1

CONCEITOS BÁSICOS DO CÁLCULO INTEGRAL

Professora Geciara da Mata e Jones Mata

Definição: Uma função F(x) tal que F’(x) = f(x) é dita uma integral indefinida (ou
antiderivada) da função f.

Exemplo 1: A função F(x)=2x5/3+3x2/2+5x+10 é uma integral indefinida da

função f(x)=2x2+3x+5, pois F’(x)=f(x).

Exemplo 2: A função F(x)=2x5/3+3x2/2+5x+C, onde C é uma constante, é

também uma integral indefinida da função f(x)=2x2+3x+5, pois F’(x)=f(x).

Simbolicamente escrevemos a integral indefinida de f por ∫ f ( x)dx = F ( x) + C ,

onde C é uma constante e lemos a integral indefinida de f(x) dx é igual a F(x)+C.

Exemplo 3: Calcular a integral ∫ (2 x 2 + 3 x + 5)dx .

2 x3 3x 2
∫ ( 2 x 2 + 3 x + 5) dx =
3
+
2
+ 5x + C .
Temos que:

∫ f ( x)dx = F ( x) + C ⇔ F ' ( x) = f ( x) ⇔ ∫ F ' ( x)dx = F ( x) + C .

• Regras de integração

• Integração de funções potências

Dada a função f(x)=xn, temos que f’(x)=n.xn-1, logo

nx n −1+1
∫ f ' ( x)dx = f ( x) + C ⇒ ∫ nx
n −1
dx = + C = xn + C .
n −1+1
De modo geral dada a função f(x)=xn, onde n≠-1 temos que
x n +1
∫ ∫
f ( x)dx = x dx =
n
+C .
n +1
2

Exemplo 1: Integre as seguintes funções:

1
a) f(x)= x b) f (t ) = c) f (t ) = 3 t 2 d) f(x)=1
t

• A integral da função f(x)=1/x

1
Temos que f(x)=1/x=x-1, a integral de f(x) é dada por ∫ f ( x)dx = ∫ x dx = ln x + C ,
pois notamos que a derivada de lnx+C é a função f(x)=1/x. Como na função lnx temos
que x>0, tomamos então a integral da função f(x)=1/x sendo ln|x|+c, isto é
1
∫ f ( x)dx = ∫ x dx = ln | x | +C .
• A integral da função f(x)=ex

x x
∫ f ( x)dx = ∫ e dx = e x + C , pois a derivada de e +C é igual a e .
x

• A integral do produto de uma constante por uma função

∫ Kf ( x)dx = K ∫ f ( x)dx , onde K é uma constante. Como exemplo, temos que

x3
∫ ∫
3 x 2 dx = 3 x 2 dx = 3
3
+ C = x3 + C .

• A integral da soma é a soma das integrais

2 5
Como exemplo vamos integrar a função f ( x) = 3 x + 4e +
x
+ , logo temos
x 3 x2
que :
x 2 5
∫ f ( x )d x = ∫ (3 x + 4e + + )dx =
x 3 2
x
1
1 − 2
2 dx + 5 ∫ x 3 dx =
x
3∫ x dx + 4 ∫ e dx + 2 ∫
x
3
+ 2 ln x + 1 5 3 x + C .
x
2 x + 4e
3

6 5 2
5 x + 2 x − 3x + 7
f ( x) =
Exemplo 1: Integre a função 3 .
4x

 5x 6 + 2 x 5 − 3x 2 + 7 
∫ f ( x ) dx = ∫  4x3
 dx =

5 3 1 2 3 1 7 −3 5 4 1 3 3 7 1
4∫ 2∫ 4∫ x 4∫
x dx + x dx − dx + x dx = x + x − ln | x | − + C.
16 6 4 8 x2

Exemplo 2: Qual a função cuja inclinação da reta tangente ao seu gráfico em x. é

3 3
x + 2 x + 5 e que passa pelo ponto (1,2).
4

Temos que a derivada da função f(x) que queremos determinar é

3
f ' ( x) = x 3 + 2 x + 5 , logo para determinarmos f(x) nós integramos sua derivada f’(x),
4
isto é,

3 3 3 3
∫ f ' ( x)dx =∫ ( 4 x ∫ ∫ ∫
3
f ( x) = + 2 x + 5)dx = x dx + 2 xdx + 5 dx = x 4 + x 2 + 5 x + C
4 16
3 4 2
Temos que f(1)=2, isto é, f (1) = 1 +1 + 5 .1 + C = 2 ,
16
67
Logo C= − . Então temos que
16
3 4 2 67
f (x) = x + x + 5x − .
16 16
Exemplo 3: O custo marginal de uma industria é calculada pela expressão 5q2-
10q+100 reais por unidade, quando q unidades são produzidas. O custo de fabricação
das três primeiras unidades é de 800 reais. Qual o custo de fabricação das 10 primeiras
unidades?

