dos alhos nobres necessidade de sempre se plantar alho-semente de
necessita de fotoperíodo acima de 11-12 h para alta qualidade (Figura 1).
bulbificar, enquanto que a cultivar de alho comum
Cateto Roxo, bulbifica com apenas 9 h de luz.
Os produtores de alho no Brasil podem ser divididos dwarf virus (OYDV), Leek yellow stripe virus (LYSV);
em duas categorias: a primeira é formada por os carlavírus Garlic common latent virus (GCLV),
aqueles que utilizam cultivares de alho nobre roxo, e Shallot latent virus (SLV), e os allexivírus Garlic
que produzem bulbos de alto valor comercial e miteborne filamentous virus (GarMbFV), Garlic virus
com até 20 dentes por cabeça. A segunda agrupa A (GarV-A), Garlic virus C (GarV-C) e Garlic virus
os produtores de alho comum, também chamado D (GarV-D) que foram detectados em amostras
de tropical ou semi-nobre, que são cultivares coletadas nas regiões produtoras de alguns estados
mais rústicas, que produzem bulbos de formato e brasileiros (FAJARDO et al. 2002; MELO FILHO
aparência menos atrativa para o consumidor. et al., 2006).
Esta última categoria é formada por pequenos Os vírus são transmitidos e disseminados dentro
produtores familiares distribuídos por várias regiões e entre lavouras de alho por pulgões e ácaros. A
do País. A maioria desses produtores utiliza alho- planta, uma vez infectada, passa a multiplicar o vírus
semente de suas próprias lavouras comerciais, no bulbo ao longo dos anos, tornado uma fonte de
muitos selecionam os bulbos e dentes pequenos, vírus permanente. A disseminação da doença no
que são inviáveis para comercialização, para formar campo, quando o inóculo está presente, se dá pela
a lavoura do ano seguinte. Desta forma, as lavouras migração dos afídeos de fora para dentro da cultura,
desses produtores tem-se apresentado com alto uma vez que os afídeos, normalmente, não colonizam
grau de perdas de rendimento ocasionadas por o alho. Os potyvírus e os carlavírus são transmitidos
deficiências nutricionais, pragas e principalmente por afídeos em relação de transmissão do tipo não
infecções virais. A degenerescência se deve à persistente, ou seja, o afídeo, ao visitar uma planta
propagação exclusivamente vegetativa do alho, que doente, é capaz de adquirir o vírus e transmiti-lo a
em cultivos sucessivos, tende a perpetuar e agravar outras plantas em segundos, durante a “picada de
os sintomas advindos da infecção viral, sendo que prova”. Já os allexivírus são transmitidos por ácaros
os vírus são considerados o principal agente indutor em uma relação de transmissão do tipo persistente
desta anormalidade A degenerescência tem como ou circulativa, ou seja, estes vetores precisam se
principais consequências a redução gradual da alimentar por algumas horas ou dias nas plantas
produção e a perda da qualidade e da capacidade de tanto para adquirir o vírus em planta infectada quanto
conservação do alho no armazenamento (CARVALHO para transmiti-lo para planta sadia.
et al., 1981; DUSI, 1995).
A pulverização com inseticidas praticamente não
tem efeito no controle dos potyvírus e carlavírus,
3. As viroses na cultura do alho pois o vetor transmite o vírus em poucos segundos,
antes que o afídeo morra em decorrência da ação do
A propagação vegetativa do alho através de inseticida (PETERS et al., 1990).
bulbilhos (dentes) faz com que a cultura sofra muito
com a ocorrência de pragas e doenças que podem A obtenção de plantas livres de vírus somente
ser transmitidas via alho-semente. As doenças é possível através de um processo de limpeza
mais importantes transmitidas via alho-semente clonal, realizado em laboratórios especializados que
contaminado são a podridão branca (causada envolve técnicas de termoterapia dos bulbilhos e
pelo fungo Sclerotium cepivorum), podridão de de cultura “in vitro” de seus ápices caulinares. Este
nematoide (causada pelo nematoide de haste e processo, além da retirada dos vírus dos explantes,
bulbo Ditylenchus dipsaci), fusariose (causada pelo elimina também as demais pragas eventualmente
fungo Fusarium spp.), ácaro (Eriophyes tulipae) e presentes nos bulbilhos. Os bulbos obtidos “in
as viroses (causadas por diversas espécies de vírus vitro” são multiplicados em condições controladas e
pertencentes aos gêneros Allexivirus, Carlavirus e posteriormente testados para confirmar sua sanidade,
Potyvirus). um processo denominado indexação (TORRES et al.,
2000).
