HISTÓRIA DE SERGIPE – dos invasores portugueses ® líderes: Baopeba
(apelidado de Serigy), Aperipê, Surubi, Siriri, Japaratuba.
ADAILTON • Atuais Remanescentes: Xocós ® localizados na ilha de São Pedro no município de Porto da Folha, `as margens do rio São Francisco: Caiçara. − Parte de suas terras foi 1 tomada pelos grandes donos de terras. Continuam lutando HISTÓRIA DE SERGIPE para sobreviver e conservar a terra que sobrou para eles. PERÍODO PRÉ-COLONIAL 1. PRIMEIROS CONTATOS COM OS BRANCOS PRÉ-HISTÓRIA EUROPEUS: 1. AS CULTURAS PRÉ-HISTÓRICAS: − O litoral do atual território de Sergipe, localizado entre − Podemos identificar, em Sergipe, três culturas o rio São Francisco e o rio Real, foi visitado inicialmente dentre as suas comunidades pré-históricas: pelos portugueses que integravam a expedição • Cultura Canindé ou Xingó: Com datações a partir de 5.000 guardacosteira de Gaspar de Lemos em 1501. Estabeleceram a.C. Os sítios arqueológicos encontram-se localizados contatos com os índios em terra firme. Os franceses iniciam em áreas do Baixo São Francisco, no canyon, no município o escambo com os índios: pau Brasil, pimenta e algodão. de Nova Canindé. Sítios: São José e Justino. Material lítico: lascas, facas, raspadores, machados polidos. Material ósseo: PERÍODO COLONIAL esqueletos e adornos. Material cerâmico: associado a ritos 1. O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NO funerários, potes, tigelas, panelas. Arte rupestre: gravuras BRASIL: (figuras geométricas) e pinturas (desenhos individualizados) − Em 1531, Martim Afonso de Souza também visitou o · localizadas em abrigos dos paredões do canyon. Fogueiras. litoral sergipano e entrou em contato com os índios. Restos faunísticos: moluscos, anfíbios, répteis, aves, peixes − Os franceses continuavam interessados nas riquezas e mamíferos.Os primeiros habitantes: grupos caçadores- desse território e mantinham um bom relacionamento coletores chegaram na região por volta de 5.000 a.C. e com os índios. ocuparam áreas que hoje são identificadas como terraços e − Em 1534, o atual território sergipano passou a fazer ilhas, atraídos pela presença abundante de parte da Capitania da Bahia, doada pelo rei D. João III a água (rio) ® seriam oriundos provavelmente do planalto Francisco Pereira Coutinho. goiano, das cabeceiras do Alto São Francisco e pela ampla − A partir de 1549, com a instalação do Governo Geral rede de afluentes do SO da Bahia que em Salvador, a Capitania da Bahia foi comprada do deságuam nesse rio (essa hipótese é justificada pelas herdeiro de Francisco Pereira Coutinho e ocupações muito antigas encontradas nessa área) atividades: transformada em Capitania Real. caça, coleta e a pesca/catação de mariscos.Sepultamentos: A CATEQUESE DOS ÍNDIOS enterramentos primários efetuados diretamente no solo e 1. OS JESUÍTAS: acompanhado de mobiliário funerário (adornos, − a catequese iniciou-se a partir de 1575 com os instrumentos, cerâmica, fogueiras, alimentos). padres jesuítas Gaspar Lourenço e João Salônio. • Tradição Aratu: − Fundaram as aldeias (igrejas) de São Tomé (rio − Presente em grande parte dos sítios arqueológicos Piauí), Santo Inácio (Vasa-Barris) e de São Paulo (rio sergipanos. Datação: séculos V ao XVII d.C. Real). − Localização: toda a faixa litorânea, norte de Pacatuba e − Os jesuítas, no início, conseguiram atrair os índios Sul de Cristinapólis. Sítio: Fortuna, no município de Divina para a catequese. Pastora. Aldeamentos próximos a riachos afluentes e em • Fracasso da Catequese: área de floresta. Atividades: caça e coleta. Sepultamentos − Os soldados que vieram proteger os padres secundários (urnas funerárias) e