Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
FERNANDES
Gilcilene de Oliveira Damasceno Barão
UERJ/UNICAMP
gildb@superig.com.br
1
Título de um ensaio escrito por Florestan que tem como objetivo refletir sobre o legado de um fragmento de
geração que ousou enfrentar o imposto pelo golpe militar de 1964. (Florestan, SB, 1980: 216)
2
Um depoimento importante sobre este renascer das cinzas pode ser encontrado no seu livro Apontamentos
sobre a “Teoria do Autoritarismo” no prefácio escrito por Heloisa Fernandes (1979): “ em 1969, você
[Florestan] foi premiado por sua dedicação: aposentadoria compulsória. Sei quanto isto foi duro. Mas você
que saíra grande da Universidade agiganta-se ainda mais. Sua obra posterior foi crescendo, foram se
quebrando as amarras da Academia. O espaço do socialista da apresentação e do cientista do texto se adensou.
Hoje socialista e cientista estão fundidos em um só texto. As rachaduras que afligiam foram sendo
preenchidas. Você se superou. Você está vivo não só para a Universidade, mas para a sociedade, para a
revolução social” (1979:xiv)
1
obrigatório para todos que têm compromisso teórico e prático com a superação da
dramática realidade econômica, política, social e cultural da realidade brasileira,
incluindo-se aí certamente os educadores que têm como estratégia educacional a
construção de uma pedagogia socialista.
Florestan a partir das armas que dispunha3, ou seja, seu trabalho intelectual,
instituiu com seus ensaios um duplo combate: por um lado, explicitava o projeto de
dominação e de dupla exploração (interna e externa) que o pólo capital da luta de classes
impunha na transformação capitalista dependente e, de outro, se opunha às teses de setores
da esquerda, que abrindo mão do referencial marxista, operavam a substituição da
temática da revolução pela temática da disputa de hegemonia, e se materializavam pelo
3
De acordo com relato, em uma entrevista, Florestan afirma que foi convidado para ingressar na luta armada.
Segundo ele “ de 1964 a 1969 assumi um papel ainda mais ativo. Já havia a Junta Militar, e eu ainda estava
lutando. Percorri todo o Brasil, fiz conferências, cheguei a fazer quatro conferências em um dia em Porto
Alegre. Houve uma tentativa de me arrastarem para a guerrilha. Enquanto um dos grupos se constituía, me foi
oferecida a sua chefia. Aí eu disse: ‘olha, devido à minha visão marxista da luta de classes eu não posso
aceitar fazer parte da guerrilha (...) Essas pessoas me procuraram por duas vezes na Faculdade de Filosofia.
Formavam um grupo novo, que se aglutinava em termos radicais. Recusei dizendo que, como marxista, eu
não podia aceitar, porque se a guerrilha não existisse, a ditadura precisaria criá-la para aprofundar a repressão
e a contra-revolução. Não havia condições para uma ruptura no plano político, suficientemente profunda, para
que a guerrilha pudesse ser o detonador de uma rebelião das classes trabalhadoras e das massas populares.
Então, eu disse: ‘Não, eu não entro nessa.’ Eu respeito muito os companheiros que morreram na guerrilha,
porque deram demonstração de valor e altruísmo, sacrificaram a própria vida. Acho que a guerrilha tem
chance quando está associada a um movimento de inquietação, de revolta, e nós não tínhamos aquilo. No
final de 1968, a ditadura tinha de fazer comigo o que ela fez, porque assim como fui implacável na luta eles
tinham de ser implacáveis na repressão” ( Florestan, 1991: 8)
2
silencio em relação à luta de classes e pela ênfase na discussão sobre a sociedade civil
versus Estado e/ou no conceito de cidadania.
