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PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTIFICA:

“Um projeto cultural e um cartaz: gênero e endereçamento analisados a partir de conceitos de


Bakhtin”

Candidata: Inti Anny Queiroz

Orientadora: Professora Doutora Sheila Vieira de Camargo Grillo

Contexto Sócio Histórico

Desde o início dos anos 70, mas principalmente nos anos 80, com o final da ditadura e a democratização
do Estado, o Brasil iniciou uma nova fase de desenvolvimento social e econômico, com a necessidade
de desenvolvimento regional e ampliação de interesses do estado para as necessidades do povo. Sem
dúvida, uma das principais vertentes que impulsionava esse novo Brasil, mostrou-se a partir das
diversas entidades sem fins lucrativos, conhecidas como ONGs, que surgiram e se multiplicaram
rapidamente por todo país. O aparecimento de milhares de instituições por todo país, gerou uma nova
necessidade de investimentos, para que assim, as instituições que realizavam trabalhos sociais em
comunidades periféricas pudessem desenvolver projetos nas mais diversas áreas (TURINO, 2009). O
novo setor econômico, o chamado Terceiro Setor, é responsável pelo desenvolvimento de ações sociais
baseadas principalmente no recebimento de investimentos para projetos inovadores, muitos deles
vinculados à cultura. A rápida expansão do Terceiro Setor trouxe ao Estado a necessidade de organizar a
distribuição de investimentos.

Inspirado por programas desenvolvidos em outros países, José Sarney, criou em 1972 um projeto de lei,
aprovado apenas em 1986 como a lei federal 7.505/86, que visava o incentivo de “conceder benefícios
fiscais, na área do Imposto de Renda, a toda operação de caráter cultural ou artístico.” A Lei Sarney
previa além do beneficio a instituições sem fins lucrativos, também o incentivo a empresas produtoras
de fins cultural e com fins lucrativos e para proponentes pessoas física. O caráter democrático da lei
instituída possibilitou a qualquer brasileiro nato desenvolver alguma forma de arte, apoiado com
recursos financeiros geridos pelo estado.

É importante lembrar que durante o período da ditadura militar, entre os anos de 1964 e 1975,
principalmente no período de vigência do cerco do AI-5 de 1968 a 1972, a cultura brasileira foi reduzida
e censurada pelo governo. “Logo após o golpe, os militares desencadearam forte repressão aos setores
da produção cultural que mantinham algum tipo de vinculo com os movimentos populares politicamente
organizados como era o caso dos Centros Populares de Cultura, criados pela UNE. Com o AI-5
passaram a censurar e reprimir todo tipo de atividade cultural. ” (FRANCO, 1997)
De acordo com Franco, a intenção da ditadura era “calar a voz a voz da sociedade (...) desejava
estabelecer um verdadeiro ‘vazio cultural’, criando um estado de indiferença das massas”. A dissolução
da ditadura foi promovida com apoio de muitos artistas. A cultura brasileira clamava por uma nova
motivação para que artistas espalhados por todo país pudessem retornar a produzir cultura de alguma
maneira. O início de uma nova política cultural era uma necessidade básica no país.

A Lei Sarney foi substituída em 1991 pela Lei 8.313/91 , conhecida como Lei Rouanet ou Lei de
incentivo federal á cultura. Desde então muito aconteceu na esfera cultural brasileira. Anualmente
centenas de projetos culturais são inscritos em mecanismos de leis de incentivo à cultura nos quatro
cantos do país. A política cultural no Brasil, bem como o incentivo a novas possibilidades de
viabilização da produção cultural, tem sido assunto de grande importância na construção social
brasileira. De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Cultura em 2008, calcula-se que mais
de quinze mil novos projetos culturais candidatam-se ao certificado oferecido pelas leis de incentivo à
cultura vigentes no país anualmente. Os dados informam que os investimentos, apenas no mecanismo
da lei Rouanet, evoluiram de 111 milhões de reais em 1996 para 685 milhões em 2006. A pesquisa
demonstrou que a cultura é responsável por 14% em média dos gastos das famílias brasileiras, perdendo
apenas para necessidades básicas como alimentação e moradia.