Como o custo marginal é a derivada da função custo, então C’(q)=5q2-10q+100,

5
logo C (q) = ∫ C ' (q)dq = ∫ (5q 2 − 10q + 100)dq = q 3 − 5q 2 + 100q + C , como C(3)=800,
3
5
temos que C=500. Desta forma temos que C (q) = q 3 − 5q 2 + 100q + 500 . Logo
3
5
C (10) = 10 3 − 510 2 + 100.10 + 500 = 2666,67 reais.
3
4

Exemplo 4: Estima-se que uma população de uma determinada cidade esteja

2
variando a uma taxa de 3 t + 3 t + 1 pessoas por ano. A população atual é de
11000 pessoas. Qual será a população daqui a 2 anos?

Queremos determinar a função população P(t), onde t é o tempo. Sabemos que a taxa de
2
variação de uma função é sua derivada, logo P '(t ) = 3t + 3 t + 1
Desta forma temos que:
3
∫ P ' ( t ) dt = ∫ ( 3 t
2 3
P (t ) = + 3
t + 1)dt = t 3 + t4 + t + C
4
como, a população atual é de 11000 pessoas, isto é:
3 3
P (0 ) = 0 3 + 0 4 + 0 + C = 11000
4
logo, C=11000. Logo a população daqui a 2 anos será

3 33 4
P (2) = 2 + 2 + 2 + 11000 = 11011, 89 pessoas
4

• Integração por substituição

Dada a função composta fog(x)=f(g(x)), temos que sua derivada é dada pela regra da
cadeia, isto é, (fog(x))’=(f(g(x))’=f’(g(x)).g’(x), logo a integral da derivada da função
composta será: ∫ ( fog ( x ))' dx = ∫ f ' ( g ( x)).g ' ( x ) dx = fog ( x ) + C .

Exemplo 1: Dada a função f ( x) = (5 x 2 + 2 x + 3)3 , temos que sua derivada é

2 2
f '( x ) = 3(5 x + 2 x + 3) .(10 x + 2) .

Logo a integral da derivada desta função será a função somada a uma constante,
pois é uma integral indefinida, isto é:

∫ f ' ( x )dx = ∫ 3(5 x

2
+ 2 x + 3) 2 .(10 x + 2) dx = (5 x 2 + 2 x + 3) 3 + C = f ( x ) + C
Logo quando tivermos integrais de funções produto, nós podemos verificar se o
integrando é proveniente da derivada de uma função composta. Para sabermos se o
integrando é proveniente da derivada de uma função composta, nós devemos observar
se a derivada de uma das funções do integrando pode ser escrita em função da outra
função.
5

3 2 3 2
Exemplo2:Integre a função f ( x ) = 4.( x + 2 x + 4 x + 1) .(3 x + 4 x + 4) .

∫ f ( x ) dx = ∫ 4 .( x
3
+ 2 x 2 + 4 x + 1) 3 .( 3 x 2 + 4 x + 4 ) dx
Podemos notar que a derivada da função ( x3 + 2 x 2 + 4 x + 1)3 é igual à função
3 x 2 + 4 x + 4 , logo esta integral pode ser resolvida pela técnica de integração por
substituição. Chamando de
3 2
u = x + 2x + 4x + 1 ⇒
du 2 2
= (3 x + 4 x + 4) ⇒ du = (3 x + 4 x + 4) dx
dx

Logo,

3 2 3 2
∫ f ( x ) dx = ∫ 4.( x + 2x + 4 x + 1) .(3 x + 4 x + 4 ) dx
4
3 3 u 4
∫ 4 u du = 4 ∫ u du = 4. +C = u +C =
4
3 2 4
= (x + 2x + 4 x + 1) + C.