Silva (2003), em sua dissertação defendida em 1995, ao analisar um grupo de
intelectuais da USP4, que participaram do seminário d´ O Capital e no qual estudaram a
produção de Marx (1958/1964), evidenciou dois nortes teóricos distintos nas pesquisas
deles5 . O primeiro norte encontra-se na produção dos anos 1960, com a preocupação
central de pesquisar os “caminhos do desenvolvimento econômico (...) a discussão sobre a
viabilidade ou não do capitalismo no país” (Silva, op.cit:33) e o segundo norte encontra-se
nas produções dos anos 70, onde ênfase recai na problemática da “democracia e a
sociedade civil como maneira de contraposição não ao Estado fascista, mas sim ao Estado
burocrático e autoritário” (Silva, op.cit:56). Sobre a mudança de eixo teórico afirma Silva
(op.cit: 189)
“ a postura de intelectuais públicos desse grupo teve papel importante no
sentido da configuração de uma nova intelectualidade enquanto ‘sujeito
político’, voltada basicamente para os espinhosos temas institucionais. Antes de
tudo, seria necessário apresentar os grandes temas e revisões temáticas, tais
como sociedade civil em contraposição ao Estado paternalista, distribuição de
renda ao invés de antiimperialismo, democracia no lugar de revolução. Os
antigos ‘mitos da esquerda’ deveriam ser enterrados, tais como nacionalismo
econômico, dependência e estagnação, exclusão social como potencialmente
revolucionária, estado fascista “
4
Quanto à afirmação polemica, mas tomada como a verdade única, que o marxismo na universidade no
Brasil inicia-se com o grupo do seminário d´ O capital, Coutinho afirma que “ falando dos anos 60 (...) o
ISEB tem um peso decisivo na formação de nós que não estudamos na USP, porque acho que quem estudou
na USP teve outra formação (...) como acho importante lembrar que nenhum de nós, que vivíamos fora de São
Paulo, tivemos a menor idéia de que aqui se fazia um seminário sobre O Capital. Acho que os participantes
deste seminário valorizam excessivamente o que fizeram. Eu, na Bahia, e Leandro Konder, no Rio, já líamos
não só Marx, mas também Gramsci, Luckás, Benjamim” (Garcia et al, 2001:123). José Paulo Netto também,
em sala de aula, fez comentários similares. Penso que este embate pode ser um excelente norte para futuras
pesquisas sobre marxismo e universidade no Brasil.
5
As obras dos seguintes intelectuais foram analisadas por Silva (op.cit:14): Fernando Henrique Cardoso,
Francisco Correa Weffort, Octavio Ianni, Paul Singer e José Arthur Giannotti. Ao longo de seu trabalho ele
diferencia a produção teórica da obra de Ianni dos deslocamentos teóricos assimilados pelos demais
intelectuais.
3
Institucional nº 5 (AI-5) imposto pelo governo militar em 1968. Florestan foi convidado e
não aceitou fazer parte da CEBRAP, porque a instituição contava com financiamento
privado externo(Ford, BID). Percebe-se nesta atitude de Florestan uma intensa coerência
entre suas descobertas intelectuais e sua posição política, especialmente porque já no seu
trabalho Integração do negro na sociedade de classes (1964) ele encontrou elementos
para iniciar a sua compreensão do significado da dominação burguesa no Brasil. Anos
depois no livro A Revolução Burguesa no Brasil (1975) Florestan é explícito ao relacionar
a forma como o imperialismo entra por estas instituições privadas para harmonizar e
fortalecer a sua dupla articulação da dominação burguesa (associação orgânica entre a
burguesia interna e a burguesia externa).
Em carta a Freitag, datada de 22.4.70, a partir de seu “exílio” de Toronto, Florestan
apresenta a seguinte reflexão
“o homem é limitado por sua condição humana. Não vou mais longe que os
outros e talvez tenha certas limitações incuráveis, que nascem de cicatrizes do
passado. São as cicatrizes que me tornam um tanto relutante para aproveitar as
vantagens que minha posição me proporciona (como o caso da dotação
oferecida pela Fundação Volkswagen, com a qual vou fazer o mesmo que já fiz
com as ofertas análogas da Fundação Ford), e que percebo me levam a agir de
forma irracional. Um paradoxo. Tentar ser ‘racional’ por vias irracionais. O que
fala, porém, é o meu passado, tão vivo em minha consciência crítica, de criança
que começou a enfrentar a vida em toda a plenitude com pouco mais de seis
anos. Mas, se não me livro do meu passado, não posso ser mais que uma
aberração no mundo em que vivemos, no qual as criaturas se ‘valorizam’ através
do mercado (como diria o circunspecto Max Weber) e trocam o hoje pelo
amanhã e o amanhã pelo depois da manhã” (Freitag, 1996: 148).
