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Discurso sobre a seriedade – José Sobrero Bosch - Palanca 12/06/18

Começo rapidamente antes de que algum palhaço atrevido queira estragar com simpatia (ou sem
ela) esta questão tão necessária de viver um pouco sérios (só um pouco, porém, nem vamos a
exagerar na seriedade).

Uma acepção da palavra seriedade é este interessante detalhe da pessoa: Forma de ser ou estar do
indivíduo que não ri frequentemente. Aqui sublinharia duas coisas: por um lado, o maravilhoso dom
do sorriso; e por outro, a «frequência» do sorriso.

O sorriso é a explosão mais honesta do ser humano. O sorriso leal e puro, higiênico e infantil é uma
criação divina. A espontaneidade que envolve ao sorriso é um oxigênio extra dos nossos pulmões.
Tão é assim que as vezes um sorriso utiliza de mais o pouco ar que respiramos e devemos tomar
forças numa pausa para não cair no chão e continuar com o sorriso. Limpo e espontâneo, o sorriso
há que cuidá-lo. Não é um produto para deitar fora irracionalmente. Para sorrir temos que pensar.

A frequência do sorriso é relativa e depende de cada pessoa que sabe administrar este dom. A
sugestão de sorrir frequentemente ou não é um sinal do equilíbrio pessoal. A pessoa sabia sabe
quando sorrir. E o mais espetacular é que ela sabe produzir sorrisos nas outras pessoas. Basicamente
o sentido do humor é um exercício de pensamento que não tem nada a ver com uma piada
superficial e fora de lugar, nem caprichosa, nem irreverente.

Sorrir é entender.

Daí que uma pessoa que pratica a seriedade entende a realidade e sabe rir daquilo que é
inconsistente e banal. Por isso é uma forma de ser que o indivíduo adota como expressão duma
conduta e um comportamento permanente e perseverante.

Conviver com pessoas sérias é uma garantia de sanidade mental e existencial.

A pessoa séria está sempre atenta e cuida dos outros. É empática desde a origem até ao fim do ato
de ser. É uma existência direcionada para fora com o seu ponto de origem interior, profundo, na
própria essência. Aqui estão unidos origem e finalidade: no ser individual e no ser coletivo. A
pessoa séria não faz divisão de roles. Ela empenha-se na totalidade.

Com certeza que a esta altura do discurso da seriedade, já alguém ficou zangado, chateado e
desnorteado (para não acrescentar algum qualificativo que seria ofensivo para o povo que pratica a
simpatia exagerada). Mas além desta constatação, o mais triste que podemos considerar é essa falta
de princípios norteadores, fundamentais e basilares na construção de uma personalidade séria,
ordenada e feliz.

Feliz é aquele que sabe que é feliz. Também a felicidade é um exercício racional. Tu deves saber o
porque hoje podes rir e amanhã não, pois, estamos acostumados a justificar tudo relativisticamente
com um argumento estéril que copiamos de outras culturas.

Temos que ser sérios. Temos que praticar a seriedade. Temos que viver seriamente. Temos que olhar
seriamente ao redor. Temos que escutar seriamente com ouvidos limpos. Temos que gostar
seriamente da beleza esplendorosa da natureza. Temos que rezar seriamente com o Deus que sabe
rir, mas que sempre é misericordioso.

A seriedade depende de cada um de nós. Não é um estado de ânimo passageiro: é um estado


profundo da pessoa que sabe que existe e que é. Porém, quem é sério sabe o que é rir.

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