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Atividade Prática
ASSUNTO: sismicidade em Portugal continental
Aluno___________________________________________________________nº_____
Portugal continental situa-se na placa Euro-Asiática, limitada a sul pela falha Açores-
Gibraltar.
Localização de Portugal
Mapa de epicentros e falhas em Portugal continental
Consulta:
http://expresso.sapo.pt/sismos-historicos-em-portugal=f553574
A sismicidade, em Portugal, não é, normalmente, nem muito intensa, nem muito frequente. No
entanto, o território tem sido atingido por diversos sismos com elevada magnitude e intensidade,
tendo sido detectados eventos desde há mais de dois milénios.
:
O sismo mais antigo de que há notícia é conhecido pela descrição efectuada por Frei Bernardo
de Brito (1609) na Monarquia Lusitana, e teria ocorrido em 63 a.C., afectando as costas actuais
portuguesas e a da Galiza. Teria sido acompanhado por tsunami de grande altura, em
consequência do que as populações fugiram do litoral para o interior. A localização do
epicentro deste sismo (questionável, segundo alguns autores) é incerta.
Em 382 d.C. há notícia de outro grande sismo, com epicentro provável a SW do cabo de São
Vicente, havendo relatos da ocorrência de um grande tsunami e desaparecimento de ilhas que
existiriam ao largo do cabo referido.
Outro sismo histórico importante foi o que ocorreu em 24 de Agosto de 1356, que foi sentido
em toda a Península Ibérica, tendo atingido em Portugal intensidade semelhante ao de 1755.
A magnitude e a intensidade dos sismos (tanto históricos, como instrumentais) que têm
afectado território nacional têm elevada relevância, sendo de toda a utilidade as
sistematizações que têm sido tentadas.
Sismicidade Inter-Placas
O último sismo catastrófico que ocorreu nos Açores foi o de 1 de Janeiro de 1980 (M = 7.2). O
mecanismo focal indica um movimento de desligamento esquerdo numa falha com direcção
N25ºW, subvertical. A área de ruptura tem 40 km de comprimento numa profundidade de 14 km
(que é a espessura da crosta sismogénica estabelecida por sismologia experimental) A área
epicentral situa-se no oceano; no entanto foi possível observar rotura à superfície na zona
emersa, no extremo SE da ilha de S. Jorge.
•Banco do Gorringe
A maioria dos autores, fundamentados na distribuição dos danos, localiza a área epicentral de
alguns dos sismos históricos mais importantes que afectaram o território de Portugal
continental, no mar a sudoeste do cabo de São Vicente, na região do Banco do Gorringe. É o
que se passa, entre outros, com os abalos ocorridos em 60-63aC, 1033, 1356 e 1755.
Nesta região, a sismicidade instrumental, embora com a profundidade focal mal estabelecida,
parece ocorrer preferencialmente nos 30km superficiais da litosfera, atingindo profundidade
máxima de 50 a 70km.
O último grande que provocou danos no território continental português foi o de 28 de Fevereiro
de 1969, que teve epicentro na zona do Goringe (mais propriamente na planície abissal da
Ferradura) e magnitude estimada (de acordo com os diferentes autores) entre 6,5 e 7,5.
O epicentro do sismo de 1755 (o mais destruidor que afectou território nacional, e considerado
com um dos mais energéticos a nível mundial, com magnitude estimada em 8,75) tem sido
localizado, tradicionalmente, no Banco do Gorringe. Todavia, estudos recentes, baseados
designadamente na análise do tsunami gerado pelo sismo, apontam para uma hipótese de
rotura múltipla numa falha na região do Goringe, e noutra orientada em direcção a Lisboa (falha
fo Marquês de Pombal). Este sismo originou o maior tsunami que atingiu a costa portuguesa e
um dos maiores registados a nível mundial.
Sismicidade Intraplacas
:
Além da sismicidade associada à deformação litosférica na fronteira de placas Açores-Gibraltar,
existe também actividade sísmica significativa no interior do território português e junto ao
litoral, caracterizada pela ocorrência de alguns sismos históricos com magnitude estimada em
cerca de 7.
Eventos quer históricos (como, por exemplo, os sismos de Benavente, em 1909, de Loulé, em
1856, e o de Setúbal, em 1858), quer instrumentais, revelam que a sismicidade intra-placas
tem, também, grande relevância.
Admitindo que a margem oeste-ibérica é uma margem passiva, a referida actividade sísmica
será gerada em falhas activas no interior da placa litosférica eurasiática, consistindo,
consequentemente, em sismicidade intraplaca.
No entanto, grande parte desta sismicidade pode ser explicada se se aceitar a hipótese da
existência de uma zona de subducção em iniciação ao longo da margem continental ocidental.
O mapa de distribuição de epicentros revela concentração na faixa litoral a norte de Sines até
às proximidades da Nazaré. Também se distingue concentração de sismicidade na região
litoral do Algarve, com três pólos principais de actividade nas áreas de Portimão, Loulé-Faro e
Tavira - V.R.Sto.António.
•Setúbal
É, também, importante zona sísmica. A 11 de Novembro de 1858 ocorreu um sismo destruidor
que provocou enorme destruição em Setúbal, e foi sentido em todo o território continental, cujo
epicentro provável se localizou no mar, a alguns quilómetros desta cidade. Alguns autores
integram este sismo, com magnitude estimada em 7,1, nos 15 maiores ocorridos mundialmente
em crosta continental estável.
◦Falha de Portimão
A sismicidade aludida é maior no barlavento, na área da serra de Monchique, estendendo-se
para o mar mais ou menos ao longo da falha de Portimão. Foi provavelmente nesta falha que
teve origem o sismo de 6 de Março de 1719, cuja magnitude estimada é 7.
◦Loulé
Provavelmente associada ao diapirismo, verifica-se sismicidade importante nesta zona. Em 27
de Dezembro de 1722 ocorreu um sismo em que Loulé foi quase totalmente destruida (mas
alguns autores situam o epicentro ao largo de Tavira, apontando evidências da ocorrência de
um tsunami).
Também a 12 de Janeiro de 1856 ocorreu um sismo muito importante, com origem provável na
falha de Loulé, que causou muitos danos no Algarve, particularmente em Loulé, Tavira e Faro.
•Falha da Vilariça
Estruturas activas nesta área têm provocado sismicidade significativa. Em 19 de Março de
1858 ocorreu um sismo com origem nesta falha que destruiu a vila de Moncorvo.
•Évora
Esta zona do Alentejo é caracterizada por sismicidade difusa. O maior sismo recente ocorreu
em Julho de 1998 e teve magnitude 4,1.
1909 6,4 a 7,1 Destruição de Benavente; intensidade IX a X
Alguns sismos intraplacas com epicentros possivelmente associados à Falha do Vale Inferior
do Tejo, na área de Benavente
FICHA PRÁTICA nº 2 – Sismicidade nos Açores