As infecções viróticas em alho normalmente são
causadas por mais de um vírus em complexo, sendo Para a indexação, os bulbinhos são plantados em
que a maioria das cultivares comerciais plantados no vasos contendo solo esterilizado e mantidos em
Brasil e em vários países do mundo estão infectadas câmara de crescimento ou casas de vegetação. As
com pelos menos um vírus (CARVALHO, 1986; plantas que deles se desenvolvem são testadas para
CONCI et al., 1991). Os vírus mais comuns nas vírus por meio do teste dot-Elisa (Elisa em membrana
condições brasileiras são os potyvírus Onion yellow de nitrocelulose), utilizando-se antissoro policlonal
4 Produção de alho-semente livre de vírus em pequenas propriedades
polivalente, que permite identificar as principais A avaliação dos níveis de reinfecção e consequente
espécies de vírus do alho (TANABE, 1999) e um degenerescência de clones de alho livres de vírus em
antissoro para OYDV. As plantas identificadas como condições de campo é uma condição fundamental
infectadas com vírus são descartadas. Os bulbos das para o estabelecimento de programas de produção
plantas sadias são novamente plantados em casa de de alho-semente que possam ser gerenciados e
vegetação no ano seguinte, e as plantas resultantes conduzidos pelo produtor comercial.
são novamente indexadas por meio do dot-Elisa.
O processo é repetido durante três anos para se O estabelecimento de lavouras comerciais a partir
aumentar a confiabilidade do processo de indexação. de alho-semente livre de vírus exige atenção com o
manejo fitotécnico e nutricional da cultura, que se
Os bulbos comprovadamente livres de vírus distancia grandemente em alguns aspectos do uso
são plantados para multiplicação em canteiros de bulbilhos infectados. Por exemplo, saber que o
suspensos com substratos esterilizados dentro de alho livre de vírus exige maiores cuidados no controle
telados á prova de pulgões e com absoluto controle fitossanitário e na irrigação, que exige maiores
fitossanitário. Desta forma são gerados estoques espaçamentos, que tem maior exigência nutricional,
básicos de alho-semente livres de vírus que serão é fundamental para explorar todo o potencial desta
posteriormente transferidos aos produtores. tecnologia.
Estas diferenças podem ser notadas já por ocasião do
4. Degenerescência e desempenho plantio, tanto na velocidade quanto na porcentagem
agronômico do alho livre de vírus de emergência dos bulbilhos. Em alguns estudos
observou-se 100% de emergência dos bulbilhos
Quando expostos a condições de reinfecção viral ao livres de vírus, enquanto para os bulbilhos infectados
longo de sucessivas multiplicações, clones de alho a média foi 10% inferior. Outro fator importante, que
inicialmente livre de vírus podem retornar á condição exige atenção do produtor para o manejo da cultura,
inicial de elevada infecção. Ao longo deste período, é que ao longo de todo o ciclo da cultura plantas
o vigor vegetativo e a produtividade vão sendo livres de vírus apresentam crescimento e vigor
gradativamente reduzidos, processo denominado vegetativo superior àquelas infectadas. A altura da
degenerescência. Um clone de alho livre de vírus planta, o número de folhas por planta e os diâmetros
da cultivar Cateto Roxo teve sua degenerescência do pseudocaule e bulbo, além da coloração verde
avaliada durante sete anos consecutivos de cultivo intensa das folhas aumentam significativamente em
no Campo Experimental da Embrapa Hortaliças plantas de alho livres de vírus (CARVALHO et al.,
com alta pressão de inóculo e como esperado, 1981; RESENDE, 1993; RESENDE, 1997; RESENDE
apresentou queda gradativa de produtividade (Figura et al., 1999). O alongamento do ciclo cultural
2). Entretanto, a reinfecção não se mostrou ser um também é frequentemente observado, chegou a
processo drástico, uma vez que mesmo após este ser 15 dias mais longo para um clone livre de vírus
período, sete gerações, o clone – inicialmente livre de da Cultivar Gigante Roxo em relação ao infectado
vírus – ainda apresentava produção 20% superior a (RESENDE, 1993).
do clone infectado (MELO FILHO et al., 2003).