Embora haja interpretações, como as de Garcia (2002: 22) que avalia a recusa de
Florestan em aceitar as oportunidades oferecidas pelo financiamento externo como um
puro absurdo. Afirmo que estamos diante de um autor com grandiosa coerência entre suas
posições teóricas e suas opções profissionais/pessoais, algo raro nos dias atuais. Portanto,
insisto, que esta atitude não tende a ser um absurdo ou simples conflito entre gerações
como fica subentendido em Veras (1997), mas uma atitude que marca uma posição
política em total conformação com a opção teórica deste intelectual.
Observando o conteúdo da carta, a despeito das reflexões conterem angústias
pessoais, chama a atenção a justificativa que Florestan apresenta para explicar porque
recusou o financiamento externo: primeiro traz à tona o passado, na recuperação dos
4
laços de classe que mantém com o menino ‘Vicente’ trabalhador. Segundo, destaca no
presente um homem que recusa aceitar o mercado como o espaço de auto-valorização,
porque não é natural e irreversível que a valorização do homem passe pelo mercado e
que tenha que adaptar e viver de penhorar o futuro em nome do imediatismo e
utilitarista do agora.
5
II) A Revolução em Florestan Fernandes: debates e configurações
No tópico anterior pudemos demonstrar que a temática da Revolução Burguesa foi para
Florestan uma explicação para o golpe civil-militar de 1964, e também, a recapturação da
teoria sobre revolução e a luta de classe. Entretanto esta obra não deve ser dissociada da sua
perspectiva teórica anterior, pois esta contém vínculos profundos com as descobertas
teóricas e empíricas de suas produções, especialmente com o projeto de pesquisa
desenvolvido no CESIT e a pesquisa realizada com Roger Bastide (1951) que resultou,
mais tarde, na tese “ Integração do negro na sociedade de classes” (1964), e que permitiu
ao autor tornar-se professor titular da cadeira de sociologia I.
Hoje fica difícil conceber o impacto teórico que causou a publicação do livro A
Revolução Burguesa no Brasil na academia e no meio dos militantes de esquerda. Em
entrevista a autora de Netto (2006), na época militante do PCB, a alternativa socialista
presente no final do livro, em plena ditadura, foi como um alento para os que
consideravam o socialismo como estratégica teórica e política. Para Del Roio (2000:108)
este livro foi a “ última grande tentativa de reflexão teórico-político sobre o tema da
revolução no Brasil. Contribuiu para catalisar o debate da esquerda marxista que se
esforçava para acumular forças no combate à ditadura e estimulou o envolvimento da
intelectualidade na militância política para além dos muros da ditadura”6 .
Aconteceram, pelo menos, duas oportunidades de discussão coletiva sobre a temática
da Revolução em Florestan. A primeira foi na Universidade de Texas, em Austin, através
de um debate específico sobre o livro A Revolução Burguesa no Brasil que segundo o
sociólogo representou uma “ experiência (...)única na minha vida como professor. Nunca
um livro que escrevi fora submetido a um debate tão variado, interessante e criativo. E,
mesmo, pouca vezes me vi subjugado por emoções tão profundas” (Fernandes, 1978:200)7.
Pode-se constatar, que, apesar dos muitos questionamentos, os diferentes debatedores
6
Florestan segue assim o caminho inaugurado por Otávio Brandão, Nelson Werneck Sobre e Caio Prado
Junior de pensar o Brasil a partir do referencial marxista.
7
Parte do debate foi publicado no Brasil pela Revista Encontro com a Civilização Brasileira., v.4, 1978.
6
ressaltaram a obra como uma referência obrigatória para explicar o capitalismo na realidade
brasileira. A segunda discussão foi em 1987, na 1ª Jornada de Ciências Sociais da UNESP,
quando o conjunto da obra de Florestan foi analisado, onde se estaca as temáticas da
Revolução Burguesa no Brasil e Marxismo e Revolução8.
