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....., vem à presença de Vossa Excelência, por seus procuradores firmatários, Dra.
Denise Ballardin, brasileira, advogada, inscrita na OAB/RS sob o n.º 47.784, e Dr.
João Darzone de Melo Rodrigues Junior, brasileiro, advogado, inscrito na OAB/RS
sob o n.º 51.036, ambos com endereço profissional à Rua Independência, n.º 181, sala
1502, Centro em São Leopoldo (RS), propor a presente:
nos termos estabelecidos pelo CPC em seus artigos 273 e 282 e seguintes, devendo
serem citados para responder, CENTRALIZAÇÃO DE SERVIÇOS DOS BANCOS
S/A – (SERASA), com sede na Rua dos Andradas, n.º 1001, sala 1604/16º andar, Bairro
Centro, em Porto Alegre (RS), e SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO DE
PORTO ALEGRE - (SPC), com sede na Rua Senhor dos Passos, n.º 235/térreo, Bairro
Centro, em Porto Alegre (RS), pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir.
I – DA EXPOSIÇÃO FÁTICA
O autor possui registros no SPC referentes a 6 (seis) cheques do Banco Itaú – agência
0604 conta corrente n. 0272260 - que foram devolvidos por falta de fundos, sendo que
os números dos referidos cheques são: 055862,055877, 055878, 055880, 867781,
8677182
Tais anotações foram efetuadas no ano de 2000, nas datas de 27.01.00, 13.03.00,
11.04.00, 14.03.00, 07.02.00, e 08.05.00, respectivamente. Ou seja, todos os cheques
foram apresentados há mais de dois anos.
O autor enfrentou uma série de dificuldades financeiras naquele ano, visto isto, não teve
condições de realizar o pagamento de todos os cheques. Porém, nenhum dos credores
procuraram-lhe afim de saldar a dívida, tampouco exerceram o seu direito de ação, ou
seja, de ajuizarem ações de execução (conforme pode-se verificar com os documentos
em anexo).
II – DO MÉRITO
No que concerne a manutenção dos registros por cheques devolvidos, mesmo após
decorrido o prazo fixado no artigo acima transcrito, a jurisprudência já entende ser
indevida tal inscrição, in verbis:
Veja-se que não há motivos para o autor permanecer inscrito nos cadastros restritivos de
crédito dos réus, visto que transcorreu o prazo para o portador exigir judicialmente o
pagamento do mesmo.
Em relação a tal assunto, a súmula n.º 13 do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul é
muito clara e justa em seu conteúdo:
Observa-se que o legislador, ao abordar tal matéria, estabeleceu critérios para não serem
violados os direitos do consumidor. Ou seja, não pode o autor permanecer com seu
nome incluído em cadastros restritivos de crédito por causa de cheques prescritos. Se
não foi reclamado judicialmente tal direito, e transcorreu o prazo, significa que o credor
não possui interesse em resolver tal conflito.
Cristalina também é a jurisprudência que decide de acordo com a Súmula n.º 13 do
Egrégio Tribunal de Justiça gaúcho:
Ocorre que, se o credor não utilizou as medidas judiciais no tempo previsto pela
legislação, para a resolução de seu problema, não há motivos para o autor estar incluído
nos cadastros do réu, pois tal situação de inércia, atingindo o período de prescrição, é
vista como falta de interesse em resolver e saldar a dívida com o consumidor, e não
pode este estar condenado, por um meio administrativo a permanecer perante a
sociedade como "mau pagador" durante um período de 5 anos.
O credor que inscreve o nome do devedor nos serviços restritivos de crédito, prática ato
ilegal, pois está agindo de forma contrária ao direito disponível, visto que ao invés de
exercer regularmente o seu direito de ação prescrito na lei para o recebimento de seu
crédito, está por meio inadequado tentando realiza-lo. O fato de serem passadas
informações negativas do consumidor é ato abusivo, pois tal ação é um desvio de
conduta, vereda que ofende os direitos subjetivos do devedor.
Mostra-se clara a redação do enunciado que, após mencionar o prazo de cinco anos,
utiliza-se da expressão se antes disso não ocorreu a prescrição da ação de cobrança,
evidenciando tratar-se do prazo para o aforamento da ação executiva cambial, uma vez
que somente esta poderia ocorrer antes do prazo qüinqüenal.
Não obstante, para a obtenção da tutela jurisdicional buscada pelo autor, estão presentes
os requisitos do artigo 273 do CPC. Ou seja, a plausabilidade do direito a que se embasa
a pretensão deduzida, ou seja, demonstração concreta de que a pretensão se encontra
revestida de razoabilidade jurídica, e o perigo de dano irreparável, ou de difícil
reparação ao invocado direito.
Se o raciocínio vale para impedir a inscrição negativa, com mais razão para a abstenção
das informações no banco de dados já constantes.
Ainda, lição do eminente Des. Antonio Janyr Dall´Agnol Junior: "para o fim de
concessão de liminar, impeditiva de lançamento do nome de sedizente devedor em rol
de inadimplentes, há de o magistrado, presente a verossimilhança das alegações,
pesar os interesses em jogo, favorecendo aquele objetivamente mais valioso, ainda que
em cognição sumaria e superficial" (AGI n.º 597131309, j. 02/09/97, com grifos meus).
Nestes Termos,
Pede e Espera Deferimento.