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determo-nos mais nos estudos ana- quais as experimentais. Esse tipo d e vididos e m experimentais e observa-
líticos. estudo tem algumas vantagens: esti- cionais (Figura 2). Nesse tipo de estu-
do há necessidade de analisar dois gru- a intervenção, q u e irá diferenciar o definidos; definição dos critérios de
pos: o grupo de estudo e o grupo c o n - grupo experimental do grupo contro- inclusão e exclusão e dos critérios
trole. O s experimentais ou de interven- le, aos quais os doentes são alocados diagnósticos; grau d e gravidade da
ç ã o , são t a m b é m d e n o m i n a d o s d e por m e i o d e r a n d o m i z a ç ã o ; 3) os d o e n ç a ; material e equipamentos a
ensaio clínico. Neste, o examinador desfechos c l í n i c o s , v a r i á v e i s c u j a serem utilizados; critérios d e avalia-
controla a exposição a determinado análise irá determinar o sucesso da ç ã o dos efeitos esperados; definição
fator nos dois grupos e analisa o efeito intervenção. dos dois grupos: o q u e receberá o
de interesse. N o s estudos observa- tratamento e do controle; e por últi-
O s ensaios clínicos randomizados
cionais, o investigador apenas obser- mo, a análise dos dados.
v ê m sendo descritos c o m o padrão-
va o curso natural dos eventos, anali-
ouro na avaliação d e questões tera-
sando a associação entre exposição e
pêuticas e preventivas em saúde. Estudos observãclonais
doença. São os estudos de coorte e os
C o m esse método d e estudo, reduz-
casos controle. transversais
se a probabilidade d e obter dados
tendenciosos. A r a n d o m i z a ç ã o ba- O s c h a m a d o s estudos observa-
Estudos experimentais seia-se no princípio de q u e todos os cionais2/6-12 podem ser transversais
participantes d e u m determinado ou longitudinais. O s estudos trans-
O estudo experimental^'^ 1, ou estudo d e v e m ter a mesma probabi- versais são também denominados es-
de intervenção, caracteriza-se pelo lidade d e receber tanto a interven- tudos de prevalência. A freqüência
fato d e o pesquisador ser o respon- ç ã o a ser testada quanto não rece- d e uma ou várias doenças é medida
sável pela exposição dos indivíduos, ber a intervenção, constituindo nes- por meio d e levantamentos e m uma
o u seja, ele d e c i d e qual a melhor te caso seu grupo controle. p o p u l a ç ã o . A exposição e a doença
intervenção. A exposição p o d e ser
são determinadas simultaneamente,
uma medida terapêutica - uma die- A fim d e se evitar erros sistemáti-
não sendo possível testar hipóteses
ta, um medicamento, a fisioterapia cos nos ensaios clínicos, a amostra
nesse tipo d e estudo. A prevalência,
- ou uma medida preventiva, c o m o deve ser representativa da população
envolvida na questão e m estudo. O estatística descritiva obtida de um es-
vacina, processo educativo, redução
cálculo do tamanho da amostra d e v e tudo transversal, é a proporção de
de fatores de risco etc.
ser feito previamente, assim c o m o o indivíduos q u e apresentam a d o e n -
Dos modelos experimentais, o c u i d a d o e m r e l a ç ã o a o sigilo d e ç a e m u m d e t e r m i n a d o ponto do
ensaio clínico controlado randomi- a l o c a ç ã o e do método d e randomi- tempo; difere da incidência, obtida
zado é o q u e está no topo da pirâmi- z a ç ã o u t i l i z a d o . T a m b é m se d e v e no estudo de coorte, q u e é a propor-
de de evidência, sendo considerado atentar para q u e os indivíduos e n v o l - ç ã o d e indivíduos q u e adquirem a
o mais c o n f i á v e l , d e v i d o a o rigor vidos não v e n h a m a tomar c o n h e c i - d o e n ç a ao longo d e um período do
metodológico requerido. Constitui mento do grupo de q u e estão parti- t e m p o . O s estudos d e prevalência
um dos principais avanços científi- c i p a n d o (intervenção o u controle), são relativamente baratos, fáceis de
cos entre os métodos d e pesquisa t a m p o u c o os investigadores q u e es- realizar e úteis na investigação do
durante o século X X . É um estudo tarão avaliando os resultados. O pro- grau d e exposição a determinadas
q u e compara o efeito e valor d e uma c e d i m e n t o d u p l o - c e g o é garantido condições por características indivi-
intervenção (profilática ou terapêu- sempre q u e tanto o pesquisador res- duais fixas, tais c o m o etnia, nível
tica) c o m controles e m seres huma- ponsável pela avaliação do paciente s o c i o e c o n ô m i c o e grupo sangüíneo.
