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ISSN 0103-2054
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REVISTA DE DIVULGAÇÃO
CIENTÍFICA PARA CRIANÇAS
A? DO
ANO 18 / No 161/ R$ 6,60
SETEMBRO DE 2005

capa161.p65 1 18/8/2005, 18:21


2
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A história
do lápis
Quem diria que um objeto tão
comum tenha histórias tão

161
interessantes para contar?

Setembro de 2005
8 Mordidas, ferroadas
e queimaduras... Na praia?
Aprenda sobre águas-
vivas, esponjas e ouriços-
do-mar e saiba como
evitar acidentes.

V ocê acredita que quando o


Brasil foi descoberto ainda não
existia lápis? Pois é. Certos objetos tão

13
presentes no nosso dia a dia têm
Galeria:
histórias curiosas, muitas vezes tatu-canastra
O maior tatu do mundo está
recentes, das quais a gente nem
ameaçado de extinção.
desconfia. O lápis é um deles. Hoje
custa baratinho, mas já foi caro.
E como se fazia para apagar, se na
época em que o lápis foi inventado
ainda não existia borracha? Para ficar
por dentro dessa e de outras
informações, basta virar a página.
E tem muito mais leitura interessante
17 Misture, experimente
e surpreenda-se!
É hora de colocar a mão na
massa com experimentos
na área de química.
esperando por você! Águas-vivas,
esponjas e ouriços-do-mar, por

22
exemplo, vão lhe cercar... Claro que Quando crescer,
não será para machucar, e, sim, para vou ser... Liquenólogo!
dar muitas dicas. Falando em dicas, siga Ele é um especialista no
as dos experimentos que estamos casamento das algas com
sugerindo nesta edição, observe e os fungos.
surpreenda-se! Como a gente sabe
que a sua curiosidade nunca se

28
satisfaz, fomos investigar para saber o
Por que a água
que faz um liquenólogo, por que razão
do mar é salgada?
a água do mar é salgada e o motivo Pode apostar que não
pelo qual o tatu-canastra está é porque tem muito
ameaçado de extinção. Agora, é com bacalhau de molho.
você! Boa leitura!

indice161.p65 1 19/8/2005, 17:37


A gente risca, rabisca, escreve, mas dificilmente
admira um lápis comum. Afinal de contas, qual é a
graça de um pedaço de madeira com uma varetinha
preta dentro que, quando muito, exibe uma
borrachinha na ponta? Que injustiça! Muita ciência,
engenharia e, até mesmo, guerras recheiam o
desenvolvimento do lápis, uma das invenções mais
importantes da história da humanidade. Por sinal,
história que ele – literalmente – ajudou a escrever.

lápis.p65 2 18/8/2005, 16:37


A
história do lápis é cheia

Ilustração Mario Bag

Imagens Faber-Castell
de incertezas, pois, até
hoje, os historiadores não
dedicaram a atenção que esse
fabuloso instrumento certamente
merece. Afinal, é com o lápis
que todo mundo aprende a
escrever.
Apesar das dúvidas históricas,
a origem do lápis parece estar na
descoberta, em 1564, em
Borrowdale, na região da
Cumbria, no norte da Inglaterra,
de um mineral quebradiço,
macio, de consistência meio
gordurosa, que sujava a ponta O elemento químico carbono na forma
dos dedos. Uma versão popular de um bloco de grafita.
relata que, no dia seguinte a uma
tempestade, pastores
encontraram uma misteriosa Por cerca de um século, os
substância que brotava do ingleses eram os únicos que
buraco deixado pelas raízes de fabricavam lápis e os vendiam
árvores caídas. O mineral foi por preços bem altos, porque
associado a um tipo de ‘chumbo não se conhecia outra mina do
preto’, com o qual se podia fazer mineral em forma tão pura.
marcas nas ovelhas. Assim, a Esses lápis eram bem diferentes
descoberta ganhou o nome de desses que a gente compra hoje.
plumbago, que, em latim, Eram pequenos bastões de
significa algo como ‘aquilo que plumbago, envoltos por barbante
age (escreve) como o chumbo’, ou pele de carneiro para não
pois, no passado, se usava esse sujar os dedos. Mais tarde, dois
metal para riscar e desenhar. pedaços de madeira passaram a
O governo inglês logo formar um ‘sanduíche’ de
percebeu que aquela substância plumbago, dando origem ao
preta poderia ser valiosa e se chamado lápis de carpinteiro,
apropriou das minas. Para que, até hoje, tem um formato
manter o preço da mercadoria achatado. Mesmo caros, os lápis
alto, resolveram só explorá-las passaram a fazer sucesso na
poucas semanas por ano. Europa, principalmente entre os
O minério extraído era escoltado artistas italianos.
por soldados até Londres, capital
da Inglaterra. Em 1752, devido
aos roubos e ao contrabando do
plumbago, uma lei passou a
punir com trabalhos forçados
quem o roubasse.
Lápis mais antigo
conhecido, datado do
Antes da invenção do lápis, século 17.
uma haste de prata,
denominada stylus, era
usada para desenhar linhas
e esboços.

lápis.p65 3 18/8/2005, 16:38


Plumbago virou grafita
No século 17, os alemães
Como se fabrica um lápis
começaram a fabricar um lápis

Imagem Incense Cedar Institute


Um bloco de madeira (1) é cortado em fatias (2),
em que misturavam o plumbago que são tingidas (3). Canaletas são escavadas
moído com o pó de mais dois na superfície (4). Depois, são colocadas as
elementos químicos: o enxofre e varetas de grafita (5), e uma segunda fatia é
o antimônio. Não tinham a colada sobre a primeira (6). O ‘sanduíche’ é
qualidade do lápis inglês, mas, cortado (7) e dele saem os lápis individuais (8),
para compensar, eram bem mais que recebem, além da pintura e do acabamento
baratos. Nessa época, em (9 e 10), o suporte de metal para a borracha (11)
Nuremberg (Alemanha), e, finalmente, a borracha (12).
começou a fabricação em massa Fonte: Incense Cedar Institute
de lápis.
Só em 1779 é que se
descobriu que o plumbago era,
na verdade, formado só por Pó de argila
carbono, assim como o diamante
e o carvão. Essa descoberta foi Logo após a
feita pelo químico sueco Karl Revolução Francesa,
Wilhelm Scheele. Dez anos em 1789, a França,
depois, o geólogo alemão envolvida em várias
Abraham Gottlob Werner deu ao guerras, ficou isolada
plumbago o nome grafita, dos outros países da
palavra que vem do grego grápho Europa. E isso
(escrever) – atenção, grafita e significava ficar sem
grafite (mais popular) são várias mercadorias,
palavras femininas em até mesmo os lápis
português! ingleses e alemães.
Segundo alguns Fábrica de lápis, em 1861.
historiadores, o governo francês
incumbiu o químico Nicholas-
Jacques Conté de tentar resolver Com esse processo, Conté
o problema. Conté – diz-se que conseguiu fabricar lápis em
ele foi também militar, inventor quatro graduações. Quanto mais
e fabricante de lápis – acabou argila ele adicionava à mistura,
inventando e patenteando uma mais clara ficava a escrita. Foi
técnica que é basicamente usada daí que nasceram as graduações
até hoje pelos fabricantes de que a indústria usa hoje (leia
lápis do mundo inteiro, tanto dos ‘O que são os números e as
comuns como dos coloridos. letras?’).
Receita de Conté para fazer
lápis: 1) misturar pó de grafita Bilhões por ano
com pó de argila e adicionar
água; 2) fazer a massa formada No século 19, já havia
Imagens Faber-Castell

passar por um buraquinho dezenas de fabricantes na


(orifício), para formar Europa, produzindo milhões de
varetinhas; 3) depois de secas, lápis por ano. Ao longo do
colocar as varetinhas para século passado, fábricas
queimar em um forno a começaram a ser instaladas em
temperaturas altíssimas. Agora, é outros continentes. Nos últimos
só colocar as varetinhas de 100 anos, o lápis se tornou
Vendedor de lápis, em ilustração grafita e argila dentro da madeira popular e baratinho, e seu
de 1808. (leia ‘Como se fabrica um lápis’). processo de fabricação foi muito
4

