Вы находитесь на странице: 1из 3

28/08/2017 Parecer N.

º 39/PP/2009-G - Ordem dos Advogados

O site da Ordem dos Advogados utiliza Cookies para melhorar a sua experiência de navegação e para fins estatísticos.
Ao visitar-nos está a consentir a sua utilização. Saiba mais (/ cha-tecnica-e-termos-legais/politica-de-cookies/) 

Homepage (/) Advogados (/advogados/) Pareceres da Ordem (/advogados/pareceres-da-ordem/) Conselho Geral (/advogados/pareceres-da-ordem/conselho-geral/)
2010 (/advogados/pareceres-da-ordem/conselho-geral/2010/) Parecer N.º 39/PP/2009-G

Parecer N.º 39/PP/2009-G


8 DE JANEIRO, 2010

Questão:

“Somos uma empresa de outsourcing de serviços há 13 anos no mercado. Há 10 anos atrás compramos o espaço onde actualmente trabalhamos e
numa visão digamos “à Marquês de Pombal” investimos em mais espaço físico do que aquele que realmente necessitávamos na altura, procurando
assim salvaguardar uma possível necessidade de mais espaço que pudesse resultar do nosso crescimento. No entanto, em dez anos as novas
tecnologias trouxeram muitas alterações, entre o scanner que ajuda a manter toda a informação num pequeno disco em vez de montes de pastas de
arquivo, desde os computadores portáteis, a Internet móvel, etc.

O facto é que nos sobra espaço que não necessitamos, pelo que estamos a considerar rentabilizá-lo de alguma forma.

Sabemos que um espaço para um escritório de advogados exige exclusividade de actividade, mas a nossa pergunta é a seguinte:

Seria legal um advogado usar um dos nossos gabinetes e à porta fechada manter reuniões com os seus possíveis clientes? Quando digo “reuniões”
suponho que seja o mesmo que “consultas”.

É que estando há 10 anos em ... (margem sul) temos sido testemunhas do seu enorme crescimento e grande potencial e verificamos não existirem
advogados aqui na zona.

A ideia que tínhamos era que um advogado com escritórios em ... ou ..., viesse durante um dia por semana aqui ao nosso espaço e “alugasse” (ao dia,
ou à hora) um dos gabinetes para receber os seus clientes desta zona.

Ou seja, o seu trabalho, os seus arquivos, o seu computador, a sua documentação estaria no seu escritório de advogados em ... ou ...l, aqui seria
apenas um espaço que utilizaria para se reunir com os clientes desta zona.

Esta possibilidade é viável? Seria legal do ponto de vista do vosso código?”

Resposta:

As transformações do nosso mundo real, na sua enorme voragem, estão a colocar galopante e cada vez mais, questões relativas aos profissionais
liberais na fronteira cinzenta da sua esfera organizacional, e daí avultarem solicitações como a presente, sempre no sentido de se abrirem ou não os
muros daqueles princípios regulamentares, e onde subjaz sempre uma situação factual aparentemente lícita e até vulgar, mas na verdade, a sua
inserção concreta potencia conflitos, atentos os termos e condições de exercício conflituantes e daí valer a pena chamar-se aqui à colação os últimos
pareceres do C.G.(1) sobre os termos de efectivo exercício da advocacia, e assim demarcar-se a fronteira do que cabe ao advogado e bem ainda até
onde se poderão estender, na prática, essas condições de inserção - sejam em sociedades, actividades ou em conjunto com outros profissionais de
competência igualmente reservada – em escritórios ou outros locais análogos onde são exercidas concomitantemente essas distintas actividades , e
normalmente até com vestes preponderantes sobre as funções exclusivas da esfera da advocacia.

Protestados deverão estar sempre os princípios de independência e autonomia de exercício da advocacia nesse eventual relacionamento com as
demais actividades - independentemente desse exercício da actividade se processar em regime de subordinação no respeito pelo consignado no
artigo 68 do EOA - e assim dever considerarem-se presentes o que dispõem também os arts. 76.º e 77.º do EOA, e ainda o 6.º/2 da L.O.F.T.J.

Ora, indo directo à pertinente questão, não se podendo esquecer ser esta emanada da uma sociedade definida como de “outsourcing”(2), dir-se-á
contundir fortemente com os princípios que regem o exercício da advocacia a questão colocada nos precisos termos em que o vem formulada, até
por ser incompatível com os princípios deontológicos emanados nas normas do E.O.A. e a cuja vinculação está o mesmo sujeito.

