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e Literatura
Professor
Caderno de Atividades
Pedagógicas de
Aprendizagem
Autorregulada - 03
6º Ano | 3º Bimestre
Habilidades Associadas
1. Identificar os elementos básicos da narrativa de encantamento: tempo, espaço,
personagens, enredo, narrador.
2. Identificar e interpretar a “moral da história”, explorando as relações de causa e
consequência;
3. Identificar a função do substantivo na nomeação de personagens e lugares,
diferenciando próprios de comuns.
2
Caro Tutor,
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 3º Bimestre do Currículo Mínimo de Língua Portuguesa
do 6º Ano do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante
o período de um mês.
A nossa proposta é que você atue como tutor na realização destas atividades
com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as
trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir
no percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você estimular o desenvolvimento
da disciplina e independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional
de nossos alunos no mundo do conhecimento do século XXI.
3
Sumário
Introdução ..........................................................................................................3
Objetivos Gerais ................................................................................................... 5
Materiais de Apoio Pedagógico........................................................................... 5
Orientação Didático-Pedagógica ......................................................................... 7
Aula 1: Era uma vez... ........................................................................................... 8
Aula 2: Na Moral................................................................................................. 14
Aula 3: Em uma Bela Floresta............................................................................. 16
Aula 4: Nas Entrelinhas ...................................................................................... 23
Aula 5: É papo, não é conversa .......................................................................... 27
Aula 6: Direi quem és! ........................................................................................ 34
Avaliação ............................................................................................................ 40
Pesquisa.............................................................................................................. 46
Referências ......................................................................................................... 50
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Objetivos Gerais
Aula
Teleaulas nº Orientações Pedagógicas do CM Reforço Escolar
Referência
05 – EF http://www.conexaoprofessor.rj.g http://www.conexaoprof
Aula 1 44 – EF ov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A essor.rj.gov.br/download
_3.pdf s/cm/cm_74_9_6A_3.pdf
18 – EF
http://www.conexaoprofessor.rj.g http://www.conexaoprof
Aula 2 19 – EF
ov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A essor.rj.gov.br/download
20 – EF _3.pdf s/cm/cm_74_9_6A_3.pdf
41 – EF
Aula 3 18 – EF http://www.conexaoprof
19 – EF http://www.conexaoprofessor.rj.g essor.rj.gov.br/download
5
20 – EF ov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A s/cm/cm_75_9_6A_3.pdf
42 – EF _3.pdf
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_75_9_6A_3.pdf
15 – EF http://www.conexaoprofessor.rj.g
ov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A http://www.conexaoprof
Aula 4 22 – EF
_3.pdf essor.rj.gov.br/download
54 – EF s/cm/cm_75_9_6A_3.pdf
86 – EF
http://www.conexaoprofessor.rj.g http://www.conexaoprof
Aula 5 --- ov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A essor.rj.gov.br/download
_3.pdf s/cm/cm_74_9_6A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.g http://www.conexaoprof
ov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A essor.rj.gov.br/download
_3.pdf s/cm/cm_74_9_6A_3.pdf
Aula 6 ---
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_75_9_6A_3.pdf
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Orientação Didático-Pedagógica
7
Aula 1: Era uma vez...
8
As personagens são os indivíduos que participaram do acontecimento e são
citados pelo narrador. Geralmente, há uma personagem protagonista, que
domina as ações da narrativa.
O narrador é aquele que relata o fato. Pode ser um narrador-observador, que
não participa dos fatos ou um narrador-personagem, que participa dos fatos.
Quando o narrador presencia os fatos de um lugar privilegiado, como um
expectador no camarote de um teatro, os pronomes e os verbos que aparecem
no texto estão em terceira pessoa (singular ou plural); quando ele os vivencia
como as demais personagens, os pronomes e os verbos estão na primeira
pessoa (singular ou plural).
O enredo é o fato que ocorreu e está sendo narrado. Deve apresentar começo,
meio e fim. Geralmente, ele contém alguns elementos importantes, que
auxiliam na sua construção: introdução, que apresenta as informações
referentes ao tempo, ao espaço e às personagens; trama, que apresenta o fato
propriamente dito, com detalhes relevantes para a compreensão da narrativa;
clímax, que é o momento de maior expectativa e costuma conter um mistério a
ser revelado; e desenlace, que é a conclusão da narrativa e a resolução dos
mistérios apresentados em seu decorrer.
O Gato de Botas
Adaptado do Conto de Charles Perrault
Um moleiro, que tinha três filhos, repartindo à hora da morte seus únicos bens,
deu ao primogênito o moinho; ao segundo, o seu burro; ao mais moço, apenas um
gato. Este último ficou muito descontente com a parte que lhe coube da herança, mas
o gato lhe disse:
— Meu querido amo, compra-me um par de botas e um saco e, em breve, te
provarei que sou de mais utilidade que um moinho ou um asno.
Assim, pois, o rapaz converteu todo o dinheiro que possuía num lindo par de
botas e num saco para o seu gatinho. Este calçou as botas e, pondo o saco às costas,
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encaminhou-se para um sítio onde havia uma coelheira. Quando ali chegou, abriu o
saco, meteu-lhe uma porção de farelo miúdo e deitou-se no chão fingindo-se morto.
Excitado pelo cheiro do farelo, o coelho saiu de seu esconderijo e dirigiu-se
para o saco. O gato apanhou-o logo e levou-o ao rei, dizendo-lhe:
— Senhor, o nobre marquês de Carabás mandou que lhe entregasse este
coelho. Guisado com cebolinhas será um prato delicioso. [...]
No dia seguinte, o gatinho apanhou duas perdizes e levou-as ao rei como
presente do marquês de Carabás. O rei ficou tão contente que mandou logo preparar a
sua carruagem e, acompanhado pela princesa, sua filha, dirigiu-se para a casa do nobre
súdito que lhe tinha enviado tão preciosas lembranças.
O gato foi logo ter com o amo:
— Vem já comigo, que te vou indicar um lugar, no rio, onde poderás tomar um
bom banho.