lápis.p65 4 18/8/2005, 16:38


• A palavra pencil (lápis, em
inglês) vem de penicillus (do
latim, pequeno rabo ou pincel),
com o qual os romanos
escreviam sobre uma folha
rústica, o papiro, que vem do
grego pápyros e originou a
Até a década de 1870, a grafita era palavra papel. Ah, sim, lápis vem
cortada em varetinhas quadradas. do italiano e quer dizer pedra.
• Os romanos, os gregos e os
qualidades dessa grande egípcios usavam um disco de
invenção: dura muito; não chumbo chamado plumbum
para fazer linhas (pautas) sobre
necessita de manutenção, a não
o papiro. Plumbu, em latim, é
ser apontá-lo de vez em quando;
chumbo, que, em inglês, é lead.
funciona em qualquer posição, Até hoje, lápis, em inglês, é lead
debaixo d’água e até no espaço, pencil, apesar de não haver
onde a pouca gravidade não chumbo em sua composição.
permite que a maioria das
canetas escreva. Além disso, • Antes da borracha, usava-se
Minas de grafita na Sibéria, em 1856. miolo de pão para apagar a
pode anotar cerca de 45 mil
escrita do lápis. A invenção da
palavras e riscar uma linha borracha, como conhecemos
aperfeiçoado. Atualmente, contínua de 50 quilômetros! hoje, foi feita em 1770 pelo
estima-se que bilhões deles, de Você conhece algum outro engenheiro inglês Edward
todos os tipos, sejam fabricados instrumento de escrita tão Naime.
no mundo por ano. Alguns versátil?
• A tradição de fabricar lápis
fabricantes já estão substituindo
pintados de amarelo vem do
a madeira por uma resina fato de, no final do século 19, a
artificial. Cássio Leite Vieira, melhor grafita do mundo vir da
A próxima vez que você usar Especial para Ciência Hoje das China e, nesse país, essa cor
um lápis, lembre-se de algumas Crianças. está associada à realeza e ao
respeito. Ainda hoje, 70% dos
lápis fabricados nos Estados
Unidos são amarelos.
O que são os números e as letras? • O apontador manual, no
formato atual, foi inventado pelo
Você já deve ter notado que os lápis é, lápis em que se consegue fazer francês Therry des Estwax, em
vêm com números e letras uma ponta ‘fina’. Os mais indicados 1847. Em 1897, o norte-
impressos em seus corpos. Eles – e usados – para escrever são o B
americano John Lee Love
indicam o grau de dureza da grafita, e o HB, que também podem ser
ou seja, se ela escreve mais ou indicados, respectivamente, só patenteou o apontador com
menos escuro. A escala é pelos números 1 e 2. O 9B é o mais aquela caixinha que evita que
geralmente assim: 9H, 8H... F... HB, B, macio e cuja grafita mais se as rebarbas do lápis caiam no
2B... 8B, 9B. aproxima daquela encontrada pura chão.
O ‘H’ vem de hard (duro, em inglês) e na natureza. Já o 9H tem a maior Fontes: Faber-Castell
o ‘B’, de black (preto, em inglês). quantidade de pó de argila e sua
Portanto, um lápis que tenha B em International/about.com/Berol/
escrita é muito clara e indicada só
sua graduação escreve mais escuro para trabalhos técnicos. The Pencil Pages/Paper Mate/
que um H. O ‘F’ parece ter sua Fonte: Pencil Pages/Faber-Castell Office Museum/The Cumberland
origem em fine (fino, em inglês), isto International Pencil Museum

lápis.p65 5 18/8/2005, 16:39


VOCÊ ARMA A CADEIRA,
ABRE O GUARDA-SOL,
PASSA O PROTETOR, PEGA
O BALDE, A BÓIA, SAI
CORRENDO PARA A ÁGUA,
DÁ UM MERGULHO, FOGE
DA ONDA, VOLTA, DÁ
OUTRO E, DE REPENTE,
SOLTA UM GRITO:

Mordidas,
“AI!!!!” O QUE SERÁ
QUE ACONTECEU? ALGO
LHE MORDEU?
QUEIMOU? MAS NA
PRAIA? COMO PODE?

marinhos.p65 8 22/8/2005, 17:53


A
ntes de investigar o mas bastante comuns, como defesa: espinhos, garras ou
possível causador do águas-vivas e caravelas- estruturas do corpo afiadas.
problema descrito na portuguesas, que vagam na Chegar perto deles ou tocá-
abertura deste texto, água; ouriços-do-mar e los pode ser doloroso e
vale lembrar que quando esponjas marinhas, que desagradável, embora
vamos à praia e damos vivem sobre rochas ou na quase todos sejam bonitos e
aquele mergulho, estamos areia; e também de alguns atraentes quando
compartilhando o mesmo peixes. Todos esses animais observados a uma distância
ambiente com milhares de possuem alguma forma de segura.
organismos marinhos. São
animais, plantas e seres
unicelulares das mais
diversas formas e cores.
Muitos deles são tão
pequenos que só podem ser
vistos ao microscópio.
Outros são transparentes e
delicados e, por mais que
estejam ao nosso lado
quando nadamos ou
mergulhamos, sequer nos
damos conta deles. A grande
maioria é absolutamente
inofensiva para o ser
humano, para nosso alívio.
Alguns poucos, porém,
podem ser perigosos.
Não, não estamos nos

Fotos Alvaro E. Migotto


referindo aos tubarões, que
muito raramente tornam-se
perigosos para nós,
sobretudo nas praias
brasileiras. Estamos falando
de seres muito diferentes,
A caravela-portuguesa Physalia physalis,

s, ferroadas
também conhecida como bexiguinha, pode ser
vista de longe devido ao seu flutuador roxo-
azulado, que tem, em média, 10 centímetros de
comprimento. O contato com seus tentáculos
causa queimaduras graves e dolorosas.

e queimaduras...
marinhos.p65 9
Na praia? 22/8/2005, 17:53
9
Para escapar de arranhões,
ferroadas, mordidas ou
‘queimaduras’, temos de
conhecer onde esses animais
vivem e um pouco de seus
hábitos. Assim, evitamos
medos desnecessários e
podemos curtir a praia com
sossego e segurança.

OPS! Um ouriço!
Os ouriços-do-mar são os
que causam a maioria dos
acidentes. O desagradável
encontro com esses animais
espinhudos acontece quando
não conseguimos resistir à A água-viva relojinho (Olindias sambaquiensis) é bastante comum no litoral sul e sudeste do
tentação de explorar as Brasil, principalmente nos meses de inverno. Ela atinge de cinco a sete centímetros de
diâmetro e o contato com seus tentáculos é bastante desagradável e deixa vergões na pele.
rochas que existem próximas Como seu corpo é quase transparente, torna-se difícil perceber quando elas estão por perto.
da praia. Sobre a superfície
das rochas e pedras dessa
região existem algas com os pés descalços e sem que eles se quebrem e
microscópicas que são o devido cuidado pode fiquem alojados no corpo da
revestidas por um tipo de resultar num escorregão em vítima. Quem já teve essa
gelatina. Por isso, elas ficam cima de um ou vários experiência sabe: além da
tão escorregadias, ouriços. Quando isso ocorre, dor no momento do
principalmente quando os espinhos longos e afiados acidente, a remoção dos
molhadas. E é justamente do animal penetram na pele espinhos é também bastante
nesse tipo de ambiente que como agulhas. Como os dolorosa. O médico, ou
vivem os ouriços-do-mar. espinhos são quebradiços, o enfermeiro, tem de cutucar a
Caminhar sobre as rochas impacto faz também com região atingida com pinças e
agulhas até conseguir retirar
um a um os pedaços de
espinhos. Por isso, em locais
rochosos, caminhe sempre
com os pés protegidos por
um calçado firme de solado
antiderrapante. Dessa forma,
você não escorrega e evita se
cortar em cracas, ostras e
mexilhões, animais que
também vivem sobre as
rochas e que têm conchas
com as bordas afiadas.
Fotos Alvaro E. Migotto

Macaco velho não mete


a mão em cumbuca
Outro cuidado importante
quando você decidir explorar
a vida nas rochas é não
Ouriço-do-mar – Echinometra lucunter – é muito abundante. Ele vive sobre rochas, em tocar em nada, muito menos
locais rasos, e forma grandes populações. enfiar a mão em tocas ou
10

marinhos.p65 10 22/8/2005, 17:54


luz direta do Sol,
provavelmente você tem à
sua frente uma esponja-do-
mar. Por segurança, evite
tocar nesses vistosos
animais. Muitas esponjas
possuem espinhos
minúsculos que podem
penetrar na pele e causar
inchaço, coceira e dor.