A temática da revolução consta também em outro denso ensaio do autor intitulado
O que é Revolução (1984). Neste Florestan procura discutir a revolução nos países
periféricos como possibilidade histórica que deve ser protagonizado pela classe proletária, e
oferece argumentos ácidos sobre as teses defendidas pelos autores, autodenominados,
“socialista democrático” que, pare ele, abandonaram a luta de classe e a perspectiva da
revolução do horizonte teórico e prático. A fundamentação teórica deste ensaio tem por
base Lênin, Rosa, Marx , dentre outros.
8
As demais temáticas foram: depoimentos, sociologia e antropologia, Contribuição à história social do Brasil,
Universidade e Democracia e uma intervenção final de Florestan .
7
realização do capitalismo em nossa realidade? Nas palavras de Florestan “ falar de
Revolução Burguesa, nesse sentido, consiste em procurar os agentes humanos das grandes
transformações históricos sociais que estão por trás da desagregação do regime
escravocrata-senhorial e da formação de uma sociedade de classes no Brasil” (Florestan,
1975: 20).
Ao tratar de conhecer a sociedade de classes no Brasil Florestan nos apresenta a
seguinte a justificativa para o uso da noção de Revolução Burguesa:
9
Silveira apresenta uma analise onde relaciona estrutura e história no livro A Revolução Burguesa no Brasil
(1979).
8
Qual a configuração do modo de produção capitalista na realidade brasileira? E o
que representa o capitalismo dependente como configuração específica?
Para Florestan muitos dos países periféricos
“ não lograram ter um desenvolvimento agrícola entrosado com o
desenvolvimento urbano interno e poucos conseguiram um patamar de
desenvolvimento industrial capaz de alimentar a formação de um proletariado
industrial relativamente denso. Como conseqüência, não conheceram as
reformas típicas da revolução burguesa, descrita por muitos historiadores como
revolução agrícola, revolução urbana, revolução industrial, revolução nacional e
revolução democrática. Essas cinco transformações se encadearam entre si – o
exemplo clássico é o da Inglaterra, mas também se consideram como tal os da
França e dos Estados Unidos (...)” (Fernandes, 1984: 71)
Pode-se caracterizar estes países como aqueles que tiveram uma revolução burguesa
clássica, pois realizaram de forma concomitantes as revoluções nacionais e democráticas.
Outros paises de burguesias mais ou menos débeis e articuladas a aristocracias
poderosas ou a burocracias influentes conduziram a transformação capitalista a
níveis igualmente altos, compensando o poder econômico, social e político da
burguesia pela centralização política, como aconteceu, de formas distintas, na
Alemanha e no Japão- e produziram grandes manifestações dos tempos
modernos da civilização industrial moderna. (Florestan, 1984: 71)
Estes países não tiveram uma revolução burguesa clássica (democrática e nacional),
como os países anteriores, mas implementaram a revolução nacional, isto é, a constituição
de um espaço nacional e reprodução de capital nacional. O padrão da concretização da
revolução burguesa nestes países aconteceu através do que Lênin denominou como via
prussiana ou Gramsci chamou de revolução passiva (Paiva, 1991). No entanto, no caso dos
9
A partir da citação acima é possível tirar duas importantes conclusões sobre a
concepção de Florestan sobre o capitalismo dependente no Brasil. Primeiro é que nossas
burguesias não tiveram impulsos revolucionários para realizar a revolução nacional e
democrática. Segundo, há uma dupla articulação das burguesias internas que são associadas
às burguesias externas e elas articulam-se entre si, ou sejam, compõem uma mesma unidade
de dominação.
A dupla articulação em sua face interna é composta pelos vários grupos das classes
dominantes brasileiras e as diversas formas de produção. De acordo com Florestan
“o que muitos autores chamam, com extrema impropriedade, de crise do poder
oligárquico não é propriamente um ‘colapso’, mas o início de uma transição que
inaugurava, ainda sob a hegemonia da oligarquia, uma recomposição das
estruturas do poder, pela qual se configurariam, historicamente, o poder burguês
e a dominação burguesa” (Fernandes, 1975:203)
10
Florestan ao afirmar que a oligarquia rural e a burguesia são aliadas na constituição
do capitalismo marca uma crítica firme ao “modelo de interpretação dual da sociedade”,
que teve no livro Os dois Brasis do francês Lambert (1953), entre outros, um referencial
conhecido. Portanto,
“ não era apenas a hegemonia oligárquica que diluía o impacto inovador da
dominação burguesa. A própria burguesia como um todo (incluindo-se nela as
oligarquias), se ajustara à situação segundo uma linha de múltiplos interesses e
de adaptações ambíguas, preferindo a mudança gradual e a composição a uma
modernização impetuosa, intransigente e avassaladora” (Fernandes, 1975:205)
11
representações ideais da burguesia valiam para ela própria e definiam um modo
de ser que se esgotava dentro de um circuito fechado” (Fernandes, 1975:206).