O gato conduziu-o a um ponto por onde devia passar a carruagem real, disse-
lhe que se despisse, que escondesse a roupa debaixo de uma pedra e se lançasse à
água. Acabava o moço de desaparecer no rio quando chegaram o rei e a princesa.
— Socorro! Socorro! — gritou o bichano.
— Que aconteceu? — perguntou o rei.
— Os ladrões roubaram a roupa do nobre marquês de Carabás! — disse o gato.
— Meu amo está dentro da água e sentirá câimbras.
O rei mandou imediatamente uns servos ao palácio; voltaram daí a pouco com
um magnífico vestuário feito para o próprio rei, quando jovem. [...]
O gato estava radiante com o êxito do seu plano; e, correndo à frente da
carruagem, chegou a uns campos e disse aos lavradores:
— O rei está chegando; se não lhes disserem que todos estes campos
pertencem ao marquês de Carabás, faço-os triturar como carne para almôndegas.
De forma que, quando o rei perguntou de quem eram aquelas searas, os
lavradores responderam-lhe:
— Do muito nobre marquês de Carabás.
— Com a breca! — disse o rei ao filho mais novo do moleiro. — Que lindas
propriedades tens tu! [...]
O gato continuava a correr à frente da carruagem; atravessando um espesso
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bosque, chegou à porta de um magnífico palácio, no qual vivia um ogro que era o
verdadeiro dono dos campos semeados. O gatinho bateu à porta e disse ao ogro que a
abriu:
— Meu querido ogro, tenho ouvido por aí umas histórias a teu respeito. Dize-
me lá: é certo que te podes transformar no que quiseres?
— Certíssimo — respondeu o ogro, e transformou-se num leão.
— Isso não vale nada — disse o gatinho. — Qualquer um pode inchar e
aparecer maior do que realmente é. Toda a arte está em se tornar menor. Poderias,
por exemplo, transformar-te em rato?
— É fácil — respondeu o ogro, e transformou-se num rato.
O gatinho deitou-lhe logo as unhas, comeu-o e desceu logo a abrir a porta, pois
naquele momento chegava a carruagem real. E disse:
— Bem vindo seja, senhor, ao palácio do marquês de Carabás.
— Olá! — disse o rei — que formoso palácio tens tu! Peço-te a fineza de ajudar
a princesa a descer da carruagem.
O rapaz, timidamente, ofereceu o braço à princesa e o rei murmurou-lhe ao
ouvido:
— Eu também era assim tímido, nos meus tempos de moço.
Entretanto, o gatinho meteu-se na cozinha e mandou preparar um esplêndido
almoço, pondo na mesa os melhores vinhos que havia na adega; e quando o rei, a
princesa e o amo entraram na sala de jantar e se sentaram à mesa, tudo estava pronto.
Depois do magnífico almoço, o rei voltou-se para o rapaz e disse-lhe:
— Jovem, és tão tímido como eu era nos meus tempos de moço. Mas percebo
que gostas muito da princesa, assim como ela gosta de ti. Por que não a pedes em
casamento?
Então, o moço pediu a mão da princesa, e o casamento foi celebrado com a
maior pompa. O gato assistiu, calçando um novo par de botas com cordões
encarnados e bordados a ouro e preciosos diamantes.
E daí em diante, passaram a viver muito felizes. E se o gato às vezes ainda se
metia a correr atrás dos ratos, era apenas por divertimento; porque absolutamente
não mais precisava de ratos para matar a fome...
11
Disponível em: <http://www.educacional.com.br/projetos/ef1a4/contosdefadas/gatodebotas.html>.
Acesso em: 04 set. 2013.
Atividade Comentada 1
12
3) Muitas vezes, o imaginário e o ficcional são utilizados para retratar situações do
mundo real e para alertar os leitores a seu respeito. Considerando as atitudes
do Gato de Botas no decorrer do Conto, responda:
13
Aula 2: Na Moral
O Leão e o Rato
14
ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio para o
transportarem.
Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu
as cordas que o prendiam.
E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais.
Atividade Comentada 2
1) O Leão se enfurece com o ratinho porque foi acordado de sua sesta. Qual foi a
reação do Leão?
Resposta Comentada: Nesta pergunta, espera-se verificar apenas se o aluno
foi capaz de acompanhar a leitura do texto e se consegue encontrar
informações que nele estão explícitas. O Leão acorda e quer devorar o ratinho
que o incomodava.
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Aula 3: Em uma Bela Floresta...
16
Observe:
Há muito tempo, uma mulher vivia com seu marido e os dois filhos. O marido
era cruel e forçava a esposa a trabalhar desde o alvorecer até o cair da noite,
espancando-a sem motivo e queimando-a com gravetos em brasa.
Finalmente, a mulher não suportou mais. Quando seu marido foi para uma
caçada, ela muniu-se de coragem, juntou os dois filhos e fugiu para as montanhas.
Havia várias aldeias além da colina, onde ela esperava encontrar trabalho para se
sustentar e aos filhos. Ela andou muito com uma filha pequena às costas e o menino
ao seu lado. Acompanhou o rio que na estação seca ficava quase sem água. Quando
parou para descansar, observou um ninho de pássaros numa árvore sem folhas. Pegou
o ninho, pensando que poderia servir de brinquedo para seus filhos e encontrou
dentro dele três ovinhos. Disse aos filhos: - Cuidado para não quebrar os ovinhos.
Prosseguiram a viagem até cair a noite. Ela olhou à sua volta e não achou nada
que servisse de abrigo, ficou com muito medo. Pensou:- O que vou fazer? Como vou
proteger os meus filhos dos animais selvagens da floresta? De repente, uma vozinha
respondeu: - “Vá pelo caminho da direita”. Ela espantou-se, pois a voz vinha de um dos
ovos do ninho.
Realmente, à sua direita, havia um caminho quase escondido entre a mata. Ela
seguiu a trilha e chegou numa grande cabana. Entrou e ninguém respondeu ao seu
chamado. Dentro da cabana, havia vasilhas com leite fresco e muitos frutos maduros.