Quando a água é viva


As águas-vivas estão entre
os mais temidos, embora a
maioria seja pequena e
inofensiva. São animais
gelatinosos, com aspecto de
guarda-chuva ou prato.
Possuem tentáculos longos,
As cracas, as ostras e os mexilhões que vivem nas rochas podem ferir nossos pés. Por
armados com milhares de
causa da presença de bactérias e fungos na superfície desses animais, é comum a pequenas estruturas,
ocorrência de infecções nos ferimentos. denominadas cnidas,
semelhantes a agulhas de
injeção cheias de substâncias
buracos. Você pode tóxicas ou venenos. Ao
espetar o dedo em tocarem na vítima, os
algum ouriço-do- tentáculos se grudam no
mar escondido, ser corpo e as cnidas injetam
beliscado por um seu conteúdo na pele.
siri ou caranguejo O resultado é uma dor forte
ou, ainda, mordido e aguda, como uma
por uma moréia. queimadura, seguida de
Os siris e irritação, dermatites e, até,
caranguejos vergões na pele.
possuem pinças ou Dependendo da espécie da
garras fortes que água-viva, da área do corpo
podem cortar e atingida e da própria
perfurar nossa sensibilidade da pessoa,
pele. Embora as podem ocorrer, também,
moréias tenham náuseas, vômitos e outros
cara de bravas e problemas graves que
pareçam cobras, exigem cuidados médicos.
são peixes As caravelas-portuguesas
pacíficos. Elas têm também possuem cnidas e
visão ruim e são facilmente reconhecíveis
podem confundir pela cor roxo-azulada e por
nossos dedos com terem uma parte do corpo
comida. Ah, e se semelhante a uma bexiga
Chiropsalmus quadrumanus é uma das você observar visível acima da linha da água.
espécies de águas-vivas mais urticantes manchas de cores variadas e Por outro lado, as águas-vivas
que ocorrem no litoral brasileiro. A parte
principal de seu corpo atinge cerca de 10
vivas nas rochas e pedras, são raramente visíveis quando
centímetros de altura. Felizmente, ela não principalmente nos locais estão na água. Águas-vivas e
é tão abundante perto das praias. mais úmidos e protegidos da caravelas costumam nadar
11

marinhos.p65 11 22/8/2005, 17:54


ser redobrados com relação
às crianças, que são,
particularmente, mais Primeiros socorros
sensíveis do que os adultos. Caso ocorra um acidente com
Como as cnidas podem águas-vivas e caravelas-
permanecer ativas mesmo portuguesas, oriente um adulto a
em animais mortos, a fazer o seguinte:
recomendação de não tocá- 1) remova os tentáculos com
luvas, pinças ou a lâmina de uma
los continua válida em faca, evitando esfregar a região do
qualquer caso! ferimento;
2) aplique compressas de água
De olhos bem abertos do mar gelada ou bolsas de gelo;
3) utilize compressas ou
Às vezes, as marés e banhos de vinagre na região do
ferimento para desativar o veneno;
correntes trazem para a jamais passe álcool, urina ou água
areia animais mortos. Fique doce na região afetada;
atento para não pisar em 4) procure auxílio médico.
As esponjas têm espinhos minúsculos, que
podem penetrar na pele, causando peixes, porque muitos
inchaço, coceira e dor. possuem espinhos afiados e
venenosos que podem
penetrar no pé e causar Tenha sempre em mente
em mar aberto, podendo, dores e infecções. É o caso que um animal pode se
ocasionalmente, ser levadas do bagre. Os pescadores tornar ‘perigoso’ para nós
para a praia pelas ondas e costumam devolver ao mar apenas quando invadimos
correntes. Por isso, deve-se os bagres que vêm nas seu território, chegamos
ficar atento quando se brinca redes. Ferido, o animal muito perto ou tocamos nele
na areia da praia. Como morre e vai parar na areia sem os devidos cuidados. Se
elas vivem em grupos, se da praia. Ele fica lá na linha alguns organismos
uma for avistada na água, da maré, meio camuflado apresentam estruturas ou
ou mesmo na areia, é sinal pela areia, com seus comportamentos que
de que pode haver outras espinhos serrilhados. potencialmente nos
por perto. Se esse for o caso, O banhista distraído pisa e o ameaçam, é porque
fique alerta e não entre na resultado é uma dor forte precisam deles na captura de
água. Os cuidados devem que pode durar horas. alimento ou como defesa.
Seguindo essas
recomendações, você estará
pronto para uma temporada
na praia longe de alguns
problemas. E não se esqueça
de que cuidando do nosso
lixo estaremos contribuindo
para a preservação do mar e
dos seres marinhos que lá
vivem.
Alvaro Esteves Migotto,
Centro de Biologia Marinha,
Foto Vidal Haddad Junior

Universidade de São Paulo.


Shirley Pacheco de Souza,
Instituto Terra e Mar – São
Sebastião.
Vidal Haddad Junior,
Faculdade de Medicina de
Botucatu, Universidade
Acidente com bagre. Estadual Paulista.
12

marinhos.p65 12 22/8/2005, 17:55


Galeria
Bichos
ameaçados

Nome científico: Priodontes maximus.


Nome popular: tatu-canastra.
Tamanho: cerca de 1,5 metro de comprimento.
Local onde é encontrado: nos estados do Norte,
Centro-Oeste e Sudeste do país.
Hábitat: prefere áreas abertas, como campos e
cerrado, mas também é encontrado em áreas florestais.
Motivo da busca: animal ameaçado de extinção.

galeria161.p65 1 15/8/2005, 16:57


Galeria
Bichos
ameaçados

O maior tatu do mundo


Brincar de esconde-esconde é divertido. Agora, se o tatu-canastra
resolve participar da brincadeira, fica difícil competir. Esse é o maior
tatu do mundo, atualmente. Mede, aproximadamente, um metro e
meio de comprimento e pesa cerca de 40 quilos. Seria fácil encontrá-
lo, se suas tocas (ou abrigos) não fossem tão grandes: elas chegam a
medir mais de cinco metros de extensão, e o Priodontes maximus pode
ficar lá escondido por mais de quinze dias. Será que alguém consegue
esperar tanto tempo assim para ver o tatu-canastra?
Pois para observar e estudar essa espécie, os pesquisadores espe-
ram até mais, se for preciso. Normalmente, o tatu-canastra escolhe
ninhos abandonados de cupins ou formigas para construir sua toca.
Suas unhas enormes e curvas – que podem medir até 20 centímetros
– fazem dele um ótimo cavador. Para quebrar o ninho de animais,
como as formigas e os cupins, e se alimentar, essa espécie de tatu usa
sua língua comprida. Seu prato preferido são os insetos, mas, também,
come aranhas, pequenas cobras, vermes e larvas. Tudo isso é mastiga-
do com o auxílio dos seus 80 pequenos dentes.
Como a maioria das 20 espécies de tatus que existem, o tatu-
canastra tem o corpo coberto por placas ósseas, como se fosse uma
armadura, e possui poucos pêlos.
O Priodontes maximus é um animal solitário. Gosta de sair à noite
para procurar alimento e namorar. Essa espécie pode ter até dois
filhotes por cria.
Quando é incomodado, o tatu-canastra deita no chão com a barriga
para cima e tenta se defender com as patas anteriores. Para escapar
do perigo, é capaz de se enterrar em poucos minutos.
Devido ao desmatamento, o desenvolvimento das plantações e cria-
ções de gado, o hábitat do tatu-canastra, bem como de muitos outros
animais, vem sendo reduzido. A caça ao animal, que tem uma quantida-
de de carne abundante, também contribui para diminuir suas popula-
ções. Os seringueiros da Amazônia costumam até dizer que comer a
carne desse tatu dá azar! Só se for para o próprio, não é mesmo?
Para evitar a extinção do tatu-canastra é preciso proteger os ambi-
entes em que ele vive e, também, realizar estudos para se conhecer
melhor os hábitos dessa espécie brasileira.

