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Marketing de Eventos
Eunice Duarte1
Resumo: Este artigo aborda a relação do turismo criativo com a estratégia de marketing
experiencial. O turismo criativo tem vindo a sofrer um aumento por parte da procura, o
que sucede devido ao turista na atualidade procurar experiências culturais de interação e
coprodução com a cultura do país recetor. Sendo necessária a adoção de estratégias de
marketing experiencial que se adaptem a este género de turismo.
Abstract: This article deals with the relationship between the creative tourism with the
experiential marketing strategy. Creative tourism has been undergoing an increase in
demand, as a consequence of current tourists who look for interactive and co-production
cultural experiences which involve the culture of the receptor country. Therefore, it is
necessary to adopt experiential marketing strategies which address this type of tourism.
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Estudante do Mestrado de Eventos na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril.
Eunice.duarte29@gmail.com
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Introdução
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conta o papel interventivo do turista nas experiências criativas, Tan et al. (2013: 165)
salientam a importância de se considerar a perspetiva do turista aquando da definição de
experiências criativas nos destinos. O estudo, que os autores apresentam, procura
explorar a essência da criatividade no turismo criativo a partir da perspetiva do turista.
Nesse sentido, os autores desenvolveram um modelo de experiência criativa que
contempla as seguintes dimensões: a “consciência”, a “motivação”, a “criatividade” e a
“aprendizagem e interação”. As três primeiras são englobadas nas “reflexões
internas”, enquanto a última dimensão se enquadra nas “interações externas”, nas
quais estão contemplados aspetos externos, tais como o ambiente, as pessoas e o
produto, serviço ou experiência, os quais influenciam a experiência criativa do turista.
Estes autores consideram também que o desenvolvimento da consciência social,
cultural, ambiental e, até, pessoal é um pré-requisito de base para que o turista criativo
possa tirar partido das experiências que lhe são proporcionadas pelo turismo criativo,
existindo, assim, maior propensão para se envolver na experiência criativa. A
conceptualização do turismo criativo está, deste modo, muito próxima das sugestões do
marketing e turismo de experiências que enfatiza a “co-criação” e o envolvimento do
consumidor na experiência vivida ativamente como fatores centrais de atração e
satisfação do turista.
Segundo Richards and Wilson (2012), o turismo criativo abrange, atualmente, um
conjunto diversificado de atividades em que o nível de envolvimento do turista poderá
ser de maior ou menor expressão. Esta nova abordagem do turismo permite que a troca
de ideias e competências entre visitantes, fornecedores de serviços e comunidade local
se traduza num enriquecimento para todas as partes e num aprimorar das relações,
consideradas por Richards (2012) verdadeiramente autênticas.
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As características do novo turista são: nível educacional mais elevado, núcleo familiar
mais reduzido, livre acesso à cultura, maior experiência de viagem, maior apetência em
viajar e conhecer outras culturas, maior grau de exigência, desejo de ser agente ativo
dentro do sistema turístico, possuidor de um capital cultural elevado, procura de
produtos que respondam à necessidade de apetência para a cultura, que proporcionem
continuação dos hábitos culturais que traz do país emissor, (Pereira, 2005).
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Para Evans (2007), a criatividade não pode ser planeada; Collins e Kunz (2007)
argumentam que o planeamento pode danificar a autenticidade dos destinos turísticos
criativos, assim como criar problemas de legitimidade; Santagata et al (2007) afirmam
que planear é essencial e que esse planeamento deve ser feito cuidadosamente de modo
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Gonçalves considera que “a necessidade das cidades e das regiões de serem criativas,
através do desenvolvimento de novos produtos, esteve na origem de novas estratégias
de regeneração e de dinamização do seu tecido económico e social. No decurso desta
abordagem, desenvolveu-se o conceito de Turismo Criativo” (2008, p. 12).
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a criatividade endógena implique mais tradução e interpretação, porque tem que ser
tornada legível para audiências externas.