Ela alimentou as crianças e comeu fartamente. Depois todos adormeceram. Pela
manhã, ela acordou os filhos e retornaram a caminhada pelas montanhas. Quando
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chegaram a um cruzamento na estrada, a mulher parou, indecisa quanto ao caminho a
seguir.
“Escolha o da esquerda”, disse a voz do segundo ovo do ninho. Ela seguiu o
conselho e chegou a uma outra cabana. Lá dentro viu um ogro tão imenso que seu
ronco fazia tudo tremer. Ele tinha pelos vermelhos, dois chifres e uma cauda comprida.
Por toda parte havia tigelas de sangue. Ela não se moveu, com medo que ele acordasse
e a devorasse junto com seus filhos, mas naquele momento, ela ouviu o terceiro ovo
que dizia: “Pegue a pedra branca e redonda, perto da porta, suba no telhado e jogue-a
no monstro. Ela disse:
– A pedra é muito pesada, como posso levantá-la?
– Faça como estou dizendo – disse a voz.
A mulher levou os filhos para cima do telhado, para mantê-los a salvo, e depois
pegou a pedra perto da porta, que para sua surpresa não era tão pesada. Ergueu-a,
subiu no telhado, olhou pela chaminé e preparou-se para jogar a pedra no monstro.
Subitamente, outro ogro entrou na cabana, arrastando os corpos de várias pessoas. A
mulher abafou um grito, e deixou a pedra de lado. Pensou: Não posso matar dois de
uma vez, um certamente vai nos pegar e nos comer!
– Espere até que durmam, então fuja – falou um dos ovos.
Ela ficou quieta, acalmou os filhos, enquanto o ogro cozinhava e comia as pessoas que
trouxera. Por fim os dois ogros, pegaram no sono. Quando começaram a roncar, ela
desceu do telhado com os filhos e fugiu. Começou novamente a caminhada e entrou
por um caminho de mata fechada em que ela mal enxergava. De repente, após uma
curva, ela chegou a uma clareira, onde havia enorme árvore sempre-viva. Ela parou
horrorizada, porque embaixo da árvore, estava um monstro enorme, maior que os dois
ogros, Tinha cabelos grossos, emaranhados, focinho de chacal, chifres enormes e um
longo rabo.
– Uma ogra! – Falou, aterrorizada. Viu que só podia seguir em frente passando
por ela. – O que vou fazer? – pensou.
Os três ovos responderam:
– Pegue o machado que está perto da ogra, suba na árvore e deixe cair na
cabeça dela.
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Ela não tinha alternativa. Subiu na árvore com os filhos e depois pegou o
machado. Tremendo de medo, ela ficou no galho que estava bem em cima da ogra e
deixou o machado cair. A ogra resmungou um pouco zonza. “Rápido”, disseram os
ovos. “Desça daí e use o machado para matá-la antes que ela acorde.”
A mulher desceu da árvore e, quando pegou o machado a ogra começou a abrir
os olhos, mas a mulher correu na sua direção e golpeou-a com o machado. Ela
guinchou, rolou para o lado e morreu. No momento seguinte, o corpo da ogra abriu-se
no meio e de lá saíram centenas de pessoas, além de bichos que a ogra comera. As
pessoas rodearam a mulher e lhe agradeceram.
– Você nos libertou da ogra – disseram. – Ela nos engoliu inteiros e há anos
estamos vivendo na sua barriga. Como sinal de nossa gratidão, queremos que você se
torne nossa rainha.
A mulher contou que não fora ela que os salvara, mas os três ovos que estavam
no ninho e apontou para o ninho. Nesse momento a terra tremeu, os ovos
desapareceram e, em seu lugar, surgiram três belos príncipes. O mais velho, ajoelhou-
se diante da mulher que o libertou e disse:
– Por causa da sua coragem, você nos libertou, eu e meus irmãos, de um feitiço
maligno.
Ele aproveitou e pediu a mão dela em casamento, dizendo que ela estava livre,
porque seu marido havia morrido. Ela aceitou e, perante o povo reunido, a corajosa
mulher, agora rainha, desposou o príncipe. Dali em diante, viveram felizes junto com
as crianças.
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Atividade Comentada 3
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2) Em um Conto de Fadas, assim como no Conto Maravilhoso, é comum
encontrarmos seres mágicos e situações de encantamento.
a) Quais são os seres mágicos encontrados no Conto “Os Três Ovinhos”?
Resposta Comentada: Os seres mágicos apresentados são apenas os
Ogros. Embora se saiba que alguém tem de ter lançado o feitiço maligno,
possivelmente uma bruxa ou um mago malvado, não são citados no Conto
em nenhum momento e, por isso, não devem ser considerados
personagens desta narrativa trabalhada.
“Lá dentro viu um ogro tão imenso que seu ronco fazia tudo tremer. Ele
tinha pelos vermelhos, dois chifres e uma cauda comprida”.
21
c) Quando falamos dos substantivos próprios, vimos que eles individualizam um
ser entre outros tantos do grupo. O ogro do Conto “Os Três Ovinhos” não
recebeu um nome próprio, mas podemos dizer que ele está diferenciado entre
os demais que aparecem no Conto. Por quê?
Resposta Comentada: É importante que os alunos compreendam que é a
presença de adjetivos que, nesse caso, individualiza o ogro deste fragmento
em relação aos demais, já que os outros dois não apresentam caracterização
alguma. Uma provável resposta é a que segue: Porque os adjetivos a ele
atribuídos ajudam a diferenciá-lo do outro ogro que entra na cabana e da
ogra que dorme sob a árvore, os quais não apresentam nenhuma
característica explícita.
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Aula 4: Nas Entrelinhas
Muitas vezes, o que dizemos não quer dizer exatamente o que diria se fosse
dito de outra forma. Parece confuso, não? É confuso, realmente. As línguas, em geral,
e a Língua Portuguesa, especificamente, apresentam uma grande flexibilidade quanto
ao sentido das palavras. Isso acontece porque, à medida que os tempos progridem, as
palavras vão assumindo novos significados a depender, sobretudo, do contexto em
que são utilizadas.