Adriana Bocchiglieri,
Faculdades da Terra de Brasília.
Marcelo Lima Reis,
COFAU-IBAMA.

galeria161.p65 4 15/8/2005, 16:58


Silêncio no estúdio:
gravando!
H
oje, ela está presente na casa de nove em cada dez
brasileiros. Mas, não faz muito tempo, sequer existia.
Sabe de quem estamos falando? Da TV, que chegou
ao Brasil somente em 1950. Até essa década, na sala de
estar dos lares do nosso país, quem reinava sozinho era o
rádio. Pergunte aos seus avós para saber. Assim como hoje
muitas pessoas sentam em frente à TV para acompanhar as
tramas das novelas, naquela época diversas outras ficavam
atentas ao rádio, que transmitia as chamadas radionovelas.
Como as que atualmente passam na televisão, as
radionovelas contavam histórias que misturavam amor,
intriga, aventura, humor, com uma diferença importante:
como não havia imagem, apenas som, cada um imaginava,
à sua maneira, como era fisicamente o mocinho ou a 3. Selecione as músicas e os efeitos sonoros
mocinha, os lugares onde se desenrolava a ação, os
detalhes da trama... Com os diálogos escritos, que tal dar um tempero a mais
Se você quiser, pode sentir um pouco do gostinho dessa à radionovela? Selecione alguns trechos de música para
época do rádio. Sabe como? Criando a sua própria servir de trilha sonora: grave-os em uma fita e coloque-os
radionovela com as dicas que a CHC dá a partir de agora! para tocar no momento apropriado. Se houver uma cena de
amor, é bom pensar em uma canção romântica. Se a trama
1. Pense na história incluir uma festa, uma música animada é a mais indicada.
Efeitos sonoros também são bem-vindos. Com a própria
Antes de tudo, é preciso imaginar quais serão os boca ou com alguns utensílios, você e seus amigos podem
personagens da história, quais situações eles irão enfrentar criar sons que ajudam a contar a história. Digamos que a
e onde a ação irá se desenvolver. Reúna a turma e ouça as trama inclua a chegada de um personagem a cavalo.
propostas de cada um. Somando as idéias de todos, com Batendo duas metades de coco, você pode obter um som
certeza vocês irão chegar a uma trama muito emocionante! parecido com o do galope do animal. Da mesma forma,
esfregando uma superfície plana (o chão, por exemplo)
2. Prepare os diálogos com uma vassoura, pode-se obter um som semelhante ao
de uma pessoa abrindo caminho no mato. Muito mais pode
Aqui é preciso caprichar. Afinal, como em uma ser feito. Use a imaginação!
radionovela não há imagens, apenas sons, os diálogos têm
grande importância. Nesse momento, também é bom 4. Distribua as tarefas e ensaie
pensar como será contada a história. Em geral, em uma
novela, não é necessário que ninguém conte o que ocorre Quem irá interpretar cada personagem da trama?
porque os próprios personagens fazem isso por meio dos Quem ficará responsável pelos efeitos sonoros? Quem
diálogos. Porém, você e seus amigos podem decidir usar será o narrador? Já é hora de decidir, para começar a
um narrador, que apresenta a trama ou as cenas, contando ensaiar. Afinal, é preciso que os atores leiam com emoção
onde se desenvolve a ação, quando ela ocorre ou o que os diálogos, que a música ou os efeitos sonoros entrem na
aconteceu antes. Seja como for, é bom escrever tudo em um trama no momento exato, enfim, que tudo esteja perfeito.
papel para não esquecer. Afinal, narrador, atores e demais Só, então, será o momento de se perguntar:
participantes precisam de um roteiro para saber quando
falar, quando fazer barulho, quando rir ou chorar... 5. Gravar ou simplesmente encenar?
Aí, fica a cargo de você e sua turma! Vocês podem pegar
um gravador e registrar em uma fita a encenação,
apresentando depois o trabalho aos seus pais, irmãos,
amigos. Mas, se preferirem, podem se apresentar ao vivo:
Ilustração Jaca

com certeza, também será divertido ver a encenação como


se estivéssemos no estúdio de uma rádio em 1940!

A Redação
21

ativid161.p65 1 16/8/2005, 16:58


Misture,
experimente,
surpreenda-se!
Quem nunca sonhou em ter um
laboratório como o dos personagens de
desenho animado? Aqueles equipados
com recipientes de vidro dos mais
diferentes formatos, cheios de líquidos
coloridos e pós estranhíssimos, que a
gente mistura e... surpresa! Borbulha,
muda de cor, forma uma gosma... Pois
pare de sonhar porque a sua casa tem
tudo para ser um laboratório tão legal
como esse aí. Para comprovar,
selecionamos quatro experimentos que
você pode fazer no seu lar doce lar, ou
melhor, no seu laboratório ultra-secreto
disfarçado de lar!

mixexperi.p65 17 19/8/2005, 17:52


Suco que muda de cor
Você vai precisar de: esprema o limão e pingue
algumas gotas até notar
• repolho roxo;
alguma diferença. No terceiro,
• liquidificador;
acrescente sabão em pó; no
• coador;
quarto, vinagre; no quinto,
• colher;
bicarbonato de sódio. Sempre
• água;
mexa com uma colher.
• cinco copos transparentes;
• limão;
• vinagre;
O que aconteceu?
ao contrário, básicas. O suco
• bicarbonato de sódio (à Com a adição do limão e de limão e o vinagre, por
venda em farmácias); do vinagre, o suco de repolho, exemplo, contêm ácidos: o
• sabão em pó. que era roxo, ficou rosa. Com primeiro, o ácido cítrico e o
o sabão em pó ou o ácido ascórbico (vitamina C),
Modo de fazer: bicarbonato de sódio, no enquanto o segundo, ácido
entanto, ele ficou esverdeado. acético (vinagre). Os produtos
1. Com a ajuda de um
adulto, coloque, no de limpeza, como o sabão em
liquidificador, uma folha de
Por quê? pó e o bicarbonato, por sua
repolho roxo, um litro de água Muitas plantas, como o vez, são, em geral, básicos,
e bata bem. repolho roxo, possuem pois as substâncias desse tipo
2. Coe o suco e o divida substâncias que têm cor. Elas, ajudam a dissolver a gordura
entre os copos. porém, mudam sua coloração e remover a sujeira.
3. Não faça nada com o ao entrarem em contato com Atenção!!! O suco é só para
primeiro copo. No segundo, substâncias que são ácidas ou, observar e, não, para beber!

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Descobrindo como as formigas se defendem


Você vai precisar de: 2. Coloque o extrato na O que aconteceu?
• repolho roxo; tigela plástica e mergulhe o Depois que as formigas
• tigela rasa; papel completamente na andaram sobre o papel, ele
• pedaço de filtro de café solução. mudou de cor, ficando
ou papel reciclado (branco); 3. Retire o papel e deixe avermelhado.
• um lugar onde há secando sobre alguns jornais
formigas. velhos.
4. Quando o papel estiver Por quê?
Modo de fazer: seco, corte-o em tiras. O papel que você utilizou é
5. Localize um formigueiro o chamado papel indicador.
1. Prepare o suco de repolho ou um local onde existam Ele é usado para testar se um
roxo novamente, porém, agora, insetos desse tipo. Coloque produto é ácido ou básico,
use bem menos água para uma pedaços do sendo que se torna
única folha de repolho. papel próximo avermelhado quando entra em
dali. contato com um ácido. No
Ilustrações Cruz

6. Deixe as caso das formigas, isso


formigas aconteceu porque grande
andarem por parte desses insetos libera um
um tempo e ácido, conhecido como ácido
observe. Tome fórmico, para se defender.
cuidado para É ele que faz com que as
não ser picado picadas das formigas irritem a
por elas. pele e doam tanto.

mixexperi.p65 18 19/8/2005, 17:53


Fabricando areia movediça
Você vai precisar de: 4. Tente enfiar o seu dedo perceberá que ele se torna
rapidamente na mistura. mole, parecendo um líquido.
• amido de milho ou fécula Ao aplicar uma força brusca
Ela reage de forma diferente?
de batata;
• água;
5. Tente fazer uma bola com (tentando enfiar o dedo
a massa. O que ocorre quando rapidamente, por exemplo),
• tigela de plástico. ele irá se comportar mais
você pára de mexer com ela?
como algo sólido: de mole,
Modo de fazer: torna-se mais duro e parece
O que aconteceu?
1. Coloque meio copo de que prende os dedos. É assim
Quando misturamos o também que acontece com a
amido de milho ou fécula de
amido de milho ou a fécula de areia movediça de verdade.
batata na tigela.
batata com a água, formamos
2. Adicione água aos Por isso, alguém que
um material que tem porventura fique preso em uma
poucos, misturando com as
características muito diferentes armadilha desse tipo não deve
mãos. Depois que uma certa
do comum. Se você deixar o tentar escapar movendo-se
quantidade de água tiver sido
material escorrer ou aplicar rapidamente e com força.
acrescentada, você irá
lentamente uma força sobre Fazendo isso, a areia
perceber que a mistura
ele (enfiando o dedo devagar movediça só irá travar seus
começará a ganhar uma
na massa, por exemplo), movimentos, já que irá reagir
consistência pastosa.
3. Sua areia movediça está mais como algo sólido do que
pronta. Agora, é só brincar como algo líquido. Assim, a
com ela. Aperte a mistura com dica para sair da encrenca é
o dedo lentamente. O que deitar de costas, flutuar e
acontece? lentamente se mover em
direção ao solo. Afinal, desse
jeito, a areia movediça irá se
comportar como um líquido.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Vamos fazer neblina?


