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O “senhor Bíblia”
MARCELO DUTRA
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Temos assistido a inúmeras dissidências entre pastores e suas igrejas. Muitos saem
para fundar seus próprios ministérios. Por que isso acontece com tanta freqüência?
Uma das principais motivações é a financeira. Percebe-se que, quando o pastor que sua
própria igreja e capacidade de juntar pessoas que vão contribuir, sua vida vai melhorar. Em
segundo lugar: discordância com o líder. Ele acha que está mais certo do que seu superior,
então surge o conflito e ele sai. Às vezes, pastores rompem com seus ministérios de origem
porque desejam evangelizar determinada região onde não há igrejas de sua denominação.
Também há a questão da experiência pessoal. O pastor dissidente alega que tem uma
experiência com Deus maior ou melhor que seus colegas de ministério. Enfim, há muitos
motivos. Há dois dias, recebi um telefonema de uma pessoa que disse: “Eu estou sentindo
que Deus quer que eu seja pastor. Que faço agora?”. Às vezes a coisa acontece assim. São
as chamadas “novas revelações”. Aquela coisa de “Deus está me chamando”, ou “Deus me
revelou”, ou “Deus tem uma nova obra para mim”. Aí, ele sai e cria uma nova igreja.
Falta os líderes denominacionais começarem a perceber que a desunião é uma desgraça aos
olhos de Deus. Essa competitividade, essa briga um com o outro, esse desprezo pelo irmão,
toda essa vaidade. Pensar que eu sou melhor do que os outros, ou que minha teologia é
mais certa. Essa não é a base de todas as denominações? Afinal, ninguém vai saber quem é
que está certo. Eu também tenho a minha própria maneira de ver as coisas. Eu não sou tão
dogmático, mas vejo os problemas. É verdade que a pessoa que estuda mais tem capacidade
de ver melhor porque as outras pessoas interpretam a Bíblia diferente. Quem não tem
conhecimento dos outros não vai saber porque eles pensam daquele jeito. Por exemplo, a
maneira como a Assembléia de Deus interpreta a questão do vestuário. Para eles, a coisa é
óbvia, porque “a Bíblia diz isso”, sem mais nem menos. Eles não consideram o problema
de interpretação cultural, não entram nesse valor. Falta estudo, falta entrar na história da
igreja e perceber como e por que determinadas coisas aconteceram no passado. Muitas
dessas idéias vêm de fora e não têm cabimento serem praticadas aqui, mas continuam por
causa da tradição que o missionário que fundou a igreja muito tempo atrás trouxe.
E o que dizer dos pregadores que pautam seus ministérios nestes fenômenos? Isso
realmente deve ser uma prioridade?
De forma alguma. Tais acontecimentos não podem ser prioridade. Eu acho muito perigoso,
porque o mundo demoníaco está pronto para entrar por qualquer brecha. É este o grande
problema. A gente sempre tem que testar os espíritos, conforme está na palavra de Deus,
porque dentro do ministério de alguém, ou da própria igreja, pode entrar um demônio. Aí
perturba tudo porque podemos pensar que é um anjo santo e, na verdade, é um anjo
imundo, que está servindo ao diabo. A Bíblia manda que tudo seja testado.
ouvi dizer que 20% dos donos de indústrias e de comerciantes de lá são crentes. A coisa é
diferente.
A Bíblia tem resposta para explicar o porquê de eu ser escolhido, ou o senhor ser
escolhido, e outros não?
Certa vez, perguntaram isso a São Francisco e a resposta dele foi muito boa: “Eu fui
escolhido porque Deus não achou ninguém pior do que eu” [risos]. Essa resposta é ótima, é
bem bíblica. É isso o que Deus faz: pega o pior dos pecadores e transforma num santo.
E isso é positivo?
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Apenas parcialmente. Eu dou graças a Deus pelas pessoas que têm se convertido em igrejas
que atuam de uma maneira bem distante de meu modo de pensar. Em muitos casos, elas
depois saem dali e vão para igrejas onde a Bíblia é ensinada e elas podem crescer no
conhecimento.
Então, qual é a diferença entre uma efetiva vida cristã e a mera formalidade?
A formalidade é cumprir uma responsabilidade que a gente sente relativa a religião. Temos
que cumprir certas coisas. Temos de ir aos cultos, orar, ler a Bíblia, pagar alguma coisa à
igreja etc. A partir daí, podemos nos sentir mais ou menos em paz, pois são atos necessários
à nossa vida cristã. Mas isso não é o que Deus quer. Ele está à procura de verdadeiros
adoradores, e isto inclui a paixão da pessoa por Deus, a comunhão com Ele.
O senhor acha que a Bíblia sofreu modificações ao longo dos anos - como as inúmeras
traduções que já foram feitas - a ponto de merecer uma revisão histórica?
A única coisa que nós podemos dizer é que alguns textos foram incluídos erradamente. São
trechos que vêm entre colchetes em algumas versões, como a Atualizada. São textos que
algum comentarista incluiu ao copiar, provavelmente na margem. Essas passagens não
estão nos antigos manuscritos.
concordam com a minha maneira de pensar recebessem um terreno que pertence à União.
Mas seria preciso dar também aos outros, inclusive testemunhas de Jeová, mórmons e
outros que pensam de modo contrário ao meu. Então essa luta pelo poder e pelas vantagens
vai me comprometer com aquilo com que eu não quero ficar comprometido. Então, eu devo
ficar fora - afinal, sou um forasteiro.