Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
sistêmico e com foco nas instituições e nas pessoas que atuam nas escolas
fornecendo análises abrangentes das dimensões, estruturas, objetivos, relações,
atividades, compromissos, responsabilidades sociais das diferentes instâncias e
equipamentos públicos da educação estadual. (RIO GRANDE DO SUL. DEC. EST.
Nº 48.744/2011. Art. 2º).
DELINEAMENTO TEÓRICO
A avaliação é uma das etapas do ciclo das políticas 1. Nas últimas décadas é tema
recorrente na análise de políticas públicas. Na educação as avalições estão relacionadas a
verificação da qualidade de ensino e a utilização dos resultados como insumo para a
realização do planejamento com vistas a melhoria da qualidade. Todavia, os diversos modelos
de avaliação da educação existentes no Brasil caracterizam-se por ser avaliações diagnósticas,
de larga escala em que, de modo geral, o indicador de aferição é o resultado do desempenho
de alunos, sem maiores consequências quanto ao uso desses resultados ou com consequências
nem sempre favoráveis a melhoria da qualidade do ensino ofertado.
Bonamino e Souza (2012) identificam três gerações de avaliações da educação em
larga escala do Brasil que embora se sucedendo, coexistem no âmbito das redes de ensino.
De acordo com as autoras a primeira geração enfatiza a avaliação diagnóstica sem atribuição
de consequências diretas, servem apenas para acompanhar a evolução da qualidade da
educação; A segunda geração contempla a divulgação dos resultados e a devolução para as
1
Abordagem formulada por Ball e colaboradores, (1992).
escolas sem atribuição de consequências. Na terceira geração, as avaliações atribuem
consequências de responsabilização e podem conter sanções ou recompensas em razão dos
resultados obtidos pelos alunos.
Estas tipologias de avaliação não contemplam outros elementos que interferem na
qualidade do ensino como apontado por Belloni (1999). Para a autora, a avaliação
institucional é complexa e envolve diversos elementos e atributos de diferentes concepções
ideológicas. A autora entende por avaliação institucional "o processo sistemático de busca de
subsídios para melhoria e aperfeiçoamento da qualidade da instituição” (1999, p 40) Para esta
autora isso objetiva o autoconhecimento e a tomada de decisão e possibilita melhorar e
aperfeiçoar as políticas.
Elementos como condições de infraestruturas das instituições, remuneração dos
profissionais da educação e formação inicial e continuada desses profissionais não se
constituem como indicadores da maior parte das avaliações institucionais no Brasil.
Silva e Machado ressaltam que as avaliações de larga escala
[..] são avaliações baseadas em provas que avaliam competências e habilidades dos
estudantes, muitas vezes sem levar em conta outros atributos necessários para
conhecer a realidade das condições de oferta educacional. [...]. Pouco se discute
acerca de diagnósticos com o objetivo de monitorar ações e politicas visando o
aperfeiçoamento das práticas e de subsidio ao planejamento. (SILVA E MACHADO,
2015, p.2).
Belloni (1999) reforça ainda que a avaliação institucional pode tornar-se instrumento
para o aprimoramento da gestão pedagógica e administrativa, tanto das escolas quanto dos
sistemas educacionais ao identificar fatores que interferem no cumprimento das funções
institucionais (p.38).
A autora afirma que:
2
De acordo com informações do Caderno 3, As pontuações retratarão as cinco (5) seguintes e diferentes
gradações:
Valor 5 – Pontuação que indica, por meio do Descritor, a situação excelente na existência objetiva do indicador.
Valor 4 – Pontuação que indica, por meio do Descritor, a situação muito boa na existência objetiva do indicador.
Valor 3 – Pontuação que indica, por meio do Descritor, a situação boa na existência objetiva do indicador.
Valor 2 – Pontuação que indica, por meio do Descritor, a situação precária na existência objetiva do indicador.
Valor 1 – Pontuação que indica, por meio do Descritor, a situação crítica na existência objetiva do indicador.
NSA (Não se aplica) – Situação em que não existe possibilidade de avaliar, por não se aplicar à CRE.
Nesta
Gráfico 1 – Gráficos Consolidados da Dimensão 5: Formação dos Profissionais da Educação - Instrumento
da CRE – 2012, 2013 e 2014
Fonte: SEAP/RS - dados de 2012, 2013 e 2014.
