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M. E.

De La CROIX
Da associação Sacerdotal

A Vocação
Sacerdotal
CONSIDERAÇOES PRATICAS
Destinadas todo. os fiéis: sacerdotes e
seminaristas, famílias cristas e almas
piedosas.
CRUZ

Setembro 1942
NIHLOBSTAT S. Pauli, 14 Augusti
1942
Canonirus J. Gontatves
Censor

IMPRIMATUR
S. 14 - 1942 Josephus
Monteiro
PREFÁCIO

O aparecimento em nas,"' idioma do lioro A


VOCAÇÃO SACERDOTAL, de M. E. Lã croa é uma que cai
sobre o Brastl. Habeat sua fata libelli. sei-o bem, Ñdo no
entanto, gue p•05M este entre nós; ter outro. destino
que não o dc prodigiogc facundidade.
Simplesmente p«que trata de problema que no
Brasil se reveste de gcgvis.simo sentido o problema das
ooeaç&s parg o sacerdócio? Não
Mas tumbem porque o faz em linguagem de tão
extrgocdináric unção e -tat surpreendente eficácia que
nenhuma alma, diante dele, poderá deixar de
tocada do de apostolada fx•raieo que nele pulag.
Encontrou Croix expressões — cheias,
no entanto, de simplicidade pura definir
sentido profundo e g dignidade mc do sacerdócio
em face dg realidade divina» Assim como óa.nar•nos ao
dever sagrado de çdo na dificü errtpreita de adivinhar,
descobrir e focnecec numorosos trabalhadores para a
Vinha do
desta Finalidade, diga:no.s,
prática. fica ainda sendo o de H. E. Croix,
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br
6 M. E. DE LÃ CROtX
peia agra de contemplação comovida o enootoe todo.
um de Oidã inteaor de atuaçãg "do menos podeeosg do
que, por exempto, A ORAÇÃO DE TODAS AS
HORAS. do Padre Pierre Chutes, que tanto amamos no
Brasil.
De suas páginas ninguem g;ircf sem ter feito. com a
de Deus. um passo à frente na compreensão do
verdadeiro destino do e.pirito.

TASSO SILVEIRA.
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Prefácio
Fetas páginas faram escritas c convite pessoal de
Sua Santidade Pio XI. que se dignou precisar-nos o
pensamento C respeito de certos pontos, e a quem
fizemos presente o mant,cxrito, cnas da impzvssão, parc
dele receber uma benção espcial.
Consoante o desejo do Somo Pontifico tratánaos a
questéo da occgçáo sacerdotal sob os e,
tanto qaanto possível, de maneira simples e prática,
afim de pô-la ao alcance de todos.
por isso, ao mesmo tempo que estabelecendo
as relações estreitas que unem o Sacerdote a Jesús. o
Su• mo Sacerdote, e relembrando freqgeatena•ente esta
grande verdade, para dar do Sacerdócio umg justa e santa
noção. encarámos a vogqão sacerdotal em suas relações
múltiplas com o eleito, com ã familig e com ã sociedade,

Feita a ama tambem não há maior honra urna família,


nem mais preciosa a socie«ade, do que mais um
Sacerdote em Eia.

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OE Ltv CROtx

g importárxig dg escolha judiciosa dg çóes


sacerdotciG e da sua e o deoee que às famílias
como as almas cratús incumbe de rê das.
Exigindo a sgnti"de no Sácerdore. não fazernos mais do
que tirar tema conclusão lógica do eda missão deste, Se é
urgente multiplicar-se o nú- mero doa Saterdc«s, mais urgente
ainda é ter Sacerdotes que honrem o Sacerdócio e frutos
de
Existem, contudo, cu;tras condições necessárias paz ta
tornar frutuoso o ministério sacerdotal, e que eumpee ter em
conta no da firmação clerical. cgmo•las, e não cremas
qué te poua descurar mente qualqaer delas.
A questão das vocações neerdotãis é u,rm dag mais
graves dos tempos graais. Compreendem-se as soz
liátudes do Nosso Santo Padre o BPC a esse
Quem, pois, entre, filhos não teria g peito com
os sentimentos e secundar-lhe os forço; ?
Seza Santidade Pio XI exprimiu degjo de esta
obra espalhgr-ge nos Seminários e no seio das
familiG5., de examiná-la, nos um dos mais
teólogos de Rama que lhe cpresúgmos c impressão. ng
certeza do • bem que eerediraog dever erg produzir.
Possam estas págims concorrer para g glória de
Je.aús. o Sumo Sacerdote, obtendo parg ã Sana Igreja
Sacerdotes numerosos e
A VOCAÇÃO
Filiatngnte as coioccmos sob a proteção da tissimg
Virgem, Rainha do Clero, a quem Jesús cdi fiou a formação e
o cuidado das almos ucerdotgis.

M. E. DE LA CROIX.
de Maio de 1926,

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PRIMEIRA PARTE
O CHAMADO AO SACERDóCIO

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*Chama Jesús todos os homen5 salvação eter•
na; foi por eles que nasceu, padeceu e morreu.
Não obstante, variados são os caminhos pelos
quais os conduz ao céu. Cada alma recebe dons,
aptidões em relação O seu estado e com a misa são
que deve cumprir,
Essas missões São diversas como os estados de
vida. Algumas, mais sagradas, assumem o carater de
uma voeaçao. Todas as vocaçóes são ordenadas em mira
à salvaçao. e a elas deve cada um mostrar• se
generosamente fiel, Umas há, porem, mais elevadas que
outras, e entre estas ocupa a primeira linha a vocaçao
sacerdotal,
Admite-se que nem todos são indistintamente
chamados ao Sacerdócio.e
O Oficio do Sacerdote corresponde a uma mis•
são por demais etevada,. requer qualidades
demasiado especiais, comporta responsabilidades
sobeja• mente grandes e confere poderes
demasiadamente extensas, para que táo alta
vocação não seja efeito de um chamado particular e
de uma escolha individual,
Essa condição é essencial tanto para lhe receber
a honra quanto para lhe desempenhar as funções.
O Sacerdote é um *chamado", uau
"escolhido". um "privilegiado" de Deus.

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DE CROIX
M, E. LÃ
o que faz Sina grandeza. E' o que lhe assegara
as graças da Sila sublitne e dencada missão.
Dai a importância capital de conhecer-se a
escolha dc Deus sobre as almas sacerdotais. Só
estas pdetu. aspirar à do Sacerdócio, ' 'Ninguezn se
arrogue essa honra. senão o que é chamado par
Deus'*, S, Paulo. quisqua.m sumit sibi honorem,
sed qui vocatLtr a Deo"
Essa escolha divina comporta uma dignidade
sem igual, que só ao Sacerdote, pias que
ressalta sobre a familia e a sociedade. E' por isso
que todos gio interessados nas vocaçees sa
cerdotais„
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CAPITULO PRIMEIRO
O SACERDOCIO SUPÕE UMA ESCOLHA
DIVINA

— Uma escolha.
Evidentemente. de forma alguma
pode c Sacerdócio ser considerado
como coisa comum, {crtuita:
por exemplo, como efeito do acaso.
conse• quência de certos
acontecimentos, resultantes de
cunstáacias diversas, desfecho de
situações partica• lares. etc- Se
assim Era, o Sacerdócio sena algo de
facultativo c de sem valar; que, por
consegua:nt.e, poderia ser aceito ou
rejeitado impunemente vontude ; o
que absolutamente nio corresponde à
justa concepção que os cristãos
habitualmente fazem do Sacerdócio.
Sem dúvida alguma. há uma que
preside à escolha de um Sacerdote,
Essa escolha de ve ser inteligente,
sábia, judiciosa, feita em vista de
determinado' em o papel que
16 M. DE CROIX
o Sacerdote é destinado a
desempenhar,
Só se dirigem para o Sacerdócio
aqueles que a ele se crêm chamados. Só
sio ardenados pelo Bispo aqueles que
este acredita serem eleitos do

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E.
A origem da vocação sacerdotal, como ao seu
COf'Oat:nento pela pte;sid.e e um
pensamento mestre há chamamento; a pesco:a é
verdadeiramente escolhida por Deus.

2 Escolha divina.
Se Sacerdócio é a consequência de uma escolha real,
segue que possa qualquer um dar-se a si mesmo essa
vocação pelo simples fato de se determinar a abraçá-la.
O eleito nio faz o chamadó, c res• pondelhe. A
vocaçáo sacerdotal depende gem da vontade
humana, nem da intensidade dos desejos, como tão
pouco do capricho ou da ImaginaçiO, Os mais betos
planos do futuro nio têm valor algum se nic
repopsarera em base real e séria. A base da vocação
sacerdotal é o chamamento do alto; o resto é mera
consequência e expansão disso.
gomos donos da graça, dá-a Deus a quem
quer e medida qve lhe apraz. pois, saria creat para
Ei, por si mesmo, uma missão na ordem
sobrenatural, e pretender d.lspcc a seu talan. te de
graças especiais destinan•s um fim determinado a
que não fosse chamado?
Ora, o Sacerdócio é algo dc puramente
sobrenatural. que depende •unieamente da vontade
divina, e que Deus • distribuc às almas segundo a
sua sabedoria e beneplácito.
Jesús teve o cuidado de no-lo declarar
formalmente, dizendo: "Não tostes vós que mc
escolhestes. tuas eu que vas escolhi"
E' a esta luz de verdade que cumpre considerar a
vocação sacerdotal para lhe apreciar a excelência
A VOCAÇÃO 17
e Ibe corresponder fielmente, se a ela
sentir-se alguem chamado.

3* Escolha na origem.
A vocaçáo sacerdotal não é uma
escolha que Deus fez do eleito no
curso da sua vida, numa época de
maior fervor, em seguida a
circunstâncias providenciais. em
recompensa de um merecimento
qualqaeÇ por uma necessidade de
momento. Os acontecimentos hgmaaos
e as disposições do viduo
absolutamente não influem nas
escolhas de Cumpre remontar a
mais alto, até aos deere tos
eternos. ra descobrir em sua origem
a voc;asio
No pensamento de Deus, a ereaçao
futura de uma alma sacerdotal já
está assinalada com O cunho das
escolhas dhvinas; quando ela é
creada, faz mais do que realizar no
tempo o pensamento eter• no de,
Desde toda eternidade foi o
Sacerdote escolhido por para scr
seu ministro e' representante. A
sua vocação é eterna e divina.
Haverá algo maior?
4. — Escolha divina no
fina..
Divina na origem, a vocação
sacerdotal tambem o é n.0 fim. O
Sacerdote recebe uma missão
sobrenatural, em vista dos
interesses maiores de

tem a, liberdade de consagrar-se a


umas ou a outras; só existe para
ser intermediário entre Deus e os
homens- O seg oiieio é todo divino;
ele só foi escolhido para
cumpr5•lo,
Xada engrandece tanto a vocação
sacerdotal
20 M. DE CROIX
28 A

por outro lado, nadá lhe torna mais temíveis ag


respoasabilidades.

5. — divina na participaño do Sacer


d6cio de Jesús.
Nada há de grande. santo, divino como o
mistério dá Incarnação do Verbo.
O Filho de Deus aparece na humanidade com a
honra do seu Sacerdócio. o Sacerdote eterno que
vem oferecer seu Sacriñcio. Toda a sua missão
consiste no exercício do seu Sacerdócioe
continuado durante toda a vida e coroado pela
imolação suprema do Calvários

Para aplicar ao mundo os merecimentog do Sa


crificio do Salvador, a Igója recorre aos Sacerdotes que
participam do mesmo Sacerdócio de Jesús e que
cumprem na tetra idêntica missão.
Não pode haver vocação mais elevada, nem
escolha Ciais divina,
Compreende-se que Jesús haja afirmado ter.
só Ele. O direito de escolher seus Sacerdotes.
Serve-se ele dos homens para manifestar suas
21 M. DE CROIX
vontades mas, agates que seus eleitos sejam
chamadas a subir os degraus do santuário, já Ele os
escolhen e marcou com o cunho das stzas eternas
e sacerdotais predes-

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r
CAPITULO SEGUNDO
O SACERDÓCIO UMA GRAÇA PAPA O
ELEITO

1 — Graça privilegiada.
Encarado sob o aspecto humano. o Sacerdote
ocupa uma posigáo honrosa na sociedade ; mas, aci
ma dessa dignidade terrena. há uma consideração
da qual tira o Sacerdote sua grandeza toda: que o
Sacerdócio é uma particular que recebe gratuitamente
da bondade de Jesús.
Sendo, é, de ordem exclusivamente sobre. hatural
no fim e nos meios, essa escolha que Jesús faz do seu
Sacerdote, é urn dom um favor especsal, um
efeito do seu amor, uma graça privilegiada. de que nos
devemos julgai* indignos, mas que devemos considerar
com grande espirito de fé, com viva gratidão e com
desejo ardente de a ela correspondermos par um amor
generoso e por ema fidelidade constante,
Se a menor graça tem o seu valor, visto ser o fruto
dos merecimentos e sofrimentos de Jesús, que dizer
da graça sacerdotal que eleva a alma a uma
dignidade tão sublime e lhe confere poderes tão
extensos e divinos!
O simples fato de ser no de
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24 M. DE CROIX
E.
uma multidão de outros para camÑtit na Igreja tão
alta missão, é privilégio incomparavelr que ficará
sempre o segredo da sabedoria e da miseri• cárdia
divinas,
O eleito do santuário the meditará demais a
sublimidade, e nessa graça Eup:ema deverá achar a
razão de todas as outras grasa$ de sua Vida.
Quando Jesús vatu si escoihe um Sacerdote,
compromete-se por isso mes:mo gno$trar•se pródigo de
graças para com de joelh¯c7S, -na adas ração e zo amai.
que urna alma deve recebê-la e conservá-la intacta,

2. Graça supereminente peia ao


Sacerdóeio de Jesús.
Não é só a graça que, peta Ordenação E,a•
cerdotal, Jesús comunica alma consagrada, nem
mesmo apenas uma graça superabundante,
destinada a santificá-la e, por ela, a santificar
grande número de outras mag a si mesmo se dá,
enquanto Sacerdote, imprime n. alma o seu próprio
Sacerdócio,
Faz por ta; forma estreita e intima a uniio entre
essa alma e a sua, que o seu sacerdócio todo se torna
o Sacerdócio do padre, a ponto de já constituirem
ambos senão urn só c mesmo Sacerdote,
Não pode haver comunicação maior da graça,
visto que o Padre se torna, após seu Mestre. a iante
e o dispensador da graça na Igreja, Não pode haver
25 M. DE CROIX
identificaçao mais completa com Jesús, visto como
é Ele que opera peto seu Sacerdote, c por Ele, o
Sacerdote opera outro tanto eficazmente, outro
tanto divinamente,
Pode-se imagtoar algo de maior, de mais divi-
A VOCAÇÃO21
no? Como todas as Ottt:ras feições
do Sacerdócio se eclipsam diante
dessa! Bastaria compreendê•la bem
para apreciat exatamente a grandeza
da vocasão sacerdotal e para estar
pronto a todos os sa afim de
corresponder graça tio emi•

3 - — Graça que confere ao


Sacerdote a mesma missão
eficaz que a Jesús.
4' Esse sacerdotal é diyinamente
IsetF 5 divina Vítima no
Calvário; pela graça e pelo poder
do mesmo Sacerdócio. do qnal
participa,
'—Ete faz maiS do que instruir,
esclarecer e guiar ag almas: não
.someate as mantem na vida, mas
guando•
Se não faz milagres aparentes,
multiplica os milagres secretos pela
adrntrtistração tios Sacramentos e
pelo oferecimento do Santo Sacrificio
da Missa.
Vai através do atandot enviado
por Jesús, coma Jesús foi enviado
por seu Pai. E' a mesma missão: a
mesma doutrina a ensinar, as mesmas
virtudes a pmtiear. os mesmos meiog
de salvação empregar, a mesma vida
a inocular, a mesma santidade a
adquirir, o mesmo cétt a merecer.
O Sacerdote é o prolongamento de
Jesús no mundo, como qtte revestido de
Jesús, Traz-lhe o nome, conserva-lhe
o carater, manifesta-the o poder e a
virtude, Fala en2 seu ngmer santifica
10 seu espírito, assegura o céu por
sua graça$ é escutar Jesús,
Segui-to é segair a
Jesús confiou-lhe a. chave dc reino
das céus, o
28

Sacerdote introduz. ali a.' almas, Jesús eon•tinus


sendo a porta das ovelhas O Sacerdote fá-las
passar por ela. Jesús continua sendo a vida das
almas o Sacerdote haure neta e nutre-as dela.
Senaelhante vocação não é uma simples
ça, é maior graça gue Jesús pode fazer a uma
criatura, depois da graça Maternidade divina.
Iripossivcl ambicionar mais. elevada na term
4, Graça que torna o Sacerdote depositáÊio e
dispensador dos merecimentos infinitas
de Jesús.
Havendo Jesús salvo O mando pelo seu
Sacerdácio. e tendo sido sua 'àda, toda, o
oferecimento de um só e mesmo Sacrificia
consumado Cruz, todos os merecimentos
intinitos que Ele adquiriu, adquiriu-os enquanto
Sacerdote; são como que propriedade do seu
Sacerdócio, Comunicando o seu Sacerdócio ao
Padre, Jesús isso mesmo torna-o depositário
dos seus metecimentos. O Padre tem a guarda
Oitcial deles, rulas em a dispensá-los às *Imas
segundo as necessidades destas.
Por conseguinte, tudo o que Jesús acumulou
de graças em sua vida, pai*áo e morte. estí nas
rt1i0S do Padre. ques para a santificação e salvaçüo
das almas. de alguma sorte pode renovar todos og
mistérios e todas as virtudes da vida do Salvador,
29

Que missão, a dc se: o gaarda e dispensador de


tais tesot;tos! Que confiança mostra Jesús ao seu
Sacerdote! Que fungão sublime lhe dá a cum-

Joio, 26.
voo,çAo SÁCERDOTP,L 23

prir no mundo! Faz dele um


cooperador da saa Redenção. e quasi
um corredentor,
E, destarte, nio haveríamos de
considerar -a vocação sacecdotal
como a maior graça e a n:uais alta
diginidade que hoja na terra?
5. — Graça que estabelece o
Sacerdote, por vocaçao, num
estado de santidade.
Jesús incarnou-se, e 56
permanece na Eucatistia para ser a
vida das e a vida das almas
é a vida eterna. Mas a vida eterna
é Jcsúà,
Quanto mais Jesús se dá, tanto
mus dá a vida. Ora, Jesús não pode
comunicar-se mais profundamente a
uma alma do que por._meio da unçúo
sacerdotal,

Ninguem, pois, é mais destagaado à


santidade do que o Sazeerdote. Obriga-
se a ele essencialmente por vocação,
por escolha divina, pcx vontade
forrga.al de Jesús. que aio pode unir-
se tão estreitamente a uma alma sun
obrigá-la a parecerse com Ete e a estar
por tudo em uníssono com set,15
pensamentose sentimentos e voátades
Se o Sacerdote se esforçasse por se
fazer santo, haveria divergência entre
Jesús e ele; haveria de sua parte uma
real incompreensão do seu Sacerdóeior
haveria urna verdadeira infidelidade à
sua graça sacerdotal.
Nem peto lado de Jesús, que se
faz um só.com o seu Sacerdote, nem
pelo lado do Sacerdote, que aceitou
obrigações sagradas do Sacerdócio.
pode a vocação sacerdotal ser
concebida sem a santidade,
E tal santidade ti,ãO pode ser
passageira; é uma santidade de
estado, Enquanto o Sacerdote é Sa•
XV, 50-52.
32 M. E. CROIX

DE L A
cerdote, deve trabalhar por se tornar santo. Como o seu
Sacerdócio é eterno, a santidade deve ser objeto dos
seus esforços durante a vida toda e o penhor da glória
especial ao seu Sacerdócio no céu. Tais são a
consequência e o coroamento da
da. 'VOC,asiO to do Sacerdócio
compete viver numa gratidão continua e em desejos
ardentes de santidade, para corresponder à escolha
privilegiada de Jesús.
33 M. E. CROIX

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CAPITULO TERCEIRO

O SACERDOCIO UMA HONRA PARA


A FAMtLIA

— O Sacerdócio confere um titulo de nobre-

O que faz o valor dos titulas de nobreza nas


dignidades é, de parte, a dignidade
daqttele que ccnfere esses titulas e. doutra. a
importincia do titulo em si mesmo. Hã títulos
puramente honoríficos. como os ha principescos e
régioc.
Se as familias se honram com orgulho dos
talos puramente humanos, legados por seus
ancestrais c se prevalecera deles cioso cuidado mas
suas relações sociais, com mais justa razão hão
devem considerar-se honradas e elevadas quando
se trata de titulo de nobreza divina, como o que o
Sacerdócio confere?
Com efeito, é a familia toda que se honra da no
Sacerdote. A nobreza do Sacerdote ressalta
necessariamente sobre os parentes; sobre os ir•
mios e as irmãs, em cujas veias corre o mesmo
sangue.
A familia toda acha-se como que associada ao
Sacerdócic do Padre saído do seu seio. Há do
A VOCAÇÃO 35

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
DE LA
que alegria em se dizer pai ou de um Pa- drc, há
honra em dar um filho a Deus pura Deus fazer dele
um príncipe do seu povo.
E essa honra dos pais é tanto maior quanto mais
eminente é a nobreza do filho. Ora, é o próprio
Deus quem enobrece o Padre e essa nobreza
divina está abrigo das vicissitvdes humanas, é
essencial ao carater sagrado e indelevel do Padre,
Nas sociedades Klitnanas, os soberanos não
comuaicam toda a glória sua soberania nos titu10s
e dignidades com que enobrecem os seus
cEtos; o este é grande da própria gran
dez* de Deas. Possuej pelo seu Sacerdócio. tudo
o que jaz a grandeza c o poder de Jesús. o Sumo
Sacerdote. Ele é Sacerdote como Jésús, é
Sacerdote por Jesús, é Sacerdote de um
Sacerdócio de que Jesús persiste a fonte úmea e o
principio essencial. Como o de seu Mestree seu
brazão é formado de Cruz e de uma Hóstia; ele é
o embaixador do Salvador do mundo, o arauto do
amor divino. ó. dispensador da vida eterna.
Nenhuma criatura pode ser elevada a tnais
alto grau de nobreza. Todas as nobrezas terrenas
apagam•se diante dessa nobreza que vern do céu,
qual Jesús faz participarem as famílias onde
escolhe eleitos do santuário.
M. E. CROIX
2. Honra que vem da escolha divina.
Quando Jesús escolhe um Sacerdote para
fazer dele o ministro .de suas obras e O
dispensador dos sens dons, tem diante de si a
multidio das tamilias que compõem as sociedades
humanas. Passa-as, de alguma sorte, em revista
antes de fixar a escolha, e depois seus olhares
se detém sobre uma familia Ele
chama dos seus mem• brase reserva-o para o
serviço pessoal, faz dele

principe de sua corte, depois consagra-o qual


Jesús para substitui-lo jucto aos povos.
Acaso não é honra imensa. para uma família,
ver-se por esta forma objeto des atenções divinas. e
ser escolhida para dar um Sacerdote santa Igreja?
Nem a totalidade dos bens terrenos gue ela possa
receber da bemiazeja de Deus pode ser posta em
paralelo tom essa horta privilegiada; os bens deste
muado sio pereeiveis, essa honra é

Muitas vezes, nada parece justificar essa


esco• lha divina. Mas Jesús não leva em conta
tem as apreciaçóes humanasr nem as condiçóes
sociais, nem os estados de fortuna, nem os
méritos puramente terrenos; considera a mesma
benevolência os ricos e OS pobres, og pequenos
e 05 grandese os síbios e os ignorantes, Se
alguina coisa O atrai, é virtude, Ele se compraz
A VOCAÇÃO 37
em fazer suas escolhas nas famílias criStãSt e
recompensa assim o espirito religioso dos pais.
Qual a familia que não quereria atrair e metecer
tal honra? Deveria haver entre as famílias cristãs
urna santa emulação para desejar e alcan- çar a
mercê de ver Jesús deter seu olhar sobre elas e nelas
escolher Sacerdotes.
3. — Honra que vem da dignidade sobre.
eminente do Sacerdote,
'"Damos a palavra a erudito autor. que
estudioso do assunto, o versou com alta
ppaficae;ncia, escrevendo sob o título $$
Excelência da dignidade sacer-

Não houve jamais povo tão selvagem, nem


'Seita tão absurda. que não reconhecesse alguma
deidade, e com ela alguma religião e sacerdotes,
M. E. A CROIX

SE L
que presidissem ao culto que tributavam
divindade.
Ainda mais: tanto apreço e estima faziam do
sacerdote os povos da mais remota antiguidade.
que, as vezes, só podiam exercer o oficio
sacerdotal os patriarcas ou chefes dag famílias
mais veneráveis, como Noé, Abrahãoe Isaac.
Jacó e Jó nas primeiras idades -do mundo; outras
vezes permitiatt cingir coroa a rei algllm„ gue
não fosse ao momo tempo sacerdote; corno o
atesta Platão acerca dos Egípcios (Amb. serm,
18 no PS. X V III), Xenofonte acerca dos
Lacedemónios, e S. Isidoro, dos romanos (Li"',
7. Etym. e. 12). Até reigos houve. onde
Sacerdote de tanta atitoridade que podia
destronar ao .próprio tei e pêr outro em seu
lugar, constante o afirmam os graves
EstrabãO, Eliano e Eusébio a
respeito do reino da Etiópia. dos Egípcios e dos
Persas.
Nem se pense gue o povo baixo ou OS broncos
habitantes de vessem essa veneração pelos
Sacerdotes.
O grande Alexandre, diante de quem
emudeceu a tena Machab„ 1. 3), ia com urn
formidável exército a Jerusalém, resolvido a
M. E. A CROIX

passar peto fio da espada, todos os seus


habitantes.
Não podendo o Samo Sacerdote Jado resistir ao
poder de tao grande conquistador, lhe ao, encóntro
com outros mn;tos sacerdotes revestidos dos hábitos
sacerdotais.
AO vê-tos Alexandre. sentia•se penetrado
de tanto respeito, que esgueeido do plano que
trazia em mente, desceu da cavalo ei fazendo-
lhes profunda reve:réneia, foi com eles ao
templo afim de Oferecer sacrifici06. e
liberalmente conceder•thes tudo quanto lhe
pediu o Samo Sacerdote pam o evTto divino,
A VOCAÇÃO 40
SACERDOTAL
Não cornpreendia o exército mudança tio
repentina, e como um grande privado seu lhe
perguntasse causa dela respondeu-lhe o principe
magnânimo, ainda que gentio, reverenciei . a um
jovem, senão a Deus, dc Quem é ele sacerdote e
ministro", (Josefo. liv. Antlgui. (1)
O Sacerdote não é só urn escolhido e um
privilegiado dc Jesús; é urn alto dignatário, arn
enviado especial revestido da autoridade suprema,
fala e age etn penetra no
cio dos reis como na choupana do pobre, e que
da nem ginguem poderá jamais despoja: da digni
eminente 4e que ele investvdo,
JÁ é muito que Jesús se digne interessa:-se
particularmente por uma família, e grande honra seria para
esta se de seus membros fmsse ihido para o
Sacerdócio, Quando, porém. se trata do saceraóeio, a
escolha não anda sem a dignidade; e, como Jesús .
comunica ao Sacerdote o seu própno Sacerdócio, não pode
encontrar-se dignidade igual a essas
Peta natureza, o Sacerdote fica sendo sempre
um homem; mas, peto carater, é quagi um Deus, Na
realidade, ele o oficio de um. e, para cumpri-to,
disFe do próptio Deus. A sua dignidade é tal, que é
irradiação e o prolongamento da dignidade de Jesús
o Sumo Sacerdote.
Compreendem-se os sentimentos de S.
Francisco de Assiz, dizendo: O Se eu encontrasse
anjo e Padre, começaria por cumprimentar o Padre".
VOCAÇÃO 41
No mundo, as familias se gloriam dos grandes

homens saidos do seu seio, c lhes seguem ordina-


do
Bru
e
42 E.
M, DÉ
L A CROIX
VOCAÇÃO 43
destino, E' o caso, para as
con:tpartil.h.arem as honras
ligade seus filhos. Por ser nem
por isso a dignidade inferior às
dignidades hucontrário, essa
dignidade en• isso mesmo,
eleva e glo-
44 E.
riamente a fortuna e o
famílias cristãs, de das à
vocação sacerdotal de da mi..*o sobreaatu.
ordem sobrenatural,
sacerdotal tem algo de coisas humanas, é honroso
mapas ; muito pelo elevado, dificil e
grandeee os filhos, e, por impordomínio. das coisas
tlilca ag familias, sobre—

Honra que ibe trata de negócios tcm• O


ral seu do
Sacerdócio eleelevad0i o seu
Sacadote;ministério sobre as almas; ele toca
o aproxwt•ta-se do trono de Deus
No dominio os das perdóes que putiiicam ós justos.
desempenhar um oficiode penetrar até nas
tante; mais ainda o no condirigS-Las, fortificá-las e
naturais. urna linguageãi divina,
eternas, desapega-as das
Ora, o Sacerdote não arrasta—as. para a senda do
potais, terreaos e virtudes, assiste-as do pão
dag
materiais. va-O a um da vida eterna e
teatro mais exerce—se
diretamente céu, penetraJesús o es,eolheu, foi para
seguita seu Mestre e sc fez que
nele, e haure ii as graças
e os pecadores aefamilia fez o haver para Jesús
santificam maior ale. mais sublime
Recebeu a rgissúo ministério,
ciências, para esclarecê-
las, vivificá-las. Faia às
almas ensina-lhes as verdades
coisas. deste múñdo, dever;
excita-as prática nos
VOCAÇÃO 45
perigos, alimenta-as cccdú-las
ao
Foi para isso que isso que
o Sacerdote seu ministro, ioi
para isso crificao.dele, Não
pode gria, para o Sacerdote

para a familia maior honra e mais esplêndida compensa.