Observe:
Denotação: É um castelo construído na
Isso é um castelo de areia. areia da praia.
Conotação: É algo incerto, que pode ou
não ocorrer.
Compare:
1) “O namorado da minha
2) “Encontrei um belíssimo 3) “Os meus vizinhos
amiga é mesmo um gato.
gato preto na porta de fizeram um gato no poste
Nunca vi homem tão
minha casa”. de energia elétrica”.
bonito”.
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Como se pode ver, é a frase (2) que apresenta o sentido real da palavra gato,
aquele que consta dos dicionários e se refere ao animal doméstico. A frase (1) a utiliza
como sinônimo de bonito, enquanto a frase (3) se refere a uma artimanha utilizada
pelos brasileiros para não pagar contas de luz tão altas.
Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuía alguns cavalos para
ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda. Um dia, seu capataz veio trazer a
notícia de que um dos cavalos havia caído num velho poço abandonado.
O fazendeiro foi rapidamente ao local do acidente e avaliou a situação,
certificando-se de que o animal não se machucara. Porém, pela dificuldade e o alto
custo de retirá-lo do fundo do poço, achou que não valeria a pena investir numa
operação de resgate.
Tomou então a difícil decisão: determinou ao capataz que sacrificasse o animal,
jogando terra no poço até enterrá-lo ali mesmo. E assim foi feito: os empregados,
comandados pelo capataz, começaram a jogar terra para dentro do buraco de forma a
cobrir o cavalo.
Mas, à medida que a terra caía em seu dorso, o animal a sacudia e ela ia se
acumulando no fundo, possibilitando que o cavalo fosse subindo. Logo, os homens
perceberam que o cavalo não se deixava enterrar, mas, ao contrário, estava subindo à
medida que a terra enchia o poço, até que, finalmente, conseguiu sair.
Sabendo do caso, o fazendeiro ficou muito satisfeito e o cavalo viveu ainda
muitos anos servindo ao dono da fazenda.
Moral da História: Se você estiver “lá embaixo”, sentindo-se pouco valorizado e os
outros jogarem sobre você a terra da incompreensão, da falta de oportunidade e de
apoio, lembre-se desse cavalo. Não aceite a terra que cai sobre você. Sacuda-a e suba
sobre ela. Quanto mais terra, mais você vai subindo, subindo, subindo e aprendendo a
sair do poço.
Disponível em: <http://mileumlivros.wordpress.com/2010/07/27/cultura/>. Acesso em: 04 set. 2013.
24
Atividade Comentada 4
a) Poço:
Sentido denotativo – “Um dia, seu capataz veio trazer a notícia de que um
dos cavalos havia caído num velho poço abandonado”.
Sentido conotativo – “Quanto mais terra, mais você vai subindo, subindo,
subindo e aprendendo a sair do poço”.
b) Terra:
Sentido denotativo – “E assim foi feito: os empregados, comandados pelo
capataz, começaram a jogar terra para dentro do buraco de forma a cobrir
o cavalo”.
Sentido conotativo – “Se você estiver ‘lá embaixo’, sentindo-se pouco
valorizado e os outros jogarem sobre você a terra da incompreensão, da
falta de oportunidade e de apoio, lembre-se desse cavalo”.
2) Explique o significado das palavras sublinhadas nas frases abaixo, que foram
retiradas do texto lido:
a) “Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuía alguns cavalos
para ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda”.
Resposta Comentada: É importante que os alunos observem que o verbo
lutar, nesta frase, não é utilizado no sentido de disputa física, mas no
sentido de enfrentar e ser obrigado a lidar com dificuldades financeiras.
Trata-se do sentido conotativo.
25
b) “À medida que a terra caía em seu dorso, o animal a sacudia e ela ia se
acumulando no fundo, possibilitando que o cavalo fosse subindo”.
Resposta Comentada: É importante que os alunos percebam que a palavra
terra está sendo usada no seu sentido real, original, como pó que é
retirado do solo. Trata-se do sentido denotativo.
3) Segundo o texto, o fazendeiro não tinha uma situação econômica muito boa e
estava com dificuldades.
a) Por que o fazendeiro decidiu não salvar um de seus cavalos?
Resposta Comentada: Espera-se que os alunos compreendam o texto e
saibam responder que o fazendeiro decidiu não salvar o cavalo que havia
caído no poço porque traria para ele um custo muito alto.
b) Qual a solução encontrada por ele para resolver o problema do cavalo que
caíra no poço?
Resposta Comentada: O fazendeiro decidiu sacrificar o animal, deixando-o
preso no poço em que caíra e lançando sobre ele grande quantidade de
terra, para que ficasse enterrado ali mesmo.
26
Aula 5: É papo, não é conversa
Como você deve ter percebido, é comum que apareçam nos Contos de Fadas e
nos Contos Maravilhosos diálogos entre as várias personagens envolvidas. E, como há
sempre um misto de magia e de encantamento, certamente os diálogos são os mais
inusitados: seres humanos conversam não só com seres humanos, mas também com
gatos e com ovinhos, além de um rato e um leão conversarem entre si.
Nos textos, os diálogos são marcados através de sinais próprios. Em Língua
Portuguesa, há duas formas de transcrição dos diálogos: o discurso direto e o discurso
indireto. Vamos aprender a diferença entre eles!
O discurso direto confere voz às personagens, reproduzindo fielmente suas
falas e permitindo que alguns traços de sua personalidade sejam destacados no texto.
Verbos como dizer, falar e perguntar servem para introduzir as falas, sendo comum a
presença de travessões (–), dois-pontos (:), aspas (“ ”) e exclamações (!) durante sua
reprodução.
O discurso indireto é a tradução da fala dos personagens nas palavras do
narrador, que reproduz a fala e a reação das personagens, relatando-as em terceira
pessoa. Nesse caso, também costumam aparecer os verbos dizer, falar e perguntar,
mas eles são seguidos por uma oração iniciada pela conjunção integrante que.