3
2x
Exemplo 3: Integre a função f ( x ) = 4 .
5x − 11

3
2x
∫ f ( x ) dx = ∫ 4
5 x − 11
4 3 du 3
Seja u = 5 x − 11 ⇒ du = 20 x dx ⇒ = 2 x dx
10

Logo temos que:

du
3
2x 1 du 1
∫ f ( x ) dx = ∫ 4 dx = ∫ 1 0 = ∫ = ln | u | + C =
5x − 11 u 10 u 10
1 4
ln | 5 x − 11 | + C .
10
6

Exercícios resolvidos de preparação para prova:

1) Integre:
2 x3 x5
∫ (1 + x ) dx = ∫ (1 + 2 x + x )dx = ∫ dx + ∫ 2 x dx + ∫ x dx = x +
2 2 2 4 2 4
+ +C
a) 3 5
1
b) ∫ x (1 + ) dx
x

1
1
1 1 1 x 2

∫ x (1 + )dx = ∫ xdx + ∫ dx = ∫ x dx + ∫ dx = + ln x + C = 2 x + ln x + C
x x x
2
1
2
3
2x +1
c) ∫ dx =
x2

2 x3 1 x 2 x −1 1
∫ x2 ∫ x2 ∫ ∫
−2
dx + dx ⇒ 2 xdx + x dx = 2 + + C = x2 − + C
2 (− 1) x

 x4 
∫
3
d) x cos  + 2  dx =
 2 
x 4

∫ x cos 2 + 2 dx
3

x4
u= +2
2
du = 2 x 3dx
substituindo
du 1 1  x4 
∫ x cos(u ) ∫ ( )
3
3
= cos u du = sen  + 2  + C
2x 2 2  2 

2 cot gx − 3sen 2 x
e) ∫ senx
=
7

 cos x   2 cos x − 3sen3 x 

2  2 − 3sen 2 x   
2 cot gx − 3sen x senx  senx dx =
∫ senx
=∫ 
 senx


dx = ∫
 senx 
   
   
 2 cos x − 3sen3 x  cos x sen3 x
∫  sen 2 x 
 dx = 2 ∫ sen 2 x dx − 3∫ sen 2 x dx =
cos x sen3 x cos x
2⋅ ∫

sen


2
dx
x
− 3∫ 2
sen x
dx =2∫
sen 2 x
dx − 3∫ senxdx ⇒
Faremos pelo método da substituição

cos x cos xdx − du u −2 +1 1

∫ sen 2 x ∫ sen2 x ∫ u 2 ∫
−2
dx = = = − u du = − + C = +u −1 + C = +C
− 2 +1 senx

u = senx
O método é por substituição: 
du = − cos xdx ⇒ −du = cos xdx

Dando continuidade: `

2 cot gx − 3sen2 x cos x 1

∫ senx
= 2∫ 2
sen x
dx − 3∫ senxdx = 2
senx
− 3 cos x + C.

2) Determine uma função f(x) tal que f ´ (x) + 6 sen(3x) = 0 e f (0) = 5 .

f ′( x )`+6 sen(3 x) = 0 ⇒ f ′( x ) = −6 sen(3 x)

∫ f ′(x )dx = ∫ − 6sen(3x)dx

u = 3x
O método é por substituição: du
du = 3dx ⇒ dx =
3

du
f ( x ) = ∫ f ′ ( x ) dx = ∫ −6 sen(3 x)dx = ∫ −6 sen(u ) ⋅ = −2 ∫ sen(u )du = 2 ( cos u ) + C
3
f ( x ) = − ( cos u ) + C ⇒ f ( x ) = 2 ( cos ( 3 x ) ) + C

Como f(0)=5

f ( 0 ) = 2 ( cos ( 3 x ) ) + C = 5 ⇒ 2 cos(0) + C = 5 ⇒ −2 ⋅1 + C = 5 ⇒ C = 3

f ( x ) = 2 cos ( 3 x ) + 3
8

Esta é a função procurada!

3) Calcule as integrais abaixo:

∫ 2 sec x 3tgxdx
2
a)
8
∫ x ( 4 x + 1) dx
2
b)

Observação: Extraído de notas de aula do professor Paulo Nascimento.

9

• INTEGRAL POR PARTES

É a técnica de integração proveniente da derivada da função produto, isto é, se

tivermos a derivada seguinte: (u(x).v(x))’=u’(x).v(x)+u(x).v’(x), logo temos que a
integral.

∫ ( u ( x ). v ( x ))' dx = ∫ u ' ( x ). v ( x ) dx + ∫ u ( x ). v ' ( x ) dx

u ( x ). v ( x ) = ∫ u ' ( x ). v ( x ) dx + ∫ u ( x ). v ' ( x ) dx ⇒

∫ v ( x ) u ' ( x ) dx = u ( x ). v ( x ) − ∫ u ( x ). v ' ( x ) dx .
Logo temos que: ∫ v( x)u ' ( x)dx = u ( x).v( x) − ∫ u ( x).v' ( x)dx
∫ xe
2x
Exemplo 1: dx

1 2x
Seja u ' ( x ) = e 2 x e v ( x ) = x , logo u ( x) = ∫ u ' ( x)dx = ∫ e 2 x dx = e e v' ( x) = 1 .
2
Então temos que:

∫ v( x)u '( x ) dx = u ( x ).v( x ) − ∫ u ( x ).v '( x) dx ⇒

1 2x e2 x 1 2x 1 2x
∫ ∫2
2x
xe dx = e . x − . 1dx = e . x − e +C
2 2 4
Mais exercícios resolvidos!