acompanhado de mobiliário começaram a praticar violência nas aldeias dos índios, funeral (artefato pessoais: machados polidos, adornos, roubando produtos das roças e raptando as mulheres. tigelas). • Tradição Tupi-guarani: Datação: a partir do − Os índios, revoltados, expulsaram os padres e os século XIX ® recente. Ocuparam áreas litorâneas próximas soldados de suas aldeias. aos rios e florestas: bacia do São Francisco, Japaratuba, A CONQUISTA DE SERGIPE Sergipe, Vaza-Barris, Piauí e Real. Belicosidade e uso de 1. MOTIVOS: canoas. Artefatos: cerâmicos (cachimbos) e líticos − O interesse em tomar posse das terras dos índios e (polidores, afiadores, machados polidos). Atividades: caça, escravizá-los. pesca, mandioca. Sepultamentos: secundário e com − Ligar por terra a Capitania da Bahia à de mobiliário de sepultamento. Pernambuco: importantes centros coloniais produtores de açúcar. OS ÍNDIOS EM SERGIPE − Criar gado e plantar cana-de-açúcar. 1. TRIBOS:• Línguas: Tupi e Macro-Jê. • Tribos: xocós, − Expulsar os franceses que praticavam o escambo aramurus, carapotós, kaxagó, natu (nas margens do rio São com os índios. Francisco), tupinambás, caetés e boimés (região litorânea), − Explorar minérios no Sertão: prata, ferro, salitre, aramaris, abacatiaras e ramaris (no interior, próximo da nitrato de potássio. região da serra de Itabaiana), kiriris ou cariris (região centro- ® A conquista de Sergipe atendia aos interesses do sul, entre os rios Reale Itamirim). Governo português e dos fazendeiros de gado e • Resistência: lutaram para defender suas terras diante senhores de engenho da Bahia. do rio Piauí, no sul da capitania, e nas terras banhadas 2. A PRIMEIRA TENTATIVA DE CONQUISTA pelos rios Vaza-Barris, Cotinguiba e Sergipe, no norte (1575): da capitania. • Comandada pelo governador Luis de Brito. 3. ATIVIDADES ECONÔMICAS: + Pretexto da Invasão: a justificativa era punir os índios por + Criação de Gado: terem abandonado a catequese e expulsado os padres − Principal atividade econômica da capitania. jesuítas. − Ocupação do interior. Características: − Latifundiária: é marcante a presença dos Garcia − Invasão militar e violenta: destruição e mortes. D’Ávila ® Conde da Torre. − Nas lutas, morreu o cacique Surubi. − Tinha como finalidade abastecer a Bahia. − Aprisionamento de índios: foram levados para a + Cana-de-açúcar: Bahia ® a maioria morreu devido as maus tratos e − Introduzida a partir de 1602. doenças. Fracasso: Apesar da destruição e do massacre, a − Sistema de ”plantation”. invasão Foi um fracasso, pois não deixou aqui um marco (sinal) de conquista, ou seja, não deu inicio a colonização. − O número de índios escravizados foi pequeno. − Surgimento de alguns engenhos. + Minas: metais preciosos 3. A CONQUISTA DE SERGIPE (1590): − Foram realizadas explorações à procura de minas • Comandada por Cristóvão de Barros. no território da capitania, realizadas por Belchior Dias − Foi estabelecida uma guerra de extermínio contra os Moreya, Rubélio Dias, Gabriel Soares e Marcos índios. As aldeias foram massacradas e, finalmente, o Ferreira: rio das Pedras e Serra de Itabaiana. território conquistado. Fundação da cidade de São Cristóvão − Nunca se constatou a existência de metais (01.01.1590) na Barra do rio Sergipe, no atual território de preciosos. Aracaju: marco da integração de Sergipe a colonização OS HOLANDESES EM SERGIPE portuguesa. Foram edificados uma Igreja, um Presídio e um 1. MOTIVOS: Arsenal de armas. Iniciava-se a colonização de Sergipe: − Garantia de Tomé da Rocha foi escolhido para ser o capitão-mor da nova alimentos (carne e capitania. farinha) e de 4. A ORIGEM DO NOME SERGIPE: montarias (cavalos). • Hipóteses: − Controle das jazidas − No início esse território era chamado de “Os Sertões de salitre no sertão. do Rio Real”. − Teria derivado das modificações − Servir como zona de (corruptela) do nome Siriípe (“rio dos Siris”): sirigi sirigipe proteção ao avanço seregipe Sergipe. − Seria para distinguir de uma localidade dos portugueses e baiana chamada de Sergipe do Conde: daí o nome Sergipe espanhóis vindos da Del Rey (pelo fato de que a conquista de Sergipe foi Bahia para expulsá-los de Pernambuco. efetuada por ordem régia e à custa da Coroa). 2. OBJETIVOS: − Cacique Serigy ou Serigipy ® o seu nome foi − Recolher os rebanhos sergipanos. transformado em Sergipe. − Construir fortes no território. 5.AS TRANSFERÊNCIAS DE LUGAR DA CIDADE − Controlar a cidade de São Cristóvão. DE − Atacar Salvador. SÃO CRISTÓVÃO: 3. A INVASÃO: • Motivos: − Em 1637, as tropas da Companhia das Índias − Ficar longe dos ataques dos franceses. Ocidentais, sediadas no forte de Maurício (atual − Proximidade das primeiras fazendas e engenhos. Penedo) e comandadas por Sesgimundo Van • Transferências: Schoppke, cruzaram o rio São Francisco e iniciaram a − 1596: para uma colina próxima ao Rio Poxim. invasão. − 1610: para o local atual: nas margens do rio • A Retirada de Bagnuolo: Paramopama (afluente do rio Vasa-Barris), distante 24 − o comandante das tropas portuguesas, o conde Km do litoral. Bagnuolo, mandou incendiar os poucos engenhos, canaviais e própria cidade de São Cristóvão, além de A COLONIZAÇÃO DE SERGIPE matar milhares de cabeças de gado: política da “terra 1. DIFICULDADES: arrasada” (não deixar nada que pudesse favorecer o − Ataques franceses: só a partir de 1601, os franceses invasor) e ordenou a fuga da população para trás do foram definitivamente expulsos de Sergipe. rio Real. − Ataques de índios: que resistiam a ocupação de suas − Os holandeses terminaram a destruição do que terras. restou: saques e incêndios. 2. DOAÇÃO DE SESMARIAS: 4. SITUAÇÃO DE SERGIPE DURANTE A INVASÃO: − A ocupação do litoral do território ocorreu do Sul para − O enfrentamento entre a defesa portuguesa e o o Norte. avanço holandês em direção à Bahia se dará no − Outras vilas foram fundadas na região do rio Real e território sergipano. − Situação de abandono: as ligações com a Bahia XVII. foram cortadas. -− No século XVIII e primeiras décadas do século XIX, a − Sergipe tornou-se um campo de batalha: não houve economia açucareira consolida-se: aumentam as efetiva colonização por parte dos holandeses. 5. A RETOMADA DA CAPITANIA: exportações do açúcar sergipano pelo portos baianos − Retomada pelos portugueses em 1640, caiu nas e cresce o número de engenhos. mãos do inimigo um ano depois. − Sergipe adquire importância econômica: açúcar, − a retomada definitiva iniciou-se em 1645, quando os gado, algodão, fumo, arroz, mandioca. portugueses conquistaram o forte holandês do rio Real 4. OS GRUPOS SOCIAIS: e São Cristóvão foi sitiada, os holandeses se renderam. * O desejo de autonomia gerou conflitos internos: − Foi tomado também o forte de Maurício. + Senhores de engenho ligados aos comerciantes de − A expulsão definitiva ocorreu em 1646 na batalha do Salvador e portugueses estabelecidos em Salvador Urubu (atual Própria). desejavam que o território continuasse sob domínio − Estava concluída a retomada do território pela baiano. colonização portuguesa e a reinstalação do governo. + Os habitantes das cidades, pequenos comerciantes, 6. CONSEQUÊNCIAS: funcionários públicos e senhores de terras criadores − Retrocesso no processo de colonização portuguesa de gado. em Sergipe. 