O aumento de produtividade proporcionado pela alho obtidos in vitro por cultivo de ápices caulinares
eliminação dos vírus do alho tem sido demonstrado e por multiplicação convencional no campo (Tabela
por diversos trabalhos. Dependendo do nível de 1). Para todas as cultivares, os clones convencionais
infecção viral da cultivar pode-se obter ganhos apresentaram maior porcentagem de bulbos não
de produtividade que ultrapassam 100% com a comerciais que os obtidos in vitro. A média de bulbos
realização da limpeza viral. Para o alho comum ou
descartados como não comerciais, considerando as
semi-nobre, clones obtidos por cultivo de ápices
quatro cultivares, foi de 2,6% para clones obtidos in
caulinares apresentam, com frequência, médias de
vitro e 12,8% para clones convencionais.
produtividade entre 20 e 50% superiores aquelas
do mesmo material tradicionalmente multiplicado
em condições de campo (CARVALHO et al., 1981; 5. Aspectos nutricionais
RESENDE, 1997; RESENDE et al., 1999). Em alguns
casos, estes valores podem ultrapassar até mesmo O conhecimento dos níveis de extração de nutrientes
100% de aumento (RESENDE, 1993). Em cultivares por plantas obtidas a partir de alho-semente livre de
de alho nobre, como Chonan, Quitéria e São vírus é fundamental para o manejo e definição da
Lourenço, foram encontradas diferenças oscilando adubação. Isto deve-se ao fato de o potencial de de-
entre 8,8 e 38% de produção entre clones livres e senvolvimento e de produção deste tipo de alho ser
clones infectados por vírus (GARCIA et al., 1989).
diretamente proporcional ao aumento dos níveis de
Entretanto, valores de até 48% foram observados
fertilização da cultura.
para a cultivar Quitéria (BARNI & GARCIA, 1994).
O vigor vegetativo e a produtividade elevados,
Tabela 1. Produção total e comercial e relação entre além do ciclo cultural mais longo das plantas
produção total e comercial de plantas oriundas de obtidas por ápices caulinares e/ou livre de vírus
propagação por ápices caulinares e convencionais resulta, consequentemente, em maior exigência
das cultivares de alho Gravatá, Gigante Roxão, em nutrientes. Portanto, essas plantas necessitam
Gigante Roxo e Lavínia. Marília – SP, 2000. de cuidados específicos e de maior atenção com a
adubação, tanto em termos de quantidade aplicada
Produção Produção Bulbos não e tipo de adubo quanto do parcelamento ao longo do
Forma total Comercial comerciais
propagação ciclo da cultura. Com isto, as adubações deverão ser
(t.ha-1) (t.ha-1) (%) reavaliadas e redimensionadas em cultivos comerciais
Cultivar Gravatá de alho oriundo de bulbilhos livres de vírus, uma vez
Ápices caulinares 21,98 21,88 0,46 que todos os nutrientes serão exigidos em maiores
Convencional 16,21 14,60 9,94 quantidades por estas plantas em condições de
Cultivar Gigante Roxão campo (Tabela 2) .
Ápices caulinares 20,98 20,05 4,44
Convencional 12,02 9,85 18,06 Na situação apresentada na Tabela 2, o estudo foi
Cultivar Gigante Roxo feito em condições normais de cultivo em campo,
Ápices caulinares 18,24 18,07 0,94 utilizando uma população de 350.000 plantas por
Convencional 11,09 9,52 14,16 ha. Neste caso, a produtividade do alho oriundo
Cultivar Lavínia de plantas obtidas pela multiplicação por ápices
Ápices caulinares 18,77 17,91 4,59 caulinares foi de aproximadamente o dobro da
Convencional 15,21 13,79 9,34 produtividade em relação ao alho mantido por
Fonte: Resende et al. (2000)
propagação convencional por bulbilhos, chegando a
16,33 e 8,17 t/ha, respectivamente.