Quem, pois, mesmo entre as famílias mais
respeitáveis, poderia aspirar a conferir a alguém
missão similar, simplesmente na ordem ;ntelectual
e moral?

Na medida cm que o reino das almas é supetior


aos reinos temporais, em igual medida a dignidade
espiritual, inerente à missão sobrenatural e diviaa do
Sacerdote, honra mais as do que todas as dignidades
terrenas.
5. — Honra que lhe vera do lugar que o Sacerdote
ocupa na igreja e na sociedade.
Para cumprir sua missão, a Igreja precisa de
ministros, de pastores e de apóstolos, Nem todos os
cristãos podem exercer nela as mesmas funções
nem possuir os mesmos poderes. Em • toda socte
bem estabelecida, deve haver urna hierarquia
de dignidade e de atribuições, Quanto mais
importante é essa sociedade no fim e nos meios,
tanto mais tudo nela deve ser perfeitamente
regulado e harmonizado,
46 E.
A Igreja é o reino de Deus na terra, Fundou-a o próprio
Jesús, e estabeleceu nela chefes e pa#tores para dirigi-la e
governá-la. Depois do Papa e dos Bispos, os Sacerdotes,
colocados sob as ordens deles, tão que o Seu mtnEstério é
indispensavel. eles cabe administrar os Sacramentos e
dispensar os tesouros da graça e é para eles que acorre a
multidão dai almas para receber luz, conforto e vida.
O Sacerdote é a luz do mundo. justo que seus raios
iluminem primeiramente dc cujo seio cle saiu?
NO' seus raios luminosos, o
Sacerdote projeta algo da sua ernineat• dignidade. e
forçosamente sua família é enobrecida c@m isso.
Quando alguém penetra toda no
palácio real e ah exerce urna função intima junto à
pessoa do :ei, qual a famiiia que se não sente
honrada com isso? E, ademais, se ele se torna o
embaixador do rei e recebe por toda parte as provas
de defer'êneia devidas às suas altas funções, a honra
da familia cresce outro tanto com isso, o que
acontece com o Sacerdote. Embora não procure as
honras humanas, ele é necessariamente honrado por
causa de suas funções, Pelo seu Sacerdócio, ocupa
na -sociedade um lugar parte, que nenhum outro
pode ocupar.
Honrando o Sacerdócio do Padre, hoaramoa
sua familia; honrando filho, honramos os pais.
Dessa honra, as familias cristãs devem ufanar-se,
Possam elas compreendê ta e ambic'ianá„lal
48

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CAPtTULO QUARTO
O SACERDOCIO E' UMA BENÇÃO PARA
A SOCIEDADE

l. — Cada novo Sacerdote atrai os olhares benévolos


de Jesús Sobre a sociedade.
e Veio Jesús a esta terra para manifestar aos homens a
caridade e misericórdia divinas.
do morreu na deu-lhes a maior prova de amor, Quando
instituiu a Eucaristia, quis perpetuar através dos
séculos a expressão vwa da sua caridade infinita para
com as almas Quando escolheu seus primeiros
Sacerdotes, na : pessoa dos Apóstolos, fez deles outros
Cristos e legou-os à humanidade para renovarem em
toda parte os mesmos mistérios de bondade e de amor,'
e, por causa
disso, esse meio vai buscar no amor, que lhe é o
Fincívo. o mesmo carater de bondade e de ben
divinas.
Jesús ama o seu Sacerdote mais que a todas, e no
Sacerdote ama, as almas. Nele concentra todo o' poder e
toda a eficácia do seu Sacerdócio eterno.
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Dando um Sacerdote sociedade, é a si mesmO gue sc
dá. visto como o Sacerdote pode dispor de Jesús a seu
talante para o bem das almas
Por cansa dos seus Sacerdotes, Jesús olha com
benevolência as' sociedades c as naç6ea, e sen• te-se disposto
a abençoá-las, Quando do seio da sociedade surge um novo
Sacerdote, sua benevoIEneia redobra, pois ali se "tende um
de vida e de virtude divinas.
Multiplicar os Sacerdotes é, pois, para a sociedade
um dos meios mais poderosos de tornat propício o céu.
Felizes os países em que o Sacerdácio é assim
compreendido e 'onde todas as classes da sociedade
concorrem para ,favorecer as vocações sacerdotais

2. — Cada novo Sacerdote é pera a sociedade um


penhor de graças e de bençãos„
As sociedades são fórmadas de e as familias de
indivíduos, Portanto, cada membro da fatniha faz parte
da base em que repousc a sociedade; mas c gue há de
é vital, a
mais ptecioco ma e o carpo. Enquanto principio
anima o corpo e lhe é superior. Demais, ela é imortal e
destinada à posse eterna de Detas na bemaventurança.
E'-lhe preciso um alimento espiritual adaptado suas
necessidades sobrensturais; só com essa condiçáo
influirá ela eficazmente sobre o corpo e tornará o
individuo util à sociedade.

Quem, pois, fornecerá à alma os elementos


espirituais e indispensáveis que lhe convêm? Quem
50
orientará as vontades pela senda reta da verdade e do
dever? O Sacerdote.
QÜem relembrará incessantemente as verda• des
eternas? Quem manterá as almas virtude c
51
A '-m:AÇÃO SACERDOTAL
aa perfeiçho? Quem as purificará dos seus pecados
e lhes assegurará os socorros da vida eterna? O
Sacerdote.
Se fosse 0 Sacerdote, a fonte das graças se
visto como já nio haveria ninguém para dispensá-
las. Se nio Era c Sacerdote. bem depressa os
homens esqueceriam os seus deveres para com seus
semelhantes, e as seriam subvertidas.
A multiplicidade dos Sacerdotes não faz senão
multiplicar as fontes da graça. Quem, pois, pensas
tia em se queixar dela? Muito pelo contrário,
quando vernos os progressos do mal, nio é
sumamente desejavel que haja mais Sacerdotes pata
fazet contrapeso à indiferensa e carrus*o que
invadem a sociedade, e pata aumentar os meios dc
conversão e de salvação?

Portanto, longe de considerarmos com indiferensa


o papel benéfico que o Sacerdote desempes nha na
soetedade, ponderemos e compreendamos O dever que
nos incumbe de auxiliá-lo no seu ministerio,

3. — pelo seu Sacerdócio, cada Sacerdote é um


para-taios para seu pais.
AS sociedades que
os individuos. Todo homem é pecador e, por
conseguiste, necessita de perdio.
A indiferença cu o ateismo náO muda nada
verdade, Não é porque o ateu não crê Deus que
52
Deus deixe de existir' Nio é porque a maioria vive
como se não devesse morrer, que os homens nio
morteráo, é porque o Ciundano vive no turbilhão
dos prazeres e das frivolidades, que dei*ará de uma
hora em que terá de ahando•
M. Ei DE LA CROIX
nar tudo, Não é porque viva tranquilamente no seu
pecado que 0 pecador não deverá expa•lo cruel'
mente neste mundo c no outro.
pesa sobre O mondo urn fardo eaorme de pe•
cados e de crimes. Não serio os culpados, os cegos e
OG criminosos que hão de se interessar pela sottc
dos outros, eleg gue não podem ou gae• rem reparar
por
Não hão de ser tão povzco, os homens
terrenos, tão preocupados as coisas e os bens
te mundo, que a custo acham tempo de
consagrar alguns instantes aos seus interesses
eternos.
Necessário é. pois, que haja uma classe de ho
mens consagrados, para si e para as outros, a in
terceder ena favor dos pçcadoues, a sustar o braço
vingador da justiça divtna e a afastar da sociedade
males que ela "o os Sacerdotes.
por vocação, o Sacerdote é colocado c,gnuo um
pata•raios entre o eéta e a terra. pata fazer desviar O
raio e torná-lo inofensivo. Ele não faz isso por seu
próprio poder, zuas pelo poder contido ao seu
Sacerdócio, que, cota os Sacramentos, lhe entregou
as graças e o sangue de Jesús, de que ele
53
Se Serve o
Se o Sacerdote tem o poder divino de arrancar a.
alma ao inferno pela absolvição, e de fazer descer Jesús
do céu ao altar pelas palavras de consacorno
não há de exercer sobre o coração o mesuao
poder quando implora perdão e misericórdia
Para
os pecadores e para as sociedades culpadas?
Como nos devetiamos alegrar ao ver magg um
Sacerdote, quando pensamos no beneficio ele
cocstituc para sociedade c na salvasao que lhe
deverão multidões de almas
A VOCAÇÃO

4, Cada novo Sacerdote é destinado g. levantar o


nivel moral e espiritual dog seus
compatrícios.
O Sacerdote nio existe para mas para os outros.
Recebe muito, mas para dar. Tem tltna mas eE&a
missão exerce-a junto às almas. Faz parte da sociedade
como todos os Otttrosr ao mesmo tempo lhe é
consagrado. pode ser simplesmente passivo; deve ser
ativo. A sua feliz cidade, como o seu dever, é dedicar-
se petos outros e em todos os campos de apastorados
possi-
As massas. porem, necessitam particularmente de um
influxo benéfico que as estabeleça na ordem e verdade, e ai
mantenha, Deixadas a si mesmas, etas ficam sujeitas a todos
os erros e a todas as desordens.
54
para exercer esse influxo, importa ter quatificado. E'•O
o Sacerdote por vocaç*o, Não se lhe pode negar esse direito
e esse dever. Se nem gempre é bem sucedido. não o é por
insuficiência de mag por encontrar às vezes uma
resistên• cia obstinada.
O o Sacerdote ge esforça por fazer sobre as massas,
trabalha por fazê-to sobre os indivíduos. Quantos lhe
devem verdade e a volta a melhores princípios!
Quantos, graças ao seu zelo e a sua caridades escaparam
ao perigo das falsas máximas e açao dos fautores de 6din
e de desordem! Quan tos souberam manter-se prática
dog deveres civieos e espirituais, incentivados e
sustentados peTos seus conselhos e pela sua dedicação
I
Um Sacerdote a mais é um poder para a sociedade, Para
conservar nela a harmonia, a paz e
E. DE LA CROIX
concórdia, ele '*ais, pela sua influência moral, do que
todos os dieursos dog tribunos e todas as organizações
de policia.
Ponhamos Sacerdotes em toda parte, favoreGamo-
lhes a açao, e daremos prova de bom e sábio
patriotismo.
5. — Cada novo Sacerdote um cidadão ob. gervaote
das leis, guarda da ordem e amigo da
concórdia.
O que o Sacerdote ensina e recomenda acc trosÁ
primeiro o faz Andando nas pegadas de seu Mestre,
começa por iazer antes de ensmar; por dever pessnaT e
de edificação; esmera-se em observar todas Teis civis
55
que não lhe ferem a conciência e que não paralisam a
sua missão junto às almas.
NO exercicio do seu ministério. ele é o representante
de Deus, e inspira-se em tudo na sua lei. no seu espirito e
na sua vontade, Enquanto cida tem a peito ser hornem
integro, pacifico, disciplinado. respeitador da autoridade.
Digno na. sua atitude, conservando-se arredio das
manifesta«es ruidosas, alheio aos movimentos
turbulentos das massas, cumpre o seu dever sem
pretenEão como sem fraqueza, As autoridades podem
contar com ele, cada vez gtae se trata de pregtar
concurso ao bent 00 por a influência moral do seu carater
a, serviço de uma boa .usa. por estado, o Sacerdote é
homem de bom conselho, pacifico, ordenado. guarda da
disciplina e dos bons costumes, consolador dos infelizes,
protetcr dos fracos, amigo de todos,
Tais cidadãos sio tesouros numa
São torsa de que é Sábio saber servir-se, e
56
SACERDOTAL

força tanto mais preciosa quanto mais sc faz sentir nos


nossos dias a necessidade deles,
Rezemos c trabalhemos para obter santos Sa• cerdotcs
para a Igreja c para snri•Aade.
57
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SEGUNDA PARTE

CONDIÇOES E QUALIDADES
DO SACERDOTE

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SANTOS
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Jesús não cha.ma ninguém a um estado qualque:


sem Ibe dar as qualidades para desempenhar digna e
eficazmente as fungões desse estado; do contrário, seria
impor deveres e responsabilidades sem fornecer os
meios de cumpri-los e de arear elas.
Mas nem par isso tira Jesús a parte de cooperação
que o homem deve prestar à realização dos planos
divinos. Essa cooperação é necessária, gob pena de
anular completamente desígnios que Jesús formou.
O que é verdade de qualquer eStado de vida,
ainda mais 0 é quando sc treta de urn estado
se refere mais diretamente ao fim último do ho
mem c à glória imediata de Deus. Ora. nesta
ordem de_idéias, nenhiifr,2€Stód.p é sacetdotal_
•dizinteresse -E
das—aames,
Há, portanto, quatidades e virtudes
caracteristicag que todo individuo destinado ao
Sacerd6eio deve pogsuir, e que nio pode
44
negligenciar sem diminuir a dignidade do seu
ç:arater.

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M. E. DE L A CROIX
e mesmo sem ee tornar inapto para desempenhar as
funções dc seu estado,
Indicamos aqui algumas. as mais importantes
para D próprio Sacerdote e para a fecundidade do
nu ministério.
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CAPtTULO PRIMEIRO

A V I R T UDE

1. — Porque O Sacerdote é consagrado às coisas


de Deus,
As situações diferenciam-se pelos cargos. peIas
empregos, pelas ocupações, do mesmo modo que
pelo fim particular a atingir, No século, elas têm mais
diretamente um carater temporal, posto que todos
devam esforçar-se por sobrenaturalizar os sevs
esforços e trabalhos,
NO estado eclesiástico» tudo deve convergir
para as egisa$ eternas; nele as coisas do rnundo só
ocupam o lugar estritamente necessário. Dele sao
banides os 'Oteresses puramente humanos, os gozos
mundanos são nele ignorados, nele tudo o que cativa
o espirito e o coração dos homens terrenoa sem valor
e sem atrativo.
O próprio Sacerdote é separado do mundo
uma consagração solene que o constitue Ministro
assiduo do Senhor, a euio serviço se dedica e onde
consome Etna vida, Tomado entre os homens, ele
46
despe librés do mundo para revestir-se das librés de
Cristo' e torna-se o homem de Deus, o
"homo Dei" de que fala S. Paulo, unicamente ocu-

http://a exandriacatolica blogspot,


com.br
pado em se fazer homens,
intermediário entre Deus e os
subir incessantemente ao céu
preces e as necessidades da
huma— descer para as afim de
socorros e as graças hauridas
divina.
tio súblime ministério sem
sem considerar como essencial
sem se esforçar constantemente e
sem procurar revestir-se próprio
Suma Sacerdote?
tractatis, diz o Bispo ao
Leordená-lo, E isso é apenas simples
ser um verdadeiro Sacerdote, ou
Sacerdote. no sentido verdaser
santo, Portanto, para desepreciso ao
mesano ternpo desepua se manter na
graça do Saenfregar-se
generosamente ao da própria
perfeição, ñ&gico consagrar a vida a
santas sem se aplicar a fazê-lo
tornar-se a si mesmo urn santo.
aspirante ao Sacerdócio deve em
praticar as à,rirtüdes isto é, a
perfeição. Se ele não essa
concepçã0i depressa rica essenciaas
seu estado, c Sacerdote de nozie,
48
O seu dicio semé parecê-lo será a maior que
para ali levar aspossa atinsacerdotal dificilmente
Eidadce e depois poderia cvi* a tegne:sse, Por a
lhes dispensar os no até perfeiçio. deve inabalável
levada
seio quedase tome
misericórdia
Como cumprir
praticar a virtude, a pureza
da vidar tender à
perfeigãa, da gantsdade do
Imitamini quoe
vita antes de lógica, Ou
querer retirar-se. Ora.
ser deito do termo, é jar
o Sacerdócio é jar a
santidade; cerdócio, é
preciso trabaiho
constante
Sena sumamente tratar
das coisas santamente e a
Antes de tudo, o exercitar-se
vigorosamente do seu estado
futuro, tiver do Sacerdócio
curará muatas virtudes mais
tarde será de fato. Essa
desgraça git uma alma tá.la
Levita que obrigação
da virtude, ser nele ema
convicção uma regra de vida,
49
A VOCAÇÃO SACERDOTAL

2. Parque o Sacerdote tem a obrigação sa• grada de


parecer-se aeu Mesure.
Deixando O mundo para consagrar-se ao gervigo
dos altarq, o Sacerdote torna-se discípulo de Jesús.
Devido isso recebe uma formação especial. e é esús
quem primeiro lha Possuindo o mesmo acerdócio que
seu Mestre, deve ele ter todos os caracteres deste.
Jesús é o Santo dos santos; seria admissivel ter Ele
discípulos que não se lhe parecessem? Ele só fala de
virtude e de santi• dade; como não o haveriam de
escutar os que estao na primeira fita para receber suas
lições?
Poderia deveras um Sacerdote viver na com•
panhia habitual e na intittlldade de Jesús, como o
pelo exercício de suas {unções, sem ter o deseio de
lhe andar nas pegadas, sern sentir a neces'idade de se
só com Ele pela santidade de sua vida c
pelos ardores do seu amor, como com Ele já faz um
só pelo carater sacerdotal?
On se deve Olhar para Jesús e segui-lo, ou se
deve desviar o olhar afastar-se de Jesús, Segui-lo é
Chegar à aquisição das virtudes sacerdotais; arastar-
se dele é tornar-se indigno do Sacerdócio,
As rela.çóes entre Jesús e c Sacerdote sio por
demais assiduas e por demais estreitas, para não
produzirem da parte de Jesús revelações intimas de
Si mesmo. e da parte do Sacerdote desejos ardentes
50
e porfiados de reproduzir em sua vida toda as
virtudes contempladas no Mestre,
O exemplo que Jesús deu a todos 06 cristãos e o
convite premente que lhes fez de e dirigem-se mui
primeiramente aos Saeer• dotes, Jesús quer
reconhecer-se nos seus discipu10s; como seria isso
possível sc estes tio fossem santos camo Ele, se aio
fossem perfeitos como é perfeito seu pai, quem Ele
não faz seaao um?

M, E. A CROIX
E' a isso que deve tender antes de tudo aquele
que aspira ao Sacerdócio. Se tiver essa ambiçáo
agora, mui provavel será que aio a tenha mais tarde;
lhe é %cito aspirar a tão altas resooosabilidades sem
se dar ao trabalho de *dqairir virtudes necessárias
para suportá-las.

3. Porque o Sacefdate deve ser um plo


para os
Quando Jesús estava na terra. as pessoas iam Ele,
viam-no, seguiam-no, eram testemunhas das
suas virtudes e milagres. Desde que está mais
vuiyelmente entre os homens e permanete silencioso e
oculto no Sacramento do seu, amor, nio pode mais pralicar
a virtude senão pelos seus membros misticos, por aqueles
que se fazem seus discípulos c imitadores.
51
Todos os cristaos devem imitá-lo, mas
todos sio a isso obngadcs no mesmo grau. Há uns
que receberam oficialmente a missão de segui-lo
mais dc perto, de cundu*ir coas•go os homens à

salveçáo, de ser a do mundo e o sul da terra, de


arrastar as almas à virtude por suas palavras e São
os Sacerdotes. por isso sue cs_Óéis têm os

O Sacea*ote tem a responsabilidade das a:mas;


e, se só certo número destas constitue mais
parttculattncnte o rebanho que lhe é confiado, todos
entretanto estão no direito de procurar nele. em toda
çartc e sempre, um modelo vivo de perfeição. Seus
exemplos farác sempre mais do que suas paz
A VOCAÇÃO SACERDOTAL

lavras; estas seriam estéreis se não esela«cidas e


fecundadas por aqueles.
Consagrado uaicanaente à glória de sen Mestre,
o Sacerdote só imperfeitamente lha proporcionaria
52
por suas vtrtudes, nao fosse exemplo para as almas,
e se pela santidade dc sua vida, não corrobotasse a
doutrina que ensina, Aliás, um Sacerdote que
edifica, escandaliza, c produz nas almas uto
contrário ao fim do Seu Sa— cerdócio.,
Ser Sacerdote, imitar a Jesús e arrastar as slmas
virtude: tudo isto é urna, coisa só. Possam os fiéis
distinguir desde já nos Levitas dc Santuário as
virtudes que mais tarde brilharao eorn novo
esplendor nas Ministros do Senhor
Porque a virtude é uma cgad.ição egsea• ciai
da fecundidade do seu ministério.
Jesús não institlaiu o Sacerdócio só para que houvesse
dignidades ga sua igreja :
rntnistétio sagrado. um apostolado ativo, uma missão
trabalhosa, Ele envia seus Sacerdotes core quista das
almas, conquista mais dificil do que a dos reinos. Arma-
os de poder e de força, recomendando-lhes que se
apoiem confiantemente nele. que venceu o inferno e o
mundo, Assegura-lhes o &dto, quer que ele: produzam
frutas e que seus rutOS
O reino que pregou, a eles é que incumbe
estabelecê-lo por toda a tetra; e, afim de chegar a
isso. não. devem recear ante nenhum sacri mas
ter a coragem de derrubar tndng os obstáculose de
atacar todos os inimigos, de renuaeiar tudo, de
carregar a cruz em seguimento a Ele, e de subir o
Calvário.
53
Tudo isso visivelmente na prática de
54