nos, o n d e o investigador distribui o quanto o próprio paciente não sabem Em surtos e p i d ê m i c o s d e d o e n ç a s ,
fator de intervenção a ser analisado q u e m está no grupo intervenção e um estudo de prevalência e n v o l v e n -
d e forma aleatória pela técnica de q u e m está no grupo controle. C a b e do diversas medidas d e exposição é
randomização. Dessa forma, os gru- salientar q u e todos os i n d i v í d u o s o primeiro passo na investigação da
pos experimental e controle são for- d e v e m ser avaliados nos grupos aos causa.
mados por um processo aleatório de quais pertencem, mesmo aqueles
decisão. O p l a n e j a m e n t o d e u m estudo
q u e porventura saiam do estudo a n -
transversal d e v e incluir os seguintes
tes d e seu término (análise por in-
O ensaio clínico randomizado tem itens: objetivo claramente definido;
tenção d e tratar).
três componentes fundamentais: 1) d e f i n i ç ã o da p o p u l a ç ã o - a l v o e da
doentes q u e d e v e m ser recrutados O planejamento d e um estudo clí- p o p u l a ç ã o de estudo; determinação
e m uma p o p u l a ç ã o , c o n s t i t u i n d o nico controlado d e v e incluir os se- dos dados a serem coletados; crité-
uma amostra representativa desta; 2) guintes itens: objetivos c l a r a m e n t e rios para classificação dos indivíduos
e critérios diagnósticos; critérios para O p l a n e j a m e n t o d e u m estudo d e mulheres. Normalmente, para inves-
medir e x p o s i ç ã o ; instrumentos d e c o o r t e prospective^ inicia-se c o m tigar as causas da maioria das d o e n -
medida, definição e descrição do a definição d e uma p o p u l a ç ã o - a l v o , ças, os estudos de coorte são caros e
processo d e amostragem; organiza- a e s c o l h a da p o p u l a ç ã o d e estudo, p o d e m requerer o a c o m p a n h a m e n -
ç ã o do trabalho d e c a m p o e análise a d e f i n i ç ã o d e participantes e n ã o - to d e milhares d e indivíduos para
dos dados. participantes, d e f i n i ç ã o dos expos- identificar um fator d e risco. Para
tos e não-expostos. O s passos a s e - doenças p o u c o freqüentes, é neces-
rem seguidos d e v e m incluir: o b j e - sário escolher um grupo de referên-
Estudos observacionâís
tivo c l a r a m e n t e definido; d e f i n i ç ã o cia, para q u e a prevalência da expo-
longitudinaisda p o p u l a ç ã o - a l v o e da p o p u l a ç ã o sição nos indivíduos c o m a doença
d e estudo; critérios d e s e l e ç ã o dos (casos) seja comparada c o m a expo-
N o s estudos longitudinais, sabe- i n d i v í d u o s q u e participarão d o e s - sição nos indivíduos sem a doença
se q u e pessoas foram p r e v i a m e n t e tudo e d e c l a s s i f i c a ç ã o da e x p o s i - (controles). Dessa forma, o propósi-
expostas a determinadas c o n d i ç õ e s ç ã o ; critérios diagnósticos, t e m p o to desse estudo é identificar caracte-
e depois surgiu a d o e n ç a . Esses e s - d e seguimento; d e s c r i ç ã o d o pro- rísticas (exposições, ou fatores de ris-
tudos d i v i d e m - s e e m estudos de cesso d e a m o s t r a g e m ; e a n á l i s e dos co) q u e ocorrem e m maior (ou m e -
coorte e estudos d e c a s o - c o n t r o l e . dados. nor) freqüência entre casos do que
N o s estudos tipo coorte o pesquisa-
entre controles. A proporção de ex-
dor c a t a l o g a os i n d i v í d u o s como O planejamento d e um estudo d e
postos a um fator de risco é medida
expostos e não-expostos a o fator d e coorte retrospectivo^- segue os mes-
nos dois grupos e comparada.
