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Ontologias e o mundo jurídico

Perspectivas, dificuldades e soluções


Perspectivas


Decisões judiciais ou administrativas;

Redação de contratos (smart contracts);

Assistência aos advogados;

Assistência aos jurisdicionados;

Aplicações pedagógicas e de aprendizado.

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Dificuldades
Dificuldades


Lidar com exceções (monotonicidade);

Domínio inconsistente, contraditório e instável;

Porosidade da linguagem e vagueza dos conceitos;

Princípios e regras;

Semelhança estrutural X Estrutura livre

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Raciocínio monotônico e exceções
Raciocínio monotônico


Definição: Se Γ |— φ, então (Γ ∪ Γ’ |— Γ’ |— φ).

Note que, devido ao princípio da explosão, a
definição permanece correta mesmo que Γ’
contenha uma contradição em relação a Γ.

O raciocínio monotônico não é interessante para
lidar com exceções.

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O caso da capacidade civil, um exemplo


O direito brasileiro atribui três tipos diferentes de
capacidade civil às pessoas físicas: plena
capacidade, capacidade relativa e incapacidade
absoluta.

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Absolutamente incapazes


Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil os menores de
16 (dezesseis) anos.

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Relativamente incapazes


Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos
ou à maneira de os exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito
anos

II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;

III - aqueles que, por causa transitória ou
permanente, não puderem exprimir sua vontade;

IV - os pródigos.
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Plenamente capazes e maioridade


Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa
fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos
completos tenha economia própria.
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Alguns exemplos


Um indivíduo de 14 anos;

Um indivíduo de 17 anos com renda própria e
estabelecimento comercial;

Um alcoólatra de 30 anos;

Um rapaz de quinze anos, casado e alcoólatra;

Uma moça de 15 anos emancipada e pródiga;

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Semelhança estrutural
Semelhança estrutural


Structural resemblance is a relation between
source units and KB-units;

Source unit = the smallest identifiable unit of the
source from which a norm can be extracted.

KB unit = a conditional or a biconditional (ou um
concept definition/general concept inclusion no
caso de uma DL). (PRAKKEN, , p. 35)

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Semelhança estrutural


The structure of legislation exhibits some notable
features restricting the application of standard logic. A
first is that within astatute exceptions to a rule are
often not induded in the rule's formulation, but are
expressed somewhere else. (PRAKKEN, 1997 , p. 33)

In AI separate formalization of rules and exceptions is
also independently of the aim of structural
resemblance to the source often advocated as the best
way of representing exceptions, again for reasons of
validation and maintenance. (PRAKKEN, 1997 , p. 34)
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Princípios e regras
Princípios e regras


Princípios como mandado de otimização e regras
como normas que só podem ser cumpridas ou não;

“Princípio da celeridade processual”;

“Princípio da legalidade”;

“Princípio da autonomia da vontade”;

Falta de clareza quando há colisão entre princípios
e regras.

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Vagueza das palavras
Conceitos jurídicos mal-definidos


“Boa-fé”;

“Periculum in mora”;

“Fumus boni iuris”;

“Casos fortuitos”;

“Casos de força maior”;

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Caso da Crocs

Sapato impermeável? Sandália de borracha?

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Caso da Crocs


A classificação tributária impactaria no montante a ser pago de Imposto Sobre
Produtos Industrializados (IPI) pela empresa. No caso dos Crocs, contudo,
como ambas as classificações possuem alíquota de 0% a diferença restou na
cobrança da diferença dos valores de direitos antidumping.

O processo administrativo conta com um segundo detalhe curioso: a
companhia que produz os calçados alegava que foi orientada por um auditor
fiscal a alterar a classificação fiscal das mercadorias que traz para o país. Um
ano após a mudança a empresa teria sido multada e cobrada a recolher o
direito antidumping supostamente não pago anteriormente.