DE CROIX
todas as virtudes. Não praticá-las, é votar-se de
antetú) ao malogro e à derrota- A Si mesmo deye
Jesús o não dispensar suas graças a cauem as
preza, Ele deve às almas o engená-las, expon
a crer que õ êxito depende mais dos motivos
humanos do que da virtude,
Para fazer a bem. é necetsátio a pureza de in•
tenção. para revelar Jesús falar dos seus mistérios,
ensinar a sua doutrina, comunicar 0 espírito e atrair
a ele as almas, é preciso algo mais do que belas
palavras, é preciso pregar pelo exemplo, Os frutos
das Virtudes Eó amadurecem ao sol da caridade, Só
esses se conservarão pata sempre. Se faltar a
caridadei que serão os mais eloquentes pregadores
ge,aao "e!mba.los xessonantes*'? Se O
apostúdo for viciado na sua fonte, nada produzirá de
eficaz e de duradouro nas almas.
se deixem os aspirantes ao Sacerdócio enganar
pelas ilusões da juventude. Para 'tm Sacerdote, não se
trata de fazer muito be.rulho, mas de ser santo.
Um Sacerdote não é virtuoso por tatar da
virtude, tal como um belo diseur•ador não é sábio
falar da ciência.
se dedicam frutuosamente à salvaçao das
almas senão aqueles que trabalham ativamente na
sua própria santificaç¿o, para apoiarem etn seguida
55

as suas palavras e atos nos seus exemplos de virtude


,
S. Porque, pela falta de virtude, O Sacar— dote
deslustra o seu Sacerdócio e se torna uma
pedra de escandalo as almas.
O Sacerdócio não recebe da/ conduta do Sacerdote
a sua dignidade e excelência possue•ag em
56
VOCAçKo

si mesmo e hau.re•as na pessoa adoravel do Sumo


Sacerdote, Quanto mais o Sacerdote renete as
lidades essenciais do Sacerdócio de Jesús. tanto mais se
aproxit-na do seu divino tnodelo e aparece no mundo
corno a irradiação daquele de quem & ministro e
embaixador.
Tocar um pouquinho que seio na santidade do
sacerdotal é empanar o brilho do Sacerdácio.
Tirar-lhe a virtude que lhe é o apanágio, é deslustrá-
lo,

Sacerdote que niO virtuoso desconhece a santidade


do seu estado, não tem pelo. seu carater a estima
que deve ter. despreza a graça que recebeu n.0 dia
da sua Ordenaçio, O seu Sacerriárin con• dena-o c
lhe é fardo, enquanto se lhe torna um castigo,
Mas não é só o Sacerdócio que lhe inflige a
vergonha da infidelidade e da decadência teetemu•
nhas da sua falta de virtude num estado tio santa, as
almas ai estão para lhe exprobar o tornar-se para
elas uma pedra de eseànda.lo.
Efetivamente, como crer na necessidade da virtude
se os que a ensinam não a praticam?. Como honrar
Ministros que pregam o dever em palavras e mostram
infidelidade em açóes? Como confiar a própria alma a
alguém que se expõe a perder a própria? Como, para ir
ao seguir uma trilha abandonada por aqueles que
pretendem introdgziz nele os outros?
57
A culpabilidade dos Sacerdotes que descuram
a prática da virtude é de fazer tremer, quando se
pensa nas efeitos desastrosos que ela produz nag
almas,
LÁ ck01X
Para estar certo de permanecer sempre vir» teoso,
vise o Seccrte torrar-se santo, Evitará assim
descoroar o seu Sacerdócio e te de responder peIas
almas que houver perdido.
Os aspirantes ao Sacerdócio, conhecidos
como tais, já poderiam produzir urn efeito
desastroso e afastar as almas da virtude, se estas
não vissem neles homens sobrenaturais e modelos
de piedade. Incite-os este pensamento a
prosseguirem ativamente o trabalho da sua,
santificação!
58
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CAPITULO SEGUNDO
A C I ÊN CI A

1. Obrigação, para o Sacerdote. de conhecer


a. doutrina de seu Mestre.
Só imperfeitamente Jesús seria conhecido se o
fosse em suas virtudes e não em seus ensinamentos-
Vindo à terra, trouxe aos homens todo código de
doutrinas que eles são obrigados a aprender e com o
qual devem conformar sua vida.
Mais do que os outros, deve o Sacerdote tornar-
se sábio nessa ciência divina. Licito lhe é ficar
estranho muitos conhecimentos humanos, mas não
lhe é permitido ignorar esse. Abandonando o século,
ele por isso mesmo se afastou das ciEneias
puramente profanas. para consagrar-se às coisas
divinas; e, se às vezes se ocupa das primeiras, em de
funções especiais, isso nunca deve ser em
detrimento das segundas,
60 DE CROIX
Mas, para ser exata e perfeita. deve a doutri

na ser bebida ny_


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M» E. LA
O conhecimento de Jesús é, pois. de
necessidade se pode querer ser seu
disci— pulo sem procurar adquiri*lo, Não se pode
ser Sa• cerdote sem possuí-lo,
Conhecer Jesús é conhecer não somente o gue Ele
é em 'Si rnesrno, os motivos da sua Incarnação e os
da sua Redençao, é ainda saber o que Ele digsc e
ensinou, é compreender o sentido de suas palavras,
é ccrnpenetrar•se da verdade da sua doutrina, é
aprofundar sublimidade de seus ensinamentos, de
alguma sorte é identificar-se com o espirite e a
virtude contidos em cada ama dc suas palavras.
Eis a esplêndida ocupaçao do Sacerdote.
Unicamente consagrado ao serviço de seu Mestre e
vivendo em relações contínu•as ecm Ele. assistelhe
lições, recebe-lhe as emjfidências, habituasedhe às
máximas e ao espírito, enche a alma com suas
instruções e aprende os próprios segre dos que
SACERDOTAL
Deus-padre revelou a seu Filho. E' esse o estudo de
toda a sua vidã-
Enquaato durar o seu Sacerdócio, O Sacerdote é
obrigado a não cessar de estudâr seu Mestre e de se
aprofundar na sua doutrina, Ele é Sacerdote paza
sempre: deve' pois, crescer mccssantemente nessa
ciência das ciências que, coro, a virtude, é o mais
belo ornamento do Sacerdócio,
Sumamente importante é que todos os que aspiram
a vir a ser t;trn dia Sacerdotes dc Jesús se compenetrem
dessa Obrigação sagrada e nada descurem par' obter a
ciência essencial do seu Sacerdócio, Cada um adquirirá
as outras ciências eclesiásticas opegugdo as suas
capacidades intelec quando. porétn, se trate da
doutriga do trep todos devem tornar-se sábios-
Um Sacerdote que não Ealba disarrer sobre
VOCAÇÃO 55
Jesús. que apenas conheça o Evangelho, que
se nutra da doutrina de seu Mestre, gae saberá?
E' ignorante da ciência gue deve antes de
as outras, aparecerá como um Sacerdote pela
metade, e fati g efeito de ter ficado no vestibulo
do Sacerdócio sem penetrar ao interior.
Advertência para os jovens, se não quiserem
expor-se a truncar o seu Sacerdócio por uma ciên
insuficientes

2. — Obrigação dg ensiná-la.
O Sacerdote não •é. Sacerdote para gozar
egoisticamepte das prerrogativas e graças do
62 DE CROIX
seu Sacerdócio, Ele é consagrado o homem de
todos. Deve levar socorro às almas e assisti-las
etn todas as suas necessidades» para salvá-las,
deve instrai•las ; e, para instrui-las, deve possuir
a tundo a ciência divina que lhes ensina,
Jesús envia seus pelo mundo e
encarrega-os de ensinar todas as aaçóes. O
ensinamento divino faz parte integrante dc
Sacerdócio. Os Sacerdotes são os guardiães da
doutrina (1) ; devem possui-la só pata si
mesmos, mas ainda para comuntcá•la aos
outros,
Sc é necessário estudar para. adquirir essa
ci mais ainda o é vara ensiná-la. O
Sacerdote deve poder fazer penetrar as
verdades nas espiritos e convencer delas as
almas: deve saber inter• petrar dignamente
toda a doutrina de seu Mestre. mostrar-lhe a c
as eternas consequências, fazer-lhe ressaltar
sublimes belezas e a divina sabedoria. Elc não
pode exercer semelhante miaistério sem que
ele próprio esteja profut:damente
compenetrado dos ensinamentos divinos.
11. 7.
SACERDOTAL

M. E, LA
Para a honra de seu Mestre, deve o
Sacerdote aplicar-se a dar uma doutrina si,
irrepreensível, elara, exata e laminosa.
estabeleceu—o luz do mundo
minar. e não para sombrear; fê-lo o sal
da terra para conservar a doutrina ao mesmo
tempo que a virtude, e nio para diminui-la,
Ern qualquer circunstância, -devem as
almas poder achar junto ao Sacerdote um
esclarecimento em dúvidas, ama solução para
suas objeçóes, uma 'orientação trilha que
conduz à verdade, uma segurança de conciência
na prática das virtudes. a fuga das ocasiões e o
cumprimento do dever.
Se o Sacerdote for santo e instruído,
esclarecerá e convencerá. edificará e sa:vará, A
santidade e a ciência andam de parelha,
E' sob esta luz que cumpre entrever o Sacer•
dóeio e desejá-10 para si e para og outras.
Demos à Igreja Sacerdotes tão insttuidos
quão virtuosos, e concorreremos eficazmente
para a sal* vagão e santificação das almas.
3. A ciência é para refutar os
erros c combater os inimigos da Igreja. Nisso,
como em tudo o mais, Jesús deu o exemplo a
seus Sacerdotes, Ele foi pessoalmente atacado
em sua doutrina; seus infrnigos procuraram
desnaturar-lhe os ensinamentos esmeraram. se
64 DE CROIX
em espalhar o erro por toda parte cnde Ele
ensinava a verdade, Jesús não cessou de alertar
as almas contra as falsas doutrinas deles, que
combateu ora com doçura, pela exposição clara
e positiva da verdade. ora corn ene;gia,
desmascarando-lheg a hipocrisia e a malícia,
A este respeito, em todos os tempos, J€gós
A vocAçRo
pode dizer aos seus Sacerdotes, como o diz ainda
hoje: "Dei-vos o exemplo, fazei como eu (li.
Defendei por toda parte a verdade, não receeis
atacar de frente o erro; é convosco que eu conto,
pois as inimigos do bem procuran• perder as almas.
eu vos dei a missão de
Para defender a verdade é preciso mais ciên
do que simplesmente para As noções dela devem
ser mais nitidas na mente e mais extensasr afim de
fazer frente a todas as objeçõeg e reduzi-las mais
facilmente a nada, nossos dias, o Sacerdote
pode ser chamado frequentemente a defender assim
a sa doutrina da Igreja, e a responder a ataqqes
imprevistos dc adversários reais Ota de simples
contraditores. Então é importante apreender o
sentido drvs sofismas ou dos erros, ver claramente
a verdade a lhes opor, e achar as expressões justas
pata lhes res-
Essa presença de espirito e essa destreza de
argumentação não se inventam na hora; é preciso
SACERDOTAL
estar preparado para isso pelo estudo e por um
conhecimento exato e aprofundado da doutrina,
Essa ciência adquirida é uma força
consideravel para o ministérib do Sacerdote. Prática
para todos, ela ge torna indispensavel para as que
têm mais diretamente a missio de opor-se à marcha
invasora dos errog de toda sorte na ordem intelec—
tual, moral e espiritual.
E', pois, de primeira necessidade dar uma basc
sólida ao ensinamento eclesiástico; e todo futuro
Sacerdote deve aplicar-se em primar na .ciãgcia co'
mo na virtude.

E,
4, A ciência é necessária em face classe
instruída e ürigente.
Quando Jcsús achado no Templo vor Maria e
José, discutia com os doutores da Lei, ou no
minimo dtsccrria eles sobre a interpretaçáo das
Sagradas Eseritttras. Se Ete tivesse sido menino
comum, os doutores O teriam escutado; o que lâes
atraiu a atençáo e os subjugou ioi a dele. A prova é
gne a admiração de'es vinha do fato de, sendo filho
de um carpinteiro, ter Ele tantos conhecimcntos.
As coisas nio mudaram. Os homens ignoran• tes
deixam-se instruir simplicgdade, os homens
instruidog procuram fazer-se convencer, Entre
estes últimos. uns, indiferentes,
racionada, e outros,
66 DE CROIX
hostis, só se rendem à evidência de argumentaçao
cerrada; Inesmo os que sio animados dc bons
sentimentos esperam achar no Sacerdote hornem
inteligente e instrui* do, que esteja à altura deles e
fale com ciência das coisas da religião.
Uns há que não quereriam aproximar-se de
Sacerdote igstoraate e conversar cam ele; com mais
forte razão nio teriam a idéia de fazer-se seus discipglos
e de receber dele um ensinamento qualquer nem uma
direg;io espiritual,
A falta de ciência num Sacerdote é suficiente
para afastar da religião muitas almas, do mesmo
Sacerdote possue é,
raro. o único que possa exeicer influencia sobre certa
categoria de pessoas instruídas.
A verdade penetra em certos espiritas se
t'lta.ando revestida de um. de que pareça dar-lhe
dignidade, A virtl,ade n.ãO acha lugar em certas
corações núo ser quando apresentada corn tato e
inteligência.
VOCAÇÃO 59
E' assigu que a ciência e a virtude se
completam no ministério junto à elasse instruida
e dirigente. A virttlde sozinha não teria bastante
atratif e a .ciéncia sem a virtude pareceria
deslocada num homem gue faz profissão de
ambas praticar; E' bom nio perder de vista este
ponto quando alguem ingressa no estado
eclesiástico, E' ele mais um motivo pata cultivar
a ciência c a vittude.
SACERDOTAL
S. A ignorância no Sacerdote rebaixa-o a
gettS olhos e aos olhos dos ou. e
diminue a eficácia do seu ministêriOi
Um Sacerdote que tem a inteligência 'd. sua
vocação não pode ignorar a importância da
sisio da ciência para desempenhar dignamente as
suas funções. portanto, se ele descura estudar e
desenvolver seus conhecimentos, é infiel à sua.
vo• cação c antecipadatnente se condena a uma
vida sacerdotal mediocre c a um ministério
A ignorância num Sacerdote tira-lhe a estima
da dignidade, priva-o aos gozos intelectuais que
ele acharia no estudo das verdades, frustralhe o
coração desses piedosos e santos ardores que si
doutrina e os fortes estudas alimentam nele.
Sente-se forçosamente um Sacerdote diminuido,
e a si mesmo se paralisa nos surtos de zelo e de
virtude.
Mas é sobretudo aos olhos dos outros gue ele
é diminuido e rebaixado, Se as pessoas do mundo
são exigentes quanto virtude que o ,Sacetdote
deve possuir, menos não o são quando se trata de
um certo grau de ciência que é o ornamento
cessário da sua vocação. Una Sacerdote não
consa-
68 DE

M. Ei LA c R0tX
gra tantos anos aos estüdos para ficar um rnero
Ignorante nos conhecimentos de seu estado.
Etn razão da Stra missão junto às almas, o
Sacerdote obrigado só a permanecer
coastatitemente em contacto a ciência que adquiriu
para o cumprimento do seu ministério, mas ainda a
revigorá-la incessantemente e a desenvol vê-la
conforrne as situações e as circunstâncias. Verificar
que ele a descura é fazer crer numa falta de
conciéncia e numa verdadeira infidelidade.
Donde, como consequência Inevitavet, a
diminuisso da sua influências o menosprezo da sua
pessoa e a ineficácia do seu ministério,
Há nisso com que fazer refletir espiritas
levianos, os corações frios e as vontades
preguiÇOScS. Mais vale prevenír mal do que
remediá-lo. Aproveitemos os anos do Seminário e
preparemos o futuro.
69 DE

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
70

CAPITULO fERCEIRO

O ZELO

O zelo, consequência da
consagração
Jesús não chama ninguém ao Sacerdócio sem
ter o designio de fazer dessa pessoa um apóstolo, Ele
mesmo nio veió senão para trabalhar na salvasão das
almas; atrás das ovelhas perdidas, percorreu as
cidades e as aldeias para cvan• gelizar cs povos, fez-
se o educador das muttidóes, o protetor dos fracos,
o consolador dos aflitos, o intrépido pregador das
verdades eternas, o inimigo jurado do pecado sob
todas as formas, o apóstolo infatigavel da
pacificação dos espíritos. da purificação dos
corações, do robustecimento dag vontades, dx
das almas-
Quando Ele terrninou pessoalmente a sua misSio,
encarregou seus Sacerdotes de continuá-la até o fim
dos tempos. Nenhuma outra coisa tem o Sacerdote a
fazer senão trabalhar para a glória de Deus pelo
estabelecimento do seu reino nas almas. No dia da
sua Ordenação, o Sacerdócio de passa para ele
e lhe imprime na alma a partir desse momento, não
mais se pertence, porem torna-se propriedade e
instrumento de Jehttp lexandriacatolica,
blogspot.com br

sós, que riel" se serve para constituem a


essência do
O Sacerdote é
estabelecido "pro hominibus
constituitur" baixas e
terrenas, mas salvaçãO
eterna. Para apostolado, o
Sacerdote agir o seu
Sacerdócio, O peli-lo-&
infalivelmente rerá operar
nelas o que o se agisse no
tggar dele; mesmo enquanto
não tiver serviço delas. afim
de dizer. dizia a seu Pai:
"Cumpri para Agora vou a
72

os mesmos fins que seu


Sacerdócio eterno. para os homens,
vista' unicamente em
vista da desempenhar esse sublime tem
apenas que deixar seu carater sagrado
im- para ag almas; ele quepróprio
Jesús operatia se repouso a si esgotado
sua vida a ao morrer, o que Jesús a obra
que me destes vós"

formas que pode tomar ao


apostolado ativo, seja das
obras, seja no dt;ro no
trabalho assiduo da oração,
na inatividade apaoculta e
contemplativa do em conta
as intenções e

mantem
das
incessantemeate pelos
mesmos, Verdadeiro zelo
gnotivo único e se exerce
unidade de sentimento e
Pouco importam as
esse zeb das almas. Seja
no ministério absorvente Sacerdócio, de qge ele é a de Jesús,
labar das seja pro-
educaçao, ou seja na rente
da doença, na vida
claustro, Jesús leva mais o
fervor do que a
multiplicidade Uma alma
sacerdotal e se com Ele,
k;ue se aéitazn outros c se
descuram Si é o qve tem
como de concerto
com Ele na na intiinidade
de amor;
O zelo é o que é o
consequência; uma
irradiação

vcezuçxo
63
longamento da sua açiO,
uma efusão da sua vida.
E' assim que devegaa
encará-lo de antem*o os
jovens Levitas de coração 4,
ardente, para aperarem
mais tarde obras frutuosas e duradouras.
74
2, O zelo, necessidade dó Sacerdote que
compreende sua unissáo,

—jrdb.-Ele é trazido com alegria, e permanece


uma fónte de alegrias divinas e de santos
ardores para as almas que a ele são chamadas,
Uma alma verdadeiramente sacerdotal
nutrese das graças de sua sublime vocação,
Experiment ta uma necessidade intima de
recorrer incessantemente ao seu Sacerdócio,
para, haurir nele os tesogros de que ele é a
fonte, e para viver em contacto permanente
com o Jesús que lhe comunicou o seu divino

Nessa escola, éla aprende a conhecer seu


Mestre, penetra-se sempre mais do esp5rito de
sua vocação, e aspira incessantemente a
reproduzir ena, Sua vida a do SacerdÓcio
do
E como o Sacerdócio é ordenado em mira
glória de Deus pela salvaçao das almas, cla
te necessidade intensiva de dedicar-se e
sacrificar-se. zelosa por atrativo, por,
inclinação, por necessidade intitna, Corre ao
encontro dag almas. para ganhá-las todas para
Jesús nac recua ante nenhum Obstáculo, ante
dificuldade, quando ge trata de lhes
fazer bem; apaixona-se pelo seu ministério,
acha nele constantemente um alimento noVO.
para seu amor e seu zelo.

a quem o Sacerdócio

vivifica incessantemente, e que passa por toda


te fazendo O bem, a exemplo do Mestre.
Encarar de modo diverso g sacerdotal é tirar-
lhe a vida e a fecundidade, O grande meio de
tornar-se apóstolo é encher-se do espirito de
Jesús e do trabalho
Seminário*
3. — O gelo, sustentáculo do Sacerdote em
seus trabalhos.
O Sacerdote não se faz Sacerdote senão
para fazer com que seu Sacerdócio produza que
pode dar, Ele não recebe Unçao sacerdotal para
viver como o resto dos homens e deixar
improdutivas
76

as efieàriRS divinas do Sacerdócio.


deprimentes, tristezas pungentes. insucessos
humi— lhantes, contradições sensíveis,
abandonos dolo- rosos. isso está na ordem das
coisas, O bem não se faz sem dor; custa caro
salvar as *Imas, Sacerdote carapete pagar
o resgate dos petadores c merecer-lhes as
graças de conversão; ao Sacerdote compete
regat com suas lágrimas e Sittffes o campo das
41mas, para faze brotar dele frutos de salvação
eterna; ao Sacerdote compete, em segui* mento
a seu Mestre, marear com seu sangue o vestigio
dos seus passos na trilha que conduz as mas
ao céu,
Como cumprirá ele tudo isso, perseverara
em seus csiorsos sem nunca fraquejar, corno

prosseguirá valentemente em suas obras, se -


tiver a peito veln intrépido e generoso para
sustentá-lo e coctortá-lo?
A falta de zelo sobrenatn:al muitos
desfalecimentos e muitos abandonos, Trabalha-se
com ardor enquanto bem sucedido; unas cai-se tao
abatimento e abandona-se a partida qttando as
diiiculdades se erguem e os concursos falecem, E'
que a pessoa se apoiou demais nos meios humanos
e nas coasider*ções terrenas, quando havia apenas
que sobrenaturalizar as tuas vistas e intenções, e
achar num zelo purameute sobrenatural o segredo do
conforto e da perseverança.
E' bom não entrever o futuro todo cor de
rosa, dos mundanos, mag vê-lo tal ele será
infalivelmente, entremeado de alegrias e de
tristezas, de sucesso e de insucesso, AO cabe
semear e regar; a Jesús cabe dar o cresciraento
segundo o seu beneplácito.
4. — O zelo, necessidade para o Sacerdote
orn face da indiferença e da corrupção
univer sais.
Ainda tetra só houvesse justos e
santos, o Sacerdote já teria um belo ministério a
desempenhar para conservá-los na justtça e na
petfeição. Mas ai! mais pecadores que justos mais
almas doentes do que almas sãs, mais infelizes que
se dirigem para c inferno do que eleitos gue
demandara o céu.
Estio em jugo sagrados interesses da glória
de Deus,' O Sangue de Jesús está exposto a
correr inutilmente para multidões de almas, As
portas do céu permanecem fechadas para um
grande número que não se preocupa com.ali
78
entrar. e o inferno apresta-se pata tragar os
réprobos.

Não há nisso com que fazer fremir e excitar O


zelo dos que receberam a missáo de salvar as
almas? Poderiam eles olhar com indiferença a
multidão dos que correm para a sua perdição
eterna? Poderiam assistir friamente ao
transbordamento de impiedade e dc corrupção que
invade todas as classes da sociedade? Poderiam
ficar gilencioso; e inativos em face dos perigos
imensos qae ameagatn a sociedade e estão a pique
de acumulat no mundo ruinas i:reparàvcis?
cotação sacerdotal que não vibrasse ante
tantos males misérias seria um coração atrofiado,
já insensivel ao toque da graça, Um disépulo
consagrado de arena para defende: a honra c ás
interesses de seu .Mestre, já teria abdicado da
dignidade do seu Sace;dócio, Um salvador de
almas gae as abandonasse às fauces do lobo sem
acudir para livrá-las, teria trocado as prerrogati•eas
da sua missio pelos castigos da perfidia e da
traição.
E' por isso que o Sacerdote fiel à sua vocação se
sente forte. generoso, intrépido, heróico para cu.mpáf
a sua missão dc salvador, aiada quando tenha de dei*ar
msso pedagos de si mesmo e pagáIa com a vida,
Só essa perspectiva é capaz de atrair e
entusiasmaf as grandes almas- Ditosos os futuros
Sacerdotes que tiverem compreendido haver
necessi• dade de apóstclos para voar em socorro
dag almas, mártires para salvar o mundo,
5. A ausência de zelo torna o Sacerdote um servo
inutil e um escandalo para as

A vocação sacerdotal não consiste, para o Sa•


cerdote, etn concentrar-se num gozo egoista do
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seu implica necessargac;nente uma são e um
apostolado em beneficio das almas, sob urna forma
ou sob outra. Jesús pregou nem ensinou semp;c, não
trabalhou nem fez milagres sempre ; mas, 00
silêncio e na oração como na açao, salvou as almas,
Quer dizer que Ele tinha zelo das almas e estava
constantemente preocupado com a santifica#o e
salvação delas.
JesúS deu-se corno modelo ao Sacerdote, Confiando-
lhe sua própria missãoe impôs-lhe os mesmoa deveres.
Nio corresponder a essa vonu.de ior• mal de Jesús é descer
das alturas do Sacerdócio e tomar-se natural lá onde só
deve haver sobrenatilral. é tornar-se inerte e inutil lá ande
a situaç50 reclama zelo e açãO.
Nada traduz melhor a idéia de um servo infiel e sem
coração, do que ver um Sacerdote a quem a salvação
das alugas quasi já não diz nada, que se desinteressa
dela pelo menor motivo e quando há um simples
esfgrso a se impor, Esses Sacerdotes sustam a graça
e a tornam infrutífera; responderao por isso
severamente. Tanto mais quanto a sua apatia espiritual
é notada, tanto mais quanto eles são necessariamente
conhecidas como homens sem ideal e sem movei
sobrenatural, e se tornam assim um escândalo para as
almas,
Quando há tanta coisa a fazer, ver urn
Sacerdote que cruza os braços e leva uma vidinha
burguesa ditninue a fé dos bons e e*eita a ironia dos
maus, Nessas condições, o Sacerdote já nio apa•
rece senão como um homem vulgar e terreno, tanto
mais culpado quanto a sua vocação o Obriga a ,uma
vida toda espiritual c a um zelo ardente e fatigavel.
A cada eleito do santuário compete poupar essa dor
a Jesús, essa vergonha à Igreja e esse escanda!o à
sociedade.
CAPÍTULO QUARTO
A BOA EDUCAÇÃO

— A boa educação convem à dignidade do


Sacerdote. *
E' de todas maneiras que o Sacerdote deve honrar o
seu Sacerdócio. Neste, honra ele o Sumo, Sacerdotes
Jesús, e a missáo excepcional que dele recebeu.
Naturalmente, essa honra é antes de tudo quer
dizer que. em sua alma, deve ele prestar Aquele que o
elevou a tão alta dignidade homenageõs, de louvor, de
açao de graças c de adoração. pela pureza exemplar de
sua vida e pelo ardor dc um amor que nunca se desminta,
Mas essa honra tambem exterior, devendo a atitude
digna e perfGta do Sacerdote estar em harmonia com a
excelência do Deus que ele repre senta.
Ninguem pode apresentar-se aos povos como
embaixador de e falar-lhes em seu nome sem usar tina
linguagem nobre e elávada em relação com a dignidade
suprema daquele de quem é o enviado,
Ninguem pode ocupar-se de coisas santas sem fazê-
lo com a dignidade que convém. Ninguem
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VOCAÇÃO SACER>O'TAL 83
A
de encarregar-se das almas sem tratá-las com cer ta
delicadeza gue é gnais do que conveniente em
semelhante ministério.
O Sacerdote qtte tem conciência da sua dignidade
compreende que deve ter uma apresentação
irrepreensiveli por respeito a seu Mestre e por deferencia
para com as
Nia lhe ficito negligenciar a conduta terioo
pocque, pertencendo tudo net* ao seu cerdócio, este
lhe exerce não raro a influência tanto por palavras, por
Stas m «ne;tac e pelo conjunto de sua atitude, como pelo
exercicio das suas funções mais sagradas.
Saber que se ocupa o próprio lugar de Deus e
se preocupar em fazê-lo segundo as
conveniências de gábia e nobre educasio, seria
faltar a isso que de bom grado chamaríamos "as
regras da etiqueta sacerdotal"
Quando se ve de que lustre exterior se cercam
os embai*adores dos reis da. terra, seria admissivel
que og representantes do grande Rei do céu
apareceSem sob exteriores descurados e fossem
ignorantes das atitudes nobres e dos costumes
recebidos ao exercicio da sua função?
O interior antes de tudo, sim; mas timbern O
exterior conveniente. Og Sacerdotes os atautos de
Deus; deve haver no seu porte e em toda a sua pessoa
uma certa distinção que refliCa a dignidade de seu,
Mestre. No minimo, que nada neles fira as
conveniências e as regras de uma boa educação,
84 DE
Não se objetar qge, para fundar sua Igrejai
Jesús tornou doze pobres ignorantes sem
pois Ele os fez em seguida principes do seu povo e
lhes deu as qualidades que convinham sua
missão. Eles abandonaram o exterior e os
M, E.
costumes dos pecadores
hábat:os exigidos pelo
seu Se amamos

O Seminário os meios de
nhamos boa educação.
damo—lo; o que sabemos,
coaservemo-lo.