estudo, segue-os por u m determina- mos passos do anterior; a única dife-
do período e a o final verifica a i n c i - rença é q u e a exposição já ocorreu O s passos a serem seguidos d e -
d ê n c i a da d o e n ç a entre os expostos no passado, ou seja, h o u v e a exposi- v e m incluir: objetivo claramente
e não-expostos. J á nos estudos tipo ç ã o e m uma coorte d e indivíduos e d e f i n i d o ; d e f i n i ç ã o da p o p u l a ç ã o -
caso-controle, o pesquisador cata- na outra, não. O objetivo agora é re- a l v o e da p o p u l a ç ã o de estudo;
loga os i n d i v í d u o s e m d o e n t e s e construir as duas coortes. Nesse tipo d e f i n i ç ã o dos casos e critérios d e
não-doentes e v a i verificar, retros- de estudo, é essencial que haja i n c l u s ã o ; d e f i n i ç ã o dos controles e
pectivamente, se h o u v e o u não ex- confiabilidade dos dados d e registro critérios d e i n c l u s ã o ; critérios d e
posição prévia entre os doentes e q u e serão utilizados. c l a s s i f i c a ç ã o da e x p o s i ç ã o e t a m a -
não doentes. n h o da amostra; d e s c r i ç ã o do pro-
Estudos de caso-controle: cesso d e amostragem; e análise dos
dados.
Estudos de coorte Neste tipo d e estudo t a m b é m já
N a R o m a antiga, o t e r m o c o o r t e
h o u v e a exposição e a d o e n ç a , po- Revisões sistemáticas
rém, diferentemente do coorte retros-
era u t i l i z a d o para d e n o m i n a r um A revisão sistemática é um tipo de
pectivo, a catalogação dos indivíduos
grupo d e s o l d a d o s q u e m a r c h a v a m estudo secundário q u e objetiva fa-
não é feita c o m base na exposição
juntos numa batalha. N a d e m o - cilitar a e l a b o r a ç ã o d e diretrizes e o
(presente ou ausente), mas no efeito
grafia e na e p i d e m i o l o g i a c l í n i c a , planejamento de pesquisa c l í n i c a ^ .
(doença presente o u ausente)^. O s
u m a c o o r t e é u m grupo d e i n d i v í - U m a grande quantidade d e resulta-
doentes são c h a m a d o s casos e os
duos seguidos juntos através do dos d e pesquisas clínicas são exa-
não-doentes são c h a m a d o s contro-
t e m p o . N o s estudos t i p o c o o r t e o m i n a d a s e organizadas a d e q u a d a -
les. A c o m p a r a ç ã o final será entre a
pesquisador cataloga os i n d i v í d u o s m e n t e n u m a r e v i s ã o sistemática.
proporção d e expostos entre os c a -
c o m o expostos e n ã o - e x p o s t o s a o D e r i v a d e uma questão clínica es-
sos e entre os controles.
fator d e estudo, s e g u e - o s por u m pecífica, c o m fontes abrangentes de
determinado período e ao final Inicia-se c o m a seleção dos casos, pesquisa e estratégia d e busca ex-
verifica a i n c i d ê n c i a da d o e n ç a e n - q u e d e v e r i a m representar todos os plícita. A seleção é baseada e m cri-
tre os e x p o s t o s e n ã o - e x p o s t o s , casos d e uma determinada popula- térios aplicados d e maneira unifor-
c o m p a r a n d o - a nos dois grupos. ç ã o . N ã o é necessário q u e casos e me, c o m avaliação criteriosa e repro-
U m a v e z q u e os estudos d e c o o r t e controles i n c l u a m toda a p o p u l a ç ã o , dutível e c o m uma síntese quantita-
recrutam pessoas s a u d á v e i s no iní- p o d e n d o ser restritos a q u a l q u e r tiva por meio d e uma m e t a n á l i s e ^ .
c i o , é possível obter-se u m a a m - subgrupo específico como, por M e t a n á l i s e é u m estudo e m q u e
pla v a r i a ç ã o d e d e s f e c h o s . exemplo, pessoas idosas, homens ou métodos estatísticos rigorosos são
aplicados à revisão sistemática q u e independentes e explicar possíveis
agrupa os resultados d e dois o u mais conflitos, permitindo também o a u -
Conclusão
estudos p r i m á r i o s ^ . mento da confiabilidade dos resulta-
A escolha do desenho d e pesqui-
dos, melhorando a precisão das esti-
C o m o e m geral a quantidade d e sa está diretamente relacionada c o m
mativas d e efeito d e uma determina-
informações científicas disponíveis é a pergunta d e pesquisa q u e está sen-
da intervenção c l í n i c a ^ .
enorme, faz-se necessário q u e as in- do proposta. Para alicerçar sua prá-
formações sejam reunidas, organiza- É importante lembrar q u e as dire- tica clínica o u para realizar sua pes-
das, criticamente avaliadas e quanti- trizes clínicas baseadas e m revisões quisa, é d e suma importância q u e o
tativamente mensuradas. A revisão sistemáticas consistem no elo d e li- fisioterapeuta c o n h e ç a os principais
sistemática é uma técnica científica gação entre as pesquisas e a prática métodos d e pesquisa utilizados na
reprodutível. Permite avaliar estudos clínica. área da saúde.
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