Compare:
DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO
– Você nos libertou da ogra – disseram. – Ela
A mulher contou que não fora ela que os
nos engoliu inteiros e há anos estamos
salvara, mas os três ovos que estavam no
vivendo na sua barriga. Como sinal de nossa
ninho e apontou para o ninho.
gratidão, queremos que você se torne nossa
rainha.
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Agora, observe o texto abaixo:
Há muito tempo, num reino distante, viviam um rei, uma rainha e sua filhinha,
a princesa Branca de Neve. Sua pele era branca como a neve, os lábios vermelhos
como o sangue e os cabelos pretos como o ébano.
Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei, sentindo-se muito
sozinho, casou-se novamente.
O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeira cruel, invejosa e
muito vaidosa. Ela possuía um espelho mágico, para o qual perguntava todos os dias:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu?
— És a mais bela de todas as mulheres, minha rainha! — respondia ele.
Branca de Neve crescia e ficava cada vez mais bonita, encantadora e meiga.
Todos gostavam muito dela, exceto a rainha, pois tinha medo que Branca de Neve se
tornasse mais bonita que ela.
Depois que o rei morreu, a rainha obrigava a princesa a vestir-se com trapos e a
trabalhar na limpeza e na arrumação de todo o castelo. Branca de Neve passava os
dias lavando, passando e esfregando, mas não reclamava. Era meiga, educada e amada
por todos.
Um dia, como de costume, a rainha perguntou ao espelho:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu?
— Sim, minha rainha! Branca de Neve é agora a mais bela!
A rainha ficou furiosa, pois queria ser a mais bela para sempre. Imediatamente
mandou chamar seu melhor caçador e ordenou que ele matasse a princesa e trouxesse
seu coração numa caixa.
No dia seguinte, ele convidou a menina para um passeio na floresta, mas não a
matou.
— Princesa, — disse ele — a rainha ordenou que eu a mate, mas não posso
fazer isso. Eu a vi crescer e sempre fui leal a seu pai.
— A rainha?! Mas, por quê? — perguntou a princesa.
28
— Infelizmente não sei, mas não vou obedecer a rainha dessa vez. Fuja,
Princesa, e por favor não volte ao castelo, porque ela é capaz de matá-la!
Branca de Neve correu pela floresta muito assustada, chorando, sem ter para
onde ir.
O caçador matou uma gazela, colocou seu coração numa caixa e levou para a
rainha, que ficou bastante satisfeita, pensando que a enteada estava morta.
Anoiteceu. Branca de Neve vagou pela floresta até encontrar uma cabana. Era
pequena e muito graciosa. Parecia habitada por crianças, pois tudo ali era pequeno.
A casa estava muito desarrumada e suja, mas Branca de Neve lavou a louça, as
roupas e varreu a casa. No andar de cima da casinha encontrou sete caminhas, uma ao
lado da outra. A moça estava tão cansada que juntou as caminhas, deitou-se e dormiu.
Os donos da cabana eram sete anõezinhos que, ao voltarem para casa, se
assustaram ao ver tudo arrumado e limpo. Os sete homenzinhos subiram a escada e
ficaram muito espantados ao encontrar uma linda jovem dormindo em suas camas.
Branca de Neve acordou e contou sua história para os anões, que logo se
afeiçoaram a ela e a convidaram para morar com eles.
O tempo passou... Um dia, a rainha resolveu consultar novamente seu espelho
e descobriu que a princesa continuava viva. Ficou furiosa. Fez uma poção venenosa,
que colocou dentro de uma maçã, e transformou-se numa velhinha maltrapilha.
— Uma mordida nesta maçã fará Branca de Neve dormir para sempre — disse a
bruxa.
No dia seguinte, os anões saíram para trabalhar e Branca de Neve ficou sozinha.
Pouco depois, a velha maltrapilha chegou perto da janela da cozinha. A
princesa ofereceu-lhe um copo d’água e conversou com ela.
— Muito obrigada! — falou a velhinha — coma uma maçã... eu faço questão!
No mesmo instante em que mordeu a maçã, a princesa caiu desmaiada no
chão. Os anões, alertados pelos animais da floresta, chegaram na cabana enquanto a
rainha fugia. Na fuga, ela acabou caindo num abismo e morreu.
Os anõezinhos encontraram Branca de Neve caída, como se estivesse
dormindo. Então colocaram-na num lindo caixão de cristal, em uma clareira e ficaram
vigiando noite e dia, esperando que um dia ela acordasse.
29
Certo dia, chegou até a clareira um príncipe do reino
vizinho e, logo que viu Branca de Neve, se apaixonou por ela. Ele
pediu aos anões que o deixassem levar o corpo da princesa para
seu castelo, e prometeu que velaria por ela.
Os anões concordaram e, quando foram erguer o caixão,
este caiu, fazendo com que o pedaço de maçã que estava alojado
na garganta de Branca de Neve saísse por sua boca, desfazendo o feitiço e acordando a
princesa. Quando a moça viu o príncipe, se apaixonou por ele. Branca de Neve
despediu-se dos sete anões e partiu junto com o príncipe para um castelo distante
onde se casaram e foram felizes para sempre.
Atividade Comentada 5
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2) A descrição de Branca de Neve é feita não só pelo narrador, mas também pelo
espelho e pelos homenzinhos que a descobrem em sua casa. Encontre no texto
e reescreva:
a) Como o narrador a descreve?
Resposta Comentada: O narrador a descreve por meio de suas características
físicas: pele branca como a neve, lábios vermelhos como o sangue e cabelo
preto como o ébano.
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estabelecendo-se verdadeiramente um diálogo completo. O trecho a ser
destacado é:
— Princesa, — disse ele — a rainha ordenou que eu a mate, mas
não posso fazer isso. Eu a vi crescer e sempre fui leal a seu pai.
— A rainha?! Mas, por quê? — perguntou a princesa.
— Infelizmente não sei, mas não vou obedecer a rainha dessa vez.
Fuja, Princesa, e por favor não volte ao castelo, porque ela é capaz
de matá-la!
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4) Certamente você já ouviu outras versões deste Conto de Fadas e pode ter
notado alguma diferença ao final. Como era o final da versão que você
conhecia? No que ela difere desta versão que acabamos de ler?