2. A boa educa#o
Sacerdote na
O Sacerdote não é dos
bosques, vive ocupa
um posto honroso.
setnpenha um papel na
Góes sagradas. tetra,
junto às almas.
VOCAÇÃO SACER>O'TAL 85
CROtX
da Galiléia, e tomaram
novo estado,
Mestre, etnpreguemos
desde
Lhe atrair as almas. TeO
que não sabemos,
aprenlevemo-lo em contg e

convcm situação do
sociedade.
destinado a ficar no fundo
entre os seus semelhantes e
Pela saa
instrução, dee;
pelas suas
fun'atintas e extensas

forçosamente em foco,
em contacto cam todas E'•lhe
preciso então rnais é-lhe
preciso boa educadisparatado
cm certos meios fosse
portador de. um asrelação
cota a sua digni-
86 DE
A sua situação
póe•no e ele está
exposto a entrar Sacerdote
as ser inimigo da
classes da sociedade, elemundanas,
do que são mais do
que um simples geito, estado santo como o seu, cose
são. Ele apareceria ruais
mostrar em tudo irrea
cultivados, se nin peeto
susceptibilidade de nindas
e de em maneiras. quer
Tanto deve c que tem de C*ercer
gã.ncia e das maneiras influênisso, deve evitar
qgc deslocadas mo impreschocar•lhes os
deve esforçar-se por preconceitos. que em toda
preensivel e ferir parte onde
guem, quer pela
vulgaridade pela
displicência do porte.
Lembre-se ele de
sobre as almas para
sioná-las mal e mesmo
Tenha diante dos
otbO&

aparece, mesmo nas


assembléias públicas e
puramente soçiais„ é
olhado como Sacerdote, e
que o desprezo que
provocasse sua falta de
educaSão ressaltaria
VOCAÇÃO SACER>O'TAL 87
inevitavelmente sobre o seu carater e sobre o seu
ministério,
Quando alguent é elevado tão alto por voca«o,
precisa ter as qualidades do seu estado, Não se trata
apenas, para o Padre, de receber a mis"o de salvar as
almas, é preciso tambem empre

gar os meios para isso. Em casos


E' absolutamente lógico que a elasse
saceÑotal, que tem um papel tão preponderante
a desempenhar na sociedade, dê em toda parte e
sempre provas de séria e cultivada edt:cação,
Daí a importância de se exercitar cedo em adquirir
essas noções de urbanidade e de saber- viver que
serao mais tarde de tanta utilidade no ministério.
Aquilo que nio se aprendeu no seio da família, deve-
se aprender no Seminário. Não é uma deshonra haver
nascido de uma familia' pobre e aldeã, mas grande erro
seria eter que, quando alguem se destina ao
Sacerdócio, possa conservat as maneiras vulgares
contraidas na infância,
O que Jesús vai procurar nas famílias
pobres, que ele ama particularmente» de vez
que Ele própriõ quis ser pobre, são auxiliares,
Ele torna esses auxiliares aptos para a sua
sublime vocação, mas nem por isso pretende
nió despojá-los das aparencias não raro um
88 DE
pouco grosseiras que as pesgas esperam já não
encontra* num Saee:dote,
Esse trabalho indispensavel deve operar-se
durente o tempo da formação clerical. Seia esse o
fito Idos alunos e dos
M. E, CROtX
3. A boa educação é necessária para atine gir ag
classes superiores da sociedade.
O que dissemos precedentemente tem aqui uma
evidente c classes da sociedade que a s; virtucie
não pode atingir, Se tão distinção do espirito, a
delicadeza dos processos, a palidez das meneiras, as
pessoas ficam indiferentes, quando não se afastam com
desprezo, pessoas que nunca entabolarao palestra
outras de má edgcagão, ainda quando estas fossem
Sacerdotes, Nas questões de ordem cspirituat, não
estuo elas, poueol mais dispostas a o
ensinamento e a seguir—lhes os conselhos. Sem razão
ou com razão elas se ofis• cam, e nas coisas de
eonciéncia conservam a atitude assumida para cam as
classes interiores da sociedade.
E' o que nos exprimia um dia, de maneira
axpressiva. Sua Santidade Pio XI, nos dizia,
relativamente à necessidade da boa educação
nos Clérigos " i' Há pessoas a quem se pode instruir
falandu forte e batendo na mesa. mas há outras
que não se pode atingir sinEo pela polidez e pela
deli-
VOCAÇÃO SACER>O'TAL 89
S, Paulo fazia-se todo de todos, para ganhá10s para
Jesús Cristo; o Sacerdote deve ser imitador. Mas. se
é facil descer, nem sempre é tão facil subir, Quando é
preciso ir aos pequenos e acs humildes. a gente
facilmente se põe ao alcance deles; quando, se trata de
atingir os ricos c os grandes, os que são os senhores e os
dirigentes na sociedade. os que. pela instrução. pela
no• breza de familia ou pela distinta formam como que
escol à pa?te, necessário é estar à altura deles, ao
menos pela educaçio, Sem o que,
VOCAÇÃO SACER>O'TAL 90

R
o próprio Sacerdote constrangido c sente fa:— tar-
lhe a naturalidade" de movimento e a flexibilid*de
de conduta que lhe favoreceriam a ação, • As
então reserva significativa e
mantém O Sacerdote afastado. o que cumpre evi•
tarr já que há tantas almas dessa categoria pot
salvar.
A boa educação num Sacerdote nunca é de•
mais. mormente nos tempos em qtt•e vivemos; a
falta de educaçao, pelo contrário, é uma laegna que
cumpre a todo custo sanar. Para isso é precjso
empregar os meios desde o Seminário Menor,

4. — A boa educação um meio de tornar a virtude


mais e O ministério
mais frutuoso.
Isto decorre das nossas considerações
anteriores, Gosta-se mais daquilo qtle agrada; com
mais gosto se cumpre um dever que parece menos
difi• eü; melhor se aceitam conselhos que são
amavelmente dados.
Saber apresentar as coisas. torná-las
simpáticas, de maneiras delicadas para fazê-las
pene trar mais e é tornar os esforsos mais
eficazes e chegar mais seguramente ao fim.
VOCAÇÃO SACER>O'TAL 91

A religião não tem só atra.tivos. a virtude reelarna


esforços generosos, a penitência em si nada tem de
sedutor, a fidelidade ao dever impõe eontí• nuas
renúncias, 0 reino dos réus sofre violência. para fazer
aceitar tudo isso, deve o Sacerdote tof"-Io agradavel e,
ge o poder, atraente.
Se o Sacerdote se fizer amar pela cordialidade das
maneiras, si puser em suas relações o saber fazer e o
saber-viver, se souber dar uga tom de dis-
92 DE
M, E. CROIX
tinção suas palavras e atas, será melhor tado e
mais facilmente ganhará os corações,
Pasta assifi a serviço do mintstério sacerdotal,
a boa educação é uma de salvação nas do
Sacerdote, Se uma nota caracteristica nas
fileiras do Clero,

5. — A falta de boa educaçEo diminue o prese


tigio do Sacerdote e torna-se um nhs táculo ao
seu zelo,
O we antes de tudo honramos no Sacerdote é a
sua virtude. Esperamos achar a santidade oxide
quer que encontremos o Sacerdócio- Mas
desejamos também ver o Sacerdote cercado de certa
au• réola de nobreza e dignidade que ecnvenha
honorabilidade da sua posição. Se essa auréola
faltar, o prestigio do Sacerdote fica diminuidor os
fiéis Sacerdote
irrepreensivel. até mesmo as suas maneiras. pala•
vras, traje» processos; exigem nele um verniz de
educação que toda razão lhes parece convir
admiravelmente sua dignidade pessoal e às suas
fungões; se não achem essa boa educação, ficam
decepcionadcw, e o Sacerdócio lhes parece
amesquinhado.
93 DE
Mas sobretudo os indiferentes, os negligentes.
os mundanos é que sio eugentes. Querem
sacerdotes *'que c@m eles", que lhes sejam
simpáticas, que era nada lhes firam a
susceptibilidade, e que por sua vez não se ofendam
com as suas réplicas e com a sua, oposiçao. Basta
verificarem que Sacerdote não é "bem educado",
como se diz, ou que tenha maneiras bruscas, Ota
que empregue termos vulgares, ou gue não trate dag
conveniências e delicadezas, para sentirem vontade
de afastar-se.
VOCAÇÃO SACER>O'TAL 94

A falta de educaçao tambem de prejudicar


consideravelmente o relo do Sacezte. Ele quere'á
santificar e salvar as almas, mas encontrará sé•
obstáculos nos hábitos infelizes de que se não
houver desfeito, e na ausência da boa educação que
não tiver adquirido em tempo,
A boa educação não se inventa subitamente,
adquire-se.
Enfim, ecm a virtude, a ciência e o zelo,
cultivem cuidadosamente a boa educação todos 05
aspirantes ao Sacerdócio.
VOCAÇÃO SACER>O'TAL 95

httpWaIexandriacatolica.bIogspot.combr
TERCEIRA PARTE

OS EFEITOS DO SACERDóCIO
NO SACERDOTE

http://alexandriacatolica.blogspot.com
hr
incessantemente: recebi arn talento que sou
Obrigado a fazer rende: ; possuo um tesouro que
devo empregar segundo os desí3*ios daquele que
mc confiou.
Sendo a graça do Sace'rdócio maior de todas, seus
efeitos devem proporcionados. O Saee:dote é a luz
colocada no .candelabro para alu• miar c mundo, Ai
deve ele brilhar pela santidade da vida e pelo ardor do
zelo. e exercer assim na sociedade a sua influência
benéfica, e na Igreja o papel de edificação e de
dedicação que lhe incumbe esses efeitos; ajuizará c
Sacerdote do seu estado espiritual e da sua fidelidade ao
Sacerdócioe

http://alexandriacatolica.blogspot.corn.br
CAPITULO PRIMEIRO
O QUE TORNA O PADRE SANTO

— A conciência da sublimidade e da perfeigão


do seu estado.
A.ntes de qualquer ;utra considftagáo. deve o
Sacerdote compreender-se si mesmo. E'•lhe mis ter o
eonheeimeitto eteato do que ele é, para sCguida
compreender melhor a importância dos seus deveres.
Desde que tenha compreendido que sua voca
é divina, que o seu SacerdóciÓ é eterno, que o
carater sagrado impresso etn sua alma é a marca
exata do Sacerdócio do Sumo Sacerdote, ficará
deslumbrado core •semelha.nte dignidade e
quererá digno dela,
Qaando recapitular a história da sua vocação e
se Jernbrar de que ioi tirado do mundo para se tornar
propriedade exclusava de Dees quando refletir na
missio que recebeu e verificar que sua vida toda
deve ser consagrada ao serviço dos alta• res e à
salvaç¿o das almas, apreciará o grau de per• feição
que convém a um estado tão elevado, e sentirá
necessidade de adquiri-lo.
A ViTAçan SACERDOTAL
Um Sacerdote que se coloca francamente em fáce
do seu Sacerdócio e que compreende que só é
Sacerdote por Jesús, pelo Sacerdote por excelência,
tiãO pode deixar de querer assemelhar-se a seu Mes-

tre. Só a santidade ao estado e Só eta. pode mantê-lo


altura dos sentimentos devem incessantemente
animá-lo.
Essa inteligência e essa cognpreensão do seu
Sacerdócio não devem melr questão de genti• mento
nem impressão do momento, mas agir s04re o intimo
de sua alma e torn*f-se uma canvicçáo profunda.
81
Em toda parte e sempre, o verdadeiro Sacerdote
lembra-se de que é Sacerdote e de que, pelo sen
Sacerdócio, & outro Jesús Cristo. Não consideraç,ão
mais poderosa para conduzi-lo a uma alta santidade.
Desde a autora da vocação sacerdotal, deve esse
pensamento inspirar e dirigir a vida daqueles que a eia
chamados. Sonhar com o Sacerdócio é impor-se o
dever da santidade.
2. — O desejo único da glória de Deus.
O Senhor toraou.se a parte de herança dos Levitas do
Santtlário. Qaando eles foram chamados, tiveram de
deixar o mundo; quando receberam a sua missão,
renunciaram a todas as outras; quando foram ungidos
com a unção santa, tornaram-se seres sagrados sobre os
qua.l$ o mundo não tem mais nenhum direito. Sendo
propriedade exclusiva os sacerdotes são obrigados
a só viver e a eó tra• baihar para Ele.
Mas, ao tnesmo tempo que se davam ao Senhor. o
Senhor se lhes entregava e à sua guarda se conEava, A
partir desse momento, to Sacerdote nada mais tern ver com
o mundo, as coisas terre-
82
nas não lhe interessam mais, tudo a que se re• fere'
a seu Mestre nenhum valor ten a seus olhos. Ele
pensa. unicamente Jesús do seu Sacerdócio, tem
catação santas ambições, colima um sgbfi• me ideal,
aspira a restituir a Deus gudo o que rece• beg dele.
E coroo o seu Sacerdócio contém tudo o que
Deus pode receber de glória e de honra, nele haure
incessantemente e esforça-se par fazê-lo frttti• ficar.
Jesús espeta do seu Sacerdote a gua santi
Cornpreende-o o Sacerdote fielé e santificase para
glorificar seu Mestie, do mesmo modo que no
desejo da gló';ia divina acha ele um podercco
e*titante para a Sva santificação.
A glória de Deus o único objetivo da alma
sacerdotal simplifica consideravelmente a vida,
elevando purificando as intenç&es. vivificando as ações.
Compenetre-se o desta verdade, de que não tem
nenhuma cutra coisa a fazer na terra senao dedicar-se
glória de Jesús, e isso o manterá alento no trabalho da
sua. santifieaça,o,
E' sob esta luz os aspirantes ao Sacerdócio devem
entrever a futura vocação, Se eles tivgs• sem outras
agpxrações. não deveriam avançar, pois não se tornariam
Sacerdotes cantos.

3, — O espirito sobrenatural.
As almas que aspiram à perfeição devem mirar
Jesús, sect divino modelo, encher-se do seu
espírito, habituar-se a ver tudo na luz,
83
apaixonar-se de amor a Ele e cansGderar tedo ca
irradiação d* sua vontade santa,
Nada maig lógico para o Sacerdote, qae sua
vocação se separou de tudo para se prender a Jesús.
NÃO sorncnte ele Lhe é consagrado, mas essa
84

MCEEDOTAL
consagraçao uniu-o tão estreitamente a seu Mestre.
que recebe constantemente em sua alma o iafluxo
santificante desse contacto divino.
por assim dizer, o Sacerdote fiel tem só que
abrir os olhos para ver as cotsas ca verdade, tem só
que considerar os acontecimentos humanos para ver
netcs a mão de tem só que se aproximar das criaturas
para se lembrar do espirito sobrenatural em que é
preciso usar delas,
Desde o momento que tudo o que é cri*do não
tem valor fora de Deus, o Sacerdote, que só vive
para Deus, é desapegado do criado; e esse desapego
dá-lhe uma labefdade que auxilia considera•
velmgnte a sua perfeição.
Já que nada é apreciavel criaturas senão
segundo o que nelas se acha de sobrenatural e de di•
vino, o Sacerdote. que é consagrado só ao
sobrenatural, despreza tudo o mais; c esse desprego
das criaturas previne-o contra as tent.asó•es e
asseguralhe a vitória.
Só pensar, falar, agir com vistas sobre•
nunca com vistas humanas e terrenas, mas
unicamente conforme o espirito do Evangelho e os
principias da virtude, eis ai g que faz o Sacerdote
sobrenatural e santo,
Corno & importante para o Sacerdote someote
ser sobrenatural, mas ainda parecê-lo! E' por isso
85

que deve evitar as falas e o raciocinar como as


pessoas do século, manter-se alerta contra as
influências de urn muado terreno e corrompido,
sacrificar gada ao espirito de liberdade, de ra—
cionalismo e de naturalismo qge invade sociedade,
nunca SC inspirar em coisa alguma dag máxi• mas
e dog costumes relaxados que tern curso no munda,
nio raro mesmo entre cg que se pretendem
religiosos.
86
u. E. CR02X
Ver tudo pelo lado do só apreciat as coisas
segundo a doutrina do Evangelho e os ensinamen
tos da Igreja, só Usar delas em mira eternidade, é
habituar-se a uma vida toda sobrenatural, a única
que convém ao Sacerdote,
Por esse siruples fato. a porta está fechada à
atabiçàor ao desejo dag honras, procu:a dos iou-•
vores, à estatna das riquezas, ao pendor do prazer, à
satisfação do bem-estar;
Ntnguem faz Sacerdote para posar ou pa•
Se humilhar, e renunciar—se a si
naesmo, a exemplo do Mestre, Servir•ce da
dignidade do seg Sacerdócio para se fazer valer c
atrair honras e uma glória que só a Deus São
devidase seria um sacri égio. se prevenirão em
demasia os alunos dos Seminários contra
tendências tao pérfidas, indignas da santidade do

A viu interior.
Faca o Sacerdote para terias as aEmas em geral.
a vida interior aio é simpliYFmente meio de adquirgr
a perfeiç'o; é obrigação que _de• corre da própna
natureza da voca«o sacerdotal.
Com efeito, o Sacerdote participa por tal for— ma
do Sacerdócio de Jesús, que não há senão um mesmo
carater sacerdotal, um mesmo poder e uma mesma agio
sacerdotais. Ogando o Sacerdote fala e age Sacerdote, é
87
Jesús que fal- e age nele. Jesú5-Saeerdote elege de
alguma sorte domi• cílio na alma do seu Sacerdote e
exerce nela a sua açao. Muito mus: identifica a si essa
alma. Faz dela ama só alma com a sua, c torna-se-lhe a
vida, E" por isso que a palavra do Sacerdote é creadara e
saa aç:ão redentora.
Pode-se cauceber anão maior de dois entes,
A VOCAÇÃO SACERCOT8L
mais completa fusão de alma, absorção mais radical
de alma humana na alma cle um Deus?
Naturalmentei as saas relações devem ser habituais,
ettreitas, i.ntirrtas. Essa comunidade de vida faz
unidade de pensamentos, de vistas, dc sentimentos,
de vontades.
para gozar dela, deve o Sacerdote ser interior;
sem o qve, perderia de vista o que Jesús é para ele e
õ que ele é para Jesús: capacitar-se-ia
insuticientemente das grandes obras que opera; fana
o de um ser que projeta a luz sobre o mgndo, ficando
ele mesmo nas trevas; que traz um braseiro
incandescente e não é por ele aqueeado,
E' numa açãc comum que Jesús e o Sacerdote
agem, Jesús nio pode dar às almas nada que não
tenha haurido "em Jesús, Ele é tomo um canal pelo
qual passa a graça; e atingirá frutuosamente as almas
a não ser na me4ida em que ficar em contacto
imediato com manancial divino,
O é es•eneialmente verdadeiro para a
ministra«o dos Sacramentos, tambern O é, por via de
88 M. DE
consequência, quando se trata de exercer sobre as
almas qualquer,
Se o Sacerdote não tiver vida interior, não pode
pois. produzir para si e para as almas tudo o que a
seg Sacerdócio pgdc dar ao passo que o hábito da
vida interior o reconduzirá incessantemente ao seu
centro. facilitará consideravelmente a virtude. ao
mesmo tempo que mais fecunda sua agao sobre
*Imas
Essa vida interior não deve ser confundida com vida
contemplativa. Não se trata aqui de consa— graf todo o
tempo à aração c à meditação, mas de estabelecer a alma
no recolhimento e num retorno frequente, e tanto quanto
possivel habitual, a Jesús ; depois, nessas disposiçoes„
entregar-se a todas as
89
E- CROTX

sacerdo-

caridade
penetrar-

nesses
90 M. DE
obras de zelo c de apostolado reclamadas pelo nistério.
Um Sacerdote interior vê as coisas mais mente, fá-las
mais sabiamente, é por elas menos traidc, e acha
mesmo nelas excitante para virtude, Aquele que o n.ãO é
dissipa-se facilmente, deixa-se dominar peias ocupações,
seca-se nos forços do seu zelo, dá poucos frutos
duradouros compromete a saa santificação.
Há ai matéria para reflexão, e esta nunca faz
cedo demais- Os Seminaristas preparar-se-ão tanto
melhor pata o Sacerdótio quanto mais se tarem a
homens interiores,

5. — O -amor de Jesús.
Todas as consideraçóes anteriores seriam
{icieates para conduzir à santidade a alma tal,
se não fossem esclarecidas e vivjficadas
Aléõl de ser a caridade a forma, a seiva e da dag
virtl;des, e de depender do seu grau de o grau de
santidade de uma alma, como o sea de glória no céu
estará em relação com a que a tiver animado na
terra, para o Sacerdote motivos especiais e
essenciais para amare se da vida de amor.
O Sacerdócio não consiste só receber-lhe honra e em
lhe cumprir as funções, corno tao co as obrigagócs do
Sacerdote para com Jesús se a coahecer seu Mestre e a
ecmunicar seus ensinamentos. Há entre Jesús c o
Sacerdote, em razáo da unificação do seu Sacerdócio,
timidade dc vida grande demais para que o mÚtuo nio
91
venha a por um selo de ternura dois corações feitos um
para o outro,
Jesús quer mais do que ser conhecido pelo
R VOCAÇÃO SACERDOTAL