Estimular a criatividade pode também animar outras formas de turismo, particularmente
o turismo cultural, através da criação de uma atmosfera de envolvência (Maitland,
2007). A produção dessa atmosfera é uma função do capital criativo e social, o qual
permite a utilização do espaço público de forma eficaz tendo em vista o próprio
desenvolvimento dos residentes locais mas também dos turistas (Richards, 2003). Neste
processo, o turista tem a capacidade e a possibilidade para desenvolver narrativas novas,
individualizadas através do capital endógeno criativo e do potencial existente, reduzindo
as barreiras existentes entre cultura, património e criatividade (Richards and Wilson,
2007b). Enquanto uns turistas ficam satisfeitos ao sentir a atmosfera criativa ou
consumir o espaço representado em vez das práticas criativas reais que constituem esse
espaço, outros exigem um nível maior de desafios criativos práticos ou conceptuais
(Richards and Wilson, 2007b). Isto sugere que encontrar o equilíbrio certo entre o
desafio do destino turístico e as competências da audiência é crucial para dar ao turista o
tipo de experiência que ele procura. Quando o desafio (ou risco) de uma experiência
está em equilíbrio com os níveis de competências alcança-se o estado de flow ou
experiência ótima (Csikszentmihályi, 1990). O nível do desafio criativo apresentado
depende do desejo do consumidor (Cloke, 2007) e do desenvolvimento de aptidões de
consumo (Richards 1996).
Segundo Cloke (2007), o objetivo dos destinos criativos é atingir este tipo de equilíbrio
– permitir a cada turista encontrar o seu próprio equilíbrio, o que não significa que tenha
que se construir experiências criativas complexas, porque a vida quotidiana no destino
pode ser um desafio suficiente para o turista criativo.
Deve haver uma relação entre a legibilidade do destino, o nível de desafio apresentado
aos turistas e as competências percetivas do visitante (Binkhorst, 2007). Os turistas
criativos procuram matérias-primas características dos destinos para desenvolver novas
formas de interpretação da cultura local (Richards and Wilson, 2007). Os autores
consideram que o desenvolvimento do turismo criativo deve servir para reforçar a
aproximação entre os setores da cultura e do turismo: o conhecimento e capacidade
criativa dos gestores culturais, combinado com o conhecimento do mercado dos
especialistas em turismo, são fundamentais para criar um produto turístico inovador e
viável, havendo neste processo de desenvolvimento criativo a necessidade de investir
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Marketing experiencial
A primeira tendência do Marketing Experiencial foi definida por Hauser Erik (2007)
como a convergência da marca com o consumidor através de uma interação direta,
positiva e com sentido. Esse conceito foi baseado no estudo sobre a quantidade de
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tempo que um consumidor despende com uma marca, e que é, normalmente, de apenas
alguns segundos e, muito raramente, alguns minutos. Desta forma, o marketing
experiencial tenta envolver o consumidor, vendendo a “experiência” de
consumir/comprar.
De acordo Pine e Gilmore (1999), no caso do turismo criativo as experiências não são
novas, porém estão a ser (re)descobertas pelas empresas como forma de sobreviver à
competitividade e à estandardização.
Para Andrés et al, (2006) a oferta de turismo criativo exige novas estratégias de
marketing, nomeadamente o marketing de experiências. O paradigma do marketing
experiencial compreende que o consumidor atual procura respeito, reconhecimento e
comunicação relevante e que a melhor maneira de responder aos seus anseios é através
de experiências, porque são pessoais, relevantes, memoráveis, sensoriais, emocionais, e
mais significativas. O marketing experimental (ou experiencial marketing, experience
marketing, brand experience) refere-se a experiências reais que são proporcionadas aos
consumidores, seja por marcas, produtos ou serviços, com o objetivo de incrementar
vendas, reconhecer e reforçar a imagem de marca (Andrés et al, 2006).
O marketing experiencial explora os cinco sentidos por via de ações sensoriais,
descrevendo cinco áreas estratégicas de experiências ligadas entre si que configuram os
seus pressupostos teóricos: 1) sentir - marketing dos sentidos: apela aos cinco sentidos,
criando experiências com impacto sensorial; 2) emocionar – marketing emocional: apela
aos sentidos e às emoções do consumidor, possibilitando a criação de experiências
afetivas que envolvam diferentes escalas de alegria e orgulho; 3) pensar - marketing
intelectual e cognitivo: gerar correlações cognitivas ou a resolução de problemas que
envolvam o consumidor de forma criativa, levando este a pensar, discutir, interrogando-
o e provocando-o; 4) reagir/agir - marketing de reação: provocar experiências físicas,
incentivar reações e vontade de passar à ação, enriquece a vida dos consumidores e
apela a experiências físicas, mostrando formas alternativas de agir ou reagir perante
algo, conduzindo a uma mudança de comportamentos e estilos de vida; 5) relacionar -
marketing aspiracional: relaciona as quatro áreas anteriores. Associa-se às nossas
aspirações enquanto pessoas inseridas numa comunidade. Apela ao aperfeiçoamento de
um mundo melhor, (Schmitt, 1999).
Os impactos do marketing experiencial: aproximação dos públicos organizacionais
internos e externos; forma de apresentar ideias, conceitos, produtos e mensagens em
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Conclusão
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Referências
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