Resposta Comentada: Espera-se que o aluno tenha conhecimento de outras
versões deste mesmo Conto de Fadas e saiba descrever que, muitas vezes, as
adaptações relatam que Branca de Neve acordou de seu sono profundo após
ter recebido um beijo do príncipe, enquanto a versão lida relata que a
princesa acordou porque, com a queda do caixão, o pedaço de maçã
envenenada, que estava entalado na garganta da Princesa, foi expelido,
desfazendo, então, o feitiço.
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Aula 6: Direi quem és!
Na última aula, vimos que as descrições das personagens podem ser físicas ou
psicológicas. Às vezes, o narrador opta por descrever apenas as características
externas, visíveis a todos. Outras vezes, para dar maior profundidade à personagem e
para torná-la mais real, relata também suas características psicológicas, que só aqueles
que possuem intimidade com ela podem conhecer.
Assim foi com Branca de Neve. No começo do texto, quando ela ainda era
pequena e não se podia dizer muito sobre sua personalidade, o narrador faz uma
descrição meramente física. Quando ela cresce, então ele faz uma descrição de suas
características psicológicas.
Observe:
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS
“Sua pele era branca como a neve, os lábios “Branca de Neve crescia e ficava cada vez
vermelhos como o sangue e os cabelos pretos mais bonita, encantadora e meiga”.
como o ébano”. “Era meiga, educada e amada por todos”.
Era uma vez um homem cuja primeira esposa tinha morrido, e que tinha casado
novamente com uma mulher muito arrogante. Ela tinha duas filhas que se pareciam
em tudo com ela. O homem tinha uma filha de seu primeiro casamento. Era uma moça
meiga e bondosa, muito parecida com a mãe.
A nova esposa mandava a jovem fazer os serviços mais sujos da casa e dormir
no sótão, enquanto as “irmãs” dormiam em quartos com chão encerado.
Quando o serviço da casa estava terminado, a pobre moça sentava-se junto à
lareira, e sua roupa ficava suja de cinzas. Por esse motivo, as malvadas irmãs
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zombavam dela. Embora Cinderela tivesse que vestir roupas velhas, era ainda cem
vezes mais bonita que as irmãs, com seus vestidos esplêndidos.
O rei mandou organizar um baile para que seu filho escolhesse uma jovem para
se casar, e mandou convites para todas as pessoas importantes do reino. As duas irmãs
ficaram contentes e só pensavam na festa. Cinderela ajudava. Ela até lhes deu os
melhores conselhos que podia e se ofereceu para arrumá-las para o evento. As irmãs
zombavam de Cinderela, e diziam que ela nunca poderia ir ao baile.
Finalmente o grande dia chegou. A pobre Cinderela viu a madrasta e as irmãs
saírem numa carruagem em direção ao palácio, em seguida sentou-se perto da lareira
e começou a chorar. Apareceu diante dela uma fada, que disse ser sua fada madrinha,
e ao ver Cinderela chorando, perguntou: “Você gostaria de ir ao baile, não é?”
“Sim”, suspirou Cinderela.
“Bem, eu posso fazer com que você vá ao baile”, disse a fada madrinha.
Ela deu umas instruções esquisitas à moça: “Vá ao jardim e traga-me uma
abóbora.” Cinderela trouxe e a fada madrinha esvaziou a abóbora até ficar só a casca.
Tocou-a com a varinha mágica e a abóbora se transformou numa linda carruagem
dourada!
Em seguida a fada madrinha transformou seis camundongos em cavalos lindos,
tocando-os com sua varinha mágica. Escolheu também um rato que tivesse o bigode
mais fino para ser o cocheiro mais bonito do mundo. Então ela disse a Cinderela, “Olhe
atrás do regador. Você encontrará seis lagartos ali. Traga-os aqui”.
Cinderela nem bem acabou de trazê-los e a fada madrinha transformou-os em
lacaios. Eles subiram atrás da carruagem, com seus uniformes de gala, e ficaram ali
como se nunca tivessem feito outra coisa na vida.
Quanto a Cinderela, bastou um toque da varinha mágica para transformar os
farrapos que usava num vestido de ouro e prata, bordado com pedras preciosas.
Finalmente, a fada madrinha lhe deu um par de sapatinhos de cristal.
Toda arrumada, Cinderela entrou na carruagem. A fada madrinha avisou que
deveria estar de volta à meia-noite, pois o encanto terminaria ao bater do último
toque da meia-noite.
O filho do rei pensou que Cinderela fosse uma princesa desconhecida e
apressou-se a ir dar-lhe as boas vindas. Ajudou-a a descer da carruagem e levou-a ao
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salão de baile. Todos pararam e ficaram admirando aquela moça que acabara de
chegar. O príncipe estava encantado e dançou todas as músicas com Cinderela. Ela
estava tão absorvida com ele, que se esqueceu completamente do aviso da fada
madrinha. Então, o relógio do palácio começou a bater doze horas. A moça se lembrou
do aviso da fada e, num salto, pôs-se de pé e correu para o jardim. O príncipe foi atrás,
mas não conseguiu alcançá-la. No entanto, na pressa, ela deixou cair um dos seus
elegantes sapatinhos de cristal.
Cinderela chegou em casa exausta, sem carruagem ou os lacaios e vestindo sua
roupa velha e rasgada. Nada tinha restado do seu esplendor, a não ser o outro
sapatinho de Cristal. Mais tarde, quando as irmãs chegaram em casa, Cinderela
perguntou-lhes se tinham se divertido. As irmãs, que não tinham percebido que a
princesa desconhecida era Cinderela, contaram tudo sobre a festa, e como o príncipe
pegara o sapatinho que tinha caído e passou o resto da noite olhando fixamente para
ele, definitivamente apaixonado pela linda desconhecida.
As irmãs tinham contado a verdade, pois alguns dias depois o filho do rei
anunciou publicamente que se casaria com a moça em cujo pé o sapatinho servisse
perfeitamente. Embora todas as princesas, duquesas e todo resto das damas da corte
tivessem experimentado o sapatinho, ele não serviu em nenhuma delas.
