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FOUCAULT: SOBRE O CORPO E ESPAÇO HETEROTÓPICO.

Guilherme Henrique da Silva, Marcos Alexandre Gomes Nalli


E-mail: marcosnalli@yahoo.com

Universidade Estadual de Londrina – CLCH: Filosofia

RESUMO
Esta pesquisa consiste analisar o conceito de heterotopia abordado por Foucault, no
texto “Outros Espaços”, apresentado em uma conferência no Círculo de Estudos
Arquitetônicos, em 14 de março de 1967, em Paris, já introduzido em 1966, no prefácio
de As palavras e as coisa, e neste mesmo ano, proferidas em duas conferências, O
corpo utópico, e As Heterotopias. Levando em consideração a relevância deste conceito
na sua atribuição no campo urbano e também ao corpo enquanto espaço e lugar.

PALAVRAS-CHAVE: Utopia; Heterotopia; Espaço; Foucault;

Introdução
O objetivo principal deste trabalho é analisar o conceito de heterotopias, já
abordado em 1966, em conferências radiofônicas, onde Foucault passa a ser convidado
pela chamada “Cultura francesa”, para falar de “utopia e literatura”, que foi do dia 7 e
21 de dezembro. No entanto, essa conferências trata-se de dois texto redigidos por essas
transmissões radiofônicas, sendo elas, O corpo utópico e As heterotopias, que até então
inéditas, que no caso foi apresentados em um edição bilíngue da Edições N-1, seguida
por um posfácio de Daniel Defert, grande companheiro de Foucault em sua jornada, e
que servirá de apoio para melhor entender todo o contexto deste conceito que acabara de
surgir.

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Portanto, um questão a ser esclarecida é que o texto Outros Espaços de
1967, onde fora apresentado no Círculo de Estudos Arquitetônicos de Paris, foi um
espécie de uma formatação ou reformulação dessas duas conferências de 1966, ou seja,
já não possui tanto uma característica próxima da literatura, aquela que evidencia assim
um “outro” Foucault. Este texto, Outros Espaços já possui uma característica mais
formal, mais estruturada acerca daquilo que ele nomeia com heterotopia, pode-se
analisar e examinar que, neste texto, com a mudança de discurso para assim poder
expor, nota-se que o corpo do texto é bem seccionado, onde o ponto de partida seria a
evidencia de um problema epistemológico vigente, isto é, com a pergunta ou a
prerrogativa do que é o espaço, desde a sua definição da Idade Média – o paradigma
implantado por Galileu, até o período Pós-moderno. Logo em seguida, Foucault começa
a usar deste marco inicial que é em sim um objeto, ou seja, um problema, começa a
construir de certa forma a sua concepção de heterotopia, ou sua definição de “espaço”.

O texto utilizado na conferência, tinha acesso restrito, somente quem


pertencia ao grupo de estudos poderia obter uma cópia datilografada do texto, até então
não havia vestígio algum do texto, apenas uma parte foi divulgada em tradução
francesa, em uma revista Italiana de arquitetura. A sua autorização e publicação, só foi
feita pouco antes de sua morte, em 1984. Um fator importante, é que nesta conferência,
Foucault aborda uma concepção totalmente nova acerca sobre arquitetura e urbanismo.
E como o acesso ao texto era restrito, ou seja, somente que era membro possuía, e
tampouco seguiu aquele que veio se chamar de heterotopologia como uma área de
estudo na arquitetura, o texto ficou em uma espécie de limbo, com um intervalo de
tempo de dezessete anos sem falar sobre, e somente com a sua autorização, momento
antes de seu falecimento, houve assim o seu reconhecimento e dissipação.

Por fim, o intuito deste trabalho é examinar estas conferências, e reconstruir de forma
explicativa o conceito de heterotopia, partindo em dois momentos. Primeiro, expor o
conceito de heterotopia e explicar com os argumentos utilizados por Foucault, e em
seguida, já em outro momento, abordar uma relação de corpo enquanto espaço,
apresentado nas conferências de 1966, O corpo utópico.
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Heterotopia
O termo heterotopia advém da junção da palavra Hetero, que tem o
significado de (vários, múltiplos, diferente, outro) e Topos, que refere a lugar, isto é, em
um âmbito mais geral do conceito, onde chamará de “espaços outros”. Portanto, a
palavra, assim colocada como um conceito, passa a ser citada e situada no texto somente
no décimo quarto parágrafo, pois anteriormente, Foucault passa por toda uma
problematização no que tange a definição de espaço, e também construindo, para assim
expor uma nova concepção de espaço, afetando diretamente os ramos da arquitetura e
urbanismo do século XX.

O Corpo Utópico
Nesta conferência de 1966, O corpo utópico, através de um discurso
totalmente literário, mostrando assim, uma outra face de Foucault, logo de início,
Foucault cita Proust, o ensaio, pois afinal a proximidade literária é muito grande.

Do lugar que Proust ocupa, docemente, ansiosamente, sempre e a cada


vez que desperta, deste lugar, se meus olhos estiverem abertos, não
posso mais escapar. Não que ele paralise – pois, afinal, posso não
apenas mover-me e remover-me, como posso também “movê-lo”,
removê-lo, muda-lo de localização – apenas isto: não posso deslocar-
me sem ele; não posso deixa-lo lá onde ele está para ir-me a outro
lugar. (p. 7)

O corpo é em princípio o contrário de utopia, em seu sentido mais


originário, que no caso seria não-lugar, pois o corpo é de fato um lugar “absoluto”
podemos assim dizer, “topia implacável”, porém ao mesmo tempo utópico, ou seja, o
utópico seria um adjetivo relativo de utopia, dando abertura para um exame ao corpo
enquanto lugar e espaço, como heterotópico, pois também há esta ambiguidade uma em
oposição a outro, isto é, o real e não-real.

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Conclusão
A importância e justificativa da análise e exame deste tema, no intervalo de
1967, onde o texto foi escrito e apresentado na conferência no Círculo de Estudos
Arquitetônicos, até a sua autorização em 1984, o conceito continua a ser interpretado e
muito discutido por diferentes áreas do conhecimento, ambas distintas, sendo elas, a
geografia, arquitetura, antropologia, na atualidade. Um campo aberto para novas formas
de reflexões e perspectivas sobre o espaço e o corpo, ou seja, os “espaços outros”,
heterotopia.

Referências Bibliográficas
FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, As Heterotopias. São Paulo: n-1
edições (2013).
FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos III-Estética: literatura e pintura, cinema e
música. Rio de Janeiro: Forense Universitária (2009).
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. São Paulo: Marins fontes (1987).

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