Sacerdote. quer ser por ele amado, E' o seta amor


que dá ao Sacerdote o seu Sacerdócio; é o amor do
Sacerdote que deve recebê-lo. Com o sen Sacer•
dócio Jesús dá tudo 0 que tem no visto
como todo o amor que Ele dedica aos homens
repausa no seu Sacerdócio, que é o principio da
carnação e da Redenção, Sacerdócio de amor torna-
se na alma do Sacerdote um foco ardente Sempre
o Sacerdote é ele mado e
consumido. Mergulha incessantemente nele para
acle purificar-se c santificar-se.
Todas as Iates de que o seu Sacerdócio é a
foa te, ele as ilumina pela do amor, De todas as
suas graças, serve-se desenvolver em si o amor,
Todas as guas obras dc zelo c dc dedicação Sio
mera efltsao do seu amor, Ele ama e, porque azaa,
trabalha, sofre, se dá, sacrifica-se,
Sem amor. o Sacerdote carece de impulso, a sua
palavra é fria, a sua dedicação limitadat a sua
perseverança comprometida.
para realizar grandes coisas o Padre precisa de
uma paixão, e ten• o direito de ter outra não par
sea Mestre. Se para se dirigir e se manter ele só tem
motivos de razão. expõe-se a n.50 poder dentro em
breve fazer frente ao inimigo, superar os
obstáculos, arrancar-se à influência das tentaCães e
ficar fiel ao seu dever, Muitos perigos Fão funestos
e muitas quedas sc produzem porgge falta o agior
para conservar ao coração a vigilância e vontade a
energia,
Só 0 amor pade conduzir ao eume d*
perfeiçio. e a isto é o Sacerdote chamado, Mas
como o tra• balha da perfeição é de todos os
instantes» o amor deve ger constante e estar
incessantemeutc atividade cgraçio do Sacerdote.
Não receie ele, pois, relação a seu Mes-
94 M. DE
CROIX
deixe-se levar à ternura; ccohece bastante os
princípios da teologia c da espiritualidade para não cair
no sentimentalismo. O verdadeiro é o amor de vontade.
Querer ser fiel a Jesús é amá-lo; e amá-lo é fortalecer
a vontade.
Desgrasadamente; demasiados Sacerdotes
desconhecem essa torça poderosa da santidade e
consideram o anaor como uma coisa de imaginação
e de sentimentos, quando, entretanto. Jesús fez dele
expresEamente a condiçio da fidelidade ace settS
unandament0G e o objeto da sua última
recomendaçio, pedindo a seus Sacerdotes que
vivam c permaneçam no seu amor,
Que essa doutrina de espiritualidade e de sã

teologia seja a de todos os Sacerdotes e de todos os


95 M. DE
aspirantes ao Sacerdóciol http://alexandriacatolica -

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CAPtTULO SEGUNDO
OQUE TORNA O SACERDOTE
INFLUENTE

1. A vida irrepreensivel e saata.


O Sacerdote não pode cumprir eficazmente a
sua missão junto às almas sc for honrado e res•
peitado, e se não torno de si urna influEncia benéfica
que predisponha os espíritos a esca— tí—lo e a
seguir-lhe os ensinamentos.
Embora inimigo da vanglória, da ostentaç.ao,.
da procura da estima e do louvor. deve ele
preocupar-se com ser um motivo dC edificaçao e
com parecer aos alhos de todos i:repreensivel na
sua conduta,
Jesús recomendou aos segs que fizessem boa=
obras, para serem vistos pelos homens, mas para vendo-
os, os homens glorifiquem seu, pai que está nos céus
Or4, todos, bons e maus, têm os olhos no Sacerdote;
comp- que instintivamente espiam-lhe a rnmd"tar uns
para animarem

np ber@, outros para apatihi-ló ern _ialta, gua


conduta não deve prestar o flanco a nenhuma
reflexão desfavoravel. Primeiramente,
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
M. E. DE
LA
como simples cidadSo, déVC ele mosttat-ce em
tudo urn modela. Nó aspecto, nas palavras, na
mentalidade, nos ptigcipios e no conlunto de sua
pessoa, nada deve chocar, parecer de-efot,adñ,
sentir seja no que for ao axtural, ao humano, e aiada
ao pendor pata o à paixão, Em qualquer
circunstâheaa, deveae mostrar-se -justo, lionesto,
íntegro,- sób;io, inflexivel no Éggnprirne.nto dó
dever, como se exige de todo boni ridatfãn
Mas isso não basta, O Sacerdote é um cl•aefe
na Igreja; é o aratato da ve:dade, o apóstolo do
Evaggelho, o pai das almas. Vemos gele mais que
homem. sabemos que sua missão é santa e
divina, respeitamo-lo como o representante de
Deus; destarte. esperamos achar nele do que predi•
naturais e virtudes civicas, entrevemo-lo nc
auréola da virtude c da santidade,
Se ele não passasse de cidadão honesto, sco.l
parecer um Em e santo Sacerdote, adeus inf]uéneia!
Recorrer-se-ia ao seu ministério para admirústração
sacramentas, mas não se iriam buscar junto a ele os bons
coti*elhos, o consolo, õ conforto, a luz nas dividas, a
direçao nas teutaç5es,. nas lutas» nas dificuldades e
nas, provações.
Efetivaxtente, como ter confiança naqueles
que não fazem o que ensinam, que impbem aos
outros o fardo das virtudes e dele se exoneram a
M. E. DE
si unesmos, que mostram o caminho do céu e não
têm a dê ?
todos os tet:np03i os saatos Sacerdotes foram
os mais inflaentesy as escutados e os mais benfazejos
dos homens, Se essa influência faltar, o ministério é
paralisado e a açao sobre as reduzida a nada,
Considerem Sacerdotes e Levitas vistas
100 M. E.
vocACKo
de fé necesidade indispensavel de uma influénci*
sobren¿tural no aceteicio do santo mmistéria, e
empreguem os meios para consegui-la.
2, — O desinteresse.
O Sacerdote n'O se pertence, é o servo de Jesés
e o sacrificado das almas. O que ele tem, failhe
apenas confiado o que ele dá, recebeu-o; o que ele
ensina, açffendeu-o; o que promete, é posse de
outro,
Parece que, nessas condições; o desinteresse
seja tatu, já que o Sacerdote nada poste de prd•
prio. obstante. em manejar tantas riquezas hó 0
perigo de apegar-se a elas; em dispor de tão grandes
tesouras há a tentaçao de apropriar-se de uma parte
deles,
O Sacerdote fiel encaminha toda a glória a seta
Mestre, e acha sua felsctdade em permanecer seu
humilde servo. O Sacerdote pessoal não se conten• ta
corn glorificar seu Mestre, quer ter sua parte de honra
c de louvor; gosta dc que as Eas se detc• nham nele, e
atrai-as a si, Toma naturai o cuais sobrenatural dos
ministérios, mas já acha ai a sua e O seu
castigo; pois a cua coaduta em breve será notada. seus
planos desvendados, e ninm se sentirá inclinado a
onfiar-lhe a, alma, sa{en*dol que ele não fará neta
unicamente a abra de
Deus,
SACERDOTAL 101
Se a isso o Sacerdote acrescenta o apego aos
bens materiais, verificar-se-á ser ele humanamente
interesseiro nas obras mais santas, c que c seu
ministério se lhe torna simples meio de tráfico,
Mais nio é precaso para lhe anular a influência e
tirar às almas toda a confiança,
Uma das coisas qge mais edificsm no Sace:date é
justamente esse desinteresse universal de CROIX
tudo o que não seja a glória de Deus e o bem das
almas. O qtne ele é pelo seu Sacerdócio, o que ele
realiza cada dia, o que ele IE e medita. o que ele estuda
e ensina, tudo lhe fata de desinteresse e de desapego, E'
bastante grendc a sua glória de ser c representante de
seli Mestre, para que ele proetre outro; é suficiente a
sua riqueza de ter as almas em partilha para dá•las a
Jesús. para que am• bicione outros bens
Nos nossos dias. em que o amor dos bens tema
parais e a corrida ao dinheiro são um cancro que
corroi a sociedade, é indispensavel ao Sacerdote
manter-se alerta e premunir-se contra esse perigo que
seria a ruina do seu espirito sobrenatural e se
pedra de para
Sacerdote tem outra coisa «n que pensar que em "fazer
dinheiro"' outras alegrias a ambicionar -que não ag que o
bem-estar e as riquezas lhe poderiam oferecer.
ele de gue é discipaio daquele
I
nem siga;ef tinha uma pedra onde reprifisar cabesa,
dagueJe que recomendou desprezássemos os bens
paree5veiS_ mundo e iu,ntáSSÊhTós tesouros Pãra nós no
céu, pelo desapego e pela virtude.
102 M. E.
As almas vão com toda ao Sacerdote
desinte7essadoy gue só se ocnpa do bem espiritual detase
sem pensamento oeüVtQ_de- lucro e de inter resse pessoal.
Tanto mais qtaaato a esse respeito existem preconceitos em
grande número de cristãos. que dificilmente acreditam no
desinteresse das Sacerdotes. For isso. dizem eles
abertamente que os Padres fazem oficio que lhes rende, e
que não há razão para honrá-los por um ministério espintual
que aos olhos deles não tem valor a!gum.
Nunca pregaremos demasiado aos futuros Sacerdotes
quanto é importante cedo se habituarem
SACERDOTAL 103
vocxçko
esse sacerdotal e se manterem
vigilantes contra as tendências lunestas capazes de
lhes falsear o juizo sobre esse ponto.
3, — A bondade.
Quem ousaria dizer que não a bondade uma virtude
sacerdotal. e qucna ousaria pretender que sem a bondade o
Padre pode exei•cer feliz influeneia sobre as almas?
Se c Sacerdote nao. for cibeio de bondade, de
amenidade e de benevolência, as pessoas itao a ele
mesmo assim, mas só para os serv;ços necessários;
quanto ao mais» manter-se-ão afastadas, e niO
estabeleeerão essas relasóes cordiais que São urn
dos meios de asão filais poderosos sobre as almas
pelo eontr¿tio, se o Sacerdote for maaso, atraente,
amavel, condescendente, paternal, ganhará os
corações e atrairá ag almaSe por sua br•ndarfee fará
cair os preconceitos, operará aproxirnações
desejáve:ts, acabará par tou.ofar de certas
hostilidades» e formará à volta de si traço de união
entre as almas, um centro simpático de bons
conselhos, de paz e de cgncórdiaw
A bondade atrai por si mesma; quando, porem,
se encontra em alguem dc elevada digg;idade e que
parece abaixar-se para ir aos outros, impres• siona
mais, Todos gostam de ser objeto da atenção e da
bondade dc um grande» e então o corasãO se abre
naturalmente à confiança.
104 E.
O Sace:dote, colocado à testa do seu rebanho,
deve primar em bondade, se quiser manter todas as
suas ovelhas no aprisco c conduzi-las em seguida
ao céu,
Foi, 0 que Jesús,_ o Sumo que se bom
tau ternó com tcdoe,
M, DE CROIX
repreendeu severamente seus discipulos quando
tavam com Ele para fazer descer o fago do sobre as
cidades cuipadas que proclamava que. rer a misericórdia
e o sacriffcio
AO Sacerdote compete imitar seu Mestre, e
prestar-se com bondade e condescendência a to. das
as necessidades das almas. UEC ele de doçura e de
amenidade para com todas, afim de ganhá-las todas
para Jesús-Cristo. Ele conseguirá mais pela doçura
do que pejo mesmo se às vezes for obfigado a
mostrar-se severo, faça-o com bondade, essa
atitude, ele forçará as almas a compreenderetn que
ele age por dever e por movimento de natureza,
Afim de praticar melhor essa virtude, é im•
portante aplicar-se etn reagir' contra toda tendência
natural egntrátia, Desde o Seminário deve o
aspirante ac Sacerdócio vigiar suas inclinaçóes para
a impactencia, para a dureza. para a cólera, e
energicamente combatê-las. Mais tarde, ao tni•
nistér;o, o carater sombrio, susceptivel, arrogante,
caprichoso, impertinente, desigual, Il,tnktieo, se:á a
causa de ggandes eborrecimentca e de reais difi
SACERDOTAL 105
cuidadeS, se ternpo nio Ibe for feita uma séria e
constante,
Tenhamos diante dos olhos a santidade do
Sacerdócio e os exemplos de nosso Mestre, e
mostremo-nos bons para todos como Ele o é para nós.

4. — O zelo dag almas.


O Sacerdote deve primar no zelo das almas.
Jesús fiãO lhe deu uma missão temporal, tnas
espiritual, Essa missão pode assumir formas
diversas

A VOCAÇÃO
de apostolado, mas não há nenhuma qge aio deva
compoxtar O almas.
Foi para salvá-las que se incaraou„ foi para
continuar essa oba de salvação gue Ele ins
o Sacerdócio. Se alguetn nio sentisse no
coração esse zelo antes de subi: os degraus do
santuário, melhor seria ficat para trás e não
assumir responsabilidade que reclama zelo
infatigavel e devotamento sem limites.
Não há razão para impor limites ao próprio
se conhecem as imensas necessidades
das almas, Não tem o Sacerdote o direito de lhe
restringir a extens*o, como tão pouco dc lhe
dcsconhecer a necessidade. As préCisatrt dê um de-
-um conselheiro, de um médico, de tlü't salvador:
106 E.
'Mesmo quando ele fosse a elas, as almas viriam a
ele,
Pela naatteita como ele as acolher, aa
medida em ue ecm elas se mostrar
condescendente e dedieg o, elas lhe exprimirão
grati&o e confiança, O zela torna a pessoa
atenta, benevo!ente, boa, paciente,
misericordiccat as almas são por ela
confortodas. e seguem de boa mente a direçio
daquele que lhes dedica interesse; elas sio
levadas a ceder toda a sua confiança ao
Sacerdote gue lhes testemunha um zelo
verdadeiramente sobrenatural.
Pelas suas qualidadeç naturais o Sacerdote
pode exercer utraa influência humana, mag essa
influência é secundária, e nem o Sacerdote nem
as almas podem coateatat•-se com cia, que deve
irradiar no Sacerdote é o seu Sacerdócio; é pelas
graças do seu Sacerdócio que deve sobre os
o apóstolo
infatigavel das almas que cle fará compreender
e aceitar o papel providencial que tem o dever
de repregentar na sociedade,
SACERDOTAL 107

Se lhe faltar esse zela, os fiéis nele coaiiança


meramente limitada, .saeer•'
'Iota) que não &animatiC -do amor das almas é
dédicação; com isso as São por ele nmelindradas
c escandalizadas, e adeus da influência moral e
espiritual do Sacerdote,
Pensemos antecipadamente nas
consequências terríveis da negiigéncia da
salvação das almas Sacerdote; não nos
exponhamos a tornar um dia infrutifero o nosso
Sacerdócio,

S. A seriedade da vida.
Nada é üo grande como set hourado com o
Sacerdócio, Trata-se de passar a vida a tratar das
coisas mais sagradas, a ocupar-se dos interesses
da glória de Deus ga terra, a trabalhar sem trégua
em purificar, santificar e salvar as almas. Em si
esse ministério comparta grandeza e
solenidade, Para cumpri-la dignamente, mistct se
faz
estabelecer a próprW nuñ—eatado - habitual de
reflexão e de oração, de gravidade.
No procedimento do Sacerdote nin deve ha•
ver nada de levtano, de frívolo, de incônsiderado.
Ele_ pode contentar-se com ser Sacerdote só no
altar e no exercicio do ministerió. O seu
108
Sacerdócio lhe está impresso na alma, e ele o leva
a toda parte. Ele podc ser hoje Sacerdote de Jesús
e amanhá homem do mundo. Não pode ser doutor
na cátedra da verdade, e em seguida ignorar
praticamente o que houver ensinado, Ele ñãO é
salvador no conféssionário, sacrificador só pelo
tempo da e da santa, Missa; mas deve tr*zer em
toda parte, ao das nuas. mesma dignidade e a
mesma pureza -de vida,
K vochçAo
Aquele exortasóes ca fiéis * cujos pés se pra
set15 peradas, a qgem se aa adorasio na hora da
imolação da divina Vitima, é grande demais olhos
deles para não ficar sempre nas alturas em que o
seu Sacerdheio o colocou,
Nunca esqueça o Sacerdote que suas funçóes
sagradas. como seu carater, o obrigam a rnostrarse era
toda parte e sempre o Sacerdote de Jesús. Quer dizer que
ele deve ter conciê;ncia da sua dignidade e respeGtá-la,
e que as almas nao. devem notar nele nada não seja
sacerdotal.
Sem ser triste, seja grave; sem parecer severor seja
recolhido; sem deixar de ser amavel, seja poa• derado nas
palavras e comedido nas maneiras; sem vuver no
isolamento, seja rese:vado nas relações ; sem ficar
completamente alheio às coisas deste mundo, evite
ocupar-se delas ardor; sem recusar prestar—se
passatempos honestos, frija tios espetáeulas c das
reuniões mundanas, Ern suma, sem se entrajar de uma
falsa dignidade e sem Obseevat urn afastamento
SACERDOTAL 109
sistemático e exagerado das coisas deste mundo, aplique
a sua atençiO ao dever que lhe incumbe: o de mostrar-se
em tudo e para com todos digno representante de Jesús
seu Mestre.
Quando se diz de um Padre: "Ah! é um Par dre
sério", diz-se tudo, pois isso quer dizer," é
verdadeiro • Padre.
Se, por de cutro se diz que é sério,
dá-se a entender que na sua vida há urrwa mistura
que não faz honra ao seu Sacerdócio.
Ninguem se faz Padre para ter em seguida to- das
as liberdades, para se permitir todos os passatempos,
para empregar uma parte do
110

ern ocupações estranhas ao seu Sacerdócio,


111

Reflit.a-se aisto de um Sacerdote é um'


homem de dever e de sacrifício, que só vive para as
coisas do céu.
112

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CAPITULO TERCEIRO

O QUE O SACERDOTE
FECUNDO
EM OBRAS

1. — O Sacerdote, hosnom de Deus.


Se tudo o que é humano no homem desaparece
no Sacerdote pelo fato da consagração sacerdotal,
dai não se segue todavia que o seu Sa— cerdócio
não traga uma modificação essencial ao que ele era
antes d. Ordenação.
Antes, eta puro depoism tornase um
dos altares, assnciatlñ própria dEg• nidade do
Filho de Deus feito homem. Do mesmo modo que a
divindade ern Jesús escolheu o Sacerdote entre os
homens para elevá-lo até à dignidade do seu eterno
Sacerdócio,
Desde esse momento, o Sacerdote dei*a de ser
homem como os outros, toma-se "um homem de
homo Dei, como lhe chama S, Paulo, isto é, um
hoHem ainda homem, visto que não perde a sua
natureza humana c. trata com os hc• como com seus
semelhantes, mas um de Deus, Pertencenie•
Deus.. consagrado aos intetesses de Deus, unido
estreitamente a Deus como ao seu principio de vida.
114 E. DE
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
M. CROIX
Para agu•, o Sacerdote já deve de Deus, sob
pena de agir puramente como homem de Deus. Na
medida em q14e, de pet"samento, de intenção, de
sentimento, de vontade, de palavra e de açãO, ele
permanecer o "homem de Deus", na mesma tnedida
fará Obra de salvação,
Pela simples razão de se nio desprender do seu
centro de vida, o Sacerdote dei•ca Jesús agir nele.
Iluminado pela luz de Jesús, fortificado pela força de
Jesús, fazendo um só com Jesús, ele é poderoso etn
obras e fecundo em graças.
O seu Sacerdócio age, porque ele não opõe a isso
nenhum obstáculo; opera maravalhosament.c; porque
é a sua natureza produzir efeitos divinos; dá frutos
numerosos e duradouros, porque assinalados pela
virtude e pela santidade de Deus.
Nem todas as indústrias Uumanas, nem todos os
esforços do genio huinano jamais iguatarão a
grandeza morat e o poder de fecundidade do mais
hcmilde dos Sacerdotes que vivem e e.gecn como de
Deus.
Eis ai a verdadeira, luz sob a qual deve qualquer
um entrever o Sacerdócio e preparar-se para ele.

2, O Sacerdote, de orasao.
Impossivel um Sacerdote fiel ao seg Sacerdócic aio
se tornar hocnetn de oração, como inevitavel a. um
Sacerdote que não seja homem dc ora poder
coascrvar•sc longo tempo na santidade do seu estado.
O primeiro, não ge separando etn espirito e de
coração do centro e do faco do seu Sacerdócio, rer
corre incessantemente a Jesús e torna-se junto a Ele
um perpétuo suplicante. O segundo, perdendo
í,acilmcntc contacto com Jesús, não vem alimen-
116

SACERDOTAL
tar-se na fonte do seu Sacerdócio e perde a estima
e o espírito deste,
A consequencia inevitavel é que um, orando
em união com Jesús. dispõe da graça e dorscdea:da
sua prece divina ao passo que o out:roi rando esse
precioso socorro, é abandonado aos seus próprios
recursos, que naturalmente sio limitados e
infrutiferoc.
Donde o desejo. qce: deve animar toda alma
sacerdotal. de ser uma alma de oração, uma alma
qoe se eleva incessantemente, que chama Jesús
em seu 'socorro. que põe nele toda a sua
confiança. que se apoia nos méritos dele. que se
mantétn com Ele em contacto habituel de
pensamentos e sentimen• tos. que age e só fala
sob a inspirasao•dele, na gua graça e no seu
amor.
A oração é a mais eloquente de todas as
e a mais fecunda de -todas as ações, porque
então Jesús e o Sacerdote estio unidos e agem cie concerto.
Antes de—ir-àg almas, dirija—se o Sacerdote a
Jesús, •amiaho.dcg corações. Jesús
inspirar-lhe-á ag palavras que é preciso dizer e os
atas gue cumpre praticar. Antes de empreender
Obras, consulte o Sacerdote a Jesús, e será
117

esclarecido; para realit5 mantenha-se em relação


constante com e eficazmente assistida,
Evite, todavia, entregar-se com excessivo a:dOf*S_
óbfare*terioreg, em detrimento da oração. Se os
exercicios de piedade, se omitir facilmente cg
momentos que lhe deve consagrar, dominar pelo
movimento e multiplicidade das Obras, agitar-se-á sem
resultado apreciável; .fatí talvez ruido, mas pouco bem;
despenderá 'muitas esfarçogi mas por um êxito
momen. tâneo sem consistência e sem duração,
118 E. DE
L A CROtx
ExiSte infelizmente um perigo para moços, que
são mais entusiastas, corno seja o de imagina• rem
que o ministério sacerdotal consiste sobretudo no
movimento e que, para fazer bem, é preciso a,n• tes
de tudo agacú'ainda que com isso
tenham de sofrer a vida interior e o espirito de
Fies sonham revolver o mundo, tanto o seu "elo lhes
insptra planog grañd,iosos.
se esses; antes deles ouvos tcntarahn sem conseguir;
eles correrão para as mesmas decepções.
Apliquega-se antes a tornar-se de e Jesús os
abençoará. Farão menos, mas -pro— possuirão uma
força interior de persuasio e uma fecundidade de
açao cujo segredo acharão na oração e na sua-liñião

3. — O Sacerdote, homem de asso.


Não é afim de guardá—las unicamente si que o
Sacerdote recebe tantas graças pelo seu Sa-

Sem dúvida, o primeiro pensamento de Jesús.


cumulando assim o seu Sacerdote, é santificá-lo,
afim de uni•lo estreitamente a gi pela santidade
vidae como o uniu a si pela unçao e eis
o que o Sacerdote nunca deve esquecer. Antes
mesmo de pensar em salvar as almas, deve ele ocu
119 E. DE
par-se da glória de Jesús em sua alma e esforçarse
para corresponder aos des;gnios de seu Mestre, que
guis fazer dele um amigo, um confidente e um
íntimo, animado do seu espirito e vivendo da sua
vida. Entregar-se à ação demasiado depressa ou
com ardor irrefletido, seria faltar i sabedoria e
expor-se a comprometer-lhe o êxito,
Todavia, o Sacerdote é Sacerdote em vista das
almas. Jesús deposita•'he nalma tudo o que é prez
Ciso para ser sango e santificar os outros, Envia-o
120 E. DE
A VOCAÇÃO SACERDOTAL

pelo mundo afara, mas envia-o como Sacerdote; e é


na medida- em gue é "GdadÊirááente Sacerdote que
ele prodvi müiWS matos.
E' par isso que o Sacerdote deve pot mesmo
zelo em santificar as almas que em se santifi a. si
mesmo, lhe é licito relaxar-se no tra balbo
santificação e da alvação das almas mais do que no
da sua
Sacerdote quê nãfT é anigrwdo deste
espirito é Sacerdote cuja caustància é duvidosa e
cuja ação fica comprometida. Se é contar com a
assistência do alto para obras divmas„ 'tambem é
preciso saber por nelas uma perseveran• te energia.
Começar obras e não prossegui-tas é sufocat a
planta zotes de dar ela frutos,
Esperar que as almas venham a vós e nio irdes
atrás delas, seria perder grande número delas. Fazer
do Sacerdócio uma -pequena burguesa,ai ao abrigo
das dificuldades e fadisas, equivaleria fa• como
embaixador infiel que, no curso do camtnho, traisse
seu senhor e crcasse para si lugar dc repouso ao
invés de cumprir sua missão, para fazer bem — e a
isto é o Sacerdote obrigado — é preciso pagar com
a sua pessoa. Pata fazer um bem duradouro, é
prectco trabalhar sem trégua. Jesús escolheu seus
Sacerdotes ecm este intulto; é sua intenção formal;
"Ego elegi vos, ut Otis et fructgrtt _afferatis, et
EroctUC vester ma•
121
Pata JesGg para as almas, para a glória de Deus
nas almas, pesamos Sacerdotes zelososi Sacetdotes
santos. Sacerdotes de aç.io, qge saibam viver do seu
Sacerdócio e fazê-lo produzir frutos duradouros de
salvação.