O tema foi julgado pelo CARF, que deu decisão favorável à companhia. O
colegiado entendeu que os calçados devem ser considerados como sandália de
borracha, pois embora o material dos Crocs não permita a passagem de água,
só pode ser considerado impermeável o calçado que for coberto até a altura do
tornozelo.
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Contradições e inconsistências no domínio
Algumas contradições (FREITAS, et al, 2011)


“Art. 96. Os veículos classificam-se [...] quanto à tração: a)
automotor; b) elétrico; c) de propulsão humana; d) de tração
animal”;

Disso segue-se que os veículos automotores não estão incluídos
no conjunto dos veículos elétricos;

Definição de automotor no Anexo I do CTB: “todo veículo a
motor de propulsão que circule por seus próprios meios [...]. O
termo compreende os veículos conectados a uma linha elétrica
e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).

Verifica-se uma inconsistência, já que um carro elétrico possui
um motor de propulsão e circula por seus próprios meios.
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Algumas contradições (Código Civil de 2002)


Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde
a concepção, os direitos do nascituro.

Se a personalidade civil da pessoa começa do
nascimento com vida, como pode o nascituro (que
ainda está em gestação) ter direitos?

23
Algumas contradições (Código Civil de 2002)


Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as
decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes,
salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.

Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as
decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei
ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou
fraude.

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá
o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.

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Algumas contradições (Código Civil de 2002)

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Instabilidade do domínio


“Uma canetada do legislador destrói bibliotecas
inteiras”;

A manutenção da base de conhecimento é uma
tarefa de difícil execução, já que todos os dias são
editadas novas portarias, circulares, leis
ordinárias, leis especiais etc..

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Soluções e possibilidades de implementação
Diminuição de expectativas


Ao invés de focar em substituir a jurisdição estatal
(máquina ao invés de juiz), trabalhar com instâncias
administrativas;

Menos vaidade do juiz;

Subconjuntos mais restritos, simples e “tractable” da
legislação;

Demandas em massa de casos repetitivos (multas do
DETRAN, p. ex.);

Automatização é inevitável.
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Assistência aos advogados e cidadãos


Saindo das instâncias jurisdicionais, ontologias podem ser
ferramentas úteis no dia-a-dia dos advogados;

Ontologias e Web Semântica podem ajudar na marcação de
decisões judiciais, facilitando o processo de busca de
jurisprudência;

O conhecimento jurídico é vasto e a organização do corpus
legislativo é, em geral, estruturado de maneira não-óptima
(Stranieri and Zeleznikow, 2005)

A representação de problemas jurídicos simples e recorrentes,
exposta de maneira intuitiva, pode ajudar a população leiga a
ter um maior acesso à justiça;
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Lógica não-monotônica


Uma lógica é não-monotônica se Γ |— ϕ, então não
necessariamente Γ ∪ Γ’ |— ψ |— ϕ;

As exceções são parte essencial do domínio
jurídico;

Defeasibility é um conceito caro aos juristas e à
teoria da argumentação (PRAKKEN, 2004) (HAGE,
2003);

Lex specialis derogat generalis;
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Referências

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Absolutamente incapazes


FREITAS, Fred. CANDEIAS JR, Zacharias. STUCKENSCHMIDT, Heiner. Towards Checkin Laws’ Consistency through
Ontology Design: The Case of Brazilian Vehicle Laws. Journal of Theoretical and Applied Electronic Commerce
Research, v. 6, 2011.


PRAKKEN, Henry. Logical Tools for Modeling Legal Reasoning. Dordrecht: Springer, 1997.


PRAKKEN, Henry and SARTOR, Giovanni. The Three Faces of Defeasibility in the Law. Ratio Juris, v. 17, pp. 118-139,
2004.


HAGE, J. A theory of legal reasoning and a logic to match. Artificial Intelligence and Law. v. 4, p. 199, 1996.


HAGE, J. Law and Defeasibility. Artificial Intelligence and Law. v. 11, p. 221, 2003.


STRANIERI, A. and ZELEZNIKOW, J.. Knowledge Discovery from Legal Databases, Springer Law and Philosophy Library,
v. 69, 2005.

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