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Para que houvesse o reconhecimento dos direitos humanos na forma como a sociedade
internacional o concebe hoje em dia, foi necessário que os Estados reavaliassem o conceito de
soberania no qual se fundamenta sua autonomia perante as outras entidades da comunidade
internacional, redefinisse a noção de indivíduo, e, sobretudo, pressupõe um conjunto de ações
pelas quais esses direitos foram sendo reconhecidos ao longo da história por meio das tensões
entre os diversos grupos da sociedade.
As lutas pelo direito não foram suficientes para sua eficácia perante a comunidade
internacional, nesse sentido, a criação da OIT (organização internacional do trabalho), bem
como da liga das nações contribuíram para esse papel.
A OIT, criada após a primeira guerra, tem como função a redação de normas para assegurar
um padrão humanitário na prestação de serviços entre empregado e empregador, de modo que
as condições de trabalho fossem justas. Já a liga das nações, também criada nesse período, tinha
como finalidade realizar a cooperação, paz e segurança através do direito internacional,
promovendo encontros entre os entes da comunidade internacional para consecução do seu
objetivo.
Apesar da importância desses órgãos, a real dimensão do direito humanitário se deu,
fundamentalmente, após a segunda guerra mundial. Pois este conflito elevou as tensões entre
os Estados, de modo que a comunidade internacional passasse a repensar o seu papel diante
das necessidades humanas, bem como da importância de se assegurar a vida em comunidade.
Nesse sentido, a Carta das Nações Unidas de 1945, na qual institui a ONU, que, através de suas
agências especializadas, seria capaz centralizar as ações dos organismos internacionais para a
efetivação dos direitos humanos e a promoção da paz mundial.
Por fim, em 1948 fora promulgada A Declaração Universal dos Direitos Humanos,
documento que estabelece uma nova ética que pudesse ser implementada nos países, indicando
o ser humano enquanto sujeito de direito das gentes, em outras palavras, o fundamento da
declaração seria a própria dignidade da pessoa humana. Diante disso, este documento inaugura
uma nova concepção da compreensão entre Estado e indivíduo.