5. A INDEPENDÊNCIA DE SERGIPE: − Reforço do poder local e desenvolvimento de um • Decreto Real: sentimento de autonomia. − Em 08 de julho de 1820, D. João VI assinou o + influência cultural holandesa: decreto isentando Sergipe da sujeição da Bahia. − sobrenome: van der ley (Wanderley) e Rollemberg. − Em 25 de julho de 1820 uma Carta Régia nomeou o − Marcas no fenótipo: os “galegos” de Porto da Folha. brigadeiro Carlos César Burlamárqui para governar − Fabricação de requeijão. Sergipe. − Brasão de armas: reiterava a vitória flamenga sobre − Os serviços prestados por Sergipe à causa real os habitantes de Sergipe. durante a Revolução Pernambucana de 1817. A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE SERGIPE − A grande prosperidade da capitania de Sergipe no 1. PERÍODO PÓS-INVASÃO HOLANDESA: setor açucareiro. − O período do domínio holandês pode ter levado ao − Reforma político-administrativa que o governo reforço do poder local e criado um sentimento de efetuou em várias capitanias. autonomia. • A Reincorporação à Bahia: − Período caracterizado pelas lutas entre os poderes − Em 1820, a Bahia aderiu à Revolução locais e o governo que representava os interesses da Constitucionalista do Porto e a Junta Governativa que Bahia. assumiu o poder determinou a reincorporação da • Domínio da Bahia: Comarca de Sergipe à Bahia. * Exigências: − O capitão-mor Luiz Antonio da Fonseca Machado − Contribuição em homens e em produtos (tabaco, gado). não acatou as ordens da Bahia e deu posse a Carlos * Conflitos de Jurisdição no Campo Político: César Burlamárqui. + os capitães-mores começam a assumir funções que − A Bahia envia tropas para São Cristóvão e estas eram da competência da Câmara Municipal: depõem o primeiro governador de Sergipe: Sergipe − Cobrança de impostos sobre o gado. volta a situação de dependência em relação a Bahia. − Os curraleiros são obrigados a prestarem serviço militar. • A Passagem de Labatut por Sergipe: − Novos impostos sobre o gado. * Independência do Brasil: + Reflexos: − As questões da autonomia de Sergipe e a − Conflitos com a Câmara. independência do Brasil confundem-se num mesmo − Deposições. processo. − Revoltas. − A Bahia, através do brigadeiro português Madeira de − Dificuldade no relacionamento do governo da Bahia com Melo, não aceitou a separação do Brasil de Portugal a Capitania de Sergipe: os moradores de Sergipe nem a autoridade de D. Pedro I e iniciou um opunham-se ao governo baiano devido às intervenções movimento armado contra a Independência do Brasil. constantes da Bahia na vida sergipana. − O capitão-mor de Sergipe, brigadeiro Pedro Vieira, 2. COMARCA: era partidário do sistema português dominante na + Em 1696, Sergipe se tornou Comarca: Bahia. − Autonomia judiciária: Ouvidor. − D. Pedro I contrata os mercenários Pedro Labatut e − Continuava política e economicamente subordinado à Rodrigo de Lamare para impor a nova ordem política Bahia: os conflitos entre as autoridades de Sergipe e as na província da Bahia. da Bahia persistiam. − As tropas de Labatut desembarcam em Maceió e 3. ECONOMIA: seguem, por terra e atravessando o rio São Francisco, − A economia foi se recompondo depois da devastação sobre o território de Sergipe em direção a Bahia. provocada pela guerra com os flamengos. • Objetivos: − O gado torna-se a principal riqueza durante o século − Cessar as hostilidades e a adesão de Sergipe ao Príncipe Regente: apoio a D. Pedro. • Reflexos da Abdicação de D. Pedro I (1831): − Atacar a Bahia. − As autoridades ligadas aos corcundas relutaram em • Adesões: aclamar o sucessor Pedro II e reprimiram as festas − Vila Nova (Neópolis). populares. − Laranjeiras. − Animosidade contra os portugueses. − São