Além da produtividade, a qualidade dos bulbos A extração de nutrientes pelo alho mantido por
produzidos é um aspecto mais importante a ser multiplicação por bulbilhos em campo seguiu a
considerado pelo produtor comercial de alho, uma seguinte ordem decrescente: N>K>Ca>S>P>Mg.
vez que está diretamente ligado à valoração em Em plantas provenientes de cultura de ápices
termos financeiros da sua produção. Neste sentido
caulinares ocorreu uma inversão entre N e K, sendo
tem-se observado redução significativa de bulbos não
este último o nutriente mais exigido (RESENDE et al.
comerciais em clones de alho livres de vírus. Resende
1999).
et al. (2000) avaliou clones de quatro cultivares de
6 Produção de alho-semente livre de vírus em pequenas propriedades
A Embrapa Hortaliças tem fornecido, dentro das área comercial deve ser separada exclusivamente
possibilidades, o alho-semente livre de vírus para o para produção de alho-semente e os níveis de
primeiro plantio de multiplicação no telado (18 m²). A reinfecção serão reduzidos gradativamente ao longo
partir daí cabe ao produtor implementar as medidas e dos anos, quando a área comercial estiver sendo
os cuidados necessários para multiplicar as sementes cultivada somente com alho-semente proveniente do
livres de vírus obtidas e preservar o telado, e com
telado.
isso manter a qualidade fitossanitária deste estoque
inicial de alho-semente para os plantios subsequentes
O sistema de multiplicação proposto induz o
no telado e em campo.
produtor de alho a separar a área para produção
No telado, o alho pode ser plantado em de semente da área de alho comercial, quebrando
espaçamentos inferiores aos usados nos plantios o vicio praticado principalmente por pequenos
comerciais, uma vez que é priorizada a obtenção da produtores, de utilizar os menores bulbos como alho-
maior quantidade possível de alho-semente. Assim, semente da safra seguinte. Desta forma melhora-
recomenda-se utilizar 0,05 m entre plantas e 0,10 m se a qualidade do alho-semente não apenas em
entre linhas ou 0,08 m entre plantas e 0,10 m entre
termos fitossanitários, mas permite-se a seleção dos
linhas. Nos campos de multiplicação fora do telado,
melhores bulbos e bulbilhos para o plantio, elimina-
pode-se adotar também espaçamentos menores.
se o uso de bulbos-refugo da comercialização como
Entretanto, os produtores têm preferido adotar
espaçamentos comerciais, aumentando as dimensões semente e sobretudo evita-se o intercâmbio de
destes campos de produção, chegando a ultrapassar alho-semente, dificultando disseminação de pragas
a 150 m² e 1500 m² respectivamente para o primeiro e doenças e sementes de baixa qualidade entre
e segundo campos de alho-semente. propriedades e regiões.
suas propriedades.
que variavam de 10 a 40% nas lavouras tradicionais Posteriormente, os produtores foram capacitados
daquela região, foi reduzido para patamares inferiores no sentido de adotar um sistema de produção
a 3% após a introdução da tecnologia (Tabela 3). que permitiu explorar todo potencial produtivo da
tecnologia do alho livre de vírus (Figuras 7 e 8).
Os resultados previamente citados foram obtidos sem
qualquer interferência no sistema de produção além A partir da safra de 2004, foi implementado um
da mudança do alho-semente. Entretanto, o manejo programa de capacitação e distribuição de alho-
da cultura da cultura do alho na região apresentava semente livre de vírus nesta região, através de uma
muitos problemas, desde plantios muito adensados ação conjunta da prefeitura municipal de Cristópolis,
até ponto de colheita inadequado. EBDA e Embrapa Hortaliças.
Tabela 3. Classificação de bulbos por diâmetro, produção total (PT), peso médio de bulbo (PMB) e estande
final (EF) de alho infectado do produtor (AC) e oriundos de alho-semente livres de vírus (ALV) em 1ª e 2ª
exposição ao campo nas unidades de validação (UV) de Cristópolis – BA, 2004.
Ministério da
Agricultura, Pecuária
e Abasteceimento