Um mensageiro chegou à casa de Cinderela trazendo o sapatinho. Ele deveria
calçá-lo em todas as moças da casa. As duas tentaram de todas as formas calçá-lo, em
vão.
Então, Cinderela sorriu e disse, “Eu gostaria de experimentar o sapatinho para
ver se me serve!”
As irmãs riram e caçoaram dela, mas o mensageiro tinha recebido ordens para
deixar todas as moças do reino experimentarem o sapatinho. Então, fez Cinderela
sentar-se e, para surpresa de todos, o sapatinho serviu-lhe perfeitamente! As duas
irmãs ficaram espantadas, mas ainda mais espantadas ficaram quando Cinderela tirou
o outro sapatinho de cristal do bolso e o calçou no outro pé.
Nesse momento, surgiu a fada madrinha, que tocou a roupa de Cinderela com a
varinha mágica. Imediatamente os farrapos se transformaram num vestido ainda mais
bonito do que aquele que havia usado antes.
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A madrasta e suas filhas reconheceram a linda “princesa” do baile, e caíram de
joelhos implorando seu perdão, por todo sofrimento que lhe tinham causado.
Cinderela abraçou-as e disse que lhes perdoava de todo o coração. Em seguida, no seu
vestido esplêndido, ela foi levada à presença do príncipe, que aguardava ansioso sua
amada. Alguns dias mais tarde, casaram-se e viveram felizes para sempre.
Atividade Comentada 6
1) O narrador descreve Cinderela tanto por suas características físicas quanto por
suas características psicológicas. Encontre no texto e reescreva:
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Resposta Comentada: Resposta pessoal. Espera-se que o aluno compreenda
que não era relevante ressaltar as características físicas das personagens,
porque sua intenção era ressaltar o quão diferentes de Cinderela eram a
Madrasta e as irmãs, além de mostrar que elas eram muito malvadas.
3) Como a nova esposa tratava Cinderela? O que ela precisava fazer em casa?
Resposta Comentada: É importante que os alunos depreendam do texto a
informação de que a Madrasta tratava Cinderela muito mal, mandando-a
fazer os serviços mais sujos de casa e dormir no sótão, enquanto as irmãs
dormiam em quartos com chão encerado e nada faziam em casa.
4) Quando Cinderela terminou de arrumar suas irmãs, que foram ao Baile junto à
sua Madrasta, começou a chorar.
a) Por que Cinderela chorava?
Resposta Comentada: O aluno deve perceber que Cinderela chorava porque
gostaria de ir ao baile, mas não tinha as roupas apropriadas para uma festa
tão chique e importante para o Reino.
b) Nesse momento, Cinderela recebe uma visita inusitada. Que visita era essa? O
que ela veio fazer?
Resposta Comentada: Cinderela recebe a visita de sua Fada Madrinha, que
veio ajudá-la a arrumar-se para o Baile.
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7) Na correria para ir embora do Baile, o que Cinderela deixou para trás?
Resposta Comentada: Cinderela deixou para trás seu sapatinho. É importante
que o aluno perceba que o sapatinho de cristal foi a única coisa que não foi
obtida por Magia, mas foi um presente dado pela Fada Madrinha à Cinderela.
Por isso, ele não se desfez após o término do encanto.
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Avaliação
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“É para melhor te comer!”
Assim que pronunciou estas últimas palavras, o lobo saltou fora da cama e
devorou a coitada da Chapeuzinho Vermelho.
Saciado o seu apetite, o lobo deitou-se de costas na cama, adormeceu e
começou a roncar muito alto. Um caçador que por acaso ia passando junto à casa
pensou: “Como essa velha está roncando alto! Melhor ir ver se há algum problema.”
Entrou na casa e, ao chegar junto à cama, percebeu que havia um lobo deitado nela.
“Finalmente te encontrei, seu velhaco”, disse. “Faz muito tempo que ando à sua
procura.”
Sacou sua espingarda e já estava fazendo pontaria quando atinou que o lobo
devia ter comido a avó e que, assim, ele ainda poderia salvá-la. Em vez de atirar,
pegou uma tesoura e começou a abrir a barriga do lobo adormecido. Depois de
algumas tesouradas, avistou um gorro vermelho. Mais algumas, e a menina pulou
fora, gritando: “Ah, eu estava tão apavorada! Como estava escuro na barriga do lobo”.
Contos de Fadas: Perrault, Grimm, Andersen & outros. p. 145-152.
CHAPEUZINHO VERMELHO
Charles Perrault.
O lobo puxou a lingueta e a porta se abriu. Jogou-se sobre a boa mulher e a
devorou num piscar de olhos, pois fazia três dias que não comia. Depois fechou a
porta e foi se deitar na cama da avó, à espera de Chapeuzinho Vermelho, que pouco
tempo depois bateu à porta. Toc, toc, toc.
“Quem está aí?”
Ouvindo a voz grossa do lobo, Chapeuzinho Vermelho primeiro teve medo,
mas, pensando que a avó estava gripada, respondeu:
“É sua neta, Chapeuzinho Vermelho. Estou trazendo um bolinho e um potinho de
manteiga que minha mãe mandou”.
O lobo gritou de volta, adoçando um pouco a voz: “Puxe a lingueta e o ferrolho
se abrirá”. Chapeuzinho Vermelho puxou a lingueta e a porta se abriu. O lobo, vendo-
a entrar, disse-lhe, escondendo-se na cama debaixo das cobertas: “Ponha o bolo e o
potinho de manteiga em cima da arca, e venha se deitar comigo”. Chapeuzinho
Vermelho tirou a roupa e foi se enfiar na cama, onde ficou muito espantada ao ver a
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figura da avó na camisola.
Disse a ela:
“Minha avó, que braços grandes você tem!”
“É para abraçar você melhor, minha neta.”
“Minha avó, que pernas grandes você tem!”
“É para correr melhor, minha filha.”
“Minha avó, que orelhas grandes você tem!”
“É para escutar melhor, minha filha.”