Você vai precisar de: 4. Assopre próximo da
• gelo; abertura da lata menor.
• sal de cozinha;
• duas latas sem tampa e O que aconteceu?
com tamanhos diferentes (uma Quando misturamos o gelo formando pequenas gotículas
deve caber dentro da outra, com o sal, fazemos com que a de água, que compõem a
deixando ainda um espaço temperatura da mistura fique nuvem que vemos aparecer
livre ao redor da lata menor). abaixo de 0ºC. Assim, o ar no neste experimento. Sempre que
interior da lata menor, que está vemos uma nuvem ou neblina,
Modo de fazer: envolta pela mistura, fica bem o vapor d’água já passou para
1. Coloque uma lata dentro frio. Quando você assopra na o estado líquido.
da outra. abertura dessa lata, está
2. Prepare uma mistura lançando ali ar que vem dos Alfredo Luís Mateus,
usando quantidades iguais de seus pulmões e que contém Departamento de Química,
sal e gelo. vapor d’água. O vapor Universidade Federal de
3. Ponha a mistura na lata d’água, ao encontrar o ar frio Minas Gerais.
maior, enchendo-a até a boca dentro da lata, se condensa – (Experimentos adaptados do
e fazendo com que ela envolva isto é, passa do estado gasoso livro de sua autoria Química
por completo a lata menor. para o estado líquido –, na cabeça, Editora UFMG.)
19

mixexperi.p65 19 19/8/2005, 17:53


Quando cresce
Ilustração Marcello Araújo

liquenó
erá que podemos dizer o liquen é de escravidão, pois o Lá, realizam a fotossíntese e,

S que há histórias de
amor na ciência? Que
pergunta danada!
A relação dos seres pode não
ser por sentimento, mas que,
fungo vive à custa da alga. Ele
cria a alga para se alimentar das
substâncias que ela produz”,
explica o professor. “É como o
homem e o gado: nós criamos
com luz do Sol, água e gás
carbônico, fabricam o açúcar, que
serve de alimento para o fungo.
E como trabalham os
especialistas nessa área? Sionara
para quem observa, alguns deles os bois para a nossa Eliasaro é professora da
parecem casados... Ah, isso alimentação.” Universidade Federal do Paraná
parece! Há fungos e algas, por Os fungos liquenizados (é e trabalha identificando
exemplo, que só vivem juntos, assim que se chamam quando espécies. Ela coleta liquens em
são os liquens. A união é tão vivem associados a algas) são ambientes diferentes, como na
especial na natureza que há bem exigentes: cada um deles floresta e no cerrado, e os leva
profissionais dedicados só consegue viver com uma ao laboratório. Com uma lupa e
unicamente a ela: os determinada espécie de alga. Já um microscópio óptico e
liquenólogos. as algas que vivem em liquens também alguns reagentes
“Foi amor à primeira vista!”, são mais flexíveis e podem se químicos, estuda as
declara Marcelo Marcelli, associar a diferentes tipos de características daquela espécie
pesquisador do Instituto de fungos. Com raras exceções, e, depois, compara com as
Botânica de São Paulo, um tanto algas como fungos que descrições presentes nos livros
apaixonado pelos liquens. vivem em liquens não especializados para descobrir a
Desde que começou a estudar sobreviveriam livres no que espécie pertence o fungo
biologia, a associação entre os ambiente, longe um do outro. liquenizado. “Ainda há muitas
fungos e as algas o fascina. “Na Nos liquens, as algas vivem espécies a descobrir no Brasil”,
verdade, a relação que sustenta dentro do corpo dos fungos. constata a professora. “Há uma
22

vouser161.p65 2 15/8/2005, 16:46


scer, vou ser...

nólogo!
variedade enorme de espécies sinal de que a qualidade do ar observar a natureza. Se a área
que nem sabemos que existe.” não anda muito boa naquela lhe interessar, este é o primeiro
No caso de uma descoberta, área... passo: ao encontrar algo como
não há como comparar e o A liquenologia – o estudo uma crosta ou uma folha de
trabalho, então, é descrever a dos liquens – ajuda, também, na papel, sem folhas e caule, de cor
nova espécie. produção de remédios. Existem acinzentada, na superfície de
Há, também, os profissionais especialistas que pesquisam árvores e rochas, fique atento
que se dedicam a pesquisar quais as substâncias produzidas porque pode se tratar de um
impacto ambiental, pelos liquens que podem ter liquen! Para ser um liquenólogo,
aproveitando uma característica uso farmacológico, ou seja, ser é preciso cursar uma faculdade
bastante peculiar dos liquens: a usadas na fabricação de ligada à biologia – biomedicina,
sensibilidade à poluição. antibióticos, por exemplo. agronomia, ciências biológicas,
Quanto mais poluído estiver o “Esses profissionais buscam farmácia, entre outras – e,
ambiente, menos liquens serão fazer um estudo químico dessas depois, se especializar. No
encontrados, ou só existirão as substâncias e reproduzi-las em Brasil, os liquenólogos são raros
espécies tolerantes à poluição. laboratório, porque o ritmo de e há uma grande necessidade
É possível, também, fazer um produção natural do liquen é desses especialistas para que se
estudo químico, verificando os lento demais para suprir a conheça melhor e mais
poluentes que aparecem nos indústria de remédios”, explica profundamente a importância
liquens. Por essa razão, esse Marcelo. Pudera: eles crescem desses seres vivos na natureza.
grupo de organismos é apenas um ou dois milímetros
considerado bom indicador das por ano.
condições de um ambiente. Se Alguns liquenólogos Clara Meirelles,
não há liquens nas árvores, é despertaram para a área ao Instituto Ciência Hoje.
23