Cristóvão: os adeptos de Madeira de Melo − Uma representação “popular”, apoiada pela tropa, fugiram. exigiu a demissão do Presidente da Província e de − Estância. todos os portugueses que exercessem cargos • Motivos do Êxito da Missão de Labatut: públicos. − o sentimento anti-lusitano da população de Sergipe. − O Presidente renunciou, foram nomeadas novas − a participação das tropas comandadas por João autoridades e todas as Câmaras Municipais Dantas, capitão-mor das ordenanças da vila de aclamaram o novo Imperador. Itapicuru (Cachoeira), que entrou em Sergipe através de 2. CONTEXTO HISTÓRICO DURANTE O PERÍODO Campos (Tobias Barreto) e avançou vitorioso sobre REGENCIAL: Santa Luzia e Lagarto. − Eleição para a primeira Assembléia Provincial − As negociações de Labatut garantiram um acordo (1825). entre os grupos emancipacionistas e recolonizador, − O Partido Corcunda passou a denominar-s de cujos representantes dividiram entre si a tarefa de Partido Legal. formação de um governo local autônomo. • A Revolta de Santo Amaro (1836): • A Integração de Sergipe ao Estado Nacional: + Motivo: − a autonomia de Sergipe foi reconhecida por D. Pedro − A derrota dos corcundas nas eleições. I, em Carta Imperial de 05.12.1822. − A falsificação das atas da eleição de Lagarto: − em 03.03.1823, realizou-se missa festiva onde foi provocou a alteração do resultado e contou com o aclamado D. Pedro I como Imperador do Brasil: a partir apoio do Presidente da Província (Barão da desta data Sergipe foi efetivamente integrado ao Brasil Cotinguiba). Independente. − Protestos do Partido Legal (Liberal). SERGIPE DURANTE O IMPÉRIO + O Conflito: 1. SITUAÇÃO POLÍTICA DURANTE O 1º REINADO: − O chefe Corcunda, Sebastião Boto, cercou a vila de • Partidos Políticos: Santo Amaro, um dos redutos de resistência dos + Liberal: defendendo o controle local do poder e liberais, fazendo fugir a população que abandonou a representado socialmente pelos senhores de terra e vila: 15.11.1836. gado e camadas médias urbanas. − foram arrombadas e saqueadas as casas e mortos +Corcunda: defendendo o controle externo e os habitantes ainda ali encontrados. representante dos interesses dos financiadores da − as perseguições aos liberais estendeu-se a outras agroindústria açucareira em Sergipe e representado vilas, provocando fugas para a Bahia e Alagoas. socialmente pelos grandes senhores de açúcar e pelos + Conseqüências: seus aliados, os portugueses residentes em Sergipe. − O Partido Liberal passou a ser chamado − a política sergipana será marcada pelo embate entre “Camundongo” e o Partido Corcunda (Conservador) as duas forças que representavam os senhores de de “Rapina”. terra. − A eleição foi anulada. − os senhores de terra dominavam uma sociedade − O Presidente foi demitido. basicamente rural e isolada em termos de comunicação − Os participantes do movimento foram anistiados em dos centros mais adiantados da região. 1837. − as camadas populares não tinham participação, mas 3. SERGIPE DURANTE O 2º REINADO: demonstravam resistência através de fugas, invasões − Rapinas e camundongos revezaram-se quase de cidades, rebeliões, crimes, protestos anualmente no controle do poder provincial: seguindo • Eleições: a política de revezamento de partidos iniciada por D. − Momentos violentos em que o partido que ocupava o Pedro II. poder manipulava a seu favor os resultados. − Bagaceira (1847): dissidência do Partido − Eram disputas entre facções da classe dominante, Camundongo liderada pelo Barão de Maruim e pelo cada uma imbuída do desejo de controlar o poder e de Barão de Própria. demonstrar força sobre sua clientela. • A MUDANÇA DA CAPITAL (1855): • Reflexos