“Minha avó, que olhos grandes você tem!”
“É para enxergar você melhor, minha filha.”
“Minha avó, que dentes grandes você tem!”
“É para comer você.”
E, dizendo estas palavras, o lobo malvado se jogou em cima de Chapeuzinho
Vermelho e a comeu.
Contos de Fadas: Perrault, Grimm, Andersen & outros, p. 77-82.
1) Como você pode perceber, foram apresentadas duas versoes para o Conto de
Fadas “Chapeuzinho Vermelho”. Qual a diferença entre a versão de Charles
Perrault e a dos Irmãos Grimm?
Resposta Comentada: É importante que os alunos observem que é o final das
duas versões que as diferencia. Na versão dos Irmãos Grimm, Chapeuzinho
Vermelho e a Avó são salvas do Lobo Mau pelo caçador; na versão de Charles
Perrault, o Lobo Mau come a duas e não há caçador nenhum que as salve.
2) Quando falamos sobre a presença de diálogos nos Contos de Fadas, vimos que
há várias formas de eles serem demarcados.
a) Como os diálogos estão indicados no Conto de Fadas escrito pelos Irmãos
Grimm? E como são indicados no Conto escrito por Charles Perrault?
Resposta Comentada: Espera-se que os alunos, relembrando as explicações
dadas nas aulas, saibam reconhecer que os diálogos, em ambas as versões,
são demarcados pela presença das aspas (“ ”) no começo da fala de cada
personagem.
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b) Os diálogos estão em discurso direto ou em discurso indireto? Justifique sua
resposta e exemplifique
Resposta Comentada: O aluno deve reconhecer, relembrando as explicações
dadas nas aulas, que os diálogos estão todos em discurso direto, tanto na
versão de Charles Perrault quanto na dos Irmãos Grimm. Isso assim se
caracteriza porque é dada voz às próprias personagens, sendo as falas
transcritas na primeira pessoa do singular: “Finalmente te encontrei, seu
velhaco!”; “Eu estava tão apavorada”; “Estou trazendo um bolinho e um
potinho de manteiga que minha mãe mandou”.
A Mentira da Raposa
A raposa estava faminta e procurava desesperadamente por comida. De repente, viu
uma bonita galinha em cima de uma cerca: “Que bom! Já tenho o que comer hoje!”,
pensou. Aproximou-se dela vagarosamente e lhe disse:
– Que coincidência, galinha! Estava procurando por você para dar-lhe uma boa notícia.
– Boa notícia vinda de você? Duvido. Mas, se é tão boa assim, pode dizer.
– Estive pensando que devemos ser boas amigas. Desça daí e nos abraçaremos como
sinal de nossa amizade.
A galinha não acreditou no que estava ouvindo. Uma raposa não podia ser amiga de
uma galinha. Mas, ainda assim, falou:
– Você não sabe como eu fico feliz. Espere um pouco, amiga raposa, desço já.
Mas a galinha não desceu e fixou o olhar num ponto distante.
– O que você está olhando agora? Desce de uma vez, criatura!
– Já vou – disse a galinha. – Espere um pouco. Ei, acho que um cachorro bem grande
está se aproximando. Tenho ceretza de que também quer ser nosso amigo.
– Você disse cachorro? Bem, é melhor deixar isso para outro dia; lembrei-me de que
tenho algo urgente para fazer. Em breve nos veremos!
E saiu correndo morta de medo. A galinha desatou a rir, pois conseguiu enganar a
astuta raposa.
365 Fábulas para todos os dias do ano. São Paulo: Caramelo, 1996. p. 122.
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a) A raposa diz à galinha que deviam ser boas amigas. Ela realmente queria ser
amiga da galinha?
Resposta Comentada: É importante que o aluno perceba que a raposa não
queria ser amiga da galinha, mas que usou dessa estratégia para fazê-la
descer da cerca e se tornar uma presa mais fácil para o seu almoço.
b) Quais eram as reais intenções da raposa para com a galinha? Por que a raposa
mentiu a respeito de querer ser amiga da galinha?
Resposta Comentada: A raposa mentiu para a galinha porque queria comê-la
no almoço e assim imaginou que pudesse fazê-la descer da cerca.
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4) No texto “A Mentira da Raposa”, há uma palavra que foi empregada no sentido
conotativo. Releia o texto para responder às questões abaixo:
a) Identifique e reescreva o trecho em que a palavra aparece.
Resposta Comentada: Espera-se que o aluno consiga reconhecer o sentido
conotativo que há em “E saiu correndo morta de medo”.
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Pesquisa
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apresentados de forma completamente diferente: Chapeuzinho Vermelho, na
realidade, trabalha como entregadora de doces na firma da avó. A vovozinha, quando
não está fazendo doces, tem uma postura completamente hardcore e é praticante de
esportes radicais, como snowboard e esqui. O Lobo Mau é um repórter investigativo
que não mede esforços para conseguir uma informação. O Lenhador, na verdade, é um
ator fazendo uma espécie de laboratório para interpretar um lenhador em um
comercial.
* Discuta com o seu grupo, pesquise em livros e na internet, e tentem descobrir alguns
Contos de Fadas que apresentam variadas versões de apresentação. Depois,
demonstre qual é o ponto em que as versões diferem.
(Atenção: Desenvolva esta atividade em uma folha separada!)
Comentário: As possibilidades são inúmeras. As histórias mais clássicas e conhecidas,
como a da Branca de Neve e da Cinderela, já tiveram diferentes versões contadas em
gêneros como história em quadrinhos, contos e filmes.
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Disponível em: < http://centraldastiras.blogspot.com.br/search/label/Turma%20da%20M%C3%B4nica>.
Acesso em: 07 set. 2013.
a)
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b)
49
Referências
[2] BORGES, Maria Luiza X. de A. Contos de Fadas: Perrault, Grimm, Andersen e outros.
Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
[6] SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 Lições com mais de 1700 Exercícios.
São Paulo: Ática, 1984.
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Equipe de Elaboração
COORDENADORES DO PROJETO
PROFESSORES ELABORADORES
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