Aliado a esse panorama federal, temos os mecanismos das esferas governamentais menores, como as
leis de incentivo á cultura estaduais e municipais. A cidade de Vitória (ES) foi pioneira na criação de
uma lei de incentivo cultural em âmbitos municipais, seguida meses depois pela criação da lei municipal
na cidade de São Paulo. Logo depois, no ano de 1992, o estado do Rio de Janeiro criou a primeira lei
estadual de incentivo a cultura estadual. Até 2003, dezessete estados do Brasil contavam com lei de
incentivo de âmbitos estaduais e municipais (OLIVIERI & NATALE, 2003), hoje, de acordo com dados
do Ministério da Cultura, estima-se que vinte e quatro estados brasileiros já dispõe de algum tipo de
mecanismo estadual de incentivo fiscal á cultura. Os números totais relativos aos municípios ainda é
desconhecido, mas estima-se que todas as capitais estaduais já dispõe para a população, algum tipo de
lei de incentivo à cultura.

Apenas no ano de 1996, o estado de São Paulo regulamentou a lei estadual de incentivo a cultura, a lei
8.819/94), também conhecida como LINC (Lei de Incentivo à Cultura) . Porém no ano de 1999, a lei foi
“engavetada” e nenhuma ação cultural pode utilizar seus benefícios. Até que em 2006, após muitas
manifestações e pedidos de diversas entidades ligadas a cultura, a regulamentação de uma nova lei
estadual de incentivo a cultura aconteceu. O programa de incentivo a cultura do estado de São Paulo, o
PAC (Programa de Ação Cultural), regulamentada pela lei 12.268/2006, foi chamada a partir do ano de
2007 de PROAC. A nova lei paulista trouxe um caráter inovador às leis de incentivo à cultura em todo
país trazendo a informatização digital para a inscrição de projetos, proporcionando uma maior
democratização de acesso de informações, com os trâmites via internet.
Essa nova vertente econômica social de incentivo á cultura, além de gerar dezenas de novos postos de
trabalho e implementar a cultura no Brasil com investimentos, que hoje superam a ordem de 12 bilhões
de reais ao ano, trouxe também a necessidade de uma nova linguagem específica para o novo setor
econômico que surgia. Cursos livres, cursos de graduação e de pós graduação, surgiram nos últimos 10
anos em todo país refletindo uma nova vertente social e econômica em torno da economia cultural
proporcionada pela multiplicação das leis de incentivo á cultura. Consequentemente surgiram novas
publicações buscando orientar e facilitar a criação destes projetos. Por este motivo achamos
imprescindível uma pesquisa que buscasse entender a composição textual destes projetos culturais,
como estes dialogam com a sociedade e com o público alvo a que se destinam.

Bibliografia

FRANCO, R. Censura e modernização cultural a época da ditadura. São Paulo: Perspectivas, 1997

OLIVIEIRI, C. & NATALE, M. Guia brasileiro de produção cultural. São Paulo: Editora Zé do
Livro, 2003.
TURINO, C. Ponto de Cultura: o Brasil de baixo para cima. São Paulo: Ed. Anita Garibaldi,
2009.

Outras fontes:

Ministério da Cultura

www.cultura.gov.br

Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo (Lei do ICMS)

http://www.cultura.sp.gov.br/StaticFiles/SEC/proac/LEGISLACAO%20marco%2010.pdf

Lei Sarney

http://www.sinprorp.org.br/Memorias/memoria86-88-18.htm

Sobre a história das leis de incentivo no Brasil

http://www.marketing-e-cultura.com.br/website/pratica/prat001-b.php?cod_artigo=17

http://www.culturaemercado.com.br/noticias/estado-de-sao-paulo-nao-tem-lei-de-incentivo-cultural/

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