da Confederação do Equador (PE-1824): * Governo de Inácio Joaquim Barbosa: − o presidente da província de Sergipe foi deposto − o projeto modernizador de Inácio Joaquim Barbosa, acusado de simpatizar com os republicanos em torno do qual congregaram-se camondongos e pernambucanos: esse episódio contou com o apoio dos rapinas, é um reflexo da Conciliação que estava Corcundas. ocorrendo em nível nacional. • Conflitos: − Procurou racionalizar o comércio do açúcar e livrá-lo − Revolta dos índios de Pacatuba (1827). da tutela da Bahia. − Sublevação de escravos dos engenhos da − Promoveu a mudança da capital da Província. Cotinguiba (1827). + Motivos: − Proximidade da região economicamente mais Província. − 1832: aparecimento do primeiro jornal ® importante, a zona da Cotinguiba: novo centro produtor Recompilador Sergipano. − Em 1835, surge o Noticiador de açúcar. Sergipense: que publica atos do Governo. − A decadência do vale do Vasa-Barris: onde se situa − A primeira biblioteca foi fundada em 1848 em São São Cristóvão. Cristóvão, depois transferida para Aracaju. − a nova capital seria uma cidade portuária, o que − A Ponte do Imperador foi construída no século XIX, facilitava o escoamento do açúcar. para servir de plataforma de desembarque as + Aracaju: Cidade Planejada. margens do rio Sergipe, quando da visita de D. Pedro − o plano urbanístico da cidade foi elaborado por II. Sebastião Pirro e consistia na construção de uma − Em 1870 foi criado o Atheneu Sergipense. cidade traçada em forma de xadrez. − As primeiras manifestações literárias na Província − Em 17 de março de 1855, Dr. Inácio Barbosa surgem a partir de 1830. sancionou a Resolução nº 413 que ficava elevado a − os primeiro literatos sergipanos são poetas e só a categoria de cidade o Povoado Santo Antonio do partir da década de 50 é que a prosa começa a se Aracaju, com a denominação de cidade de Aracaju. desenvolver. + Manifestações Contrárias: − Manifestações por parte da − A produção literária sergipana gira em torno das população de São Cristóvão no intuito de impedir a saída das tradições culturais de seu povo: a história, lendas e repartições públicas e críticas quanto às condições de costumes. habitação, higiene e saúde da população que deveria ali se − A partir da década de 60, o drama, o romance e a estabelecer.− João Bebe Água. A Origem do Nome Aracaju: poesia crescem. Hipóteses: corruptela. (corrupção) − Derivada das palavras − Os intelectuais que se projetaram foram os que da língua tupi: ará (papagaio) e acayu (fruto do cajueiro) ® saíram da Província. “cajueiro dos papagaios”. − Aracaju significaria “lugar dos − Os livros nada falam sobre as culturas de negros e cajueiros” ® cajueiral. − Derivada de ara (tempo, época, índios. estação) e caju (fruto do cajueiro). − Derivada do termo tupi • Tobias Barreto (1839-1889): areaiu. • Partidos Políticos: + o Partido Rapina deixou de − Famoso mestre sergipano da Faculdade de Direito existir. + o Partido Camundongo dividiu-se: − Partido do Recife. Saquarema (Conservador): criado pelo Barão − Criou uma espécie de escola filosófica denominada de Maruim. − Partido Liberal.Terminavam as antigas “Escola do Recife”: introdução no Brasil das mais denominações locais. modernas correntes filosóficas, jurídicas e sociológicas do mundo naqueles tempos. 