De resto poderá essa aventada sintonia na utilização de espaço de sua propriedade, determinar associação e ou publicitação de angariação de
clientela à margem “…da própria dignidade da profissão que não se coaduna com a insídia utilizada, inerente à publicidade, para persuadir o público
que alguém é melhor do que os outros.. “in dr. Luís Araújo Rego, contraditando pois os princípios teleológicos da deontologia profissional a que
está obrigado, naturalmente perigarão tais inequívocos princípios, e subverter-se-á o decoro da profissão nos termos publicitados à contrário do
disposto no E.O.A., promovendo iniquamente clientela por forma censurável, não sendo despiciendo referir a restrição consignada no artigo 68º do

https://portal.oa.pt/advogados/pareceres-da-ordem/conselho-geral/2010/parecer-n%C2%BA-39pp2009-g/ 1/3
28/08/2017 Parecer N.º 39/PP/2009-G - Ordem dos Advogados

EOA de que qualquer prestação nesses termos, o será sempre e para a sua entidade patronal e não para terceiros, e ser o princípio da independência
um pilar deontológico fundamental com severas implicações no edifício judiciário a ponto de merecer especial publicitação no artigos 84º do
Estatuto da Ordem dos Advogados: …

Artigo 84.º
Independência
O advogado, no exercício da profissão, mantém sempre em quaisquer circunstâncias a sua independência, devendo agir livre de qualquer pressão, especialmente a
que resulte dos seus próprios interesses ou de influências exteriores, abstendo-se de negligenciar a deontologia profissional no intuito de agradar ao seu cliente, aos
colegas, ao tribunal ou a terceiros.

E do também regulamentado no

Artigo 85.º
Deveres para com a comunidade
1 – O advogado está obrigado a defender os direitos, liberdades e garantias, a pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo
aperfeiçoamento da cultura e instituições jurídicas.
2 - Em especial, constituem deveres do advogado para com a comunidade:
a) Não advogar contra o Direito, não usar de meios ou expedientes ilegais, nem promover diligências reconhecidamente dilatórias, inúteis ou prejudiciais para a
correcta aplicação de lei ou descoberta da verdade;
b) Recusar os patrocínios que considere injustos;
c) Verificar a identidade do cliente e dos representantes do cliente, assim como os poderes de representação conferidos a estes últimos;
d) Recusar a prestação de serviços quando suspeitar seriamente que a operação ou actuação jurídica em causa visa a obtenção de resultados ilícitos e que o
interessado não pretende abster-se de tal operação;
e) Recusar-se a receber e movimentar fundos que não correspondam estritamente a uma questão que lhe tenha sido confiada;
f) Colaborar no acesso ao direito;
g) Não se servir do mandato para prosseguir objectivos que não sejam profissionais;
h) Não solicitar clientes, por si ou por interposta pessoa.

Artigo 86.º
Deveres para com a Ordem dos Advogados
Constituem deveres do advogado para com a Ordem dos Advogados:
a) Não prejudicar os fins e prestígio da Ordem dos Advogados e da advocacia;
b) …
c) …
d) …
e) …
f) …
g) Comunicar, no prazo de 30 dias, qualquer mudança de escritório;
h) Manter um domicilio profissional dotado de uma estrutura que assegure o cumprimento dos seus deveres deontológicos, nos termos de regulamento a aprovar pelo
Conselho Geral:
i) Promover a sua própria formação, com recurso a acções de formação permanente, cumprindo com as determinações e procedimentos resultantes da
regulamentação a aprovar pelo Conselho Geral.

Não pode pois assim concordar-se afirmativamente e em face dos determinativos do EOA á questão colocada pela Consulente.

Conclusões:
1.º Não é lícito ao advogado celebrar com empresas de outsourcing qualquer contrato que o associe e o confunda com estas, sobretudo se o seu desempenho vai
ocorrer no mesmo espaço onde tais sociedades têm a sua actividade normal.

2.º Tal associação conflituará sempre com os deveres a que o advogado está sujeito em termos estatutários, mormente porque perigará a sua independência,
autonomia, dignidade e isenção perante o público, e atento o facto de só aos profissionais do foro estar cometida a prática dos actos próprios da advocacia.

S.m.o. , é este o nosso parecer:


À próxima reunião do Conselho Geral.
Lisboa, 7 de Dezembro de 2009
O Vogal do Conselho Geral
Costa Amorim

Notas: (1) Pareceres dos Processos n.º 29/PP/2009-G e do n.º 34/PP/2009-G em que foi Relator o Dr. João Loff Barreto.

(2) In http://pt.wikipedia.org/wiki/Outsourcing: “em inglês, "out" significa "fora" e "source" ou "sourcing" significa fonte) designa a acção que existe por parte de uma
organização em obter mão-de-obra de fora da empresa, ou seja, mão-de-obra terciarizada. Está fortemente ligado à ideia de sub - contratação de serviços”.

Relator: Costa Amorim

O QUE É A ORDEM? CONTACTOS

https://portal.oa.pt/advogados/pareceres-da-ordem/conselho-geral/2010/parecer-n%C2%BA-39pp2009-g/ 2/3
28/08/2017 Parecer N.º 39/PP/2009-G - Ordem dos Advogados

Saiba mais Saiba mais

(/cidadaos/o-que-e-a-ordem/) (/contactos/conselho-geral/)


PESQUISA DE ADVOGADOS

(/advogados/pesquisa-de-advogados/)


ACESSO AO DIREITO

(/ordem/comissoes-e-institutos/trienios-anteriores/instituto-do-acesso-ao-direito/trienio-2014-2016/documentacao/manuais-de-utilizador/)


BENEFÍCIOS
(/advogados/bene cios-dos-advogados/)


SUPORTE

(/suporte/)


BIBLIOTECA

(https://www.oa.pt/CD/default.aspx?sidc=58102)

https://portal.oa.pt/advogados/pareceres-da-ordem/conselho-geral/2010/parecer-n%C2%BA-39pp2009-g/ 3/3

Вам также может понравиться