vouser161.p65 3 15/8/2005, 16:47


As aventuras de Tibicuera
– que são também as do Brasil
Erico Verissimo

(...) D. João VI voltou para Portugal com sua Corte. Eu me lembro de um certo dia que ficou na História.
Estávamos em 1821. D. Pedro ficou como Príncipe-Regente D. Pedro andava de um lado para outro no salão do Palácio,
do Brasil. Estava assim com o ar de quem tinha nas mãos com as mãos às costas, o passo duro, a testa franzida. Não
uma bomba com o pavio aceso. Olhava para os lados, aflito, esquecia as palavras do pai que, ao despedir-se, lhe dissera
procurando um lugar para onde jogar a bomba. A situação que previa a separação do Brasil de Portugal e que ele,
era difícil. O povo estava revoltado e exigia uns tantos Pedro, não devia deixar a Coroa cair nas mãos de
direitos e privilégios. Havia ainda as forças portuguesas aventureiros.
que continuavam naturalmente fiéis a Portugal. Chegou ao paço o representante do Partido da
D. Pedro pisava sobre as brasas. Eu via. Eu sentia. Suas Independência. Chamava-se José Clemente Pereira.
noites eram de insônia. Tinham já acabado os dias O momento era solene. Vinha ele pedir ao príncipe que não
despreocupados de boemia. Agora ele era regente de um se retirasse do Brasil. Depois que ele falou, fez-se um
país imenso. Imenso e desorganizado. Era preciso levar a silêncio difícil. Mas o príncipe se perfilou. Seus olhos
vida a sério. E o príncipe tinha apenas 23 anos... cintilaram. E ele disse, firme:
Eu andava satisfeito com o mundo e comigo mesmo. – Como é para o bem de todos e a felicidade geral da
D. Pedro me fizera oficial do regimento de dragões. nação, diga ao povo que fico.
Tibicuera vivia muito orgulhoso de seus alamares, de seus E ficou mesmo. Ficou no Brasil. Ficou na História.
botões dourados, de seu capote e de sua espada. E, depois que Clemente Pereira foi embora, ficou também a
Portugal começou a embirrar com o Brasil. Embirrar é olhar perdidamente para o bico das botas polidas...
um termo popular que deve ser consagrado pelos Eu sentia cheiro de guerra no ar. A coisa não podia ficar
dicionários, pois é muito expressivo. Mandou fechar os assim. As tropas saíram dos quartéis, tomaram o Morro do
tribunais e as repartições do Rio. Tomou outras medidas Castelo e lá de cima intimaram o príncipe a obedecer às
desagradáveis e desfavoráveis aos brasileiros. ordens de Portugal.
Formara-se aqui o Partido da Independência. Aquele dia foi para mim de agitação. Andei em cima de
Compunha-se de um grupo de patriotas, homens meu cavalo malhado de um lado para outro, servindo de
inteligentes e de posição. ligação entre vários oficiais brasileiros. Dentro em pouco, as
Bem na hora mais crítica, vem de Portugal uma ordem: forças nacionais que amparavam o príncipe estavam
D. Pedro deve fazer uma viagem pela Europa. Balbúrdia no prontas para dar combate às tropas portuguesas.
Rio. “O príncipe não vai!” – berrava o povo. “O príncipe vai, Eu sentia tanta saudade do cheiro da pólvora e do tinir
sim, senhores!” – retrucavam as forças portuguesas. da arma branca, que fiquei até triste quando nos veio a
6

conto161.p65 2 18/8/2005, 16:49


Ilustração Marcelo Pacheco
notícia de que os soldados portugueses, negando combate, Os mensageiros que nos traziam a notícia nos encontraram
iam embarcar para a Europa. às margens dum riacho sem importância. Era um fio dágua
O Rio estava em festa. Falava-se abertamente na humilde. Tinha um nome inexpressivo: Ipiranga. Corria
Independência. Eu me metia pelo meio do povo, orgulhoso calmo ao sol, alheio às lutas e às paixões dos homens.
do meu fardamento de dragão. D. Pedro leu o comunicado. Estava montado no seu belo
Recebemos a notícia de que em Minas, como em cavalo, que escarvava o chão com as patas inquietas.
províncias, havia gente disposta à luta. O príncipe em Primeiro o príncipe ficou muito pálido e depois seu rosto se
pessoa foi até lá, conseguindo aclamar os ânimos. coloriu dum vermelhão forte. Eu o contemplava, aflito. Tudo
Deram-lhe no Rio um título: Defensor Perpétuo do Brasil. se passou rápido. De repente D. Pedro arrancou da espada
Entusiasmado, D. Pedro resolveu convocar uma e gritou: “Independência ou Morte!” No primeiro momento
Constituinte. Chegou a pensar na nossa esquadra, dando o ninguém respondeu, pois a surpresa deixava todos
comando ao Almirante Lorde Cochrane. E foi também ao aturdidos. Houve alguns segundos de silêncio. Depois os
ponto de assinar uma proclamação em que convidava os outros compreenderam tudo e romperam em “vivas”
brasileiros a que se unissem a fim de conseguirem sua entusiásticos.
independência. Mais sereno, já com a espada na bainha, D. Pedro disse
A separação do Brasil de Portugal estava por um fio. E o que as cortes de Lisboa queriam mesmo nos escravizar
Príncipe cortou esse fio com uma frase. e que convinha declarar já a nossa independência.
Quando me comunicaram que eu devia acompanhar o Terminou com estas palavras: “Estamos definitivamente
príncipe a São Paulo, numa visita de cortesia, dei pulos. Eu separados de Portugal. De ora em diante usaremos um laço
ia exibir naquela cidade os meus botões dourados, as de fitas verdes e amarelas, que serão as cores do Brasil.”
minhas botas, que eram um espelho, o meu peito O riacho continuava a correr ao sol, sem qualquer
musculoso, apertado na túnica militar. entusiasmo. Mas, mesmo sem o saber, já estava célebre.
Fomos recebidos com aclamações. Isto é: D. Pedro foi Ipiranga! Um nome que dali por diante seria repetido como
recebido com festas. Mas as flores e as aclamações foram um símbolo de liberdade. (...)
tantas, que sobraram para todos nós.
Erico Verissimo nasceu em 1905, em Cruz Alta, no Rio Grande
Céu sem nuvens, porém, não dura muito – assim me do Sul. Se estivesse vivo, completaria 100 anos. O texto que
dizia a experiência. Quando voltávamos de Santos, você acaba de ler faz parte do livro As aventuras de Tibicuera,
chegou-nos um comunicado do Rio: Portugal, por meio de da Editora Globo. Na obra, um índio percorre toda a História
novos decretos, queria nos reduzir à condição de colônia. do Brasil, vivendo aventuras emocionantes.
7

conto161.p65 3 18/8/2005, 16:50


1.
Desafios A borracha, como a
conhecemos hoje, foi
inventada em 1770 por um
engenheiro inglês. Mas não pense
que, antes dessa época, quem

na ponta errava ao escrever com lápis só


tinha como saída rabiscar o seu
erro. Não, não. Havia algo que a
pessoa podia usar para apagar o
engano. O que era?

do lápis
Um companheiro e tanto. Assim
podemos definir o lápis. Ou você já se
esqueceu de quem lhe ajudou a fazer
aquela prova de matemática que
parecia difícil, mas que rendeu um dez
no boletim? Ou aquela redação que
recebeu mil elogios da professora? Ele,
que acompanhou você em tantos
trabalhos escolares, agora é o tema
2. Com um único lápis,
podemos escrever cerca
de 45 mil palavras. Supondo que
desta série de desafios propostos pela em uma única folha de caderno
caibam cerca de 600 palavras,
CHC. Preparado para testar seu responda: em quantas folhas de
raciocínio? Então, lápis atrás da orelha caderno precisaríamos escrever
e... comece a pensar já! para gastar um lápis inteirinho?
Ilustração Maurício Veneza

24

duplo161b.p65 2 17/8/2005, 17:18


3. Eduardo Enrolado está
fazendo aulas de desenho
e seu professor pediu a ele que
comprasse o lápis mais macio
que há. O mestre anotou em um
papel o número do lápis, mas o
enrolado, claro, o perdeu. Agora,
o garoto está na loja, em meio a
muitos lápis e sem saber qual
escolher. Você é capaz de
apontar qual ele deve levar?

4. Astrogildo, o astronauta, está encantado com todas as


maravilhas do Sistema Solar e quer porque quer fazer alguns
desenhos dos astros. Porém, para tanto, precisa muito de um lápis, já que as
canetas não funcionam no espaço. O problema é que Astrogildo está um
tanto quanto desorientado em meio a cometas, estrelas e planetas. Então,
você pode ajudá-lo a encontrar o caminho até o lápis que ele tanto deseja?

Respostas: 1) miolo de pão; 2) 75 folhas; 3) 9B.


25

duplo161b.p65 3 17/8/2005, 17:19


Mais que
dicionário Sonhando
Esse dicionário não é
como os outros. Claro
está lá, explicada de um
jeito bem fácil. Além com a geografia
que também traz as disso: Emília, Pedrinho,
definições das palavras. Narizinho e toda a Turma Montado em vivendo as maiores
Mas vai além... Ele fala, do Sítio do Pica-Pau- Strogonof, seu cavalo aventuras. Sonhe junto
digamos, a sua língua. Por Amarelo aparecem nas alado, e na companhia com Luís e aprenda
exemplo: se a sua avó páginas em ilustrações de Lucy, sua amada, Luís um bocado sobre a
não entender o que é para lá de bacanas! sobrevoa uma região Terra!
bodyboarding, ou o que é montanhosa. Ao fundo,
ficar de bobeira, peça vê-se uma fina linha de
para ela dar uma folheada areia branca da praia e
nesse livro. E quando as cidades espalhadas
você ficar na dúvida nos vales. Parece cena
sobre alguma palavra de filme, mas não é! Essa
mais difícil, não se é a história de um
preocupe, ela também menino que adora aulas
de Geografia. Por isso, as
lições da escola estão
até nos seus sonhos.
Mas de um jeito
Caldas Aulete Três dias descobrindo a
Dicionário Escolar da diferente: nos sonhos, Terra e o amor, de
Língua Portuguesa. Luís está sempre com Cláudio Scliar, com
Editora Nova Fronteira e Strogonof, seu cavalo, e ilustrações de Sandra
Editora Globo. com Lucy, sua amada, Bianchi. Formato Editorial.

