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Textos Complementares:
* O Renascimento
O Príncipe é um verdadeiro manual de conduta para os monarcas absolutistas. Acima, retrato de * A Reforma Protestante de Martinho
Nicolau Maquiavel. Lutero
O papado foi o vencedor formal desta disputa, tendo orquestrado a luta contra
o “anticristo” imperial e sua descendência. Mas a verdadeira força militar não
estava no papado, pois militarmente o papado era deficiente e não
representava uma força contra Hohenstaufen.
As Cidades-Estado e a Renascença
A síntese foi que as cidades do norte e do centro viram-se livres para promover
seu próprio desenvolvimento político-cultural. O eclipse simultâneo do império
e do papado fez da Itália o elo mais fraco do feudalismo ocidental. É neste
contexto que os cidadão destas nascentes cidades experimentaram a
revolucionária experiência histórica da Renascença, ou seja, o renascimento da
civilização clássica, pondo fim ao período que eles atribuíam de Trevas.
Anderson afirma que “Não houve um sentido de distância real a separar a
Idade Média da Antigüidade; ela sempre viu a era clássica simplesmente como
a sua própria extensão natural do passado, em direção a um mundo pré-
cristão ainda não redimido”.
Nas cidades modernas a divisão do trabalho era muito mais desenvolvida que
os da antiguidade, tal como nos transportes marítimos e na indústria
manufatureira. O capital mercantil e bancário, sempre imperfeito no mundo
clássico, devido não haver uma estruturação que levasse ao acúmulo de
capitais, não era reproduzido agora, pois as cidades italianas possuíam amplas
e bem estruturadas instituições financeiras.
Uma vitória social do campo sobre as cidade nunca foi possível na Itália
setentrional ou central. A unificação não era possível, pois a classe fundiária
local nunca chegou a constituir-se uma nobreza feudal coesa. Os senhores que
usurparam o poder das repúblicas era muitas vezes mercenários, arrivistas ou
aventureiros, enquanto outros eram altos banqueiros ou mercadores. Em
decorrência disso, a soberania exercida pelos signorie sempre foi ilegítima, e
portanto, não podiam confiar na lealdade ou disciplina de um setor rural
dominado por senhores.
Para Maquiavel todos os Estados eram governados por uma pequena parcela
da população. A população cuidava apenas de sua própria segurança. “O
príncipe pode sempre inspirar medo e contudo eximir-se ao ódio se ele se
abstém da propriedade de seus súditos e cidadãos e de suas mulheres”, tais
máximas valiam tanto para um principado quanto para uma república. Para
fundar um Estado capaz de resistir aos ataques bárbaros era necessária a
vontade e a energia implacável de um príncipe único. Segundo Perry Anderson
estava ai a verdadeira paixão de Maquiavel, a necessidade de criação de um
Estado único na península. Maquiavel propõe analisar todos os tipos de
principados, hereditários e o “novo”, mas segundo Anderson, a preocupação
esta na construção de um “novo” principado.
Este enfoque é evidente em todo livro. Maquiavel declara que os dois principais
fundamentos de governo são “boas leis” e “boas armas”. Acrescenta que a
coerção cria a legalidade, e não vice-versa, ele irá ocupar-se somente da
coerção. A lei e a força são os modos naturais de conduta dos homens e dos
animais, e um príncipe deve ser sempre um centauro que possa combinar as
duas. O príncipe deveria ser meio homem e meio animal, porém, com a força de
um leão e a astúcia da raposa. O príncipe é forçado a saber agir como um
animal. O temor é sempre preferível à afeição do súditos; a violência e a fraude
sempre superiores como forma de controlá-los. O amor é um vínculo de
obrigação que essas miseráveis criaturas rompem assim que lhes convém; ao
passo que o temor os prende firmemente, pelo receio do castigo, que nunca se
abandona.
A posição geográfica foi fundamental, pois foi assim que os Sabóia mantiveram
sua autonomia e pôde ampliar sua fronteiras, jogando umas contra as outras
as potências européias da época. Em 1460, nas vésperas das invasões
estrangeiras que poriam fim a Renascença, o Piemonte era o único Estado
independente na Itália com um sistema de Estados influente, justamente por
ser a formação social de caráter mais feudal da península.
Conclusão
Deixo como crítica o fato de que autor parece subestimar o poder ideológico
desempenhado pela igreja romana neste período. Ao meu ver o Renascimento
foi um movimento de ruptura ideológica, porém este movimento esteve sempre
impregnado de elementos do imaginário medieval ditado pela igreja. A igreja
romana viveu no período sua maior crise, os papas viviam como príncipes,
porém, como disse o autor, estavam empobrecidos e com poder militar muito
precário e dependente. Porém após o cativeiro de Avignon, os papas gozaram
de grande prestígio junto aos signories, sendo a base de legitimação
superestrutural destes tiranos, principalmente no caso do citado César Bórgia,
que era filho de uma papa. Acredito que o poder ideológico da igreja foi mais
importante do que o autor parece supor.
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