XV, 16.
122 E. DE
M. Lh CROIX
123
4. — O Sacerdote, amigo dos pequenos e dos
fracos.
Pela saa vocação. o Sacerdote pertence às almas
sem distingão de elasse de situaçío. Jésts deu a vida
pela salvação de todasvo Sacerdote aplica-jhes os
merecimentos dele, A alma de rei nác tem ma;s
direito ao sangue redentor do que alma do últitno de
seus "ditos. Nada impedirá a misericórdia de fazer de,
um mendigo um santo, como a justtça de fazer de
grande deste mundo réprobo, As grandezas
humanas valem perantê Aquele que sonda os rins e os
corasses,
A znesrga. atitude e a mesma , conduta deve ter
o Sacerdote em face das almas. Salve ele todas as que
puder salvar; mas receie deixar-se 'influenciar pelos
aceessórios' pela grandeza, pela riqueza, pela
situação, pela influência, _petas honras.
Se lhe é lícito ter preferências, deve ser para com os
pequenos e os pobres, para eorn os fracos c os itfelizes,
para com og miseráveis e os abandonados. Estes São
verdadeiramente a parte mais cata do gebanhc, tanto por
serem os mais numeroSOS, como por precisarem de ser
consolados. assistidost animados c confortados, Se o
Sacerdote 'hão a eles, muitas vezes a vergonha ou a
timidez os reterá, e eles não ousarSo it a ele, Se Sacetdote
os descurar, parecerá desprezá-los, e éles ecmservarão
disso uma impressão que os subtrairá à gua açao,
Se o Sacerdote os considerar na da fé e na
irradiaçao de Jesús, que tanto os amou, amá-los-á por
sua vez e, a exempto dc seu. Mestre, acorrerá para
eles, comprazer-se-á na companhia far i um deles,
124 E. DE
procurará fazê-los felizes e se des• nderá em lhes
fazer bem
Os ricos c os grandes SÃO os primeiros a
125
mirar a dedicação desses Sacerdotes zelosos. e com
isso nao os estimam senão mais; ao passo que nem
sempre ficam edificados com o ardor qtte alguns
poem etn procurá-los, e lhes ganhar as boas graças,
Mais vale _pggueno com peqttencc, pobre corn
os pobres, humilde com os humilde. Mais vale
compartilhar a situação dos deshetdados deste
mundo e fizer-lhes bem alma. do que viver na
companhia dos grandes .sem lhes fazer bem e em
detrimento da própti* alma, receie o Sacerdote
abaixar-se aproximan se dos pequenos, dos
pobres e dos infelizes, Pelo ecrttrário. ai está ele
mais lugar, visto encontrar na companhia deles
Aquele de quem ele é c ministro e que. na terrar
escolheu pata Si mesmo esse estado pobre e
humilhado.
S. — O Sacerdote, apostolo de caridade,
O Sacerdote deve como proptie
das almas. Todo o seu Sacerdócio lhes
perfence, Jesús não recebeu outra missão sea50•a de
salvar almas; como seu Mestre, o Sacerdote só vive
para elas. rudo o gue ele faz. tudo o que diz, tudo O
que projeta só tem um fim; leds e as almas.
Qüer sc dedique por elas no silêncio ou na
aç.ao, pela palavra ou pela pena, no apostolado da
oração no Obrac, deve fazê-lo num grande espírito
sobrenatural, inspirado pelo motivo da ca'idade, e
com o intL1ito único de dar Jesús às almas e as
almas a Jesús,
126 E.
Quando a caridade é o movel e o fim das ações,
há limites dedicação, nem limites ao sacrifi cio, nem
cálculo interesseiro nas obras, nem consi— deragão
humana a respeito das pessoas, O coração
CROIX
128 E.
eSeancara-se para espalhar -o fogo do seu amor;
ele querena aliviar todas as misérias, socorre:
todos os infortúnios, esclarecer todos os
espíritas, pacificar todos os coraç5es, robustecei
todas as vottades.
Então o esforço já não custa: a pessoa é
mcvida como que por uma mola quando se trata
de correr em socorro das almas, e, quanto mais
eia se dá, tanto mais é feliz.
Eis ai a vida do Sacerdote, apóstolo da cari•
dade. Ele dá todo o gue tem, e dá-se a si mesma.
A Süá bolsa, como o seu coragao, está sempre
aberta, e as infelizes vêm tirar nela, Sua preçria
só tem vida para acimar cotu ela outras; e2e as
confunde com a saa. santifica—se para santificá-
laG, imola-se para salvá-las-
A lembrança gue taig Sacerdotes deixam
após si grava-se na ntemória dos povos, suas
obras são duradouras e abençoado é o seu nome,
E' lícito tet essa ambição. pois toda a glória
de{a retorna a Jesús, que charna seus Sacerdotes
a setem no mundo focos de caridade divina c os
conserva fiéis.
Possam todos os Sacerdotes de arn,anhi estar
assim à altura da subEime vocação!
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130 E.
CAPÍTULO QUARTO
O QUE TORNA O SACERDOTE UTIL
A IGREJA

1. A doutrina do Evangelho,
Jesús confiou o depósito da fé à sua Igreja 'i é
dela que se devem aprender as verdades da religi:
ao, receber os ensinamentos do Mestre, adqgirir a
ciência salvação e obter a honra de ensiná-la aos
outros.
Os Sacerdotes Ao colocados na primeira linha para
conhecerem essx doutrina e para lhe faze• rem em seguida
os doutores e os apóstolos, pelo seu Sacerdócio, recebem
eles a- missão de pregar o Evangelho no mundo inteiro.
Docete, diz-lhes a Igreja depois de Jesús, docentes servarc
omnia quaecumque manaavi vobis abri o Evangelho, e
achareis nele a verdadeira dovtrina. a que o próprio Salvador
do mundo ensinou e que deve ser a regra inflexivel de toda
e de todo ensino.
Cotn efeito. não se trata, para o Sacerdote, de
ensinar coisas novas. de emitir teorias mais cu
menos arriscadas, de esmerar-se com desenvolver

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132 DE
M. LA .CROIX
teses pouco conformes verdades cristãs. de pregar
assuntos *'aa moda" e cie dobrar-se a. esse
mowitnento inconsiderado de idéias e opiniões que
tem curso no mundo, Ele tem outra coisa a fazer que
náo a de parecer um Padre "moderno'", como lhe
chamam, gue segue as opinióes de seu século e se
compraz em pregar novidades.
Se, em casos particulares. é obrigado a tratar de
assuntos coneios, deve fazê-lo reci"tzitdo tudo
verdades do Evangelh0i mas nunca fazendo do
os ensinamentos evangélicos às exigências
dc uma estranha qttaTqwec.
O Sacerdote será tanto mais erudito na ciên
eia sacerdotal, qaanto mais possgif o Evangelho. O
Evange'ho deve ser o scu livro por excelência ; ete
obrigado a vir bebêr nele incessantemente para si e
para os autTOSe a fazer dete o arsenal da sua
ciência e base do seu ensino.
Ele só é Sacerdote para servir seu Mestre,
no Evangelho que Jesús lhe gata; misture-se ele
ao grupo aos Apóstotos e, como eles, recolha com
respeito todas as palavras que caem dos lábios
divinos, não perca nenhuma, estude-as, medite-
as, cha delas a mente e o coração, saboreie-
lhes a do e a santidade, viva delas, e em
seguida leve aos outros a luz e a verdade, o
espírito e * vida que elas contêm.
Um Sacerdote que não conhecesse o
Evangelho c o pregasse faria bemr perderia maito
133
tempo, divertiria as a as mais do que as
santificaria,
Os belos discursos, as pregações moda profana",
fazem mais mxl do que bem, pois estragam o gosto
dos fiéis, dão-lhes uma concepção falsa da ret:gião e
não inspiram nenhuma idéia generosa de reforma
costumes e dc prática da virtude,

A Igreja é traida antes que secundada poe tais


apóstolos. Pelo contrário, o de que ela ptec:tsa é de
Sacerdotes fiéis em ensinar a sua doutrina, que se
contentem esta c dela ganca se afastea:n, que sejam
cheios do seu espírito, que pensem e talem como ela,
e se preocupem de transn:utir às almas os que cla
alesma recebeu do seu divino Eundador. os quais
estão consignados ao Evan• gelho.
Mal uma vocaçio sacerdotal começa a
mamtestar-se, dever-se-ia instrui-la dessa
doutrina, porlhe nas raios as Santos Evangelhos,
dar-lhe o gosto e o culto deles, e formá-la assim
desde o primeiro instante na ciência fundamental
do Sacetdóeio.
2. — A ciência adeaiá8t:ica.
O estudo c o conhecimento do Evangelho não
excluem as outras ciências, mas servem-lhes de
base, dc luz C dc regra,
Devido à sua situação e ao seu ministério, o
Sacerdote é chamado a desenvolver as verdades da
fé, a pô-las em luz mais vivam a deíendê-las con-
134 DE
tra os erros e a provar-lhes o acordo com as luzes
da razão. Demais, para estar altuca da sua missio,
deve ele saber discorrer sobre todos os assuntog de
ciência. de história, de espiritualidade, de dogma e
de moral, que sio do donainio disso que se
chau:aam ciéaóas eclesiásticas,
Nem todos são chamados a servir-se delas
igualmente, mas niogucrn deve ignoH-las„ A
Igreja necessita de sábios de doutores, de
apóstolos e de defensores; concorrer para servi-la
peia ciência, tanto quanto pela virtude, é ser-lhe
grandemente
Eis ai a intençáo sobrenatural e o fim primei-
M.
CROIX 135
os que se entregam
de semelhante
poderosamente nos seus
ütna salvarguarda
estranhos, às vezes quiçá
conformes com o seu
poderiam prestar

na vida apostólica do
tanto ardor às obras
consideravelmente, e às ve— e
mesmo toda leitura carece de
ordem e de Sacerdote urn
tempo proa turbilúo de
atividade exdificuldades para
se

qtre se deixam levar


gosto do estudo. que
livros e 05 deaxam
cosão culpados e se
que são fonte a ocia-

de toda ciência séria,


aptos a adquiri-la I
atrofiadas, qge proIgreja
e para as almas! por
hábitos de vi-

essas tacunas e essas


como é importante
aspirantes ao
136 DE
to que se devem propor todosSacerciência
a esuldos eclesiásticos. Alémeclesiástica faz e que
sição de espirito ajudá-losse lhe
frabalhos, eles achano nela
tra a tentasãb de estudos mais
atraentes, porém menos
estado e com as serviços que
Igreja.
um perigo frequente
Sacerdote: é o de se dar com
de zelo, que descure zeg
totalmente. todo esttado
séria, Semelhante ministério
ponderação. Passe um
longado em semelhante
terior, e terá depois todas as
repor no estudo.
Não queremos falar dos
à preguiça, que perdem o
fecham voluntariamente os
brit-se dc pó. Fsses
Sacerdotes expõem a todos
os perigos de sidade e a
preguiça.
Quantos espíritos vazios
e que no entanto teriam sido
inteligências quasi
duzem mais nada para a
Quantos belos talentos
137
perdidos da natural e" sensual!
Como devemos deplorar
chagas no clero' Mas preveni-las
cedo e mostrar aos dócio que a
aquisição da parte integrante da
sua, vocação, devem dedicar
fervor,
138 DE
A vocxçAo SACERDOTAL
139
3. O devotamento à Igreja.
Pela sua Ordenação sacerdotal, torna-se 0 Sacerdote
como que propriedade da Igrej., E' Igreja gue o ordena, que
o recebe em seu seio a urn titulo especial e sagrado, e lhe
confere poderes divinos que ele deverá exercer sob a sua
jansdiçao; é a Igreja. em sarna, que o reserva para si, de
etupregá-lo cm seguida seu gosto para O maior bem das
almas.
Recebendo tudo Igreja, Sacerdote develhe uma gratidão
enorme e tem necessidade dc por a serviço dela um devotanvento
sem limites.
Mais do que para os fiéis a Igreja se Ibe tcrnou
Mãe, e ele deve amá-la com amor de ternutam Por
ela deve estar pronto a dedicar-se, a sacriiiear-s.c.
Ajudá-la a cumprir sua missão na terra é toda a sua
atnbiçao, Vê-la bonradat respei• tada, escutada fat a
sua ventura, Para defendê-la, recua ante
sacrifício algum, e está pronto a dar a própria vida,
Por isso, o Sacerdote está semptc disposto a
voar a toda parte onde o chamam os interesses da
igreja. Veado nela a esposa de Cristão a depositária,
do tesoura de suas graças c dos seus merecimentos
infinitos, a 'invulneravel continuadora da missão dC
seu divino fuadador, a mensageira 4a verdade, a
dispensadora dos bens eternos, com solicitude se faz
seu discípulo e seu humilde servo, Nada lhe
custa quando se trata da honra da Igreja e do
da saa divina missão.
A dedicação dos seus Sacerdotes faz a força da
Igreja, Ela os envia ao extrerno do muado;
140 DE
emprega,os num apostolado humilde e oculto ou
lhes confia os ministérios mais dificeis; faz deles
auxi• liares tecessários para substitui-la por toda
parte junto almas; e, par eles, age sobre o mundo»
M, L R CROtX
apli— frutos da dá a verdadee
fica as coaca¿neias e salva a,' almas,
Que honra camprir na Igreja tal missão de amor
e devotamento E como por isso deve o Sacerdote
mostrar-se grato e fiel I
Detncs à Igreja falanges de filhos devotados
que, desde o Seminário, se preparem para honrá-la e
servi-la,
4, — O respeito e a submissão à autoridade. Em
toda sccaedade bem estabelecida, há uma hierarquia
de dignidade e de jurisdição que lhe mantém a
harmonia e lhe assegura o iunciona-

mento.
Jesúg,não podia dei:ar de estabelecer Igreja
como uma sociedade perfeita; do contrário teria
carecido de sabedoria ou de poder, o que não se
poderia supor sem blasfémia, Por isso. vernos na
Igreja urna organiz.asao completa, onde os poderes
são subotdinados uns aos outras. as tnúitiplas se
exercem numa ordem perfeita, sob a autoridade de
superlotes sujeitos pot sua vez a ehefcs mais
elevados, os quais obedecem todas a um chefe
supremo,
141
O Papa, os Bispos e os Sacerdotes, eis o que
constitue o quadro principal da hierarquia da Igreja,
Não se pode, ser Sacerdote util à na.O Se for
Sacerdote respeitador da autoridade, submisso ao
seu Bisp e totalmente obediente ao Sumo Pontifice.
Além de gerar uma fonte de desordens de se tomar
causa de verda fieiros escândalos, que sao uma
vergonha para a Igreja e para os insubmissos, a
insubmissão está contradição formal com os
compromissos sagra• doa assumidos no dia da
Ordenação e o espí-
142
VOCAÇÃO SACEDO'FAL
fito de todo bonu Sacerdote. que em tudo e sempre
deve Saee:dote segundo o coração de
Deus,
A insubmissác e a desobediência qaebram os
laços sobrenaturais ue a • consagração sacerdotal
ectre o ispo e sect Sacerdote. O Bis— po cessa
de ser aos olhos do Sacerdote o representante de
Deus a quem prometeu obediência. e O Sacerdote
aparece ao Bispo como um i;iLho ingrato

rou- Esta

consideração bastaria para agir sobre um Saeerdotc


de bediêncta.
Falando de insttbtnissáo, não queremos censurat
apenas atos exteriores e graves. mas ainda esse
estado de espirito que, sobejas vezes, moimente nos
nossos dias, é propenso a encarar a autoridade
como um inimigo, a critica:-lhe os atas, a formular
apreciações desfavoráveis, a depreciá•la de toda
:maneira e a por certa osteatasãO ern desprezá-la e
em se mostrar independente espírito é
diametralmente oposto ao espirito sacerdotal c
acarreta consequências desastrosas nas fileiras dc
Clero, para os próprios Sacerdotes e para os fiéis
que testemunhas dele,
143
Se atitude se estadeasse a +espe.ito do Pastor
gÜpremo da Igreja, a falta seria a.ind.a. maior e os
efeitos mais graves, O Pontífice é poc demais
"Jesús•Cri$to", de quem ele é o Vigá' rio na terra,
para ser sumamente respeitado e escutado pelos
Sacerdotes. Quando se trata de papa, pode haver
questão dc nacionalidadee de política, de optniiñ ou
de controvérsja. O Papa fala, Sacerdote escuta; O
Papa ordena. O Sacerdote obedece; o Papa
aconselha, o Sacerdote exe guta; o papa dá uma
dircgÃC, o Sacerdote segue-a;
M,
o papa exprime cede logo,
Eis o que faz
Eis o que torna na
Igreja,
Seja urrwa se
desfie•m ao
homens de
respeito toridade!
144
5. O amor
DE CROIX
desejo, o Sacerdote a ele 145
um Cleyo ferte e disciplinado.
um Clero honrado, útil e edificante
resolução firme e inabalavel, no; que
Sacerdócio, o serem a vida toda e de
subtnissãc para com a au-

do dever, é Sacerdote segupre,


Abraçou tera determinação
formal de se e para isso contou
cota a graça essa graça hgnca lhe
faltará, e faz a sua força,
O Sacerdote está menos seguro
que da assistencia do eito. Há nele
combatem. a natureza a graça;
tentações e conheceu
desfalecimenvê corn a mesma
clareza, nem quer firmeza; é
diferentemente impressiovulgares e
pelas coisas espirique o fazem parar
na senda ás vezes em sua alma
dessas gue lhe podenarn cnstar o
prego
146
O tais perigos de dentro e de fora,
vitoriosa de que o Sacerdote deve
amor do dever. Ele se comprometeu.
sua palavra. Os interesses em
preciosos à sua alma e à Igreja,
sacrifique tudo ao seu dever,
cumprir; eis a bússola que meio das
trevas, das obstáculos

Sacerdote riveis
Obrigações, lhes
mostrar divina. S"he
que este pensameato
Infelizmente de si
mesmo do elementos
que se ele suportou
tos nem sempre corn
147
a mesma nado pelas
coisas tilais; há
obstáculos da
virtude. e existem
hesitações sjabtis do
seu amor,
Em face de
há arma usar
sempre o não
pode faltar à jogo
sio demasiado
para que ele não
O dever
rigoroso deve dirigi-
lo no e dos perigos,
A SACERDOTAL
Lembre-se de que a Igreja conta com ele, que lhe
confiou sua honra e que nio a pode enganar,
Que o pensamento do amor que Jesús lhe des
monstrou sea Sacerdote. o sustente e lhe A
conserve no coração os rasgos de fervor que ele conheceu
no dia da sua Ordenação e da sua primeira Missa; e que,
custe o que custar, permaneça ele o do dever, o homem
de Deus, o ver• dadev,ro Sacerdote de Jesús, honra e
glória da Igreja
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QUARTA PARTE

coM0 FAVORECER AS
VOCAÇÕES SACERDOTAIS

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Os Sacerdotes são sobejamente necessários à
Igr'eja para que as almas se destnt;eressem, deles.
Jesús necessita de auxihares para aplicar as graças
da sua Redenção, e iá•lg pelo mmistério dos
Sacerdotes.
Os cristãos não podem iatiseuir•se por si
mesmos em missão tão sublime que reclama um cha
mamento divino e uma consagração oficial da
Igreja; mas devem desejar que o número dos
mimstros do Senhor se multiplique, segundo as
imen• sas necessidades dos tempos, e é para desejar
que todas tragam a essa grande Obra a sua generosa
participasão„ os de os estados e situações, Cada
entretanto, deve procurar concorrer o mais
eficazmente possivel para a cgcolha, pteparaçáo e
formação das vocaç6es dotais.
Que Sacerdotes c fiéis rivalizcua ena zelo e em
generosãd*de para dar bons e santos Sacerdotes à
Igreja. obcas sacerdotais São as mais importatates.
em razão do seu objeto e dos seus resultados; entre
elas, o recrutamento das vocações um 40s primeiros
http:Ilalexandriacatolica , blogspot, com, br
CAPÍTULO PRIMEIRO
A PROCURA E A ESCOLHA DAS
VOCAÇOES SACERDOTAIS

1 , — Preocupar-se cóm as vocações.


Àqueles que compreendem importância do
Sacerdócio no plano dos designios divinos para a
salvação e santificação das almas, nio basta não
serem indiferentes ao recrutamento do clerb e
esperarem que as ocasiões se apresentem, para
favo: reeetem de cma maneira qualqger as
vocações.
Quando se trata de interesses tão preciosos
para a Igreja e para a sociedade, há outra coisa a
fazer que não ficar inativo e aguardar os acon•
tecimentos para descruzar os braços e mover-se.
Ota não se compreendeu a necessidade cap;tal que
a Igreja tem de Sacerdotes, e então a pessoa não se capacita
da miséria moral dos povos, da necessidade de instrução
espiritual das massas e da evangelização das nações infiéis.
e isso é uma ignorância de que urge sair; ou se tem a
inteligência da situação critica das almas no meio da
rupção universal, e então não se pode ignorar a necessidade
que por toda parte se faz sentir de mais numerosos
Sacerdotes para dispensgr às al•
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A SACERDOTAL

VOCAÇÃO
mas os socorros da religião e impedir ave o gtan— de
número se perca.
Esta intensão deve ser das primeiras nossas
preces; ela deve nascer em nós ó de• sejo de
cooperar para o 'recrutamento sacerdotal, tornar-se
uma das nossas principais
Praticamente, faremos nascer as ocasiões can pazes
de revelar-nos ag vocações socerdotaig, favoreccremos
as primeiras manifestações, interesszremos nelas as
almag generosas, recomendá-las-emos a Sacetdotes
piedosos e esclarecidos e, se preciso, cooperaremos na
instrução delas.
Possam as familias cristãs distinguir e tavorecer
as vocações desabrochadas seu seio: PosSam" as
almas piedosas achar em torno de si, ena todas as
classes da sociedade, eleitos do santuário, e orientá-
los para o Sacerdócio I Possam os fiéis dc todas as
condições ter a peito a obra do recrutamento
Eacerdotal! Possam todos cs Sacerdotes do Senhor
achar sucessores para continuarem a sua Obra de
salvação !
2 - — Estudar cuidadosamente os individuos,
Nio é pelo fato de ter a Igreja necessidade de
Sacerdotes gue é licito escolhê-los levianamente, A
vocação sacerdotal é demasiado elevada, e o mi• nistério
exercido pelo Sacerdote é dc ordem por
A SACERDOTAL

superior, para que a escolha dos individuas não seja feita


com cuidado judicioso.
Sc o número dos Sacerdotes é necessário, muito
mais necessária é a sua qualidade, Não se dirigem jovens
paca o Sacerdócio peto simples deseja de fazê•los
Sacerdotes. preciso estudar anteg os individuos,
capacitar-se quanto possivel dos Cios de vocação,
da piedade, da inteligêncta, do rater dos Vlent00$,
122
DE CROIX
O desejo de "fazer Sacerdotes" é louvabilíssimo.
mas cumpre reconhecer que há o perigo de se deixar
inspirar demais par esse desejo e insuti• cientemente
pelas regras da prudência e. da sabe doria, Pensa-se
que é dificil ter a certeza de urna vocação nas enrilhes
feitas em baixa idade, e fazem-se ensaios. E,
precisamente parque essa dificuldade exister é que
mister se faz por mais cuidado gas escolhas. Se não se
pode chega! à certeza. importa pelo menos tet dad0G
de espes rança assaz precisos para que a vocagio tenha
um certo fundamento no individuo, e não somente no
espírito e talvez imaginasao daquele que a faz
surgir,
Diz-se atuatmente: é verdade,
poucas indicações de vocação no meninoi o qual
tern mesmo tnttitos defeitos i mas com o tempo ele
se corrigirá e poderá vir a ser mais tarde um bom
Sacerdote IA reflexão é especiosa. Não lhe falta
certa justeza, no seutido de que virtude se adguire
com o tempo e que semp:e nos podemos corrigir
dos nossos defeitos; não Obstante, nüO seria
sensato apenas por síti,ai$ negativos confiar ma
vocação; será mister, pelo menos, que ao ledo das
notas desfavoráveis haja outras que as
contrabalancem e deixem uma esperança positiva
de vo-
Ser objeEo de estudo
to, Trata-se de uma eseotha a fazer, e não de to o
A SACEREOTAL 123
primeiro que se apresente. Ora, em toda egcolha há
exame; pesa-se o pró e o contrat estabelecem•se
paralelos: e cornparasões, remonta-se aos principios e
desce—se às consequênciasi coaside• ram•se o fim e
os meios a atingir. NO caso atuai. é necessário por em
jogo o sobrenatural e o natural; o pondo-
se face da
VOCAÇÃO

cia da vocação sacerdotal, que é um chamado divino


para fios o natural, procurando cobrir no menino
as qualidades, as aptidõeg e as virtudes
correspondentes à sua vocação.
Desde que se tornam todos 05 meninas para
conduzi-los ao Sacerdócio, só se devem esco'her os
que parecem chamados e que reunem as condições
requeridas para dar esperanças füñdadas de
perseverança,
— S6 ter em vista a glória de Deus e o baal dag
g.l.mas.
Seria ilógico, e mesmo culposo, ter outras vi;tag na
escolha das vocações sacerdotais, O Sacerdote tem razão
de ser fora do fitn para que
existe; a glória de Deus e c bem das almas.
Não falamos dos que poderiam agir em vista de urg
fim mau; esses seriam Sacrilegos, Mas podem-se encontra:
motivos humanos, naturais, interesseiros, temporais, que
viciam a escolha na ori-
124
uma honra para uma familia ter em seu seio
um Sacerdote; mas essa honra é de ordem
sobrenatural, ecmo a próprio Sacerdócio. Se a
considerássemos como honra puramente humana,
pelo fato de elevar a uma categoria temporal Gta—
perior, o motivo nSo teria nada da pureza de tensão
que se impõe na escolha de t.tma vocação onde tlidó
deve ser aelosivamente sob:enatural. Esse perigo
pode encontrar-se mais facilmente nas
familias de baixe eondiçSo pouco eristás. Por isso, é
preciso estar alerta contra as preliminares de vacação
que esteiam contaminadas de tais ame biç6es
humanas.