4. SERGIPE E A CRISE DO IMPÉRIO: Abolicionismo − Sólida influência nos meios universitários da Bahia. e Republicanismo. − o movimento abolicionista tomou força - Introdutor do germanismo na cultura brasileira. em Sergipe a partir de 1880, principalmente na cidade de − Jurista, jornalista, poeta, crítico musical e literário. Laranjeiras (importante centro exportador de açúcar e maior − Livro de Poesia: Dias e Noites. Demais obras: centro urbano de Sergipe). − O enforcamento em praça Estudos Alemães; Monografias em Alemão; Crítica pública do líder negro João Mulungu, no século XIX, Literária; Crítica da Religião; Menores e loucos; responsável pela construção de um quilombo nas matas de Questões vigentes; Estudos de Direito; entre outras. Sergipe, demonstra que a organização dos quilombos foi a • Silvio Romero (1851-1914): principal forma de rebelião de escravos no Brasil. − Jornalista combativo, parlamentar e critico literário: − O Jornal Horizonte era o veículo divulgador de idéias discípulo de Tobias Barreto, fundador da Academia sobre educação popular e implantação do trabalho livre. Brasileira de Letras e primeiro historiador da Literatura − Surgiam reuniões, conferencias e clubes para brasileira. discutir as novas idéias: profissionais liberais oriundos − As primeiras manifestações do Folclore sergipano das camadas médias urbanas. − O Jornal O Laranjeirense: foram assinaladas por Silvio Romero: Cantos e Contos órgão abolicionista e republicano. − Fundação do Clube Populares de Sergipe ® congada e folias de reis. Republicano Federal Laranjeirense: Silvio Romero, − Obras: História da Literatura Brasileira; Etnologia Felisbelo Freire, Baltazar de Góis, Josino Meneses. − Tanto Selvagem; Ensaios de Sociologia; Interpretação conservadores quanto liberais aderiram ao regime e ao filosófica da crítica; entre outras. Partido Republicano a partir de 15 de novembro de 1889. − PERÍODO REPUBLICANO A Proclamação da República transferiu para Aracaju 1. A OLIGARQUIA OLIMPISTA (1900-10): o centro do movimento republicano. − No inicio do século XX, a política sergipana registra − Os republicanos, inexperientes no exercício do dois partidos majoritários: poder, serão sufocados na luta com os velhos políticos + Partido Republicano de Sergipe: cabaús. e com o poder militar. − Felisbelo Freire foi escolhido como + Partido Republicano Sergipense: pebas. primeiro presidente (governador) do Estado. • Olimpio Campos: − tendo conseguido impor-se sobre os velhos políticos 5. A CULTURA NO SÉCULO XIX: como líder dos cabaús, o Monsenhor Olímpio Campos − A população em geral era iletrada, poucos foi presidente do Estado, indicou os seus sucessores no privilegiados sabiam ler e escrever. governo, influiu poderosamente na eleição de − Os filhos da elite continuavam a estudar fora da deputados elegeu-se senador. − Nos municípios também eram eleitas sempre pessoas indignou os oficiais sergipanos, que se sentiram ligadas ao Monsenhor e os empregos públicos eram instrumentos da política vingativa e arbitrária do distribuídos entre os seus correligionários. Presidente da República. − Manteve controladas as classes subalternas através + O Movimento: do esquema de poder e repressão, apoiado pelos − os militares depuseram Graccho Cardoso e tomaram coronéis. as cidades de Aracaju, Carmópolis, Rosário, − Procurou contentar as classes dominantes, Japaratuba, Itaporanga e São Cristóvão. principalmente aos senhores de engenho, com um + Repressão Federal: plano de recuperação da economia açucareira. − Os militares foram violentamente derrotados pelas • Revolta de Fausto Cardoso (1906): + Definição: − Golpe forças militares e pelas tropas formadas pelos para derrubar o governo olimpista. “coronéis” sergipanos. + Motivos: − A longa permanência dos olimpistas no poder. + Conseqüências: − A formação de um grupo mais radical da oposição. − a violenta repressão gerou grande − A criação do Partido Progressista: oposição radical ao descontentamento e dividiu a sociedade