A dupla articulação interna vai configurar uma sociedade de classes que além da
implementação da harmonização entre o “tradicional” e o “moderno”, irá considerar os
trabalhadores como inimigos principais. Portanto, deve ser extirpada qualquer
possibilidade de oposição organizada deste setor.
Podemos concluir que não existe um padrão único de ação das burguesias nos
diferentes espaços de concretização do capitalismo.A história demonstrou que determinadas
burguesias não puderam unir, simultaneamente, a ‘transformação capitalista’ e a ‘revolução
nacional e democrática’. Assim, “ a Revolução Burguesa pode transcender à transformação
capitalista ou circunscrever-se a ela, tudo depende das outras condições que cerquem a
domesticação do capitalismo pelos homens (Fernandes, 1975:214). No caso dos países
10
A partir desta reflexão podemos entender porque nas diferentes modas pedagógicas a modernização
educacional aparece atrelada as demandas e aos avanços realizados no mundo empresarial ou fabril.
12
periféricos cujo capitalismo é dependente “ Revolução Burguesa é difícil- mas é igualmente
necessária, para possibilitar o desenvolvimento capitalista e a consolidação da dominação
burguesa” (Fernandes, 1975:214).
Considerações Finais
1) A temática da revolução em Florestan tem por base as suas reflexões sobre mudança
social nos anos 60, os desafios postos pela realidade do golpe civil militar de 1964 e os
debates explícitos com os setores da “esquerda moderna” ou “socialista democrática” que
defendem a ênfase nas temáticas da democracia, sociedade civil e democracia. Destarte,
para compreender a recapturação que Florestan desenvolve sobre a teoria da revolução é
necessário dialogar com a perspectiva histórica do contexto da guerra fria e as vinculações
deste com o trabalho do intelectual que esteja compromissado com a construção do
socialismo.
2) Por que um livro como A Revolução Burguesa no Brasil que teve impacto ao ser
lançado e é uma das últimas grandes tentativas de explicação da revolução no Brasil não
tem sido debatida na universidade? Há várias possibilidades de resposta para esta questão,
uns poderão afirmar que o livro não é utilizado devido ao seu estilo literário pesado e
difícil, outros dirão que hoje estão superadas as análises de explicações da realidade que
trabalhem com categorias como totalidade, modo de produção, imperialismo, etc. No
entanto, este trabalho confirma o valor que tem a produção teórica de Florestan,
especialmente os elementos que ele aguça ao descrever as especificidades e as
13
configurações do capitalismo dependente no Brasil e que devem ser profundamente
estudados pelos educadores comprometidos em intervir na superação do capitalismo na
realidade brasileira.
14
Referência Bibliográfica
FERNANDES, F. A pessoa e o político.In: Nova Escrita Ensaio, 1980b, ano IV, no.8,
p.9-40.
15
FERNANDES, F. Entrevista Florestan Fernandes. In: Revista teoria e debate, SP,
Fundação Perseu Abramo, nº13, jan/fev/mar 1991.
http://www.fpa.org.br/td/td13/td13_memoria.htm, acesso em 14/7/2005
FREITAG, B. Florestan Fernandes por ele mesmo. In: Estudos Avançados, SP, IEA/USP,
v.26, 1996, p.129-172.
SILVA, L. F. Pensamento social brasileiro: marxismo acadêmico entre 1960 e 1980. São
Paulo: Corações & mente, 2003.
SOARES, Eliane Veras. Florestan Fernandes:o militante solitário. São Paulo, Cortez,
1997.
16
TOLEDO, C. N. de Hegemonia e poder político.In: D’ Incao, M. A. (org.) O saber Militante.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, São Paulo: Unesp, 1987, p.275-286.
17