Mais ainda é preciso desconfiar das vistas de


interesse material na questão das vocações sacerdo-
A SACEREOTAL 125
E. L A C notX
tais, Desejar ver o iilho chegar ao Sacerdócio para tirar
dele proveito pecuniárto e assegttrat-se uma certa
folgança temporali se7ia ter motivo vil e indigno-
O Sacerdote nác é Sacerdote para sua família, mas
para as almas. A guestao de interesse temporal nunca.
deve ser levantada na escolha das voca;ãcS; e se, sem ser
expressa, no fundo ela é o motivo inspirador, é
importante saber descobri-ta e eomt:a•
De maneira geral. o motivo de agradar aos pais
deve ser afastado no estudo e na escolha das
vceaçóes, sacerdotais sem o que nos expomos a ver
mais tarde Sacerdotes "desclassificadcg" que, impe
lidos ao Sacerdócio pelo desejo e
injustiticado dos pais, não são felizes nele e se
apresen tatei.a-
Que todos os que se ocupam de vocações
sacerdotais procedam pois sempre, na sua escolha,
por vistas puramente sobrenaturais, sem deixar-se
influenciar peloe pais nem por qualquer outra
consideração a não ger de proporcionar a Jesús
cerdotes dignos dele, de dar Igreja santos auxiliares
e de fornecer às almas apóstolos zelosos dos setls
interesses eternos,

4. Fazer nascer o pensamento e o desejo da


voca#o sacerdotal entre os meninos. Os zetadcTes do
Sacerdócio não podem esperar achar vocações
"prontinhas", nem notar sempre nos meninos e nos
adolescentes indicias evidentes de vocação. Não basta
126
mesmo veifiear qualidades de inteligência e de piedade
que pareçam indicar uma vocaçio; é preciE0, ainda,
orientar essas qaalidades para o fim desejado, e saber
inspifar o pensamento e o desejo da vacação

A gaiagua de serem esclarecidas, inspirados


e guiados, gluitos meninos nüO têm par si
mesmos o pensamento de uma vocação tao
sublirne. Seja ignorànciar leviandade, irreflexão
ou mesmo humildade, a idéia do Sacerdócio não
lhes acode, ou é Éo itnprecasa no espirito deles,
gue nela taáo se dctcm, As vezes basta uma
palavra para lhes atrair a atenção e fazê-los
refletir, preciso, além disso, ajudá-los nas suas
reflexõesi (aze-los entrever a beleza, e as santas
funçaes do Sacerdácio, incitá-los a rezar. nessa
intenção e conside• rar com eles os auotivos e as
razões do chamado divino.
Naturalgnente, é aos meninos piedosas que
ptitneiro nos devemos dirigir. sugerindo-lhes
idéias de vocação, observamo-los e verificamos
O eco que as e os conselhos despertam no seu
coração, E' o papel sobretudo do Padre, tnas
tambem de todo educador da juventude, de toda
alma piedosa e zelosa.
Em nossas dias, recruta-se o Clero sobretudo
na ciasse pobre e burguesa da sociedade; a classe
superior, a dos riéos e dos nobres, fornece poucos
Sacerdotes Igreja, E' uma. lacuna lastimavel. e, eu
A SACEREOTAL 127
ousaria dizer, uma injustiça injustiça para com
essas famílias, que tanto quanto as outras têm
direito a essa dignidade e a essa honra
sobrenaturais; injustiça para com a sociedade e as
almas, que reclamam da parte delas c mesmo
socorro espiritual que recebem das outras classes da
sociedade; esse fato, há apostolado a exercer jun•
to aos filhos de "boa familia"L atraindo-os ao
Saeerdócio c cultivando-o cuidadnumente esse
O Sacerdócio é o mesmo para o rico e para o pobre,
para o grande e para p pequeno, Ambos
sao honrados da ma
dignidade. Cultivemos
vocação de uns e de outros,
ietivo sagrado do nosso
5. Levar em conta meninos e a
Posto que a vocação tudo
uma questio de alma, sões e
aspectos sectadários
conhecer,
128 guaaeira e elevados à com o
mesmo zelo a e façamos
disto o Obapostolado.

o temperamento dos
moralidade dos
sacerdotal seja antes de
tem todavia que não se
devem des-
chamado ao
Sacere*amiaado quanto
carater e à piedade ao
temperameoto. O cedo. e já
indica quais defeitos e as do
se o temperamento
pohartnonia com a digai-
dever-se-á às vezes
Observação os
indiviesperanças de vocação
segurança e expor-se a
importante ainda, e que a é
a moralidade dos de temer,
e as numegénero devern
tornar-nos dó contrário,
reserdeshoacag e às almas
mui-
A SACEREOTAL 129
Se o menino gue
julgamos dócio deve ser
cuidadosamente à virtude. porem. se
inteligêncta. ao igualmente Sacerdócio, tem-se o
o deve ser quanto direiNão seria antes
temperar:rvento manifesta- considerar a conduta, a
se serão as inclinaçócs, os
individuo, util verificar
dera mais tarde pór.se em
dade e as funções
sacerdotais.
Tal seja o
temperamento, manter por
mais tetnpo em duos em.
que se fundem afim de agir
com mais nos decepções.
Coasa, porém, mais
preso algum se deve
deqtütar, pais. O atavismó é
sempre rosas experiências
nesse circunspectos e
desconfiados; vam-se à
Igreja muitas tas causas de
escândalo.
Sem dúvida:. há
exceções; trata da vocaçao
para o to de contar com
excesões? sama
imprudência 0 0,50
VEX.AçX0

mentalidades moralidade dos pais, a maneira como


eles educaram os filhos e os exemplos bons ou
maus que lhes deram?
O menino que desde baixa idade fonte teste
munha do procedimento e da irreligiác do pai Oü•
da mãe, poderia conservar disso lembrança capaz
de desenvolver nele a mentalidade e as mesmas
paixões. Assim tambem, cumpre reconhecer que;
pela geração, os pais muitas vezes transmitem aos
filhos os princípios bons Ott maus dc virtude ou de
vicio de gue fizeram hábito, regra
generalíssima, é nas famílias cristas que se devem
ir buscar vocações, Nunca se pode cercar de
demasiadas precauções uma vocação sacerdotal,
e',a honorabilidade, bem como o espírito cristão das
famílias, é uma das que mais se devem aprectar,
SACERDOTAL 131
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CAPÍTULO SEGUNDO
A CULTURA DAS VOCAÇOES EM
BAIXA IDADE

Importância da primeira orientaçio,


A importancia de preparar cuidado as
vocações sacerdotais para a sua sublitne
tniESão não constitue dúvida para ginguem,
Mas em que época tia vida deve essa
pn:paração começar? Devese esperar que o
menino tenha entrado na adolescêmria c
começado a tomat conciéRCia de si mesmo,
ou hi outra preparação mais distante à •edifi•
casão de tamanha obra?
Tal é a questão que se propóe, importante
tudo o que diz respeito a vocaçao para San
cerdócio. E' por isso que se devem descurar os
meios sobrenaturais c outros para assegurar o to de
tão preciosas esperanças, Não se pode negar que,
embora mais negativas, OS meios egapregadog
quasi sem o menino o saber, tem, mesmo assim, o
seu valor; muito mais, não raras vezes têm mais
valor do que os empregados mais tarde, quando o
individuo é menos maleavel à dircçio dada e já está
em luta pai*Oes nascentes,
Não se pode objetar que inconciente, da aç{0
exercida sobre ele, o menino não aproveitará desta,

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133
A VOCAÇÃO SACERDOTM.-
e que, se verdadeirameate ete é chamado ao Sacer
docim chegará a este duma maneira ou, doutra,
quando puder dirigif-ee por si mesmo, Falso
raciocinio que a experiência contradiz cadá dia.
é ags:tm que o jardineiro age com relação. a
uma planta que sabe deverá tornar-se uma grande
árvore ; cuida delas cultiva-a atentamente. preser-
va•a dos fogos do sol e da violência dos ventos, rega-
a regularmente. e uma estaca para Sttstentá-la,
precisamente para "udá-la a *crescer e para que
lance fortes raizes que lhe permitam depois
sustentar—se por Ei mesma.
Nio é assim que a trata o filho a quem acaba de
por no mundo. Embora saiba que, segundo as regras
o«dinárias da natureza, crescerá e Se tomará
homem, age Se tudo dependesse aos desvelos
assíduos que dá ao seu recem-nasciclo.
Quando se trata da vocação sacerdotal. o mesmo
acontece. Importa preocupar-se com ela desde
baixa idade, e. para isso, desenvotver no menino as
tendências para piedade e para a virtude, ori• entá-
lo cedo para as coisas religião, preservá-lo do
contacto das más influências, dar-lhe o gosto das
coisas santas, e favorecer de todo modo os bons
sentimentos que nascem na suã' Stminha,
Sem dúvida, núo é isso que faz a vocação, mas é
isso que ajuda a fazê-la desabrochar, no sentido de
que, quando ao menino o primeiro pensamento dela,
E. DE CROIX
sta alma egtará preparada para rece• bê-to e disposta
a Io,
Suponhamos que esse pensamento da vocação
sacerdotal, quer. nassa por si mesma na mente, guer
FCja sugerido par uma causa exterior; se apresente
um dia a uma alma po•tCO. inc!inada à virtude e
que foi educada piedosamente. Que sacederá? Esse
pensamento absolutamente não a im—
130 M.
135
pressionará, não será nem compreendido nem

deveria

despertar

terreno
piedade

chama-

atrativo,
E. DE CROIX
ciado, c, para poder produzir seu eleito haverá
fazer então o trabalho de preparação que ter
sido feita antes, além do risco de não chegai
resultado,
Aguardar a adolescência pata cultivar na
ma o pensamento. o atrativo e o desejo da çao,
muitas vezes será chegar tarde demais.
a:nin.imo impor um duplo trabalho, talvez
prometido pelas rnás inclinações e pelo das
paixões.
Lembremo-nos de que se t:ata de
oferecer cação, se esta se maraifestar um dia,
um preparado e já semeado de atrativos pela
e de prática das pequenas 'hrtudes.
Quando refleumos na maleabilidade da cia para
tomar uma e dobrar-se a direção qualquer,
concebemos a importância desde a idade sobre
'essas inteligenciazinhas e sabre esses corações
simples. para tá•los pata o bem, Façamos, pois, tudo
pende de nós para favorecer na infincia as des e as
inclinaçoes em harmonia com do possível à vocação
sacerdotal.
2. A frequência dos Sacranaentos e a vosso à SS.
Virgem.
Pata corresponder a essa primeira graça,
mister que o menino que aspira ao Sacerdócio,
em quem se procura desenvolver esse seja puro
e piedoso. A virtude angélica é uma, tude
essencialmente sacerdotal; a piedade é a réola
137
com que o Sacerdote circunda todas as do
Sacerdócio,
O mais eficaz dos meios para se conservar puro,
como para adquirir uma piedade sólida.
E. DE CROIX
frequência dos Sacratnentos- A confissão purifica alma cada • vez
VOCAÇÃO SACERDOTAL
mais, e comunica-lhe a cada vez aa comunhão inocula—lhe supe—
"temente a vida divina, e permite a Jesús exercer nela a sua açao direta
e pessoal.
Esse contacto entre Jesús e a alma. que se es• tabelece pelos
Sacramentos, é toda uaaa escola de luzes, de bons sentimentos,
de atrativos sobrena• turzis, de meios de defesa contra o
inimigo, de revigoramcnto no bem, de santos desejos e de gene•
rosas resolusóes. O meatno, que a ele ficar fiel guardará com
cuidado o depósito dos seus frimei• atrativos de vocaçSb, e
achará fcgas para combater as más influências que possam
atingi-lo.
Há outra fonte de gagas em que deve vir beber o menino
piedoso; a devoçao à SS. Virgem Ega devosào é cheia de
atrattvo e de doçura; os jovens corações a eta são levados por
instinto, vão a Matia corn ternura e entusiasmo, como uma cri•
anga vai a sua mãe,
Maria toma particulardente sob sua protesão a alma dos
futuros Sacerdotes; é a ela que per
etft razão da união
estreita que eles contrairão mais tarde com Jesús, da semelhança
de carater e de missáo com seu Filho, com que eles serão
honrados.
Confiemos a Maria os meninos que querer;amos ver
Sacerdotes um dia, Sob a tutela maternal dessa divina Mie, eles
serao preservados e firmados, Desenvolvamos neles o culto de
Maria igualmente COGI o seu amor i Eucarisfia. e poremos em
obra cs dois meios mais poderosas para conservar e fazer
desabrochar. na hora marcada por Jesús, egsas vocações
sacerdotais de desejo e dc espe— rança.
132 M, LA
E. DE CROIX
3. — Papel dés pis.
Os pais cristãos São os primeiros
a desejar ver nascer nos filhos a
vocação sacerdotal, Eles são os
primeiros interessados nela, porque
nada mais belo nem mais feliz pode
suceder àqueles a quem eles

Mas O papel deles não pode cingir-se


a desejos louvabiügsimos e mui
legitimo' aliig Fies receberam por
dever de ofício a missao de ocupar-se
da de seus filhos, em harmonia com os
designios gue Jesús tem sobre eles. Se
eles não cem em minúcia esses
desígnios, sabem no entanto qne Deus
lhes pede preservarem os filhos do
pecado, ensinar-lhes as verdades da
desenvolveter;t neles CG da piedade e,
pela palavra, e pelo exemplo, arrastá-
los prática da virtuder
Se os pais observarem num deles uma
tendêncGa mais acentuada para a
piedade, é de seu dever favorece-ta; e
se essa manifesta«a de piedade fizer
nascer esperanças de vocação
sacerdotal, devem eles alegrar-sei e
aplicar-se a fecundar essas prinyeiras
e preciosas dtsposigóesv
Os pais. etil conciéncia, são
obrigados a eduz car os filhos em
VOCAÇÃO SACERDOTAL
mira a fazer deles bons cristãos.
Mas isso não basta, A Igreja precisa
de Sacerdotes: compete às familias
criste fornecer-lhos; e quem seria
mais autorizado que os pais para
orientar almas, para o Sacerdócio e
preperá-las para cte? E' no lar
dotnéstico que 'deve fazer-se. essa
primeira prepataçáo; o pai e a mie
são os agentes naturais dela.-
Compenetram•se eles. destas grandes
verda que a vida a.OS pata o
mas para a eternidade; gue Deus
lhes confiou alma dos filhos, e que
eles têm um ministério quasi
"Sacerdotal az exercer junto a clcs; que
eles
E. DE CROIX
A 133
obrigados a presidir ao despertar e ao
desenvolvimento sucessivo das faculdades de seus
filhos, a dirigi-las espiritualmente para as coisas do
céu,
AOS pais, primeiramente; compete elaborar as
primei:as preparações capazes de os filhos para o
Sacerdócio, fazendo-os viver am• bienfe de grande
piedade, e depois procurando desenvolver
de uma vocação.
Grandemente se,enganwriam os pais que, assim
agindo, julgassem invadir as funções do Sacerdote,
Antes, seria doc pais qae o Sacerdote deveria
receber as vocaçdes, depois dc haverem eles
cumprido o papel privilegiado que a Providência
lhes confiou.
Possam os pais e mães compreender a sua nobre
missão, e ter a peito dar Sacerdotes Igreja!

4. — papel dos Pastore.


O Sacerdote tem naturalmente am papel to
especial a desempenhar na questão das vocagães
sacerdotais, mesmo nas mais jovens. Sua aç.io,
secu.ndada pela dog pais.' consiste em cerear de
cui— dados, de atenções de preservações e de
socorros espirituais dc toda sorte os meninos em
que ele nota indicios e aptidões de vocação,
For palavras, conselhos, avisos, por meios va
de apostolado, atráia-os ele e lhes dé o gasto
VOCAÇÃO SACERDOTAL
das coisas santas.. Aplique-se mui particularmente
a lhes incutir uma grande devoção ao SS,
Sacramento e SS. Virgem; faça-os praticat
exerciciog de piedade ao do Tabernáculo, explique-
lhes 0 grande nústério da Presença real, e habitue-
os a uma atitude ifrepr-eensivel na Igreja; cm suma,
for• me-os na 'iedad€;para em seguida assentar
melhor nessa base as esperanças e garantias de
vocação.
M.
Evidentemente. o Sacerdote que essa primeira
preparaçio se exporia * na escolha -dos meninos
que acreditasse ao Sacerdócio. Não é tanto a
inteligência deve estimar, como a piedade, posto
que sejam necessárias; pois o que toca diretamente
alma é dc natureza a esclarecer mais e a melhores
garantias,
Ainda menos são as gnalidades fricas rais
que devem influenciar as suas escolhas; se
encarninha para o Sacerdócio um menino ele é
sinapátieo. E' ao fundo alma que cisa descer, é
lá que se devem buscar os voeaçao,
Tambetn não é o desejo "fazer muitas
cerdotes" que deve impelir a enviar ao mais um
deles. Além de haver ai matéria para des
decepções. isso seria falsear na origem da
vocaçÃo sacerdotal, Oeve-se procurar
verdadeiras vocações,
Seminário

a
E. DE CROIX eonhecer
E, para isso. numa questão de tal importância, ve
o Sacerdote por de lado os seus desejos e só se
pessoais,
inspirar em tndo nos principios dos e nas estabeleci-
regras
observadas.
O pensamento de fornecer igrejaSacerdotes
santos,
instruidos, zelosos, que façam gua Sálvem glória
as
almas, tal deve ser a única do Pastor quepreocupação
procara
privilegia-
no seu rebanho os dos do Senhor, A santidade
futtara corresponde piedade atuai. à instrução as
qualidades da génci*i ao zelo o gosto das coisas
santas. Tudo estabelecido sobre uma boa conduta,
sobre ços generosos para se corrigi? dos próprios
tas, sobre o respeito dos pais e da autoridade. bre
e
a prática das virtudes da própria idade um desejo
fornecer
sério da vocação, é de molde a
VOCAÇÃO SACERDOTAL
A 135
ao Sacerdote elementos de e uma direçao aos
seus discernimentos.
A ele compete desenvolver; entrever e
fortalecer nos "seus eleitos" essas qualidades e
virtu• Não pode haver mais bela do que
preparar almas dc crianças para o Sacerdócio,
Seja essa a alegria e a recompens* de todos os
Pastores

5, — papel dos educadores.


por educadores entendemos todos os de perto ou de longe.
desempenham certa fun• educadora junto das crianças; por
exemplo, os catequistas, os diretores ou diretaras de Obras, os
professores e as professoras, Se são animados de sentimentos
cristãos, devem compreender que igualmente um papel a
desempenhar na preparação das vocações sacerdotais. São os
cooperadores ciais dos pais e dos Pastores, Devem ter os
mesmos cuidados de vocações. e trabalhar em harmonia com
eles para fagee nascer. para reconhecer e desenvolver c germetn
preciosa que Deus depositou nas almas por ele chamadas ao
Sacerdócio.
Quanto maior é sua influência junto às al- mas das
crianças. tanto mais a peito devem eles ter a servir-se deta
para cultivar a graça da voca Desde gue eles
reconhecem essa graça numa almar ou mesmo quando
apenas a suspeitem, façam dela o objeto do seu zelo atento
e de todos os seus esforços.
Por todo o tempo que lhes sio confiados. subtraídos à
direc;ão imediata das pais; esses meninos tornam-se
como que suas ovelhas e, se eles souberem usar da sua
146
benéfica influênciae podem fazer um bem imenso nesses
jovens eoraçóes. Mas nunea o farão maior do que
cooperando na formação primeira de almas sace:datais,
que talvez só chegoettl ao Sacerdócio por terem achado
neles auxi• liares judiciosos e zelosos da graça-
O que os pais fazem na família e o Sacerdote
no seu ministério. deve o educador fazê-lo no
exercicio de funções. Ele tem nas mios almas:
procure discernir ag que pode:riaca ser chamadas ao
Sacerdócio, e, ajudado pela graça, tenha a imea• sa
ventrra de prepará-las e orientá-las para a sua
sublime vocaç:ao!
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CAPITULO TERCEIRO
A FORMAÇÃO NO SEMINÁRIO

1. — Pela piedade
A instituição dog Seminários é uma das Ciais
importantes da Igreja. E' necessária à forrnasiO, dos
Clérigos, para que eles venham a ser Sacerdotes dignos
da sua vocação. à altura das suas sue blimes funçóes,
cheios do espirito do seu estado, fiteis à Igreja e às
almas.
pata qtsalquer funçao importante, faz-se ter
uma preparação séria adaptada natureza e ao fim dessa
A prepara'áo impõe-se tanto mais quanto -mais elevada
e mais grave. ena consequEnri*, é a missão a cumprir.
Ora, há missão superior em dignidade e em resultado à
que o Sa• cerdode recebe no da Ordenação 7 que
consiste em ocupar o lugar de Deng na humanidade em
fazer—se, pela virtude de seu Mestre, o edu• cador, o
médico e o salvador das almas.
Grande e sublime a voeaçüo dos que são
eh*macias à formação doc do Santuário! Eles fazem
junto às futuras alfJ2as sacerdotais o que Jesús fazia
janto aos seus' Apóstolos. Têm de ior mar bútr@é Quais
devem ser a sua pu-
148
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reza, a sua o seu zelo c a


sua caridade!
para ensinar aos , outros, devem eles saber; para
dar, devem possuir; para fazer santõs. devem ser
santos; para farmac Sacerdotes devern mesmo ser
modelos de perfeição sacerdotal,
Os métodos de ensino podem variar, mas a
formação interior da alma sacerdotal repousa em
invariáveis. Deixando de lado a guegu tão dos
estudos e das ciãgeias diversas que convem ensinar
aos Seminaristas, Eó consideramos aqui a parte
espiritual da formação clerical, a mais impor tante,
visto ser a base c a salvaguarda da outra,
A formação clericat principia (Seminár;o Menor,
para terminar no Maior. DeSde que um aluno se
destina ao Sacerdócio, deve ser cercado de desvelos,
de atenções e dc adjutórios.em relação com a sua
votação, O tempo dos estudos no Seminário Menor é
como gue urn primeiro noviciado. em que o aspirante
cosaia as fôrsas, amadurece as id&ias, desenvolve os
atrativog, fortifica as resoluçócg e, , pela prática das
virtudes, se prepara para a entrada no
Maior.
Neste segündo asilO leviticoi o seminarista dá a
última demão à sua formaçao eclesiásticat estuda
mais de perto a sua vocação, penetra-se do espírito
dela, reveste-se das virtudes do seu estada e, de
ascensão em ascensão. galga ag alturas da perfeição
zo mesmo tempo que os degraus do santuário, até o
coroamento supremo da Sacerdócio.
Em face de Obra tão grande realizar, de ci• mo
tão elevado a atingir, de estado tão sublime a abraçar,
de missãó tão divina a cumprir. qual a alma que
sentiria necessidade de apoiar.se na graça e de
assentar esse lango trabalho de forma sobre uma
piedade prolunda e sólida?
SACERDOTAL

VOCAÇÃO 139
A simples devoção —s e Ainda menos
devo• ções não basta a alguem que, por
vocação, é destinado a torgar•se um
santo,
Uma religião exterior e de
superfície é inope• ragte, quando
trata de formar em si virtudes
sólidas que resistam aos ataques
inimigos e -sirvam de fundamento ao
edifício da perfeiçao.
Uma piedade de imaginação e de
sensibilidade é conveniente num
estado em que a seriedade da vida
reclama reflexão e consistência na
prática da virtude.
Uma piedade intermitente, que
segue as impressões do temperamento
e os caprichos do carater, não é
apta, tão pouco, a firmar as boas
resoluções e a consolidar a vocação.
A piedade é indispensavel. mas
uma piedade séria, refletidar
sólida, experimentada; uma piedadc
raciocinada, que é o efeito de uma
convicção e o resultado da
compreensão da vocação; uma
piedade resoluta, ao abrigo das
SACERDOTAL

hesitações e das influências


contrárias; uma piedade constante,
que está ligada graça da vocação uma
piedade de fundos que é vida da
alma.
A piedade é a primeira condiça.o
a exigir-se de urn seminarista.
Esperar que ela venha é esperar uma
manifestação essenc;al da vocação.
Se ela for fraca na origem, cumpre
bem depressa desenvolvê1a e
fortificá-la. Tudo o que não fosse
estahelerido sobre tama piedade
sólida seria sem consistência e
poderia facilmente voftar-se contra
a própria voca-

Seminaristas sem piedade não são


nem podem vir a ser candidxtos. ao
Sacerdócio, estão em oposição
formal com o que esperam vir a ser.
Se fossem ordenados nessas
condições, não se
152

teriam à altura da veação e se tornariam a vergonha


do Sacerdócio.
Um Sacerdote piedade está em contradiçáo
flagrante ecrn o sen estado; faz mais mal do que
bem. Para verificá-lo, não esperemos que seja tarde
demais,
E' fio Seminário que os diretores de+em
capccitar-se do grau de piedade dos candidatos.
seminarista que é profundamente piedoso, ve
carecerá da força necessária para resistir às
tentações, suportar as provações e fazer os
sacrificios que se encontrarão no seu
Cana a piedade. ele se salvagtxafda. recorre à
oração. nutre a alma de santas considerações,
mantem-se no espirito sem piedade,
relaxa-se, recorre aos meios humanos, deixz-se
desalentar depressa, vive de maneira natural estado
que só. pede sobrenatural,
Coano nos admirarmos então das
consequências desastrosas da falta de piedade
sólida no Sacerdote, para ele mesmo e para os fiéis?
Desenvolvamos a piedade dos Levitag; é uma
necessidade de vocação.

2. — pela vida de oragão e de sacrifício.