Calcule as integrais abaixo:

10
11
12

Observação: Extraído de notas de aula do professor Paulo Nascimento.

13

• ÁREA E INTEGRAL DEFINIDA

dF ( x )
Seja f(x)= = F ' ( x ) , a taxa de variação da função F(x). Queremos saber
dx
qual de a variação de F(x) entre x=a e x=b.

b b
∫ f ( x)dx = ∫ F '( x)dx =F (b) − F (a) ,
a a

b
onde F é uma antiderivada (ou integral indefinida) de f. O símbolo ∫ f ( x )dx
a
é lido com

“a integral (definida) de f de a até b”. Os números a e b são denominados limites de

integração. Nos cálculos que envolvem as integrais definidas, é comum usar o símbolo
b
F ( x ) a para a diferença F (b) − F ( a ) .

Exemplo 1: Uma população de uma cidade está crescendo a uma taxa de 5

3 2
t + 3t + 10 pessoas por mês, onde t é o tempo dado em meses. Qual o crescimento da
população nos próximos 6 meses?

3
P '(t ) = 5 t 2 + 3t + 10 ⇒
6 6 2
P(6)-P(0)== ∫ (5 t + 3t + 10 )dt= ∫ (5 t + 3t + 10
3 2 3

0 0
5 5
2
6 3 6 3 6
t
)dt= [5
5
+3
t
2
3
+ 10t ] =
0
| [3t 3
2 0
|
+ t 2 + 10t ] = [33 t 5 + t 2 + 10t ] =
2 0
|
3
3 3
3 6 + 6 2 + 10.6 − [33 0 5 + .0 + 10.0] = 173,43 pessoas.
3 5
2 2

Exemplo 2: O custo marginal de uma fábrica é de 6(q2+2q+3)2.(q+1) reais por

unidade. De quanto o custo aumentará se a produção aumentar de 5 para 8 unidades?

C’(q) = 6(q2+2q+3)2.(q+1) ⇒
8 8

∫ C ' ( q ) dq ∫ (q
2
C(8) – C(5) = = 6 + 2 q + 3 ).( q + 1 ) dq
5 5
14

du
Seja u= q2+2q+3 ⇒ du = (2q+2)dq ⇒ du = 2(q+1)dq ⇒ = (q+1)dq. Logo C(8) -
2
8 8 2 2
C(5= ∫ C '( q ) d q = 6 ∫ ( q + 2 q + 3) .( q + 1) d q
5 5

8 8 3 8
2 du 2 u
6 ∫ u . = 3 ∫ u du = 3 |5
5 2 5 3
8 8
u 3 | = ( q 2 + 2 q + 3 ) 3 | = ( 8 ² + 2 . 8 + )³ − ( 5 ² + 2 . 5 + 3 )³
5 5

= 516 . 915 reais

• ÁREA COM INTEGRAL DEFINIDA

Suponha que f é uma função não negativa definida no intervalo a ≤ x ≤ b. Então, a

região R limitado pelo gráfico de f, pelo eixo OX e pelas retas x = a e x = b tem uma
área de

b
Área de R = ∫ f ( x) dx .
a

Exemplo 1: Encontre a área da região limitada pela reta y = 2x, o eixo de x e a

reta vertical x = 2.

y Área=
y = 2x 2 2
4 ∫ 2 xdx = x 2
= 2 2
− 0 2
= 4
0 0

2 x
15

Exemplo 2: Encontre a área da região limitada pela curva y = -x2 + 4x – 3 e pelo

eixo x.
y

1 3 x

∫ (− )
2
Área = x + 4 x − 3 dx =
1

3
 x3 4x2   1  4
=  − + − 3 x  = − 9 + 18 − 9 −  − + 2 − 3  =
 3 2 1  3  3
Exemplo 3: Encontre a área da região R no primeiro quadrante que se situa sob a
1
curva y = e é limitada por esta curva e pelas retas y = x, y = 0 (eixo x) e x = 2.
x

Área de R1 =
y
1 2 1
x 1
∫
0
xdx =
2 0
=
2
y = 1/x y=x
Área de R2 =
2
dx 2
∫
1
x
= ln x 1
=
R1 R2
1 2 x
= ln 2 − ln 1 = ln 2
1
Área = + ln 2 ≅ 1,19
2