sergipana em olimpismo. − causa imediata: a visita, pela primeira vez vencidos e vencedores. depois de − Desgastou o governo de Graccho Cardoso e o eleito, do deputado federal Fausto Cardoso. + O Movimento: tornou cada vez mais submisso ao Governo Federal e − No dia 10.08.1906, um contingente da Polícia Militar aos “coronéis”. tomava o Palácio do Governo e depunha o presidente • Revolta de Augusto Maynard (19.01.1926): Guilherme Campos. + Motivos: − Formou-se um novo governo com membros (camadas − A repressão aos movimentos tenentistas. médias urbanas) do Partido Progressista. − A passagem da Coluna Prestes pelo Nordeste. − O movimento começou em Aracaju, mas espalhou-se + O Movimento: por Maruim, Itabaiana, N. S. das Dores, Laranjeiras, − Fugindo da prisão, o tenente Augusto Maynard Rosário, Itaporanga, Propriá, Divina Pastora, Capela, Gomes, comandou uma operação que a partir do Riachuelo e Japaratuba. controle do 28ºBC, tentou tomar o Quartel de Polícia e + A Intervenção Federal: depor o governo. − Em 28.08.1906, o governo federal enviou uma força + A Repressão: interventora para Sergipe, que depôs os progressistas, − Graccho Cardoso mobilizou as forças legais ao governo: Augusto Maynard foi ferido e os tenentes pediram rendição. retomou todas as sedes municipais e repôs o olimpista 3. A REVOLUÇÃO DE 30 EM SERGIPE: Guilherme Campos na presidência do Estado. − Sergipe não se incorporou dessa vez desde os − Fausto Cardoso foi assassinado durante os embates primeiros momentos à revolução. militares da intervenção. − em 16.10.1930, o manifesto de Juarez Távora e as ® Dois meses depois, os filhos de Fausto Cardoso tropas revolucionárias foram recebidas festivamente na assassinaram Olimpio Campos no Rio de Janeiro. cidade. 2. O GOVERNO GRACCHO CARDOSO (1922-26): − Augusto Maynard foi indicado como Interventor − Fazia parte do grupo político que dominou Sergipe Federal de Sergipe. de 1910 a 1930: o PRC (Partido Republicano 4. O GOVERNO DE SEIXAS DÓREA (1962-1964): Conservador). − Incorporou-se à luta pelas reformas de base do + procurou modernizar a capital e atingiu em certa presidente João Goulart. medida o interior do Estado: − Participou do comício do 13 de maio no Rio, no qual − Saneamento. anunciou a realização da reforma agrária para Sergipe. − Abastecimento de água. ® Essas atitudes provocaram inquietação nos grupos − Urbanização e embelezamento. conservadores. − Construção de estradas, pontes e escolas no ® O golpe militar de 31 de março de 1964, que interior. derrubou João Goulart, também depôs Seixas Dórea. • Revolta de 13 de Julho (1924): − Movimento tenentista em Sergipe que promoveu a 7. BIBLIOGRAFIA: deposição de Graccho Cardoso aderindo à revolta O presente texto é composto por transcrições textuais movida em São Paulo para depor o presidente da de: república Artur Bernardes. 1.AGUIAR, Fernando. Pré-História de Sergipe. Apostila. + Motivos: 2.Apostila Cultura Sergipana para Concursos. Ed. − A crise política vivida pelo Brasil em âmbito nacional. Aspas. − a presença no 28º BC de oficiais implicados na 3.Textos e fotos extraídos do site UFS-PAX-MAX. revolta do Forte de Copacabana (RJ): foco de 4.Textos extraídos do site Infonet-Cidades de Sergipe. propaganda do antibernardismo ® oposição ao 5.Jornal da Cidade, Aracaju, 7-8 nov. 1999. Caderno Governo Federal. Cidades, p.4. − causa imediata: a participação de tropas do 28ºBC 6.DINIZ, Diana M. F. Leal (coordenadora). Textos para na deposição do governo baiano J. J. Seabra, a História de Sergipe. UFS. 1991. 7.Informe UFS, São Cristóvão, n.242, p.4-5,21 out. 1999, Francisco José Alves. Aracaju (SE) http://www.vestibularseriado.com.br/