Mistura à brasileira
Você conhece Pedro mentirinha aqui, cria são recontadas algumas
Malasartes? Ele está uma história ali e acaba das incríveis histórias
sempre indo de um enganando todo mundo desse personagem,
canto para outro, com um jeitinho bem presentes no folclore
buscando um emprego simpático. Nesse livro, latino, e também outros
bacana, um patrão que o contos de origem
trate bem e um prato indígena e africana. Você
de comida bem gostoso. se diverte bastante e Histórias à brasileira –
Pedro Malasartes e
Se alguém apronta ainda entende um outras. Recontadas por Ana
alguma com ele, Pedro pouco mais sobre a Maria Machado e ilustradas
dá logo um jeito de dar formação da literatura e por Odilon Moraes.
o troco. Inventa uma da cultura de nosso país. Companhia das Letrinhas.
26

papo161.p65 2 15/8/2005, 16:50


○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Na
rede
Pequeno
Na palma cientista
Sabe qual é o seu peso em Plutão? E quais

da mão são os planetas do Sistema Solar que têm anéis?


Esse site vai matar as suas curiosidades em
astronomia e ainda divertir bastante. Se você
Vindos de um lugar gosta de corpos celestes, tente o jogo do
qualquer em direção a buraco negro. Nele, o Dr. Átomo dá a dica e
ninguém sabe onde, os você adivinha o astro. Mas se você solta a
ciganos chegam à cidade. imaginação com alienígenas, acesse a seção Meu
Eles se instalam por um alien favorito. Nela você se informa sobre a
tempo e dali a pouco possibilidade de vida em outros planetas – e
vão embora. No curto fica sabendo, até mesmo, que não existem
período em que estão das roupas e na alegria extraterrestres. Acesse!
na região, espalham o das músicas daquele http://www.on.br/site_brincando/
medo entre os meninos, povo. Até deseja, em pequeno_cientista/index.html
pois todos contam que segredo, ser roubado
cigano rouba criança. pelos ciganos. Como
Mãos de
Mas um garoto não
compartilha desse
será que acaba essa
história? Na tesoura
temor. Muito calado e
contido, ele vê
Ciganos, de Bartolomeu
Campos de Queirós.
tela Já imaginou como seria se
você tivesse tesouras no
esperança no colorido Global Editora. lugar das mãos? Pois assim é
Edward. Ele tem pernas, pés,
cabeça, é muito gentil e bondoso. Mas não

Que coceira! nasceu como as outras pessoas – ele foi criado


por um inventor, que morreu antes de
concluir sua obra e, por isso, não teve tempo
Já pensou se, um dia, de colocar as mãos no devido lugar. Edward
você sentisse uma morava sozinho no castelo em que foi criado,
coceirinha nos dedos e, até que uma vizinha o conhece e o leva para
de repente, notasse que casa. A vizinhança se encanta com aquela
eles viraram monstros estranha criatura, principalmente
enormes? Foi o que as mulheres, pois ele tem um
aconteceu com o jeito incrível para cortar
menino Rico. Um dia, de cabelos! Com muitos
madrugada, Rico sentiu momentos engraçados, essa
uma ligeira comichão. história se desenrola de um
Dali a pouco, o que monstros, além de viver jeito original e emocionante.
tinha na mão não eram boas aventuras. Quer Prepare a pipoca!
dedos, mas monstros! saber como foi? É só
Edward mãos de tesoura, com Johnny
Medusa, Lobisomem, virar a primeira página!
Depp. Direção de Tim Burton. Estados
Vampirão e Boitatá agora O menino com monstros Unidos, 1990. Disponível nas locadoras.
faziam parte de seu nos dedos, de Almir
corpo. E, com eles, Rico Correia, com ilustrações de
descobriu muitos Victor Tavares. Editora Clara Meirelles
segredos do mundo dos Noovha América. Instituto Ciência Hoje/RJ.
27

papo161.p65 3 15/8/2005, 16:51


PASSATEMPO
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Só quero chocolate
A onda de promoções estava tomando conta da cidade. Depois dos
hotéis, foi a vez da fábrica de doces lançar a promoção Arremate o seu
chocolate, que deixou a escola toda eufórica. Bastava reunir oito
embalagens do chocolate Que Gostosura para ganhar outro de brinde.
Dona Esperança Comilança, a gorducha inspetora da escola, pediu
embalagens do chocolate aos alunos, professores, diretores e até catou
algumas no chão do pátio. Acabou conseguindo juntar 71! Já Lucimar
Vara-de-Pescar, uma aluna muito magrinha que estava tentando engordar,
pediu embalagens para toda a sua família e juntou 97. Quantos
chocolates-brinde cada uma delas ganhou?
Ilustração Fernando

e Lucimar ganhou 12 chocolates-brinde.


Resposta: Dona Esperança ganhou oito

A partir de setembro, o site da Ciência Hoje das


Crianças apresenta, em quadrinhos, as aventuras
de Zé Neurim e uma turma de neurônios
tagarelas. Eles trabalham e conversam à beça
no cérebro de Ptix, um menino que tem tudo a
ver com você. Acesse www.ciencia.org.br e
divirta-se com essa turma!

20

passatempo161.p65 1 22/8/2005, 17:48


○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
MEGAMARAVILHA amigos através da CHC. Por isso, peço O INSTITUTO CIÊNCIA HOJE é uma
organização social de interesse público da
Oi! É da CHC? Meus parabéns por que publiquem a minha carta e o meu Sociedade Brasileira para o Progresso da

essa megamaravilhosa revista que, a endereço. Gostaria também de Ciência e tem sob sua responsabilidade as
seguintes publicações de divulgação
cada edição, evolui mais e mais. (...) parabenizar o Eduardo Faustino, de científica: revistas Ciência Hoje e Ciência

Vocês fazem a gente progredir, pois Alagoas, pela iniciativa de fundar o Hoje das Crianças, CH on-line (Internet) e
Ciência Hoje na Escola (volumes temáticos).
muitas crianças, inclusive eu, lêem a CEPAM e dizer que gostaria de Diretor Presidente: Renato Lessa (IUPERJ).

revista, fazem trabalhos com ela e participar do clube. Um superbeijo e Diretores Adjuntos: Alberto Passos
Guimarães Filho (CBPF), Franklin Rumjanek
aprendem uma infinidade de coisas. até próxima! (Instituto de Ciências Biomédicas/UFRJ),
Débora Letícia Souza Alves. Rua Maria Lúcia Maciel (Instituto de Filosofia e
Meu muito obrigado para todos da Ciências Sociais/UFRJ) e Roberto Lent
Gumercindo Ribeiro 35, Centro,
Redação, principalmente, para o Rex, a (Instituto de Ciências Biomédicas/UFRJ).
36955-000, Mutum/MG. Superintendente Executiva: Elisabete Pinto
Diná e o Zíper, os mascotes mais Guedes. Superintendente Financeira:
queridos! Tchau! Recado dado, Débora. Esperamos que Lindalva Gurfield. Superintendente de
Jeuves Pinto Araújo. Estrela de
você faça boas amizades. Projetos Estratégicos: Fernando Szklo.