A dimensão 5 possui dois indicadores que deveriam ser respondidos pelas trinta CREs,
totalizando 60 respostas possíveis (N). Em 2012 foram 58 respostas, em 2013 59 e em 2014
60 respostas. Os dados apontam que a média da pontuação desta dimensão aumentou de modo
pouco significativo passando de 3,26 no ano de 2012 para 3,72 no ano de 2014. A densidade
de pontuações mais altas, considerada situação muito boa ou excelente melhorou
significativamente de 2012 para 2013/2014. Em 2012 o somatório das pontuações 4 e 5
atingiu 39,7% das CREs, enquanto em 2013 atingiu 52,6% e, em 2014, atingiu 65%. Se for
levada em conta também a pontuação correspondente a situação boa a diferença é ainda mais
significativa a densidade das pontuações entre 2012 (77,6%), 2013 (88,2) e 2014(90%). É
possível afirmar que no conjunto das Coordenadorias a oferta de formação continuada em
2013 e 2014 foi considerando muito boa pelos profissionais que atuam nas CREs, refletindo
uma melhora importante se comparada a 2012.
Este indicador foi respondido, pelas 30 CREs apenas no último ano da avaliação em
2014. Nos anos de 2012 e 2013, respectivamente, 28 CREs e 29 CREs pontuaram na
avaliação. Entretanto, em 2012 e 2013 mesmo as CREs que escolheram a pontuação 0 (Não se
Aplica) justificativas essa escolha.
Pode-se observar que a média da pontuação sobe de 3,07 em 2012 para 3,4 em 2014.
O aumento da média se deve ao aumento das pontuações que designam situação excelente ou
muito boa, a soma das pontuações 4 e 5. Em 2012 o resultado da adição dessas pontuações foi
de 28,5%, em 2013 aumenta para 37,9% e em 2014 chega a 43,6%. A que se considerar que as
pontuações 3 e 4 que significam, respectivamente, a situação precária e boa, se somadas
constituem uma apropriada fatia das respostas. Em 2012 representavam 67,8% das respostas,
em 2014 diminuem para 53,3%, mesmo com essa redução apresentam um quadro de que mais
de 50% das Coordenadorias avaliam que a sua participação em encontros de qualificação
existe, mas não envolve todos os servidores, ou ainda envolve apenas alguns. A pontuação 1,
que representa situação crítica, só aparece no ano de 2012 com um percentual baixo.
O conteúdo das justificativas desse indicador, nos três anos analisados, exprime que
existe a oferta de encontros de qualificação para os assessores e servidores das
coordenadorias, contudo foram apresentados nas justificativas alguns limitadores e algumas
sugestões para qualificar esse processo de formação.
Nem todos os setores das CREs participaram dos encontros de qualificação
A socialização entre os setores, pelos motivos como a falta de tempo, de divulgação e
excesso de demandas dos assessores, muitas vezes não ocorriam, ou ocorriam de
forma não organizada e não sistematizada
As formações, geralmente, tinham foco em algumas áreas (pedagógico) em detrimento
de outras (Recursos humanos e administrativo)
Algumas sugestões foram apontas pelas próprias CREs em suas justificativas a este
indicador e todas elas focaram no processo de qualificação do momento da socialização: a
organização, através de metodologias específicas, do processo de socialização, a elaboração
de relatórios, a qualificação da comunicação interna e a organização de reuniões micro e
macro para a troca de informações entre todos.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Analisando os dois indicadores estudados, suas pontuações e o conteúdo de suas
justificativas nos três anos, as similaridades podem ser percebidas, em ambos houve processo
ascendente nas pontuações no período avaliado. Em suas justificativas aparecem elementos
que se repetem como a dificuldade na socialização das informações e o foco em formações
pedagógicas, em detrimento a formações específicas. Este segundo elemento apresentado
deixa uma questão posta e que merecerá maior análise em estudo futuros: quais são as
concepções de formação continuada dos assessores e servidores da CRE?
A avaliação das coordenadorias do seu processo de formação continuada e das escolas
de sua jurisdição, por si só, já é um elemento qualificador das práticas existentes e fornece
elementos para planejamento futuro dos processos formativos, a continuidade desse processo
sem dúvida permitiria imprimir um novo modo de pensar a política de formação continuada
na rede estadual do Rio Grande do Sul, a sua ruptura reforçará mais uma vez a prática de
descontinuidade das/dessas políticas educacionais.
REFERÊNCIAS
BELLOLI, Isaura. Avaliação Institucional: um instrumento de democratização da educação.
Linhas Críticas, v.5, n.9 jul a dez de 1999.
BONANINO, Alícia. Souza, Sandra Zákia. Três gerações de avaliação da educação básica no
Brasil: interfaces com o currículo da/na escola. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 2,
p. 373-388, abr./jun. 2012
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.) Pesquisa Social: teoria, método e criatividade.
Petrópolis: Vozes, 2001
SILVA, Maria Beatriz Gomes. MACHADO, Maria Goreti Farias. Sistema Estadual de
Avaliação Participativa no Rio Grande do Sul: diagnóstico das coordenadorias regionais de
educação em 2013. Políticas Educativas, v. 9, n. 1, p. 103-120, Santa Maria, 2016.