Falar de oração para um futuro Sacerdote é falar da
vida de alma. do ar qtte ele deve respirar, do ambiente
em que é chamado a mover-se E' pela oração que se põe
153

em relação direta corn Deus, é pela oração que


estabelece entre si e Mestre essas relaçoe:s de intimidade
que fazem o encanto da vida espiritual e que mais tarde
serão Utna consequência lógica do seu Sacerdó cio, por
vocaçac, terá ele de dirigir-se frequentemente a Deus,
será forçado recorrer a ele para
A SACERDOTAL

VOCAÇÃO 141.

as graças Seu
O seu trono preces- dos fiéis, far-
se-á suplicante pega humanidade; e
nao haveraa ele de ser desde já um
h0!gem de oração? Seria um
contras,senso e uma coadenaçao
antecipada da gua vida futura,
Para ser mais tarde o grande
postulado oficial da humanidade,
deve cle apressar-se a formar em si
o homem interior que se nutre e
vive de oração, Para isso, afaste-
se ele dos vãos ruidos do mundo,
ponha um freio eurioeidade e ao
désejo das
desenvolva si o- atrativo e a
gosto da oráç,ãct:
A orasao freqtaente e assidua
não 'lhe prejudicará os estudos nem
o cumprimento dos outros de— veres;
tn"úto pelo contrário, por ela será
esclaregido, fortificado. Esse
hábito de relações mais ditetas com
Deus nas suas
A SACERDOTAL

dificuldades intelectuais e
outras, inocalar-lhe-á farsa de
. resistência nos seus esforços de
virtudes, e constittairá uma
mentalidade espiritual em harmoniá com
a perfeiçao do seu estada,
Não se trata, aliás. de
consagrar oração propriamente dita
um tempo reclamado por outros
deveres; mas de viver do espirito
de oração. Quér dizer que é preciso
aproveitar. primeiro, todos seus
momentos de oração, e depois
habituar-se a elevar amiude a alrna
a Dens, recolher-se por orações
jaculatórias. a estudar, trabalhar,
entregar• se a uma ocupação
qualquer, em união com Jesús que
habita no seu coraçao e acompanha
por toda parte O eleito de gua
escolha.
Se a oração não tivesse
atrativo Pêra um seminarista„ ge
sobretudo lhe pesasse) serra
péssimo sinal, Estariamos expostas
fer mais tarde um Sacerdote güe não
saberia orar, .que recitaria
A SACERDOTAL

maquinalmente o breviário, que


quasi nunca
157
M. DE CROtx
seria visto ao pé das altares, e pata quem as
Góes mais santas se tornariam um fardo. Qge
rar de tal Sacerdote? Que esperar de ta!
rista?
E' na oração que se refugiam as almas s"
e todas as gae aspiram à perfeição, Os
Seminários devem ser asilos de recatlúmeato
oração, onde os Levitas aprendam a • orar, e
saiam penetrados do espirito e da graça da funespeSemina-
NÃO necessário que o espírito de é o
espírito de sacrificio- O Sacerdote ora,virtuonossos e de
onde oraçao.
tarnbem sofre. Ora • porque, como Jesús,oração
é mas
gado dC interceder por todos; sofre, porqueencarredeve
parecer-se com seu Mestre, e porque O é umasaeriñcio
condição de eficácia para a sua oração,
Ver o Sacerdote apenas no que ele de tem consideráé
honroso, de belo e de atraente, sem
10 ao mesnao tempo no que ele tem de é o ato
crueifica•nte, é' ter dele fitn falso Vitima é
conhecirnento. O Sacerdote Sacerdote e como
de um Sacerdócio
Jesús; o Sacerdote é ma com e como Jesús. A
Sacer-
essencia do Sacerdócio existir em mira ao
Sacrifício. Jesús cumpriu supremo no
Sacrifício ao Calvário, Mas a que
Ele é c nele, Jesús; 0
O Sacerdote não pode. pois, participarfaça que o ser
sem participar do outro. Está unidO e ao
Sacrificto de Jesús; noutros termos, é date e
Vítima, pois estas duas coisas são
158
Sacerdote, ele opera com o mesmo poder
Jesús; é todo o Sacerdócio de Jesús que age
Víttrna, aplica as eficácias dc SacrificiD de é
por Ele que Jesés se imola. POGte que de
maneira cruenta nem por isso se segue
Sacerdote não seja votado ao sacrificio, para
A SACERDOTAL 159
VCChçXo
uma vida vetdadciragucate sacerdotal, deve a sua vida
ser uma +ida de sacrificios.
Eis o que o eleito do Sacerdócio deve c@mpreender
enquanto está no Seminário. eis em que deve exercitar-se
primeiro pela prá da virtude e dos seus
deveres de estado, e der pois pelas provações, mortificações.
sacrifícios e imolações que Jesús multiplica no caminho
daqueles de quem quer fazer santos e qtte destina ao
Portanto, longe de pensar em gozar e
etn repousar, longe de fugir ao inrñnmdo e ao
sacrifici0* longe de habituar-se a. uma vida cómoda e
imortificada. longe de encarar o futuro como utn estado
de repouso e de betn-estar, é indispensavel ter do seu
Sacerdócio futuro urna exata, começa: sem tardança a
viver de mortificação e de renúncia. e abraçar a vida de
sacriñcic com o mesmo ar• dor com qtme deseja o
Sacerdócio.
E' no Seminário que o candidato ao Sacerdócio
deve habituar-se a privar-se e a vencer-se, é ali que deve
fazer boa cara a tudo o gue humilha e faz sofrer, que
deve animar-se desse espirito sacerdotal que torna. o
dise;pulo semelhante ao Mestre e o faz, COM Eles um
sacrificado e um imolado, Sem o que, uma vez no
ministério, o Padre será egoista e pessoal, especulará cota
o sacrifieGo, rebaixará o seu zelo medida do interesse
próprio e da aridade diminuida, dedicar-se-á só eaquanto
não houver demasiado esforço e fadigae e bem depressa
acabará por evitar tudo o que incomoda custa,
Evitemos uma tal desgraça. e reservemo-nos
anteg alegrias sobrenaturais e santificantes. fof—
mando em nós verdade;ras Sacerdotes pelo espirito
e pela vida de sacrificio,
M. E. DE LA CROIX
Pelo estudo sério dos deveres e dos perigog
para o Sacerdote.
Quem se prepara para o Sacerdócio não pode
contentar-se. ter uma concepgao vaga das obEgaçóes
que em breve vai contrair. Svma imprudência seria
aveaturar•se assim alguem em estado tão sagrado. sem
'saber, e até nos menores detalhes, a que se obriga,
Se é importante compreender a grandeza e a
sublimidade do Sacerdócio, não menos . importante é
conhecer-lhe compromissos e os deveres, Num sentidor esta
última noção deve prevalecer, pois sem maitas
inconvenientes podemos não apreciat completamente uma
honra que nos é leita, :mas não podemos ignorar
impunemente os encargos e res— ponsabilidades que ela
&mPOtta.
A dignidade do Sacerdócio é evidentemente a
maior com que uma criatura possa ser honrada,
mas confessemos que são terriveis as suas
respmasabi'idades. Não se trata aqui de coisas
terrestres a mover; mag de coisas celestes; são
interesses passageiros que estão em jogo, senão
interesses eternos. O carater de que se está revestido
não é humano, mas divino; a missao que se recebe não
vem de um homem, mas dc Deus; os beneficios de que
se é o dispensador não se avaliam a peso de ouro, Inas
custam o sangue do Salvador do mundo.
E' no próprio seio de Deus que o Sacerdote haure
cada instante as graças com qt'e inttnda as almas. Qual
não deve ser a pureza da gua vida pata se aproximar
A SACERDOTAL 161
tão de perto da Divindade e usar livremente dos seus
tesouros infinitos!
E' do próprio Jesús • que ele se apodera para dá-lo
ao mundo; a seu talante fá-lo descer do céu ao altar;
pelo poder que dele recebeu. obriga-o a purificar as
conciênciass a perdoar e a salvar,
162
VOCAÇÃO SACERm'1'RL
Com que sentimeatcs de humildade, respeito e
adoração não deve ele exercer tão minis— tétio!
E' a doutrina dele que prega, são seus man•
damentos que ele transmite, seus ensinamentos que
renova, é rada urna de suas patavras — que "o
espirito e vida — que ele dá ás almas para serem a
regra de vida» Coato deve ser pura e evangélira a
sua doutrina, para que na realidade ele seja a luz do
mundoe conforme seu Mestre: lhe impôs!
São os exemplos do Santo dos Santos que ele
propõe ao mundo, é a sua vida de humilhação, de
pobreza, de renúncia, de sacrificia e de sofrimento
que ele faz reviver pata servir de às al:raas, Ccm que
generosidade não deve ser ele o primeiro a
palmilhar a trilha d. virtude e da perfeição, à qual se
esforça por arrastar as almas em seguimento a Jesús
cruciiicado!
a própria vida do Ronaetn-Degs, a sua vida
eterna haurida no seio do pai, a sua vida temporal
imolada no Calvário, que ele comunica às almas
pela graça c sobretudo pela comunhio eucarístiea.
Será ele jamais demasiado santo para realizar obra
tão sublime; para se conservar o Eal da 'terra e na
Igreja. e fonte de vida divina?
é Jesús, o Sacerdote. tal deve ser o
Sacerdote. Tal é o Mestre, tal deve scr o discipulo.
O Sacerdote tem a responsabilidade imensa de Jesús
c das almas, Responderá por um e outros; por
Jesús. dc quem é o representante, o arauto, a
A 163
sacrificador e o dispensador; pelas almas, a quem
deve dar Jesús, a quem deve edificar pela santidade
de sua vida, c em cujo serviço deve gastar•se e
sacrificar-se.

Reflit.m as aspirantes ao Sacerdóció e com-


164
165
VOCAÇÃO SACEREX)TAL

ocasiões perigosas que perdem tantas almas e


podem expor a sua como a dos outros, por haver
sido prevenido a tempo, o €erdote novo, ainda
inexperiente, cairá oas ciladas pérfidas e estará
grandemente e3posto a ver sosso• bra,r sua virtude.
da tentação de orgulho que lhe poderá vir
dos seus êxitos, e da do apego aos bens tempotais,
segundo os postos que ele ocupar, há muitos oatros
perigos mais st,ttis atada.

O perigo lhe virá da própria dignidade do seu


Sacerdócio e da honra de que ele será cercado, E' tao
perigoso ser estimado cedo demais, ser lotavas minhado,
cercado de atençóes„ adulado! E' importante não prestar
a essas honrarias. e adülasoes!
As relações fórçadas o mundo podetn fa zer
desviar da saa santidade o ministério do Sacerdote,
Se elas sc tornarem demasiado frequentes c se não
tiverem Eito espiritual. facilmente degenerarao etn
relações humanas, naturais, fúteis, inúteis,
perigosas quando menos, para o espírito
eclesiástico. Impcrta desconfiar delas c lembrarse
de que o Sacerdote é (na.is do mundo, tna,S
pertence a Deus.
O comércio com as almas tat:nbetti tem seus
perigos; os mais sutis e pérfidos. Ne• nhuma
familiaridade é permitida; menor imprudéncia
pode tomar-se um "escorregow gue íaria a atma
166
perder o seu "controle". Esse perigo é aumentado
pelo apego demasiadamente vivo de certas almas, o
qtlal aos poucas se converte ena apego natural e cru
aborrecimentos enn=ideráveis e perigos enormes no
ministério, Então há senso cortar rente cogv ele,
mostrar-se enérgico e quebrar completamente
qualquer relação.
Como seria infeliz ignorar perigos e
M. E, LÃ CROIX
tantos outros! Previnamos interessados, afim de que eles
se premunam pela oração. pela prudência e mediante
resoluções enérgicas,
4. — Pelo conhecimento e pelo amot de Jesús. A
exemplo de S, Paula, o Sacerdote só deve ter uma
ciência, a de Jesús, e ciência fazer decorrerem todas
as outras- Ele será suficientemente sábio se conhecer
seu Mestre, pois terá a ciência do seu Sacerdócio
estudada e contemplada na sua fonte ú:niea, o
Sacea:iote,
Nenhuma outra ciência pode a esse substituir, e
é por isto que o semina:ista lhe deve conceder o lugar
de honra, Não lhe basta aprender a teologia
dogmática, moral e ascética, Escritora Sagrada. a
história, O direito canonieo e as ciências que
cotnpóem o arsenal dos eclesiásticos, Ele precisa,
$emontac ao principio e acha; naquele cuja ciência é
a vida eterna, a razão. a inteligência, o complemento
e o fim de toda ciêneia humana.
167
Quando falamos do conhecimento de Jeg¿s,
entendemos um conhecimento simplesmente geral
dos seus mistérios, mas um conhecimento
aprofundado da staa Pessoa. das suas perfeiçOes, da
Staa existência divina e terrena, da • vida no geio do
Pai e da sua glória eterna na assembléia dos anjos e
dos santos, Estudo sublime; abismo sem fundo, cirno
mais elevado que os céus, contempla suprema,
bemaventuratça eterna t
O Levita do santuário deve apaixonar-se por esse
estudo. Torne-se ele doutgt nessa matéria. saiba
discorrer sobre O todo de tudo: omnia et in omnibus
Christus! (1) Viva cheio dessa doutrina
168
vochçKo
divina e faça dela a regra e p:ineipal ocupação de
sua vida, como a sua felicidade e o Objeto das guas
mais santas ambições I
Se no Seminário rtão tiver esse zelo da ciência
de seu Mestre, dificilmente adquirirá mais tarde. E,
se não conhecer Jesúse que saberá ele? Se não estuy
dar Jesús no seu Sacerdócio eternoe como compre•
o Seu próprio Sacerdócio ? Se fizer dC esús,
Sumo Sacerdotee o, modelo de sua vida eerdotal,
como adquirirá as virtudes do sea estado? Se pela
espirito e pelo coração não estiver em can tacto
habitual com o único Sacerdote e a única Ví• tima,
como reproduzirá na sua vida as virtudes e
perfeiç6eg daquele que o associou ao seu
Sacerdócio e às imolações?
Não: esse estudo, num seminarista e num
Sacerdcte, não é facultativo, Impõe-se como urna
ccnseguaeia inevitavel da vocação sace:dotal,
Não se pode ser verdadeiro Sacerdote e ser
ignorante do Sacerdócio; cra, todo o Sacerdócio
está em Jesús, e não se pode conhecer cm sem
o outro.
Esse conhecimento, todavia, não deve ser um.
mero conhecimento de razão faca no espÉfitO, tnas
um conhecimento amoroso que vá até o cora-
Conhecer Jesús e não amá-lo dois termos
contraditórios; um chama o outro i completam-se, ou
melhor, confundem-se um no outro,
SACERDOTAL 169
Para conhecer, espírito penetra no objeto
conhecido; e como penetrar em Jesús, como
conhecer as suas perfeições c o seu amor, como
subet o que Ele é em si mesmo — a caridade e o que
Ele é para nó' — a consumação do amor sem amá—
lo ?
para o coraçao atrai a si o objcto arna-
170
e
assisprometeu é
amaluminoso e
SACERDOTAL mais 171é
DE L K CROIX do;consagra
e
como possuir o foco do amor eterno tár àsabrasa de
proft$hde—
manifestações divinas que Jesús fazer de Si
apaixona
à alma que Ele ama c por quem do, sem terUnção sa-
dele um conhecimento amoroso ao mesmo
tempo? novo
Qoa:tto mais Jesús é conhecido, tanto do de san-
amado, Quanto mais um sen1inarista se ao
estudo de seu Mestre. tanto mais se amor a
Ele. Quanto mais penetra nas do
Sacerdócio de Jesús, tanto mais se de e amar
caridade divina por Aquele que, pela
cerdotal, fará dele. outro Jesús.
Que, ao sair do Seminário, o Sacerdote
seja iluminado ciência de Jesús e cheio
amor, e então dará mais do que' esperanças
tidade e de fecundidade sacerdotais,
5. — peia vida eucarística.
O Jesús que o Sacerdote deve conhecer
é dele, pertence-lhe; o Sacerdote é o seu ro
sacrificador, guarda. dispensador, A é o
domínio. é consagrado Sacerdote
administrá-la. Só a ele eabc honra e mandar
a e de fazê-lo descer Suas funções sagradas
desenrolam-se, na junto do Tabernáculo. primeiEucaristia
ot'ide ele depositot' Nos Sacramentos que para poder de ao
administra, tudo narin em mira Evcaristia.altar, maioria,
Conduz e Jesús.
a ela as almas, alimenta-as
dela, e as a ela em viático na hora da morte.é 'ardereconconfia
vida do de
exissenS5
Sacrifagio a
172
Tanto dizer gue a Eucaristia é a Sacerdóci0i
e que o Sacerdócio é a condigao vida da
Eucaristia, As duas coisas não podem tir ttma
sena a outra, não tên:a razão de ser para a
outr*, Se não houvesse
SACERDOTAL 173
VOCAÇÃO
Oferecer, o Sacerdote não seria Sacerdote; e Sé faltasse
•o Sacerdote, a Eucaristia desapareceria,
Dessartev camc conceber um Sacerdote sem
que tenha uma devoção especial, cglto prctundo e
uta amor ardente Eucaristia?
COXEIO depositar esperança num seminarista que não
fosse inclinado para Jesús-Egearistia e que não se fizesse
notar por ama fé profunda e por um ardeste para o
Sacramento? E' ah quer mais tarde, no seu ministério, ele
achará foçça e coragem, e amparo, sabedoria e conselho,
paz e repouso, felicidade e consolaçio. Com
Tabernáculo, tlm Sacerdote nunca f6; com uma Hóstia, um
Sacerdote vive no céu. Tudo se eclipsa para éle na terra,
ante esse paraiso do exflio onde ele refaz ;ncessantemente
st:ta vida e onde degusta por anteeipagão todas as alegrias
da Pátria,
E' sob essa luz radiosa e confortadora que o Levita
deve entrever o futuro, mas com a condi* de fazer da
Eucaristia a estreta de sua vida, a bússola gue o dirija. o
centro dos seus afetog e o foco dc amor onde venha
constantemente abra• sar=ge dos fogos da caridade divina.
Que a sua felicidade seja ir amiude ao pé do
Tabernáculo conversat catação a coração Jesús, cimentar
sempre mais a sua intimidade e união com Jesús. e habituar-
se a essa vida divina a dois, que a alma fica em Jesús e
Jesús vive na alma, A devoção Eucaristia é o•termómetto
da piedade do seminarista, Ponham mestres c alunos tudo
em obra para desenvolver nas almas sacerdotais de amanhá
essa vida de amor a Jesús, Sumo
Sacerdote, nq SS. Sacramento I
http://alexandriacatolica.blogspot.com hr
,i
SACERDOTAL 175
CAPITULO QUARTO
A ORAÇÃO E OS SOCORROS MATERIAIS

1. — A recomendação de Jesús.
Não é duvidoso que uma das maiores necessi
dades da hora atuai é Sacerdotes numerosos,
Sacerdotes excelentes, Sacerdotes que trabalhern sem
trégua na vinha do Senhor, Nem a todos é dado poder
concorrer para essa grande obra pela
escolha ou cultura das votasõ,es. mas todos podem
prestar o concurso das suas orações para alear;çat do
céu essa fecundidade na Igreja e essa bençãO sobre a
sociedade,
De que seja essa urna vontade format de Deus,
não se pode duvidar, quando se cuve a recomendaGio
insistente feita por Jesús no Evangelho, de rogarmos pelas
vocações sacerdotais, "Rogai ao Senhcr da messe que mande
operárias para trabalhar na sua tinha"
E' Jesús o primeiro a sentir a tristeza de ver os
campos do Senhor incultos, de verificar a, muV tidão
das almas prontas a receber a graça. mas que
depereçam falta de ministros para lhes dar essa graça.
Ele chora solene o abandono das naçóes
Mateus, IX,
http://alexandriacatolica.bloqspot.com.br
SACERDOTAL 177

VOCAÇÃO
fiéis onde não penetra ã, luz do Evangelho; e chama
a grandes gritos 03 missionários que Ele é de novo
crucificado vista das massas que para o
abismo. sem preocupação da sua salvação eterna; e
reclama apóstolos para lhes evitar essa suprema
desdita. Com dor indizivet assiste indiferença que
lavra e que, como uma gangrena, corroi o pouco de
fé que resta nas farnitias e nas sociedades; e procura
salvadores para esclarccc:r as almag e aplicar-lhes
os do seu sangue redentor-
Ele vê por toda parte os homens correrem às
honras, riqueza, aos prazeres, e, rindo, irem para o
inferno e se pergunta sc achará outros mais 'Eia.is
positivamente a revestir-se das suas libras. orar e
sofrer com Ele, consagrar-se a atirar as almas da
ilusão. e a condu— zi-tas ao céu.
A oração de Jesús nin pode ser ineficaz; com
Ele e por Ele é que devemos orar. Sio necessários
Sacerdotes e • muitos Sacerdotes! Mas é preciso
pedi-los, pedi-los com lágrimas, coto insistência.
com perseverança.
Orar e sofrer para obter Sacerdotes é mais bela
das orações e o mais nobre dos sofrimentos. Não
deixemos infrutifero esse convite urgente de Jesús,
Ouçamo-lo no fundo do nosso coras*O e ponhamo-
nos logo em obra, Que doravante essa grande
SACERDOTAL 178

intenção faça parte da todas as nossas oragóes:


missa. comanhão, adoração do SS. Sacramento, tet
via-sacra, etc. — bem como de todos os
sacrifrios.
Jesús, dai-nce Sacerdotes!
Seja esta a' grande oração das famílias, das
comunidades, das obras, c dc todas as almas eic—
179 DE

M. E. Lh CROIX
2. peür Sacerdote santos e
Rezando para obter Sacerdotes. nio nos
devemos contentar com pedir Sacerdotes
numerosos, mag ainda Scerdotes- segundo o

Sacerdotes altura da sua +oc;açãõ e ql,le lhe fã' gam


honra, Sacerdotes animados espirito de seu Mestre.
cheios da Stra doutrina. andando-lhe nas pegadas e
prontos a sacrificar-se por Ele a serviço das almas,
Sacerdotes sem dignidade, sem zelo e sem
virtude, haverá sempre de sobra; esses não os
operários que Jesús rectama para trabalharem na
sua vinha, mas, pelo contrário, são infiéis que a
perdem.
Sacerdotes gue de til só o nome e cuja
conduta não fosse edificante, seriam antes um fardo
para santa Igreja, e a EEtts devemos gu•
Sacerdotes é pedir
Sacerdotes santos. E' destes que a Igreja e as alrnas
necessitam Não nos preocupemos muito com c
resto, mag supliquemos a Jesús que encha todos os
seets Ministros da santidade do seu, Sacerdócio.
Seialhes a virtude o seti mais beb ornatnento. Que
eles honra ao seu, Mestre pela perfeisão de
180 DE

sua vida, Que, desde o ingresso no Seminário até


Ordenação, e durante toda a sua vida saoerdotat,
eles sejam "homeog de Deus", ue vivam só para ag
coisas do céu, pata a santi -cação e salvação dag
almas,
Como, depois da virtude, a ciência é o que de
mais necessário ao Sacerdote, devemos pensar em pedir
ignaatmente Sacerdotes instruidog. No nossa tempo
mais particularmente, o Sacerdote deve estar em
condiçáes de' esclarecer ag almas. de resolver as
objeçE•es, de opor,se pela dogtrirt.a
SACERDOTAL 181
K vocxçXo
vásão dos erros e das falsas máximas, e de agir
sobre as inteligências tanto quanto sobre OS cora-
Um Clero santo e instruido é um Clero salva
dor. Este é que é preciso obter pela oração e peto
sacrifício; oração c sacrificio que estão ao alcance
dc todos e que deveriam fazer parte dc uma vida
verdadeiramente crista,
3. Socorro material.
A oração é o meio sobrenatural para obter
Sacerdotes; o socorro da esmola é o meio natural,
O espiritual e o temporal são igualmente neces—
sários.
Não se deve esquecer que a instruçáo dos
Clérigos é onus enorme que pea sobre as dio• teses.
Porque então *s almas piedosas e ricas veriam
de deixar todo O peso desse fardo recair sóbre as
eaix•as diocesanas? seria gTande hanra para elas• o
concorrer, cota o primeiro Pastor da diocese, para a
manutenção dos Seminários?
E' dar duas vezes o dar do seu coração pela
oração e da botsa pelas esmolas. A oração, Jesús
recolhen e transforma-a etn graça na escolha e na
assistência espiritual dos seus *'eleitos" a esmola,
Ele a recebe com a mesma gratidão, porque ocorre
às necessidade' temporais exigidas pe• 10s longos
anos da formagáo elerical desses eleitos.
182 DE
Há tttna real felicidade em dar para tio no "bre
causa. Prestem-lhe. pois, todos generosamente o seu
concurso, quer tomando seu cargo seminaristas, quer
fundando bolsas nos Seminários. quer fazendo parte
das obras de vocação, quer concorrendo, com
donativos pessoais, para a manutenção das
instituições eclesiásticas,
Compete cada urn examinar seu orçamen-
M. Em LA
to e concorrer, segundo seus meios, para essa
obra eminentemente preciosa para a Igreja e
para as almas.
4, Concorrer pata a instrução aos Clérigos é
dar Igreja e auxiliá-la na sua

Todos os fiéis fazem parte dá Igreja e, por este


fato, sio chamados a secundar•lhe a ação no mundo,
Esses concursos são variados como as situações, os
estados, as vocações e os, meios de açáow Não
obstante. é sobretudo pelos Sacerdotes que a Igreja
exerce a sua ag;ão ao mundo.
Sendo espiritual a sua missão, emprega
meiog adaptados ao seu fim. • para levar ao longe
a doutrina do Evangelho, para ensinar aos povos
a ciência da salvaçao, para guiar e instruir as
mas, para manter a sua hierarquia e conservar
intacto o depósito da fé, ela recorre formação e à
instruçáo de corpo de esecl no qual descansa e
SACERDOTAL 183
que a incarnação da sua doutrina, do seu espirito
e da sua santtdade é a classe sacerdotal,
Cada um de seus Sacerdotes é posto a
serviso da sua missão divina; par este que a curte
pre, Dar Igreja mais um Sacerdote é, portanto,
ajudá-la poderosamente, é permitir-lhe alcançar
mais facilmente o seu Em, é corresponder aos
designios do seu divino. Fundador. gue resolveu
estabelecer o seu reino no mundo pelo
ministério dos Sacerdotes.
O que os simples cristãos podem fazer para
secundar ativamente a missão divina da Igreja. visto
não lhe receberem nem o carater nem a
responsabilidade, fazem-no petos Sacerdotes pera
cuia vocação concorrem. Têm assim a sna parte
VOCAÇÃO

de méritos no ministério sagrado Atte OG


Sacerdotes exercem na Igreja.
Quem não teria a piedosa ambição de forne• cer à
Igreja, sua tio fácil concurso?
Dar ao Sacerdote é dat à Igreja, é dar a !
S. —— Concorrer pará a instrgção dos Clérigos
C fornecer salvadores às almas.
E' incalculável o número das almas que se
perdem; larga é trilha que conduz à perdição eterna;
e as almas correm por ela com cegueira inconcebivel
c com rapidez vertiginosa, Tudo é acumulado ao
longo da estrada para atrai-las, fascinátlas, enganá-
las, cegá-las e perdê-las. E' para quem mais se iludir
184 DE
e mais gozar; é para quem se apegar corri mais
encamasatnento às riquezas e honras, O mundo é
sulcado de correntes infernais que etetrizarn as
almas: e.as fincam no mal,
Quem, pois, pode por um freio a esse
transbordamento de imoralidade e a essa sanha de
gosos terrenos? homem? Não. Um iluminado
ignorante? Nunca. E' necessário auguem que se
imponha pela dignidade, pela instrução. pela virtude
e pela.
Só o Sacerdote reane essas cond;çóes essenciais.
por estar revestido oficialmente de uma missão
autorizada, cle é escutado, Pelo tato de refletft em
sua vida as virtudes que ensina. é seguido, Por
possuir a ciência da salvação por êle pregada,
esclarece as inteligências e toca os corações, Por
dispor de graças sem • número, purifica as
conciências, perdoa os pecadores c arrasta à
santidade. senhor da vida o
Salvador do mundo veio comunicar às almas. natre-
as de um pão de imortalidade c lhes assegura a sal
vasão eterna.
185 DE

LR CROIX
E' a esse homem misterioso e qaasi -divino,
é a esse salvador de almas e a esse prodigio dc
graças que vós dais meios para vir ser o que
ele é c produzir as obras maravilhosas que
opera
Sem vós, sem vossa generosidade, sem o
vosso necessário concurso, vários entes
mados poderiam chegar ao Sacerdócio, e
eatão quantas almas seriam para setnpre
frustradas da vida divina
Pelo contrário, graças vós, graças aos
sacrificios que vos souberdes impor para
concorrer'des para a instrução dos Clérigos,
haverá mais Sacerdotes para fazer conhecer
Jesús e faze-lo amado, haverá apóstolos zelosos
que converterão 06 pecadores e santificarao os
justos. hm•erá sacrificados dia vinos que farao
correr sobre os altares eucarísticos o sangtte da
augusta Vitima que remiu o muado, haverá
carcereiros do inferno que fecharão as por• tas
destes às almas que tiverem salvoe haverá anjos
do Paraiso que levarão as almas ao haverá
outros Jesús-Cfistos pata manifestarem ao
mundo a caridade itifinita que converte os
pecadores e faz os eleitos.
Dai. dai; vossas esmolas são sementes de
eternidade I
186 DE

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