Alagoas/AL. Revista Ciência Hoje das Crianças


Vocês, leitores, é que são PERFUME ISSN 0103-2054
Publicação mensal do Instituto Ciência Hoje,
megamaravilhosos, Jeuves! Trabalhamos Olá, galera! Meu nome é no 161, setembro de 2005, Ano 18.
Editores Científicos: Débora Foguel
por vocês! Claudimeiry, mas sou popularmente (Bioquímica/UFRJ), Maria Alice Rezende de
conhecida na minha cidade como Carvalho (IUPERJ), Marcia Stein (Instituto
Ciência Hoje), Martín Makler (Centro Brasileiro
COBRAS Mery. Quero parabenizar vocês por de Pesquisas Físicas), Salvatore Siciliano
Oi, pessoal da CHC! Eu me chamo suas maravilhosas edições, (Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz)
e Ricardo Iglesias Rios (Biologia/UFRJ).
principalmente a CHC 153. Eu amei a
Nilson Paulo. Tenho 11 anos e sou Redação: Bianca Encarnação (editora
matéria “Cheirinho bom no ar”, sobre executiva); Mara Figueira (coordenação de
louco pela revista. Eu e o meu irmão reportagem), Cathia Abreu e Mario César Filho
a química dos perfumes. Para finalizar,
adoramos a CHC. Gostaríamos que (reportagem).
peço que publiquem meu endereço, Arte: Walter Vasconcelos (coordenação) e
vocês publicassem uma matéria Luiza Merege (programação visual).
falando sobre as várias espécies de pois quero me corresponder com Colaboraram neste número: Gisele
cobras que existem. Não se esqueçam pessoas de diferentes regiões do país. Sampaio (revisão). Keila Grinberg (texto).
Mil beijos! Marcelo Martinez (capa), Cavalcante, Cruz,
de publicar minha carta, por favor! Fernando, Jaca, Marcello Araújo, Marcelo
Claudimeiry dos Santos Pacheco, Mariana Massarani, Mario Bag e
Nilson Paulo. Paracambi/RJ. Maurício Veneza (ilustração).
Azevedo. Av. dos Ariris,
Olá, Nilson! Publicamos um artigo Assinaturas (11 números) – Brasil: R$ 60.
Bairro Parcinha, 1.081, Exterior: US$ 65.
sobre cobras na CHC 126. Confira! Fotolito: Quadratim. Impressão: Gráfica
652693-000, Serrano do
Minister. Distribuição em bancas: Fernando
Maranhão/MA. Chinaglia Distribuidora S.A.
FELINOS
Seu endereço está aí,
INSTITUTO CIÊNCIA HOJE
Eu me chamo Lucas, tenho 9 anos. Mery. Mil beijos! Endereço: Av. Venceslau Brás 71, fundos,
Para mim, a CHC é muito interessante. casa 27, CEP 22290-140, Rio de Janeiro/RJ.
Tel.: (21) 2109-8999. Fax: (21) 2541-5342.
Conheci a revista na escola. Gosto AS NOTÁVEIS E-mail: chc@cienciahoje.org.br
muito da seção “Por quê?”. Gostaria de CH on-line: www.ciencia.org.br
Meu nome é Caroline, tenho 13 Atendimento ao assinante:
ler uma matéria sobre o cérebro e
anos. Adoro a revista. As seções de que glaucia@cienciahoje.org.br/0800 727-8999
outra sobre gatos, adoro felinos. Vocês Assinatura: Gláucia Viola.
mais gosto são: Galeria dos bichos Produção: Maria Elisa da C. Santos e Irani
poderiam responder à minha carta?
ameaçados de extinção e Quando crescer, Fuentes de Araújo.
Lucas R. F. Polido. Rio Claro/SP. Circulação: Adalgisa Bahri.
vou ser... Adorei a matéria O sono dos Comercial e Projetos Educacionais:
Estamos respondendo à sua carta,
bichos, publicada na CHC 152. Faço Ricardo Madeira. Publicidade: Sandra
Lucas! Acabamos de publicar uma Soares. Projetos Educacionais: Tatiana
parte de uma galera de meninas Marques. Rua Berta 60, Vila Mariana, 04120-
matéria sobre a memória na CHC 160.
chamada “Notáveis”, uma turma que se 040, São Paulo/SP. Telefax: (11) 5083-5025.
Já sobre gatos, você pode conferir na E-mail: chsp@uol.com.br
amarra em handebol. Quem quiser Sucursais: São Paulo – Vera Rita Costa,
CHC 99.
fazer contato com a nossa galera é só tel. (11) 3814-6656, e-mail:
chojesp@spbcnet.org.br; Sul – Roberto Barros
escrever.
NOVOS AMIGOS Carolina Baia Nenês. Rua Bento
de Carvalho, tel. (41) 3313-2038, e-mail:
chsul@ufpr.br
Neste número, Ciência Hoje das Crianças
É a primeira vez que escrevo. Gonçalves, 168/ ap. B, Centro, 36930- contou com a colaboração do Centro
Queria dar os parabéns pela revista. 000, Simonésia/MG. Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do
Laboratório Nacional de Computação
Aprendo muito com ela. Tenho 12 Estamos torcendo para vocês Científica (LNCC) e da Universidade Federal
anos e gostaria de conhecer novos receberem muitas cartas. Boa sorte! do Rio de Janeiro.

cartas161.p65 1 18/8/2005, 16:56


Por que a água do
mar é salgada?

U m mergulho já é o suficiente para perceber:


a água do mar tem sal! Mas por quê?
A resposta não poderia ser mais simples: porque
apenas uma pequena parte do total já acumulado ali.
Para se ter uma idéia, seriam necessários 200 ou 300
milhões de anos para que todo o sal carregado a cada
existem muitos sais dissolvidos nela. Estamos falando ano pelos rios fosse igual à concentração que existe
de sais minerais semelhantes aos que circulam pelo hoje nos oceanos. Agora, por que os sais se acumulam
nosso corpo, como o sódio, o magnésio e o cloro. nos oceanos? Bem, porque quando parte da água
Para entender como esses sais chegam até o mar, evapora os sais trazidos pelas águas dos rios ficam.
é preciso conhecer um processo chamado Os rios não são as únicas fontes de sais para os
intemperismo. Ele é responsável pela decomposição oceanos atuais. Os sais também podem se originar do
das rochas e funciona assim: quando a água da chuva vulcanismo submarino – erupção de vulcões debaixo
chega ao solo, ela traz substâncias dissolvidas e da água – e das chamadas fendas geotermais – locais
também arrastadas durante sua passagem pela em que as águas marinhas entram em contato com
atmosfera. Já na terra, à medida que passa através das camadas mais fundas da crosta terrestre, dissolvendo
rochas, essa água continua dissolvendo materiais. No materiais.
final, a água que bebemos é a mesma que já lavou a Apesar da contínua entrada de sais nos oceanos
crosta terrestre. Por isso, a “água doce” também por meio de tantas fontes, é pouco provável que a
contém sais dissolvidos. Só não sentimos o gosto salinidade da água do mar continue aumentando. Na
porque, em geral, a quantidade de sal é muito baixa. verdade, a quantidade de sal nos oceanos não variou
No final de todo esse caminho, é justamente esta muito ao longo das últimas centenas de milhões de
água,“não tão doce”, que chega até os oceanos, anos e atingiu o que chamamos de um ponto de
através dos rios, que, por sua vez, são formados pela equilíbrio. Isto acontece porque os sais depositados
água da chuva. Quem já estudou o ciclo da água deve nos mares estão sendo, ao mesmo tempo, removidos
Ilustração Mariana Massarani

entender bem: a água dos oceanos evapora e cai em da água para formar novos minerais nos fundos dos
forma de chuva. Assim, os rios são formados e oceanos, um processo contínuo que contrabalança a
abastecem a população com água “doce”. Bilhões de entrada de sais na água.
anos foram necessários para que a quantidade de sal
existente nos mares – chamada salinidade – chegasse Paulo da Cunha Lana,
ao seu nível atual. A quantidade de sais transportada Centro de Estudos do Mar,
pelos rios e que chega anualmente aos oceanos é Universidade Federal do Paraná.
28

porque161.p65 1 18/8/2005, 15:48


A onda

Ilustração Cavalcante
Silvana Pinheiro Taets

A onda indo e vindo


pinta renda na areia

a onda balançando
desmancha em maré cheia.

A onda esparrama
espuma pela praia

a onda bem redonda


vestindo o mar com saia.

A onda rindo avança


rondando as conchinhas

a onda tão corcunda


inunda as coitadinhas.

a onda é inconstante
tossindo ventania,

mas como a onda é linda


tramando calmaria.

Silvana Pinheiro Taets nasceu em Vitória, no Espírito Santo. É pedagoga, professora de literatura infanto-juvenil
e escritora. A onda foi retirado do livro Amar o mar, da Editora Difusão Cultural do Livro.

poesia161.p65 1 15/8/2005, 16:54


Galeria
Bichos
ameaçados
tatu-canastra

poster161.p65 1 15/8/2005, 17:25

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