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POESIA E ICONOGRAFIA
nos epinícios de Baquílides. Acresce ainda que – e ia a dizer acima de tudo – -aristotélico (Pseudo-Aristotle. Epitaphs for the Heroes. Pepli Epitaphia.
faz falta ao contexto literário português e vem preencher uma lacuna que nele Introduction, text, and commentary. Berlin, LogosVerlag, 2015).
existe. É que vem contribuir, de forma segura e clara, para o surpreendente
ressurgir de um poeta, ao longo de tantos séculos esquecido – Baquílides.
POESIA E ICONOGRAFIA
Mito, desporto e imagem
nos epinícios de Baquílides
SUMÁRIO
Adentrar-se em Baquílides 13
Observações preliminares 19
c) Atenas 150
d) Os tiranos da Magna Grécia 156
4. Últimas composições do poeta: o regresso à pátria 162
5. Um poeta exilado? 167
6. Testemunhos sobre a data de morte 171
BIBLIOGRAFIA 457
ÍNDICES
Índice de Nomes e Autores 481
Índice de Termos Gregos 529
Índice de Ilustrações 531
ADENTRAR-SE EM BAQUÍLIDES
semelhante leitura não seja impossível – e, em alguns casos, sequer pouco provável
– o mais seguro continua a ser o caminho da complementaridade, o da partilha
de um mesmo contexto e de um mesmo conjunto de finalidades encomiásticas.
Falamos em finalidades pois, como em seguida julgamos ter demonstrado,
era propósito dos próprios atletas criar, muitas vezes ainda em vida, uma autoas-
similação ao paradigma de um herói. Por isso os vemos, a esses atletas-heróis,
representados em moedas por sua própria ordem cunhadas à imagem plástica de
Héracles, e sobretudo ele. E por isso também nos fez sentido concluir, antes de
partir para a análise dos epinícios de Baquílides, que a lógica do paradigma mítico
que subjaz a um epinício, mais do que mostra da arte do seu cultor, era afinal a
resposta poética a uma verdadeira exigência estética do tempo e do patronato.
Com estes propósitos nos lançámos à análise do texto de Baquílides, sobre-
tudo o dos epinícios 1, 3, 5, 9, 11 e 13 da maioria das edições, pois que são esses
os que, com mais ou menos lacunas (no global poucas) atualizam uma narrativa
mítica desenvolvida e complexa com intuito paradigmático. Porque o cerne do
nosso estudo não é linguístico, abstivemo-nos de discussões puramente filológi-
cas, surgindo estas apenas e quando diferentes conjeturas ou correções ao texto
do papiro tivessem implicações diretas no assunto que pretendíamos estudar – o
tratamento poético (literário e plástico) do mito. No texto conservado, pela aná-
lise da sua expressividade, dos valores dos seus epítetos e demais expressões, ten-
támos contudo recuperar essa linguagem de sabor plástico, sem esquecer o con-
texto e as exigências (por vezes nada poéticas ou românticas) do género cultivado.
Em duas grandes seções dividimos o estudo dos mitos atualizados nos epiní-
cios: esses que celebram as equipas equestres patrocinadas por Hierão de Siracusa
(odes 3 e 5), e esses outros que comemoram vitórias de atletas de distintas zonas
geográficas do mundo grego, que desde cedo nos pareceram mais apostados num
encómio coletivo da cidade do que do atleta ou do seu patrono em particular
(odes 1, 9, 11 e 13). Depois da necessária contextualização dos poemas em estudo
(circunstâncias de encomenda, produção e apresentação, na medida em que a tal
conhecimento é possível aceder), a análise centra-se em três vetores: o tratamento
do episódio mítico pelo poeta e a análise dos seus antecedentes e contemporâneos
– não necessariamente dos seus modelos – literários e iconográficos. Com efeito,
o método da busca de fontes, entendidas como atualizações literárias ou plásticas
que tenham exercido, sobre o passo em estudo, uma autoridade modelar cons-
ciente da parte do artista que as recebe, é por nós recusado – à imagem da maior
parte das abordagens sérias das últimas décadas.
POESIA E ICONOGRAFIA
nos epinícios de Baquílides. Acresce ainda que – e ia a dizer acima de tudo – -aristotélico (Pseudo-Aristotle. Epitaphs for the Heroes. Pepli Epitaphia.
faz falta ao contexto literário português e vem preencher uma lacuna que nele Introduction, text, and commentary. Berlin, LogosVerlag, 2015).
existe. É que vem contribuir, de forma segura e clara, para o surpreendente
ressurgir de um poeta, ao longo de tantos séculos esquecido – Baquílides.